Desfavor Explica: EQM

Hello, hello!EQM significa “Experiência de Quase Morte” e seria um conjunto de sensações, visões e estímulos variados que o ser humano experimenta quando está prestes a morrer. Existem explicações religiosas e espirituais para estas sensações, mas também existem explicações científicas. Apesar de ser um Desfavor Explica, eu não pretendo explicar de onde vem, cada qual acredita no que quer, apenas quero explicar o que se sente. Conselho? Não importa de onde vem, o que importa é como isso nos afeta. Considerando que já passei FUCKIN´ DUAS VEZES por EQM, me sinto apta não apenas a narrar o que se sabe a seu respeito como também a colocar minhas impressões pessoais no texto.

As sensações provocadas pelo estado de EQM são muito comuns em casos de morte por hipóxia cerebral, ou seja, quando não chega oxigênio suficiente a nosso cérebro. Inúmeras formas de morrer implicam em hipóxia cerebral. Cientistas acreditam que a EQM nada mais é do que uma resposta fisiológica do cérebro a essa privação de oxigênio. Também são comuns em situações de hipóxia que não necessariamente impliquem em morte, como por exemplo alguns tipos de anestesia. Mas também podem ser experimentadas em mortes violentas como acidentes de carro.

O que se sente nesse estado de EQM? Bem, várias sensações, podendo haver predominância ou ausência de alguma delas. As mais comuns são uma sensação forte de relaxamento e paz interior, uma sensação de estar flutuando para fora do próprio corpo, uma sensação de tranqüilidade, de paz, de finalmente compreender tudo, a clara presença de “pessoas” à sua volta que aos olhos de quem está bem não estão lá, sendo que frequentemente essas pessoas são entes querido já falecidos, uma ampliação da visão para um ângulo de 360º, flashes da sua vida em uma espécie de mega-flashback dos momentos mais importantes, ampliação de outros sentidos e a famosa sensação de estar viajando através de um túnel, cujo final é iluminado. Prato cheio para o espiritismo, que descreve com perfeição cada um destes sintomas como parte da transição da alma de um “mundo” para o outro.

Uma coisa curiosa que muitos talvez já tenham sentido é esse flashback de sua própria vida. Algumas vezes ele acontece em situações de perigo extremo, quando achamos que vamos morrer, ainda que nada efetivamente nos aconteça. A diferença, e aqui falo na prática, ou seja, pode ser que só se aplique a mim, é que no flashback da EQM, além de ver sua vida passar diante dos seus olhos, você ainda experimenta as mesmas sensações que experimentou em cada momento lembrado, em uma fração de segundos. Na EQM os segundos rendem pra caramba, um segundo dá para muita coisa. A noção de tempo é completamente diferente. Não, eu nunca usei drogas (só a camisa da seleção argentina, mas ela não provoca alucinações, ok? só humilhações…)

É muito difícil descrever o que se sente em uma EQM. Não há nenhum tipo de sentimento que eu já tenha experimentado que possa ser sequer comparado. É como se a “linguagem” emocional fosse outra, com outro tempo, outra forma de expressar e outra intensidade. Você sabe que se passaram apenas alguns segundos desde que você entrou nesse estado, mas percebe que em alguns segundos aconteceu muito mais coisa que caberia nesse tempo e que você percebeu, processou e interagiu nesta nova realidade também em questão de poucos segundos. Quando aparecem luzes, sejam elas no final de um túnel ou no lugar onde você se encontra, é uma luz estranha, diferente, porque é muito mais brilhante do que qualquer outra luz que você tenha visto, mas não ofusca a visão. E a sensação de bem estar é indescritível. Nunca vivenciei nada parecido.

Quanto à sensação de estar em um túnel, muitas pessoas relatam haver uma bifurcação ao final deste túnel, com dois caminhos, um bem iluminado e outro escuro. O caminho iluminado atrairia a pessoa com uma sensação enorme de bem estar enquanto que o escuro não seria muito convidativo. Pegadinha do Mallandro! Se entrar no iluminado, meus queridos, MÓRREU. É comum pessoas relatarem que estavam atraídas pelo caminho com “uma luz no fim do túnel”, porém em uma fração de segundos pensam nos filhos ou nas coisas que ainda tem por fazer e se jogam no caminho escuro para voltar para esta titica de mundo. Também há estudos que comprovam que pessoas católicas costumam deixar de frequentar a igreja após EQM, pois bate toda uma “realidade” de que o buraco é bem mais embaixo do que aquele dogmas babacas. Afinal, se você já viu o Hômi ali, fêice a fêice, vai conversar com intermediários pra que?

