Sonhos.

Os americanos tem um ditado que eu gosto muito: “Happywife, happylife”. Em uma tradução livre significa: “esposa feliz, vida feliz”. Ou seja, se você quer uma vida boa, harmônica e sem muitos problemas, o primeiro passo é manter sua esposa ou sua companheira feliz. Não que a felicidade de uma mulher deva ser condicionada a um homem, jamais. Burro aquele que atrela sua felicidade a terceiros. Escolhi a frase para abrir a postagem de hoje porque me parece que falta um pouco dessa boa vontade no homem brasileiro. Falta a consciência de perceber e respeitar o querer alheio.

Você, Amigo Cueca, pense comigo: qual era seu sonho de infância? Talvez ser astronauta, policial, cowboy ou algum tipo de herói. Quando você foi crescendo, como esses sonhos foram se transformando? Um super-herói que podia salvar o mundo? Umesportista famoso e respeitado por todos? Uma pessoa bem sucedida, reconhecida como vencedora? Normalmente os sonhos dos homens vão evoluindo até chegar a um denominador comum: reconhecimento, sucesso, poder, dinheiro e/ou fama. E isso geralmente se traduz pelo seu trabalho ou ofício, seja ele um neurocirurgião, seja ele um jogador de futebol. No fundo o desejo costuma ser o mesmo: ser reconhecido como um sucesso, como alguém que é bom no que faz.

Infelizmente, para as meninas a história é, ou melhor, era, um pouco diferente. Quem foi criança como eu na década de 80, ganhava um fogãozinho de brinquedo, uma boneca estilo bebê e outra boneca estilo Barbie. Desde pequena era estimulado brincar de cuidar, brincar de ser uma família, brincar de casar. Isso é bom? NÃO, isso é PÉSSIMO e eu discordo totalmente. Se tivesse uma filha faria tudo diferente, mas era assim que as coisas eram e o fato de eu abominar não faz com que o tempo retroaja e as coisas mudem. A realidade que lhes apresento é essa: meninas cujo sonho de infância é ter um marido, ter filhos, ter uma família. Quem já foi contaminado, leva isso dentro de si em maior ou menor grau. Espero sinceramente que isso esteja mudando nas crianças de hoje.

Mas como você, Amigo Cueca, não vai se relacionar com as crianças de hoje, se não vai ser preso por pedofilia, vamos conversar um pouquinho sobre a sua realidade? Como você se sentiria se alguém sambasse em cima do seu sonho de ser bem sucedido, de ser reconhecido profissionalmente, se ter seu talento elogiado? Certamente muito mal. Agora imagina se quem fizesse isso fosse a pessoa que você ama e confia: sua parceira. O quanto a mais isso te doeria? Suponho eu que bastante. E se além disso tudo, a pessoa que te proporcionou essa frustração ainda te ridicularizasse e achasse uma grande besteira esse seu querer, quão dolorosa a coisa se tornaria?

Sim, eu sei. Vai ter muita feminista de cabelo em pé se ler alguns trechos fora de contexto. Leiam tudo, por favor. Não acho bonito mulher depender de homem para ser feliz e não é isso que venho colocar na mesa para ser debatido. O foco deste texto é: concordando ou não, achando bonito ou não, querendo ou não, muitas mulheres nasceram e foram programadas para entender como realização um casamento, uma vida a dois, uma família. Tomara que elas lutem contra isso e consigam novos quereres. Mas se não, será que tendo ciência disso, com esta informação esmiuçada aqui, Vossas Excelências os Homens poderiam ter um cuidado um pouco maior com os relacionamentos?

Jamais defenderia alguém ficar com uma pessoa que não ama ou qualquer outra forma de mentira. Verdade, sempre. O que defendo é que tratem o relacionamento com mais respeito, com mais consideração, tendo em vista que ele pode sim representar o sonho de infância daquela mulher. Dificilmente uma mulher pisoteia o sonho de infância de um homem, mas rotineiramente homens tratam com descaso e desamor o sonho de infância de mulheres.

Vai ter quem diga que podemos lutar contra essa “programação social”. Sim, eu concordo, podemos tentar lutar contra, olha aqui a pessoa cuja identidade tem escrito “solteira” aos 35 anos e não tem filhos. Pessoa que ganhou um bebê quando ainda era um bebê. Pessoa que ganhou uma Barbie noiva e hoje não tem qualquer resquício de vontade de entrar em uma igreja. Mas, percebam o termo que usei: TENTAR. Podemos tentar lutar contra, mas, Amigo Cueca, dependendo de como foi a criação, do quão enraizado isso está, da história de vida da pessoa, pode ser que não seja possível pegar esse sonho, jogar no lixo e construir um sonho novo.

