Ele disse, ela disse: A droga de casa.

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Gostando ou não delas, as drogas ilícitas se fazem muito presentes em nossa sociedade atual. Considerando a possibilidade de um filho (mesmo que teórico) demonstrar interesse em experimentar uma delas, Sally e Somir discordam sobre o melhor curso de ação dos pais… Os impopulares dividem sua dose de sabedoria.

Tema de hoje: Os pais devem deixar um filho experimentar drogas em casa?

SOMIR

Sim. E não é com muito orgulho que emito esta opinião. O ideal é criar um filho (no masculino para simplificar a escrita, mas vale para ambos os sexos) que não manifeste esse interesse em drogas ou que pelo menos consiga controlar a tentação. Mas ideal é ideal, realidade é realidade. Idealismo pode ser uma excelente linha-guia para atitudes e opiniões, mas quando ele anuvia sua percepção da vida as coisas começam a dar errado… rápido.

Não querer que o filho use drogas é um ideal extremamente válido. Achar que pode-se mudar os acontecimentos ao seu redor apenas querendo é irracionalidade. Se chegamos ao ponto onde fica clara e manifesta a vontade do filho de experimentar drogas, pode apostar que nenhuma quantidade de querer vai voltar o tempo e desfazer a complexa série de eventos que desencadeou ali.

Você que está lendo e quer opinar tem que aceitar a mesma carga que nós dois: A de que a vontade já existe e você já sabe dela. Ser contra ou a favor das drogas não faz desaparecer a necessidade de dar uma resposta para essa situação.

O que nos resta fazer? Lidar com o acontecido. E aí que entra a segunda instância do embate entre idealismo e realismo na minha argumentação: A diferença entre adestrar e ensinar. Adestrar é gerar uma consequência externa para uma ideia ou comportamento, ensinar é o árduo trabalho de dar base para decisões próprias. Já reclamaram algumas vezes que meus textos são confusos, então vou me fazer um pouco mais claro:

Quando você adestra um cachorro, por exemplo, você está basicamente dando duas opções para o bicho: A certa e a errada. Não de acordo com o que ele entende, mas de acordo com o que você espera dele. Se ele faz o truque, ganha a recompensa. Se ele não faz ou faz outro, não ganha. Não é o significado da ação, é simplesmente o que acontece depois dela. E claro, adestramento funciona!

O que fazemos com as crianças é basicamente adestramento. Enquanto não tiver muito material para trabalhar na cabecinha dela, o julgamento do adulto que sirva de base. Natural e compreensível, oras. A questão é que essas crianças crescem e começam a fazer seus próprios julgamentos de valor. Adolescência é basicamente essa transição entre esses parâmetros de comparação. Do externo para o interno.

E é aí que ensinar realmente tem sua função. O cachorro adestrado não vai presumir que um gesto pode significar a mesma coisa do que dizer “senta” a não ser que tenha sido explicitamente adestrado para tal. Adestrar funciona, mas só até certo ponto. O adolescente que quer usar drogas ou ignorou o adestramento prévio ou simplesmente não o aceita mais (grandes merdas dizer que drogas fazem mal se bebe que nem uma esponja na frente do filho…). E aí, adianta adestrar mais? Adianta repetir uma estratégia furada na esperança que ela magicamente funcione dessa vez?

Ensinar exige concessões. Não é mais o seu querer moldando a realidade… Vai ter que se virar para comunicar uma ideia de forma clara e se esforçar para que ela seja absorvida pelo seu filho de forma a fazer parte dele. Alguém que não quer que o filho use drogas pode achar absurdo deixá-lo fumar um baseado em casa, mas esse pode ser justamente o momento onde ele se sente seguro e respeitado o suficiente para deixar a habitual rebeldia adolescente de canto e escutar o que se diz para ele.

Mas claro que não vamos depender apenas de boa vontade. Ensinar também é não deixar ideias e opiniões se esconderem por trás de situações externas. Repreensão paterna gera culpa e desajuste, o que é uma ferramenta útil para adestrar, mas é uma merda para ensinar. A mente humana tem truques poderosos para resolver essas situações desagradáveis: ao invés de encarar a escolha que fez sob a luz de suas consequências em geral, vai bloquear as negativas e glorificar as positivas.

Filho de peixe que acha que querer alguma coisa resolve tende a ser um peixinho que se contenta em querer que seus problemas não existam. E aí usar drogas é rebeldia, originalidade e afirmação de individualidade! Tudo o que um pai responsável não quer enfiado na cabeça do filho. Drogas tem seus efeitos positivos! Drogas deixam pessoas felizes! Se for forçar o filho a enxergar tudo branco ou preto, ele vai ver o lado das sensações incríveis que as drogas proporcionam ANTES de ver as merdas que elas fazem com sua vida. Se o filho está pedindo essa experiência (mesmo que de forma indireta) é porque precisa aprender.

Quer aprender algo perigoso como a sensação de usar uma droga? Aprende no conforto e na segurança de casa. Até porque os pais tem a oportunidade de controlar melhor qual das tantas drogas existentes terá a preferência. Entre fumar um baseado e uma pedra tem MUITO chão. Experiências controladas rendem os resultados mais confiáveis. Se esse filho aprender que drogas são muito boas mas cobram um preço caríssimo, grandes chances de entender essa parte tão complicada da vida.

Quem adestra não ensina. E quem não aprende não consegue colocar as coisas em perspectiva ou mesmo pensar em consequências futuras. A vida é mais do obedecer comandos para receber recompensas ou evitar punições! Ou entende logo que tem que fazer escolhas inteligentes com base para isso ou vai viver a vida toda sob ameaça constante de erros e frustrações virtualmente aleatórias. Cidadão não vai saber nem onde as coisas ficaram cagadas. Adestramento gera o querer, ensinamento é poder.

O ideal é que a criação dê conta de limar essa curiosidade sobre as drogas e preparar a pessoa para saber por que deve continuar longe delas. Mas se não funcionar o ideal, é essencial não fazer vistas grossas e lidar com a situação de forma mais racional possível.

Não é isso o que você quer ensinar?

Para dizer que só acha maconha algo bacana e nem precisava desse argumento chato todo, para reclamar que eu financio o tráfico, ou mesmo para dizer que deixaria seu filho ler meu texto em casa: somir@desfavor.com

SALLY

Muita gente faz esse discurso de “se um dia meu filho quiser experimentar drogas eu vou permitir que ele o faça dentro de casa, assim PELO MENOS ele o faz em segurança”. Discordo, mas provavelmente não pelos motivos que vocês estão pensando. Além das drogas em si, acho que isso passa uma mensagem de esculhambação e ensina o filho a virar um brasileiro médio.

Não me interessa se você fuma maconha e não vê o menor problema nisso. Não me interessa se você usa drogas, nunca se viciou e tem a plena convicção de que elas não são tão vilãs como dizem. Não me interessa nenhuma opinião, porque o argumento que vou expor é concreto, objetivo, e independe de qualquer opinião: no Brasil, até o presente momento, o uso de drogas configura CRIME. Goste você ou não disso, concorde você ou não com isso, o uso de drogas configura CRIME. C-R-I-M-E.

