DRAMA! CAPÍTULO 10, CENA 1:

Na casa dos Somir, a confusão por causa do tarado nu continua

SUELI: Então, Sally… onde está esse tarado que te deixou apavorada?
SALLY: Ele estava lá fora, eu juro! Agora eu não sei onde ele está…
SUELI: Não sabe? Muito conveniente…
SALLY: Você está duvidando de mim? O Pedreiro e a empregada também viram!
SOMIR: Não vi ninguém do lado de fora da casa, Sally
SALLY: Ele não pode ter sumido de uma hora para outra!
SOMIR: Bom, já que não está acontecendo nada urgente, vou até o carro pegar minhas coisas
SALLY: Assim? Usando uma calça rosinha?
SOMIR: Sueli…
SUELI: Não bastava te trazer aqui depois de… depois de tudo, ainda tenho que pegar suas coisas no carro?
SOMIR: Tem

Sueli bufa e sai pisando forte, em direção ao carro

PANTERA: Achei essa roupa no varal da patroa para você vestir
PILHA: Nem pensar
PANTERA: Mano, não dá para escolher, só tinha essa
PILHA: É um vestido
PANTERA: É um vestido da dona Sally
PILHA: É um vestido rosa, e tem uma Hello Kitty na barriga
PANTERA: É isso ou ficar pelado

Pilha solta palavrões e se veste muito contrariado

DRAMA! CAPÍTULO 10, CENA 2:

OLAVO: Boa tarde, sou Olavo Camargo, o professor…
GOVERNANTA: Senhor Olavo, me acompanhe. A Sra. Helena lhe dará instruções
OLAVO: Helena é a mãe da criança?
GOVERNANTA: Não exatamente…

Olavo entra no quarto de Helena, onde esta o aguarda deitada em sua cama.

HELENA: Como vai, Professor Olavo?
OLAVO: A Senhora deve ser a responsável pelo aluno…

Olavo é interrompido por uma forte pancada no ombro

CARLÃO: Faaaaaaalaaaaa Professoooooor!
HELENA: Este é seu aluno
OLAVO: Mas… ninguém me avisou… eu não tenho prática com excepcionais…
HELENA: Pagarei em dobro
OLAVO: Mas… o que exatamente a Senhora gostaria que eu ensine a este rapaz?
HELENA: Tudo
OLAVO: Perdão?
HELENA: Tudo, desde ensino fundamental até boas maneiras
OLAVO: Qual é o seu objetivo?
HELENA: Fazer com que ele pareça um enfermeiro diplomado

Olavo dá um tapa na própria testa

DRAMA! CAPÍTULO 10, CENA 3:

Sueli sai em direção ao carro. Percebe um vulto se abaixando logo atrás do veículo e decide verificar do que se trata

PILHA: Se chegar perto de sujo toda de sang…
SUELI:

Sueli permanece imóvel, olhando para Pilha. Pilha continua mudo, olhando de volta. Minutos se passam e ambos se olham em silêncio. Um dos olhos de Sueli começa a latejar.

SOMIR: SUELI? VOCÊ ESTÁ BEM?
SALLY: Relaxa, nem um tarado vai querer ela
SOMIR: Não tem graça, Sally, ela está demorando!
SALLY: Vai até a janela e verifica se está tudo bem…
SOMIR: SUELI! VOCÊ ESTÁ BEM?
SUELI:
SOMIR: SUELI?
SUELI:
SALLY: Aconteceu alguma coisa?
SOMIR: Não sei, ela está lá parada e não responde!
SALLY: SOMIRAAAAA!

Sally e Somir correm para a rua, gritando o nome de Sueli. Sueli olha para trás e Pilha sai correndo.

SOMIR: Sueli! Está tudo bem
SUELI: Tá sim
SALLY: Tá surda, Somira?
SOMIR: Porque você não respondeu quando eu te chamei?
SUELI: Não escutei
SOMIR: Tinha mais alguém aqui?
SUELI: Não, não vi ninguém

DRAMA! CAPÍTULO 10, CENA 4:

Do lado de fora da casa dos Somir, Lindamar e Pantera se juntam a Pilha

PILHA: Vamos embora porque sujou…
LINDAMAR: Hihihihihi! Eu vi, meu patrãozinho se cagou
PILHA: É sério, Macaca! Vamos embora!
LINDAMAR: Macaca é a tua mãe, Drogado!
PANTERA: Fez a gente perder um bom emprego…
PILHA: Amanhã vocês voltam e inventam alguma coisa
LINDAMAR: DROGADO DE MERDA! * batendo na cabeça de Pilha
PILHA: MACACA!

Lindamar dá um soco na boca de Pilha, que cai desmaiado. Pantera coloca Pilha nas costas e todos entram em um ônibus.