“Isso é coisa que a sociedade coloca na cabeça de vocês”. Sim, concordo. Mas não se engane, tem coisas que a sociedade coloca na cabeça de todos nós, todo dia, toda hora e que não conseguimos ficar indiferentes. Um exemplo pessoal: eu tenho a plena consciência de que o ser humano não é monogâmico. O tempo todo vemos exemplos de traições em relacionamentos onde havia a proposta da fidelidade. A monogamia é uma dessas coisas que a sociedade colocou na minha cabeça. Eu sei disso. Eu consigo me livrar disso e ter um relacionamento aberto? Não, eu não consigo. De jeito nenhum. Isso e uma coisa que a sociedade colocou na minha cabeça e não sai por nada.

Então, a sociedade coloca coisa na minha, na sua, nas nossas cabeças. Vocês homens não são imunes a isso nem as mulheres são inferiores por conta disso. Da mesma forma que pode ser extremamente doloroso para uma mulher você dizer que não vai casar porque acha isso “uma besteira”, seria doloroso para você ouvir uma mulher dizendo que não vai te dar fidelidade “porque isso é uma besteira”. Dói ver seus valores sendo desprezados, tratados como “uma besteira”. Quando desprezam seus valores, estão, de certa forma, desprezando você.

“Mas Sally, então porque a mãe deu uma Barbie noiva para minha namorada agora eu sou obrigado a casar com ela?”. É… tens aquário em casa? Não estuprem a lógica. Ninguém é obrigado a responder pela felicidade de ninguém. Se você não quer casar, você não casa. O grande objetivo deste texto não é fazer você se violentar para realizar o sonho de alguém e sim te ensinar a ter um pingo de RESPEITO, EDUCAÇÃO E CONSIDERAÇÃO quando estiver falando sobre o sonho da pessoa. Porque aos ouvidos de uma mulher, faz muita diferença um “Eu sei que é seu sonho, mas para mim seria algo muito ruim. Não tem como a gente chegar a um meio termo?” do que um “Fala sério, palhaçada, casar pra que? Que besteira isso”.

Se os sonhos das mulheres, quaisquer que eles sejam, fossem tratados com mais respeito, educação e consideração por vocês, Cuecas, os relacionamentos seriam mais serenos. Mas não. Vocês menosprezam os valores alheios, esculhambam, desmerecem e se mulher chora, grita ou esboça alguma reação que gere um incômodo, ela é histérica, maluca, chata, mimada ou pentelha. Querem imprimir o desrespeito aos valores alheios e se a mulher se magoar com isso, ela é fresca. Mas se ela desrespeita os seus valores, o tempo fecha, não é mesmo?

Alguém aqui já viu uma mulher dizendo a um homem “Pra que você quer ser presidente dessa empresinha de merda? Que besteira!”. Não. Até mesmo quando o sonho da vida do homem é um devaneio como escalar o Himalaia ou ser um cantor famoso, a mulher costuma ficar ao lado e dar apoio. Olhe à sua volta, geralmente é assim que as coisas são. Mulher não emite juízo de valor sobre o sonho do homem, os apoiam, querem vê-los realizados. Já o contrário…

Talvez você, Amigo Cueca, não tivesse a noção de que se tratava de um sonho. Pois agora tem, a desculpa acabou. E não me refiro apenas a formar uma família, a ter uma casa. Falo de forma ampla: qualquer sonho daquela mulher, ainda que seja igualmente escalar o Himalaia. É seu dever como parceiro apoiar o sonho da pessoa e não sabotá-lo. Se o sonho da pessoa não é condizente com o seu planejamento de vida, beleza, vai cada um para um canto, cada um segue seu caminho, mas sem menosprezar o sonho alheio, porque isso é de uma falta de respeito e magoa em um grau que talvez vocês nunca tenham noção.

Aprendam a identificar quais são os sonhos das suas parceiras. Prestem atenção nelas. Observem, escutem, preguntem. Aposto que se fizer uma enquete aqui nos comentários e perguntar às mulheres quais são os sonhos dos seus parceiros, elas saberão a resposta na ponta da língua. Já se a pergunta foi feita aos homens, duvido que muitos saibam e duvido mais ainda que muitos acertem. Talvez sua mulher nunca tenha te dito qual é o seu sonho e talvez isso seja culpa sua, que por algumas vezes tenha dito algo que o ridiculariza ou o menospreza. Quem você pensa que é para decretar que o seu sonho é mais válido do que o sonho de outra pessoa?

Daí vem a grande pergunta: porque mulheres insistem em relacionamentos com homens que cagam e andam para seus sonhos? Talvez porque é assim que as coisas são, desde sempre, e a maioria das mulheres não vislumbre qualquer possibilidade de um comportamento diferente. Sonho de poder, dinheiro e sucesso profissional é válido, sonho de casar, ter filhos, ter uma família é medíocre. Está batido o martelo, e aquele que se opuser vai ser execrado socialmente. Boa sorte para quem tentar. Se o seu sonho não for bem visto aos olhos do homem, vira “besteira”.

Talvez a cabeça de muitos de vocês que me conhecem melhor esteja dando um nó agora: porque estou falando sobre isso se meu sonho não é casar e ter filhos? Pois é, tem gente que só consegue conceber um texto defendendo uma premissa se esta premissa for em causa própria. Da mesma forma que quando defendo homossexuais me “acusam” de ser lésbica. Não passa pela cabeça que alguém possa se dar ao trabalho de argumentar para tentar induzir a uma reflexão, sem qualquer ganho imediato pessoal? Que pena.