Como é que eu espero ser uma mãe decente se coloco a minha casa à disposição para a prática de um crime? Que exemplo estou dando se me mostro disposta a ser conivente com a prática de um crime? “Mas não é um crime grave”. Lamento te informar, mas só existe a categoria “É CRIME” e a categoria “NÃO É CRIME”, essa arrogância do brasileiro médio de escolher os crimes que acha aceitáveis praticar é de uma escrotidão que me enoja. Brasileiro médio decide com qual lei ele concorda, qual lei ele pretende cumprir. NUNCA desejaria passar esse pensamento escroto para um filho.

“Mas se não fizer isso, ele vai experimentar na rua e vai ser pior”. Por favor, criem direito seus filhos! Eu nunca experimentei drogas nem dentro nem fora de casa! Parece que não existe essa opção: a de criar um filho sabendo impor limites e ele não usar drogas nem dentro nem fora de casa. Ele VAI experimentar fora de casa? Necessariamente? Então você errou. Você tem medo de que ele experimente fora de casa? Não é abrindo as portas de casa para drogas que isso se soluciona. Qual é o próximo passo? Dizer que se quiser estuprar alguém, que o faça dentro de casa? Ou, se quiser matar alguém, que o faça dentro de casa? Meus queridos, são todos igualmente crimes, foda-se o que cada um de vocês pensa na sua escala íntima de valores. Se é crime, não pode fazer. Na hora de cobrar do Governo todo mundo é cidadão exemplar, né?

Não vou transigir com a lei: não pode usar drogas em lugar nenhum. Não vou ceder por medo do que vá acontecer se eu não ceder: se usar na rua e eu souber, está muito, mas muito fodido na minha mão. Mas que porra é esse de presumir que, de um jeito ou de outro, seu filho vai acabar usando drogas? Muitos jovens não usam drogas, sabiam disso? Se quiser fazer uma imbecilidade que destrói sua saúde, sua família e ainda por cima é crime, NÃO CONTE COM O MEU APOIO. Muito menos com a mensagem errada de autorizar o cometimento de um crime mas não o de outros. Isso é coisa de esquizofrênico. Dois pesos, duas medidas.

Se você não quer que seu filho use drogas, abrir as portas da sua casa para elas não parece a opção mais inteligente. Isso é coisa de pais apavorados, inseguros. Que tal começando, em primeiro lugar, a dar o exemplo? Fica enchendo os cornos de cachaça na frente dos filhos? Fuma? Toma remédios para dormir? Pois é, não são bons exemplos. Também é importante dar o exemplo mostrando que respeita as leis e que não se acha acima delas, não se acha apto a escolher qual lei vai respeitar e qual não. Pequenas atitudes como estacionar onde não pode, subornar um guarda, dirigir depois de beber e coisas do tipo ensinam a seus filhos que é possível escolher quais leis pretende cumprir. Para finalizar, que tal ser um pai presente, atento aos filhos, com moral (no sentido de seus filhos te respeitarem) e fornecer informação, em vez de disponibilizar sua casa para a prática de um crime?

Tudo isso ninguém quer fazer, porque dá trabalho. Ninguém quer ser correto para dar o exemplo, ninguém quer dedicar o tempo que precisa a um filho para conquistar seu respeito nem estar atento para suas necessidades e fases da vida. Mais fácil abrir a casa para o uso de drogas, como se quem continuasse a usar o fizesse apenas por contestação, e não por vício. “Vem, filhão, fuma aqui uma pedrinha de crack. Pronto, agora, como ele fez dentro de casa, nunca mais vai fazer novamente”.

O mais curioso é que pessoas que adotam essa ideologia de que “proibir = incentivar” costumam fazê-lo seletivamente, apenas no caso das drogas. Um exemplo típico? Pai que deixa filha experimentar droga dentro de casa, mas fazer sexo com o namorado não.Tem aos montes, e é de uma hipocrisia que me entristece. Pergunta rápida: você permitiria que seu filho cometesse outros crimes dentro da sua casa só para que ele não os cometa na rua? Não, né? O certo é tentar ensinar a todo custo que aquilo não se faz e ponto final.

Se você confia na criação que deu ao seu filho, não precisa abrir sua casa para que ele use drogas. Se for para acontecer dele ficar viciado, ele vai ficar, experimentando em casa ou na rua. Não gera nada de bom abrir as portas de casa para o uso de drogas, muito pelo contrário, passa uma mensagem errada e cretina para o seu filho. Se um filho meu me diz que quer experimentar drogas eu vou dizer que é CRIME e explicar os motivos, os riscos e o quanto ele estará fodido na minha mão caso eu venha a saber que ele o fez. E tem como saber, existem testes caseiros à venda. Um pouco de temor dos pais é muito saudável.

Podem me recriminar, mas nesse ponto eu sou Old School, essa coisa de pais amigões é uma furada pós-moderna, pais não tem que ser amigo, tem que ser PAI e essa função envolve coisas chatas, proibições e ordens que aborrecem o filho. Sim, muitas vezes, para evitar que seu filho se foda, tem que impor proibições, mesmo que ele deixe de fazer aquilo apenas por medo, um dia ele vai te agradecer. Adolescentes são uma raça idiota sem discernimento, quem dá poder de escolha irrestrito para adolescente vai pagar muito caro por isso. Não se trata adolescente como adulto, não se trata adolescente de igual para igual. Adolescente, bêbado e maluco não tem direito a livre arbítrio quando se trata de uma decisão importante.

Eu sinceramente não acredito que proibindo se esteja majorando as chances de um adolescente usar drogas. Conheço muita gente que nunca usou porque foi efetivamente proibida de usar e tinha medo da reação dos pais. Não se coíbe o uso de drogas com permissividade e sim dando o exemplo, tendo pulso firme e impondo respeito e com muita informação. Não que permitir que o filho experimente a droga em casa vá fazer dele um viciado, mas certamente passa uma mensagem errada e certamente não desencoraja o uso de drogas. E você ainda corre o risco do seu filho querer experimentar algo muito pesado, tipo crack (porque adolescentes nunca escolhem o mais fácil, o mais agradável, NUNCA) ou outras drogas que podem viciar com uma única experiência. Daí o que você vai fazer? Permitir? Ou negar e expor sua hipocrisia dizendo que algumas drogas você permite e outras não? E se negar, dentro desse pensamento, não encorajará a usar fora de casa?