Evidente que uma experiência como essa deixa marcas na vida da pessoa. Claro, quase morrer faz você repensar muitos aspectos da sua vida, mas a coisa vai um pouco além disso. A incidência de “cura” de pessoas que tinham fobia de morte após uma EQM é altíssima. As pessoas simplesmente perdem esta fobia. Ainda não se sabe porque, mas o meu palpite é que isto se deve à experiência prazerosa que a EQM gera.

Calma, eu não acho que morrer seja legal e eu não quero morrer, mas é inegável o bem estar profundo e paz que se sente logo antes de morrer. Espero que isso sirva de consolo para quem já perdeu um ente querido. A pessoa morre em paz, se sentindo muito bem e muito feliz. Palavra de quem foi e voltou duazveiz. Outra mudança quase que unânime é que pessoas que voltam de EQM dão menos valor a bens materiais e se tornam mais solidárias (Oi? Fail? mentirinha, eu sou solidária). Se você tem medo de morrer, digo, do momento de transição entre a vida e a morte, pode confiar: é uma sensação muito agradável, de muita paz e muito reconfortante.

“Mas Sally, agora eu fiquei curiosa de sentir uma EQM, só que não quero morrer. Comofais?” Bem, a EQM pode ser induzida através de alguns medicamentos (salvo engano, o mais popular é a quetamina) ou também pode ser induzido através de hipóxia cerebral em função do aumento da gravidade. Mas você teria que ser muito imbecilóide para voluntariamente deixar seu cérebro sem suprimento de oxigênio. Se algo der errado você pode ficar meio Flávio Silvino. Desfavor não recomenda.

Para você que acha que tudo é fruto de estímulos cerebrais, chupa essa manga: há relatos de EQM em pacientes cujo cérebro estava sendo monitorado e mostrava completa inatividade. Isso fez com que muitos médicos comecem a cogitar a existência de uma “consciência”, “alma”, “espírito” ou como se queira chamar, que existiria independente do cérebro. Faz sentido, pois muitos pacientes desacordados (como aconteceu comigo) estranhamente se lembram de muitos detalhes de quando foram reanimados ou da conversa dos médicos e de outras informações que não teriam como saber se não houvesse alguma forma de consciência atuando no momento. É aquele clássico relato de ver seu corpo de cima, como se você estivesse sentado no teto do quarto, assistindo a tudo como um telespectador. Joguem pedras, me lembro de ver meu corpo inerte de cima do teto do quarto do hospital e sabem qual foi a primeira coisa que pensei? “Pqp, dei uma engordada”.

Entretanto muitos médicos insistem que qualquer situação que implique em grande liberação de endorfina pode provocar estas sensações e que não há nada de sobrenatural nisso. Dizem ainda que quando o cérebro está quase perdendo a consciência este tipo de reação acontece, ainda que não se esteja morrendo, citando que é muito comum pessoas sentirem os efeitos de EQM com uma simples aplicação de anestesia.

Explicam um por um cada um dos fenômenos experimentados. Por exemplo, o túnel com uma luz no final: isto se deve à baixa oxigenação do cérebro. Temos muito mais células responsáveis pela visão central do que pela visão periférica (tanto é que enxergamos mal com o canto dos olhos). Quando acontece baixa oxigenação cerebral pode acontecer também como consequencia a ativação anormal das células da visão. As células mais numerosas na parte central dos olhos, criariam a sensação de uma luminosidade intensa que diminuí à medida que as células diminuem: uma luz no fim do túnel.

Essa teoria é foi testada com pilotos de Força Aérea dos EUA. A velocidade dos caças reduz o fluxo sanguíneo para o cérebro dos pilotos, que “apagam” e relatam visões de túnel semelhantes às das EQMs. Logo, EQM não teria nada a ver com morte e seria apenas uma reação biológica ou bioquímica.

