Des Contos: La saga de Melly – Capítulo Final

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Melly começava a se arrumar para o “teste”. Não poderia ser uma roupa muito formal, afinal, o ambiente não pedia isso. Era um dia quente, calor contribui para a informalidade. Lá foi Melly com um vestido de bolinhas encarar o tal teste. Debaixo do braço o pequeno projeto que ela esperava traduzir sua capacidade. Sbrubles1 passou para buscar Melly no hotel e leva-la ao local do “teste”.

Era longe. Tudo bem que o conceito de distância é relativo, mas pareceu muito longe. Longe e isolado. O medo de chegar atrasada fez Melly chegar escrotamente adiantada. Sbrubles1 estacionou o carro e foram até a portaria. Curiosa a configuração: o local em si fica no alto de uma colina, onde apenas os autorizados podem subir, usando uma van própria do local. A portaria, infelizmente sem ar condicionado, é o local onde os acompanhantes devem esperar. Sbrubles1 sofreria naquele dia.

Como havia chegado muito cedo, Melly sentiu vergonha de se anunciar subir. Poderia parece coisa de gente descontrolada chegar tão cedo. Não que ela não fosse, frequentemente o é, só não queria transparecer isso assim, de primeira. Ficou fazendo hora com Sbrubles1. E, enquanto fazia hora, assistia passarem pela recepção, uma após a outra, moças belíssimas, com corpo escultural e rostos lindos, que após terem sua entrada liberada, subiam. Foi a maior concentração de mulher bonita que Melly já havia visto na vida. Não deixou de ser um alívio, pois nunca na vida ninguém naquele lugar sequer tentaria demandar favores sexuais dela tendo mulheres tão lindas circulando por ali.

O tempo não passava nunca. A sensação de nervoso começou. Não por medo de não corresponder às expectativas, Melly estava convicta que ela tinha o perfil, mas sim por medo de não saber como se portar em um meio tão diferente do que estava acostumada e, por conta disso, não saber “vender o seu peixe”. E quando a pessoa fica nervosa, ela começa a pensar besteira. A primeira besteira pensada foi o que responder caso perguntassem se usava drogas. As lendas que se escutam sobre uso de drogas nesse meio levam a crer que não seria uma boa resposta um não veemente. Daí veio o medo de sofrer bullying por não usar drogas. Cogitou mentir e dizer que usava drogas.Melly se deu conta que seu grau de insanidade estava aumentando de forma alarmante pela ansiedade e resolveu subir mesmo sendo cedo. Deixou Sbrubles suando em uma portaria sem ar condicionado e subiu.

A van a levou para o alto da colina e quando ela perguntou ao motorista onde ficava a sala X, ele disse “Aqui é tudo muito complicado de achar, entra ali e pergunta para alguém”. De fato, o lugar era um labirinto. Um lindo labirinto, praticamente um museu da televisão, com roupas e objetos famosos expostos em caixas de vidro ao longo dos corredores. Melly sentiu vontade de dar um passeio para conhecer o local, mas já havia perdido a visão periférica de nervoso, então achou melhor procurar logo a sala e acabar com isso. Até uma rejeição seria melhor do que aquele estado de nervoso. Um funcionário muito amável a conduziu por uma enorme escadaria com um tapete vermelho e a levou até um local de espera, onde, para a surpresa dela, havia MUITA GENTE.

Quando chegou, logo foi cercada por algumas pessoas que vieram puxar assunto. Perguntaram o que Melly fazia. Ela respondeu que era advogada e todos ficaram muito surpresos e questionaram como ela tinha chegado ali. Conversando, ela percebeu que a maioria ali já havia trabalhado em grandes programas, escrito para grandes blogs ou atuado em standup. Ela era claramente o elo mais fraco. Olhou à sua volta, viu a quantidade de pessoas, reconheceu inclusive algumas pela sua projeção e pensou “fodeu”.

Chegou a hora, ela estava sendo chamada. Entrou em uma sala sóbria onde estavam, sentados em uma mesa, o Diretor do programa e o Chefe dos Roteiristas. O Diretor muito simpático, o Chefe dos Roteiristas, muito contido, parecia indiferente. Começaram uma conversa informal, que desencadeou algumas perguntas que normalmente não são as perguntas padrão de uma entrevista de emprego. Talvez fosse uma entrevista meramente postural, onde ela seria avaliada pelas suas reações e não pelo conteúdo das respostas. Perguntaram a Melly qual era o seu blog e quando ela disse, ambos responderam “Nunca ouvi falar”. Melly respirou fundo e pensou no último mês em que se matou para escrever sozinha.