É extremamente cruel dar fogãozinho, bebê de brinquedo, filme de princesa da Dinsey e Barbie noiva para uma criança e vinte anos depois dizer que tudo isso que ela acalentou por tantos anos não passa de uma “besteira” e que, “sinto muito, a sociedade mudou”, ter uma família agora é considerado uma ambição medíocre.

Isso vem criando uma geração de mulheres frustradas, infelizes, que topam tudo para realizar seu sonho escondido: já que é socialmente aceito desvalorizar esse sonho, elas se permitem relacionamentos com pessoas que não os respeitam e tentam, desesperadamente, vivenciar um sonho unilateralmente que só seria pleno a dois. Hordas de casais casados onde as mulheres experimentam a mais profunda solidão e desamor e nunca terão esses sentimentos validados, pois seu sonho é “ridículo”.

Mulheres que, para serem respeitadas, arrumam sonhos paralelos, socialmente aceitos, como um cargo de chefia, quando o que querem mesmo é aquele sonho de uma família, se estrumbicando todas para equilibrar um cargo desgastante com um lar levado aos trancos e barrancos, pode medo de parecerem medíocres. Acabam sem conseguir dar conta de tudo e no saldo final sobra culpa, cobrança e frustração.

Acredito que para as próximas gerações seja mais fácil, pois felizmente estão parando de massificar a cabecinha das meninas com ilusões Disney, com a Barbie noiva, com a obrigatoriedade de ter filho e marido para se considerar feliz. Essa nova geração vai poder desenvolver uma ambição de acordo com o seu querer, sem uma imposição social violenta empurrando. Mas a nossa geração, a geração que foi criança na década de 80, se fodeu: teve a massificação do sonho da família e, em um twist inesperado, na hora de realiza-la, a viu tornar-se obsoleta e condenável.

Chega, é hora de libertar as mulheres. Libertar não é apenas fazer um discurso feminista de que não precisa de homem e não precisa casar e ter filhos. Libertar é permitir, inclusive, que o sonho da sua vida seja casar, ter filhos, ser esposa de alguém, se assim ela o quiser e assim lhe for indispensável para ser feliz.

Homens: por mais que eu discorde, por mais que seja uma merda, as mulheres da minha geração nasceram e cresceram sendo programadas para casar, para ter uma casa, para ter uma família. Desde pequenas fomos bombardeadas com todo tipo de estímulo para isso. Será que vocês poderiam não desmerecer isso? Será que vocês poderiam investir minimamente no relacionamento e topar a realização desse sonho, caso desejem continuar com essas mulheres?

O pior é que eu tenho certeza que muitas mulheres estariam dispostas a sentar, conversar e tentar alcançar um denominador comum. Não o fazem em função do desprezo com que seus sonhos são tratados. Porque quando alguém te menospreza, te ridiculariza, a tendência é que a boa vontade com essa pessoa caia até alcançar o zero. A mágoa daquela desconsideração mina as chances de um diálogo decente. E não me refiro a falar com mimimis, momozinhos, apelidos ou como se fala com um filhote de gato. Me refiro a falar com RESPEITO, EDUCAÇÃO E CONSIDERAÇÃO. Não precisa de mimimi para falar com RESPEITO, EDUCAÇÃO E CONSIDERAÇÃO.

Em resumo: observe, se interesse e participe dos sonhos da sua parceira. E se isso não for possível por total incompatibilidade, afaste-se com RESPEITO, EDUCAÇÃO E CONSIDERAÇÃO em vez de atacar seus sonhos como um motivador ridículo e não válido para o fim do relacionamento. Permitam que as pessoas tenham os sonhos que quiserem, e, acima de tudo, que puderem.

Para ignorar tudo que eu disse e meter o malho na mulher cujo sonho é casar e ter uma família, para dizer que ainda está transtornado pela supressão de Siago Tomir ou ainda para perguntar onde foram parar os palavrões: sally@desfavor.com

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Comments (152)

  • tenho muita preguiça de gente que tem ambições grandes e menospreza gente que tem ambições pequenas ou médias. o formato do mundo atual faz você pensar que o certo é sempre querer mais e mais e mais. mais dinheiro, mais fama, mais destaque, mais mansões, mais carros, mais roupas, mais seguidores, mais prêmios. eu pessoalmente não faço questão de nada disso e o que ganho atualmente já é o bastante pra pagar as coisas essenciais e uma ou outra bobagem pra me divertir.

    não estou fazendo um ode à mediocridade, é preciso ter uma determinada porção de pessoas ambiciosas no mundo pra humanidade continuar evoluindo. mas também não é errado você querer simplesmente ficar quieto no seu canto.

    • O importante é seguir aquilo que você ama, que tem absurdo prazer em fazer, aquela coisa que você perde a noção do tempo quando faz. Pode ser vender churros, pode ser curar o câncer. Tudo se alinha na vida quando a pessoa segue sua maior paixão.

