Seja pela praticidade ou pelo programa, é muito comum comer fora. Sally e Somir discutem qual o fator que gera a melhor experiência nesse momento, e os impopulares servem suas opiniões.

Tema de hoje: você prefere um ambiente bom com comida ruim ou um ambiente ruim com comida boa?

SOMIR

Sim, todos preferimos ambiente bom e comida boa, mas essa não é a pergunta da vez. Tendo que escolher entre uma coisa e outra, necessariamente, e eu voto no ambiente ruim com comida boa. Por definição, a comida deveria ser o elemento central do programa. Um restaurante bom tem comida boa sem necessariamente ter um ambiente no mesmo nível, mas um restaurante com comida ruim é sempre um restaurante ruim.

O peso de cada elemento analisado aqui na nota final é muito diferente. Ambiente só deveria contar para alguma coisa depois de analisada a comida. Conseguiu entregar um cardápio bom E ter um ambiente bacana? Parabéns. Conseguiu só ter um cardápio bom? Bom, pelo menos cumpriu o mínimo esperado. Sem comida boa um restaurante é um programa inútil, afinal, se fosse pra ficar olhando para as paredes, um museu não seria mais interessante?

Então, não entra na minha cabeça como um restaurante com comida ruim seja aceitável em qualquer formato ou configuração. Você só tinha um trabalho, restaurante! E só para deixar claro, não estamos misturando gosto aqui: pode ser um lugar que só sirva uva passa, desde que saiba preparar decentemente para aqueles que gostam. Estamos falando de um restaurante com comida objetivamente ruim: mal feita, mal temperada, ingredientes congelados, no ponto errado… aquelas coisas que você começa a comer e sente a preguiça ou mesmo a inépcia dos cozinheiros.

É nesse momento que você se sente um otário e não tem ambiente bonitinho que compense: os donos do lugar te acham tão merda que nem o mínimo necessário estão te entregando. Como se você fosse esquecer essa falha estrutural por causa de um objeto brilhante balançando na sua frente. Não sou índio para ser tapeado com espelhinhos. Restaurante que te serve comida ruim é que nem uma oficina mecânica que quebra mais ainda o seu carro. Prioridades invertidas.

Porque se tem dinheiro e trabalho para ter um ambiente bacana, como não tem o mesmo para produzir a comida? Isso é uma escolha dos donos do lugar, contanto que muita gente vai entrar numa “síndrome de Estocolmo” e tentar ver positivos naquela situação fundamentalmente cagada. Pensem bem: para gerar um ambiente bom, precisa gastar e se esforçar uma vez, e depois só fazer uma manutenção básica. Para servir comida de qualidade sempre, precisa investir tempo e dinheiro em excelência constante, tem que treinar e reter funcionários bons, tem que ter excelentes fornecedores… não dá para se acomodar se seu negócio é baseado em qualidade da comida, mas dá pra lucrar legal com quem troca o básico pelos penduricalhos. Brasileiro está tão acostumado com tudo tão mal feito que só de não ter uma barata no prato, já está aceitável.

E hoje eu não vou largar desse ponto: restaurante serve comida. Qualquer falha na parte da comida te invalida como restaurante. Comer é uma das grandes atividades sociais do ser humano, desde… desde que somos humanos. Evoluímos com um paladar complexo, desenvolvemos a duras penas resistências a milhões de alimentos diferentes, tomamos gosto por coisas que outros animais nem sonham em consumir… um bom prato ou lanche melhora até a qualidade de vida de uma pessoa. Nem estou falando de saúde física, mas da mental mesmo. Comer bem em companhia de pessoas que você gosta é uma atividade recompensadora, uma das preferidas pela humanidade não à toa.

Restaurante com ambiente ruim estraga um pouco da graça? Talvez. Se você está bem acompanhado vai prestar menos atenção ao seu redor, e se você tiver um prato saboroso para comer, nem precisa tanto assim de alento para os olhos, tem um bom ponto focal à sua frente. O que é mais comum você ouvir por aí, que uma pessoa vai num lugar ruim para comer algo muito bom ou o contrário? A prioridade que deveria estar no restaurante também está em nós. É muito mais provável você passar por algum incômodo para ir buscar algo que goste de comer.

