Flertando com o desastre: Fora de curso.

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Alguém aqui tem feito algum curso ultimamente? Qualquer coisa: curso, palestra, especialização… qualquer merda que não seja uma faculdade? Porque eu queria saber se eu sou uma intolerante mal-humorada ou se realmente a falta de qualificação, de noção e de bom senso das pessoas está tomando proporções galopantes.

Juro para vocês que eu sinto VERGONHA de dizer isso que vou dizer, e que só vou falar porque estou protegida pelo anonimato, porque é muito escroto: eu me choco ao constatar como tem gente burra no Brasil. É feio demais dizer isso, soa arrogante, soa intolerante, soa babaca. Mas eu me sinto assim. Não é o tipo de coisa que se possa comentar com os colegas de curso nem mesmo com pessoas no dia a dia: “Como tem gente burra fazendo esse curso, não?”. Pode pensar, mas não pode comentar, porque fica feio. Mas aqui é o local para despejar todas as coisas feias que não podem ser ditas no mundo real, então, eu pergunto: Como tem gente burra fazendo cursos, não?

Supõe-se que se você vai fazer um curso, seja ele de física quântica, seja ele de costura, é porque quer aprender. Supõe-se que se você quer aprender, você escolha um curso cujos professores saibam mais do que você. Supõe-se que se os professores sabem mais do que você, o digno a fazer é sentar o cu na cadeira e OUVIR. Mas não. Infelizmente não é essa a regra. Normalmente nos deparamos com a peculiar figura do “Perguntador a Qualquer Preço”, uma criatura que não suporta a ideia de ficar calada, concentrada, apenas ouvindo. Há um revertério emocional e a pessoa começa a abrir a boca.

O Perguntador a Qualquer Preço quer aparecer, ele quer se fazer notar, mesmo que seja com perguntas ignóbeis, óbvias e até mesmo burras, só para marcar presença. Tem uns mais descontrolados que apenas repetem a última frase do professor, não me perguntem porque. Eu sinto um mix de vergonha alheia com raiva, porque além de atrasar o andamento da aula, essas intervenções impertinentes denotam uma carência e burrice do Perguntador a Qualquer Preço. Ele, evidentemente, não se dá conta e acha que está passando uma imagem de interessado e até, pausa para rir, inteligente. Não ter noção da própria inconveniência é uma praga do mundo moderno.

Também existe o Burro Puro, aquele que não quer aparecer, mas não entende porra nenhuma de nada pelo simples fato de ser muito burro. Para piorar, o burro não parece ter consciência de que é burro. O burro acha que pode camuflar sua burrice com interesse ou então que se perguntar dez vezes a mesma coisa, talvez na décima ele entenda a explicação. Não é possível que a pessoa não perceba, ao longo da vida, que todo mundo compreende o que está sendo ensinado antes dela. Dá para a pessoa perceber que é burra, que tem dificuldade com aprendizado. É perfeitamente possível que a pessoa analise sua vida acadêmica pregressa e veja como ela sempre esteve um passo atrás na turma.

Se você é burro, cale a boca e ouça para ver se aprende em vez de ficar bombardeando o professor com perguntas apenas para parecer interessado ou não-burro. Cale a boca e ouça, só pergunte se realmente não entender.E pergunte uma vez só, se não entendeu de segunda, espere até o intervalo e pergunte em particular, para não atrasar o andamento da turma. Porque tem disso, tem burrinho que além de tudo é preguiçoso, quer tudo mastigadinho no curso. Não é assim, tem que fazer a sua parte, te que estudar sozinho também. Chegue em casa e estude. Não fique fazendo colocações no que o professor falar, principalmente se forem meras reiterações do que ele já disse. Não espere que um curso resolva toda sua vida. Se você detectou que demora mais a entender, faça um favor a si mesmo e aos seus colegas e estude o tema da aula ANTES da aula, assim você já vai para lá com uma noção e, quem sabe, nivela seu intelecto com o do resto da turma. Burro não tem vergonha não? Se eu fosse burra eu estudaria dobrado só para não deixar transparecer isso.

Temos também aqueles que, inteligentes ou burros, tem uma enorme dificuldade em ser coadjuvante enquanto o professor brilha sozinho. Isso me irrita profundamente. A premissa do curso é essa: professor brilha sozinho. Não gosta de ficar calado ouvindo? Se inscreve em um grupo de estudo, onde a premissa é todo mundo falar. Aluno de curso não brilha, quem brilha é o professor, a proposta é essa. Mania que essa gente egocêntrica tem de querer se destacar em tudo, de querer ofuscar tudo, se achar desinteressante qualquer coisa que não tenha sua pessoa no meio. Vão e contam experiências pessoais no meio da aula… vontade de costurar a boca da pessoa com arame farpado enquanto sussurro: “você não é tão interessante, ninguém quer saber…”

Além do citado Perguntador a Qualquer Preço, existe um similar mais agressivo: o Questionador a Qualquer Preço. Ele que quer posar de espertão, de cabecinha pensante, questionando coisas que não são passíveis de questionamento. São os tumultuadores da aula. O professor fala que o céu é azul como introdução para um ponto no qual pretende chegar e o questionador já o interrompe relativizando um FATO. O céu é azul, mas o questionador quer aparecer, ele não concorda que o céu seja azul, ele acha que se questionar tudo vai ser visto como esperto, como inteligente, como proativo. Daí força a barra para um debate totalmente desnecessário apenas porque tem um prazer quase sexual em ficar ouvindo sua própria voz.

Eu tenho muita dificuldade em disfarçar minha irritação com esses egocêntricos questionadores. Quando eles começam a falar (e nunca é rápido) vai me subindo um desconforto, uma inquietação que em segundos se transforma em um desejo quase incontrolável por violência física. Gostaria de ser mais equilibrada e permanecer imóvel, com cara de paisagem, na mais solene inércia contemplativa com um desprezo silencioso e chique. Contorço o corpo na cadeira, bufo, reviro os olhos. Se o professor der trela para o energúmeno, sou capaz de tirar o celular da bolsa e mandar uma mensagem para alguém desabafando. A irritação vai aumentando progressivamente à medida que o questionador vai ganhando espaço. Já aconteceu de eu levantar e ir embora, porque não aguentava mais aquilo. Pior coisa é bater palma para maluco dançar, e infelizmente, muito professor faz isso.

Nesse ponto, devo admitir que sou mimadinha, porque o direito me acostumou mal: professor fala, aluno cala a boca. No final da aula, se houver um questionamento, se fala em particular com o professor. E não tem espaço para “eu não concordo”. Como eu mesma costumava dizer a meus alunos: A lei essa, concorde você ou não, aliás, foda-se se não concorda, estuda, vira Ministro do STF e muda a interpretação da lei. Até lá, recomendo que aplique a lei como eu estou falando ou vai ganhar uma rosca na prova. Sim, eu falava isso. Porque eu sou grossa? Porque eu sou escrota? Não, porque tinha gente ali sentada, ávida por aprender, que estava sendo paunocuzada por esses babacas. Isso direito tinha de bom: não abria espaço para os questionadores compulsivos. Tomavam um fora na segunda pergunta. E se algum elemento viesse narrar sua experiência pessoal de forma impertinente, ouvia um “depois da aula você conta, porque não diz respeito ao que está sendo discutido”.

Tem também as pessoas carentes, que levantam a pata para uma suposta pergunta, mas graças a um mix de carência com falta de poder de síntese, acabam se estendendo e contando uma longa história desconexa e sem desfecho, pois se perdem em seu próprio pensamento. Seria até um gesto de caridade do professor interromper essa epilepsia emocional que faz os carentes vomitarem uma sequência de palavras sem nexo, mas no geral, o professor ouve até o final.

Gente que fala sem parar assuntos remotamente relacionados com o que está sendo dito, atrasando o andamento da aula, merece um chute nas costelas. E o professor que consente isso merece uma tijolada na boca. Será que a pessoa não se manca de que não sabe falar, não sabe sintetizar? Manda um e-mail para o professor em vez de atrasar o andamento da aula! Novamente: é uma AULA, não é terapia de grupo, não é grupo de estudo, não é roda de amigos. Caralho, que dificuldade é essa que brasileiro tem de assistir uma aula com a postura correta? Calar é assim tão difícil? Precisa tumultuar as coisas?