Olha, mesmo ignorando tudo que eu disse antes, ponha a mão na consciência e me diga se acha justo sustentar um marmanjo(a), bancar uma casa, se matar de trabalhar para dar do bom e do melhor para o seu filho para no final das contas a casa virar um local onde ele quer fazer uso de droga? Francamente, minha gente, é ridículo demais. “Não pode” tem que ser uma opção válida. Pai que acha que seu “não pode” vira incentivo para fazer é frouxo e não soube educar seu filho, impor respeito. No dia em que eu abrir minha casa para filho meu usar drogas por medo dele fazer na rua, podem me internar. Eu não tenho medo, quem tem que ter medo de mim é meu filho. Aliás, na minha opinião, um filho bem criado que conhece e respeita os limites da casa, dos pais e da lei, nem sequer tem coragem de propor uma merda dessa para os pais.

Para repetir a ladainha do “ainda bem que você não tem filhos porque seria uma péssima mãe”, para dizer que sua filha fazer sexo é mais grave do que seu filho usar drogas ou ainda para dizer que concordou com o Somir por tantos anos que ainda vai demorar um tempo para romper com essa barreira e ter coragem de repensar o que eu disse no meu texto: sally@desfavor.com

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Comments (102)

  • Concordo com o texto integral da Sally. Somir, desculpa, mas dessa vez tu “cagou feio”…rs

    Filho é filho, não colega, muito menos amigo. Filho exige limite. E eu enxergo esse uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, muitas vezes como um grito por esses limites, que na maioria das vezes não é ouvido. Os pais se fazem de surdos, pois “dá trabalho” criar filho. Só que o filho precisa que esse trabalho seja feito. E quando não é feito, se desarranja. Pede por socorro, grita, e muitas vezes, encontra quem os ouça no seu próprio grupo, que tem os mesmos comportamentos. Por isso que a identificação é importante na adolescência. Os grupos se parecem. Eles se juntam. As demandas são parecidas, os pedidos de ajuda são parecidos também. E cabe aos pais se ligarem nisso… Ser pai não é estar em uma colônia de férias. Ser pai é um trabalho integral, e que exige dedicação, esforço e muitas vezes o papel de carrasco tem que tomar lugar.

    Só que tem um porém no texto da Sally. O uso pessoal de drogas não é crime. O porte sim. Mas o uso não. Se eu for pega com um baseado intacto, sou levada à frente do Juiz, apenas para ser decidida minha medida socioeducativa. Mas se eu for pega pela polícia depois de fumar o baseado não me acontece nada, mesmo eu admitindo ter fumado… Por isso que nenhum crackeiro é preso, pois na hora que a polícia bate, eles “jogam fora” os utensílios para o uso, mesmo estando muito loucos…

    O Código Penal prevê um artigo sobre isso, mas não julga como crime, tanto é que a pena é considerada socioeducativa, como disse acima. Se não me engano, é o art. 28 da Lei 11.343/2006. Não é fichado, não é preso, não passa por julgamento. Só tem um porém: o juiz é quem decide se a quantidade era realmente para consumo próprio ou para tráfico. Se for tráfico, ai sim, é inafiançável e tem julgamento (é crime!). Se não, vira medida socioeducativa, como prestação de serviço, comparecimento a cursos educativos, advertência sobre os perigos, e em último caso, multa (esse último, acredito que ocorra, não tenho certeza).

    • Acrescentando, que eu esqueci. O Código Penal não julga como crime apenas o uso pessoal. O porte, a venda e a produção de droga sim, esses são crimes, pois configura tráfico. :-)

    • SOCORRO, CLAUDIA! VOCÊ MORA NO BRASIL? EU TRABALHO ESPECIFICAMENTE COM ISSO HÁ MAIS DE DEZ ANOS! O USO PESSOAL DE DROGAS É CRIME SIM!

      POR GENTILEZA, SE INFORME MELHOR!

      O que determina um crime não é a existência ou não de pena de prisão! Por favor, nunca ouvi tanta asneira jurídica junta. Se você é formada em direito, sugiro que rasgue seu diploma e vá vender churros

      • E sugiro que me respeite… Acabei de passar por um curso extensivo, com um Sargento que trabalha na área Penal também, no qual ele me informou, categoricamente, que o USO não é crime. O crime é o porte, a venda, etc.. Sugiro que leia o código, exatamente o artigo que citei. Estar no código não significa que seja crime. o que configura crime é sua pena sim. Se a pessoa for fichada na polícia, se for presa ou não. Se eu usar maconha e nada me acontecer, sou criminosa? Se eu for pega pela polícia depois de ter fumado um baseado, confirmar que fumei, eles vão me liberar!!! NADA VAI ME ACONTECER. Ouve descriminalização do USO de drogas. Não somente a descriminalização, mas a despenalização também. Perceba: Apenas para o seu USO.

        Você pode trabalhar com isso, mas eu estudo e converso com juristas, professores e me mantenho atualizada o máximo que posso a respeito, DIARIAMENTE, pois será minha área. E respondendo a sua colocação, não sou formada ainda, moro em Pernambuco, como já citei aqui e o que é crime é o PORTE E TRÁFICO, não o uso pessoal. O uso pessoal é considerado, no máximo, uma infração penal (ou contravenção, se preferir), quando muito!!! Creio que isso seja diferente de crime!

        • Eu sugiro que você ESTUDE MUITO ou escute a opinião de um ADVOGADO, profissional da área. O Sargento que te informou isso é muito burro e arrogante de afirmar uma merda sem tamanho como essa sem ter a certeza, e você é inocente de passar isso adiante.

          Eu leio o Código Penal faz anos, tenho mestrado e doutorado no assunto. Novamente: o fato de não haver PRISÃO não quer dizer que não exista crime. Um exemplo simples: lesão corporal. Nem sempre é punível com pena de prisão, mas É CRIME. Sofra uma condenação e me diga se você vai ser ré primária novamente!

          DESCARCERIZAÇÃO não quer dizer DESCRIMINALIZAÇÃO, qualquer jurista banal sabe disso. Se informe melhor, porque a pessoa que te disse isso é uma completa idiota. E pare de repetir isso, porque você vai passar vergonha se sair falando uma besteira dessas por aí.

  • Dessa vez, concordo plenamente com a Sally, principalmente com relação ao último parágrafo.
    Acho sim que pai não ta aí pra ser amigão de filho, pai e mãe tem que ser respeitados. Se matam de trabalhar durante 20 anos (sabemos que hoje em dia é mais, infelizmente), e não podem mandar na casa que sustentam??? Vão se foder!
    Tem que mandar nos filhos sim, tem que ter medo sim!

    • Sim, filho tem que saber que se desobedecer uma regra da casa algo de muito grave vai acontecer,a ponto de que ele nem cogite fazê-lo

  • Concordo com Sally em tudo. Pais que deixam os filhos usarem drogas deveriam receber uma visitinha do Conselho Tutelar.

  • Sally, não tenho nem o que falar! Estou 100% de acordo com você! Eu tive meu exemplo em casa! Minha mãe NUNCA falou no celular dirigindo, NUNCA dirigiu depois de beber, sempre foi pulso firme (eu achava ela chata pra CARALEO, mas tinha um medo e talvez por isso, um respeito TERRÍVEL por ela!). Pai tem q educar e ser exemplo! Eu não consigo imaginar um pai que autorize isso! Amei esse final!
    “Eu não tenho medo, quem tem que ter medo de mim é meu filho. Aliás, na minha opinião, um filho bem criado que conhece e respeita os limites da casa, dos pais e da lei, nem sequer tem coragem de propor uma merda dessa para os pais.”