O restaurante com comida boa e ambiente ruim tem muito mais potencial de ter os dois elementos bem realizados do que o inverso: custa muito mais caro fazer o ambiente bom, então o lugar tinha sim capacidade de entregar algo melhor. O lugar da comida boa pode ser mais tosco, mas com o tempo vai vender mais e poder melhorar o entorno dos seus pratos. Nem sempre isso acontece, mas via de regra é melhor se manter próximo de um restaurante que pode melhorar do que de um que já parece ter nascido com preguiça e aversão à excelência. Mais fácil dar um banho em quem já nasceu bonito do que fazer plástica na baranga…

Só lembrando também que dificilmente uma comida boa pode estar estragada ou suja, o paladar reconhece essas coisas e te avisa na hora. O restaurante com ambiente ruim pode até parecer meio desleixado, mas se serve comida boa, alguma coisa deve fazer direito dentro da cozinha. E no sentido oposto, quem serve comida ruim num ambiente bacana provavelmente o faz por relaxo na hora de comprar ingredientes, armazená-los e prepará-los. Confie mais no seu paladar, comida ruim mesmo com você gostando dos ingredientes costuma ter algo errado. E outra: quem vende comida boa está sempre ficando sem estoque e tendo que renovar tudo. Quem vende comida ruim vive com estoques lotados… onde está o perigo maior?

Quando você dá dinheiro pra quem te entrega alimentos ruins, só reforça o comportamento de que o básico pode ser negligenciado. Não pode. Se não vai caprichar no seu elemento principal, muda de ramo!

Para dizer que isso é papo de gordo, para dizer que só se importa com a foto no seu Instagram, ou mesmo para dizer que ainda se impressiona como discutimos qualquer assunto: somir@desfavor.com

SALLY

O que você prefere: comer bem em um ambiente ruim ou comer mal em um ambiente agradável?

Hoje não trabalhamos com um tema “certo ou errado” e sim com uma questão de gosto pessoal. Eu acredito que gera mais benefícios, sendo o caso de ter que escolher, comer mal em um ambiente maravilhoso.

Quem já passou dos trinta anos de idade nasceu em uma época de culto a bens materiais: “ter” era status. O carro do ano, o eletrodoméstico mais moderno, o eletrônico da moda. Ter, por muito tempo foi aspiração e sonho de consumo: desde a raça de cachorro que estava na moda, até a roupa com a etiqueta da grife do momento.

Porém o tempo passou, o crescimento exponencial deu as caras e a humanidade muda cada vez mais em uma velocidade surpreendente. Ainda não fizemos a transição completa, sobretudo no Brasil, porém eu consigo perceber uma tendência cada vez maior em valorizar experiência em detrimento a bens materiais. Muitas vezes, quando você vai comprar algo em uma loja, você não procura necessariamente pelo produto, e sim pela experiência de adquirir aquele produto, pelo tratamento que recebe, pelos ganhos secundários que aquela marca gera.

Experiência é maior que o bem em si. Vale muito mais um presente que proporcione uma experiência inesquecível do que um puta bem material cobiçado quando o alvo é uma pessoa querida. Experiências nos proporcionam inputs, nos aprimoram, abrem horizontes. E é justamente nessa linha de raciocínio que eu me baseio ao preferir fazer uma refeição de qualidade inferior, mas em um ambiente maravilhoso.

Uma refeição maravilhosa em um ambiente cagado não me satisfaz. Muito pelo contrário. Pode ser o melhor dos pratos, mas, se estiver servido em um ambiente ruim, não vou consegui apreciar, a menos que você seja um hippie que não liga para o entorno.

O melhor sabor do mundo é estragado em um ambiente quente (só quem almoçou aos 50° do Rio de Janeiro em restaurante sem ar condicionado vai me entender), sujo, com baratas, com barulho altíssimo, com crianças gritando e chorando, com cadeira e mesas desconfortáveis, com grupo de pagode tocando alto ao lado, ou com qualquer outro inferno no entorno que vocês possam imaginar.

É como uma Pirâmide de Maslow pessoal: a ambiência é a base para mim. Um ambiente cagado arruína tudo de bom que nele possa ser inserido, desde uma comida excelente a uma declaração de amor, tudo fica contaminado pelo calor, fumaça, pagodinho ou qualquer outro incômodo que apareça. Deve ser a idade. Quando era mais jovem tinha mais tolerância a incômodos sensoriais, que sempre foram meu calcanhar de Aquiles. Hoje eu quero conforto, dignidade e de preferência, beleza e silêncio.

