A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou nesta 4ª feira (1º.nov.2023) que o termo “buraco negro” –que define uma região no espaço com campo gravitacional tão intenso que também absorve a luz– é “racista”. LINK


E não foi a única notícia maluca sobre crenças e atitudes da suposta esquerda brasileira. Suposta. Desfavor da Semana.

SALLY

Toda semana o grau de Absurdos Brasil escala mais um degrau. Uma pessoa agride uma idosa no meio da rua, quebra seu fêmur e se esquiva da responsabilidade dizendo que é gay e se sentiu ameaçado. O amor venceu. Uma Ministra diz publicamente que o termo “buraco negro” é racista. Viva a ciência! Os casos de dengue atingindo patamares assustadores e o Brasil sem vacina. Bolsonaro genocida! Postagem oficial sobre dia do livro com erro de português. Pátria educadora! Brasileiros fora da segunda lista de pessoas que poderão deixar a Faixa de Gaza. Lula gigante diplomático!

E não é apenas esse lado, o outro também parece acompanhar a aberrante escalada. Calha de falarmos mais dos que estão no poder, pois costumam ser os que mais dano causam à sociedade. Quando Lula estava preso espalhando mentiras nós o ignorávamos e usávamos as postagens para desmentir as mentiras de Bolsonaro sobre covid e vacina, vale o mesmo para agora.

O fato é que nessa escalada de esmerdeio ambos os lados se desvirtuaram de tal forma para pior que não são sequer reconhecíveis. Esse amontoado de estrume humano que se vê no poder não é esquerda. Não pode ser chamado de esquerda. Não tem como, por mais que se force muito a barra, não é possível identificar nada de esquerda nessas pessoas, a não ser o discurso que elas fazem questão de entoar, mas jamais colocam em prática.

Da mesma forma não dá para chamar o outro lado de direita. Passa longe, muito longe disso. Pessoas grotescas, toscas, animalescas que em nada se alinham com a ideologia de direita, a não ser no discurso, que também fazem questão de entoar, mas jamais colocam em prática.

O que existe no Brasil são dois grandes grupos de filhos da puta que disputam poder. Não tem esquerda, não tem direita, tem filho da puta e só. E seria muito bom que a gente comece a reconhecer isso e falar em voz alta, pois, por costume, acabamos nos referindo a eles como “esquerda” e “direita”, reforçando essa mentira. Daqui para frente só me referirei como “os filhos da puta que estão no poder” e “os filhos da puta que estavam no poder”.

Dar a alguém o selo de “esquerda” gera um monte de presunções que o conceito traz consigo, muitas delas positivas: um grupo ou pessoa preocupados com questões sociais, com uma mentalidade mais aberta, que valoriza direitos humanos, que busca por igualdade. É isso que vemos na prática? Não. Só no discurso, e, ainda assim, olhe lá.

Mas como o rótulo de “esquerda” confere algumas presunções positivas, muita gente acaba aderindo a ele. Este rótulo vem com vários bônus. Um deles é a vitimização das minorias: não se pode criticar, recriminar ou punir nenhuma suposta minoria (ainda que ela seja maioria no país) sob pena de que tudo seja colocado na conta de alguma “ia” ou “ismo” (homofobia, transfobia, machismo, racismo, etc.).

“Só um lado bate”, você deve ter escutado um zilhão de vezes. A “esquerda” tem a presunção de vítima, de civilizada, de sensata. A “direita” de agressiva, truculenta e preconceituosa. A verdade? O brasileiro, não importa em quem diga que vota, é, em sua maioria, bicho. Bate, briga, ofende e sim, tem preconceito. O negro que é um pouco mais clarinho que o outro negro o chama de macaco, se não na sua cara, por trás.

Eu entendo que demore um tempo para a sociedade reagir e perceber que o “título” que a pessoa ostenta não está mais compatível com seus atos. Mas gente… já deu, né? Ambos os lados já fizeram barbaridades suficientes para que qualquer cabeça pensante olhe e diga “não, não, essa pessoa não é de _________” (complete com “direita” ou “esquerda”).

Vejamos o caso que está na coluna “A Semana Desfavor”: sujeito andando no meio da rua (está filmado) e do outro lado vem uma idosinha, incapaz de representar qualquer ameaça e, ainda assim, o sujeito joga a idosa no chão, quebra sua perna (algo que em idade avançada pode significar até morte) e depois puxa a carta da homofobia para dizer que se sentiu ameaçado. Isso não é esquerda, isso não é militância, isso não é causa gay. Isso é filho da puta. Hora de começar a chamar essas pessoas pelo que elas realmente são: filhas da puta.

Ministra que ocupa dois cargos públicos, ambos com salários de 5 dígitos e que não tem qualificação para estar lá (ela não tem conhecimento ou formação para estar no conselho de administração da metalúrgica e já passou várias vergonhas por causa disso) abre a boca para falar que o termo “buraco negro” é racista.

