Flertando com o desastre: Desgosto de ver

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Desculpa aí, o texto está meio parecido com o de ontem. É um preço pequeno que se paga por ler um blog onde os autores estão sempre em sintonia mental. Meu texto já estava pronto e quando vi o do Somir hoje, soltei um sonoro palavrão. Prefiro pensar que um texto complementa o outro.

Dentre os muitos direitos que nos estão sendo tirados de forma silenciosa, um em especial vem me causando aborrecimentos. Já perdemos o direito ao silêncio: tome música alta do vizinho, tome música alta na rua, no trabalho, no transporte público, crianças gritando, adultos mal-educados falando alto e tantas outras mazelas já tratadas em um Flertando com o Desastre só sobre esse estupro auditivo. Perdemos também direito à privacidade (celular com câmera, redes sociais e tantas outras armadilhas). Mas este direito ao qual me refiro ainda sofre um cerceamento velado, camuflado de cidadania: o sagrado direito de desgostar. Isso mesmo, hoje existem coisas que simplesmente não podemos desgostar, ou ao menos não podemos externar se desgostarmos.

Determinados grupos, lugares, culturas ou pessoas Intocáveis aos quais não se permite nenhuma crítica, nem mesmo uma de índole assumidamente pessoal: EU não gosto. Vai dizer “Eu não gosto do Nordeste” e veja o que acontece. Mesmo que você tenha morado lá dez anos da sua vida, mesmo que você conheça cada cidade, cada praia, cada bar, vão te chamar de “preconceituoso”. Porque “preconceituoso” é o novo “é a inveja”, uma justificativa genérica para desqualificar o interlocutor e minar sua credibilidade. Se não gosta da terrinha natal da pessoa SÓ PODE ser preconceito, pois é inconcebível que algum ser humano do planeta efetivamente conheça e desgoste daquele lugar. Então tá. Sempre vai ser “é preconceito!” como forma de intimidar quem expressa uma opinião válida e tentar fazê-lo calar sem precisar entrar no mérito da questão.

Como o próprio nome já diz, PRÉ-CONCEITO é um conceito prévio, formado sem o conhecimento de causa. É o clássico “nunca comi jiló, mas não gosto”. A partir do momento em que você tem conhecimento de causa o argumento do “preconceito” não se sustenta mais. É PÓS-CONCEITO. Percebam também que um desgostar devidamente embasado, mostrando ponto a ponto porque aquilo não te agrada jamais será preconceito, o preconceito reside no desgostar apenas por aquilo ser aquilo. Um exemplo concreto: “Não gosto de Salvador porque é Salvador”, é bem diferente de um “Não gosto de Salvador porque acho uma cidade que fede a urina, suja, feia, com pessoas mal educadas, feias, atrasadas e porcas, incapazes de prestar serviços de forma decente”.

Não pode. Primeiro porque as pessoas confundem o fato de você achar uma merda com o fato de realmente ser uma merda, ou seja, dão importância demais ao que o outro pensa. Pessoas complexadas, vira-latas, que mensuram sua importância não por aquilo que são e sim pela forma como são reconhecidas pelo olhar alheio. Dependem da aprovação ou admiração alheia para se sentirem plenas, para sentirem que tem valor. Quando o reconhecimento não vem, elas se ofendem, pois o fato de você acha-las uma merda as faz efetivamente se sentirem uma merda. Segundo porque também confundem o fato de você achar uma merda algo relacionado a elas com o fato de chama-las de merda. Confundem sua nacionalidade, sua profissão, seus gostos pessoais com aquilo que são. Sabe o que é isso? Gente vazia, que não é o que é, que é o que TEM, é ONDE NASCEU, é sua profissão, é qualquer coisa menos seu conteúdo. Por isso se ofendem quando falam mal desses fatores externos. Pessoas inteiras não dependem de nacionalidade, profissão ou bens materiais para mostrar ao mundo o que são.

Desgostar, de uns tempos para cá, virou ofender. Criticar virou ofender. Nada que não seja neutro ou positivo pode ser dito sem que um grupo de pessoas se sinta ofendida, ainda que não se esteja falando especificamente dela e sim de algum grupo do qual ela faça parte. Exceção: argentinos. Você pode desgostar de argentinos, falar mal abertamente de argentinos, fazer piada com argentinos, desejar o mal para argentinos. Não tem nem seis meses, um famoso repórter global comemorou no Twitter a agressão física sofrida por argentinos em um jogo de futebol e eu não vi ninguém se indignando. Pense em alguma piada ou até mesmo em alguma crítica ou qualquer forma de desgostar relacionada a um argentino. Agora repita isso em voz alta, mas substitua a palavra “argentino” por “negro” e aguarde o estresse começar. Dois pesos e duas medidas, a principal característica do hipócrita.

O mais curioso não é o fato de desgostar ter virado ofensa e sim o fato das pessoas não estarem percebendo e/ou se importando com isso. Ninguém parece incomodado em lutar pelo seu sagrado direito de desgostar. A liberdade vai sendo tolhida aos poucos, e a sociedade vai tolerando, cada vez mais, tal qual pai atura pirraça do filho só para não ter o trabalho de educar. Já viram criança que se joga no chão do shopping e grita para conseguir o que quer? Pois é, é isso que essas “minorias” estão fazendo, mas em maior escala. E a sociedade está cedendo, deixando de verbalizar quando desgosta de algo relacionado a eles. É a cultura da preguiça, de gente que prefere tomar no cu deitada do que levantar e sair da cama para não tomar uma trolha no rabo. Pessoas em berço esplêndido assistindo a tão batalhada liberdade de expressão ser estuprada e perder uma a uma todas as preguinhas. Não pega bem ser o primeiro a levantar a voz, né? Melhor só deixar para falar quando houver um movimento sobre o assunto em alguma rede social, para estar escorado. Melhor deixar para falar quando tiver certeza de que a maioria também pensa assim. Cambada de babacas. Cuzões.

Ninguém parece lutar pelo sagrado direito de desgostar. Se desgostar de algo passa a ser socialmente condenável, então as pessoas se calam, guardam para si e seguem sua vida. Você vai deixar a sociedade decidir do que você pode desgostar? Você pode desgostar do que você quiser! Desgostar não é racismo, desgostar não é crime. Dizer “Eu não gosto de…” é uma liberdade individual sua inerente a um Estado Democrático de Direito. Ou já te convenceram que desgostar é reprovável? Reflita, você vai ver que o direito de desgostar tem que ser facultado a todo ser humano, bem como o direito a externar o que você desgosta.

Querer impor o seu desgostar, erradicar aquilo que você desgosta ou formar uma opinião sem ter qualquer embasamento para desgostar sim são coisas muito feias e que merecem críticas. Talvez o grande problema seja que o Brasileiro Médio, no geral, é o rei do achismo. Sempre tem uma opinião formada sem o menor conhecimento de causa, sem o menor estudo. Daí quando um ser humano decente expressa uma opinião, eles automaticamente presumem que ela também seja infundada e começam a apontar o dedo e gritar “Preconceito!”. Só que não, alguns poucos exemplares da raça humana no Brasil ainda são capazes de estudar, de avaliar, de conhecer e exercer um julgamento crítico. Mas o Brasileiro médio pensa que todo o universo é igual a ele.