Obviamente, como já era previsto, toda a dinâmica diferente a deixou um pouco perdida. Melly não disse nem um décimo das coisas que gostaria de ter dito, mas, enfim, foi o melhor que podia fazer naquele contexto. Provavelmente uma pessoa daquele meio também se sairia terrivelmente mal em uma entrevista para um grande escritório de direito. Mundos muito diferentes, regras sociais muito diferentes. Claro que isso não a impediu de se chicotear emocionalmente depois, pensando o clássico “Eu devia ter dito isso! Eu devia ter dito aquilo!”. Isso é um Clássico Melly: o delay mental que impede uma resposta efetiva de imediato cruelmente somado à capacidade de pensar em centenas de respostas ideais quando a poeira abaixa.

Algumas perguntas feitas a surpreenderam de verdade, taí uma entrevista de emprego que Melly nunca vai esquecer. O lado bom é que pela primeira vez ela não precisou fazer tipo, vestir um personagem, pois ela sabia que quanto mais eles percebessem como é sua cabeça, maiores seriam suas chances. Se quisesse falar mal do PT, não haveria qualquer problema. Se quisesse fazer uma piada com um deficiente físico, também não. Melly realmente gostou de estar em um lugar onde o que ela pensava era recompensado e não censurado. Naquele momento,em uma fração de segundos no meio da conversa onde ela percebeu aquilo, percebeu também que nunca mais conseguiria voltar para a área do direito. O caixão estava fechado, havia um mundo onde ela poderia falar tudo que pensa sem ser recriminada e escrotizada. Ela definitivamente pertencia a aquele mundo. O que piorou seu rendimento, pois enquanto ela ouvia eles falarem só conseguia pensar “Caralho, eu TENHO QUE conseguir essa vaga!”.

A conversa continuou fluindo. Perguntas inusitadas e comentários mais ainda. Em momento algum houve falta de respeito ou profissionalismo, que fique claro. Era apenas inusitado. O Diretor sempre sorridente, atento e simpático. O Chefe de Roteiro mais distante, menos participativo e menos receptivo. Ela pensou “fodeu, esse cara não está gostando de mim. Fala alguma coisa engraçada, rápido!”, mas depois pensou “Tenha dignidade, se ele não gostou de você, é porque não vai funcionar”. Ao final, pediram que ela mande para eles UM (e foi frisado que deveria ser apenas um, pois teriam muito material para ler) texto do seu blog, para eles terem uma ideia de como era a escrita e o humor de Melly. O texto deveria ser enviado ao e-mail do Chefe dos Roteiristas até o final do dia.

Despediram-se dela informando que fariam entrevistas o resto da semana, por isso só poderiam dar uma resposta na semana seguinte, mas que ligariam de qualquer jeito, fosse para dizer que sim ou para dizer que não. Melly sorriu, agradeceu a oportunidade e saiu. Enquanto andava pelos corredores/museu ela não via e não ouvia nada, nem sentia suas pernas. Apenas andava pensando: “se HOJE, em um único dia, já tem tanta gente boa, quantas pessoas vão entrevistar até o final da semana?”. Era uma segunda-feira, ou seja, seriam cinco dias de entrevistas. Ela sentiu a alma escorrer pelo pé. Quais eram as chances de, depois de tanta gente com experiência passar por ali, durante uma semana, de ser chamada? Ela sentiu vontade de chorar, mas sentiu ainda mais vontade de preservar sua dignidade. Engoliu o choro e se dirigiu à porta de saída.

O estado de choque foi amenizado pela alegria de conhecer seu amigo. Ele a encontrou na presença de sua produtora, aquela que entrou em contato para marcar a entrevista e também da sua produtora e “assistente de palco”, por falta de palavra melhor para descrevê-la. Querida, sorridente e simpática, Melly sentiu um amor à primeira vista por ela. Reparou que elas tinham a mesma altura, enquanto que ele era enorme, teve que se curvar quase que a 90° para cumprimenta-la. Ele levou Melly para conhecer seu camarim e conversaram. Perguntou como havia sido a entrevista e ela disse que não rendeu o quanto queria e que achava que o Chefe dos Roteiristas não tinha gostado muito dela.

Conversaram sobre outros assunto, até que ela lembrou que Sbrubles 1 derretia na portaria. Se despediu dele com a certeza que não o veria mais e desceu da colina com um nó na garganta. Sbrubles1 esperava por ela, parecia estar tentando depreender o que tinha acontecido pela sua cara. O pior é que nem a própria Melly, por total falta de referências na área, sabia o que tinha acontecido. Ela sabia que poderia ter dito mais coisas, ter vendido seu peixe muito melhor, mas não sabia exatamente qual havia sido a impressão causada. Dali para frente ela responderia a todas as perguntas sobre como havia sido a entrevista com “Não sei”, porque realmente não sabia. Aliás, teste algum foi aplicado, ao menos não de forma expressa. Foi um bate papo, uma entrevista. Mas ele não usou a palavra teste tantas vezes em vão, ou será que usou? Talvez tivesse sido um teste em vários momentos. Será?

