Desfavor Explica: Sea Shepherd.

Eco-divertido!

O Desfavor Explica de hoje vem falar de ecologia. Não é segredo para ninguém que Desfavor odeia o Greenpeace e outros tipos de eco-chatos. Não que a gente odeie a natureza em si, a gente odeia o papel ridículo e inútil que estas organizações fazem em atos que acabam transtornando a vida de pessoas como eu e você, quase sempre sem obter resultado. Foi quando começamos a observar um grupo de dissidentes do Greenpeace que despertou nossa simpatia: Sea Shepherd. Com eles, a ecologia vale a pena.

Por mais que a gente brinque e trolle eco-chatos dizendo que quer mais é que o planeta se exploda, que a Amazônia vire um estacionamento e que “meu tataranetos que se virem”, qualquer cabecinha com um mínimo de raciocínio sabe que são apenas brincadeiras provocativas para ver as comadres do Greenpeace quicando no calcanhar nos comentários. E é justamente por isso que a gente debocha, porque eles são histéricos. Desfavor gosta de resultado, de coragem e de inovação. Será que o Greenpeace não percebeu (ainda) que não basta se pintar de baleia morta e deitar em uma rua de grande circulação, congestionando o trânsito, para resolver a questão?

Tudo começou muitos anos atrás. Era uma vez um menino, que aos nove anos de idade, viu seu animal de estimação morto em uma armadilha de caçadores. Ficou putíssimo e em vez de chorar, protestar e fazer escândalo, saiu no dia seguinte destruindo tudo quanto era armadilha que encontrou na floresta que cercava sua casa. Esse homem era Paul Watson. A ecologia sempre foi a sua causa. Ecologia não é a minha causa, nem a causa do Somir, mas a gente respeita pra caralho Paul Watson, porque ele luta pela causa dele da forma que nós admiramos: na porrada e na trollada.

Seu amor pela ecologia o fez sair do Greenpeace e criar sua própria organização, o Sea Shepherd (“Guardiões do Mar”), que foi fundado por Paul Watson, em 1977. A idéia surgiu quando Paul, ainda no Greenpeace, estava engajado em um dos projetos-palhaçada que eles costumam fazer. A idéia era entrar em um bote inflável e ficar na frente de um gigante navio baleeiro, mais precisamente por cima das baleias, achando que com isso o navio daria meia volta e não caçaria as baleias, por medo de acabar matando os seres humanos. Entendem porque o Desfavor despreza o Greenpeace? Pode dar certo uma idéia imbecilóide dessas?

Enfim, lá foi Paul Watson com mais meia dúzia de Greenpeaces em um botezinho inflável de merda tirar onda de herói neste plano furado. O que aconteceu? Cagaram e andaram solenemente para eles. Começaram a lançar arpões como se eles não existissem. O primeiro arpão acertou uma fêmea. Ele diz que essa baleia “gritou”. Tenho cá minhas dúvidas. Só sei que ele conta que vendo isto, o maior macho do bando resolveu ficar na frente do resto para protegê-los, pulando em direção ao navio, quase caindo por cima do bote. Acabou arpoado também, na cabeça, tombando do lado do bote. Os Greenpeaces sobreviveram por milagre.

Paul começou a ver que essa papagaiada não conscientizava ninguém e muito menos surtia resultado. Tem coisas, minha gente, que só na porrada. Vamos combinar, se alguém entra na sua casa e começa a destruir as suas coisas, colocando em risco inclusive a sua sobrevivência, você se pinta de foca morta e deita no chão para chamar a atenção da sociedade? Eu sento a porrada, facada, tiro ou o que mais estiver ao meu alcance! O mesmo vale para o nosso planeta. O planeta está fodido. Ouviram? FO-DI-DO. Acabou essa graça de protesto, de consciência… nada disso resolveu. Tá na hora de ir para o pau.

Percebendo isto, Paul decidiu que aquele eco-chatismo inútil não servia mais para ele e viu que era hora de tomar atitudes mais radicais. Começou a ousar quando ainda fazia parte do Greenpeacde. Um incidente causado por seu suposto “radicalismo” terminou em sua expulsão do Greenpeace: Paul viu um caçador matando foquinha a machada e em vez de se fantasiar de foca, se cobrir de sangue falso e deitar na frente das câmeras da CNN, achou que era mais produtivo enfiar a porrada no sujeito. Deu-lhe uma surra, tomou seu machado e jogou o cara nas águas geladas do Alasca. O Greenpeace o acusou de “roubar propriedade privada” (sim, o machado) e o expulsou. Paul decidiu que faria as coisas do seu jeito e fundou o Sea Shepherd. Porque sim, na porrada é mais gostoso – e mais eficiente.