Mas vocês sabem como é o Brasileiro Médio… “se não gosta de mim ou de alguma coisa que eu gosto só pode ser porque não conhece, é humanamente impossível que alguém desgoste do que eu gosto, porque eu sou referência mundial de bom senso e bom gosto”, ou, em apenas uma palavra: “Preconceito!”. Mais fácil e menos doloroso acreditar que o interlocutor desconhece o assunto e está agindo por preconceito do que perceber que de fato aquela pessoa, aquele lugar ou aquele grupo fez por onde ser desgostado. É como a pessoa que rebate uma crítica dizendo que é inveja de quem critica: mais fácil pensar isso do que olhar para dentro e admitir que se portou de forma incorreta. A culpa sempre está no outro.

Hoje em dia eu não tenho dúvidas de que essa proibição de desgostar afeta a TODOS. No começo era um grupinho aqui, outro ali, mas hoje eles foram se somando e é praticamente impossível que um cidadão não tenha críticas a tecer sobre algum desses grupos ou a alguns de seus membros. Então, se são tantos os Intocáveis, se cada vez mais gente se coloca nessa categoria e cada vez mais se restringe o direito de desgostar, porque é feita a manutenção dessa condição de intocabilidade? Justamente por isso. Como eles, os Intocáveis, são muitos, há grande restrição no direito de desgostar mas também temos muita gente se beneficiando com isso, seja na forma de cotas, seja como escudo social ou para calar a boca de quem incomoda. Assim, minorias burras estão conseguindo calar vozes inteligentes da sociedade, que se abstém de criticá-las para evitar problemas, perder patrocinadores ou não queimar sua imagem. Nós estamos dando o poder para coitadinhos burros por pura chantagem emocional. Não seria a hora de dar um basta nisso?

Não me iludo, eu sei o preço de dizer coisas como: “Eu não gosto do Nordeste, acho aquele lugar horrível e atrasado. Eu não gosto do PT, acho que eles fizeram pior do que a direita quando subiram ao poder. Eu não gosto de negros que acham que pela simples cor da pele merecem benefícios inclusivos, pois acho que o grande gargalo social é a pobreza e existem pobres de todas as cortes”. Senhoras e Senhores, deixamos chegar a um estágio onde impor sua opinião e falar pode custar o emprego, um processo ou até mesmo a vida. Como foi que deixamos as coisas chegarem a esse ponto? Pior: como vamos reverter isso?

Os poucos que falam, os poucos que contrariando as regras sujas do jogo decidem desgostar abertamente, são socialmente execrados por essa mesma massa burra à qual convém calar as cabeças pensantes. A massa burra está ganhando no grito e nós, que supostamente somos inteligentes, estamos recuando. Não dá para peitar? Vai perder o emprego e seu filho vai ter que comer lixo hospitalar? Beleza, jamais pediria para alguém perder o emprego apenas para poder dizer o que pensa. Mas porra, nós somos inteligentes, existem outras formas. Existem muitas outras formas de que uma minoria inteligente passe um laço no pescoço de uma maioria burra que está transformando o país em algo inabitável e os derrube. Vamos começar a usar a nossa inteligência?

Não precisa alardear a ninguém o que você está fazendo, apenas trabalhe em silêncio, de forma sutil, pelo seu sagrado direito de desgostar. Os Intocáveis são muitos, mas são burros, assim como quem os defende. Tudo Dotô Lionço para baixo. Vamos lá, vai ser mais fácil do que tirar doce de criança. Não ature o desaforo de ter que se calar porque coitadinhos se ofendem. Não aturar não significa sair berrando verdades na cara da sociedade, existe muito a ser feito com elegância e esperteza. Se você está aqui, se você lê quatro páginas nossas todo dia, você é capaz de montar uma armadilha para eles e desmascará-los como quem não quer nada. Chega de ter que medir palavras, chega de precisar de autorização social para criticar algo ou alguém.

Mais: não se explique. As pessoas, via de regra, não vão querer compreender, porque se compreenderem podem até acabar concordando com você e isso assusta. Com maluco a gente não discute, a gente interna. Um exemplo conhecido: desde que eu existo EU ACHO escroto que um deficiente decida praticar um esporte e decida competir em uma categoria cuja habilidade necessária confronte de forma direta com sua deficiência. Acho feio, acho ridículo, acho vergonhoso: a pessoa é cega e em vez de explorar o sentido que tem de mais aguçado, vai jogar futebol. Nunca na minha vida em uma argumentação oral consegui me fazer entender. Quando começo a falar as pessoas interrompem com um “quer dizer que você acha que porque a pessoa é deficiente não pode praticar esporte?!”. Disso para pior. A pessoa se fecha, não escuta, não compreende. Não adianta se explicar.

Não adianta dizer que acho louvável um paraplégico que pratica canoagem, pois ele teve a dignidade de escolher uma atividade que não confronta com a sua deficiência: os braços funcionam e ele escolheu uma atividade que demanda esforço de braço. Mas não! No geral quem quer fazer canoagem é o filho da puta que perdeu os dois braços, correr para que se a perna está 100%? Não seria “exemplo de superação”, né? Mas não adianta, por mais que eu tente explicar porque EU penso ser uma espécie indigna de sabotagem pessoal ganhar uma medalha fazendo algo cujo executar é grotesco e limitado, as pessoas me vilanizam e entoam um mantra depreciativo, deixam de me escutar. Desistam de se explicar, de ser racionais com quem é irracional. Quem tenta ser racional com maluco sempre perde.

Taí uma coisa sobre o Brasileiro Médio: quando você fala alguma coisa incômoda, inconveniente, desconfortável, ele não consegue lidar. Tal qual criança ele dá seu jeito de não ouvir. Como não pode tapar as orelhas e ficar cantando (apesar de que, alguns o fazem), começa a rebater, te acusar de preconceito, te ameaçar com dogmas religiosos e processos ou simplesmente te perguntar se você gostaria se fosse com a sua mãe. Tudo escape, tudo fuga para não ter que enfrentar a questão proposta e refletir. O BM corre da reflexão como o diabo da cruz, com a diferença que eu simpatizo com diabo. Se Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, quem se opõe a ele só pode ser gente boa.

Este texto não contem formulas, soluções ou um plano. Até porque quem lê isto tem capacidade intelectual de sobra de elaborar seu próprio plano de trabalho de acordo com as peculiaridades que enfrenta. Este texto apenas te convida para uma reflexão e tenta te tirar da inércia. Lute, ainda que de forma discreta e troll, pelo seu sagrado direito de desgostar. Você tem o direito de desgostar de gente, lugares, grupos, sem que isso represente uma ofensa para aquele ou aquilo que é desgostado. Que pretensão é essa de ser unanimidade, de ser aclamado por todo mundo? O Brasileiro Médio está ficando muito mimado, estamos criando um monstro. Se não for possível externar a verdade nua, crua e sangrando, encontre mecanismos para que essa cambada de filhos da puta vitimizados não consigam calar o seu desgostar. Não deixe esses adultos mimados ganharem no grito.