Melly estava mole, aquela moleza que vem depois de muitas horas de nervoso. Mas ainda havia uma tarefa a cumprir: enviar por e-mail um único texto de sua autoria. Talvez pela carga de estresse do dia, talvez pela enorme quantidade de material, ela teve uma dificuldade quase que incapacitante em escolher um único texto. O blog é muito variado e cheio de piadas internas. Talvez não houvesse um único texto capaz de traduzir Melly e seu trabalho. Depois da sua atuação pífia na entrevista teria que ser um texto bom, um texto que o Diretor e o Chefe dos Roteiristas lessem e pensassem: “Essa mulher é genial! É uma cuzona falando, mas escrevendo ela é muito boa!”. Começava o tormento. Qual texto escolher.

Sbrubles1 a deixou no hotel e ela alternou telefonemas de “como foi?” com a Escolha de Sofia. Ela se deu conta que tinha quase dois mil textos publicados em seu blog e que a maior parte deles, se destacado do contexto, não surtia o efeito desejado. O interessante era a proposta do blog, de um mundo separado, de uma nação Impopular. Os easter eggs, as experiências sociais, as polêmicas. Pensou em mandar os textos falando sobre o programa ou sobre a briga com o advogado da infeliz que os estava processando, mas achou que seria algo meio puxa-saco. De fato nem eram seus textos favoritos. Difícil avaliar seu melhor trabalho, dificilmente alguém é bom julgador de si mesmo. A hora estava passando e na cabecinha de advogada de Melly “ainda hoje” é até as 18h. Ela consultou seu colega de blog, que também não conseguiu dar uma resposta precisa, bater o martelo e dizer “É esse!”.

Ela pensou em escolher um dos muitos textos onde sua opinião convergia para a opinião ou piadas do programa, mas ficou com medo que pensem que ela estava plagiando. Quando acontecia de várias piadas coincidirem, ela sempre checava a data de publicação do blog e via que era anterior à piada feita no programa de TV, porém eles certamente não teriam tempo para fazer isso. Poderia ser mal interpretado, poderiam achar que era cópia do trabalho deles. O prazo estava se esgotando e, em um misto de “foda-se” com “eu desisto”, Melly fez sua escolha. Enviou sua escolha e tentou fazer as pazes com aquele dia. No dia seguinte ela voltaria de ônibus para o Rio, sendo recepcionada por um trânsito infernal causado por um imbecilóide que derrubou uma passarela com a caçamba de um caminhão levantada. Ela demorou mais de 12h para chegar em casa.

Quando pisou na sua casa, exausta, recebeu um e-mail inesperado:

“o **** gostou de vc hein”

O Chefe dos Roteiristas, aquele que Melly havia pensado ter cagado solenemente na sua cabeça durante a entrevista, aparentemente tinha gostado dela. Ela lembrou de um e-mail mais antigo, onde ele disse que para que ela possa trabalhar em sua equipe era indispensável que o Chefe dos Roteiristas goste dela, caso contrário o trabalho não fluiria bem. Ok, o Chefe dos Roteiristas parecia ter gostado dela. Mas a confirmação de que ela havia sido escolhida não veio. Mas veio um bom sinal, que falava muito não apenas por ser um bom sinal, como também por ter sido dito. Novas esperanças nasceram.

Passou-se a uma semana de testes e chegou a tal semana seguinte, ondeligariam para dar um retorno. Melly passou a semana chocando o celular tal qual uma galinha cuida de seus ovinhos. Segunda, terça, quarta, quinta, sexta e… nada. Na cabeça dela, isso era um fora implícito, mas, só para confirmar, ela enviou um e-mail a seu amigo perguntando se o silêncio era apenas um silêncio ou se tinha algum significado. Ele disse que era apenas um silêncio, que nada havia sido decidido. Mais uma semana se passou, e o silêncio continuou. Mais um e-mail pedindo socorro ao seu amigo. Mais uma vez ele disse que ainda não haviam decidido, mas que o fato de não ter experiência e morar em outra cidade era o que estava pesando contra Melly. Ela não queria acreditar que aquilo a derrubaria, afinal, sabiam desses dois fatores e ainda assim a chamaram para entrevista, se fossem tão determinantes, não teriam nem chamado. Se manteve confiante.