    • O problema que proibir, ficar atento, castigar, vigiar são coisas que dão trabalho. Mais fácil se convencer que se ele quiser ele vai fazer e ceder

  • Eu concordo com a opinião da Sally, uma vez que, não aceitaria de forma alguma uma coisa destas dentro da minha casa, e ponto final.
    Mas, há um fator em comum no texto de ambos, o fato de que, por meio de uma educação (ensino, nos termos do Somir) adequada chega-se a um resultado favorável.

    A educação que eu e minhas irmãs tivemos, foi na base conversa e também de algumas surras e castigo (minha mãe tinha uma mão pesada, hehe), e eu acho que é o que esta faltando hoje em dia com esse papinho de que a criança não pode apanhar, aliás, o que vocês acham disso? sobre os pais baterem nas crianças, eu digo umas palmadas e não espancamento, acho que você me entende. Há um ‘ele disse, ela disse’ sobre esse assunto?

    • Ahhh… a gente já escreveu sobre essa Lei da Palmada escrota! Eu acho que espancar não pode nunca, mas uma palmada didática é indispensável para colocar limites em certas ocasiões. São crianças, nem sempre se pode esperar que elas compreendam tudo na base do diálogo!

  • Meu pai não é uma pessoa ruim, minha mãe era um exemplo pior. Apenas no quesito álcool havia essa situação, mas ao menos não era frequente. E foi melhorando com o tempo. Hoje, quando bebe, dificilmente chega ao exagero de antes. Mas com (maus) exemplo dos pais, acho que é mais fácil ir pro lado errado. De repente eu poderia querer descobrir qual era a graça que meu pai tanto achava no álcool e acabar bebendo como ele. Mas não fiz isso, e certamente não foi por exemplo da minha mãe, que era ainda pior.
    Acho que sou um caso raro de sorte por não seguir o exemplo deles.

    • Tem filhos que reagem seguindo o extremo oposto dos pais, o que geralmente acaba sendo algo muito bom. O problema são os buraquinhos que ficam na autoestima quando se tem que ouvir esse tipo de besteira que você ouviu. Fico feliz em saber que você lidou bem com tudo.

  • Meus pais nunca conversaram comigo sobre sexo, drogas ou álcool. Nem sei dizer se sentar com os filhos e falar sobre esses assuntos seria o ideal, pois não tive essa experiência. Ou se seria melhor uma proibição velada, silenciosa e presumida, como foi meu caso. Ainda assim, não uso drogas (meu medo do estrago que podem fazer é maior do que qualquer curiosidade, e isso se aprende observando o que acontece com outros), não fumo e nunca fumei, e também não bebo. E sou a esquisita de qualquer festa por isso, até me perguntam se é por questões religiosas, povo não acredita que exista alguém que não beba simplesmente porque não gosta.
    Meu pai bebe, e o fazia muito mais quando eu era criança. Já o vi bêbado algumas vezes. Foi num dessas vezes que ele admitiu pra mim que tem filhos preferidos, e que não estou entre eles. Que me trata diferente dos demais por causa disso, e sabe que é injusto. Precisou ele estar bêbado pra admitir essas coisas, mas ao menos não insultou minha inteligência achando que eu não percebia.
    Acho intrigante essa “coragem” em que é preciso beber pra conseguir. Mas enfim, apesar de ter testemunhado o uso de bebida alcoólica enquanto crescia, ainda assim nunca me interessei em beber. Por isso acho que, algumas vezes, a pessoa pode ver exemplo de uma coisa dentro de casa e ainda assim não fazer, e vice versa.
    Por essas e outras que não pretendo ter filhos. Primeiro que eu amo demais um filho meu pra colocá-loneste mundo louco, e segundo que tenho plena consciência de que não sirvo pra ser mãe. Existem muitas coisas que eu não saberia como lidar, então prefiro não fazer, do que fazer de qualquer jeito.

    • Certamente o fato de ver o exemplo dentro de casa não torna a pessoa obrigatoriamente igual aos pais. Alguns segurem justamente o caminho oposto, tamanho o trauma. Mas quando a pessoa descamba a fazer coisas erradas, pode ter certeza que não foi por “azar” ou más influências.

      Muitas vezes um dos pais salvam o filho do mau exemplo do outro cônjuge.

    • Concordo em ponderar ao colocar um filho nesse mundo louco…
      … mas que vc seria uma mãe muito boa, eu apostaria nisso. Há (em pessoas que superaram esses traumas) grande tendência de ser para os filhos tudo de bom o que não têve dos pais.

  • Eu concordo com a Sally!
    Quando eu era pequena meu pai sempre me falou que se eu quisesse provar qualquer coisa que provasse em casa, sempre bebeu na minha frente e nunca viu problema nenhum nisso.
    Eu fui crescendo, entrei na faculdade e uma época bebia que nem uma louca; aí meu pai ficou muito bravo e queria me internar por causa de uma coisa que ele sempre me disse que era normal.
    Pra mim, na época não fazia o menor sentido ver ele bebendo todo fim de semana e depois brigar comigo por isso.
    Hoje eu sou casada e parei de beber pelo exemplo do meu marido que nunca bebeu por escolha própria, ele não acha certo e nunca ligou para as pessoas que falam que homem de verdade tem que beber.
    Ele não me condena se eu quiser beber de vez em quando, mas deixa clara a escolha dele que eu acredito ter vindo por causa da base que a família dele deu pra ele.

    • Estar do lado de alguém que não bebe é um grande estímulo a não beber, ou a beber menos. Sem o bando incentivando, a pessoa que bebe sozinha se sente meio idiota se tiver um pingo de semancol. Fico muito feliz que seu marido tenha gerado esse efeito positivo em você!

  • Pra variar… Nem tem graça comentar pq concordo em cada detalhe elucidado adivinha por quem??

    Nunca dei esse tipo de trabalho para os meus pais, nunca fumei maconha, e não foi por falta de oportunidade e hj sou profundamente grata a mim mesma por NUNCA ter cometido esse ato de desamor comigo mesma.

    Uma vez, em uma situação em que estava recebendo amigos em uma fazenda da familia, deixei claro que não iria admitir drogas, apesar de saber que ninguem usava. Ao explicar que nunca usei e que não gosto, fui questionada se não seria bom até pela experiência de ser psicóloga… Olha… Não consigo conceber isso. Sou capaz de terminar namoro/casamento (radical modo on) se descubro se a criatura faz uso.