O problema está em quem se ofende, não no ofensor. Em um mundo ideal pessoas são inteiras e bem resolvidas o bastante para não se abalarem de forma trágica com os piores dos adjetivos, as piores das críticas. Não, não adianta vir me perguntar se eu gostaria que falem isso ou aquilo de mim: gostar talvez eu não gostasse, mas eu me importo muito pouco com o que pensam de mim para dar a isso alguma relevância na minha vida. O medíocre argumento do “queria vez se fosse com você” não se sustenta. O Brasileiro Médio acha que o mundo todo é igual a ele e presume sua hipocrisia. Acham que eu sustento que todos tem o direito de desgostar e dizê-lo abertamente mas quando for comigo eu vou ficar puta. Negativo, eu não sou hipócrita. Lamento se para alguns é inconcebível a ideia de uma pessoa segura o bastante para não se preocupar ou se ofender com o que os outros pensam dela, mas gente assim existe. Por sorte ainda existe.

Se não fizermos nada a opressão do politicamente correto, da patrulha da opinião alheia vai se fechar cada vez mais em cima de cabeças pensantes. Há cinco anos atrás, quando o Desfavor começou, não tínhamos a menor perspectiva de um processo judicial, agora sabemos que ele é apenas uma questão de tempo, nem tanto pelo que possamos vir a escrever e sim por aquilo que já está escrito. As coisas estão mudando muito rápido – e para pior. Vamos reagir ou vamos assistir? Comece hoje lutando pelo seu sagrado direito de desgostar!

Para reclamar que este texto está parecido com o texto de ontem, para reclamar que este texto está pior do que o texto de ontem ou ainda para começar listando as razões pelas quais desgosta profundamente de mim: sally@desfavor.com

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Comments (104)

  • Uma pena que quem realmente precisa ler os textos do Desfavor nunca lerão (ou vão ter preguiça de ler ou vão se ofender ou não vão entender nada) *sigh
    Este site acrescenta tanto.

    Aproveitando o embalo…

    -Não vejo graça em tipo… 90% das coisas humorísticas virtuais (contando a internet gringa também). Memes, piadas com batata e similares são estupidezes sem fim.
    -Não gosto de datas comemorativas, por mais que tenha feriado ou ganhe presente/chocolate, ainda há uns pé-no-saco que fazem festas e amigos-secretos. Cometi o desfavor de nascer próximo a uma data comemorativa… Eu ainda gosto de inimigo secreto, em que o presente precisa ser pra sacanear a outra pessoa. É mais divertido e menos hipócrita.
    -Tenho um mini preconceito com coisas dubladas, já que em maioria as falas mais pesadinhas são censuradas para se tornarem politicamente corretas. Ainda mais quando traduzem músicas. Posso dar mil e um exemplos, mas basta ver a versão brasileira das musiquinhas de South Park (em inglês é muito melhor). Claro que se falar isso pra um BM, você será automaticamente tachado de chupa-rola de gringo.
    -Na verdade, se comparar qualquer coisa de fora com o Brasil, se você apenas tiver respeito por outro(s) país(es), você já será tachado de chupa-rola de gringo. “Por que não sai daqui então?” Meu caro, se eu tivesse escolha nem estaria aqui, falando com você e olhando pra tua cara feia.

    Bem, hora de dormir.

  • Uma pena que quem realmente precisa ler os textos do Desfavor nunca lerão (ou vão ter preguiça de ler ou vão se ofender ou não vão entender nada) *sigh
    Este site acrescenta tanto.

    Aproveitando o embalo…

    -Não vejo graça em tipo… 90% das coisas humorísticas virtuais (contando a internet gringa também). Memes, piadas com batata e similares são estupidezes sem fim.
    -Não gosto de datas comemorativas, por mais que tenha feriado ou ganhe presente/chocolate, ainda há uns pé-no-saco que fazem festas e amigos-secretos. Cometi o desfavor de nascer próximo a uma data comemorativa… Eu ainda gosto de inimigo secreto, em que o presente precisa ser pra sacanear a outra pessoa.
    -Tenho um mini preconceito com coisas dubladas, já que em maioria as falas mais pesadinhas são censuradas para se tornarem politicamente corretas. Ainda mais quando traduzem músicas. Posso dar mil e um exemplos, mas basta ver a versão brasileira das musiquinhas de South Park (em inglês é muito melhor). Claro que se falar isso pra uma BM, você será automaticamente tachado de chupa-rola de gringo.
    – Na verdade, se comparar qualquer coisa de fora com o Brasil, você já será tachado de chupa-rola de gringo. “Por que não sai daqui então?” Meu caro, se eu tivesse escolha nem estaria aqui, falando com você e olhando tua cara feia.

  • Só gente sem noção, vcs devem ser muito infelizes, começando pelo autor desse texto, como é bom levar a vida sem toda essa polêmica desnecessáriz, a vida é muito curta pra ficar brincando de fazer papel do “contra”.

    • Querida Lilian Karla (que nome escroto que você tem, hein?), do contra é VOCÊ, que não concorda com a gente e continua vindo aqui se posicionar de forma contrária. Curioso você criticar algo que você mesma está fazendo, não? Eu te perdoo, porque nesse cu do mundo de onde você vem, São Luiz, no Maranhão, as pessoas costumam ter mesmo muitos problemas cognitivos por falta de um ensino decente.

  • Nao morro de amores por gays
    Detesto essa hipocrisia de toda a familia reunida no Natal
    Criancas eu prefiro em fotografias
    Norte/Nordeste na minha opiniao e Idade Media

  • A primeira vez que passei pelo Desfavor foi para ler o texto sobre o Danillo Gentilli. É, aquele sobre a mãe doadora de leite. Confesso que, antes de ler o texto do site, nada havia me convencido que aquela era apenas mais uma piada. Não que eu estivesse com a mente fechada para tal, mas ainda não havia lido nada que me fizesse mudar de opinião. Como disse, antes de ler o texto do Desfavor. (Se eu não me engano de sua autoria, inclusive). Desde então, sempre que posso dou uma passada por aqui. É um daqueles lugares em que, mesmo que eu não concorde com alguma opinião, consigo ver uma base para cada palavrinha escrita na postagem. Para exemplificar digo que no Desfavor eu não vejo um “porque” com ponto final como resultado da pergunta, mas um “porque” como início da resposta que me apresentará qualquer motivo para concordar ou discordar da opinião. Mesmo que o motivo seja um simples “porque eu não gosto”.