Era 9 de fevereiro, um mês antes da estreia do programa, e mais uma vez Melly importunava seu amigo por e-mail. Nada havia ficado decidido. Ele percebeu o estado de nervos de Melly e parece ter se apiedado:

“(…)
Vamos fechar hoje.
Mas se por um acaso nao der hoje – vivemos trocamos de roteiristas – e comum. E vc seria a proxima da lista.
(…)”

Não foi decidido no dia. Mais tempo se passou e nada.Melly jogou a toalha e resolveu parar de perguntar, porque já estava se achando inconveniente. E o silêncio continuou, continuou e continuou. Em algum ponto, ou em vários, ao longo do silêncio, ela percebeu que não seria chamada. O comunicado oficial nunca veio, mas às vésperas da estreia do programa já era bem seguro presumir que ela não seria chamada. De coração, Melly mandou um e-mail para seu amigo desejando boa sorte na estreia e dizendo que estaria, “agora e sempre” torcendo muito por ele. Ele prontamente respondeu:

“muito obrigado pelos votos de sorte :)
Poxa , eu gostaria muito de trabalhar com vc… acho q ainda vamos fazer isso! Nao tenho duvidas :)
obrigado pela torcida”

O programa estreou. E foi um sucesso. Vem sendo um sucesso e Melly está muito feliz que seja um sucesso. Ele merece, a equipe merece. Tanto o Diretor como o Chefe de Roteiro são geniais, agora que Melly está se dedicando a esta área, ela pode ver isso. Mas, como todo sucesso, atrai muitos interessados. O que antes era uma aposta no escuro, agora é o programa de maior audiência do horário, um programa que diariamente desbanca a maior emissora do país. Provavelmente tem fila de roteirista que dariam uma perna direita para trabalhar lá. As chances de Melly não são das melhores.

Vai ter quem diga que para quem tinha zero de experiência ser chamada de cara para uma grande emissora, para um programa como esse, é uma puta vitória. Pode ser. Vai ter quem diga que teve mais mérito porque Melly não foi bater na porta de ninguém, ela foi procurada, e, quantas pessoas podem dizer que efetivamente foram procuradas por seu ídolo? Pode ser. Mas a tristeza é inevitável. Tal qual os meninos da Caverna do Dragão, Melly viu o portal de volta para casa de abrir e se fechar na sua frente, por causa de um unicórnio chamado “distância” e/ou “inexperiência”. Mais do que a “rejeição” em si, dói ter chegado tão pertinho e não ter conseguido por tão pouco. Como dizer a alguém que você é perfeito para o cargo sem soar arrogante ou megalomaníaco? Melly não soube fazê-los ver.

Vai ter também quem me pergunte porque resolvi contar uma história de insucesso, com final, digamos, infeliz.Porque achei que era uma história que merecia ser contada, pela quantidade de eventos excepcionais que reúne e porque agora, na vida de Melly, o anonimato não é mais tão importante quanto era. Esse luxo é possível. Só isso, nada mais: uma história que merecia ser contada.

Ao menos com ela, uma história assim não acontece todos os dias: uma pessoa que você admira te procura para elogiar, engatam uma conversa à distância, há uma proposta de emprego… Não sei, me pareceu uma história bonita de se contar, independente do final. Final, que por sinal, não se sabe se aconteceu ou não. Talvez de fato este seja o ponto final da história. Talvez seja apenas o final de um capítulo. Melly não tem essa resposta, quem tem essa resposta provavelmente nem sabe que essa postagem existe.

Em todo caso, queria compartilhar essa história com vocês. Espero que tenham gostado. E se não gostaram, foda-se que a porra do blog é meu.

Para esquecer que eu não vou responder perguntas e fazer muitas, para não se conformar e pedir para eu reescrever o final ou ainda para me ajudar a escrever um final feliz: sally@desfavor.com

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Comments (105)

  • Tenho uma dúvida sobre o companheiro de blog de Melly. Como ele se sentiu com tudo isso?

    Ele se preocupou com o fato de Melly, ao ser contratada, colocar em risco o anonimato dos dois?

    Ou ele se sentiu preterido, porque Melly faz mais sucesso do que ele com os impopulares?

    Imagino que ele não deve dar a mínima para popularidade e talvez tenha se preocupado mais com a possibilidade de perder de vez o escudo do anonimato.

    Ou não?

    Ou será que ele deu o maior apoio para Melly e nem se importou com nada?

    Ou será que ele nem existe e sempre foi um personagem da Melly?

    Por favor, Sally, conta para nós! Estamos todos torcendo pela Melly e eu, inclusive, já pedi por ela nas redes sociais de um comediante politicamente incorreto de quem ela é fã.