Infelizmente em outras áreas menos formais do que o direito parece que neguinho bate palma para maluco dançar. Começam os questionamentos, os debates. Vá pra porra, eu paguei o curso para ouvir O PROFESSOR falar, não um Zé Ruela que está querendo holofote. Eu gosto de gente tirana, que não dá trela para babaca carente que quer atenção ou precisa se provar para o bando. É esse medinho de ser rude, de ser politicamente incorreto, de desagradar quem paga o grande responsável por cursos que poderiam ser de duas semanas durarem dois meses. As pessoas já programam o curso pensando no tempo que os chatos farão o professor perder! Minha gente, isso é poste mijando no cachorro!

Isso não é bom nem mesmo para os alunos, mesmo para os inconvenientes. Eu, pessoalmente, sempre aprendi melhor com tiranos que me cobravam muito e acredito que o brasileiro médio não funcione muito bem com quem lhe passa a mão na cabeça. É um povo que tende à acomodação, a fazer apenas o necessário e a achar que a pouca merda que faz tá linda. Precisa de alguém que sacuda e diga “Sua pergunta é impertinente” ou então “Reformule com poder de síntese e me mostre a pertinência temática do que você está falando”. Enquanto passarem a mão na cabeça desse bando de idiotas teremos uma horda de Busters do Arrested Development povoando os cursos.

Para coroar o desânimo, tem ainda aquela desvalorização coletiva de quem tem empenho em aprender. Não importa qual seja a área, é uma constante ver aluno reclamando se professor manda ler várias páginas em casa. Dá vontade de perguntar como a pessoa se formou ou como ela pretende passar em um vestibular sem ler. No Brasil, parece que mandar ler ofende. Parece que o professor te mandou dar meia hora de cu. Apesar de já ter presenciado muitas vezes esse piti pós-orientação de leitura, ainda me choco. Tá lá fazendo o curso porque? De palhaçada? Não quer aprender vai vender churros na esquina e não enche o saco de quem quer aprender!

Mas acaba que o aluno que quer aprender é o chato, o pau no cu, o nerd, o pentelho que gosta de ler. E é desvalorizado. O Brasileiro Médio, sempre muito espertão, acha que existe um jeito malandro de aprender sem ler, só na malemolência e quem opta pelo caminho mais “tortuoso”, que seria a leitura, é um otário. Minha ira é ver professor fazer vista grossa para um abusado que ousa reclamar de uma orientação de leitura. Uma vez, UMA ÚNICA VEZ fizeram isso comigo. E foi só dessa vez. Sabe, se você cortar o mal pela raiz, a erva daninha não cresce. Mas infelizmente o curso quer é alunos, quer é pagamento no final do mês, e para tal, faz o possível para não desagradar, mesmo que isso implique em abrir as pernas e nivelar por baixo. São negócios, eu sei. Pois é, eu sei. Apenas não me conformo.

Eu sou de um tempo onde se consegue a coisa através do estudo. Talvez me falte conformismo para entrar no jogo e entender que as pessoas, em sua maioria, fazem cursos mais pelos contatos do que pelo conteúdo, pelo aprendizado em si. Talvez me falte estômago para esse mise-em-scène de eu te pago, você finge que me ensina e eu faço contatos. Na verdade, eu sou uma bosta para fazer contatos, porque as pessoas no geral me irritam. Eu sento a bunda na cadeira e procuro aprender o que me está sendo ensinado, porque eu sou de um tempo onde a razão de ser principal de um curso era a aula. Hoje acredito que não seja mais. Talvez eu precise me adaptar.

E quando o professor é uma bosta? Quando você vê claramente que ele não tem domínio do que está falando, que não se preparou para estar ali, que não sabe se fazer entender? Acho isso estelionato intelectual, colocar para ensinar quem não está apto a fazê-lo. E não se trata de curriculum, pois a pessoa pode ter um notório saber, mas não conseguir se fazer entender, falar com simplicidade. Muitas vezes o que falta não é conteúdo e sim didática. Em todos os casos, fico me sentindo com duas orelhas de burro na cabeça por ter pago para ouvir alguém que não está apto a ensinar. O desespero só aumenta quando constato que meus colegas parecem não se dar conta disso. Faz sentido, já que provavelmente eles estão ali mais para fazer contato e nem se importam se a aula for uma merda. Mas ainda assim, fico me perguntando se eu sou louca, intolerante ou coisa do tipo.

O cronograma é outra coisa que me aborrece. Primeiro que dificilmente as aulas começam no horário. Quando o professor não atrasa, atrasam os alunos e o frouxo do professor em vez de fechar a porta e começar a aula para os poucos idiotas que chegaram na hora, amarela e espera todo mundo chegar. Os irresponsáveis ditando horário! Sensacional! Os sem consideração roubando tempo de aula de quem se esforçou para chegar no horário! Fico puta quando essa gente é premiada. E os atrasos valem também para o retorno após os intervalos. Somando todos os atrasos no início ou na retomada das aulas, acaba-se perdendo um tempo precioso e o cronograma dificilmente é cumprido. Acho desrespeito, mas como só eu me aborreço, tenho que me aborrecer calada para não passar por chata, antipática. Porque se você não está com a maioria, é chata e antipática. A crítica só recebe validade se a pessoa pensa como você. É de fazer cair o cu da bunda, viu?

O que leva pessoas a pagarem por um curso e ficarem batendo papo durante a aula? Sim, existem pessoas que se comportam como crianças e fazem isso. Por quê? Estão enganando a quem? A elas mesmas? Não sei, mas com certeza estão prejudicando a todos. E o que leva um professor a ter a paumolescência de não advertir um elemento que está prejudicando o aprendizado daqueles que pagaram para ouvi-lo? Bem ou mal há uma hierarquia dentro de qualquer sala de aula, quem está no comando (ou ao menos deveria estar) é o professor. Não cabe a um aluno virar e gritar “VAMOS CALAR A PORRA DA BOCA, POR OBSÉQUIO?” Seria rude. Só o professor está autorizado a esse tipo de atitude.

A verdade é que os professores de todas as áreas devem estar de saco cheio, assim como eu estou. Devem estar desesperançosos, porque uma vez a cada ano bissexto deve aparecer um aluno que seja bom, inteligente, esforçado e interessado. O resto é encheção de linguiça para ganhar dinheiro. Ele finge que ensina, os alunos fingem que aprendem, só em troca do título, do certificado do curso ou dos contatos. Os professores entram no jogo porque se forem intransigentes como eu e se deixarem irritar, não sobrevivem.

O saldo final disso são professores frouxos, que não cobram dos seus alunos. Não me refiro à cobrança escolar, com prova e nota, me refiro a forçar o cérebro durante as aulas, a obrigar o aluno a suar a camisa, a usar todo seu potencial. O professor tem que ditar o ritmo mais avançado possível durante uma aula. O aluno mais forte deveria ser o referencial, não o mais fraco. Deixar o elo mais fraco ditar o limite é nivelar uma turma por baixo, desestimular as cabeças pensantes e recompensar a estupidez.

O problema é que no geral os alunos são, em sua maioria, muito fracos e se forçar uma barra, a maioria fraca abandona o curso, que acaba não se pagando. E quem paga o preço é o aluno mais preparado, que fica exposto à monotonia, à falta de desafio intelectual. É um problema sem solução, pois mesmo que se coloque um anuncio de curso apenas para pessoas muito inteligentes, essa massa burra vai se inscrever, pois se acham inteligentes. Seria preciso alguém com culhões de amargar uma ou duas turmas com prejuízo, até fazer o nome e ficar notório que aquele curso realmente exige do aluno, é nivelado por cima. Aí sim haveria uma reunião das cabeças pensantes naquele curso. Mas isso demoraria, dificilmente alguém esteja disposto a bancar essa estratégia. Quem dá dinheiro é o Brasileiro Médio mesmo. Eles são maioria.

Não é a toa que tem muito professor desestimulado, puto, que liga o foda-se e se transforma em um hipócrita. Eu compreendo. Deve ser mesmo desesperador precisar cativar um brasileiro médio hiperativo, burro, incapaz de se concentrar, incapaz de ficar no papel de coadjuvante, incapaz de parar de achismos mesmo sem o menor conhecimento técnico sobre a matéria e com a capacidade de concentração e memória de um peixinho dourado.

Na verdade,me surpreende que não ocorram assassinatos em sala de aula. Eu, se não tivesse parado de dar aula, já tinha matado um. Tá puxado fazer qualquer tipo de curso, porque todos esses imbecilóides que tumultuam a vida de quem quer aprender são maioria e os professores tem que abrir as pernas para eles e seus hábitos repulsivos. Se você for mais esperto do que eu, ponha uma coisa na sua cabeça: vá ao curso para fazer contatos e para conseguir o certificado, abstraia tudo que for ouvir. Vai se aborrecer menos e tirar melhor proveito.