    Morro de medo de ter filhos, por essas e outras. Não sei se teria tamanha influência sobre eles. Sinto uma insegurança enorme… Mundo muito louco, valores deturpados. Me pergunto até hj que luz de consciência foi a que eu tive por nunca abrir essa porta pra mim. Falo isso pq eu pequena ia para festas de conhecidos e familiares e rolava droga na minha frente… Meus pais nunca, tah? 12 anos de idade. Tah bom pra vc?

    Sally… Quer ser minha amiga por todo o sempre? Hahaha

    • Se você criar seu filho direitinho, e eu sei que você vai, ele também não vai ter vontade de fazer isso com ele mesmo: por respeito à sua autoridade, por amor próprio, por medo de te decepcionar, por medo das consequências, etc

      O problema é que hoje, se você cria um filho direitinho, ele vira um desenturmado no colégio, é chamado de “viadinho” e sofre horrores por não se adequar aos padrões em uma idade onde se adequar é importante. Ou seja, vai gerar um grau de sofrimento nele.

      Sim, quero ser sua amiga para todo o sempre

      • S2

        Entendo e concordo. Não tinha pensado por esse ponto da pressão dos colegas. Mas mesmo com essa pressão, de fato, aos que foram bem educados, possuirão a análise critica ou um mínimo de instinto de autopreservação.

    • O mais engraçado (ou triste, se preferirem) é que esses pais permissivos serão os menos respeitados por esses adolescentes quando virarem (rascunhos de) adultos (de merda), que culparão esses pais para sempre por não terem tido autoridade para impedi-los na época.

      Como um casal conhecido em que o pai incentivava a filha ir para a balada desde os treze anos com microssaias (“o que é bonito deve ser mostrado”) e, hoje, com uns vinte e pouquinhos, essa menina já é mãe de quatro filhos, cada um com pai diferente, alguns deles presos.

      • Verdade. Ser humano precisa de limites, é necessário e saudável. Acho até que formam pessoas mais seguras, pois possuem uma boa referência. Talvez seja o que tocou minha consciência para não experimentar. O máximo de despojamento que vi dos meus pais (que cheguei a pensar que estavam de pileque) foram eles dançando loucamente em uma festa dos anos 80… HAHAHAHA

        Essa da filha com quatro filhos foi pesada…

        • Pois é. Vi o pior do ser humano nos anos em que fui voluntária da Igreja, tanto do lado dos ajudados quanto daqueles que vinham (ou fingiam) ajudar. Sorte ter acordado a tempo…

  • Falando em consumir drogas,
    Deixar uma criança ver:

    – Novela da globo= criança fútil
    – desenhos ou programas da tv cultura = retardado

  • “Adolescentes são uma raça idiota sem discernimento, quem dá poder de escolha irrestrito para adolescente vai pagar muito caro por isso”.

    O triste dessa situação é que cada vez mais vejo crianças cada vez mais jovens com poder de escolha irrestrito. Conheço casais reféns de crianças de dois, três anos. E se levarmos em conta filhos únicos , cada vez mais comuns, com tanta permissividade, a situação ficará ainda pior, pois serão adultos que herdarão exclusivamente patrimônio das duas famílias que o originaram.

    • Também conheço pais que são “reféns” de crianças pequenas… poxa, onde foi que começou essa onda toda ein? Saudades da época em que ainda se respeitavam os pais…

      • Começou quando as pessoas foram obrigadas a trabalhar mais e mais e em vez de perceber que era melhor não colocar filho no mundo, continuaram fazendo filho e deixando com babá, com creche…

  • Concordo com a Sally ! Os pais perdem a autoridade, a moral e depois tudo vira uma Sodoma. Outro absurdo é deixar seu filho de menor fazer festinha com álcool. Serião…

    • Olha, isso é uma coisa que não me entra na cabeça. Filho menor bebendo com consentimento dos pais. Eu devo ser mesmo de outro planeta. Sabe qual é o problema? A criança cresce vendo o pai beber, beber e dizer o quanto gosta, o quanto é bonito. Vê comercial de cerveja que ostenta virilidade e mérito na bebida. Vai absorvendo esse conceito e quando vira adolescente está incontrolável, toma todas, dá trabalho, bate com o carro, engravida uma menina. Se não educar de perto na infância, vai chegar na adolescência e não vai ter controle do filho. Aí fica dizendo que não tem como controlar… realmente, na adolescência não tem mais como controlar. Estivesse mais presente na infância do filho, em vez de botar filho no mundo e ver só no café da manhã e no jantar!

      • Além de virilidade o que não falta é virilhidade. Os comerciais de cerveja deve anteceder o porno soft, PQP! Sobre pais frouxos, acho que os filhos atuais não tem mais a noção do valor dos dentes esse negócio de TUDO no diálogo as vezes subtraí os limites….
        Falando sério, raramente (só em festa no final do ano, e era espumante ainda!) meu pai ingeria bebida alcoólica na minha frente, ele sempre falava que fazia mal e explicava as consequências do exagero dela e que aquilo não era pra minha idade, só quando eu tivesse consciência dos riscos envolvidos. Resultado, raramente eu bebo nunca fumei NADA e quando eu perguntava a colegas sobre o que os pais achavam (quando todos nós éramos de menor ainda) eles indagavam: Seu pai não deixa? Enquanto tiver esse tipo de conivência continuará havendo uma sociedade brasileira negligenciando a educação e moldando novas sociedades com valores errados de forma cíclica.

        • Uma coisa é degustar uma bebida com civilidade, outra é entornar latinha de skol em churrasco. O BM não sabe beber sem exageros e não percebe que esse exemplo entra na cabeça de uma criança que cresce vendo esse comportamento!

          • BM eh mais extremista que a Al-Qaeda, seu comportamento vai da hipocrisia ao sincericídio em questão de segundos. Nesse mundo com valores deturpados, onde o errado é bonito e aceitável e o certo é fator de exclusão é frustrante ver a educação e os valores serem postos de lado em função da aceitação em um grupo. Felizmente muitos relatos aqui mostram que com uma boa educação não há sociedade que consiga por tudo a perder.

            • São relatos de pessoas educadas há vinte, trinta anos atrás, onde tudo era menos cagado. Será que na geração que está nascendo hoje existirão pessoas assim?

          • Pessoalmente acho que a criança jamais deve presenciar o consumo de bebida alcoólica, somente quando tiver noção de moderação, pois o mau exemplo é transmitido independente da intensidade.