    Eu faço parte de uma “minoria”. Aliás, de diversas minorias. E sempre me incomoda o fato de, vez ou outra, qualquer uma dessas minorias se sentir ofendida por qualquer mínimo sinal de um desgostar por parte do outro – ou outros. Isso sem falar – voltando um pouco o assunto do post citado acima – nos que confundem uma piada com desgostar e, consequentemente, com preconceito. Eu faço parte de uma “minoria” e faço piada comigo mesmo. Eu faço parte de uma “minoria” e desgosto de uma boa parte dela. E por um bom tempo (mais uma vez um texto do Desfavor me abrindo a mente e me fazendo pensar de outra forma) achei que o nome disso era preconceito até comigo mesmo. Mas não, eu simplesmente não gosto e pronto. E, posso parecer contraditório ao afirmar isso, vai saber, mas ainda que não goste eu respeito porque tento ir além da parte que não gosto e ver que o fato de eu não gostar não torna aquela pessoa de todo vazia. Mas isso eu guardo pra mim, claro. Porque se eu transparecer que não gosto daquele único detalhe que, muitas vezes, não quer dizer simplesmente nada sobre quem ela é por dentro, a pessoa pode se sentir ofendida. E me acusar de ter um preconceito. Ou até mesmo um pós-conceito, sabe lá.

    Sendo parte da “minoria” e pra não correr o risco de me minimizar ainda mais, eu poderia chegar aqui e fazer o discurso já comentado do “é porque não é com você”. Mas – e isso me faz sentir uma pessoa racional – se eu parar pra pensar bem, essa frase poderia ser estendida para mim por você numa situação em que eu não me sentisse inferior, mas você sim. Acredito que nossa vida é como um barco. E independentemente do piloto – qualquer um de nós – o oceano é o mesmo. Algumas tempestades são piores que outras. E a tempestade de alguém da “maioria” pode ser pior que a de alguém da “minoria”.

    Eu desgosto do fato de a “minoria” fazer questão de se auto nominar assim e achar que isso é suficiente para evoluir. Eu desgosto do fato de a “minoria” acreditar que é melhor se portar como uma vítima do desgosto alheio do que simplesmente respeitá-lo (e até mesmo acha-lo babaca, como você disse num comentário), deixa-lo de lado e seguir em frente. Não é só o fato de se sentir ofendido com o fato de alguém desgostar. É o eterno problema de não se fazer o mínimo esforço para sair da condição de vítima imposta por si mesmo. Evolução, acredito eu, tem muito mais a ver com o fato de fazer o possível e o impossível para refletir sobre si mesmo e crescer com isso, do que achar que uma maioria – ou uma simples opinião de desgosto – tem qualquer poder sobre quem você é.

    Eu faço parte de uma “minoria”. Na realidade é assim que dizem. Porque eu não me sinto menor ou inferior a ninguém. Eu consigo ver além do olhar vicioso alheio sobre com qual rótulo eu devo envolver meu corpo para ser alguém. É por isso que, creio eu, consigo ler esse texto do Desfavor e, ao invés de um incômodo do tipo “é porque não é com ela”, sentir um alívio por conseguir entender a mensagem libertadora, honesta e sem culpa de que desgostar não é apenas um dever de uma pessoa sensata, mas um direito de qualquer ser humano. Ser humano que não é “minoria” ou “maioria”. É simplesmente ser. E é.

    Obrigado por mais uma parcela de realidade, Sally.

    • Eu acho que é por este tipo de pensamento (além da vaidade (rá)) que a Sally e o Somir continuam escrevendo sem receber nada por isso…

      • O Desfavor é um lugar para reunião e debate. Dificilmente conseguiríamos juntar “gente como a gente” ao vivo, existem poucos com a nossa mentalidade. Além disso aqui é um ambiente neutro, sem flerte, sem dinheiro envolvido e sem tantas outras questões que atrapalham um bom debate.

        Vaidade é foda… qual é a vaidade em ser xingado?

          • Se alguém for louco de flertar com uma pessoa que não tem certeza do sexo muito menos da aparência e sabe que pode estar no mesmo balaio de gatos do Ei Você, eu vou me surpreender…

              • Bom, não sei se vou conseguir me fazer ser entendido mas vamos lá… é mais ou menos assim Sally: eu, pelo menos, para além da atração física que as vezes fica em 2o plano, tenho primeiramente certa atração intelectual saca? Do tipo… “ooolha então fulano gosta de Dostoievski e Saramago também… nhmmm ele lê Kant e Schlegel já ganhou 10 pontos comigo…” ou outro exemplo: aqui no desfavor leio comentário de alguem e passo a concordar com as ideias e argumentos apresentados daí já rola aquele pensamento “nhmmm a gente dá certo hehe”

                Em outras palavras: não se trata de flerte no sentido direto de passar uma cantada, usar palavras, se dirigir a alguem, mas bem antes disso: pensar e guardar pra si que aquela tal pessoa talvez possa ser interessante devido ao que ela fala/pensa/escreve aqui… é isso que chamo de ~ flerte intelectual ~ hehe

                • Flertando com a inteligência, novas ideias e pontos de vista que encontram lugar para se manifestar aqui no Desfavor. Flerte intelectual: algo que deveria estar mais presente nos dias de hoje, tal qual educação, amor e respeito pelas diferenças. Curti a ideia! ;)

                • Concordo… às vezes me sinto tão solitária no mundo por causa disso… não acho pessoas compatíveis comigo… são raras… Admito, ainda não li Dostoiveski nem Schlegel (nem sei quem é este último, juro…), mas aos poucos, tento ler além do que sou obrigada a ler… outro dia, peguei um clássico da nerdisse para ler (o guia do mochileiro das galáxias), e consegui ler os cinco livros em 5 horas, de tão entretida que fiquei (ah sim, adoro livros nesse estilo, o próximo será “Deuses Americanos” e “Necromancer”, se assim o tempo permitir) :P
                  Admito que gostaria de ter mais tempo para ler mais por hobby, mas as obrigações me impedem, então tenho que “me conformar” em ler livros como “Curso de Direito Penal – Parte Geral”, “Curso de Direito Civil – Obrigações”, Hermenêutica Jurídica”, “Criminologia”, “Tratado de Psicologia”, “Psicologia da Personalidade”, entre outros das duas áreas.

                  Mas ainda assim, insisto em procurar meus semelhantes, às vezes inclusive de madrugada…:P

                • Claudia te digo por experiência prória: se tiver tempo invista em leitura viu? É um ganho incomensurável e um bem valiosíssimo que tu nunca perderá!
                  E quanto ao Schlegel… ele foi um poeta, crítico e filósofo alemão do séc XVIII da turminha lá do Goethe. Foi ele quem escreveu sobre a “ironia romântica” na literatura (estudei isso a fundo pra confeccionar meu tcc). Hegel da mesma época está no sentido oposto: ele super condena o Schlegel em vários escritos dele!

                  Já o Dostoievski está lá na Rússia na 2a metade do século XIX, e é literatura que eu chamo de “barra pesada”. Realismo extremo, doloroso, cruel, frio. Literatura que questiona todos os valores da época em voga, literatura quase que filosófica! Ou seja: quando for ler PRE PA RA porque é pesado! haha
                  Ou antes: se quiser/precisar de ajudar me contacte aqui que… eu já li todas as obras dele então…

                  • Eu adoro ler… inclusive, aboli a TV faz tempo de minha rotina. Ela fica ligada mais pelo barulho, pois como trabalho em casa, muitas vezes preciso varar noites trabalhando para dar conta dos prazos e o barulho me mantém acordada.