A impressão de abandonar o próprio corpo também tem sua explicação científica. Seria o estresse, já que ela também ocorre isoladamente em um série de situações: no uso de drogas, na meditação, durante o sono (ou após uma longa privação do sono) ou em momentos de estresse agudo. O culpado seria o “giro angular”, região que fica em uma extremidade do lobo parietal, setor cerebral responsável pela orientação espacial. É o lobo parietal que nos faz perceber onde começa e onde termina o nosso corpo e o mundo externo começa. Pessoas com distúrbios nessa região têm uma dificuldade enorme para entender onde está o próprio corpo, o que poderia causar esta falsa sensação de achar que está fora do próprio corpo. Ao se estimular eletricamente esta região, cientistas narram que as pessoas tem a sensação de estar fora do corpo.

Há quem explique a EQM através da chamada “teoria da contaminação”. Os céticos pregam que de tanto falar no assunto e ver esse tipo de clichê em livros, filmes, televisão e etc, isso fica gravado em algum lugar do nosso inconsciente. Por isso todo mundo sente e experimenta mais ou menos a mesma sensação. É uma teoria também utilizada para explicar porque todo mundo que vê ET vê um bichinho baixinho, pelado e de olhos grandes.

A Associação para Estudos de Experiências de Quase Morte (www.iands.org) estima que cerca de 270 milhões de pessoas no mundo já passaram por esta experiência de forma declarada. Porque tem muita gente que passa e não abre o bico para contar com medo de ser taxado de maluco, de “coisa do demo” ou de mentiroso que só quer aparecer. Outros passam e divinizam o que não podem explicar e já saem afirmando que viram Deus. Eu lhes digo na maior tranquilidade que não sei classificar que porra é essa que eu senti, não sei se é bioquímico, fisiológico, religioso, paranormal, mediúnico ou sei lá o que. Nem quero classificar, tá bacana. Só sei que aconteceu.

Um dado alarmante: pesquisadores holandeses estudaram grupos de pessoas que quase morreram e o dividiram em pessoas que experimentaram EQM e pessoas que não experimentaram EQM. O grupo que não passou por EQM se recuperou bem e menos de 10% morreram no mês seguinte à EQM. Já no grupo que vivenciou a EQM, mais da metade morreu no mês que se seguiu. Cientistas explicam estes dados alegando que por algum motivo o cérebro não se recuperou bem, ficou confuso e entendeu que morreria (não “caiu a ficha” que a pessoa voltou e o cérebro se deteriorou achando que tinha morrido e levou o resto do corpo junto). Já os religiosos dizem que a hora da pessoa passar para o lado de lá havia chegado mas o homem com seus recursos médicos tentou mudar a vontade divina ou aquilo que já estava determinado, mas como o destino já estava decidido, a profecia se cumpriu.

Quando procuramos um médico para falar de EQM, nos sugeriram um cardiologista, uma vez que é muito comum a hipóxia cerebral por cardiopatias e os pacientes com problemas cardíacos vira e mexe “morrem” e voltam após serem reanimados. Mas preferi falar com meu médico mesmo, que presenciou a minha. Para quem não sabe, alguns anos atrás tive uma septicemia, ou sepse, aquela doença que matou uma modelo anoréxica não tem muito tempo, (uma cortesia do Hospital Copa D´Or, entre com uma pedra no rim e saia com uma septicemia de brinde!). Também vivenciei outra EQM quado fiz uma grande cirurgia, anos depois.

MINHAS EQMs

Enfim, a septicemia basicamente fode seu organismo todo e ele vai começando a pifar aos poucos. No meu caso, começou nos pulmões, que estavam cheios de líquido (mais de um litro em cada pulmão), o que me impedia de respirar progressivamente, causando a baixa oxigenação cerebral. Eu tinha momentos de “ir e vir” o tempo todo, estava ligada a uma máquina que monitorava a oxigenação e de tempos em tempos aquilo apitava que era uma beleza, daí corria gente pra cima de mim. Alternei momentos de consciência com apagões durante vários dias, até reagir com ajuda dos medicamentos. E foi nesses momentos de apagão que tive diversas EQM.

