Somir Surtado: Tecnologia fashion.

Escrevo hoje inspirado por uma reportagem sobre a derrocada dos celulares BlackBerry nos EUA. Começo assim para linkar a matéria, para estabelecer um exemplo prático do assunto, mas também para avisar desde já que vai ser um texto nerd. Menciono há tempos meu horror à Apple pelo seu papel decisivo na transformação da computação pessoal em mais um braço da indústria da moda, o que hoje eu desenvolvo melhor.

A matéria, caso você tenha preguiça de ler, menciona exemplos de pessoas extremamente incomodadas por ter de usar celulares da marca BlackBerry ao invés dos mais populares iPhones e derivados, como os que usam o sistema operacional Android. Muitas empresas fornecem celulares ou tablets para seus funcionários, e até alguns anos atrás, o padrão era os modelos da BlackBerry. Hoje em dia, não mais. Tanto que a empresa está afundando a olhos vistos.

Tudo bem que tecnologia avança e é razoável que com o passar do tempo as pessoas queiram migrar para versões mais novas dos gadgets que utilizam em seu dia-a-dia, mas basta dar uma lida nas reações coletadas dentre as pessoas entrevistadas para a matéria para notar que tem uma distorção de valores em curso neste momento histórico.

Adultos envergonhados e enraivecidos com seus celulares tais quais crianças emburradas porque ganharam o “presente errado” dos pais nos seus aniversários. Um dos depoimentos menciona a vontade de quebrar seu celular “menos fashion” com um taco de beisebol. Outro diz que se sente excluído porque não consegue acessar alguns dos aplicativos disponíveis nos celulares da Apple… Esse é o resultado da popularização dos dispositivos móveis no mundo? Uma geração de criançonas buscando aprovação através de um pedaço de plástico apinhado de circuitos?

De um ponto de vista estritamente racional, quando uma empresa fornece para seus funcionários celulares do tipo, quer que eles consigam se comunicar em qualquer lugar, editar e salvar documentos, acharem os lugares que devem visitar… E nesse campo, não existem diferenças tão gritantes assim entre as marcas. As pessoas reclamam do sistema GPS do BlackBerry, mas querem ter um iPhone, cujo sistema de localização a própria Apple assume que é uma merda. Não é como se a tecnologia disponível permitisse tamanha segregação entre as marcas.

Só que o cidadão médio não é o maior fã de tecnologia, não de verdade. Vivemos numa era onde a interface se mistura demais com a estrutura que a torna possível. Para a maioria das pessoas, computadores da Apple são mais rápidos e eficientes que PCs. Mesmo que hoje em dia os computadores da Apple sejam PCs com uma maçã desenhada (sério, são as mesmas peças montadas do mesmo jeito, pode pesquisar…). Não é o que está dentro que importa, é a interface e a opinião alheia.

Adendo: Interface nada mais é do que a parte que se usa para fazer o produto em questão funcionar.

Você pode argumentar que futilidade passa LONGE de ser um fenômeno recente e que as pessoas nunca ligaram de verdade para os componentes que constroem seus brinquedinhos. E você não está errado. Design e status vendem mesmo muito mais do que competência tecnológica, em diversos setores e desde… bom, desde que existe um mercado.

Mas essa tara por aparência não existe sem seus custos. Toda vez que um produto é massificado, a tendência é que os avanços tecnológicos que o tornaram possível entrem num círculo vicioso de aumento de lucros para quem vende, efetivamente parando no tempo o cerne de seu funcionamento.

Carros são um ótimo exemplo: Os primeiros carros que foram vendidos para grandes públicos são basicamente os mesmos que são vendidos hoje. O conceito do carro não foi modificado, sua interface e status sim. Eles ainda usam combustível para fazer os motores funcionarem, ainda trafegam sobre rodas com pneus diretamente no chão. Evidente que hoje em dia eles são muito melhores e mais eficientes, mas não é como se o conceito do que é um carro tenha mudado em quase um século de produção em massa.