Para constatar que minha depressão continua, para citar experiências pessoais desse tipo de postura para que eu veja que não estou maluca ou ainda para comentar o outro lado, o do professor: sally@desfavor.com

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Comments (214)

  • “Porque tem disso, tem burrinho que além de tudo é preguiçoso, quer tudo mastigadinho no curso.”
    O parágrafo sobre o Burro Puro me fez lembrar de um curso de alemão que fiz durante dois semestres (e é de uma escola de idiomas com uma baita reputação no Brasil). Uma coisa que era extremamente irritante: tradutores. Tipo, o professor, em alemão, fala pra fazermos tal exercício ou whatever que seja. Aí, sempre tinha um BP pra resmungar “hã?” e outro aluno falava em português o que tinha que fazer. Nada contra quem tem dificuldades, claro. Mas caramba, se está num curso de idiomas, é esperado ao menos TENTAR falar e pensar no idioma, não? Mas geralmente esses BPs são do tipo que não praticam o que aprendem e acham 2 horas semanais de curso o suficiente pra adquirir fluência.
    Enfim, abandonei o curso e aprendo por mim mesma. Posso fazer os meus horários e sem ninguém pra me atrasar (se me perdoe a intolerância)

  • Ah!!! Uma outra coisa que é sofrível pra esta geração: seguir ementas e cronogramas!!!
    Já tivemos umas três aulas atrasadas só neste semestre pois os semoventes não haviam trazido o material de estudo para a aula (uns PDF`S que foram disponibilizados com antecedência suficiente, pois o professor envia prum e-mail coletivo da sala)por motivos de: “ahhhh psoraaa…. não truxe… nem entrei no e-mail” (sic)…
    Mas no Instagram postaram toda a churrascada da laje no FDS.

  • Me sinto tão “em casa” aqui!!! Outro texto que relata uma situação da minha vida que ando considerando sacal: voltar a cursar outra faculdade depois dos 30.
    Na primeira que fiz, isso lá pelos idos de 1997, não via tanta gente boçal no meio acadêmico.
    Inventei de fazer outra graduação por vontade de mudar de área mesmo, e que péssimo retorno!
    Embora esteja na mesma Universidade onde fiz a primeira graduação, essa diferença de mais de uma década me chocou muito. O panorama é outro.
    Os alunos em sua maioria são uns selvagens. Tenho certeza que nem sabem o que estão fazendo ali.
    E acontece isto corriqueiramente: professor recomenda leitura X, Y, Z e a maioria da turma reclama, exatamente como vc narrou, Sally.
    Trabalhos onde é necessário gastar um pouco (fazemos muitas maquetes) são altamente criticados, desmerecidos…
    História da Arte, então… Uma matéria que ouço muitos destes semoventes reclamando que é totalmente desnecessária.
    Futuros Arquitetos! Hahahahahahaha!!!!!
    Uma vez desabafei com um professor, sobre o como é difícil estar ali no meio e sentir este choque de gerações, e porque não dizer, choque cultural, e ele me assegurou que a mim nada aconteceria… Que de toda aquela turba, eu seria a que menos iria sofrer no mercado de trabalho.
    Concordei com ele em partes.

    • Em parte é bom porque sua concorrência é composta basicamente por imbecilóides, mas em parte é ruim porque hoje um imbecilóide com contato vale mais do que um inteligente estudioso.

  • ” Deve ser mesmo desesperador precisar cativar um brasileiro médio hiperativo, burro, incapaz de se concentrar, incapaz de ficar no papel de coadjuvante, incapaz de parar de achismos mesmo sem o menor conhecimento técnico sobre a matéria e com a capacidade de concentração e memória de um peixinho dourado.”

    Desculpa, eu ia comentar alguma coisa, mas tive uma crise de riso quando li isso. Muito, muito bom, Sally. Melhor blog ever!

  • Desculpa, mas o Danilo Bobagento Gentili é um MERDINHA, um DESPERDÍCIO DE SANGUE, um egocentrico que se acha a última bolacha do pacote.

    Tá por cima pelos conchavos e se sustentando na base da apelação, até porque se fosse depender do talento nível pênis de Selton Mello dele, ele estaria fudido.

    O considero tão bom humorista quanto o chiliquento do Fábio Porchat, em suma, um nada.

    E pensar que teve idiota achando que eu estava querendo a cabeça dele. Hahahá! Ele é tão merda que não faz nem por merecer muito da minha atenção.

    Pra terminar, não é por isso que vou pagar pau pra um merdinha tipo o Wyllys. Sério, ele virou bode expiatório pra reaçada, ávida pra arranjar um pretexto pra marcar mais confortavelmente seu espaço no jogo do poder.

    • Você disse o que pensa dele, mas não explicou PORQUE pensa assim. Por favor aponte suas razões com atitudes dele que justifiquem isso.

      • Aponte a contradição ” Ele é tão merda que não faz nem por merecer muito da minha atenção.” Sinceramente acho que seria legal apresentar argumentos aceitáveis pra criticar algo, caso contrário soa sem nexo algum, lembra o péssimo jornalista – pausa para rir – Miogo Dainard. E levar pra conotação sexual acho que não é o melhor caminho, só acho… afinal, nenhum de nós tem esse grau de intimidade com ele (ainda bem).

    • Sam, eu acho vergonhoso o que estão fazendo, mas não dá para chamar de censura não. Se você pega dinheiro do Governo e diz algo que vai de encontro à legislação vigente do país, não deveria se beneficiar de recursos públicos para isso. Ela foi muito infeliz dizendo que estavam fazendo “Legítima Defesa” ao amarrar um ser humano em um poste e cortar sua orelha. Não tem nada de legítimo nisso e dar dinheiro público para alguém vomitar uma merda dessas é realmente equivocado. Dizer que é COMPREENSÍVEL, ok, sagrado direito dela. Porém dizer que foi LEGÍTIMA DEFESA COLETIVA não. Daí não pode com o dinheiro público.

      Tudo bem que TODO o dinheiro público vem sendo usado de forma equivocada, principalmente para emissoras de TV, mas isso não significa que quem o faz tenha o direito de evocar isso. Tem que fiscalizar TODO MUNDO e quem quer falar o que quer que não use dinheiro público. Qualquer pessoa que entenda um ato de tortura (a constituição veda tortura em QUALQUER situação) como Legítima Defesa merece perder o dinheiro público que ganha para falar. Ninguém a está censurando, só não estão financiando seu vômito fecaloide…

      • Concordo com o que você diz, tanto que a cada desdobramento e respingos que essa “opinião” dela causa sinto maior revolta com essa moça. Não mediu seus atos e está prejudicando toda uma coletividade (no caso seus colegas de emissora). Essa foi a primeira opinião que a Raquel incita a violência (as outras só eram demasiadas arcaicas).
        O que acho errado é a dePUTAda querer fazer da emissora um bode expiatório, um boi de piranha com uma “punição exemplar” e que “sirva de parâmetros para outras TVs” O último vejo exponencialmente perigoso, “parâmetros”, “mídia” tudo isso a eminente aprovação do marco civil da internet. Sem falar que ela pediu a CASSAÇÃO da concessão pública do sbt. Isso sim é censura.

        • Se tem que punir, tem que punir TODO MUNDO, concordo plenamente. Mas vai ter quem diga que ela não deve ser punida porque ninguém é. Daí eu discordo.

          • Também concordo no seu discordo. Mas cassar concessão já é demais, não que vá ocorrer né, isso deve ser uma grande bravata pra causar medo na imprensa.

            • Se cessar, tem que cessas a da Globo também, pois a lei a condiciona a uma programação cultural, educativa e que respeite a moralidade. Novela com bebê jogado em caçamba, com gente se espancando, com mocinha cujo objetivo de vida é vingança e tortura e corta o cabelo da antagonista, com programa com bunda de fora e putaria e todo o resto que a Globo apresenta não se encaixam na exigência legal.

              Mas a gente sabe como a banda toca, o respeito à lei só é cobrando de quem incomoda.

            • Sam, isso é factoide pra faturar em cima. Dependendo, pode dar uma boa desequilibrada nas contas do SBT e puxar a emissora pro buraco, mas tá mais pra bravata do que para uma ação a sério.

              Arranjar problemas no campo jurídico é dor de cabeça na certa e não compensa muito sair querendo comprar briga sem ter uma boa ideia do que está em jogo na queda de braço.

  • Estou na minha segunda faculdade, tenho passado por isso todos os dias, adorei o texto!!’ A parte em que fala da mensagem para alguém, chorei kkk Parabéns!! Não tenho coragem de falar que me sinto assim, principalmente com os colegas de turma, arrasou!