DRAMA! CAPÍTULO 10, CENA 5:

Algumas horas depois, na casa dos Somir…

SALLY: O que foi que deu na sua irmã, hein?
SOMIR: Não sei, não entendi nada…
SALLY: Foi embora sem se despedir, com uma cara estranha
SOMIR: Falando nisso, precisamos ter uma conversinha sobre o que aconteceu hoje…
SALLY: TAMBÉM ACHO
SOMIR: Ótimo, porque eu…
SALLY: Temos que nos mudar
SOMIR: Hã?
SALLY: É isso mesmo, temos que nos mudar, eu não me sinto mais segura aqui
SOMIR: Mas a gente sempre morou aqui e nunca teve problemas!
SALLY: Você sempre disse que era provisório, só até conseguir ser sócio da empresa!
SOMIR: Mas eu não sou sócio da empresa ainda!
SALLY: Não ERA, acabei de ligar para o meu pai
SOMIR: Não preciso da sua ajuda para crescer profissionalmente
SALLY: Contei para ele o que aconteceu, ele ficou muito preocupado e sugeriu que nos mudemos. E com o seu novo salário, podemos nos mudar
SOMIR: Podemos?
SALLY: Podemos, só vamos ter que cortar alguns luxos
SOMIR: Sally, você não é boa em cálculos
SALLY: Tem um condomínio bem seguro em um bairro próximo!
SOMIR: É um condomínio de luxo!
SALLY: O dono de tudo aquilo é amigo do meu pai, o Sr. Antunes. Vamos jantar na casa dele hoje e conversar sobre a mudança
SOMIR: Assim? Sem me consultar?
SALLY: Eu sei o que estou fazendo…

DRAMA! CAPÍTULO 10, CENA 6:

OLAVO: Meu jovem, qual é a sua graça?
CARLÃO: Minha graça? Tenho várias… deixa eu contar uma piada pro Senhor: uma menina mostra a mão fechada para uma colega e pergunta “adivinha o que eu tenho nessa mão!”
OLAVO: Não foi bem isso que eu…
CARLÃO: e a amiga respondeu “Uma moedinha?”
OLAVO: Você não me entende…
CARLÃO: Aí a menina continuou mostrando a mão fechada e disse “Não! Boba! Adivinha o que eu tenho nessa mão!”
OLAVO:
CARLÃO: Aí a amiga dela disse “uma pedrinha?”, aí a menina disse “Não! Paralisia infantil!”

Carlão ri compulsivamente da própria piada. Olavo suspira

CONTINUA…

FALTAM 2 POSTAGENS PARA A 200ª

DRAMA! CAPÍTULO 9, CENA 1:

Na casa dos Somir, Sally observa apavorada o estranho desnudo que baila frente à janela. Enquanto isso Lindamár continua desesperada tentando contato com seu marido pelo telefone.

SALLY: Carlos?
PANTERA:
SALLY: Carlão?
PANTERA:
SALLY: EI, VOCÊ!
PANTERA: Pois não?
SALLY: Agradeço a preocupação, mas não precisa ficar me abraçando assim.
PANTERA: Que qué isso dona! Nada mais do que minha obrigação como cavaleiro! Tô te protegendo!
SALLY: Eu preferiria que você fosse lá fora e desse conta dele! *apontando para o exterior da janela*
PANTERA: Tá me estranhando? Prefiro encoxá a senhora!
SALLY:
PANTERA: Escoltá. Eu queria dizê escoltá… manja?
SALLY: Me larga.
PANTERA: Droga…

Pantera solta Sally e continua observando a dança do acasalamento entre Pilha e o poste.

SALLY: Porque ele fica dando esses pulinhos?
PANTERA: Onde foi pará o celulá dele?
SALLY: Hein?
PANTERA: Nada… *afastando-se e seguindo até Lindamár*

Na cozinha:

LINDAMÁR: ATENDE! ATENDE! FILHO DE UM RAMPEIRA!
PANTERA: Acho que não vai rolá ligá pra ele, Linda.
LINDAMÁR: Por quê, hein?
PANTERA: Curte só…

Com um gesto, Pantera indica para Lindamár onde está Pilha agora. Lindamár começa a perceber a relação entre os toques do celular e os pulos de seu parceiro na rua.

LINDAMÁR: Ele… Ele não fez isso… Não… Né?
PANTERA:
LINDAMÁR: NOJENTO! EU NÃO MEREÇO ISSO!

Sally escuta a reclamação de Lindamár.

SALLY: Eu juro que isso nunca aconteceu antes aqui na rua! Normalmente é tão tranqüilo…
LINDAMÁR: AQUELE SAFADO VAI SE VER COMIGO EM C…

Pantera tapa a boca de Lindamár.

PANTERA: É… Não fica legal pra uma dama falá essas coisa, né?
LINDAMÁR: … É… Já está ruim demais assim.

DRAMA! CAPÍTULO 9, CENA 2:

Enquanto isso, na comunidade Nova Esperança, Olavo e Kelly assistem o DVD especial de 10 anos do grupo “Só no popô”.

KELLY: Eu adoro essa coreografia, Olavinho! Olha só o grau de dificuldade!

Kelly coloca as mãos nos joelhos e começa a remexer seu traseiro de forma extremamente artística. Olavo começa a perceber uma certa característica redentora na até agora extenuante maratona de axé.

O telefone começa a tocar, Olavo atende:

VOZ FEMININA: Alô?
OLAVO: Pois não?
VOZ FEMININA: Senhor Olavo Camargo?
OLAVO: O próprio.
VOZ FEMININA: O senhor me foi indicado pela escola primária daqui da região como o mais indicado para aulas particulares. Preciso de um professor particular.
OLAVO: Claro! Eu posso fazer isso. Ensino Matemática, Português, Ciências e Geografia para qualquer criança do primário.
VOZ FEMININA: Excelente. O senhor terá que entender que essa tarefa tem de ser totalmente sigilosa, mas estamos dispostos a pagar muito bem pelo trabalho.
OLAVO: E quando eu posso começar?
VOZ FEMININA: Se possível agora mesmo. Por que o senhor não vem até aqui para conhecer seu aluno?
OLAVO: Tudo bem, só me diga o endereço. Ah sim, garanto que além de ótimo professor, sou um excelente modelo de conduta e moral para a criança!