      • Sally mas também acho que não podemos generalizar. Vide meu caso por exemplo: como tu acha que hoje entendo tanto de vinho, vodka e whisky? Óbvio que foi bebendo e experimentando desde pequeno! Pequeno digo… adolescência! Mas é claro que neste caso aqui, foi sim com consentimento de pais, mas de maneira extremamente controlada e para fins de “aprendizado” culinário hehe

        • Sim, tudo depende de como se bebe. Mas você deve concordar que o BM que senta o cu em um bar e passa quatro horas lá bebendo cerveja até ficar bêbado não passa uma lição de degustação…

      • Vejo alguns familiares que estão descambando pra esse lado de festinhas e tal, com apenas 13, 14 anos. Mesmo se fosse com 16 eu já acharia absurdo. Acho que os pais só deveriam permitir isso após os 21 e escondido… rs
        Meu irmão já atingiu a maioridade e passou longe disso tudo. Sempre foi popular, mas faz o estilo geração saúde que não toma nem refrigerante. Por um lado, é melhor assim, mesmo com a frescura de não tomar refrigerante, se isso o poupou de consumir outras coisas, tá valendo.
        Meu namorado foi criado de modo mais rígido. Parece ser meio ridículo ele ter mais de 30 e ainda não beber na frente dos pais, mas digo pra vcs que acho esse respeito lindo e formou um homem de um caráter ímpar.
        Pai e mãe tem que ser pai e mãe antes de qq coisa.
        Prova de amor maior que um ensinamento na hora da certa supera qualquer gesto de amizade que os pais amigões queiram alcançar.

        • Sim, Pai e Mãe tem que ser Pai e Mãe antes de qualquer coisa, concordo plenamente com você! Mesmo que o filho fique puto ou revoltado com as restrições, um dia ele vai agradecer.

  • Parece até respostas certas pra perguntas diferentes. Acho muito válido o ponto de vista do Somir, mas significaria assumir uma derrota, um fracasso como autoridade, educador e acima de tudo como pai. Essa hipótese jamais seria cogitada no caso de uma boa educação que ensinasse o adolescente a ter discernimento do certo e do errado. É realmente uma atitude comoda pensar “melhor aqui do que lá fora”. Em resumo, se você pai está tomando essa decisão no presente momento significa que você falhou bisonhamente em tempos passados, e Agora é Tarde™.

    • Eu tenho essa mesma sensação com esse argumento: “se ele quiser fazer, ele VAI fazer”, “melhor aqui do que lá fora”

      Esse argumento não se sustenta, quero ver os pais que vão permitir que seu filho mate outra pessoa dentro de casa porque “se ele quiser fazer, ele vai fazer”. Matar é mais grave do que usar drogas? É tão crime quanto. Filho não pode ter o descaramento de pedir para um pai acobertar o cometimento de um crime. Eu estou louca pregando isso?

  • Concordo com a Sally, o uso de drogas é um crime, fora as consequências do uso dela.
    Pai que abre as portas de casa pra isso é frouxo!

  • “pimpolhos” é boa.

    Os filhos devem ser moldados desde quando são crianças, eu nunca iria usar drogas primeiro por medo dos meus pais, segundo para não desapontá – los. Isso deve ser pq em casa sempre tive pais presentes e todo tipo de conversa era válida sem nenhuma vergonha.

    • Também tem isso: em uma relação se amor e respeito você toma o maior cuidado para não desapontar seus pais. Eu jamais usei ou usaria drogas por não querer dar esse desgosto a eles. Um mix de respeito e gratidão. Eu nasci assim? Não, eu fui criada para ser assim.

  • Entendi o ponto de vista defendido pelo Somir. Mais do que ter total controle sob as ações de seus filhos, pais que permitem o uso de drogas em casa, tentam manter um diálogo aberto, afinal, quando adolescentes se sentem à vontade para falar, fica mais fácil ensiná-los sobre riscos e consequência sem que isso pareça um sermão. Se há curiosidade, repreensões já não serão assim tão eficientes
    Por outro lado, o texto da Sally melhor se aplica, pessoalmente. Um bom exemplo paterno pode evitar trocentos sermões. Nunca vi meus pais beberem uma gota de álcool ou tragarem um só cigarro e essa curiosidade simplesmente nunca me ocorreu, sério, nunca. E não estou falando de educação, porque nem mesmo a mais severa e conservadora é capaz de conter uma curiosidade, falo de uma displicência inconsciente por algo que não é de interesse comum às pessoas com as quais uma criança convive.

    • Diálogo aberto para cometer crime? Eu não transijo com a lei, não tem diálogo nenhum quando se trata de crime. É isso que não pode ser ensinado: que tudo é dialogável, que tudo é negociável. Existirão NÃOS que serão NÃOS e não estarão sujeitos a negociação.

  • Sally, o que você acha dessa diferença na educação de filhos, no caso “meu filho sai pra pegar todas, minha filha fica em casa”?
    Como você criaria seus filhos nessa situação, se os tivesse?

    • Já fizemos um Ele Disse, Ela Disse sobre o assunto, se não me engano. Eu acho absurdo, eu criaria filhos de sexos diferentes da mesma forma no que diz respeito a permissividade. Acho tão feio homem “pegador” (no meu mundo = promíscuo) quanto mulher, desencorajaria em ambos essa atitude.

  • Por isso, sigo a filosofia do Machado de Assis em “Memórias póstumas de Brás Cubas”:

    “Não tive filhos. Não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”

      • Perfeito comentário Sally! Responderia o mesmo se fosse contestado por uma companheira sobre a possibilidade de ter filhos.

      • Mas acidentes acontecem… não foi comigo, mas eu vi acontecer com uma amiga muito querida que tb tinha o mesmo pensamento… daí é bola pra frente e dar o melhor de si.
        Tenho muita esperança de que seja uma das pessoas mais bem resolvidas desse mundo. Espero ver essa criança crescer e confirmar isso.

        • Você acha que um adolescente ficar viciado em drogas é um “acidente”? Eu não acho não… começou a usar de forma regular tem que tirar de circulação, internar, ele querendo ou não.

    • adorei essa frase eu nunca vou ter filhos pq reconheço q eu seria um pai medíocre não tenho paciencia com crianças nem tenho a ilusão de ter um filho pra fazer o q eu não consegui , falo isso pq eu conheço mto cara q diz “eu vou ter um filho ele vai se chamar David , vai torcer pro mengão , e vai ser médico ” putz e o livre arbítrio fica aonde ? eu não quero ser mais um pai carrasco nem fazer da vida do meu filho um inferno , prefiro nem ter filho , talvez na proxima ….
      próxima vida

    • Penso de maneira semelhante viu? Acho que colocar um filho no mundo hoje, educa-lo, transmitir valores, moral e bla bla bla é sim tarefa linda, mas um dispêndio danado! Tem meio que abrir mão da vida e ter muita garra, muita fibra nessa empreitada então… Confesso neste sentido que não tenho essa coragem toda…

    • Mas as pessoas parecem não cogitar essa hipótese de ensinar a não usar. Pais conformados dizem “se ele quiser usar, vai usar” e por isso abrem suas portas para drogas dentro de casa. Desculpa aí, mas é possível ter autoridade e ensinar um filho a respeitar a lei.

  • Entender o texto do Somir me fez perceber que ele e o meu pai devem ter estudado na mesma escola para pais de meninas… Que feio! “Meu filho pode pegar as meninas por aí e minha filha fica aqui, debaixo dos meus olhos.”
    Quem disse que o medo não é um excelente incentivo a não fazer merda não conhece o meu pai. E digo mais, aqui em casa a palavra dele sempre foi soberana e quem achasse ruim que juntasse seus “panos de bunda” e caísse fora para nunca mais voltar.
    Como eu nasci em uma ditadura o meu subconsciente já concorda automaticamente com a amiga Sally.
    O errado sempre será errado!