Quem aqui acha o café da Starbucks o melhor café? Provavelmente ninguém. Para conseguir tomar aquilo eu tenho que pedir que coloquem aromatizante de algum sabor (baunilha, caramelo, amêndoas, coco…), pois aquela água suja me faz gorfar. Adivinha qual é o café que eu mais frequento nesta vida? Starbucks. Pela ambiência nota 1000. Ar condicionado polar, atendentes sorridentes e educados, poltronas muito confortáveis, wi-fi maravilhoso, lugar estético, copinho com meu nome e coração desenhado, ambiente arrumado e bonito.

Sou mais feliz tomando a água suja de lá do que tomando um café Kopi Luwak em uma mesa de metal na beira da rua, batendo um sol de 50°, com carro buzinando, gente feia e suada à minha volta, pagode alto, fumaça de cigarro na cara e mendigo me pedindo dinheiro. Sim, ao menos no Rio, existem excelentes restaurantes que servem comida cara em ambientes de merda.

Uma comida maravilhosa tem seu valor, mas ela afaga um sentido seu: o paladar. Talvez algo no olfato, mas provavelmente vai perder para os cheiros ruins do ambiente (banheiro fedido que alastra o cheiro por todo o lugar, gente com cecê, fumaça, etc). Um ambiente maravilhoso acalenta diversos sentidos: visão, tato, audição e olfato. Então, óbvio que o ideal é conjugar comida maravilhosa com ambiente maravilhoso (o difícil é que o preço seja maravilhoso também…) mas, tendo que escolhe entre um dos dois, prefiro 4 sentidos felizes e um nem tanto do que o inverso.

Sair para comer não é apenas sobre a comida. Se você sai com a cabeça fechada, destinado a uma missão, bem, acho que você poderia se permitir absorver mais de cada experiência. Quando me perguntam como consigo pensar em pauta para nove anos de postagens diárias eu sempre respondo que eu olho para o mundo como uma constante oportunidade/curiosidade, onde tudo pode virar um tema, um questionamento ou uma discussão. Então, quando eu saio para comer (ou fazer qualquer outra coisa), não se trata apenas de satisfazer minha fome, se trata de tirar tudo de bom que essa experiência pode me proporcionar.

Sair para matar sua fome pode ser uma oportunidade para conhecer uma pessoa bem legal. Ou para observar a decoração do lugar e guardar boas sugestões que podem ser colocadas em prática na sua casa ou trabalho. Ou para observar e aprender mais sobre um atendimento de qualidade. Ou para ver pessoas bonitas, o que elas estão vestindo, como estas estão arrumadas e tirar ideias para você. As possibilidades do que você pode absorver de um ambiente maravilhoso são infinitas. Uma vez eu tive uma ideia importantíssima para meu trabalho que veio depois de observar a fonte usada na letra do menu de um restaurante.

Então, quando se vive com esse mindset, constantemente curioso, um olhar constantemente voltado para aprender, conhecer e absorver coisas novas, mesmo que nos pequenos atos do dia a dia, o ambiente é fundamental. É através do ambiente (lugar, pessoas, entorno, decoração, etc) que você recebe mais inputs, que você tem mais material para internalizar novidades. Uma comida gostosa é ótimo mas… é só uma comida gostosa.

Eu sou uma caçadora de experiências, prefiro mais estímulos, prefiro uma experiência mais completa, que estimule mais sentidos e que me traga mais inputs.

Para dizer que eu tenho muita sorte por conseguir fazer uma refeição com toda essa calma e erudição, para dizer que você come no lugar mais barato mesmo ou ainda para dizer que a refeição que você mais aprecia é uma pizza em casa longe do resto do mundo: sally@desfavor.com

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Comments (30)

  • Um indicador aqui do quão bom é o ambiente está no barulho que as pessoas fazem com os talheres. Tem pessoas que usam baquetas para comer, só pode…Aqui esse contraste ficou evidente quando, em viagens fora, procurava um restaurante brasileiro para matar a saudade do arroz e feijão…

      • Também odeio aqueles sons guturais de gente sem quaisquer modos à mesa e que parece vaca mascando capim! É muito desagradável! Nada pior que ouvir: “Chomp, chomp, chomp!” “Nhac, nhac, nhac!” – com direito a fazer estalinhos com a boca e chupada de gordura dos dedos – , e sem falar ainda naquele horrendo “Ssssssssssssssluuuuuuuurrrrrrppp!!!” seguindo de um arroto quando bebem alguma coisa de canudinho…

        Falando nisso, será que rola um texto sobre comportamento à mesa?