*voz de Kelly, empolgada ao fundo*
“É NA BUNDINHA! É NA BUNDINHA! PÕE PÕE TUDO NA MINHA BUNDINHA!”

VOZ FEMININA:
OLAVO: Ahem… O… endereço, por favor?

DRAMA! CAPÍTULO 9, CENA 3:

Na carro de Somir, Sueli pilota tranquilamente.

SOMIR: Ai… Ma… Mana… Você não disse que… a Sally estava em perigo? V-vai mais rápido!
SUELI: Você se concentra em não fazer nenhum estrago no banco do carro e eu me concentro em chegar até lá.
SOMIR: Se v-você não en… engatar a terceira marcha… o motor vai fundir.
SUELI: Dá para parar de me criticar? Não bastasse a cena dantesca que eu tive que presenciar enquanto você corria até o meu banheiro, ainda vai me dar mais desgosto? Fica quieto, Somir.
SOMIR: Eu quero chegar… logo.
SUELI: Para proteger sua esposinha?
SOMIR: Sim… Se alguém vai matar aquela ali, sou eu! Ai…
SUELI: Nesse caso…

Sueli enfia o pé com força no acelerador.

DRAMA! CAPÍTULO 9, CENA 4:

Do lado de fora da casa dos Somir, Pilha começa a voltar às suas faculdades mentais anormais. Percebe que está agarrado com um poste, totalmente nu.

PILHA: “De novo? Por que eu sempre acabo atracado com um poste? Pelo menos dessa vez eu não trepei nele e não vou precisar dos bombeiros para descer… Onde eu estou?”

Um transeunte, o único expectador externo da cena, aproxima-se percebendo que o antes insano nudista agora parece mais calmo.

POPULAR: Você… está bem?
PILHA: TÔ ÓTIMO, FILHO DA PUTA! Tô sempre bem quando fico pelado na rua.
POPULAR: Opa! Não precisa ser mal-educado!
PILHA: Você devia estar feliz que uma estrela feito eu está conversando com um desdentado feito você! Larga de enrolar e me arranja alguma coisa pra vestir!
POPULAR: Só tenho a roupa do corpo e um real no bolso, moço.
PILHA: PASSA ESSE REAL! PASSA!

DRAMA! CAPÍTULO 9, CENA 5:

Enquanto isso, na casa dos Somir.

SALLY: Parece que o maluco lá sossegou.
PANTERA: Deixa pra lá, dona. Devia tá bêbado, manja?
SALLY: Peraí… eu acho que já vi aquele rosto em algum lugar.
LINDAMÁR: AI MEU DEUS! TÔ TENDO UM PVC! *caindo no chão*
SALLY: PVC? *olhando para Lindamár*

Sally corre até Lindamár para acudi-la.

LINDAMÁR: Ai, será que ninguém vai cuidar daquele maníaco da rua?
PANTERA:
SALLY: Calma… calma.
LINDAMÁR: Eu sô crente! Não posso ver essas coisas!
SALLY: Por isso que é tão peludinha…
LINDAMÁR: … PÔXA! SERÁ QUE NINGUÉM VAI CUIDAR DAQUELE MANÍACO NA RUA ENQUANTO EU FICO AQUI DEITADA COM A DONA SALLY ME OLHANDO?
PANTERA:
SALLY: O meu marido está chegando, calma.
LINDAMÁR: SE TIVESSE AQUI UMA PANTERA, EU MANDARIA ELA ESPANTAR O PELADÃO DAQUI!
PANTERA:
SALLY: Hein?
PANTERA: … AH! Dona Sally, preciso dar uma… cagada. Já volto.
SALLY: Ok… *sem graça* Eu vou lá ligar para a polícia.
LINDAMÁR: Eu acho que estou vendo minha vózinha! Tem uma luz branca tão bonita…
SALLY: Calma! Fica aqui comigo!

Pantera escapa pela porta dos fundos.

DRAMA! CAPÍTULO 9, CENA 6:

Alguns minutos depois, Somir e Sueli chegam até seu destino.

SUELI: Pronto, estamos em casa!
SOMIR: Cadê… cadê o tarado que a Sally disse que estava aqui?
SUELI: Conhecendo sua esposinha, aposto que essa história não cheira bem.
SOMIR: Falando nisso… Foi mal. *sorriso maligno*
SUELI: Foi mal o quê? *fungando* AAARGH! SOOOMIIIR! *desesperada para tirar o cinto de segurança*
SOMIR: He… hehe…

Nos fundos da residência, Pantera escora, também enojado, um homem nu todo ensangüentado.

PANTERA: O cara era ainda mais magro que você, porra!
PILHA: Tinha mais um, que apareceu do nada! Juro! Mas você viu o que o meu nariz fez na mão dele?
PANTERA: Encheu de sangue?
PILHA: Espero que ele goste de hepatite. Passei o abecedário todo pro filha da puta!
PANTERA: Caralho, desencosta!

Pantera solta Pilha, que se estabaca no chão.

PILHA: ME RES… *cuspindo um dente* RESPEITA!
PANTERA: Fica aê, mano. Vou ver se cato uns panos pra você vestir.

Somir finalmente abre a porta de sua casa, e depara-se com Sally abanando a candidata a doméstica.

SOMIR: O que acontece aqui? Posso saber?

Sally e Lindamár olham surpresas para Somir.

SOMIR: O quê foi? Estão com esse sorrisinho na cara por quê? Hein? Não ousem rir do homem dessa casa!