No Sea Shepher o buraco é mais embaixo. Sua base não é neguinho fantasiado fazendo factóide nem vendendo produtinho com logo para arrecadar 300 milhões de dólares por ano. Eles são gente que faz. Segundo relatado em seu livro, e repetido em diversas entrevistas, ele encara a coisa como uma guerra. E é, porque na paz, já vimos que neguinho não respeita, não quer nem saber. Paul Watson é o Capitão Nascimento da luta ecológica. Gente com culhões o Desfavor admira, por mais que não sejamos adeptos da causa.

Em vez de ficar boiando que nem um babaca em um bote enquanto neguinho manda arpão na sua cabeça, Paul adotou uma nova estratégia. Ele pega um barco, manda turbinar para ficar indestrutível e dá porrada nos pesqueiros até eles afundarem. Mais: ele sacaneia. Frases como “Seu maldito! Matador de baleias filho da puta, sua carreira vai terminar hoje” são ditas pelo rádio para os barcos segundos antes do ataque. Depois, tome porrada. Ele porra o barco, dá a volta e porra mais uma vez. E deixa bem claro que foi de propósito, e quais foram os seus motivos. Desfavor acha bacana atos de desobediência civil como estes. É contra a lei? Negativo. O navio pesqueiro é contra a lei. Pirata atacando pirata. Ladrão que rouba ladrão… cem anos de perdão para Paul Watson.

Com o tempo, o Sea Shepherd foi se sofisticando. Já atacaram navios pesqueiros com helicópteros. Perguntado se mataria uma pessoa para defender a causa, ele diz que sim, diz que “a sobrevivência da espécie é anterior aos direitos do indivíduo”. Paul afundou metade da frota de navios baleeiros da Espanha. Também afundou metade da frota de navios baleeiros da Islândia. O cara não ta aí para brincadeira. Não é a toa que quando ele estava à frente do Greenpeace foi a época em que a instituição conseguiu mais vitórias em suas lutas.

Sobre o Greenpeace, Paul é curto e grosso: “O Greenpeace está mais interessado em levantar dinheiro vendendo produtos do que em salvar a Terra”. Sim, ele tem razão. Greenpeace é uma papagaiada anos 80 que não sei como sobreviveu até hoje. Cheiro de merda no ar? Que nada! O climão começou muito antes, quando numa entrevista Paul chamou os militantes do Greenpeace de “garotas-Avon do movimento ambientalista”, porque segundo ele, tudo que sabiam fazer era passar de porta em porta pedindo dinheiro. Ele tem razão, pois dos 300 milhões que o Greenpeace arrecada por ano, 70% é destinado não para a proteção da natureza, e sim para conseguir novos sócios.

Nem preciso dizer que ele foi preso uma caralhada de vezes. Porque vamos combinar, as atividades ilegais sempre tem gente grande no respaldo. Mas nunca foi condenado. E não se intimidou, continuou mandando ver. A revista “Time” lhe concedeu o prêmio de “Herói da Ecologia do Século XX”. Seu livro “Ocean Warrior” foi campeão de vendas. Mas, ainda assim, a imprensa continua dando destaque ao Greenpeace. Sabe como é, as garotas-avon tem din din. Quem quiser, pode pesquisar sobre os prêmios que o Sea Shepherd e que Paul ganharam em seu site: www.seashepherd.org

Muitos olham torto para Paul e para o Sea Shepherd. Foram apelidados de ecoterroristas. Eu, particularmente, prefiro ser terrorista do que mala sem alça. Em vez de pagar um mensalinho para o Greenpeace para ficar com a consciência tranqüila, tipo “pronto, fiz minha parte, ajudei a defender a natureza”, o Sea Shepherd arregaça as mangas e faz a diferença, ainda que com métodos discutíveis. Você acha ruim? Ok. A outra opção é assistir à depredação e morrer quando acabarem de foder com o planeta. E aí? Qual vai ser?