                    Mas minha leitura extra-ofício é muito sazonal, e como ultimamente não tenho tido tempo para quase nada além do trivial, deixo muito a desejar em relação a isso. O último livro que eu li por prazer foi: “O Príncipe”, de Maquiavel, e “Vita Brevis”, de Jostein Gaarder”.

                    Mas tenho muita curiosidade de ler Friedrich Nietzsche. Tentei várias vezes, e parei, pois é muito além da minha compreensão..:) (mas ainda chego lá…)

                    Fique tranquilo (a) (não sei se você é homem ou mulher, desculpe), te procurarei com certeza, para pegar dicas, e quem sabe começar a trocar figurinhas sobre algumas obras que temos a leitura em comum… quem sabe, né? ;)

                    Ahhh, pra completar, acho que vou me “dar bem” com Dostoievski. Não faz muito meu estilo a literatura que verte para o romance. Sou mais “nua e crua”, direta e realista. Valeu pela, digamos, primeira dica..;)

  • A cada dia que passa me identifico mais com o site e com as ideias dos dois (Sally e Somir), cada um com um ponto de vista antagônico, mas ao mesmo tempo complementar entre si…

    Fico me imaginando há 10 anos, quando eu fazia parte do BM, eu era exatamente assim… não tenho vergonha de falar, pois amadurecemos com nossos erros… foi muito difícil sair dessa redoma de vidro de 12 cm, temperado e à prova de balas… sim, pq é uma redoma grossa, quase impenetrável… mas sai sozinha, pois aos poucos fui percebendo o quanto a vida é muito mais do que apenas aquilo que alguns bitolados e lunáticos me mostravam… TV, rotulados e rotuladores, uma hora você percebe que isso é apenas alienação… mas digo sinceramente, o esforço para não ser “puxado” de volta é diário, pois o cansaço é grande e a sensação de que você não vai conseguir nunca às vezes bate… ainda mais se você tem à sua volta vários BMs completamente alienados, que te jogam na cara exatamente tudo isso que tem no texto. Familiares, namorado, amigos… muitas vezes eu realmente me calo, pois em família de italiano não se discute com argumentos, se briga com gritos, então eu prefiro me calar, e sinceramente, deixá-los na zona de BM mesmo (aliás, aprendi essa sigla e seu significado aqui, pois não tinha ideia do que era…hehe).

    Hoje em dia eu consigo abrir os olhos e enxergar a vida a cada dia que passa de uma forma “menos alienada”… eu luto para isso, todos os dias… a luta é ferrenha, árdua, cansativa, mas só de deitar a cabeça no travesseiro e refletir sobre tudo que eu aprendi e deixei de “desaprender” por conta da alienação, já fico satisfeita…:)

    Excelentes textos (sim, no plural, pois estou me referindo a todos até o momento). E obrigada por cada um deles..:)

    • Claudia, dá uma tentação de “se entregar” e simplesmente se deixar ser um Brasileiro Médio, parar de pensar, de questionar, de se chatear com coisas que aparentemente não podem ser mudadas. Porque só os BMs são felizes. Quem tem um pingo de cérebro não consegue essa alegria constante, pois sabe que o país está mal, a sociedade está doente e que a prestação de vários serviços essenciais está nas mãos de incompetentes.

      Não acho que seja possível sair dessa redoma e depois voltar para ela, quando a gente aprende a funcionar de outra forma, a questionar, não dá para retroceder. Felizmente…

      • Nesse ponto creio que sou um pouco mais masoquista: nunca tive a menor vontade de me misturar com BM, sei lá, acho que sou feliz sabendo da realidade amarga em que vivo. Ter conhecimento (Et Bilu solta uma lágrima de orgulho).

    • Já passou da hora. Essa baranga porca amiga de bandido só para se dizer “do povo” merece muita porrada, mas minha fonte não está me liberando para passar as informações, pois vai ficar na cara de onde vem. Mas vou dar meu jeito de falar sem comprometer a fonte…

  • Sally não podia concordar mais! Penso que de certa forma essa “ditadura camuflada” (Aliás, me pergunto também se isso ocorre somente aqui no Brasil ou em outros países também…) se deve a certo “efeito facebook”, não? Quero dizer: já repararam que no facebook há a opção curtir, mas não há a opção “não curti”? (off: tem até um texto no papo de homem sobre isso!)
    Mas, para além de uma singela comparação com uma rede social, acredito que isso seja aliado também à certa carência das pessoas que reparo em sentido geral num contexto “pós-moderno”. Aliás, se me permite ser um pouco viajado, já há tempos tenho reparado certos “padrões” (comportamentais) que se mantêm no contexto da pós-modernidade, só não parei pra escrever uma tese sobre isso ainda! hehe

    Numa palavra: acredito, de certa forma, que a causa dessa ditadura camuflada se deva ao fato da carência por 5 minutos de fama das pessoas aliada à falta de pensamento crítico das mesmas. A junção dos dois aliada ainda a certo egocentrismo que sustenta nosso meio individualista acaba que resultando nisso: tudo passa a virar ofensa.

    Meio off: pra ilustrar com exemplos de experiência própria… não posso dizer que odeio uberlândia e essa gentalha que ostenta uma imagem que não condiz com eles, pagam de rycas com seus iphones e carrões, odeio esse calor e clima seco, odeio a falta de um bolshoi aqui, e odeio esses bares que não sabem sequer servir um whisky direito ao cliente que já sou tachado de sulista bairrista, arrogante, mesquinho, escroto e vários outros adjetivos neste mesmo campo lexical… bahhh!

  • Um amigo meu do Rio, acabou de passar por um arrastão DENTRO do metrô, com direito a TIROTEIO e a parada de emergência entre a Glória e a Cinelândia.
    E ainda ficam espantados por eu ter saído de lá…

    • Olha só que bacana! NINGUÉM noticiou isso, não fosse você falar, não ficaríamos nem sabendo!

      Beleza o transporte público carioca, hein? Vai de ônibus? Vai de pé, é encoxada, é estuprada na frente de outros passageiros, é assaltada. Vai de trem? Ele para e você tem que descer no meio dos trilhos. Vai de metrô? Tiros. O METRÔ MAIS CARO DO MUNDO, vive lotado, vive quebrando e agora você ganha uma bala de presente!

      • Foi exatamente o que comentei… assim que ele escreveu isso no fb e me contou em detalhes depois, fiquei esperando algum jornal noticiar… NENHUM!!! NENHUM!!!
        E depois o mocinho que deu aquele telefone (LINDO, MARAVILHOSO, DIGA-SE DE PASSAGEM, QUERIA QUE TIVESSE SIDO NO PAES), diz que a mídia ta toda comprada, o pessoal ainda joga pedra.
        Triste ver essa cidade sucateada…

  • Eu admito que tenho preconceitos e posconceitos de muitas coisas, mas respeito-as. Esse é o maior problema das pessoas entenderem. Não é porque eu tenho um desgosto profundo por alguma coisa que eu quero proibir ou punir quem goste.