    • É que eu sinto que vou explodir se não falar. Não sei como lidar com esses sentimentos agressivos que tomam conta de mim quando esse tipo de pessoa começa a se manifestar. Talvez eu deva tomar um calmante antes da aula começar…

      • Zaq (o cachorro!)

        eu escrevo em letras miudinhas no caderno ofensas monstruosas contra o idiota que interrompe a aula! Seguidamente, aula após aula, escrevo sobre o tipo físico, invento apelidos, penso no que a pessoa supostamente fez no dia e invento manias escrotas, escatologias e etc…. Assim me distraio e sequer escuto a voz do retardado, acabo rindo do que escrevo!

  • Na minha escala, o pior é quando qualquer tipo de idiotas como esses que você mencionou no texto vira aluno preferido do professor…

    • Certamente. Um babaca que deveria ser cortado virar aluno favorito só mostra a mediocridade e insegurança do professor.

      • Velho… Professor pau no cu é a pior coisa que tem. Atrapalha muito mais do que um babaca. O pior é quando você é a única pessoa a não gostar do professor. Isso já aconteceu com você?

  • Passei por vários cursos assim, mas quando cheguei na faculdade peguei uma turma totalmente o oposto disso. Povo fica puto quando não tem aula, se esforça, esculhamba professor que enrola aula.
    Mas até achar essa foi muita frustração T.T

  • Eu fazia um curso de administração de empresas, que no final era curso de ‘como ser secretária’. As pessoas que estavam lá, estavam pelo currículo para que pudessem arranjar um emprego de salário mínimo. Elas ficavam bravas porque tinha que fazer atividades extra-classe, a professora era extremamente antiética (se o seu celular tocasse, você tinha que levar chocolate para ela na aula seguinte) e os trabalhos eram medíocres que não ensinavam nada de liderança e apenas como se portar em trabalho (não postar coisas pessoais no facebook, não dizer ‘meu amor’ em e-mail para chefe, não fazer fofoca (?)). Não aguentei duas semanas, tive que pagar uma multa absurda por quebra de contrato, mas aprendi a nunca mais fazer esse tipo de curso.

  • Felizes colocações sobre a triste realidade do sistema educacional BARsileiro. Pior é constatar que a ocorrência dos fatos relatados está em toda a esfera educacional do nosso país, do ensino médio ao superior, da pós ao técnico, da capacitação a especialização, todas as salas de aula parecem ocupadas com o estudante médio. Essa lei do menor esforço me incomoda, gostaria realmente de chegar em algum curso pra acrescentar e não pra rever grande parte do conteúdo dado na aula.
    O que me causa ira é professor incapacitado ou com falta de comprometimento, claramente levando a aula na gaita, esperando o tempo passar. Sobre alunos, um dos piores tipos são aqueles que repetem o que o professor disse usando paráfrase pra acariciar o ego de professor e fazer-se notar. Outro tipinho irritante é aquele que a cada frase interrompe o raciocínio do professor, que por consequência não desenvolve suas ideias e dificulta o aprendizado de quem estava acompanhando as suas ideias.
    Muito desses tipos insuportáveis poderiam ser evitados com condutas enérgicas dos professores, mas por conveniência ou subordinação muitos tem que aceitar essas malas, afinal, infelizmente os cursos não fecham ou terminam com 5 alunos.

    • Até acho que o professor da graduação, cujo salário independe do numero de alunos, corta mais. Mas, professor de curso, que ganha dependendo do numero de alunos que atrai, abre as pernas porque o “grande público” é essa gentalha mesmo. Uma pena.

  • Puta, Brasil tá foda… Talvez o mundo todo esteja, mas deve estar em níveis variados, não é possível. Estou terminando um MBA, e acho até que me dei bem. Maioria dos professores tem sido bons, um ou outro perdido na vida. Os colegas, bom, tem muito homem na sala e quando começam a rir de piadinhas dignas da pré adolescência, da vontade de chorar e vontade de matar… Falta o taco de beisebol citado acima pra fazer uns favores pra humanidade. E quando a ser chata eu mesma me autodenomino (não sei se tá escrito certo…) chata e irritadiça, eu que vejo problema em tudo, ou quero explicação pra tudo… Foda-se. Eu fui muito mal criada por pais pobres e honestos (dois fodidos na vida, claro…) e eu não consigo essa porra de dançar conforme a música, fazer contato, dar tapinha nas costas e sorrir amarelo, não dá. Eu me cobro meu mérito nas coisas que faço. Então, morrerei pobre, sei disso. Consegui fazer um curso numa faculdade pública, que me ajudou a abrir os olhos, a cabeça, e com toda dificuldade e sucateamento que as federais estão sofrendo, ainda assim, há 10 anos atrás, eu aprendi a pensar e apurei o senso crítico que eu já tinha. Sou eternamente grata aos meus professores por isso. Sou muito feliz em saber que não sou burra. Posso não ter poder pra mudar porra nenhuma, mas tenho um orgulho filho da puta da minha capacidade de pensar e entender. O sistema pode me deixar pobre eternamente, mas isso ele não me tira. O Brasil de hoje é um acinte pra gente como eu (como nós), que gosta de estudar. Resta o sonho de um dia, quem sabe, tentar a vida em outro país e ver se tem algum nível de melhora…

    • A merda, Vani, é que a nossa capacidade de raciocinar vale muito para nós mas pouco para a sociedade atualmente. E infelizmente, o tempo e a forma como nós e nossos entes queridos viverão depende basicamente do quanto dinheiro conseguiremos ganhar. Ou seja, por mais que sejamos inteligentes e saibamos raciocinar, nós e nossos entes queridos viveremos com pouco conforto, baixa qualidade de vida e com a saúde precária. Adianta saber raciocinar diante de um quadro desses?

      • As vezes fico pensando no sentido ligeiramente contrário: será que não dá pra raciocinar “nos moldes” do que temos hoje? Ser minimamente esperto e tentar sair na frente? Também não proponho sei lá, criar uma estratégia mirabolante e totalmente inovadora de produto/serviço que ninguém tenha inventado até hoje mas…

        • Nos moldes de hoje tem que ter contatos para entrar em qualquer lugar cuja profissão seja de uma avaliação mais subjetiva.

          Você acha que eu escrevo bem? Você acha que eu seria uma boa escritora, roteirista ou coisa do tipo? Pois é. A maioria das pessoas acha que NÃO. Como faz?

          • Por que a maioria das pessoas acha isso? Quem é essa “maioria”? Editoras? Emissoras de TV?
            Porque o público do Desfavor, tenho certeza, ama seus textos.

            • Marina, o público do Desfavor representa 0,001% do Brasil. O mercado é composto basicamente por Brasileiro Médio. O livro mais vendido é o do Padre Marcelo Rossi, seguido por 50 Tons de Lixo. É isso aí que o povo quer.

              Veja bem, mesmo o Desfavor sendo DE GRAÇA, não alcança uma audiência enorme. Imagina então se eu passar a cobrar pelo que escrevo…

      • E concurso, Sally? Você seria uma promotora excelente.
        E o salário dos magistrados e procuradores te proporcionaria uma vida digna.

        • Foi-se o tempo que passava no concurso quem estudava mais. Além disso, SE a pessoa quiser arriscar tentar passar estudando, são pelo menos dois ou três anos estudando 10h por dia. Não posso me dar a esse luxo de ficar parada dois anos a essa altura do campeonato.

  • Bom, pelo menos na área jurídica há pós-graduações online, o que evita a divisão de espaço com brasilopitecos. Daí tem que ver se alguma é de qualidade. E é só pra ganhar conhecimento mesmo, campo profissional do Direito tá um mar de merda que se tornou insuportável. Advogado ganhando R$ 1,1k iniciais e coisa do tipo.