Carros voadores foram o sonho de diversas gerações, e tivemos um baita de um tempo para torná-los possíveis. Cadê? A espécie que colocou um homem na Lua há mais de 40 anos atrás não é capaz nem de pesquisar direito isso? Faltou o incentivo de perseguir essa tecnologia, e boa parte da culpa é do mercado que premiou regiamente quem se concentrou em aperfeiçoar tecnologias mais vendáveis e focar em status.

E o exemplo dos carros parece estar se materializando perfeitamente no mundo da computação pessoal. O primeiro computador de massa é basicamente a mesma coisa que os modernos. Interface, eficiência e status mudaram, a base não. Computação quântica, o equivalente aos carros voadores, está sendo perseguida por alguns laboratórios universitários por aí, mas o GROSSO do financiamento está mesmo em tornar os computadores em máquinas mais bonitas e marcas mais fortes para seus produtores.

Não sei se vocês chegaram a ver algum dos inúmeros vídeos de pessoas em filas para comprar o iPhone 5:

Mesmo se você não entende muito bem inglês, dá para sacar sobre o que vídeo se trata: Pessoas desesperadas para consumir um produto sobre o qual não sabem porra nenhuma. Pura imitação de comportamento alheio. Apesar de ser um exemplo exagerado, ainda sim é um exemplo do que realmente está por trás desse mercado de aspiração. Pra quê evoluir substancialmente uma tecnologia se o público compra por impulso e necessidade de seguir a moda?

Não detesto a Apple porque ela é popular, detesto porque eu quero os meus “brinquedos” fazendo coisas mais interessantes do que acessar a internet para saber o que outras pessoas estão almoçando… O rumo da tecnologia computacional atual está prestes a se tornar um “loop” de futilidade: As pessoas compram iCraps porque eles permitem que se aproveite melhor as funcionalidades criadas para vender iCraps. Em circuitos fechados assim, existe espaço para criatividade, mas não para originalidade.

E sim, eu estou fazendo uma diferenciação entre as duas coisas. Pode-se ser criativo mesmo dentro de uma série de limitações, eu sei disso porque publicidade é basicamente criar seguindo regras bem rígidas. Criar uma nova interface para um sistema que vai continuar fazendo a mesma coisa é um exercício criativo, mas é extremamente limitante no campo da originalidade.

Hoje em dia todo mundo é fotógrafo, diretor de vídeos, músico… Mas não parece tudo mais ou menos a mesma merda? A criatividade da internet aumentou, impulsionada sem sombra de dúvidas pela portabilidade dos equipamentos que a acessam, mas a diferenciação entre as criações está cada vez menor. Criar para se sentir inserido é a praga da originalidade.

A mentalidade “Apple” (não é culpa só deles, evidente) vai se espalhando por aí a passos largos, envenenando as gerações conectadas com a ilusão de que podemos viver apenas de aperfeiçoar e criar dentro de regras muito específicas. E como tudo que vira moda, essa limitação vai gerando cada vez mais crianças mimadas como as que aparecem na notícia que ilustra esta coluna. Tecnologia não pode ser moda, moda passa todo tipo de ideia errada para uma espécie que só chegou onde chegou por pensar em coisas malucas, impopulares e aparentemente inalcançáveis.

Enquanto pessoas se sentirem arrasadas por seus celulares não terem o mesmo logotipo dos de seus pares, nossos carros não voarão. Não financie a estagnação. Bom… agora vocês sabem porque o desfavor fica uma merda quando lido no seu iCrap.

Para me agradecer por avisar que seria nerdice, para dizer que não curtiria o meu texto, ou mesmo para concordar com tudo respondendo pelo seu celular: somir@desfavor.com

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Comments (47)

  • Olha, comprei fora o Galaxy 3. Ótimo, excelente, sobretudo o GPS, o melhor que já vi, mas quase do tamanho de um azulejo. Ou seja, cada vez mais distante do propósito do celular, ter portabilidade. Sem falar da autonomia, por conta das futilidades e comodidades que reduzem drasticamente a duração da bateria. Culpa dos consumidores que exigem cada vez mais que o celular tenha centenas e centenas de coisas na palma da mão as quais eles provavelmente jamais acessarão.