    Um exemplo moderno seria em relação aos homossexuais. A pessoa pode detestar, mas respeita a sexualidade alheia e ate luta pelos direitos que o faltam (nao direitos `a mais, mas sim os que nao lhe sao estendidos como cidadoes brasileiros). Diferente do homofobico, que nao quer ver, ouvir ou falar sobre o assunto seriamente e ativamente deseja que homossexuais sejam condenados.

    • Não sei se eu entendi direito o que você quis dizer. Porque alguém detestaria uma opção sexual alheia? Quero dizer, no que influencia na minha vida o que outra pessoa faz com seu cu?

      • suponho que é um exemplo infeliz mas tentei exemplificar uma diferença entre o desgosto de algo e a fobia (ou racismo, ou xenofobia ou qualquer outro ism e ia que existe)

        desculpo-me se me expressei mal.

        concordo com o texto e realmente adoraria se o mundo menos politicamente correto.

        • Até acho que eventualmente uma pessoa tem o direito de desgostar de gays, porque a pessoa tem o direito de desgostar de QUALQUER COISA, mas acho meio bobo se importar com a vida sexual do outro. Mas sendo o caso, pode desgostar sim. Sei que não é o seu caso, só não quero que pareça que eu censuraria quem desgostasse de qualquer coisa.

          A pessoa tem o sagrado direito de desgostar e eu, se for o caso, de achá-la babaca por isso. Mas o fato de eu achar alguém babaca não lhe tira o direito de desgostar.

    • Sorte sua, Elly. É um espetáculo GROTESCO. A bola tem um guizo, mas mesmo assim muitas vezes eles não acertam, chutam ou ar ou até mesmo os colegas. Pior do que isso só o futebol para pessoas com paralisia cerebral. Não se preocupe, o Brasil vai sediar as Paraolimpíadas (me recuso a escrever “Paralimpíadas”) e estes e muitos outros espetáculos grotescos vão pipocar na sua TV

  • É isso aí! Por que a gente não pode dizer que não gosta de determinada coisa, se temos os motivos? Desde que seja justificado e com argumentos, não é preconceito!

    • Porque o brasileiro médio não tolera que se desgoste de algo que ele gosta, então, tenta desqualificar o interlocutor em vez de refletir ou apender a conviver com a diferença de opinião

  • Me sinto mal ao perceber que tenho um pouco de preconceito com evangélicos. Mas os evangélicos em geral tem um jeitinho todo especial de agir. Ai eu fico com isso na cabeça, até como uma forma de proteção, já que tô utilizando experiências passadas para supostamente facilitar minha vida hoje. Afinal, vocês acham que o preconceito é uma coisa inerente ao ser humano, como forma de sobrevivência?

    Claro que sempre avaliando o contexto. Afinal, não vivemos mais nos tempos das cavernas.

    • Matheus, será que não seria um pós conceito? Eu tenho pós conceito contra religiosos porque eles vivem pregando pra mim e quanto mais falo que sou atéia parece que piora, eles aí mesmo que ligam a vitrola de “deus te abençõe” “vai com deus” Quando acontece alguma coisa de bom por meu mérito eles ficam falando “viu como deus é bom, mesmo sem vc crer ele te deu a vitória” Aff, eu que consegui, deus nunca me deu nada! Deus só fica com a parte boa, quando é bom é graças a deus, quando a coisa é ruim é culpa de alguém ou até mesmo do diabo.

      • Eu tenho um conceito construído de evangélicos em geral. Mas não de uma pessoa que se diz evangélica propriamente, entende? Eu tenho cautela, apesar de no geral serem quase a mesma coisa. Uns são mais ferozes, outros mais mansinhos.

        Isso ai que você disse tem até uma tirinha engraçada que é de um médico operando um paciente, ai deus no lado dele diz: “se viver é graças a mim, se morrer a culpa é sua”

    • o pré-conceito parece uma coisa que já vem com o ser humano. Li uma vez que até os bebês tem preconceito. Por exemplo: quando um bebê de amarelo encontra outros bebês todos vestidos de azul, ele fica nervoso e começa a chorar. Deve ser por se sentir diferente e excluído. É sério. Já foram feitos experimentos…

      • também sabe-se que o desconhecido assusta o ser humano. Talvez por isso, lugares escuros assustem mais as pessoas. E também talvez por isso, sempre que conhecemos novos tipos de pessoas, tenhamos aquela ressalva com a tal.

      • Eu também já li uma coisa sobre isso! Acho que foi na super. Preconceito se liga muito com essa onda de medo do desconhecido. E o preconceito no tempo das cavernas era essencial pra sobrevivência dos nossos antepassados. Tipo se alguém do grupo deles comia uma fruta de cor violeta e morria, ai ou outros do bando não comiam mais, pois sabia que aquela fruta era letal. Mais ou menos isso ai, né?

    • Contra evangélicos eu tenho PRECONCEITO MESMO, não quero nem me aproximar, não quero nem dar oportunidade de conhecer melhor.

      • O que eu mais gosto nos evangélicos é como eles agem como se tivessem alcançado um conhecimento místico, uma verdade absoluta, e que você, pobre mortal, tem que ser salvo da sua ignorância. Aí das duas uma, ou você adere ao secto deles ou fica de fora, e eles passam a te olhar com um olhar de pena. Como se você tivesse acabado de jogar no lixo a única chance de ser salvo (sabe-se lá do quê).

        • Eu me recuso a dar uma chance. No meio de mil pode ser que tenha um que preste, um que pense, mas eu realmente não estou disposta a passar pelos outros 999 até encontrar esse um. Isso é diferente de dizer que NENHUM presta, o que eu quero dizer é que eu não tenho saco de procurar uma flor em um mar de estrume

  • “Nem todos os grupos são iguais: vulnerabilidade diferencial de grupos sociais aos efeitos liberadores do preconceito do humor depreciativo
    Resumo:
    Pesquisas têm mostrado que o humor sexista permite a homens expressar sexismo substituindo normas não-sexistas numa situação com uma norma de tolerância à discriminação por sexo. Nosso estudo estende esses achados testando a hipótese de que o humor depreciativo favorece a “liberação” de preconceito apenas contra os grupos para os quais as atitudes da sociedade são ambivalentes e portanto para os quais a expressão do perconceito depende de regras sociais imediatas para justificar-se (p.ex., mulheres e homossexuais). A expressão de preconceito contra grupos como os racistas é socialmente aceitável e não deve ser dependente de eventos como o humor depreciativo para se justificar. Consequentemente, o humor depreciativo deve ter pouco efeito na liberação de preconceito contra eles (os racistas). 164 participantes completaram mensurações de preconceito contra homossexuais e racistas. Os participantes leram quatro piadas depreciativas contra homossexuais, ou contra racistas, ou que contivessem nenhum conteúdo depreciativo. Em seguida, os participantes alocaram cortes de verbas para quatro organizações estudantis, incluindo uma que apoiasse agenda racista ou agenda homossexual. Os resultados apoiaram nossa hipótese. O preconceito contra homossexuais predisse a quantidade de dinheiro que os participantes cortavam para a organização homossexual em relação a outras, sob exposição de piadas anti-homossexuais mas não sob piadas neutras ou anti-racistas. Em contraste, atitudes contra racistas não predisseram diferencialmente cortes de verbas alocados à organização racista sob exposição a piadas anti-racismo, neutras ou anti-homossexuais.”