Dentre as muitas coisas que experimentei, uma me chamou a atenção porque me permitiu ter a certeza de que algo inexplicável aconteceu. Uma coisa é ter sensações de bem estar, vez luzes e tantas outras coisas que podem ser fruto de liberação de substâncias no organismo (que eu tive aos montes). Mas uma coisa em especial eu não sei explicar.

Estava no teto olhando meu corpo deitado na cama. Estava de saco cheio, porque porra, já estava deitada na cama há quinze dias. Estava em um estado mental meio confuso, não que estivesse retardada nem nada, mas estava em uma outra realidade com noção de tempo e espaço completamente diferente. Sem pensar muito, não me perguntem como, dei um passeio pelo hospital. Não aquela coisa Gasparzinho, O Fantasminha Camarada, de se deslocar voando. Algo mais sofisticado. Na verdade eu nem me deslocava, eu via o que queria. Daí vi uma conversa entre o médico que estava me atendendo e o médico que era responsável pelo meu caso e tinha sido destituído por não ter percebido que eu tinha uma septicemia. Um estava dando um baita esporro no outro aos berros. Lembro das exatas palavras que foram ditas.

Quando percebi estava olhando novamente para o meu corpo e vi pessoas queridas na beira da cama muito angustiadas. Pensei “Ok, ok, melhor voltar”. O termo não seria nem “pensei”, você não tem tempo de refletir isso, você sente isso em uma fração de segundos e quando vê está de volta para aquela dor e sofrimento miseráveis. Acordei. Comentei, meio confusa, que os médicos poderiam ter a cortesia de bater boca e falar palavrões fora do quarto onde eu estava, ao que todos me olharam com espanto e disseram que não havia entrado nenhum médico no quarto. Eu disse o nome dos dois médicos e o que havia sido dito. Chamaram as enfermeiras achando que eu estava alucinando por causa de algum dos um milhão de remédios que estava tomando e uma das enfermeiras ficou branca feito um papel.

Dez minutos depois entra no quarto meu médico. Mandaram todo mundo sair do quarto. Climão. Conversei sozinha com ele e reproduzi o diálogo que tinha escutado. Ele confirmou que de fato tinha ocorrido e eu pedi que da próxima vez saísse do quarto para gritar com o outro médico. Ele me disse “Isso aconteceu quatro andares abaixo de onde a gente está”. Minha cara de cu deve ter sido impagável. Eu não tenho explicação para isso. E quer saber? Nem vou tentar, não tenho a arrogância de querer saber tudo. Deixa do jeito que tá, me bastava confirmar apenas que aconteceu. Ele conversou bastante comigo e explicou que isso era uma EQM e que era muito mais comum do que se imaginava, só que pacientes raramente contavam aos médicos e os médicos raramente falavam sobre isso com outros médicos.

Na outra ocasião, foi em uma cirurgia. Também teve toda a presepada pirotécnica te ver luz, ver flashback, tudo isso. Pacote completo. Mas essas coisas não vou narrar porque eu tava tão cheia de morfina que quando abri os olhos a primeira coisa que vi foi um dragão roxo de olhos amarelos gigante chorando no pé da minha cama, então, quem vê uma porra dessas não está em seu juízo perfeito (e também via os Beatles, os quatro, cantando no cantinho do meu quarto, prontofalei). O que interessa é que durante a cirurgia, tava lá eu de novo no teto vendo meu corpo sendo retalhado e ouvindo a conversa dos médicos, quando uma mulher se aproxima e começa a bater papo comigo. Começa a contar coisas da vida dela. Tudo em uma linguagem diferente, em uma escala de tempo diferente, não dá para explicar. A gente conversou na maior normalidade, tipo, who cares se nossos corpos tão lá embaixo sendo fatiados? Tudo normal. Depois de conversar bastante com ela, ela me disse que era a hora dela voltar, mas que estava com um pressentimento ruim. Daí ela se foi.