  • Recentemente passei uns meses nos EUA e comprei um computador. Com menos de 10 dias pra voltar, eis que quebro a tela, totalmente. Tinha pago 500$ e o conserto, fora o imposto, era $350. Fiquei com vontade de jogar no meio da neve e ve-lo pegar fogo. Desisti.
    Como precisava usar internet nesses últimos dias, principalmente durante a viagem (nunca durmo), acabei entrando no Wal Mart pra comprar um iTouch. Me custou $200 e, literalmente, salvou minhas longas hora de espera. Até hoje, mesmo ele só funcionando onde tem wi fi (grande parte dos lugares), ele funciona super bem. O produto é bom, nada demais. Assisto muitos filmes e até hoje sou lerdinha para assisti-los e demorei umas duas semanas pra conseguir transferir músicas e usar iTunes. Quanto complicação :S

    O problema, realmente, reside na inversão de valores, onde se utiliza o telefone pelo status social.

    Acho muito interessante as vezes as pessoas ficam olhando, como se fosse algo de outro mundo, uma vez que eu demorei pra comprar uma capinha e ele é bem fino. Todos com olhares verozes, pensando que era a próxima geração do iPhone, um mais magrinho, depois do Herbalife.

    Ah, confesso que hoje sou deveras viciada por causa do app do netflix. Fico assistindo filmes/series em qualquer lugar (com wifi).

    Falei demais. E quase esqueci de pedir arrumar o blog para que eu consiga ler no meu icrap. Fica fechando a cada 10 segundos :S

  • Uso um celular fora de moda, padrão mesmo, com tela normal, teclado normal (3 letras juntas, sem qwerty), mas depois que vi um samsung galaxy android do meu amigo que parece um iphone, já passei a querer ele, e a questão principal é a beleza mesmo, hahaha. eu achei ele totalmente clean e lindo, porque ele não tem teclado físico. E agora eu quero um galaxy ainda mais porque eu descobri que existem BRANCOS! me parece a nova moda…

  • Muito bom, Somir.
    Sempre me censuram quando digo que quero celular somente para falar e ouvir, porque parece que quem não se abarrota de tecnologia é quase um pária.
    Desde que não seja imprescindível à minha profissão ou às minhas necessidades, que sentido faz eu ter uma traquitana que tem trocentas funções que não usarei?

  • Eu queria saber qual marca e modelo de celular o Somir usa. Ele por ser um nerd de responsa podia me indicar um
    Dos bons. O meu Android a bateria acaba rapido.

    • Carolina Souza

      Todos acabam rápido (o problema não é o sistema operacional) se vc deixar a troca de dados (internet) sempre disponível. Se vc não precisa ficar acessando Facebook o dia todo e não tem um chefe que acha que email é telefone (e tem que ser respondido imediatamente), é só desligar o recurso e habilitar somente quando for realmente necessário.

      Se precisar, não adianta muita coisa trocar de plataforma… É tudo a mesma merda.

      • Eu ganhei um MotoGo, o mais legal é que celular sem sistema operacional funciona o despertador mesmo com ele desligado que aí ninguém me acorda, mas na hora certa ele liga. Celular pra mim precisa ter 3G, rádio e wifi pra eu não morrer de tédio nos ônibus, nas filas e nas salas de espera, além de uma câmera razoável pra eu tirar alguma foto eventualmente (tem cada bafão que eu quero mostrar pros amigos com imagens). Eu nunca pagaria mais de mil dilmas num celular.

    • Tenho um velho que ganhei de presente. Faz e recebe ligações, além de acessar a internet. É um “dumbphone” mesmo.

      Eu não preciso de mais que isso.

      E vou junto com a opinião da Carolina Souza. É tudo muito parecido, então, na dúvida… não financie a Apple.

    • Juice Defender é um aplicativo que controla legal a bateria. O unico problema é se vc usa muito o e-mail, (que é o meu caso) pois ele desliga a internet e só atualiza de 10/10 minutos quando vc está com o teclado bloqueado.

  • Somir, quis deixar em outro comentário, preciso de sua opinião de nerd:

    1 – Tenho um Sony Vaio que demora décadas para inicializar. Os produtos da Apple pelo que vejo inicializam muito mais rápido. Verdade ou mentira?