    • Eu acho que pais tem que ser firmes mesmo quando se trata de cometimento de um CRIME. Essa horda de pais frouxos que falam sobre filho experimentar drogas como algo inevitável “se ele quiser, ele vai fazer” não sabem o que é autoridade.

      • Os meus pais sempre abominaram qualquer ato ilícito, por “menor” que fosse. E sempre nos ensinaram de que tudo na vida tem consequência. Se você fizesse algo bom, provavelmente teria uma consequência boa. Se fizesse algo ruim, a consequência seria péssima, no caso, saberia o peso da mão do meu pai. Hahaha

  • Sim, fazer o filho experimentar em casa … caso ele tenha dependência química, que é considerado como doença pela OMS, já descobriremos, né???

    Sabe por que alguém usa? Independente de ter um problema psicológico ou não… É pra preencher algo. Porque é preciso matar a sensação de vazio e de estar à deriva.

    Não quer que seu filho use drogas? Informação sobre os riscos, leve em uma clínica para dependentes, para passear pela cracolândia. E cuide para ele crescer como um adulto feliz.

    Não é garantia de nada porque não é possível isso, mas já minimiza.

    • Exato! Informação e cuidados para que não tenha esse vazio! Se criar direitinho, nem existirá a vontade de experimentar drogas. Mas a maioria dos lares de brasileiro médios são desfuncionais, onde pais brigam na frente dos filhos, dão maus exemplos e não investem na educação dos seus pimpolhos porque estão muito ocupados trabalhando.

  • eu concordo com o Somir se seu filho ta disposto a experimentar ele vai experimentar e ponto , seja dentro da sua casa seja na rua, essa repressão paterna não funciona nunca funcionou se vc tiver vontade de fazer alguma coisa que seus pais não aprova vc VAI fazer escondido

    • Eu conheço tanta gente que deixou de experimentar PORQUE não tinha coragem de fazer na clandestinidade… Que tipo de pai admite que “se meu filho quiser fazer ele VAI FAZER”? Vocês não tem controle nem voz firme com seus filhos não? Quando meus pais me proibiam de fazer alguma coisa, eu respeitava.

      • vc é uma minoria tipo eu conheço tanta gente que faz coisas que os pais nem imaginam : por exemplo eu tenho um amigo que frequenta prostibulos escondido dos pais dele é obvio que os pais dele não deixariam se soubessem , a maioria das pessoas vai questionar o posicionamento dos pais e vai fazer ; se vc não é dessas parabens vc é uma ótima filha

      • Eu acredito no seguinte, as pessoas são seres complexos, e cada um tem caracteristicas diferentes, tem pessoas que sabem seguir ordens, são inteligentes e são atenciosos as consequencias, e isso é de cada um, e embora a educação e o exemplo na postura contribuam muito para isso, não tem como evitar totalmente, é pura sorte, se seu filho for inteligente e não se importar com a opinião de amigos, não fará e pronto, mas o que a maioria dos pais fazem é ser hipócrita e não admitir quando seus filhos são imbecis, e como a Sally mesmo falou, adolescente em época de transição tende a fazer muita idiotice, seja pra se provar ou pra ser aceito por algum grupo de amigos, e é nessa hora que dá trabalho, pois pra evitar isso, pai/mãe tem que estar o tempo todo atento com quem filho anda e o que está fazendo, e mesmo assim não é certeza de que vai evitar ele fazer merda, mas diminui as chances! Mas ter filho é isso, não ter sossego na vida, nesse ponto entendo porque a Sally não quer ter filho, ela deve prezar o sossego na vida dela!

        • O adolescente é o reflexo da educação que recebeu de seus pais. Essa coisa de demonizar o comportamento adolescente é coisa de brasileiro médio, para se eximir de responsabilidade: “ele é muito difícil”, “ele é impossível de controlar”. Ele É O QUE OS PAIS CRIARAM. Na hora de educar criança, os pais fazem corpo mole, deixam chorar, dão bala para a criança obedecer, fazem tudo errado. A conta vem na adolescência. Taí, cheio de adolescentes que não respeitam os pais…

          • É isso mesmo Sally, e eu vou além, porque infelizmente temos que entender que as coisas que começam errado, quase sempre terminam errado, começando pelo exemplo dos pais, que não fazem nada certo e não fazem nada para ser exemplo pra ninguém, muito menos pra filho, e tá pouco se lixando, nunca vi pai que deixou de beber, fumar, falar palavrão ou algo parecido para ser bom exemplo pra filho, ai tem filhos sem um planejamento, desconta frustrações em cima do filho, e na hora de lidar com os problemas do filho tem preguiça, faz corpo mole, deixa pra lá, ou simplesmente ameaça e desce a porrada como forma de educar, resumindo, nem deveriam ter filhos pra começo de conversa, já que tem preguiça de educar e dar o exemplo. Mas fazer filho e fácil né, então todo mundo pratica a arte de “fazer nenêm”, mas na hora que vem a criança, quer mais é se eximir da responsabilidade que isso representa, e isso é algo tão corriqueiro que é por isso que tem tanta gente FDP no mundo, pois são reflexos de seus pais, e quando tiverem seus filhos o ciclo irá se repetir! Não é uma maravilha!? Me da tanta esperança no futuro isso!

            • Educar dá trabalho e requer inteligência, infelizmente são dois pontos fracos do brasileiro médio. Desculpa aí, mas um filho com uma educação bem dada é possível.

              • Concordo que é possível Sally, mas pra isso precisa os pais serem inteligentes também, e ficar em cima, o que dá trabalho, as vezes você até perde sua identidade ao dedicar todo seu tempo livre para os filhos, e geralmente ninguém quer isso, todo mundo quer um tempo para si próprio, e ai diminui o tempo para os filhos, é difícil conciliar, mas é possível, só tem que descobrir como, e pra isso tem que ser inteligente, coisa que BM não é. Ai dá essa merda toda ai, uma sociedade cheia de gente mal educada, sem limites, que só fazem o que querem.

                • Certamente precisa reunir esses dois fatores: tempo e inteligência. E quase ninguém faz. Todo mundo trabalha muito e mesmo assim insiste em ter filhos

                • É uma questão chata essa: ter essa sede de independência, de ego, de viver para o trabalho e não pensar nos outros e não saber conciliar tempo até para si mesmo… mais um “mal da modernidade” viu?