Quando eu acordei da cirurgia, completamente doida de morfina, com meus pais em um canto da cama, o dragão na ponta e os Beatles na outra, perguntei se tinha vindo alguém me ver. Não, não tinha. Ninguém podia entrar no quarto do CTI. Eu disse que tinha a impressão de que uma pessoa chamada Fulana de Tal tinha entrado no quarto e conversado comigo e descrevi a pessoa, e falei o nome dos filhos da pessoa e mais um monte de detalhes. Novamente, foram chamar uma enfermeira porque acharam que eu estava delirando – e de fato estava, vide o dragão e os Beatles.

A enfermeira informou que Fulana de Tal estava a alguns quartos de distância do meu e tinha se submetido a uma cirurgia de redução de estômago naquele mesmo dia e estava desacordada, portanto, não poderia ter vindo me visitar. Eu queria levantar para ver a Fulana de Tal mas ninguém deixou, talvez porque eu estivesse com uma sonda nasogástrica (minha “tromba”, como eu costumava brincar), dois drenos e toda entubada e com outras sondas em locais menos agradáveis. Passados alguns dias, quando eu já estava melhor e o dragão e os Beatles já tinham ido embora, vejo uma correria de madrugada e depois de um tempo, uma maca retirando uma pessoa coberta. Era a Fulana de Tal. Implorei para a enfermeira me mostrar o rosto da mulher e quando vi, constatei que era a mesma pessoa que tinha conversado comigo. Eu não tenho explicação para isso. Nem quero ter. Só quero contar que aconteceu.

O que é a EQM provavelmente nunca ninguém vai saber dizer, mas que ela existe, eu posso confirmar.

Para dizer que cada vez mais tem certeza que eu sou maluca, para contar a sua EQM e para dizer que pior que a morte é ter o Beatles tocando nonstop no seu quarto: sally@desfavor.com

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Comments (46)

  • Mais um texto que eu não conhecia! Gostei, especialmente, da falta de conclusões fechadas e de verdades absolutas no final.

  • Fuck Bush:

    Sucesso teve o Sam Harris, dizendo que é maneiro matar pessoas em função de determinados tipos de ideias, certo? Cheque no seu exemplar de The End of Faith o trecho:
    The link between belief and behavior raises the stakes considerably. Some propositions are so dangerous that it may even be ethical to kill people for believing them. This may seem an extraordinary claim, but it merely enunciates an ordinary fact about the world in which we live.

  • "Estava no teto olhando meu corpo deitado na cama. Estava de saco cheio, porque porra, já estava deitada na cama há quinze dias. Estava em um estado mental meio confuso, não que estivesse retardada nem nada, mas estava em uma outra realidade com noção de tempo e espaço completamente diferente".

    Meu chefe passou também por uma experiência semelhante, de se ver fora do corpo.

    O curioso é que não foi em uma cama de hospital. Ele é baterista em uma banda de jazz e, de repente, ele se viu do alto, de costas para ele mesmo, tocando normalmente com a banda durante uma apresentação no interior, como se fosse uma daquelas câmeras que ficam atrás do gol. Acredita que essa experiência deve ter durado, pelo menos, um minuto. Só perdeu o compasso quando voltou a si, e a banda se voltou para ver se ele estava ok.

    Suellen

  • Pois é sally…a religião nada mais é uma ciência que falhou.

    Ela nasceu da ignorância dos homens em explicar suas origens e o mundo em que vivia.

    Ela falhou cientificamente, falhou moralmente, falhou eticamente e vai continuar falhando em tudo.

    Com o avanço da ciência e das sociedades ela vai cair, é só questão de tempo.

  • Gostei do seu posicionamento em relação à EQM, Sally. Detesto ouvir esse tipo de relato de religiosos, arrogância demais elaborar uma explicação pra uma porra dessas, e se convencer de que é a verdade.
    Da mesma forma, é irritante presenciar pessoas invalidando experiências alheias, não tenho muita fé na sinceridade humana, porém é muito sem noção achar que alguém que QUASE-FUCKIN-MORREU inventa historinha pra chamar atenção, até porque esse tipo de acontecimento já faz o trabalho por si só.