    • O companheiro de blog da Melly deu o maior apoio a ela, porque eles tem pacto feito há muitos e muitos anos atrás de, não importa o que aconteça, nada interferir no projeto dos dois. Ele sabe que Melly tem palavra e que jamais lhe viraria as costas ou exporia sua real identidade.

      • Fico imaginando onde vocês dois ainda vão chegar com o Desfavor… Espero que longe, muito longe! E espero que Melly conquiste seu sonho, porque ela merece!

        PS: Sobre o anonimato, não será culpa de Melly, mas quando ela for contratada pode haver vazamento do seu nome real (afinal é a TV!) e os impopulares podem acabar fazendo a associação.

        • Como os Impopulares saberão se ela foi ou não contratada? Quem garante que ela não possa usar um nome artístico?

          E, respondendo a sua dúvida de onde a gente vai chegar: pelo andar da carruagem, na cadeia.

          • Você não vai nos contar??????????????????????????????

            Poxa, Sally! Queremos testemunhar um final feliz pra saga!!!!!!!

              • Você vai ter que ser muito muito muito esperta pra manter o anonimato se isso acontecer com a Melly. Mesmo com nome artístico.

                Mas, enfim, o importante é que nós vamos ficar sabendo!

                Aê!

                E que venha um final feliz pra Melly!

                  • Eu sei! E como é esperta! Vai ver que você usa o sexo trocado para disfarçar.

                    Enfim, eu me sinto o personagem Neo no começo do filme Matrix, quando ele era só mais um entre os humanos médios, mas sentia que tinha algo de errado e que as coisas não eram exatamente o que pareciam. Neo ficava procurando desesperadamente o anônimo Morpheus com a esperança de conseguir ajuda pra sair da Matrix.

                    Viajei, hein? Mas essa estratégia do anonimato de vocês é muito boa, porque desperta a curiosidade dos leitores. E vai de encontro a tudo o que existe nas redes sociais. Estamos acostumados a ligar a imagem da pessoa ao trabalho que ela faz. Aqui, não. Aqui é o texto pelo texto.

                    Seja você (ou vocês) quem for (ou forem) escreve muito bem, tem ótimas ideias e merece realizar o seu sonho. Se der certo, não esqueça de voltar pra contar, Melly!

                    Sou uma grande fã do blog. De verdade.

                    • Como estratégia nem é bom, a audiência seria maior ao mostrar o rosto. Anonimato causa estranhamento, desconfiança e descrédito. Mas não é nosso ganha-pão, então, não importa.

                      E sim, somos duas pessoas, um homem e uma mulher escrevendo aqui. Um só não daria conta…

                    • Não é por nada não, mas, de novo vocês estão discutindo isso?
                      Eu acho bonitinha essa lealdade entre os donos do blog, coisa difícil de encontrar. E seria mais fácil “Sally” ser 2 pessoas que os 2 serem uma pessoa só. Somir o criador e Sally a criatura.
                      Não vou dizer que minha curiosidade é inexistente, mas nessa altura do campeonato se eles revelassem quem são eu ficaria é chocada. Eu já me acostumei, nunca me importei se o nome que usam era real e acredito que quanto mais a pessoa vem aqui menos importância isso passa a ter. Que diferença faria se eles mostrassem quem são, vamos fazer o que, imprimir um texto e andar com ele por aí para quando encontrássemos um dos 2 pedirmos um autógrafo?
                      Quanto aos leitores, tem gente que gosta do Desfavor, tem gente que gosta da Sally, tem gente que é puxa saco, etc.

                    • Porque Somir seria o criador e eu a criatura??? Indignada! Quero ser a criador! hahaha

                  • Sim, mas não necessariamente você é a mulher. Nem necessariamente a história da Melly se passou como você contou. Enfim, tanto faz.

                    O anonimato atrai, sim, porque é diferente. Todos estão na Internet pra faturar algo. Nada é de graça. Dizem que quando algo interessante parece ser de graça, é porque o produto somos nós. Mas, no caso, vocês não ganham nada com o Desfavor, nem dinheiro nem fama. E pela qualidade e a segurança do site, devem gastar dinheiro aqui. E não é pouco.

                    Esse estranhamento todo do anonimato atraiu, acredito, o comediante famoso até você. Inclusive, em novembro do ano passado ele me perguntou se eu conhecia você e eu disse que tudo o que tinha era o seu e-mail. E passei o seu e-mail.

                    Eu disse que o blog era demais, era um pouco de liberdade num mundo de aparências. Ele gostou do lema e ficou na dúvida se te mandava e-mail ou não, se era ético ou não. Eu falei “Manda o e-mail!” E lá se vai quase um ano. Eu nunca mais soube de nada, mas pelo jeito ele mandou! A parte que ele fala em ética pra você coincide com o que ele me falou.