Sueli, que acabara de entrar, cochicha algo no ouvido de Somir. Ele se lembra que está trajando uma apertada calça de moletom cor-de-rosa, emprestada por sua irmã. Tenta abaixar um pouco a camisa, visivelmente envergonhado.

SUELI: Era isso ou um vestido.
SOMIR: O que a gente combinou?
SUELI: Tá bom, tá bom… Nunca mais falaríamos no assunto.
SOMIR: Alguém vai me explicar o que aconteceu?

Sueli começa a gesticular pelas costas de Somir dando a entender a situação que fez Somir trocar de calças. Sally e Lindamár começam a rir. Somir olha para trás.

SUELI: Essa é pelo o que aconteceu no carro.
SOMIR:

CONTINUA…

DRAMA! CAPÍTULO 8, CENA 1:

Pantera, Lindamar e Pilha chegam à casa dos Somir:

PANTERA: Chegamo, Mano
LINDAMAR: Pilha, pode ir agora, eu tenho que trabalhar.
PILHA: Negativo. Vou aguardar aqui na porta.
LINDAMAR: Tá desconfiando de mim, Drogado?
PILHA: De você não, DELE!
PANTERA: Tem uma boca de fumo no fim da rua…

Pilha vai saindo de ladinho, dá três passos e depois corre em direção ao fim da rua. Lindamar e Pantera tocam a campainha.

SALLY: Olá! Boa tarde!
PANTERA: Ô DELÍCIA!
LINDAMAR: Boa tarde, Dona Sále
SALLY: Você deve ser o Carlão…
PANTERA: Pantera…

Lindamar chuta Pantera

PANTERA: Carlão Pantera, é o meu nome!
SALLY: Carlão Pantera? Diferente, né? O banheiro fica logo ali, por favor…
LINDAMAR: Dona Sále, posso dar um telefonema?
SALLY: Claro, Lindamar, o telefone fica logo al…

Lindamar já se encontra pendurada ao telefone. Pantera começa a marretar o banheiro, o que obriga Lindamar a falar mais alto.

LINDAMAR: DROGADO! VOLTA PARA CÁ SEU ASPIRADOR DE PÓ!
SALLY: Vou sair para que você possa falar à vontade…
LINDAMAR: DROGADO FILHO DA PUTA! SE VOCÊ NÃO VOLTAR AGORA EU VOU TE TIRAR DAÍ NA PORRADA, ESTÁ ME OUVINDO!
SALLY: Estou aqui na janela, se precisar de mim…
LINDAMAR: EU DISSE JÁ! LARGA ESSE CELULAR E VOLTA JÁ!

Sally observa a paisagem na janela tentando não ouvir a conversa constrangedora. Um homem sem roupa aparece correndo freneticamente, pulando e gritando

PILHA: EU SOU UM ASTRO DO ROCK! DÁÁÁÁ PRA MIIIIIM

SALLY: Essa vizinhança está ficando cada vez pior, está na hora da gente se mudar…

DRAMA! CAPÍTULO 8, CENA 2:

Na casa de Helena, Carlão é levado pela Governanta para um quarto.

GOVERNANTA: Vista isto, Senhor
CARLÃO: Isso?
GOVERNANTA: Sim, Senhor.
CARLÃO: A Madame gosta de branco?
GOVERNANTA: A ocasião pede, Senhor. Questão de assepsia
CARLÃO: Quem é essa?

No quarto de Helena:

SR. ANTUNES: Helena, esse rapaz não me parece adequado
HELENA: Papai… o senhor nunca confia em ninguém!
SR ANTUNES: Meu Amor, eu apenas me preocupo com seu bem estar!
HELENA: Fique tranqüilo, ele tem um curriculum excelente
SR ANTUNES: Está bem, Helena, se é do seu agrado, contrate o rapaz. Tenho que voltar ao trabalho agora

DRAMA! CAPÍTULO 8, CENA 3:

Olavo está solitário na sala. Kelly saiu e voltará tarde. A solidão de Olavo aumenta.

Olavo se levanta e abre uma caixa de DVDs de Kelly, na esperança de encontrar algum vídeo dela para “homenageá-la”. Olavo lê rapidamente alguns títulos:

  • Chupa Toda
  • O Pinto
  • Não para
  • Fiel à putaria
  • Meu Picasso
  • Sei o que quer tome aí
  • Movimento do Quadril
  • Só Pica
  • Se você quer tome
  • Sacanagem, Patifaria
  • Tome, tome
  • As Piriguetes chegaram

Olavo sorri como uma criança e decide se aliviar com ajuda dos filmes impróprios. Quando está colocando o DVD no computador, Kelly abre a porta

OLAVO: Pombinha! Você voltou mais cedo!
KELLY: Qual é o problema, Olavo? Tá me olhando com essa cara de cachorro cagando na chuva porque?
OLAVO: Nada…
KELLY: Qual é a merda que você tava fazendo Olavo?
OLAVO: Nada…
KELLY: Que porra é essa na tua mão, Olavo?
OLAVO: Nada! NADA!

Kelly toma o DVD da mão de Olavo

KELLY: Olavo…
OLAVO: Desculpe! Eu… eu…
KELLY: Olavo, eu não acredito…

Olavo abaixa a cabeça extremamente envergonhado

KELLY: Eu não sabia que você gostava de axé! Você ia ouvir um arquivo de músicas de axé! E das boas! Olavo, que orgulho de você! Agora que eu sei que você gosta de axé, vamos ouvir sempre!

Kelly coloca o DVD para tocar: “Cheguei no pagode com meu Picasso chamando atenção…”

Olavo olha com cara de desespero

Kelly rebola e canta ao som da música: “Mas pra entrar no meu Picasso vai ter que sentar no colo! Oh, sentar no colo. Vai ter que sentar no colo!”