          • sally eu acho q vc tá simplificando demais as coisas esse rapaz q eu citei é filho de um policial concervador linha dura , eu não conheço pai mais atencioso do q esse , as vezes vc fala como se os pais pudessem controlar até o pensamento dos filhos e na realidade não pode a autoridade dos pais só funciona até certo ponto vc pode forçar seu filho a limpar a casa e lavar a louça quando vc tiver por perto mas é só vc sair q ele vai te desobedecer

            • Ser conservador e linha dura não quer dizer saber impor limites a um filho. Filhos não tem personalidades “ao acaso”, ninguém tem um filho desobediente “por azar”. É a criação a chave para o comportamento de um filho. Se os pais forem linha dura sempre vão criar um revoltado. É preciso saber a hora de ser amável, afetuoso e a hora de impor limites. Mais: meus pais nunca foram “linha dura” no sentido de proibir tudo, apenas souberam impor respeito. E se os pais souberem educar, o filho obedece, mesmo sem eles por perto.

              • bom eu só posso falar sobre a minha experiencia como filho e de pessoas que eu conheço , eu sempre respeitei minha mãe e as opiniões dela mas isso nunca me impediu de discordar de ser rebelde de fazer merda , eu acho que esses questionamentos e bater de frente com os pais são uma coisa natural e muita gente passa por isso de questionar os valores que foram ensinados desde criança , nossos pais quase sempre acertam mais uns tem a necessidade de se fuderem para perceber que estão errados

                • Questionamento no sentido de divergir opinião sempre vai ter, e que bom que tenha, pois filhos não são robôs. Mas cometer um CRIME é bem diferente. Pai que não consegue manter o filho sem cometer CRIME, na minha opinião, falhou na educação.

                  • essa questão das drogas eu acho hipocrisia do governo criminalizar umas e liberar outras , pq do ponto de vista da saúde as drogas legalizadas fazem tão mal quanto as ilegais e na sociedade como um todo poucos tem essa visão de crime ; afinal qual a difereça pratica de um baseado e uma garrafa de pinga vai causar praticamente os mesmos efeitos psicoativos, então por que uma coisa tem q ser considerada mais grave q a outra ?se na prática o usuário de drogas nem vai preso ; então um pai q deixa seu filho beber ou fumar tbm falhou na educação ? ou isso pode pq não é crime ?

                    • Isso é outra questão. Existem critérios (dentre eles, que quem bebe uma garrafa de pinga pode ser facilmente descoberto por um bafômetro) que podem ser rediscutidos. Mas, enquanto for CRIME usar drogas, pais tem que ter autoridade suficiente para fazer com que seus filhos fiquem longe delas.

                    • Só um adendo: diga-se de passagem (esse argumento é questionável, claro!) as drogas são proibidas não só porque fazem mal às pessoas, mas sim pelo fator econômico da coisa: pensa só, se fosse liberada a maconha, certamente iria causar algum dano, em algum lugar, no sistema comercial em geral. Veja também: quem detêm o “poder” neste sentido? As indústrias químicas, farmacêutica, de cigarro e de bebidas. Se as drogas fossem liberadas, com certeza haveria certo “abalo” no sistema…

                    • Não sei se outras indústrias se abalariam, o ser humano é tão merda que eu tendo a acreditar que existe público para todo mundo. Países onde drogas são liberadas geralmente não experimentam decréscimo de venda de álcool e cigarros.

          • Eu acho que nem tive adolescência… os pais criticam tanto essa fase. Não lembro de ter dado trabalho não.
            Trocava as viagens da escola por computador.
            As minhas coleguinhas no segundo grau (nível médio) queriam viajar pro pantanal para ‘dar no mato’. Deus livre… não tinha nem beijado na boca ainda.
            Tanto que muitas hoje estão com filhos… e eu aqui só tive cachorro até agora e estou feliz com isso.

  • Eu tenho que dizer que nesse caso eu concordo em todos os pontos com a Sally, e isso que o Somir propos espero que seja só pra manter a “tradição” de os textos do Ele disse, Ela disse serem antagonicos, porque é um absurdo tremendo, no que eu repito as palavras da Sally, É CRIME, e ninguém deixaria um filho cometer um crime e ainda por cima incentivando, é algo totalmente incoerente, e realmente acho que pai/mãe tem que ser chato alguma hora, não dá pra ser amigão o tempo todo, você pode até ser, mas se ele vier com um papo desses você tem que deixar claro que isso você não permite nem fodendo, e ai dele se te desobedecer; Porque papo de deixar filho/filha fazer sexo com namorado(a) em casa, se tiverem idade e responsabilidade suficiente (os dois), pode até ser aceitável, mas DROGAS!!! Nunca, nem a pau que entraria drogas em minha casa e ainda por cima com a minha permissão, isso seria surreal! E Sally, não sei se você pretende ter filhos um dia, mas se tiver, tenho a impressão de que você seria uma mãe excelente, que irá educar, informar, e “descer a lenha” se preciso for, para o bem dele(s). Meus parabéns!

    • Não, não pretendo ter filhos não, muito obrigada. Não adianta nada educar uma criança de forma exemplar e depois jogá-la em uma sociedade onde quem é educado se fode e é trucidado pela falta de educação alheia, já basta que eu passe por isso.

      O brasileiro relativiza a questão do crime. Pirataria é crime e muito pai compra cd pirata para o filho, na frente dele, ou copia o cd em casa. Para o brasileiro só é crime se sair sangue de alguém.

      • As vezes nem assim Sally, tem BM que acha legal e incentiva agressão por exemplo, se achar que tem um bom motivo, tipo pais que mandam o filho revidar se alguém bater neles, mesmo que haja possibilidade de se defender e acionar alguém para intervir, tipo se for na escola, chamar um professor ou um diretor, mas não, tem pai que incentiva e ensina que não se leva desaforo pra casa, se resolve na porrada e pronto. É como você bem colocou, tem crime que as pessoas escolhem cometer mesmo sabendo que é crime, só por achar que não tem nada de mais, e se você faz discurso de que isso é errado de qualquer jeito, de que é crime e ponto, a pessoa te chama de caxias, de certinho, de fresco, e coisas desse tipo…
        Sabe Sally, eu as vezes paro e penso (com muito pesar) que apesar de tanto avanço tecnologico, tanta capacidade que o humano tem pra realizar coisas incríveis, e mesmo assim a impressão que eu tenho é que ainda vivo na idade média com um bando de bárbaros, que acham que podem fazer tudo que quiserem, e se não deixarem, ou tentarem impedir, a horda infurecida parte pra porrada! Eu me sinto assim, vivendo entre bárbaros, que ao menor sinal de provocação passam por cima de tudo (inclusive leis) para satisfazer a sua sede de sangue ou de realizar o que ele bem entender.

        • É tudo verdade. No BRASIL é assim mesmo: um povo atrasado, adepto da barbárie. Para solucionar esse problema tem que fazer as malas e correr para o aeroporto mais próximo

          • Nossa, como gostaria de poder fazer isso o mais breve possível, se tivesse condições ia o quanto antes, sempre que leio informações sobre países que eu gosto, como Finlândia, Holanda, Suécia, e outros que não me recordo agora, mas que já li que tem uma sociedade educada e organizada, fico devaniando como seria bom viver em um lugar assim!

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