  • Esse post foi bem acolhedor.
    Quando eu ainda me dava o trabalho de falar sobre mim pra fingir ser a pessoa sociável que eu nunca serei, já ouvi umas críticas por eu apenas querer ser uma pessoa “comum”. Eu nunca quis muito da vida além de estabilidade econônica e conforto, não me interessa ser assediada na rua por multidões e câmeras, nem ser uma estrela da internet, nem ganhar um Nobel nem ter a minha cara numa estátua. Tenho pavor de chamar atenção e todas as consequências disso.

    Será que é por causa de sonhos tão altos que existam pessoas tão frustradas hoje em dia (ou que fazem de tudo por 15 minutos de fama)?

    • Acho que sim. Essa megalomania é típica de quem não sabe seu valor e precisa do olhar de terceiros para se sentir valioso.

  • Essa expectativa unilateral de que a mulher sonhe em sacrificar-se por uma família é que fará o Japão literalmente desaparecer, segundo previsões oficiais, lá pelo ano 3700.

    Antes quem não queria casar eram as mulheres das grandes cidades, depois das médias, das pequenas e, agora, até as da roça preferem a solteirice a serem submetidas a uma imposição social da qual elas só poderão vislumbrar alguma liberdade quando os filhos saírem de casa.

    E essa imposição se reflete no mercado de trabalho: não só a mulher ganha no geral 25% a menos mesmo fazendo o mesmo que um homem, como também acabam relegadas a secretárias ou jamais terão um cargo de chefia. Tudo isso como incentivo para ela assumir o posto de dona de casa submissa que os homens sonham por ela. Só que os salários, ainda assim, permitem viver, sem grandes luxos, mas com total independência e plena liberdade. Enfim, dão o troco com o troco que ganham. Até porque cresceram olhando a própria mãe abrir mão de seus sonhos dentro de casa por um homem que não acredita que uma mulher queira algo mais do que teto, filhos e comida na mesa (ou melhor, só na mesa, porque na cama é uma merda…). E continua assim até hoje.

    Aí o governo, em vez de admitir que a queda da população é uma questão cultural retrógrada em que não querem mexer, acha que pode tomar medidas para resolver o problema, tal como fazer feirões de solteiros entre cidades fadadas à extinção ou cursos de xaveco…

  • Christiane Smith

    O olho, {ou o cu} da serpente esta nos acucarados,diabeticos{ na maxima potencia}, livros infantis tipo: Cinderella,Bela Adormecida,Branca de Neve e as 7 meia fodas de modo que faz mulheres de mais de 70 ficar anos esperando o fucking principe encantado FOREVER!!!!!
    PS:Nao tive filho e jamais os terei, e se tivesse uma menina jamais daria esse lixo para ela.

  • “Pois é, tem gente que só consegue conceber um texto defendendo uma premissa se esta premissa for em causa própria. Da mesma forma que quando defendo homossexuais me “acusam” de ser lésbica. Não passa pela cabeça que alguém possa se dar ao trabalho de argumentar para tentar induzir a uma reflexão, sem qualquer ganho imediato pessoal? Que pena”

    Isso é muito verdade, a internet é terra de ninguém, você já está preparado pra ser chacoteado por defender causa homossexual, mas na vida real é assustador ver pessoas que te cercam demonstrarem seus preconceitos de forma tão clara. Lembro de uma aula em que defendi direitos dos homossexuais e todo mundo ficou com cara “hum…. porque tanto empenho e convicção? Esse rapaz é bicha”, respondi com ironia “É realmente, um absurdo, gays querendo direitos” metade da sala concordou que era um absurdo mesmo, sem perceber a ironia.

    • Aparentemente ninguém se interessa pelo bem estar de terceiros, só vale a pena abrir a boca quando TE beneficiar, se não que se foda. Eu insisto no que eu sempre digo: burrice isso. Somos um grande organismo, enquanto muitos estiverem mal, ninguém estará bem.

  • Sally, ce tá romântica demais! Kd o palavreado? Kd a baixaria?
    Eu não curto mulher romântica não. Não sei se aplica, mas eu acho maior cafonice dar flores, se não dia seguinte elas vão ta murchas. Essa se respeitar os sonhos, pro relacionamento dar certo os sonhos dos 2 devem ser os mesmos.

    • Outra coisa aí, quer ver um cara brochar? É a mina dizer que sonha em casar e ter filhos. Quer ver um cara admirar a mulher? Tem que ser foda, dizer que não quer casar, que quer ser independente e não quer filhos. Mas tem que ser de verdade, não basta dizer e depois cair no melzinho.

      • É o egocentrismo de se apaixonar por aquilo que se é ou então a pessoa com preguiça de pensar que compra como bons os valores tidos como bons na sociedade naquele momento. Ambos muito medíocres para meu gosto, jamais ficaria com um homem com essa mentalidade.

    • Não falar palavrão é romantismo? Tens aquário em casa?

      Este tema em especial pedia uma delicadeza maior no trato.