DRAMA! CAPÍTULO 8, CENA 4:

Somir corre do carro em direção à porta de entrada da casa, já berrando no caminho:

SOMIR: Saaaaaaly! Eu vou te mataaaaaar

Sally sorri de forma calma e diz para Lindamar:

SALLY: Lindamar, agora você vai conhecer meu marido. Não repara não, ele é um imbecil.
LINDAMAR: Sim senhora, o meu também é!
SALLY: Então, não quero que você obedeça a nada do que ele pedir, certo?
LINDAMAR: Certo, Senhora
SALLY: Você só obedece ordens minhas, certo?
LINDAMAR: Certo

Somir entra na casa suando frio e coloca o dedo na cara de Sally:

SOMIR: VOCÊ! Me aguarde, vamos ter uma conversinha!

Somir corre para o banheiro e entra já abaixando as calças.

PANTERA: Ô DONA! SEU MARIDO É VIADO?
SOMIR: Sally! Quem é esse homem?

Sally lixa as unhas e responde:

SALLY: É o pedreiro que você escolheu, Meu Querido…
SOMIR: SAI DO MEU BANHEIRO!
PANTERA: Não posso, Dotô, to trabalhando

SOMIR dá um grito e sai correndo pela porta de casa.

LINDAMAR: Onde ele foi?
SALLY: Aposto que foi cagar na casa da irmã dele, que mora lá no fim da rua
LINDAMAR: No fim da rua, Dona? Lá não é meio barra pesada não?
SALLY: É, é um lugar ruim. A infeliz foi roubada pelo namorado, ficou sem nada e teve que ir morar ali
LINDAMAR: Sério?
SALLY: Sério. O sujeito levou tudo que ela tinha, até os móveis…
PANTERA: PRONTO, DONA, JÁ ACABEI AQUI NO BANHEIRO!
SALLY: Obrigada Carlos Pantera, mas meu marido já saiu. Foi cagar na casa da irmã. Tomara que ele entupa a privada dela…
PANTERA: Tomara mesmo, se entupir é só chamar eu!
SALLY: ME chamar
PANTERA: A Senhora também trabalha no ramo? Quem diria… *Pantera olha com cara de depravado para Sally

Sally repara que Lindamar gesticula freneticamente

SALLY: O que foi, Lindamar? Algum problema?
LINDAMAR: Não, Dona Sále, nada não *abanando os braços da esquerda para a direita
SALLY: Você está gesticulando em direção à janela?
LINDAMAR: Não, Dona Sále, estou dançando

Sally vai até a janela e se depara com Pilha, completamente nu, lambendo um poste.

Sally se assusta e liga para Somir:

SALLY: SOMIR! VOLTA PARA CASA!
SUELI: Graças a você, Queridinha, seu marido não pode atender
SALLY: Somira?
SUELI: Sueli. Somir está no banheiro
SALLY: MANDA ELE VOLTAR PARA CASA RÁPIDO, TEM UM TARADO MALUCO PELADO NA PORTA DE CASA, ESTOU COM MEDO!
SUELI: Ele não tem condições de dirigir
SALLY: TRAZ ELE PARA CASA AGORA SOMIRA! DIRIGE VOCÊ! VEM RÁPIDO!

CONTINUA…

DRAMA! CAPÍTULO 7, CENA 1:

Sally sorri de forma vilanesca enquanto afasta-se de Somir.

SOMIR: Você está blefando.
SALLY: Há, até pa… *pensativa*
SOMIR: Você não teria coragem.
SALLY: Ok, amor… Você me pegou. Mas que você merecia, merecia.
SOMIR: Viu, Sally? Eu te conheço com a palma da minha mão.
SALLY: O que eu posso fazer? Eu sou uma mulher transparente.
SOMIR: Mas não se preocupe, da próxima vez eu não atraso! Palavra de Tiago Somir Silva!
SALLY: Jura?
SOMIR: Juro!
SALLY: Então volta logo para o seu trabalho que eu vou preparar um jantar bem gostoso para você, amorzinho. E isso vai ser só o começo… *riso tímido*
SOMIR: Eu gosto mais de você assim. Já estou indo…

Somir dá um beijo em Sally, veste seu paletó e segue rumo ao trabalho.

DRAMA! CAPÍTULO 7, CENA 2:

Lindamár começa a reconsiderar se foi uma boa idéia ter Pilha de volta ao normal.

PILHA: EU ESTOU COM FOME!
LINDAMÁR: PROBLEMA SEU! VAI TRABALHAR!
PILHA: MAS QUE MERDA DE ESPOSA É ESSA QUE NEM COZINHA PRO MARIDO?
LINDAMÁR: TÁ ACHANDO QUE EU SÔ TUA EMPREGADA, SINHÔZINHO?
PANTERA: FALA BAXO QUE EU TÔ VENDO TV!

Silêncio. Pilha e Lindamár olham para Pantera, sentado no sofá da sala.

PILHA: Quem é esse?
LINDAMÁR: O vizinho.
PILHA: Por que ele está sentado no nosso sofá?
LINDAMÁR: Acho que ele tá vendo a novelinha… Hihihi…
PILHA:

Pilha se posiciona entre Pantera e a TV.