O Sea Shepherd não vive só de proteger baleias. Também luta contra o massacre de focas e golfinhos, pesca predatória e até contra a exploração do plâncton. Para proteger os tubarões, fez uma trollada sensacional para investigar uma quadrilha que contrabandeava barbatanas. Sua atuação é assim, com métodos peculiares: ou na trollada (por exemplo, empregando ex-mergulhadores da marinha para fazer furos nos cascos dos navios ou inutilizando redes de pesca com ganchos colocados em barcos), ou na porrada. Como o próprio Paul define, o Greenpeace é uma organização de protesto, enquanto que o Sea Shepherd é uma organização intervencionista. Desfavor acha que protesto é coisa de bebê chorão e dificilmente resolve casos extremos como a destruição do planeta. Desfavor apóia a pancadaria ecológica.

E adianta, viu gente? Adianta mesmo. Dados oficiais mostram que só no último ano, o Sea Shepherd causou um prejuízo de aproximadamente 70 milhões de dólares no governo japonês, por exemplo. A meta dos japoneses baleeiros seria matar mil baleias e só conseguiram matar 550. A empresa japonesa Nissui (de produtos alimentares) se desfez das suas ações (vendeu a preço de banana) depois de um boicote bem sucedido a navios baleeiros. Quer resultado mais concreto do que isso? Não é a toa que o slogan na página do site que trata da filiação é “nós não falamos em salvar os oceanos, nós o fazemos!”.

Nem preciso dizer que ele tem vários desafetos pelo mundo. Já passou por maus momentos: foi arrastado em águas geladas pendurado em um barco até perder sua consciência, foi torturado e quase sufocado com óleo de baleia, apanhou e coisas piores.

Paul, sempre que pode, tenta amenizar sua fama de mau (porque, Paul? Nós te amamos justamente por isso! Por ter culhões!). Diz que nunca foi condenado por nenhum crime e que sua intenção não é ferir pessoas. Mas se precisar, vai fazer. Não precisam acreditar em mim, procurem vídeos sobre as operações do Sea Shepherd e verão exatamente do que se trata. Tem uma operação chamada “Operação Musashi” cujo vídeo ficou bem famoso. Tem outro vídeo de um ataque a um baleeiro japonês que é bem divertido e tem até um vídeo explicativo chamado “This is Sea Shepherd”, que apesar de ter uma ou outra cena meio forte, vale a pena ser visto.

No Brasil, o Sea Shepherd iniciou suas atividades em 1999. Não possuí nenhum funcionário assalariado, só trabalha lá quem quiser ser voluntário. Vendem no máxima uma camisetinha básica, ao contrário do Greenpeace, cuja lojinha virtual vende de tudo, até mesmo colar, bolsa, brinco e etc. E o povo do Sea Shepherd não faz ode à violência em seu site, o que também é um bom sinal, já que todos sabemos que bravateiros não costumam ser de nada (vide o ano que se passou com zero processos contra o desfavor e mais de cem ameaças de processos nos comentários).

Trollzinho ordinário que é, em vez de ficar fazendo passeata na rua para que o governo cague e ande na sua cabeça, Paul dá algumas dicas para fazer a diferença. Por exemplo, bater onde dói: no bolso. Sugere que aqueles que quiserem lutar pelas baleias encomendem um carro japonês, solicitando que ele seja importado para seu país e depois cancele o pedido dizendo que está indignado com a matança de baleias no Japão. Neguinho já deu um prejuízo sério por conta disso, que fez o governo japonês rever uma série de leis e atitudes. Esse tipo de mensagem é ouvida.

O sujeito é doido varrido? É sim. Só fica em casa duas semanas por ano, e mesmo assim, o endereço é sigiloso, porque meio mundo quer matá-lo. Mas temos que respeitar a estratégia adotada por ele. Paul é gente que faz. O Sea Shepherd é instituição que faz. Depois do vexame protagonizado por todos no Cop 15, isto é algo que merece mais do que destaque: merece admiração. Falando nisso, vamos ver o que ele disse em uma entrevista sobre esse assunto, mais especificamente sobre aquecimento global: “Acho que é uma moda passageira. Nada de muito eficiente está sendo feito (…) Devemos frear o crescimento populacional optando voluntariamente por ter menos filhos. Muitas organizações ao redor do mundo vão lucrar usando o apelo de “ajude a salvar o planeta”.

Evidente que quem dá a vida para salvar a vida de uma baleia é um demente. Mas mais demente ainda é quem se fantasia para encher o saco alheio. O primeiro demente a gente respeita, apesar de discordar. O segundo não. Acho importante que todo mundo saiba que nem todo ecologista é um bebê chorão que vive de pentelhar os outros em vez de tomar uma atitude.