    2 – A Apple é user friendly, ideal para quem não sabe porra nenhuma ou para quem não tem tempo ou interesse em aprender. V ou F ?

    3 – Considerando que a maioria dos usuários não vai fazer muito mais que mandar mensagem e acessar redes sociais, a interface superior da Apple é uma vantagem. V ou F

    4 – Se eu quero um aparelho pra assistir videos no avião e outros lugares que não minha sala, ler um livro ou revista, escutar música e ver fotos, o ipod é a melhor opção. V ou F

    5 – A Apple tem o ambiente fechado, o que limita as opções mas faz tudo ficar mais fácil se você for um usuário comum e comprar tudo da Apple. V ou F

    6 – Trabalhando no ambiente Apple são muito menores as aporrinhações por atualizações de software, compatibilidade de drivers, acessórios, etc. V ou F

    Aguardando ansiosamente enquanto jogo Angry Birds no meu Ipad….

    • 1 – Meia-verdade. Um sistema Windows e um Apple limpos e organizados iniciam muito rápido. Mas como é mais fácil poluir um Windows instalando inúmeros programas inúteis e suspeitos, a tendência é que com o tempo a vantagem da Apple aumente. Eu cuido bem do meu PC e inicia rapidinho.

      2 – Verdade. A Apple não é a única com interfaces simples, mas tem uma interface simples.

      3 – Mentira. Para um usuário simples assim a complexidade das interfaces é basicamente a mesma nos dois sistemas mais populares. Quem não se importa muito com essas coisas deveria economizar e comprar um produto mais barato.

      4 – Meia-verdade. Melhor opção pode assumir vários significados. Se for uma questão de qualidade visual, a tela Retina realmente faz diferença. Mas sem essa necessidade, o preço elevado torna o custo/benefício terrível.

      5 – Verdade. É mais simples deixar tudo na mão da Apple.

      6 – Verdade. O sistema fechado tem dessas vantagens.

      • É especificamente em relação ao item 6 que eu amo a apple [ainda]. Pra quem trabalha com produção de audio e vídeo sabe do que to falando: no windows tem que instalar além de placas e bla bla bla, drivers, atualizar software, burlar sabe lá o que no sistema, e fazer mais um porre de coisas pro negócio funcionar direito. No mac não! apenas pluga lá e o negócio funciona sem precisar fazer nada!

  • Achei interessante que a matéria é uma tradução do New York Times. Não sei se a jornalista teve a intenção de zuar as pessoas que tem blackberry ou se realmente tudo foi tratado como sendo um problema mundial… No mais, continuo feliz com meu nokia.

    • Eu quase botei na conta da estratégia de pinçar os piores para tornar a matéria mais interessante, mas aí eu lembrei das enormes filas para comprar o iPhone 5…

  • Fala ae seu nerd…

    Não costumo acessar o UOL mas por incrível coincidência havia lido a reportagem. Me pareceu muito forçada, se for verdadeira eles escolheram a dedo os imbecis pra dar entrevista. Escolhendo assim achavam até quem falasse que o Pilha é sensato…

    Acho o culto a Apple e ao Steve Jobs bem imbecil mesmo, mas esperar o que dessa humanidade medíocre? A galera fica na fila pra show do Luan Santana! Pensando assim fila pro Ipod 5 vale a pena…

    Quanto ao foco das empresas, é isso aí mesmo, busca-se atender o desejo do consumidor. E quer saber ? A maioria das pessoas está bem satisfeita com um carro que não voa e com produtos Apple. Capitalismo é isso aí. Acho que a humanidade vai progredir de qualquer maneira, sempre foi assim e sempre será.

    Agora que realmente temos uma geração de adultos mimados é evidente e não só por conta da adoração pela Apple. Boa parte dos protestos na Europa são por coisas que um brasileiro comum nem sonha em ter. E a imprensa aqui noticia como um mega-problema.