Olha as prioridades da Ministra de Igualdade Social: atacar termo científico. Tanta injustiça, racismo real e desigualdade acontecendo no Brasil e essa despreparada vai a público falar uma merda dessas. Isso não é militante, isso não é esquerda, isso não é causa racial, isso é filha da puta. Hora de começar a chamar essas pessoas pelo que elas realmente são: filhas da puta.

Não vou mais dignificar essas pessoas chamando de “esquerda” ou “direita”, elas não têm que ter direito à presunção de alguns fatores positivos que orbitam em torno desses conceitos. Só vou chamar de filhos da puta e quem quiser que me acompanhe.

“Mas Sally, essas são a esquerda e a direita do Brasil”. Não. Não tem como você pegar um burro, pintar de branco e dizer “este é o coelho do Brasil”. Não é um coelho. A definição de coelho existe e um país não pode modificá-la. Não são nem esquerda, nem direita, são apenas filhos da puta. E o quanto antes as pessoas perceberem isso, menos vergonha passarão fazendo contorcionismo argumentativo para defender um lado ou outro.

Não seja Paquita de filho da puta. Não alce esses filhos da puta a uma categoria que está muito acima deles (esquerda e direita). É apenas filho da puta. É filho da puta puro, simples e ralé. Tudo filho da puta.

Para dizer que é a maior concentração de “filho da puta” por texto que você já viu, para dizer que o brasileiro aplaude por também ser filho da puta ou ainda para dizer que no Brasil quanto mais filho da puta, mais admirado: sally@desfavor.com

SOMIR

Eu gostaria de me concentrar na fala da excelentíssima ministra da Igualdade Racial brasileira, pois acho que ela é emblemática sobre o tema que estamos abordando. Costuma ter uma diferença entre quem entende sobre o que está falando e quem está inventando as coisas na hora. Quem entende vai construindo seu argumento com uma lógica interna consistente. Quem está enrolando quase sempre enfia os pés pelas mãos quanto mais tem que falar.

Se você já ouviu gente bem estudada sobre o tema de como o racismo contra negros está enfiado no meio do que acreditamos ser normal na nossa vida em sociedade, percebe que sim, vai além do que consideramos racismo óbvio. Eu cresci considerando “serviço de preto” uma expressão normal para algo malfeito, porque eu cresci num ambiente onde a nossa noção de racismo era cometer violências físicas contra negros.

E o curioso é que eu sempre tive contato com pessoas negras. Nunca vivi num dos “feudos” de gente rica que passa a vida entre pessoas brancas. Eu falava que “preto se não caga na entrada, caga na saída” DENTRO DA CASA do meu melhor amigo de infância, que era bem escuro, assim como sua família toda. A gente ria. É lógico que era racista. Eu não sei como as pessoas reagiam por dentro, mas por fora era crime sem consequência. Se eu fosse presumir, eu acredito que aquelas pessoas nem se consideravam negras por serem um tom de pele mais claro. Meio Neymar dizendo que não sofreu racismo por ser branco, sabe?

Teve uma onda de correção de discurso e comportamento social nas últimas décadas que trouxe essas coisas à tona, e pessoas com oportunidade de uma educação melhor como eu perceberam que era para abolir esse tipo de fala imediatamente. Nem lembro quando foi que eu parei de vez, mas eu não tenho nenhuma memória de adulto falando essas coisas. Sally e eu temos um acordo não oficial de zero limites no que falar um para o outro, sabemos que podemos falar a coisa mais incorreta do universo e que não vamos ser julgados. Nossas conversas nunca tiveram essas expressões.

Elas sumiram a partir de um certo nível de educação, e eu realmente não vejo mais isso acontecendo em conversas que tenho com brancos e negros na minha vida. Claro que tem muita gente usando as expressões ainda, e não vejo nenhum problema em manter a campanha de erradicação total de falas claramente racistas. Agora, voltemos à diferença entre saber do que está falando e enrolação:

Existem termos e expressões que abordam diretamente pessoas de pele escura e existem termos e expressões que abordam diretamente a diferença entre escuridão e luz. E essas são categorias completamente diferentes. O ser humano enxerga bem de dia e enxerga mal de noite. Isso é parte da nossa fisiologia. Quando a humanidade toda era negra, ainda na África, as pessoas se sentiam mais seguras de dia do que de noite, afinal, a visão é nosso principal sentido. O ser humano original, de pele muito escura, que nunca viu nenhum outro humano de outra cor, era racista por ter medo do escuro?

O conceito de que estar num ambiente escuro é mais perigoso do que um ambiente iluminado é algo que nem precisava de palavras definidas para ser compreendido. Macacos pelados não gostam de ter seu sentido mais importante enfraquecido, pois isso gera insegurança contra acidentes, predadores e até mesmo reduz nossa capacidade de fazer qualquer trabalho.