Para dizer que ainda se lembra que eu dei uma surra em uma ativista do Greenpeace, para dizer que quer trollar os japoneses e para dizer que prefere quando eu não escrevo textos sérios: sally@desfavor.com

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Comments (22)

  • Capitão Paul Watson,um grande eco guerreiro preocupado com a vida marinha!todo meu respeito e grande admiração,me representa!
    Fabio Rocha

    se os oceanos morrem,nos morremos!
    Paul Watson

  • Lamentável que algumas pessoas não se importem com os seres vivos que homens gananciosos exterminam cruelmente.
    Pessoas assim estão preocupadas com seu próprio umbigo e precupadas em dar o cú na esquina (é por vezes a maior preocupação.
    Eco-chatos são chatos; lutadores como o pessoasl do Sea Shepherd são ótimos e gente vazia, alienada e egoísta merecem amorte.

  • Paul Watson morreu e foi substituído por um sósia.

    Peraí… Paul errado…

    P.S.: Não dá pra colocar umas metralhadoras e uns lança-mísseis no Sea Shepherd? Eu juro que não perderia UM episódio.

  • Sobre a mentira da morte de Paul Watson:

    Vide o blogue da organização onde Barbara Veiga comprova que ele está bem vivo viu!!!!

    Nadar com os pinguins – Uma experiência pra lá de louca!!!
    19-12-2009
    http://blog.seashepherd.org.br/2010/02/07/nadar-com-os-pinguins-uma-experiencia-pra-la-de-louca/

    Lá tem uma foto dele na Antártida na Base Francesa.

    Atenciosamente:
    Carlos Alberto Ferreira Francisco
    Coordenador Regional Voluntário
    Instituto Sea Shepherd Brasil
    (Instituto Guardiões do Mar)
    Núcleo Regional de São Paulo
    Brasil

    carlos@seashepherd.org.br

  • Caramba! Que coincidência, estou assistindo um desenho chamado Cowboy Bebop e o episódio que vi após ler a postagem trata exatamente de terrorismo ambiental! hehehehehe Será que eu vou morrer? hahahaha

  • Tá explicada a dedicação em escrever isso aqui. A Sally se entregou no comentário, o Desfavor é o filhinho que ela não teve e nem vai. Talvez valha pro Somir também. Texto bacana, pela informação, "desfavor explica" é o que se salva aqui. Uma versão virtual, para conhecimentos gerais, do "resumão".

  • Só queria manifestar meu orgulho pelo comentário do Não sou Troll. Em momentos como esse é que eu tenho certeza que vale a pena escrever no desfavor.

    Ficou muito feliz que pessoas com essa mentalidade gostem e acompanhem nosso blog. Sério mesmo, não é deboche. Muito orgulho. Não me sinto mais sozinha no mundo.

  • Opa, mas peraí. Foi a Sally que escreveu essa merda? Porra, eu crente que era texto do Somir. Quando é texto chato eu penso logo no nerd. Tá precisando melhorar isso, madame Sally. Eu prefiro quando é postagem de mulherzinha, aquelas coisas sem sentido sobre DR ou falar sobre merda, tamanho do pau, etc… Diboa? kkkkkk!

  • Não sou troll

    Pra mim é verdade, tanto faz que tudo se foda. Não vou me casar e muito menos procriar. Nem tataranetos eu vou ter pra se virar, quanto mais desconhecidos! Então fodam-se todos vcs. Vou morrer com menos de 100 anos e os filhos de vcs é que vão ficar aí no inferno!

  • Bom, não achei nenhuma notícia. Eu tinha visto um vídeo no YouTube R.I.P Paul Watson, mas acho que quem colocou o vídeo errou.

  • Anônimo, até onde eu sei, Paul não morreu.

    Posta o link para alguma notícia da morte dele, porque se ele morreu vou ter que fazer um adendo no texto…

  • "a gente" = desfavor

    desfavor = Somir + Sally

    Também cago baldes para baleias, o que não me impede de admirar um bom troll porrador, qualquer que seja a causa.

  • Qual a real importancia de uma baleia?

    Okok..Ja sei que vai dizer sobre equilibrio de ecosistemas etc. Mas eu particularmente esotu pouco me lixando. Ja extinguimos outros animais e o mundo não acabou por isso, as vezes nem se adaptou.

    Do texto mais tendencioso (…"primeiro demente a gente respeita, apesar de discordar. O segundo não."…a gente quem camarada?), só concordo com a desobediencia civil uqe realemtne adianta não so pra ecologia como pra tudo.

    De resto,meus netos poderiam ver as baleias em videos ou livros que ia dar no mesmo.

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