  • Anonimo espírita: acho a religião espírita bem mais coerente que a católica, só tome cuidado para não se precipitar achando que porque aconteu algo que você não sabe explicar a explicação seja necessariamente religiosa.

    Eles também podem estar errados, pode ser alguma outra explicação que nós nem cogitamos. Se te conforta e te faz bem, seja espírita. Mas nunca perca seu poder de questionar. Ter fé não pode nos tirar o poder de questionar.

  • Talento, essa sensação foi a mais ou menos a mesma que eu tive. É como se estivessemos em outra realidade, com outra linguagem, outra noção de tempo e outro conceito de sentimentos.

    Não dá para explicar muito bem o que se sente. Se sente tudo e nada ao mesmo tempo. Senti coisas que nunca senti antes e por isso mesmo não tenho nome para elas.

    Concordo com você, não conto isso para ninguém porque é se passar por maluca.

  • Anonimo 2: contar sobre EQM depõe contra sim. Não deveria, mas depõe contra. Ser o centro das atenções nem sempre é sinônimo de coisa boa, algumas vezes a fama que se leva para estar no centro das atenções não compensa.

    Você está ciente que eu peso mais de 100 kg? Repense sobre me pegar.

    • Mais de 100kg em 1,50m?

      HAHAHAHAHAHAHAHA

      Você mente tanto, tanto, tanto, tanto, que se um dia disser a verdade e postar uma foto do seu rosto aqui, ninguém vai acreditar.

      Ainda bem! O anonimato é o charme desse blog.

  • Anônimo casado, já li algumas coisas sobre esse "deslocar a consciência". É uma experiência comum em pessoas torturadas. Quando o sofrimento da tortura se torna insuportável acontece esse deslocamento.

    Pessoas que relataram esse deslocamento são as que menos sequelas psicológicas tiveram após tortura.

    Quase morri duas vezes. Tá barato para quem mora no Hell de Janeiro.

    Quanto ao seu PS, duas observações:

    "se eu não fosse casado" – porque esse é o único impedimento, né?

    "pegava para criar" – Quantos anos você acha que eu tenho? (chute para baixo, idade me ofende)

  • Fuck Bush, infelizmente as pessoas tem essa necessidade de divinizar tudo porque somos programados para tentar encontrar respostas e lógica em tudo que vemos, por questõs complexas evolutivas de sobrevivência. Por isso todas as civilizações acabam acreditando em algum tipo de Deus.

    É aquela história do homem das cavernas que via um raio caindo e como não sabia explicar, achava que era uma obra divina. Aparentemente existem pessoas que ainda tem o raciocinio de um homem das cavernas.

  • Sally, eu me recordo de ver meu corpo e estar tranquila, indiferente no início. Não sei explicar o que realmente aconteceu, parecia um sonho. Quando me encontraram mal em casa eu já me via fora do corpo enquanto uma outra pessoa tentava me "acordar", mas era como se eu não conseguisse comandar meu corpo, depois tudo se apagou. Então ocorreu o mesmo na sala de urgência, foi quando eu me senti aflita e sem entender nada, apenas via tudo que estava acontecendo, inclusive vi o médico falar aos meus pais que seria quase impossível me "salvar".
    Mas to aí, viva, ainda sem entender nada e prefiro ficar sem saber! A não ser que alguém prove por a + b :D

    ps.: Contar isso a qualquer pessoa é quase como se atestar uma maluca. Ngm acredita, a não ser os espíritas. ¬¬

  • Ah eu sempre tenho EQM aham
    Todas as vezes que meu macho enfia a liguona dele e chupa meu clitores eu subo aos ceus, passo pelo tunel de luz azul, navego pelas nuvens,vejos anjinhos ,diabinhos e volto hihihihihihihihihihihihihihi

  • Babaquice isso de achar que contar sobre essa tal de EQM deporá contra voce.
    Voce será o centro das atenções.
    É como quando criança, quando se tem uma cicatriz, ou está com gesso no braço.
    Aliás, eu te pegaria até depois que você contasse sobre sua EQM e mesmo com gesso no braço.