    http://libres.uncg.edu/ir/wcu/listing.aspx?id=8070 (link da tese em inglês)

    Texto extraído da página Sociedade Racionalista (no FB): https://www.facebook.com/sociedaderacionalista

    • Complicado chegar a essas conclusões com uma pesquisa. Um grupo de 20, 50 ou 100 pessoas não necessariamente espelha a sociedade…

  • Funk ostentação é uma expressão cultural e se você não gosta você é um elitista metido e preconceituoso.

    Se você não gosta do governo do PT você automaticamente é contra todos esses programas que “tiraram 200% das famílias da linha da miséria”. quer que todo mundo morra de fome e é um aspirante a Hitler.

    Se você acha que o Norte e o Nordeste que é composto principalmente daquelas cidadezinhas sanguessugas que só servem pra sugar dinheiro público pra pagar Bolsa e salário de político e funcionário público e são um atraso para o Brasil, você é um egoísta preconceituoso.

    Se você acha que cota é só um jeitinho do governo resolver o problema do acesso à educação superior (e talvez, no futuro, cargos públicos) na base do decreto, você é um ignorante que esquece a DÍVIDA SOCIAL com os negros. E racista.

    E por aí adiante. Há lugares onde você pode dizer o que pensa sem se preocupar com os Intocáveis… mas é cansativo.

  • Uma das coisas que mais desgosto – e creio que boa parte dos Impopulares desgoste também – é esse clima de falsa felicidade hipócrita que impera na época de Natal. Vocês sabem: aquele discurso de que é tempo de ser bonzinho, de perdoar, de conviver em paz, de compartilhar, de espalhar o amor, etc. Tudo aquilo que ninguém faz no dia-dia, mas que, por causa, de uma data, todos inventam de fazer ou fingir que fazem. Mas é só a época passar que todo esse discurso bonitinho é esquecido. Quando alguém todo pimpão cantarolando “Jingle Bells” me pergunta o que quero de Natal, já respondo logo: “Só uma coisa. Que passe logo”. Olham feio, me chama de grosseiro, de estraga-prazeres, de amargo; mas que se foda. Detesto esse negócio de gente que normalmente não se suporta ou que fala mal pelas costas de vizinhos e parentes e que, porque “Papai Noel chegou”, finge que se amam e está tudo bem… Também desteto essa coisa boba-alegre de ficar feliz o tempo todo…

  • EU vergonhosamente assumo que ultimamente estou na fase de me calar…
    Sempre que um grupo de conhecidos está falando sobre politica, religião, ou qualquer outro assunto que eu tenho uma opnião dita polêmica, eu fico quietinha no meu canto.

    EU sou extremamente esquentada, e quando começava a conversar sobre assuntos polêmicos acabava me estressando com a ignorância dos argumentos dos outros e a conversa virava discussão.

    Por isso preferi me calar…

    • Engraçado… estou na fase de oscilação entre me calar e brigar pra valer! Via de regra eu brigo pra valer, contra argumento geral mas… sei lá, tem hora que me cansa, me dá preguiça de ter que dizer sempre os mesmos mimimis de sempre pra tentar convencer os outros então… acabo que me calando!

  • Olha Sally, tudo o que você falou aqui é muito bacana, muito legal. Meus amigos mais próximos sabem que eu detesto nordestino, que eu não tenho e nem finjo que tenho paciência com idoso mal educado, que eu acho que gente miserável deveria ser castrada após ter o 1º filho. A única coisa que não sou execrada quando falo ao público, é quando abro a boca pra zoar gordo (porque o politicamente correto hoje em dia é ter barriga negativa).
    Mas quando eu ouso dizer publicamente o que apenas meus amigos próximos sabem, sou sempre execrada. Não ligo, quem gosta de mim, concordando ou não, não se afasta, os hipócritas sim. Mas não adianta… infelizmente a patrulha dos “bons mocinhos” (que chifram suas esposas/maridos, que sacaneiam feio colegas de trabalho por debaixo dos panos, que furam fila usando suas avós), acabam vencendo perante o olhar público.
    É uma merda, é um saco, sempre acabo sendo vista como facista, simplesmente por falar alto o que TODO MUNDO pensa! Em dois ambientes de trabalho já fui prejudicada simplesmente por isso. Atualmente, mais madura, não quero mais pagar esse preço, porque me custa melhoria profissional.
    Em resumo: somente declaro o que realmente penso a quem confio. É triste, mas é melhor que pagar o preço alto que a sociedade vem impondo a quem expõe o que realmente pensa (e o que a sociedade inteira também pensa, mas não pode falar, senão é massacrada).

    • Mas existe um meio termo entre falar abertamente e se calar totalmente. Existem formas de desmascarar os hipócritas sem precisar.necessariamente dar a cara a tapa…

      • Sugiro um texto em que esse tema seja aprofundado. Como encontrar esse meio termo, esse equilíbrio? Como desmascarar hipócritas sem desgastar a nossa “imagem” de pessoa civilizada, honesta, etc?

      • Sim, eu sei que existem.
        Mas já desmascarei diversos hipócritas e sabe o que ouvi: “ah, mas sabe como é… você já é facista, adora semear a discórdia…” Ou seja, é mais fácil para o BM continuar convivendo e tomando no cu de um hipócrita, do que mudar uma coisinha na sua vida.
        Por isso que hoje em dia, não me dou mais ao trabalho. Querem continuar tomando no cu? Então prossigam, eu não ligo. Eu mudo o que tiver que mudar, me afasto, todo minhas providências, mas preservo apenas a mim. Minhas pregas agradecem, rsrsrsrs.

    • Perfeito comentário, Diana. Também já passei por isso… Mas concordo com a Sally que deve haver um jeito, ainda que sutil, de não se deixar calar…

    • Você é problemática, terapia pode ajudar…” odeio nordestino” , vc conhece todos?! Que vidinha tatética essa sua.

      • As pessoas não tem o direito de não gostarem de uma cultura regional? Desculpa mas eu ABOMINO O NORDESTE e não é preconceito, É PÓSCONCEITO, pois já morei lá e conheço aquela porcaria muito bem. NÃO GOSTO. Não preciso de terapia. Eu gosto de morar em lugares com eventos culturais (e não com cinema dublado), com bons restaurantes (e não ficar batendo caranguejo na beira da praia), com estilo de vida cosmopolita e sofisticado, não aquela precariedade e atraso que é o Nordeste. Questão de GOSTO, ninguém precisa fazer terapia por causa do seu GOSTO PESSOAL, Lilian Karla.