                    Parabéns, Melly, Sally, Kelly, Ally, Somir, Somira por todo o talento. E por favor me ajudem a sair da Matrix!

                    • Foi você o anjo da guarda que levou ele até Melly? Nossa, muita gratidão! Queria te conhecer pessoalmente! Você toparia?

                      Quando você diz que a gente não ganha “nada” é um engano. A gente não ganha nem dinheiro nem fama, mas ganha coisas mais importantes escrevendo aqui e trocando ideia com os leitores. Posso falar por mim: eu não gosto do mundo em que vivo e não estou conseguindo mudá-lo, então eu, do alto da minha arrogância argentina, construí um mundinho só para mim, com as minhas regras, e o povoei. Isso é um ganho enorme!

                    • Sim, mas não pense que sou uma pessoa importante, porque não sou. Vou te explicar por e-mail.

                    • Importante ou não, você mudou a minha vida e a minha profissão. Isso te faz importante PARA MIM.

    • Porra, tudo bem que as pessoas não entendam quando a gente escreve, mas NEM DESENHANDO É FODA! Não é um negro assaltando, o assaltante está NO ESCURO e por isso só aparece A SUA SOMBRA! Não é possível que ninguém tenha percebido isso! Caralho, vítimas compulsivas!

      • Faltou colocar aquele texto do Somir falando sobre essa vontade doentia das minorias se vitimizarem…. o melhor (do pior) foi a declaração da tal da Ana, presidente regional da Unegro, “Estamos em plena campanha contra o GENOCÍDIO da população negra jovem e ainda temos que nos DEPARAR com isso”.
        Que Desfavor de pessoa, deve estar muito doente (ou é muito canalha) pra enxergar isso na campanha.

        • Gente, não é possível… Eu estou vendo coisas ou a imagem do ladrão está TODA igualmente negra, como quem está na sombra? Pele roupa, cabelo… tudo da mesma cor! Sério mesmo, sou eu que estou enganada?

          • Tirar proveito de uma situação tão óbvia e nítida como essa é degradante. E SE quem fez a campanha sofrer algum tipo de punição (o que não é difícil, na hora do vamos ver a corda arrebenta do lado mais fraco) será um grande absurdo e um atestado de “Hey, vocês venceram, o mundo é das vitimas profissionais”. É bater palma pra maluco, tomará que a PM seja firme, alegue o óbvio, e não de pra trás. E tomara que o MP tenha um mínimo de bom senso.

              • Qual foi a decisão do Conar? Não soube, mas é algo relacionado com a propaganda do Bom Negócio e o Cumpadi Washington?
                O Conar fez uma campanha bem legal sobre esses exageros de vitimização, se aplica perfeitamente ao caso da PM de Ribeirão.

          • Não está enganada não, e só imagine, apenas imagine, se o cabelo da sombra ao invés de ser espetado fosse um cabelo miojo/enrolado…. puta que pariu…. tinha gente na cadeia presa em flagrante por racismo.

            • Não é possível, NEM DESENHANDO esse povo entende! NÃO É POSSÍVEL, ME DÁ DESESPERO! Essas mulas vão eleger o próximo Presidente!

              • “Essas mulas vão eleger o próximo Presidente!” Essas mulas já elegeram a atual presidANTA e os anteriores também…

          • Falando em minorias, Sally, te mandei um em-mail com sugestões. Uma dessas sugestões tem a ver justamente com minorias…

  • Que pena que não rolou o emprego no programa. Eu assumo que a Melly está se esforçando bastante pra estudar e ter uma formação como roteirista (eu leio o blog dela e vi umas postagens que indicam isso por lá) e, como eu sei que ela é bem competente no que faz, não duvido que logo ela terá uma boa oportunidade nesse mercado!

  • Poxa… Fiquei triste… Já via Melly escrevendo o “politicamente correto”… queremos pessoas inteligentes trabalhando juntas… e engraçado que muita gente aqui se sentiria tão feliz quanto se fosse chamado para escrever colunas no “desfavor”… e isso já é uma conquista e tanto sua! (Tão Poliana…). Mas acho que ambos têm histórias que estão apenas começando! Sucesso à Melly!!!

  • Eu pensei que ia rolar o emprego de roteirista. Talvez vc tenha escolhido o texto errado.
    Esse papo de que ainda tem mais gente pra entrevistar é balela. Eu já levei muito toco em entrevista e sei disso. Quando a pessoa tá aprovada eles falam na hora.
    Isso é mesmo uma bosta. Só pra gzuis godzila me trollar, quando eu ia com a tecla fodace ligada eu passava. Quando me cacaga de medo pra acertar sempre fazia merda.
    Muié, tu é muito corajosa! Se demitir do emprego certo por causa do duvidoso… Se bem que era um emprego muito paunocu, mas mesmo assim. Eu tb tenho emprego paunocu e nem por isso tenho essa coragem. Eu só mandaria meu chefe sifudê se já tivesse com a vaga garantida em outra coisa. Vc é muito macho! Isso não é pra qualquer um.