  • Eu acho que tenho muita sorte. Dou aula na pós (mestrado e doutorado stricto senso) numa área extremamente técnica e muito restrita, com poucos alunos. Não aparece ninguém assim do jeito que você descreveu. Quando eu dava aula na graduação tinha alguns, mas nada que comprometesse. O burro puro é um desafio, por que te obriga a encontrar 10 formas diferentes de explicar a mesma coisa, e nessas a gente adquire muitas idéias e conceitos novos. Eu costumo seguir o aluno médio da turma, de uma forma que não enche muito o saco dos nerds e os burros não ficam tão pra trás. Acho que lidar com a heterogeneidade das turmas realmente é o maior desafio do professor de hoje, ainda mais em épocas de inclusão. Quando eu dava aula em escola, começaram a colocar alunos “especiais” em sala. Numa das aulas de física, a aluna com Down começou a chorar por que não entendia nada. Peguei umas folhas e fiz com ela desenhos relacionados, pra ela se acalmar e se sentir parte da turma, mantendo-se ocupada. Mas tenho consciencia que só fiz isso por que me identifiquei (tenho uma irmã com Down).
    Perguntadores e aparecidos nas minhas aulas da pós não tem, por que o tema é denso pra cacete, então fica todo mundo concentrado. E como eu gosto de filosofar em sala, não devo deixar muito espaço pros carentes. O único dos problemas que você apontou que me aflige é realmente o horário, a situação aqui no Rio está tão ridícula que tem dia que TODOS os alunos chegam tarde. Aí eu uso o horário de almoço e peço pra eles voltarem rápido, pra conseguir acabar cedo (as aulas pegam o dia todo).

    • Sua sorte é a área ser muito técnica, isso barra os burros e os sem foco desde o começo. Áreas que dependem de mais subjetividade são um inferno, pois todo mundo acha que tem razão. Sobre horário, o que eu fazia e dava certo era estipular uma tolerância de dez minutos e passado isso mais ninguém entra na sala. Não que alguém fizesse muita questão da minha aula, mas três faltas reprovavam.

      • Pois é, há alguns anos dez ou quinze minutos resolviam…hoje tem que ser meia hora e rezar pra não ter aquelas mega-merdas tipo caminhao derrubando passarela. Tem aluno meu que acorda quatro e meia pra chegar às nove.

  • Ah Sally, queria ter sido sua aluna! Sem querer puxar saco, te admiro cada dia mais, acho vir aqui no desfavor me torna uma pessoa melhor (Somir, não fique com ciúme – hahah – gosto de você também). Normalmente eu acho que as professoras deixam mais a desejar. Na faculdade se tivesse que escolher entre uma mulher e um homem eu optaria por ele.
    Uma vez comentei com uma colega que achava chato esse pessoal que fica perguntando, eu queria ouvir o professor e não as perguntas deles. Dúvida nada, tem gente que faz para aparecer mesmo, para bajular. Já teve prof de faculdade que disse que se não tinham perguntado nada era porque não tinham entendido. Teve um que chegou ao ponto de começar a aula com perguntas. Como alguém perguntaria se ele não tinha explicado nada?
    Outra coisa que me incomoda é quando professor fica andando pela sala. Se quer ficar em pé que fique lá na frente, o que é isso recomendações médicas e está sem tempo para exercícios ou acha que o espaço entre as carteiras é passarela?
    Quanto a reclamarem pelas leituras em casa eu acho que é porque as pessoas pensam “se eu estou pagando tenho que aprender tudo aqui”.
    Adorei o texto, concordo plenamente.

    • Direito se ensina com palavras simples e com exemplos do dia a dia para fixar o conhecimento, de preferência com exemplos engraçados ou inusitados que fiquem na cabeça do aluno. Direito se ensina dando muita ênfase aos princípios gerais daquela área, pois eles te dão QUALQUER resposta concreta sem precisar da lei, e não dando ênfase à lei, que muda do dia para a noite. Tenha em mente os princípios e você resolve qualquer problema. Te digo sem medo de ser arrogante: direito está sendo ensinado ERRADO.

      Tem uma frase do Benjamin Franklin que eu sempre procurei ter em mente antes de cada aula, fiz dela meu lema: “Conte-me algo e eu esquecerei. Ensine-me algo e talvez eu lembre. Envolva-me e eu aprenderei”. Direito demanda muita informação, o aluno tem que se envolver, se apaixonar pelo professor, caso contrário não retem o tanto de informação que você vai despejar nele.

      • Sally, outra opção de carreira para você seria professora de cursinho preparatório para concurso. Marcato, LFG, Damásio… todos procuram professores que expliquem com simplicidade. E eles pagam bem.
        Além disso, você vai dar aula via satélite e as perguntas são proibidas para os alunos que estão no curso presencial. Perguntas, só por e-mail (porque a maiora dos alunos assiste, ao vivo, ao curso telepresencial.)

        • Não dá, eu vou infartar. Sério mesmo, não tenho mais condições de ouvir tanta merda junta saindo da boca de um grupo de pessoas reunidas. Gente desinteressada, BURRA DE DOER e insolente. Não quero isso para mim de jeito nenhum!

  • Pior sou eu que nem curso faço. Trabalho a semana toda, passo a porra do dia todo na rua aturando chefe e trânsito e ainda querem que me sobre energia pra fazer um curso aos sábados? O que vc usa pra ter tanta energia assim? Será que eu sou doente? Porque sábado eu durmo o dia todo e domingo e domigo é dia de dar uns pega na minha mina, daí acabou a semana, porque segunda começa tudo de novo.

      • Terei que conviver e aturar bms por um fim de semana inteiro.

        Desejem-me luz e me ajudem com correções gramaticais quando eu voltar. Tenho certeza que perderei alguns neurônios.

        • Faz assim: encara como uma experiência antropológica, como uma coleta de material, como o estudo de animais em seu habitar e escreve um Desfavor Convidado estilo documentário do National Geographic sobre a vida dos animais. Ao menos assim você se diverte durante essa experiência bizarra…

  • Já vi disso tudo e um pouco mais de situações ridículas nos cursos que participei. Cerumano conversando sobre idiotices em pela aula então nem se fale…fulano ao celular…criaturas entrando e saindo como se estivessem na sala de casa…barracos…estrelismos (90% por parte dos alunos) e por aí vai.
    Mas atualmente estou num curso específico e, graças a GG, o povo desinteressado fica dormindo no fundo e poucos conversam pq 30 seg. de papo vc perde a uma explicação importantíssima, enfim, todos muito interessados, professores c/ doutorado na área e talz. A matéria estudada é foda e acreditem se quiserem, o curso é meio que gratuito, basta estar em dia com o pagamento da anuidade profissional para participar.
    Mas falando dos imbecis: quase perdi uma promoção por causa das zebras que trabalham comigo, me acham intimidadora e intolerante e sabe-se lá mais o que (não fiz enquete para mais info) e claro que isso contou, digo, diminuiu meus pontos diante da diretoria que me pediu para não ser exigente (aqui entenda-se que eu me mate de trabalhar, seja cobrada até a alma, mas não exija nada de ninguém), porque eles não tem entendimento (todos com canudo-superior na área, tá?).
    Enfim, estamos cercados de amebas com acidente-de-personalidade, todo mundo se acha super importante, com opiniões ótimas e julgamentos prá lá de excelentes, na hora do vamos ver….naonde caráleos vamú pará????
    Sim, ódio, muito-ódio-disso-tudo!!!!

    • DESS, pior que é verdade. Eu não sei mais o que é “bom” pra carreira ou pra um trabalho comum. Se tu trabalha bem, é fiel aos prazos e as metas, quando surge uma promoção podem te negar justamente por “cobrar demais de si, então implicaria em cobrar demais dos outros”. Gente, que cabeça é essa? Daí se tu trabalha nas coxas, ou as fofoquinhas começam ou tu fica de boa trabalhando pouco e ganhando a mesma quantia de dinheiro que o fodido que se mata trabalhando.

      • O trabalho é visto como estafante, como mero “ganha pão” e ninguém quer saber de se prender a ele mais que o necessário para garantir o seu contracheque.

        Não é o dedicado o preferido e tampouco o descuidado. O preferido nas promoções (na falta das famosas figurinhas carimbadas do “teste do sofá” e do “filhinho de papai”) é o BAJULADOR SUBSERVIENTE, aquele tipo dissimulado e cínico que se aproveita da sua posição pra ganhar mais e mais espaço, sendo que enquanto a equipe fica se matando pra manter a situação mais ou menos de pé, ele vai e colhe os louros as custas do esforço alheio.

        Esse pessoal trabalha diretamente com o psicológico do “chefe”, o bajulando e massageando o ego inflado do mesmo, tirando um pouco da tensão nas relações corporativas, sendo que justamente por conta disso, tais pessoas tendem a ter proeminência sobre o restante da equipe na hora de subir na hierarquia.

        A minha maior crítica a essa turma é que a subida deles não é baseada em méritos ou em competência e sim em posicionamento.