  • Por que menino que brinca de boneca acaba virando biba e menina que joga futebol não vira sapa?
    Pra mim o gosto já nasce com a pessoa e não adianta os pais imporem. Desde moleque meu pai fixava bolado porque eu só tinha amiguinhas e rejeitava futebol, carrinho, super heróis, etc
    Já conheço amigas muito heteras que rejeitavam bonecas, só brincavam com guris.

    • Mas quem disse que sexualidade está vinculada a brinquedos na infância? O texto é sobre desvalorizarem e ridicularizarem seus sonhos, independente de quais sejam.

  • Não sei como entrar em contato com vocês. Mas sugiro urgentemente uma materia sobre o tal aplicativo “SECRET”. A pior invenção desse ano, francamente.

    • Olha, eu acho o Secret um prograsso, porque ao menos algum grau de privacidade é respeitado! A pessoa não expõe a cara nem está ali para tirar onda de gatinha.

        • Nao estou conseguindo entender o que ele trouxe de novo e ruim, talvez por nao ser usuaria. Difamar os outros anonimamente e bullying eu fazia ate no extinto orkut…

          • Mas difamar a ponto de contar segredos tensos do seu chef por exemplo? Ou mesmo dizer que tu é “pau no cu” e coisa pior?
            Bom, tem uns prints rolando por aí, se pa dá pra ter uma ideia interessante do que ta rolando…

            • Rapaz… Você precisava ver os estragos que o perfil do Rafael Pilha fez no orkut. Tem um cara chamado Elton, da comunidade Funk Carioca, que tentou se suicidar depois de um bate papo com ele…

                • As pessoas se expõe muito em rede social. Basta um tempinho livre, tipo um ano de licença médica, que se você fizer uma pesquisa bem feita, descobre um monte de coisa. Daí um perfil fake qualquer faz um puta estrago na vida da pessoa. Porque você acha que eu me recuso a entrar em rede social? Porque eu sei que tá cheio de gente igual a mim por lá.

        • Será que eu devo agradecer a Odin por ser socialmente invisível/quase inexistente? Sempre fiz questão de nunca chamar a atenção e não ser percebido, e vejo que isso traz algumas vantagens, até porque me dá aflição ser o centro das atenções em qualquer contexto, mesmo que positivo. Pelo menos não sou alvo de drama besta e fofoca.

      • Pelo contrário Sally! No secret é vinculado teu número do telefone e tua conta no facebook daí… tu pode até postar anonimo mas é facinho de descobrir quem tu és. E estava debatendo com uns amigos aqui sobre esse app: já tem gente dando indiretas diretas, quer dizer, citando nomes explicitamente, e difamando loucamente por aí. Prevejo treta!

          • O Secret é um app voltado a ser nova rede social, e como toda rede social tem um denominador comum: os malefícios são os usuários e não a rede social por si. Não sou e nem vou ser usuário disso aí, mas as principais críticas são as indiretas e que o app virou lugar de gente fofoqueira, uma explícita demonstração de gente fugindo da proposta causando prejuízos a quem usa corretamente.

              • A novidade seria: eu vou lá, posto anonimamente alguma difamação, alguma coisa tensa sobre a Sally, a Sally se sente ofendida (bm sabe como é, né?) e vai lá querer processar o negócio e saber quem foi que postou aquilo, abarrotar o judiciário, etc etc… enfim, treta!

              • Basicamente não tem nenhuma diferença mesmo, o problema é que escorados no anonimato da rede tem usuário detonando pessoas reais (citando o perfil das vitimas no ~face~). Virou lugar de gente mandando indireta e ficar difamando os inimigos. Por enquanto esse mau uso não tem consequências tão devastadoras… mas a medida que houver o crescimento dos usuários… em breve o judiciário vai ter processos em suas mãos exigindo reparação por prejuízos a sua imagem. Discordo de todas as práticas, mas vejo como questão de tempo essas coisas afetando serviços sérios (o judiciário – pode rir por eu imputar no judiciário essa qualidade).

                    • Ok, mais uma. Mas não é mais grave nem menos. Até acho bom, porque quem sabe assim ocorre um ataque massivo a idiotas que tem facebook e as pessoas pensam duas vezes antes de abrir essas merdas. Seleção Natural.

                      Você, Troll, corra para o Secret e meta no cu de quem tem facebook. Desfavor te dará uma medalha.

  • Sally, tenho 29 anos e maioria das minhas amigas de escola hoje, são casadas e tem filhos. Sempre sofro críticas veladas pelo fato de ser solteira e não ter filhos. Um dia, enquanto me arrumava pra sair pra balada, uma dessas minhas amigas disse que “eu não saio nunca da adolescência”. Quer dizer agora que pra ser adulta preciso casar e ter filhos? O fato de trabalhar, estudar, ser idependente (mesmo morando com meus pais) não me qualifica como adulta? Por que é tão inconcebível assim que eu estou bem e feliz dessa forma?

    Por um mundo onde os sonhos alheios sejam respeitados. Adorei o texto, Sally.

    • Se filho fosse prova de maturidade, adolescente de 15 anos não engravidava nunca. Cabecinha de bosta a dessas pessoas, mantenha distância!