Por isso, eu sei que estamos falando de uma pessoa bem estudada quando ela combate termos que são diretamente relacionados com cor de pele de uma pessoa e sei que estamos falando de um enrolador quando ela combate termos baseados em diferença entre luz e sombra. O enrolador não entendeu o conceito central da coisa e começou a se empolgar inventando problemas onde eles nunca existiram. O enrolador não quer estudar, ele quer lacrar, fazer barulho, gerar atenção.

Quando Anielle abre a boca para falar que buraco negro é um termo racista, ela se expõe. Estava só repetindo um discurso que não entendia, e a partir disso, começou a inventar novas coisas que achava que eram relacionadas. O enrolador começa a falar bobagens mais e mais incríveis quando resolve expandir o tema que decorou ou se iludiu ter entendido para começo de conversa. O enrolador se entrega nesse tipo de insanidade. Buraco negro é a força mais poderosa do universo se você pensar meio segundo sobre o tema. Não entende sequer a parte física da coisa.

Estamos falando sobre esse grupo de enroladores que se enfiaram no meio do que se considerava esquerda política porque eles fazem mais mal do que bem para sua causa. Diversos países não tiveram uma guinada à direita porque são contra o comunismo, cidadão médio nem sabe o que é comunismo, quiçá capitalismo. É resultado direto desses impostores se enfiando no meio do que se julgava justiça social, desvirtuando o tema com ideias cada vez mais malucas, enroladores que não tiveram o mínimo trabalho de estudar o que estavam dizendo e que começaram a inventar mais e mais coisas que achavam ser parecidas com o tema.

Por mais que o cidadão médio não seja lá muito brilhante com suas ideias políticas, a enrolação acaba ficando exposta. Tem algo que não encaixa quando te dizem que homens engravidam também. Ok, pessoas podem querer ser reconhecidas como de outro gênero, mas isso não volta e muda fisiologia básica. Ok, não é aceitável usar linguagem que nos faça considerar negros inferiores, mas isso não vira uma reversão de conceitos como luz e sombra. Tem coisas que fazem sentido, tem coisas que são claramente enrolação de quem não tem a menor ideia de que causa está defendendo.

Se você pensa em esquerda como esse bando de gente preguiçosa que acha que inventar causas aleatórias é aumentar a quantidade de justiça no mundo, é claro que você começa a rejeitar a esquerda. Eu tenho a clara noção de que ideias como o comunismo não servem para melhorar o mundo, mas o meu filósofo preferido da atualidade (Slavoj Zizek) é um comunista incorrigível. Porque por mais que eu discorde de algumas partes das suas ideias, eu enxergo uma lógica interna muito consistente no que ele diz, e é claro, ele não se furta de apontar o dedo para quem suja o discurso da esquerda com ideologias enroladoras.

Assim como a direita não é só terraplanista e antivacina, a esquerda não é só lacração que fala de homem grávido e denuncia buraco negro como racista. O problema é que esses parasitas ideológicos são muito barulhentos, e como estamos vendo no caso do Brasil, conseguem aparecer em cargos de poder. Eles vão reforçando a ideia de que esquerda e direita são essas enrolações histéricas de quem não se esforça para estudar sobre o que está falando, e vão moldando o povão a escolher um dos exageros como as únicas ideologias possíveis.

Não era nem para ter discussão sobre quão estúpido é dizer que buraco negro é um termo racista, mas no meio da guerra ideológica de gente burra que virou o cenário político, ainda vai ter gente que defende essa imbecilidade por medo das maluquices do outro lado.

Não era mais simples combater os malucos do que ter que escolher um deles para ter poder sobre você?

Pelo visto não.

Para me chamar de racista (cada dia que passa fico menos, e você?), para dizer que nepotismo póstumo é pior ainda, ou mesmo para dizer que é por isso que se uniu aos radicais de centro: somir@desfavor.com

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Comments (4)

  • Após passar décadas vendo, ouvindo sobre e lendo a respeito de toda sorte de absurdos produzidos pelo Brasil, eu achava que nada mais poderia me aborrecer, me enojar, ou me deixar estupefato. Mas eu estava enganado. Quando é para chafurdar na merda, esta pocilga não cansa de nos mostrar dia após dia que sempre dá para se lambuzar mais um pouquinho…

  • Cheiro de ragebait… depois do advento da internet, pra mim quase tudo é fake, planejado, encenado, tudo pela atenção (não existe publicidade negativa) e pelo dinheiro. Não acredito mais na espontaneidade do mundo e das pessoas.

  • Chamar esse pessoal de filho da puta é uma ofensa. Uma ofensa as putas.

    Aguardem o processo por PROSTITUTOFOBIA.

  • “Paquita de filho da puta” hahahahahahahahaha
    Usar a palavra negro em qualquer contexto é racismo agora? Vão cancelar os milhões de falantes de espanhol? E pardos como sempre esquecidos no churrasco.

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