  • Acho que talvez voce possa ter deslocado sua consciência/espírito quando emancipou-se do corpo físico.
    Uma experiência interessante, creio.
    Aliás, vai ser azarada assim lá na casa do "fuckin" caralho, magrela!
    Quase morreu um monte de vezes.

    PS. Eu continuo pensando que, se eu nao fosse casado, te pegava pra criar.

  • Monjh - Senhor dos Muitos Nomes

    Tears of the Dragon é melosa demais. Seria melhor se visse uma torre com 12 mandamentos, divisões e pagãos que dividiram os céus.

  • Brilhante observação Sally: n é pq n sabemos q é coisa de deus. Agora não diga nunca a ciência. Diga que no momento n tem como saber…se bem q a bem pouco tempo atrás dizia-se ser impossível um homem, com sua anatomia, correr 100m em menos de 10s…esqueceram de avisar ao Carl lewis

    A evolução é basicamente visível a olho nu…só cego que n ve ou é doente religioso.

    Ou vc será q nosso cérebro oriundo de 4,5 bilhões de anos de evolução n desenvolveu o inconsciente e a EQM?

    Sem dúvida tem muita coisa nessa massa cinzenta que não sabemos.

  • Anônima do amigo descrente: eu jamais contaria essa história dando nome e sobrenome. As pessoas te acham maluca, carente, etc.

    Não contei da minha EQM nem para meus amigos mais chegados. Nem lembro se tinha contado para o Somir. É o tipo de coisa que infelizmente depõe contra você.

    Tem momentos onde nem eu mesma acreditava em mim mesma. Eu simplesmente não acreditava que aquilo tinha acontecido. Como esperar que outros acreditem?

  • Fuck Bush: acho muito improvável que algum dia alguém consiga provar a existência de algo assim.

    É o tipo de situação que as pessoas explicam da forma que mais lhes conforta, dependendo daquilo em que preferem acreditar.

  • É a Bela que todo post leva o caso pro estupro? Isso é muita vontade de dar, fia? O casado brocha não te comeu. Dá pra mim!

  • Anonimo do pressentimento: o que algumas pessoas me explicaram é que nós sabemos, em algum grau do inconsciente, quando vamos morrer. Viriamos "programados" para passar um certo tempo por aqui. Se isso for verdade, ela sabia sim que o tempo dela tinha acabado.

    Mas isso também pode ser explicado por intuição, por medo de encarar uma cirurgia ou até mesmo pelas drogas pesadas que enfiaram na minha veia. Qual a credibilidade de alguém que vê um dragão chorando no pé da cama?

    Em tempo: Eu culpo Bruce Dickinson pelas lágrimas do dragão.

  • @: só porque não sabemos a explicação não quer dizer que automaticamente se possa afirmar que foi obra de Deus, não é mesmo?

    Acho compatível EQM com ateísmo.

    Ainda que exista algo sobrenatural, não necessariamente precisa ser divino ou religioso…

    • Não sei por que colocam Deus no meio de tudo. Deus é apenas o jeito que a humanidade encontrou de negar a morte e de lidar com a falta de sentido de tudo e com as injustiças da vida de merda que a maioria leva. Mais fácil aceitar ser escravo se houver uma recompensa nos esperando no paraíso depois da morte.

      Mas será que realmente não há alma nem vida após a morte? Eu queria muito que houvesse, porque não estou a fim de deixar de existir, mas tendo a achar que, infelizmente, vou morrer mesmo.

  • Anônimo da avó com EQM: não sabia que uma EQM poderia ser ruim! Fico feliz em estar classificada como "boa pessoa" por quem quer que seja…

  • Monjh: pode ser tudo isso, podem ser outras coisas ou pode ser nada disso. Não tenho a menor idéia da explicação, só sei que aconteceu.

    Não descarto ser delírio, ser efeit desconhecido de medicamentos, ser psicológio ou ser sobrenatural. Não descarto nada. Mas certeza da explicação acho que nunca vou ter.

  • Anônimo Bela: pessoas sobrevivem a estupros e podem levar vidas felizes depois desse tipo de evento trágico se forem bem estruturadas e procurarem ajuda.

    Você perguntou o que eu faria.. bem, eu não me deixaria morrer só porque fui estuprada, é dar importância demais para um criminoso. Não deixaria um criminoso ter tanto poder a ponto de me fazer desistir da minha vida.