    • Não me demiti de um por causa do outro. Me demiti de um porque não aguentava mais aquilo.

      Uma frase que me falaram quando eu pensei que estava sendo enrolada: Dar um “não” para alguém é a coisa mais fácil do mundo. Ninguém tem pena ou te enrola se você não foi escolhido. Podem não falar nada se sabem que você não tem a menor chance de ocupar a vaga, mas ficar enrolando, não vejo porque. Não custava nada me dar um “não” de cara.

  • Pensei que a saga fosse durar mais…
    Bom. Te desejo toda a sorte possível pra ti conseguir finalmente trabalhar em algo em que não te oprimam.

  • A Melly merecia ter um programa só dela, com conteúdos bem variados como aqui no blog.. inclusive quadros como Melly surtada ou Siago Tomir! Seria o máximo.

  • Vou ser meio piegas, mas como dizia Paulo Coelho (ou Raul, nao pesquisei) não “pense” que a vitória está perdida. Você foi escolhida, gostaram de você, inclusive seu ídolo lamentou, esperançoso ainda nao trabalhar contigo. 2 mais 2(alusao ao post sobre tecnicas de enredo)É isso aí. É assim que eu vejo este capítulo. Nao teve cara de desfecho. SUA VEZ É IMINENTE, MELLY. Ps: Olha, se eu estivesse naquela recepção, diante de vc…eu nao enxergaria as outras mulheres. Sucesso, Melly.

    • Obrigada pelas palavras de apoio mas… Como você pode dizer que não enxergaria as outras mulheres sem me conhecer? Já pensou se eu for um traveco?

      • Depois que vc confessou que já comeu uns MACHOS hahaha!
        Mesmo assim eu passaria a cantada nesse traveco.
        Te amo , Sally. Se vc fosse homem eu me casaria contigo!

      • Hahahahahaha…Sally, você está interferindo na minha paquera com a Melly. Ademais, caso ela seja um traveco, vai continuará sendo talentosa, dinâmica e culta, etc. Sou seu fã, Melly.

  • Zaq(o cachorro!)

    Puxa Sally, foi na trave hein!!? Mas, beleza, vai rolar outras coisas a partir de agora. Aliás, tem outro cara legal quase no mesmo horário. Dá uma cutucada lá! E bote para quebrar!!!
    Abraço e muito boa sorte!!

  • “Claro que isso não a impediu de se chicotear emocionalmente depois, pensando o clássico ‘Eu devia ter dito isso! Eu devia ter dito aquilo!’. Isso é um Clássico Melly: o delay mental que impede uma resposta efetiva de imediato cruelmente somado à capacidade de pensar em centenas de respostas ideais quando a poeira abaixa.” Isso também acontece comigo. E acontece mais vezes do que eu gostaria…

    • Comigo é o tempo todo: seja para dar uma resposta a alguém, seja para argumentar… Todo santo dia eu tenho essa sensação. Funciono bem com tempo e calma, mas na pressão viro uma retardada

  • “Aaaaahhhhhh… Que peninha de galinha”… (Bozo feelings). A Melly não foi trabalhar no The Noite… Agora, falando sério, quem disse que essa história não teve um final feliz? A Melly se tornou amiga de seu ídolo, ganhou uma orientação vocacional grátis, chamou atenção pelo que realmente importa, descobriu um novo caminho pra vida e largou um trabalho que só a estava fazendo infeliz. E, de quebra, nos brindou – gente de quem eu sei que ela gosta muito sem nem conhecer pessoalmente – com uma verdadeira “saga” cujo último capítulo acabamos de ler… Quer história melhor do que essa?

  • Eu estava realmente torcendo pela Melly, seria lindo se esse final fosse mais feliz.
    De qualquer forma eu continuo torcendo pela Sally e por tudo que ainda virá. Espero que logo essa história tenha um novo final….ou um novo começo!

  • Não me conformo! Vi alguns episódios e achei que poderia ter um dedo de Melly ali sim…

    Boa sorte para Melly nas próximas empreitadas

    • Se te serve de consolo, Melly também não se conforma de ter chegado tão pertinho e não ter conseguido. Quanto dizem que virá algo melhor, fica difícil de conceber o que seria melhor do que isso.

      • Trabalhar com ele na tv a cabo seria melhor.