      Acho curioso como julgam os sonhos alheios, sem conhecer a história daquela pessoa, a família, os traumas, os contextos. É muita preocupação com a vida alheia e pouca com a sua própria vida. Eu acho que isso só vem se agravando com as redes sociais, onde todo mundo escancara sua vida, “autorizando” esse tipo de juízo de valor babaca.

      • É realmente inacreditável essa programação burra da sociedade quanto ao casamento e a maternidade. Ridículo julgar pessoas com cabeças tão diferentes.
        Ter quase 30 anos e se dar ao luxo de ir à balada? Isso é ótimo! Aposto que muitas dessas amigas dariam tudo para ter uma noite assim e estão presas à rotina familiar.

        • Concordo!

          É um frustrado(a) tanto quem quer ir à balada e está em casa trocando fraldas como quem vai à balada e queria estar em casa trocando fraldas. CHEGA DESSA MERDA de achar que a pessoa é frustrada com base nos NOSSO desejos!

    • Concordo com tudo o que a Sally vai falar, mas me explica melhor esse lance de ser independente e morar com os pais…

      • Moro com os pais porque é confortável lá. Mas ganho o suficiente para morar sozinha e me sustentar, caso queira. Entendeu?

            • Obrigado novamente, mas ISTO eu já tinha entendido da primeira vez. É que na minha cabeça, mesmo que vc tenha dinheiro sobrando pra comprar 3 casas iguais as de seus pais, enquanto morar com eles, vc nunca será totalmente independente.

              Por diversos fatores que somente quem já morou sozinho entende. Claro, nada contra sua opção, apenas acho que não pode chamar isso de independência.

              Abraços

              • Pensava assim até morar sozinha.
                E, acredite, apenas entendemos o conceito de independência a partir do momento que moramos fora da casa dos pais. Por mais liberdade que tenhamos, por mais que não precisemos do dinheiro deles, morar fora da casa dos pais é algo completamente diferente.

                  • É mais ou menos por aí, Sally. Banco minhas coisas, lavo minhas roupas, faço supermercado. Tenho geladeira no quarto rs. Tenho despesas fixas, tv, internet (separados do resto da casa). Entro e saio a hora que quero. Enfim. Considero independência sim.

                    • Quando você é quem cuida dos pais, é como se tivesse filhos. Quem banca uma casa onde sustenta e cuida dos pais tem mais responsabilidade do que quem mora sozinho.

  • Sally, não se preocupe, pois hoje em dia eles mal brincam com brinquedos. Ao inves disso temos de nos preocupar com os ‘app’s’ que eles instalam. rs

  • com uma criança em casa, acho que posso dar uma opinião diferente sobre o assunto. eu sou chato e evito estereótipos com a criançada. dou bonecas para meu sobrinho (os pais dele quase me matam, mas faço assim mesmo) e os carrinhos dele para minha filha. desde bebezinhos eles costumavam desprezar esses brinquedos e se voltavam para os originais (o menino com carrinhos, a menina com bonecas).

    fiz diversas experiencias sobre os gostos dos dois pequenos e sempre dava na mesma, ou seja, eles sempre escolhiam os brinquedos que mais gostavam, mesmo sem nenhuma influencia sexista por nossa parte. o mesmo aconteceu com desenhos, filmes e etc.

    claro que minha filha hoje em dia gosta de algumas coisas de meninos, mas fica muito mais feliz com coisas voltadas para meninas e olha que ela tem uma personalidade meio moleca. minha esposa tenta fazer ela gostar de se arrumar, com roupinhas, acessórios e coisa e tal, mas percebe-se que ela se sente mais confortável em roupas mais simples.

    enfim, creio que exista um processo natural das meninas gostarem mais de bonecas e meninos de carrinhos. mesmo que seja um inconsciente coletivo, você vê isso na escolinha, nas festinhas, em todo lugar. respeitar as escolhas de nossos filhos é apenas um reflexo da aceitação de nossas próprias escolhas e de nosso(a) parceiro(a).

    o respeito e a humildade é algo que tenho aprendido a duras penas. antigamente eu era orgulhoso, insensível e acredito ter ferrado com o sentimento de algumas meninas por aí. não me orgulho do que fiz e ao olhar para minha filha, sei que há essa possibilidade de alguém fazer isso com ela. hoje tento respeitar mais o sentimentos e as opiniões dos outros, mesmo que sejam contrarias às minha opiniões, já que não sou dono da verdade.

    seu parceiro(a) é a pessoa que você escolheu para conviver e ainda bem que vocês são diferentes. cada um teve um aprendizado diferente, uma historia de vida diferente e uma relação própria com o mundo. respeitar o outro é respeitar sua a vida, seu conhecimento, seus tropeços, suas imperfeições e seus sonhos, por mais impossíveis que sejam.

    a cada vez que leio um sally surtada, vejo o quanto as pessoas estão se esquecendo de coisas simples como o respeito e o amor. não que em tempos passados isso tenho existido, pois gente escrota teve em todas as épocas da história, mas hoje temos discernimento do que dá certo e o que dá errado e mesmo assim insistimos no errado. se não aprendemos é porque somos crianças mimadas e burras por insistirmos em nossos próprios erros.