PILHA: Sai da minha casa, favelado!
PANTERA: A sua patroa me dexô ver a novela.
LINDAMÁR: Eu acho…
PILHA: Não importa, isso aqui é momento de intimidade do casal. Passa fora!
LINDAMÁR: Panterinha, é melhor você ir… Ok?
PANTERA: Porra, bem no meio da Pantanal?
PILHA: Pantanal?
LINDAMÁR: *suspiro*
PANTERA: É verdade que você deu uns pega nessa mina aqui?
PILHA: Ela nem conseguia andar no dia seguinte…
PANTERA: Uau!

Pilha senta-se ao lado de Pantera e continuam vendo a novela. Lindamár resigna-se e resolve retornar a ligação recebida anteriormente.

DRAMA! CAPÍTULO 7, CENA 3:

Somir está no meio do caminho quando começa a sentir um certo desconforto.

SOMIR: “Não, ela não faria isso…”

O desconforto vai ficando cada vez mais sério, sons estranhos emanam da barriga dele, acompanhados por dolorosas pontadas.

SOMIR: “Ela fez isso…”

O desespero vai tomando conta de Somir, agora com dificuldades até de controlar o carro. Depois da quinta buzinada seguida de impacientes motoristas na rua, decide que precisa expurgar o mal de dentro de seu corpo o quanto antes.

SOMIR: “Se eu usar o banheiro da empresa, vou pegar fama lá… O “trombeta” que o diga… E a minha secretária vai ficar sabendo… E se eu já chegar cagado? Não… Eu tenho que voltar pra casa…”

Somir, suando frio, faz um esforço e acelera de volta para casa.

DRAMA! CAPÍTULO 7, CENA 4:

Na comunidade Nova Esperança, Olavo observa sua esposa com roupas muito diferentes das habituais.

OLAVO: Você sempre teve esse vestido?
KELLY: Você acha que está muito curto? *preocupada*
OLAVO: Não… não… Está ótimo, pombinha. Comportado do jeito que eu gosto!
KELLY: Que bom! Semana passada ficaram me olhando feio.
OLAVO: Ah, está explicado. Vai na igreja, não?
KELLY: Sim! Eu nunca me afasto da minha fé.
OLAVO: Espera que eu vou junto então.
KELLY: Tá maluco?
OLAVO: Hã? Não quer que eu te acompanhe na igreja?
KELLY: Não, você vai me fazer pagar mico! Nem batizado você foi.
OLAVO: Não é igreja evangélica?
KELLY: Não, é de crente.
OLAVO:

Kelly busca uma bíblia debaixo de uma pilha de calcinhas, segura-a confiante e sai de casa.

DRAMA! CAPÍTULO 7, CENA 5:

Enquanto isso, Sally recebe uma ligação.

SALLY: Alô?
LINDAMÁR: Alô! Dona Sále?
SALLY: Sé-li.
LINDAMÁR: Não, aqui é a Lindamár! Hihihi…
SALLY: É… E então, Lindamar…
LINDAMÁR: Tem acento no mar. Már.
SALLY: Linda… már… Você pode ou não trabalhar aqui em casa?
LINDAMÁR: Claro! É só me passar o enderecinho e eu já passo aí.
SALLY: Ok, anota aí…

DRAMA! CAPÍTULO 7, CENA 6:

Lindamár termina de anotar o endereço num papel, Sally continua o assunto:

SALLY: Você conhece um tal de Carlão?
LINDAMÁR: Conheço sim. Meu vizinho.
SALLY: Ele é de confiança?
LINDAMÁR: Mais que o meu marido! Hihihihi…
SALLY: Nossa! Vou ligar para ele agora.
LINDAMÁR: Boa sorte. Até daqui a pouquinho.

Lindamár desliga o celular e se aproxima da TV.

LINDAMÁR: Pilha, cadê o cartão do ônibus?
PILHA: Shhhh…
LINDAMÁR: Vai chiar a tua mãe! Você pegou o meu cartão do ônibus! Devolve!
PILHA: SHHH, PORRA!
LINDAMÁR: AH É? *desligando a TV*
PILHA E PANTERA: PORRA, ERA CENA DE CACHOEIRA!
LINDAMÁR: Não interessa. O cartão, Pilha!

Um celular começa a tocar. Pantera atende:

PANTERA: Alô?
SALLY: Carlão?
PANTERA: Depende… é polícia?
SALLY: N-n-não… É sobre um emprego…
PANTERA: Sou eu mesmo! Tava brincando, dona.
SALLY: Hehe… Eu estou precisando de um pedreiro para consertar o meu banheiro e…
PANTERA: Sou pau pra toda obra! Quando eu começo?
SALLY: Por mim, pode começar agora.
PANTERA: Só falar o endereço.
SALLY: Ok, anota aí…

Pantera pede um papel para Lindamár, que entrega o que acabara de usar. Depois de anotado, ele desliga.

LINDAMÁR: Ai, burra! Anotei no mesmo papel que te dei. Vou copiar em outro… *pegando o papel* Ué, é o mesmo?
PANTERA: A gente pode rachar o busão! Com o seu cartão!
LINDAMÁR: Isso! Peraí…
PILHA: Peraí digo eu! Vocês não vão juntinhos não! Tão me achando com cara de otário?
LINDAMÁR: Mas é emprego, drogado de merda!
PILHA: Foda-se. Eu vou junto para garantir que esse descamisado não apronte.
PANTERA: Tá bom, tá bom… A gente divide o cartão com você também.
PILHA: Viu, Linda? Ele não me acha otário!
LINDAMÁR:

DRAMA! CAPÍTULO 7, CENA 7:

Ainda no quarto de Helena, Carlão fica com os olhos fechados, esperando um beijo.