    Semanas atrás recebi um visitante da Espanha que comentou como a crise está braba. Disse que tem gente aceitando salário de 1.000 euros ! Que absurdo não? Um espanhol tem que aceitar ganhar R$ 2.600…é degradante mesmo…

    • Entendo o seu ponto de vista sobre as “vontades” do mercado, mas acho derrotista. Uma das formas de combater (não precisa ganhar de primeira, pode ser um processo) é ajudar a tirar a noção de luxo e elitismo desses iCraps. Celular virou coisa de pobre total, se não tivessem dado outros nomes e se afastado disso, teria caído na vala comum.

      Bater constantemente nessa tecla que iCraps são os novos celulares machuca empresas como a Apple BEM na estratégia de expansão de mercado delas.

      • Me lembro da vez que consultar na internet um número de telefone a partir do meu velho 3600 slide (S40) e o moleque depois que eu passei o número pediu o iPhone para ligar.

        Facepalm total.

    • Considerando que em Portugal o salário mínimo mensal é nada mais, nada menos que ISSO, fica até parecendo que os hispanicos estão chorando de barriga cheia.

      A crise pode estar brava, mas ainda não se está no nível “fundo do poço”. Há várias razões para ela estar batendo mais forte em Portugal, na Espanha, na Itália e na Grécia.

      Por um lado entra o fato de que o governo, as pessoas e as empresas estão fortemente endividados, sendo que no caso específico da Espanha, houve uma forte bolha no mercado imobiliário. Por outro, se tem a problemática do know-how desses países em termos tecnológicos deixar muito a desejar, bem como a própria dificuldade para se montar plantas produtivas no contraponto a países melhor posicionados nas relações comerciais a nível global. Para terminar, tem a questão da faixa etária da população não ser mais exatamente jovem, o que torna uma (re)colocação ainda mais problemática.

      Quem tem recursos para investir, dadas as medidas restritivas adotadas pelo governo, tende a destinar os recursos ora para paraísos fiscais, ora para eventuais investimentos externos.

  • Nesses meses eu tenho lutado contra isso. Tenho pesquisado vários celulares e tablets em diversos sites e lojas para ver se consigo um aparelho que faça o que eu quero a um bom preço. Mas durante toda essa jornada, nunca parei de sentir um gosto amargo na minha boca.

    O fato é que eu não preciso de um tablet ou um celular com Android. Vivi 22 anos sem isso e acho que posso viver um pouco mais. Odeio o fenômeno descrito no texto tanto quanto o Somir,mas não posso deixar de ter esse impulso em ter um celular talvez não mais na moda, mais mas atual e com mais funções, mesmo que eu não vá usar nem 10% dessas com tanta frequencia.

    Vc olha nos corredores da faculdade ou nas salas de aula, todos estão com o celular na mão, mas NINGUEM está fazendo uma ligação. É sempre mensagem de texto ou atualizando o “face”. Vc vê tanto isso TODO DIA que passa a subconsientemente querer um desses para vc,mesmo ue o seu lado racional saiba que isso é burrice.

    É algo incontrolável. E frustante,devo admitir. Mesmo depois do texto, ainda estou com a idéia de comprar um aparelho com Android. O que eu posso dizer? Acho que isso tudo é mais forte que eu. Resistirei ao máximo (olhar o preço ajuda a tirar essas idéias da mente) mas se surgir uma oportunidade de conseguir um aparelho desses em condições favoráveis, não sei se resistirei…

    • O foda mesmo é que tem aparelho muito barato (tosquera de Mercado Livre mesmo) que faz basicamente as mesmas coisas, mas se o cidadão mostrar um desses no meio de uma platéia “conformada” com o que é fashion no mundo da tecnologia, capaz de ser ridicularizado.

      E o pior é que esse tipo de pressão é peça integrante da estratégia de mercado da Apple e similares (as outras marcas não são boazinhas, são apenas menos competentes…).

    • Sugiro pra você o nokia C2-05. Ele faz quase tudo que os modernos fazem, a desvantagem é que não é touch e o teclado é daquele antigo, mais dificil de digitar.
      Mas por 180 dinheiros tá uma maravilha. Dá até pra acessar o Desfavor com ele, mas não tente escrever comentários grandes que ele não consegue carregar.
      A vantagem é que ele é bonitinho, não parece dinossaurico. E é nokia, mais fácil ele quebrar o chão do que se quebrar.