  • Sally… fantástico! Obrigada por escrever esse texto pois sempre penso nisso e acho que a culpada sou eu que sou intolerante! Abandonei uma pós por não aguentar a ignorância alheia. Parecia uma aula de favelados pois cada um queria falar dos seus próprios problemas… a gente espera que vai a um curso sério com pessoas formadas e parece uma consulta coletiva. Lamentável. Larguei pois não aguentava mais virar os olhos de saco cheio e jogar no celular… e os professores também não conseguem controlar pois também serve para eles fazerem contato! Difícil!

    • A gente paga por um curso e quando chega lá descobre que é um mix de terapia de grupo com desfile de incapacidade cognitiva. Fico muito feliz em ver que a reclamação não é só minha, pois muitas vezes também me sinto e principalmente ME FAZEM sentir intolerante: “você sempre reclama de tudo, você se acha mais inteligente do que os outros”.

  • aproveitando que o tema é escolar de certa forma vou contar uma história que aconteceu comigo esses dias:estava acontecendo uma aula de metodologia científica e a professora estava falando sobre tipos de conhecimento(no caso: Popular, Religioso, Científico e Filosófico) e o aluno (que irei chamar fictíciamente de Moisés) que tem o hábito de perguntar coisas completamente sem nexo com o que o professor(a) está falando profere a seguinte frase: eu não confio no conhecimento cíentífico porque além de sempre estar mudando de ideia não conseguiu achar o elo perdido entre o homen e o macaco, enquanto acharam restos de madeira no ártico que provavelmente são da arca de noé.

  • Lendo seu texto me lembrei desse aqui: http://www.sobreavida.com.br/2014/03/13/nao-fala-voce-falo-eu/

    Pessoalmente eu não gosto de ficar interrompendo a aula pra fazer uma pergunta e é muito raro isso acontecer. O povo já quer fazer pergunta e ficar infernizando sem esperar o professor falar tudo. Acho chato pra caralho e estou de acordo com você, Sally.

    No link tem esse trecho: “quando uma professora nos alertou dizendo, mais ou menos, que como somos tudo aquilo que fazemos e dizemos, a nossa postura já em sala de aula, pode dizer muito sobre os profissionais que nos tornaremos. E como seremos colegas de muitos dos nossos professores, é melhor que já tomemos cuidado com a imagem que passamos a eles, desde já.”

    Eu fico na impressão de que pessoas que são mais quietas acabam em desvantagem nesse sentido. Salvo alguns professores que percebem que o aluno está entendendo, mesmo não dando pitaco na aula… o que você acha?

    • Tirar uma dúvida nem é problema, muitas vezes até ajuda. O problema é intervir por motivos egoísticos: para aparecer, por burrice, por incompetência, para puxar o saco… Em última instância, a culpa é dos professores que são ou burros ou vendidos ou covardes (ou os três) e não colocam limite nesses idiotas

      • Então, também acho que pode ajudar, mas penso que o ideal é esperar o professor. Caso ele não tenha explicado após concluir o raciocínio, aí cabe uma interrupção!
        Agora esses casos são o Ó -.-

  • Talvez pela idade, não sei, mas em cursos pré-vestibulares chove gente assim. Quando fiz um desses cursinhos os monitores até mandavam um ou outro pentelho ficar quieto, mas não durava muito.
    Pior é quando o professor não tem pulso. Daí junto um professor desses com um aluno que pergunta coisas nada a ver com a matéria. Eu ria, mas ficava chateada em ver meu dinheiro indo pro ralo..

  • Eu já fui chamada de careta e estranha por não fazer parte dessa putaria que atrapalha as aulas e preferir ficar de boca fechada. Nunca tive “amigões do coração” no colégio, sou a aluna que sobra em trabalhos em grupo. Na faculdade nem está sendo diferente.
    Não ligo porque odeio humanos (exceto eu e meus pais, talvez), mas isso me prejudica um pouco porque eu acabo tendo que fazer um trabalho com um desses desmiolados Não Quero Nada Com a Vida e tudo fica por minha conta. Me sinto uma merda por “dar nota” pra esse povo, mas eu não vou deixar o serviço pra essas pessoas fazerem mal feito e me prejudicarem. Pelo menos eu estou fazendo a minha parte pro meu futuro, ora bolas.

    • Eu sempre fui a que fazia tudo sozinha, e quer saber? Eu gostava, porque quando esses imbecilóides tentavam ajudar, só me atrapalhavam. Prefiro fazer sozinha e do meu jeito. Só que hoje em dia se você não tem contatos não te adianta nada ser inteligente. Então meu conselho é: faça das tripas coração e socialize com esses imbecilóides, para não acabar fodida como eu estou.

      • Considero o Jean Wyllys esperto e inteligente. Soube cativar o público, no BBB, para se transformar em vítima e ganhar o jogo. E soube cativar os eleitores, também. Ele se elegeu Deputado Federal com poucos votos, mas vai se reeleger com grande tranquilidade, pois ele apareceu, mostrou que trabalha e, acima de tudo, teve ótimas oportunidades de se mostrar superior aos idiotas Bolsonaro e Feliciano.
        O Jean não se ofende. Ele não se sente “menor” por ser gay. Mas ele sabe que os ofendidos são a bola da vez e usa o fato de ser homossexual e nordestino a seu favor, conquistando a simpatia e até mesmo a pena de setores da mídia e dos eleitores. Ele sabe que esse é o segredo do sucesso hoje em dia e usa o coitadismo a seu favor.

        • Olha que eu já vi o rapaz se ofender sim, ele andou dando umas alfinetadas no Danilo Gentili por causa de pseudo-ofensas!

          • Alfinetadas é pouco… e por tudo que a Marina falou eu não tenho o mínimo de respeito por ele. Abusa do direito de se ofender e usar isso a seu favor, quando lhe convém é claro. Mas é um fato: ele é esperto. Preferia que ele fosse inteligente, mas estamos no Brasil, a esperteza triunfa sobre a inteligência.

          • Discordo, Sally. Eu vi as alfinetadas, mas não acho que o Jean se ofendeu pelo que o Danilo falou dele. O Jean sempre procura um vilão para permanecer no papel de vítima. Dava pra ver o prazer dele na época das brigas com Bolsonaro e Feliciano. Era fácil brilhar em cima deles. É fácil parecer inteligente perto deles. O Jean se aproveitou do momento em que o Gentili era o “babaca da vez” para se colocar, também, como vítima dele.
            Mas não, na minha opinião, ele nunca se ofende. Acho que ele torce para que sejam homofóbicos com ele para que ele possa alimentar o papel de vítima que escolheu representar. Ele ganhou o BBB, ganhou um milhão, ganhou uma eleição, ganhou um prêmio de Deputado mais influente (voto popular) e vai ganhar a próxima eleição fácil, fácil.

  • Também estudante

    O interessante foi colocar que vc está “dizendo” protegida pelo anonimato. Quando falo coisas pra soar intolerante mesmo e coagir os meus “coleguinhas” eles acham engraçado.

    • Se eu falar o que eu falei dando nome aos bois, fecho muitas portas para mim. Cuidado para não fechar portas para você…

  • Lidar com gente burra é muito difícil porque o burro não consegue compreender as coisas, por mais que se explique, inclusive que ele é burro. Há tempos ouvi a frase: Não se discute com pessoas burras, ninguém vence a burrice. Achei forte, hoje concordo.

    • O problema é que se espera que ao menos o professor não seja burro e corte esse tipo de coisa que atrasa o andamento da aula. Infelizmente não é isso que vejo acontecer.

  • E aqueles que vão pro curso pra mostrar que sabem muito! Interrompem o professor pra dizer 20 termos diferentes pra algo que o professor tenha falado. Ou fazem perguntas pra lá de especificas e acabam dando a resposta. Isso só pode ser carência. …das grandes! Porque querer se mostrar o bonzão pra pessoas que você vê uma vez por mês ….

    • Sim, gente carente, que precisa ter seu valor reconhecido pelos olhos de terceiros, porque eles mesmos não sabem seu valor. Normalmente eu sentiria pena, mas quando atrapalha meu aprendizado sinto ódio mesmo. Vontade de socar na boca.

  • Creio que foi por causa do seu limite de páginas, mas você não mencionou os puxa-sacos de professor e os que fazem tudo por um elogio…

    • Rumamos para a Idiocracy, os idiotas vão tomar o poder e em vinte anos vão destruir tudo que pessoas com cérebro demoraram anos para construir. Daí os inteligentes e estudiosos serão valorizados novamente. Pena que eu resolvi nascer nesse período de merda onde em minha formação acadêmica era valorizado estudar mas na execução da minha vida profissional não mais.

      • Só que não. Sally, só que não.