    • Aprofundando um pouco essa ideia de “brinquedo de menino” e “brinquedo de menina”, eu te pergunto: os brinquedos de menina continuam medíocres como era na minha infância? Quando eu era criança você brincava de fogãozinho, vassourinha (coisas ligadas a afazeres domésticos), ou de mamãe com bonecos que imitavam bebês, ou de futilidade com a Barbie Noiva. Isso mudou? Porque a questão nem me parece tanto o sexismo nos brinquedos e sim que os brinquedos de menina induzem a um padrão meio babaca de que o “normal” é ser mãe, ser magra e ser loira.

      Outro dia vi uma Barbie médica em uma loja e fiquei feliz. No meu tempo a Barbie era noiva, mãe ou bailarina.

      • Uma coisa não mudou: O Ken tem jeito de gay e as meninas preferem usar um parceiro mais viril para a Barbie; já foi o Falcon, agora é o Max Steel.

        • O Ken deveria vir com um pênis de plastico em vez daquela cueca embutida, assim o choque ao ver um pênis real seria menor.

          • Lá nos EUA estão chiando por causa de um bebê mijão com piroquinha, imagina se colocam um Ken com pênis real. No meu tempo de criança, as meninas viam pênis de menininhos abertamente, a gente fazia xixi na grama e elas tentavam imitar, molhando as pernas. Você acha que é comum um grande choque ao ver um de verdade, depois de crescidinha?

      • Baseado nisso, que tal dar fogaozinho, vassorinha e comidinha para ajudar os meninos a se tornarem maridos que ajudam nas tarefas domesticas?

        • Duvido que eles se interessem. Mais fácil tentar desenvolver robôs, assim nem homem nem mulher precisa mais fazer serviços domésticos.

          • Eu já dei panela pro meu sobrinho e ele curtiu muito. O pai dele cozinha, eu também. O problema é que vem sempre de um jeito meio feminino, quando seria melhor que fosse neutro. Poderia ter um kit Mini Chef, com menos cor-de-rosa e mais utensílios.

          • Mas com as mulheres funcionam. Elas crescem com desejo de ser esposa, mae e dona de casa, como vc citou. Talvez com os homens funcionassem do mesmo jeito, habituando-os.

        • Acho que para esta intenção, é melhor que a mãe incentive desde cedo o menino a ajudar nas tarefas, como lavar os pratos, talheres e copos que usam.
          Dar uma varrida na casa, arrumar seu quarto, colocar para passar o uniforme… assim, o menino passa a não olhar isso como apenas tarefas femininas, quando acontece quando a mãe faz absolutamente tudo para o filho homem enquanto incentiva a menina desde cedo a fazer.

          • Uma amiga minha fez isso e o filho foi mega esculhambado no colégio, chamado de viadinho de forma tão massiva que teve que trocar de escola. Hoje o menino tá todo traumatizado se mijando na cama e o caralho. Minha amiga diz que nessa e em outras questões, se ela criar o filho da forma que ela acha correto, o mundo o trucida. Não sei o que pensar.

            • É difícil mesmo, não dá pra criar o filho voltado para um mundo que não existe, o que dá é para criar apontando a relatividade das coisas a partir do momento em que a criança já compreenda. Não adianta, na primeira infância as coisas precisam ser mais absolutas mesmo, preto no branco, por limites na cognição. Já vi muito “Kauê Vento da Mata” filho de gente natureba sem a menos noção de limite e comendo doce escondido da mãe. Aí passa o ensino fundamental em escola alternativa fazendo artesanato, não passa no vestibular e está condenado pelos pais a ser Hippie.

            • Felīcia Hardy

              Minha amiga tem uma tabela de gratificação. Seus três filhos (8, 13 e 16 anos) até brigam para lavar o banheiro, colocar lixo para fora e Até arrumar o próprio quarto. Não sei se é correto, mas eles ajudam e ela gasta o mesmo que gastava com a secretária do lar.

              • Apesar do sistema de gratificação funcionar, quando eles crescerem, não vai ter mamãe dando recompensa, vai ter que fazer por obrigação mesmo. Aí acho que pelo menos um ou dois dos três vai acabar relaxando e voltando ao “normal” porque não tem “motivo” pra fazer essas tarefas.

          • Minha mãe me criou assim, faço tudo dentro de casa, exceto cozinhar que realmente não tenho habilidade, de resto faço tranquilo. Até faxina.

            E nunca me senti menos homem por isso. Meu filho já tem as tarefas dele também.

    • Ah isso é bem interessante Chester – não adianta condicionar com nossos sexismos externos. Eles já tem preferencias quase que de nascença.

      Minha muié mesmo, as vezes me mostrava que meu filho estava com uma boneca e se eu não ia ficar bravo. Respondia que não estava nem ai, ele que brincasse com o que quisesse. No fim, ele enjoava da ‘novidade’ e ia empurrar seus carrinhos. Hoje com 2 anos e meio é especialista em todo tipo de avião e caminhão, citando os diferentes modelos.