HELENA: Querido… Chega mais perto…
CARLÃO: Tá cum vergonha?
HELENA: Isso e paralisia completa do pescoço para baixo.
CARLÃO: É sua primera veiz?
HELENA: *suspiro*
CARLÃO: Xá cum o Carlão aqui! Vô te dá uns trato!
HELENA: Isso, garanhão! Me pega no colo!

Carlão toma Helena nos braços. Ele começa a perceber que a mulher está completamente à vontade, relaxada e imóvel. Ela realmente é muito bonita. Carlão começa a estranhar que justamente ela se proponha a pagar por sexo. Ele coloca a mão por detrás da cabeça de Helena e a traz mais próxima de sua boca. O beijo iminente é interrompido por uma batida na porta do quarto.

GOVERNANTA: Ele chegou! Helena, ele chegou!
CARLÃO: Ele quem?
HELENA: Ai… justo agora?

A porta do quarto se abre. Um homem, do alto dos seus 50 anos de idade e extremamente bem vestido, adentra o ambiente e choca-se com a cena.

HOMEM: Helena, o que é isso?
CARLÃO: CÊ É CASADA?
HELENA: Papai… esse é… é…
CARLÃO: CASADA COM SEU PAI?
HELENA: *suspiro*
GOVERNANTA: Esse é o novo enfermeiro da sua filha, Sr. Antunes.
SR. ANTUNES: Por que ninguém me avisou? E porque escolheram um tão… moreno?
CARLÃO: Enfermêro?
HELENA: Papai, o que eu disse para o senhor sobre preconceito?
SR. ANTUNES: Vai me dar outro processo… Ok.
CARLÃO: Eu num era posti…
HELENA: Carlos, agora você já pode me colocar na cama.
CARLÃO: Na frente deles? Vô cobrá mais!
SR. ANTUNES: Oras, essa classe assalariada quer compensação extra por tudo?
HELENA: Carlos, o nosso acordo era quinhentos reais por semana. Correto?
CARLÃO: É pra já!

Carlão coloca Helena na cama e começa a levantar sua camisola.

HELENA: CARLOS!
SR. ANTUNES: Florzinha, não tem nada aí que eu já não tenha visto antes.
HELENA: Mesmo assim eu tenho vergonha. Ele pode me banhar outra hora…
CARLÃO: Hein? A gente vai mandá vê ou não?
SR. ANTUNES: Eu posso esperar lá fora até o banho terminar.
CARLÃO: Firmeza! *tirando a camisa*
GOVERNANTA: Senhor Carlos! Temos um vestiário só para isso, o senhor pode colocar seu uniforme por lá.
SR. ANTUNES: Esse proletariado…

A governanta escolta Carlão até outro quarto. Carlão não entende mais nada.

CONTINUA…

DRAMA! CAPÍTULO 6, CENA 1:

Ainda no condomínio de luxo, Carlão ajeita o cabelo e bate na porta antes de entrar no quarto de Helena.

HELENA: Pode entrar
CARLÃO: Dá licença, Moça…

Carlão entra no quarto e se depara com uma jovem deitada em uma suntuosa cama da casal.

CARLÃO: Caraio Mano! Essa cama é maior qui o campo de futibol lá da rua!
HELENA: Você deve ser o Carlão…
CARLÃO: Às orde!

Carlão estica o braço para cumprimentar Helena, que continua imóvel na cama. Carlão se aproxima um pouco mais e estende o braço novamente. Helena apenas o olha.

CARLÃO: Ô moça, não vai me cumprimentar não?
HELENA: Adoraria
CARLÃO: Então porque não cumprimenta?
HELENA: Não posso, Carlão, sou tetraplégica
CARLÃO: Essas religião maluca tem cada proibição… Beijar pode?

Carlão faz um bico e fecha os olhos.

DRAMA! CAPÍTULO 6, CENA 2:

Na casa dos Somir, Sally espera seu marido para o almoço. Impaciente, ele liga para seu celular:

SALLY: Somir, você vem MESMO almoçar? Você sempre diz que vem, eu deixo de sair, fico te esperando para comer e sempre acontece alguma coisa e você não pode vir!
SOMIR: Que parte do “eu já disse que vou” você não entendeu, Sally? Essa sua desconfiança me ofende! Eu vou, ok? No máximo meio dia estou aí!
SALLY: Tá bom, mas por favor não atrase, a nova diarista vem fazer uma entrevista às duas da tarde, tenho que estar desocupada nesse horário…

Sally vai preparar o almoço. Sally vê TV. Sally faz as unhas. Sally vê o tempo passar. Sally conhece seu marido, então, aguarda pacientemente que o relógio marque meio dia e telefona novamente

SALLY: Somir, você disse que estaria aqui meio dia
SOMIR: Que horas são?
SALLY: Meio dia
SOMIR: Pois é, não pude ir, mas eu posso explicar
SALLY: Você prometeu que nunca mais deixaria de cumprir horários comigo!
SOMIR: Sally, o carro do colega que ia me dar carona quebrou, eu não tive como ir!
SALLY: Somir, exite ônibus, existe metrô, existe táxi…
SOMIR: Sally, eu tenho culpa do carro dele ter quebrado? Não depende da minha vontade!
SALLY: Somir, se fosse uma coisa realmente importante para você, você dava o seu jeito de estar aqui! Você poderia ter vindo, porque não pegou um táxi?
SOMIR: Sally, eu não descumpri o que prometi, simplesmente fiquei sem carona!
SALLY: APOSTO QUE SE FOSSE PARA RECEBER UM PRÊMIO EM DINHEIRO VOCÊ TERIA DADO UM JEITO DE VIR PARA CÁ!
SOMIR: Já vai começar? Que saco… Se é para dar escândalo, estou indo para aí, mas não posso demorar, porque tenho uma reunião importante

Sally desliga o telefone na cara de Somir e almoça sozinha.