  • Anônimo dos Beatles: espero que se um dia você passar por isso os Beatles ao menos tenham a cortesia de mudar o repertório em vez de tocar a noite toda a mesma música.

  • Anônimo da pulga atras da orelha: eu não penso nisso, porque não acho que nenhum dos argumentos que me foram dados até agora explica o que aconteceu. Nem científicos nem religiosos.

    Confesso que em toda minha arrogância portenha me incomoda que exista algo que eu não saiba explicar ou controlar. Logo depois que aconteceu eu fiquei bem transtornada, mas já fiz as pazes com isso.

  • Talento, eu também prefiro não pensar na explicação, porque pode ser qualquer coisa. Provavelmente é algo que nunca vamos saber.

    Você se lembra do que sentiu quando viu seu corpo sendo reanimado? Setiu medo? Ficou indiferente?

  • É por isso que a pessoa só acredita depois que passa pela coisa. Não adianta querer convencer. Eu tenho um amigo ateu que quando alguém conta EQM pra ele ele diz que a pessoa tá mentindo ou que quer aparecer. Nunca que vão acreditar que vc entubada pode estar presente 4 andares abaixo, nem conversar com a outra paciente. Muita gente tem contato com o sobrenatural mas esconde pra não passar por mentirosa ou doida.

  • O problema é que tudo que foi relatado não vale como prova para a ciência, pois sendo uma série de eventos que não podem ser constatados em ambiente controlado para todos verem.

    Eis o grande desafio da Ciência explicar tais coisas, uma vez que são extremamente pessoais.

  • ENFIA O CETICISMO NO CU 2:
    Como que uma pessoa desacordada pode adivinhar o nome e a vida duma pessoa desconhecida?
    Tá o dragão e Beatles foi foda, mas não tá na cara que vc trocou uma idéia em espírito com a pessoa do outro quarto?
    Sally, vc fala tanto que até em coma arruma amizades. LOL

  • Depois dessa eu só tenho a dizer: ENFIA O CETICISMO NO CU!
    Naonde que uma pessoa desacordada vai saber o que se passa do lado de fora do quanrto?
    Chupa essa manga ateístas do caralho!

  • Sensação boa só se for pra vc que é do bem, porque quem é do mal deve ter visões apavorantes ou não ver nada. Meu ex ficou em coma, comona mesmo, se ferrou todo num acidente e disse que apagou de vez, também era um desgraçado feladaputa. Pena que não morreu, ex bom é ex morto.
    Minha avó era do bem e teve visões boas numa EQM. Eu me cago de medo, se exisitir inferno vai que o capeta apareça no túnel me esperando pra fazer um arrastão.

  • Monjh - Senhor dos Muitos Nomes

    Foi mal, Sally, mas você ainda estava delirando quando ouviu os médicos e nefermeira confirmarem o que você disse que ocorreu. E foi auto-sugestão crewr que o defunto era a outra pessoa em projeção astral.

    Ou será que não…?

  • Se uma vítima de estupro apanhar bastante durante um estupro a ponto de apagar e ter uma EQM, será que na hora do túnel da bifurcação ela vai para a luz branca pra morrer logo de uma vez ou ela vai pra escura mesmo pra voltar a vida sabendo que vai conviver com o trauma do estupro pro resto da vida?

    Sally, se fosse estuprada e depois do estupro levasse uma tacada de Baseball na cabeça e tivesse uma EQM e chegasse ao túnel da bifurcação, o que vc faria?

  • Pois é, Sally. A pirotecnia envolvendo teus 1up certamente te deixou meia dúzia de pulgas atrás da orelha, não?

  • Sallyta!
    Acredito em ti, já tive uma, porém não me foi agradável, apenas via o meu corpo e as pessoas em volta. E toda a tentativa de reanimar e o médico falando "não vai dar, não vai dar". Infelizmente eu voltei…
    Me fez pensar muito que talvez os espíritas estejam no caminho certo, mas depois desacreditei.

    Isso é muito "doido" pra ter explicação… Prefiro nem pensar também!

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