  • Vou com Somir restaurante comida boa tem que ser prioridade. Do ambiente vc se livra assim que for embora, comida ruim pode ter consequências por alguns dias ou te matar dependendo do caso.
    Com comida e cia boa eu consigo ignorar o ambiente por um tempo razoável.

  • Se estivermos falando de ambiente no sentido de ter uma decoração ruim, estética brega, etc, eu concordo com o Somir.

    Se o ambiente incluir pessoas inconvenientes, prefiro a Sally. Criança chorando do meu lado na hora que estou comendo é a morte para mim.

    • As desgraças ambientais podem ser tantas… criança chorando e/ou gritando e correndo, música ao vivo, música de fundo ruim, gente falando alto, gente cantando parabéns, cigarro, perfume forte, gente feia, calor, natureza, insetos… arghhhh

  • Sally, vou com o Somir. Se a comida for excelente, o ambiente não precisa ser. Só precisa ser (razoavelmente) limpo.

    Eu e minha esposa adoramos sair para comer, e nada nos frustra mais que entrar em um restaurante todo bonito e chique e a comida não ser nada demais. Gostamos de ser surpreendidos.

      • Pra gente funciona assim:
        – Restaurante bonito, comida boa: ooooohhhhh (revirando os olhos);
        – Restaurante bonito, comida ruim ou “normal”: grandes bostas;
        – Restaurante feio, comida boa: olha, é um pé-sujo, mas a comida é deliciosa!
        – Restaurante feio, comida ruim: bom, nesses a gente nem entra, até porque na imensa maioria das vezes você só entra num pé-sujo pela razão acima, ou seja, ele é recomendado pela comida.

        • Para mim funciona assim:
          – Restaurante bonito, comida boa: ganha uma cliente fiel
          – Restaurante bonito, comida ruim ou “normal”: Quando não tiver outra opção, tolero frequentar
          – Restaurante feio, comida boa: colapso estético ao entrar, seguido por meia volta e saída em menos de 3 segundos
          – Restaurante feio, comida ruim: desejo câncer no a todos os envolvolvidos

  • Prefiro comida boa e ambiente ruim. E quando me refiro a ambiente ruim, quero dizer aquele lugar simples, relativamente apertado, sem necessariamente aquela decoração toda, mas ainda assim longe de ser uma espelunca. Vale lembrar que eu trocaria qualidade de ambiente por qualidade da comida, mas tem um limite do quanto eu abriria mão do ambiente.

    Se o ambiente faz diferença pra mim? Faz, mas isso me gera uma expectativa sobre o que vai ser servido, e quanto mais requintado/descolado for o ambiente, mais eu espero do prato. Com sorte, os lugares de belíssimo ambiente em que estive não me decepcionaram na atração principal, a comida. Mas já ouvi falar aqui na minha cidade de um restaurante japonês caro e com uma atmosfera sofisticadíssima, mas que serve uma merda de sushi (eu não fui, meus amigos foram e me contaram, é bem mais ou menos). Prefiro o restaurante que conheço, é mais simples (ainda que não seja de todo tão simples) e serve comida bem feita

        • Botafogo: Assunção Restaurante
          Flamengo: Luiggi
          Centro: Não há dignidade em nada no Centro

          Experimenta esses dois, se meu estilo for compatível com o seu te passo uma lista completa!

          • Tem sim, Sally, vários. Só tem que procurar no meio dos ruins.

            Recomendo dois no centro: l’Atelier du Cuisinier (bistrô francês) e Hachiko (comida japonesa).

            Ah, a comida árabe do Damasco é excelente também.

              • Dos três? Sim, é bom.

                O primeiro é um bistrô mesmo, bem intimista, poucas mesas, e o chef vem te atender na mesa se vc escolher o menu dele.

                O segundo é bem escondidinho, tem que subir uma escada, mas lá dentro é bem bonito. E a comida japa contemporânea, putaqueopariu, não comi igual ainda aqui no Hell.