    • Nem uso aparelho com Android, sendo que uso 3 S40 Nokia, um Multilaser de 3 chips e um ZTE que paguei 79 reais nas Casas Bahia e me viro bem com eles, mesmo quando o que está em questão é a merdinha do Facebook.

  • Olha, apesar de ser defensor da Apple para algumas coisas bem específicas (tal qual sistema operacional e computadores voltados p/produção hehe), confesso que não gosto dos “iCraps” também não. Acho futilidade isso, e concordo em muito com vários pontos que o Somir colocou no texto.

    • Eu trabalho com produção e sou uma voz dissidente sobre as vantagens da Apple. Desde que a história do CISC/RISC acabou, virou mais questão de gosto do que de performance. E como Apple costuma ter um preço BEM maior…

      Só não consigo afirmar se para produção de áudio faz diferença, porque com essa parte eu não mexo.

      • Quando a questão é audio no caso, o que vem a tona é a latência da resposta tanto de saida qto de entrada dos sinais analógico e digital. No caso eu defento o hardware da apple por ter baixissima latência, bem como facilidade pra “interagir” com placas de audio de várias marcas sem precisar de mimimis do windows. Além é claro, da tal da alta performance. E não to falando de brinquedinho com intel i7 da vida não, to falando dos mac pró ainda com os core 2 quad xeon que literalmente ainda botam o negócio pra comer poeira perto desses novos i7.

        E ok, já entrando no mérito da plataforma, do “visual” muita gente reclama que acha dificil se habituar ao ambiente osx, eu pelo contrário acho facilimo, e às vezes até estranho a disposição das janelas no windows.

        • Ge, isso é meramente pelo foco na plataforma por parte dos desenvolvedores do software que roda nas máquinas da marca. Enquanto que os desenvolvedores da Microsoft tendem a olhar para o software como relativamente alheio ao hardware, os da Apple tentam enfocar na relação software-hardware com o objetivo de tirar o máximo possível de desempenho em cima do hardware.

          Há informações de que o Mac Os X poderia rodar sem grandes problemas num P4 por exemplo, o que desmistifica a questão da qualidade do hardware em si.

  • Esse é um mercado que realmente se tornou bastante fútil. É necessário um certo jogo de cintura e estudo pra conseguir transitar por esse meio aproveitando as coisas úteis da tecnologia atual.
    Não sou um consumidor ideal da indústria, pois nunca pago o preço pelas “novidades” dos modelos, que é de onde acredito que advenha a maior parte do lucro.

    • Antes do Steve Jobs “inventar” os iCraps, a indústria parecia querer enfiar um desktop poderoso dentro de caixinhas portáteis, agora a onda é justamente o inverso… Cada dia mais os desktops se parecem com aparelhos portáteis de baixo desempenho.

      Quem queria mais tecnologia acabou alienado…

  • Apple vive de vender imagem, sendo que a empresa deu bons resultados justo em cima disso. Nada muito diferente no que diz respeito ao Facebook.

  • Escrever em touch é uma merda, estou escrevendo em um agora (vou me arrepender, mas: ESTOU ACESSANDO POR ICRAP, SOMIR! VOCÊ NÃO CONSEGUIU CAGAR O DESFAVOR PRA MIM! – ainda) e demorei o triplo do normal pra digitar esse textículo. Como o icrap foi presente, não tenho problema nenhum em usar, não fui babaca de pagar o preço absurdo e ainda pago de legal no meio da galera, mas ainda carrego meu celular podre, chinês, com internet java, porque tem teclado qwerty lindo e é o melhor que tem pra digitar. Deixo o icrap pra musica e internet na rua e só (e como meu computador faleceu recentemente, por enquanto pra todo o resto também)

    • O esforço de ter escrito o comentário numa tela touch compensou o fato de estar usando um iCrap, não vou tomar medidas para que da próxima vez você caia no Lemon Party ao invés do desfavor…

      Mas falando sério: O problema não é ter internet e comodidades/futilidades virtuais na palma da mão, praticidade é uma coisa positiva. O problema é a indústria de aspiração asquerosa financiada por iCraps e coisas do gênero.

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