        Porque lá a pressão pela audiência praticamente não existe (principalmente depois da cota diaria de programa nacional que foi imposta pela Dilminha), então você poderia usar toda sua criatividade sem se preocupar com aceitação do grande público, conformada em ser algo de nicho, como acontece com o Desfavor.

        Vou assistir esse programa dele sobre a copa que vai passar na tv a cabo, torcendo pra ver alguns dedinhos de Melly ;)

  • Que pena… Fiquei triste por Melly. De verdade! Mas eu já imaginava isso, a vida real é uma merda. :(
    Tenho certeza de que eles ainda entrarão em contato com Melly.
    Mas não nos deixe tão curiosos e diz qual foi o texto que Melly mandou para o sujeito (por favor?).

    • Eu também!

      Esse é o problema de uma oportunidade dos sonhos: se você consegue vai ao céu, mas se não consegue desce ao inferno, porque tudo que venha diferente disso parece um prêmio de consolação.

  • Entrevista de emprego é esse caralho mesmo: você dedica seu tempo, fica nervoso, ansioso, chega lá e faz o seu melhor. Ai espera sentada eles te ligarem né.
    Só ligam mesmo se você for escolhido, caso contrario muito tempo depois (tipo uns 3 meses) chega um emailzinho padrão agradecendo sua participação e dizendo que você ficará no banco de dados para futuras oportunidades (o caralho que fica!).
    Tenho a impressão de que a demora se deve ao fator step. Se não der certo com o escolhido eles te chamam, por isso não falam logo de cara que você não foi escolhido.

  • Sabe o que eu acho mais mágico nessa história toda?

    A situação da entrevista fazer vc perceber com clareza o que não servia mais pra Melly, e se encontrar, mesmo que seja em um novo caminho, e como eu sei o tanto que é difícil fazer mudanças.

    Não ficarei tentando te fazer olhar o lado positivo, pq sei que não é tão simples assim, por sinal odeio o clichê “pense pelo lado positivo”. Até nisso vc se supera, pois vc escolheu o caminho de não se acomodar, mesmo não sendo tão fácil quanto o hediondo superficial “pense pelo lado positivo!!!”.

    Muita admiração por vc, Melly!
    S2

    • Além da entrevista em si, não fosse ELE sugerir a função de roteirista, isso nunca teria sequer cruzado a cabeça de Melly. Melly ganhou uma orientação vocacional gratuita… hahaha

      • Sei bem o que é isso. Se ver pelo olhar dos outros, pode ser interessante.

        Te contar uma história… Uma vez voltei pra casa chorando pq meu chefe falou (carinhosamente) que eu estava sendo mau usada nesse mundo. O choro não foi por me sentir desvalorizada, mas pq de certa forma foi um sacode, e serviu pra eu ter coragem de fazer certas mudanças.

    • Ai Sally… acompanhei por alto essa história, não comentei mas…
      sinceramente, o que tenho pra te dizer é o que a Lichia disse acima! s2 s2

      Meio off: te mandei um email com outro desfavor convidado, confere lá! xD

  • Torci muito por um final feliz. Fui conhecer o programa The Noite pensando que você estaria na equipe. O final da Saga foi um balde de água fria. Acredito que você logo vai entrar na equipe. Beijos.

  • Ahhh, não fique triste não, Melly. só fico imaginando qual texto que ela mandou para ser avaliado.Também estou imaginando como foi a entrevista: visualiso tipo um palco e Melly lá em pé enquanto os jurados mandam ela falar. Sabe, uma coisa meio “American Idol” na primeira fase.
    Achei que a história duraria mais. Bom, desejo boa sorte também para Melly e que apesar de tudo sua amizade com seu ídolo prossiga.
    Quero Melly sendo entrevistada nesse programa! Até assisto na televisão para dar ibope!
    haha, cuzona falando…alguém que trabalhou no tribunal do júri nunca poderia ser assim…

  • Poxa, Sally, eu queria o final feliz. Mas o mais importante é que Melly tem agora certeza do que ela quer fazer.

    E não vai deixar órfãos os leitores do Blogger dela né?

  • Olhando por outra perspectiva, acho que algo bom pode ser tirado dessa história sim: mesmo Melly não tendo conseguido dessa vez, o empurrão que faltava para ela sair da área do Direito, que a estava fazendo tão infeliz, aconteceu. E uma nova oportunidade está aí, agora é correr atrás.
    Não era um final tão inesperado (visto que Melly também não deve viver num conto de fadas), mas não foi um final tão triste assim. Tomara que Melly receba novas oportunidades maravilhosas!

  • Gostei da história e penso que chegar até essa entrevista já é uma vitória, agora entendo o post que vc fez sobre quando alguém tá esperando uma ligação importante e fica descontrolado! Otra vez será…

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