      • verdadeirAa, qual o problema em odiar nordestino? Eu sou uma e odeio o povo daqui. São preguiçosos, mal acostumados, mal abranhados (não sabe o que é isso, bota no tio Google que sai!), e mal educados sim.

        Agora, ADORO dar conselhos de gramática:

        1°: não se separa a palavra das aspas, viu, ela vem em seguida (“palavra”, e não ” palavra “). Aprenda, é básico isso.
        2°: Não se separa a palavra antes da vírgula, da mesma. Só se separa depois. Assim como nessa frase que acabei de escrever, sacou?
        3°: Não existe a palavra “tatética” no dicionário brasileiro. A não ser que você esteja lançando um idioma novo e ninguém esteja sabendo… é Patética, querida, com P de “pato”, P de “pinico”, P de “puta que pariu”.
        4°: Só se usa a exclamação em uma pergunta para demonstrar surpresa ou admiração. Por exemplo: “Você acredita que o Papai Noel não existe?!?” Neste seu caso específico, o uso da exclamação foi desnecessária, pois você estava apenas fazendo uma pergunta. Sarcástica, admito (deve ter sido até sem vc perceber), mas sarcástica…

        Apesar das belezas naturais MUITO MAL CUIDADAS PELOS PRÓPRIOS NORDESTINOS, porcos e mal educados, o Nordeste não tem nada de bom. Sim, são porcos e mal educados. Basta pegar avião vindo ou indo para o Nordeste com Nordestino dentro, para vc comprovar a porquice deles. Minha cidade cheira a mijo o dia todo, no meio da rua. Não é esgoto não, é MIJO! XIXI! E não é somente a minha cidade não, são várias assim… O esgoto vai desembocar no MAR! Ahh, nem vou ficar listando aqui os inúmeros defeitos dessa região, não vale à pena.

        Não se assuste, pode até se indignar, mas não se assuste. Essa é a realidade… Só moro aqui por falta de condições de morar em outro lugar. Senão, já tinha me escafedido faz é tempo!!!!

  • Eu desgosto da cultura brasileira… Não vejo atrativo algum. Não faço questão de esconder o meu desgosto pessoal.

    Nada (culturalmente falando) no Brasil me atrai. Não suporto ouvir qualquer tipo de música nacional, com exceção de poucas. Não gosto do cinema brasileiro… E isso prossegue por todo o resto. Um bando de gente que se acostumou a tomar no cu e que não faz nada para reverter a situação. Algumas pessoas me chamam de anti patriota… Sabe o que eu faço? Nada, porque respeito a opinião dos outros. Não gosta de algo em mim? Ótimo, não vejo problema algum.

    O pior de tudo é que tem pessoas que fazem o possível para nos obrigar a concordar com elas, foi o que aconteceu dias atrás comigo. Uma mulher chegou para mim e perguntou qual a minha religião. Eu disse a ela que não tinha alguma. Ela me perguntou depois o porque e eu disse que era por eu não acreditar no que a igreja “Ensinava” e pelo fato de lá dentro estar repleto de pessoas falsas, hipócritas e mesquinhas… E todas as igrejas são assim… A mulher disse que eu ia para o inferno e eu disse que eu encontraria ela lá.

    Eu tenho o direito de não gostar de algo e ser respeitado por isso. Ninguém é obrigado a concordar comigo… Nem me julgo a pessoa certa e também não faço questão de que concordem comigo. É a minha opinião, e se não gostar, o problema é seu. Eu não te digo em que acreditar ou o que fazer, então espero que faça o mesmo.

    PS: Sally, ontem eu estava entre mudanças de canais na televisão e me deparei com o missionário R.R Soares cobrando o dízimos de seus fiéis. Dizia que muita gente não estava doando e que ele precisava que doassem… Ele disse algo a respeito de as pessoas só subirem na vida se contribuírem com a igreja, e que se não, a pessoa afundaria. Achei um absurdo. É por isso que não vou a igreja alguma.

    • O ideal seria que todos respeitassem as divergências de gostos, mas eu me daria por satisfeita se as pessoas ao menos pudessem compreender que.se trata de GOSTO,.nao de crime, preconceito, maldade ou coisa do tipo

      • A Sally mencionou no texto e eu reitero: não tenho nada contra negros, gays ou qualquer outra das chamadas “minorias”, mas tenho tudo contra quem quer fazer da cor da pele ou da própria sexualidade uma bandeira ou um mero pretexto pra exigir tratamento diferente. Quando externo isso, me chamam de racista, homofóbico, etc. Quer dizer: não estou criticando todos os negros ou todos os gays indistintamente. Só estou criticando a postura de alguns que, como já disse, usam sua condição como bandeira ou um como desculpa pra exigir alguma “atenção especial”. Mas BM vai conseguir entender? Não, né? Mais fácil achar que estou generalizando e me xingar…

        • Eu concordo com você W.O.J. Acho simplesmente ridículo que gays e negros fiquem a todo o momento levantando a bandeira. Sou gay, mas não um “Gayzista”. Claro, quero respeito acima de tudo, mas não fico olhando para as coisa e falando “Isso é homofobia! Que absurdo.” Hoje em dia, se uma pessoa fazer alguma piada com gays ou negros, é taxada como homofóbica e/ou racista…

          • Talvez eu não tenha me expressado bem, mas acho que você sabe: querer cotas, querer leis específicas que pouco ou nada resolvem na prática, querer criminalização disso e daquilo, mover processos por tudo e por nada e ficar atravancando o Judiciário… Não estou dizendo que deve valer tudo ou imperar a bandalheira, mas esse negócio de querer resolver problemas na base da canetada ou criando mais e mais leis também é uma merda…

      • Ri de mais. Hahahahaha. É por isso que não vou a igreja. É uma palhaçada. Um lugar cheio de falsidade. O pastor entra com sua Bíblia debaixo do braço, faz o seu culto, e na hora que sai, pega uma prostituta na primeira esquina em que passa.

    • “O pior de tudo é que tem pessoas que fazem o possível para nos obrigar a concordar com elas, foi o que aconteceu dias atrás comigo. Uma mulher chegou para mim e perguntou qual a minha religião. Eu disse a ela que não tinha alguma. Ela me perguntou depois o porque e eu disse que era por eu não acreditar no que a igreja “Ensinava” e pelo fato de lá dentro estar repleto de pessoas falsas, hipócritas e mesquinhas… E todas as igrejas são assim… A mulher disse que eu ia para o inferno e eu disse que eu encontraria ela lá.”

      Esse trecho do seu comentário me lembrou Winston Churchill. Nancy Astor, feminista e primeira mulher eleita para a Câmara dos Comuns, se incomodou com um discurso dele e disse: “se eu fosse sua esposa, colocaria veneno no seu café”. E o ex-Primeiro-Ministro Britânico respondeu na lata: “E se eu fosse seu marido, eu tomaria esse café!” Vale lembrar que Nancy e Winston se detestavam…

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