        O que tende a ser valorizado é a truculência. O “tocar o terror” em nome de seus próprios interesses. E bem, esses idiotas que estão na fábrica de diplomas vão se foder em sua grande maioria. E aqueles “acima da média” que porventura estejam no meio tendem a se foder junto.

        Quem se sustenta é aquele pessoal que tem costa quente e condições pra tocar o terror… Diga-se de passagem, um bem relacionado em alguma MÁFIA ou então nas organizações paramilitares que estão pululando.

        E falando nisso, temos uma candidatura e tanto pro desfavor da semana, que é a Marcha do Jubileu de 1964.

    • Aliás, Sally, lembrando-me tardiamente disso…

      E quando o caso exige ao menos em partes que tu dê atenção ao aluno e deixe que ele fale? Aconteceu isso comigo no meu estágio de francês para 3a idade. Confesso que eu ODIAVA MORTALMENTE as velhinhas lá começarem a contar caso de não sei o que que lembraram da vida delas, mas, infelizmente, sob orientação de meu professor eu era OBRIGADO a aguentar aquilo, pois fazia parte da “interação” que é um dos resquícios básicos da educação na 3a idade. Arrghh! Puta teste de paciência, viu? Para além disso, uma segunda reclamação: nossa, eles generalizam e perguntam TUDO pelamor! Fazem perguntas das mais absurdas do tipo “porque que café em francês não tem 2 f e no inglês tem?” ou “porque que tem aquele apostrofe ali no qu’est-ce?” Ok, eu até sei explicar o porque, mas se eu fosse parar pra explicar isso delongaria muito tempo da aula sabe? Até porque precisa de toda uma volta lá na linguística histórica, processo de formação de palavras etc etc. Arrghh…

      • Se te obrigam a ouvir, fazer o que? Tem que ouvir. Mas que deixem bem claro na matrícula do curso qual é a proposta, para que ninguém se matricule enganado!

  • No momento estou fazendo um mba, existe gente um tanto quanto burra no curso. Não como na faculdade, mesmo porque a turma é bem menor.

    O que me espanta é… pessoas menos inteligentes que eu com situação financeira em empresas e cargos melhores que eu. (Não que eu esteja mal, mas eu penso aonde foi que errei pra não estar melhor… Ah, já sei!!! Ser mais “agradável”.)

    É gente que duranta a explicação do professor ou faz comentários imbecis passíveis de vergonha alheia, ou que viram pra mim e perguntam “o que é isso que ele falou?”, em relação a algo óbvio em nossa área.

    É gente que quando tento dividir os trabalhos para não “pesar”, enquanto a menor nota que consigo é 9,5… alguns alcançam somente a média.

    É também gente que… hoje não vai ter aula, cancelaram, eu reclamei e me chamaram de “nerd”. Porra, eu estou pagando um valor muito alto pra ter aula, para encerrar o curso dentro do período esperado… é claro que quero aula.

    Outra coisa…

    Ontem mesmo eu disse que a gente vive em um mundo que passam a mão na cabeça de gente burra, mais uma vez sou visto como arrogante… Que tenho de entender a limitação alheia.

    É cansativo viver assim…

    • Entendo muito tudo que você falou e me sinto assim diariamente. Só um adendo: seu erro foi nascer filho de pais honestos, porque se seu sobrenome fosse Mello, Roussef ou outro de peso, você poderia ser arrogante, deselegante, grosseiro ou que mais desejasse até o cu fazer bico que estava presidindo uma multinacional.

  • Então, não sei se isso se aplica a todo curso, no MBA que eu faço desde o começo foi falado que a ideia era o professor passar a matéria e os alunos trazerem casos do dia a dia para compartilhar e discutir…

    Então o que me assusta lá mais é que todos são formados, trabalham em grandes empresas ou em negócio próprio e tem dificuldades em fazer conta na calculadora, só entendem a matéria quando é alguma coisa que eles conhecem, quando foge da área deles ficam confusos…

    Eu achei que no MBA ia encontrar pessoas inteligentes que fossem acrescentar e ótimos professores, até agora os melhores professores foram o que o pessoal menos gostou, e os que viajam, falando sobre história que não tem nada a ver com a matéria é o que o pessoal mais gosta… da vontade de falar”porra eu não to fazendo curso de história,da a merda da matéria”

    • Aline, infelizmente hoje em dia ter DIPLOMA e ocupar CARGOS DE CHEFIA ou trabalhar em BOAS EMPRESAS não tem muita relação com competência. Depende muito mais de contatos, de indicação, salvo raras exceções tipo engenharia e informática, onde a falta de técnica inviabiliza o trabalho. No resto, há uma invasão de cabeças de bagre que diariamente tem sua falta de estudo e burrice recompensadas por saber fazer social, ter nascido com um “bom” sobrenome ou apenas lamberem os cus certos. Deprimente.

        • Ela tem um bom conceito no mercado, porque nas décadas anteriores só se contratava quem era bom. Agora tem meia dúzia de buchas cujo trabalho é sugado e apropriado pelos babacas com contatos que levam a empresa nas costas.

            • Para fazer contatos, para ter o diploma ou o certificado (muitas vezes a empresa onde trabalham exige), para calar a boca dos pais, para uma série de coisas, menos para se aprimorar.

        • A empresa é “boa” porque:

          1) As concorrentes são piores
          2) Quanto mais funcionários tem, maior a chance de ter alguns competentes
          3) Hoje tudo é “processo” (alguns com razão), então as empresas maiores são obrigadas a manter um nível mínimo de qualidade em alguns requisitos

      • O meu mba é de Gestão de TI, porque atualmente atuo como gerente de TI, quero evoluir nisso… então lá existem pessoas como eu. A diferença é que… mesmo com um salário até que bom, tem gente com salários astronômicos em empresas multinacionais, BANCOS, que são realmente uns imbecis.

        Não entendo.

        Na verdade entendo… sempre cito o colega meu que não tinha o meu conhecimento técnico, mas que por possuir habilidades sociais melhores, conseguiu de um professor que me odiava, uma vaga na IBM…

        • Competência técnica é vista como acessória (e perfeitamente terceirizável), já as relações públicas são vistas como vitais para os negócios da empresa.

          Os executivos no alto da área corporativa são mais políticos do que tudo. Ainda que coloquem dissimuladamente que defendem os interesses da corporação, defendem em primeiro lugar os interesses de si mesmos.

  • Quando fiz minha graduação realmente tinha uns pentelhos sem noção, mas era mais de gente que se achava O esperto do que burros em geral. Agora, na minha especialização que fiz ano passado a bagunça e falta de profissionalismo veio dos professores mesmo, faltavam, não davam aula direito, de 4 horas a aula durava 1h e 30….enfim, dos alunos só veio muito interesse e quando alguém não entendia alguma coisa as perguntas eram bem pertinentes.

    • Isso tem por todos os lados: professor que chega atrasado, que não cumpre a carga horária… e sabe porque? Porque a maioria dos alunos parece GOSTAR. “Se deram bem, menos aula! Há!”. Adultos com mentalidade de crianças em colégio.

        • Acho que é um pouco isso e um pouco aquela sensação que brasileiro médio adora de sentir que de alguma forma está “se dando bem”, levando alguma vantagem. Uma pena que eles pensem que menos horas de aula é, de alguma forma, uma vantagem.

            • Só que é burrice achar que se deu bem porque não “teve que” assistir a toda a aula. Ver uma aula como um atraso de vida é nefasto.

                  • Minha sorte é que a turma não era composta de brasileiros médios, tinha mestres, pessoas com mais de uma graduação ou com uma experiência profissional boa. Por conta disso nos revoltávamos muito ainda mais porque, quem mora/morou no rio vai entender, as aulas eram na UERJ às 18:00.
                    As opções para se chegar lá eram metrô lata de sardinha ou trânsito parado, caso vocÊ estivesse de ônibus ainda incluiria a opção lata de sardinha também.

      • Sally, eu li o texto sorrindo, não pelo conteúdo (que é de chorar), mas por concordar com absolutamente tudo.

        Odiei a pós que fiz. Era um curso BEM conceituado de uma faculdade MUITO BEM conceituada. Nunca me arrependi tanto de ter gasto dinheiro com “educação”. Professores tratando alunos como crianças retardadas recompensavam os pós-adolescentes que nunca trabalharam na vida. Era só pergunta idiota, repetição da última frase “para ganhar ponto por participação”, cópia de trabalho da internet. Os bons se retiraram antes do final ou terminaram quase tendo um AVC.