DRAMA! CAPÍTULO 6, CENA 3:

LINDAMAR: BIMBANATARRAQUETA!
PILHA: Hã…?
LINDAMAR: Pilha, você está bem? Estou indo para uma entrevista, ok? É para um emprego, você acha que pode ficar aqui sozinho?
PILHA: Salve o Corinthians, Campeão dos Campeões, Eternaaaaamente…
LINDAMAR: Fudeu! Ficou retardado mental!

Pantera bate no vidro e chama Lindamar

LINDAMAR: Não consigo entender o que está escrito neste papel!
PANTERA: Deixa comigo, Dona!

Pantera entra na casa, pega o papel e tenta decifrar o que está escrito. Após dez minutos de silêncio, Pantera sorri de forma vitoriosa, levanta, segura Pilha e bate sua cabeça com toda a força na parede da sala.

PILHA: QUE PORRA É ESSA? LINDAMAR! JÁ FRITOU O OVO QUE EU TE PEDI?
LINDAMAR: Pilha? É você?
PILHA: Não, é a puta que te pariu, arrependida da merda que fez, querendo de botar para dentro da buceta de novo! Vai fritar um ovo!
PANTERA: Viu, Dona? Tem coisas nessa vida que só na porrada mesmo…

DRAMA! CAPÍTULO 6, CENA 4:

Nas ruas do centro da cidade, Kelly passeia com seu short intra-uterino e seu top-tampa-mamilo:

POPULARES: Se eu tivesse uma mãe como você, mamava até os trinta anos de idade!
KELLY: hihihihihihi! Bacana quem valoriza a família, né?
POPULARES: Bunda boa de plantar caralho, hein?
KELLY: hihihihihihi! Cantada ecológica!
POPULARES: Com um cuzinho desses, você está convidada a cagar lá em casa!
KELLY: hihihihihihi! Hospitalidade é uma qualidade rara hoje em dia!
POPULARES: Me diz quem é sua ginecologista que eu quero chupar o dedo dela!
KELLY: hihihihihihi! Bacana se interessar pelos meus médicos
POPULARES: Você é tão gostosa que eu vou te dar um vestido de saliva!
KELLY: hihihihihihi! Adoro homem que se interessa por moda!
POPULARES: Posso tocar no seu umbigo… pela parte de dentro?
KELLY: hihihihihihi! Adoro gente que quer me conhecer bem!
OLAVO: Precisa mesmo responder, Kelly?
KELLY: Ai Olavo! Deixa de ser antipático!

DRAMA! CAPÍTULO 6, CENA 5:

Somir abre a porta e se depara com Sally sentada à mesa, aguardando-o. Ele percebe que ela preparou seu prato favorito. Comovido, Somir se senta e come com sua esposa, enquanto puxa uma conversa infeliz:

SOMIR: Sally, você precisa aprender a confiar mais em mim…
SALLY: Não, Somir, meu problema é justamente o contrário, confiar demais em você
SOMIR: Sally, se eu disse que não poderia vir, eu tinha um motivo
SALLY: Pois é, Somir, você é o rei do auto-perdão, sempre existe um motivo, né?
SOMIR: Sally, você precisa aprender a ser mais compreensiva
SALLY: Que tal você aprender a não se comprometer com o que não pode cumprir?
SOMIR: Desculpa, minha bola de cristal estava quebrada, não tive como prever que o carro do meu amigo ia quebrar!
SALLY: O carro do seu amigo não era a única forma possível de você voltar para casa, Somir!
SOMIR: Não foi culpa minha, Sally, foi um motivo de força maior!
SALLY: Você não está escutando o que eu estou dizendo? Ou não está querendo entender?
SOMIR: Eu vim aqui para almoçar com você e você ainda fica brigando comigo, Sally?
SALLY: Ah… você está me fazendo um favor? É isso? Não está aqui porque quer?
SOMIR: Não dá para agradar você, Sally! Parece que você gosta de brigar!
SALLY: Dá para me agradar sim, não me deixando na mão, que tal?
SOMIR: Um dia em que eu não venha almoçar com você não é o fim do mundo, ninguém vai morrer por causa disso, não sei porque tanto estresse!
SALLY: Não é um dia, Somir! Você sempre faz isso!
SOMIR: Imprevistos acontecem o tempo todo!
SALLY: E se acomodar com um imprevisto em vez de tentar solucioná-lo também, né?
SOMIR: Eu não me acomodei!
SALLY: Eu nunca sei se posso contar com você!
SOMIR: Tá de TPM, Sally?
SALLY: REI DO AUTO-PERDÃO! REI DO AUTO-PERDÃO!
SOMIR: Ok, Sally. Sou Rei. Ao menos eu sei perdoar, ao contrário de você que é biologicamente incapaz de perdoar…
SALLY: Sabe perdoar mesmo, Somir?
SOMIR: Sim, eu sei perdoar.
SALLY: Então me perdoe…
SOMIR: Assumiu que está errada?
SALLY: Nem fodendo, Meu Querido…
SOMIR: Então tenho que te perdoar de que?

Sally joga uma embalagem vazia de laxante em cima da mesa, se aproxima do ouvido de Somir e diz:

SALLY: MSE, lugar de Rei é no troninho…

CONTINUA…