                O terceiro é um pouco mais cheio, mas o ambiente é agradável. Já comi em outros árabes, mas sempre prefiro a comida de lá.

                Procura aí por fotos no Google e vc vai ver.

          • Obg, Sally! Irei em breve no Assunção, não conhecia nem de nome. Já o Luiggi é o meu queridinho no bairro, junto com o Intihuasi, este tem comida e bebida maravilhosos e ambiente simples e apertado, mas amo.

            Meus pratos favoritos no Luiggi: tagliatelle ao funghi porcini e nhoque malfatti.

            No Centro, gosto do Elias.

            Quando puder, gostaria sim que passasse a lista completa! Obrigada ;)

            • Alguns dos que eu mais gosto:

              Botafogo Praia Shopping: Emporium Pax (peça mesa com vista)
              Botafogo: Lima Restobar (ótima comida peruana)
              Botafogo: Meza Bar (bom para aperitivos e drinks também)
              Leme: Marius Degustare (preço exorbitantemente indecente)
              Gloria: Casa da Suíça (prove o fondue, é um paraíso escondido em um bairro feio)
              Rio Sul: Dois em Cena (ótima comida, mas vá em horários alternativos, vive cheio)
              Copacabana: Amir (comida árabe)
              Village Mall: Pobre Juan (caro, mas vale)
              Shopping da Gavea: Dri
              Leblon (e em breve Rio Sul): Madero

  • Esse é mais um daqueles textos que eu começo lendo e concordo com o Somir, mas daí depois, a medida que vou lendo o texto da Sally vou concordando com ela.

    Concordo no ponto em que experiência está acima da marca ou do produto. Tem gente que acha que Apple é frescura (talvez pra iPhone o seja) mas… só quem trabalha mesmo com produção de audio/vídeo/foto e já teve dores de cabeça com o ruindows sabe o prazer que é trabalhar numa estação mac os. Neste caso estamos falando de um produto, quando a coisa é um serviço, como um bom atendimento em um restaurante, aí a coisa muda de figura um pouco.

    Por um lado começo concordando com o Somir, é preferível uma comida boa do que de qualidade inferior. Mas o que seria de qualidade inferior neste caso? Aquela comida ruim mesmo que não dá nem pra digerir só de olhar, mal cozida, mal preparada, quiçá estragada, ou apenas inferior no sentido de “mais simples” se comparado a um puta restaurante da alta gastronomia?

    Mas por outro lado, acabo que concordando com a Sally em certo aspecto: se a comida é até razoável (que a meu ver está acima de ruim) acho que o plus seria a experiência do ambiente. Um exemplo que acho que posso dar nesse sentido são cafés: sou frequentador nato de cafés aqui em Curitiba. Há alguns que os cafés são lá mahomeno, não tem muita novidade, mas justamente o prazer de estar lá naquele local, com aquela decoração específica, com aquela iluminação diferente, isso sim faz toda diferença, mesmo o café não sendo super especial em nada.

    • A gente vai ficando velho, vai amadurecendo e vai querendo ambientes melhores. Como Somir não amadureceu ainda, ele topa esses lugares cagados.

  • Olha, eu prefiro comer coisa boa em um local brega (desde que limpo) a comer coisa ruim em um palácio. Consigo me isolar melhor do contexto escroto do que ignorar o sabor de comida intragável – ainda mais pagando caro.

  • Fico com o Somir nessa. Quando saio de casa com destino a um restaurante, já vou pensando mesmo é na comida. Afinal, é pra comer que se vai a restaurantes, certo? E muitos do melhores restaurantes a que já fui na vida tinham comida ótima e um ambiente bem simplezinho, humilde, apertado e até meio desorganizado, mas sem, no entanto, ser nenhuma pocilga imunda ou barulhenta. Por outro lado, nunca me esqueço de uma vez em que, quando garoto, fui com meus pais a uma churrascaria que nos havia sido recomendada e, assim que chegamos, vimos bichinhos rastejando pelas folhas de alface que estavam lá no balcão do self-service. Nem preciso dizer que dali mesmo demos meia-volta e fomos comer noutro lugar…

  • Prefiro pizza em casa via motoboy e até a balada tinha que ser delivery. Se conseguirem me arrastar pra rua eu vou é pra comer! Pouco importa se tem criança chata berrando ou funkeiro rebolando. Acho que o ambiente quem faz é a pessoa, independente dos outros.

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