        Uma menina chegou a pedir para o professor esperar “um minutinho” e interromper uma das únicas discussões que realmente interessava (aplicação prática do conteúdo em um case real) porque ela estava copiando o que o professor tinha escrito (ler livros e material preparado antes da aula é para os fracos) com canetas coloridas (em um caderno da Pequena Sereia ou coisa assim).

        E o conteúdo foi TÃO raso (porque o público médio realmente não tinha a menor base) que eu praticamente dormia na aula.

        O curso que eu realmente gostei foi o da graduação. Gostei e faria de novo. Professor ruim era exceção e só ficava quem tinha interesse na aula. Aprendi MUITO.

        Hoje tenho dúvidas se invisto em mestrada ou outra faculdade. Tenho medo de quebrar a cara gastando o preço de (outro) carro popular.

        • Depois de me foder em curso caça-niqueis, quando é para o meu aprimoramento, eu acho melhor investir em aulas particulares com bons profissionais. Só que isso não te dá título. Tem que ver se para você vale mais a pena o título ou o conhecimento em si, pois hoje em dia para fins de mercado quase sempre vale mais o título.

          • E é bem ai que está o problema. Os parvos locais só pensam no título, a não ser quando é uma cobra enganadora a la “Calavo de Orvalho”, que é considerada quase que um mito por seus CEGUIDORES.

  • Sally,
    Mesmo sem te conhecer pessoalmente, fico muito impressionada com a sua inteligência. De verdade. É muito acima da média.

    O dia em que você conseguir aceitar que as coisas são como são e não como deveriam… O dia em que você decidir entrar no jogo, aceitando suas regras tais como elas são, ninguém vai te segurar.

    • Marina, juro que estou tentando, mas até o momento, só tenho me fodido. Difícil recomeçar sem alguém que acredite em você e te apadrinhe, ajudando de alguma forma.

      • Você conhece o brasileiro médio como ninguém, sabe o que ele quer, sabe como conseguir dele o que quer. Por que não joga o jogo e amplia sua lista de bons contatos?

  • Tive um professor na faculdade de Direito que, quando um aluno o interrompia para contar o caso do primo da tia da vizinha da avó, ele interrompia e dizia que teria o maior prazer de aconselhar juridicamente o primo da tia da vizinha da vovó, desde que fosse no escritório dele mediante pagamento de honorários.
    :)

  • Lavou minha alma!
    Parei o curso de História no segundo semestre por me sentir exatamente como vc descreve.
    O pior neste curso são os adoradores de Marx e cia! Repetem clichês e depois vão encher a cara de cerveja e maconha, posando de revolucionários e “gente cabeça”.
    Triste tb foi ver um cidadão de 47 anos colando nas provas! E este mesmo cidadão já esta atuando como professor.
    E gente sem vocabulário? E gente que não sabe sequer falar corretamente? E o desperdício de bons professores visivelmente frustrados com a turma?
    Este texto me lavou a alma, mas me deixou um gosto amargo na boca; assim é, e assim será?

    • Lela, também lava a minha alma constatar que eu não sou chatinha, pentelha e anormal por me irritar com tudo isso que vem acontecendo. Estava com medo de receber comentários como: “Credo, Sally, você se irrita com pouca coisa”. Bom saber que o problema não está em mim!

    • “Triste tb foi ver um cidadão de 47 anos colando nas provas!”

      Recebi hoje um “ainda bem que a caneta chutou certo na prova de ANATOMIA”.

      • Alunos da Universidade Federal e Estadual de medicina do Rio de Janeiro fazem uma prova que consiste em dissecar membros sem cortar os tendões com um bisturi em um bolso e super-bonder no outro. Quando cortam um tendão colam de volta porque não são fiscalizados durante a prova e ao final apresentam o membro bonitinho ao professor e passam. São os mesmos que em cinco anos estarão cortando tendões em cirurgias e deixando um pai de família manco.

    • Tu ainda aguentou até o segundo semestre. Eu larguei o jornalismo logo no primeiro. Não dava. Aluno matando aula pra assistir novela, aluno apresentando trabalho enquanto usava fones para ouvir a porcaria de um jogo de futebol, aluno reclamando de o trabalho ser maçante, aluno posando de conhecedor profundo de determinada personalidade porque conseguiu uma única entrevista.. Absurdo.

  • Tem também o odioso tipinho que já trabalha na área do que está sendo ensinando e em plena aula começa a alugar o professor com perguntas complexas que só fazem parte da realidade do energumeno em questão.
    Tenho uma professora que após mais de dez minutos respondendo a um desses filhos da puta soltou um sonoro “ah… mas pra te responder isso eu teria que cobrar 40 mil em consultoria”.
    Dá raiva, muita raiva. Gentalha incoveniente do caralho.

    • Aplausos para esse professor, que teve a decência de cortar o babaca que tentava se promover mostrando conhecimento! Infelizmente, faz tempo que eu não vejo uma coisa dessas acontecer, parece que os professores tem medo de dizer “Sua pergunta não está relacionada com a aula de hoje, depois da aula a gente conversa”

  • Se eu não morasse no sertão da Bahia (sei que você odeia nordeste) pediria o seu lattes para entregar na coordenação de direito daqui. Tenho certeza que você seria contratada.
    Eu ia amar ver as onças (alunos) encontrarem uma professora de verdade. As onças de direito são os piores alunos que temos. Eles são arrogantes, grossos, mal educados… Já teve até professora que saiu chorando da sala de aula.

    • No Rio também, viu? Isso não é regional não. Uma vez tinha um playboy tocando o terror na PUC e quando eu o adverti perguntando o que ele seria da vida com essa postura, ele me respondeu: “Herdeiro, vou ser muito mais bem sucedido que você”. O pior é que ele estava certo…

      • “Uma vez tinha um playboy tocando o terror na PUC e quando eu o adverti perguntando o que ele seria da vida com essa postura, ele me respondeu: “Herdeiro, vou ser muito mais bem sucedido que você”. O pior é que ele estava certo…” Vontade de ter um bastão de beisebol na mão nessas horas, viu?

        • Para bater em quem? Só se for na sociedade, porque ele estava certíssimo em sua colocação. Eu é que fui burra e não ouvi.

          • Pode ser. Mas que um bostinha desses – que é moleque e não homem – merece uma boa camaçada de pau, lá isso merece…

            • Que nada, quem merece sou eu, por ser otária. Ele está certo, é assim que as coisas são e ele está sabendo aproveitar da forma como as coisas são.

      • “Minha ira é ver professor fazer vista grossa para um abusado que ousa reclamar de uma orientação de leitura. Uma vez, UMA ÚNICA VEZ fizeram isso comigo. E foi só dessa vez.”

        Curiosidade: o que você respondeu nesses dois casos (o do texto e o do herdeiro)?

        Não sei se teria paciência para responder decentemente.

        • No caso da leitura, decupliquei o número de páginas e apliquei um teste na aula seguinte sobre essa leitura, avisando que esse seria o procedimento em caso de nova reclamação. No caso do herdeiro eu respondi que se ele se orgulhava de ser um parasita era problema dele, mas que melhor do que eu ele não era, porque ao contrário dele, eu tinha dignidade. Só que não, eu estava errada. Hoje o herdeiro preside uma multinacional e eu tenho livro recusado em editora porque “A Classe C não vai entender”

  • Outro estudante

    Caramba, Sally… será que a gente está fazendo o mesmo curso ou é assim em todo lugar? Eu estou fazendo um curso que me dá desgosto de ter de ir até lá, justamente por causa das pessoas na sala (e da professora!).

    Na primeira aula, levamos 4 horas para todo mundo “se apresentar” e pra professora explicar o conceito básico do curso. 4 HORAS. Por quê? Porque as aulas são assim:

    Prof: “O céu é azul”
    Aluno A: “Eu não concordo, hoje o céu está cinza”
    P: “Não, o céu continua azul, são as nuvens que são cinzas”
    A: “Mas teve uma época na minha vida em que […]

    [30 minutos depois]

    P: “Enfim, o céu é azul”
    Aluno B: “Mas de noite o céu é preto”
    P; “Não, ele continua azul, é a ausência de luz que dá essa impressão dele ser mais escuro”
    A: “Mas..”

    Eu tenho uma raiva da professora (que fez questão de lembrar todo mundo na primeira aula que é Doutora, mas já teve de “corrigir” informações que tinha passado errado antes). Ela dá conversa pra essas pessoas, neguinho fica contando a porra da história de vida que não tem porra nenhuma a ver com o tema e a professora dá atenção.

    Claro, eu tenho todos esses exemplos de alunos na classe. Então, ou a gente tá fazendo o mesmo curso, ou é assim em todo lugar.

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