    • “a cada vez que leio um sally surtada, vejo o quanto as pessoas estão se esquecendo de coisas simples como o respeito e o amor.”

      Falou tudo, Chester! Estava debatendo com uma amiga outro dia algo parecido: em tempos de [pós] modernidade líquida, onde é que foi parar minimamente o respaldo pela valorização do material humano? Quero dizer, aquela ideia mesmo de… olhar pra pessoa primeiramente como um humano, que sente, que respira, que anda! Ta foda, viu?

  • Sally, já tem uns dias que estou triste por causa deste assunto. E quando chego ao trabalho a primeira coisa que faço é ler o Desfavor para “desanuviar” a mente… Ninguém merece chorar na frente dos colegas de trabalho.

    • Não chora. Se as coisas não deram certo nesse ponto é FAXINA social. Pessoa que não entende nem respeita seu sonho, seja ele qual for, não é uma pessoa generosa o bastante para merecer você. Coisa melhor está por vir, espera que você vai ver.

    • Ginger, tem um amigão meu que sonhava em ter filhos, família, aquela coisa de domingo comendo massa na casa da sogra. Casou com uma professora que não queria ter filhos, nem gostava da família dele, nem fazia questão de visitar a dela.

      Sofreram uns 5 ou 6 anos juntos, cada um representando um “papel”: ela fingindo que talvez mudasse de ideia, ele fingindo que aceitava a situação.

      Se separaram. Ela eu não tenho mais contato, ele casou-se com uma menina que tinha os mesmos objetivos e já tiveram o primeiro remelentinho, estão super felizes.

      Tudo isso pra te dizer que é duro, mas é melhor que vc não perca mais tempo da sua vida com uma pessoa que não partilha dos mesmos objetivos que você, não dá importância aos seus sonhos ou não tem os mesmos valores. Fim de relacionamento é doído, mas às vezes se manter nele só atrasa a sua vida. Não gasta nem lágrima com esse povo que não vale a pena.

  • Sally, ótimo texto !
    Na infância, fui criada solta, sem essa pressão de casar, ter filhos, etc. Só que minha avó, que sempre nutri um sentimento especial, até maior que o que sinto pelos meus pais, disse certa vez que o sonho dela era me ver entrando na igreja de véu, grinalda e aquela papagaiada toda.
    Infelizmente, ela faleceu há alguns anos, mas nem por isso quis me apropriar desse sonho, que nunca foi meu.
    Muitas vezes, pessoas que amamos, não por mal, colocam seus sonhos frustrados em cima de filhos,netos, sobrinhos. Então você se sente pressionado, por gostar muito daquele ente querido, você idealiza aquele sonho como seu. Hoje moro junto com alguem, mas por que inesperadamente encontrei uma pessoa com mesmos objetivos e ideais que os meus, não por pressão social. E não pensamos em contratos, cerimonias,nada disso. Só queremos partilhar os momentos juntos.

    • É muito comum pais fazerem isso com os filhos desde criança: pega a criança e leva para concurso de miss porque a mãe queria ter sido “artista”. Uma criança nem sempre tem o discernimento de se dar conta de que ela não gosta daquilo e que é um sonho que a mãe está projetando nela. Realmente, os pais deveriam pensar com cuidado antes de projetar suas frustrações nos filhos.

      • Esse negócio de adultos frustrados projetando seus sonhos não-realizados nos filhos é comum a ambos os sexos, Sally. Mas isso você já sabe e nem tem muito a ver com o ponto centro do seu texto, né? É que, lendo esse seu último comentário, me lembrei de um caso assim que li numa revista de esporte sobre o que acontece nas chamadas “peneiras” de futebol. A reportagem contava as histórias de vários “personagens” dessas peneiras: o pretenso agenciador que leva um monte de moleques pra tentar a sorte; o garoto mascarado que se acha o craque do seu bairro e sai chorando porque não passou no teste; o menino por quem ninguém dava nada e que surpreende; o coitado que mora longe, não tem dinheiro e nem chuteiras mas faz das tripas coração pra conseguir uma chance; etc. E, dentre esses personagens, está o do pai que tentou ser jogador, não conseguiu, e aposta tudo no menino pra, não só ter quem realize seu sonho por ele, como também pra ser “a única chance” – na ótica desse pai – de tirar a família da pobreza. E pouco importava se o filho não ligava pra futebol e nem tinha coordenação motora pra acertar o pé na bola quando tentava chutar. O menino tinha que ir lá porque o pai mandou e pronto e ainda tinha que responder “centroavante” quando lhe perguntassem em que posição iria jogar. É mole?

        • Esse lance de menino jogador de futebol eu acho que é mais para tirar a família da pobreza mesmo. Também errado, uma criança não deveria ser responsabilizada pelo sustento da família.

          • Detalhe que, neste caso em específico, o menino já era visto pelo pai como a “salvação” das finanças da família antes mesmo de ter passado por qualquer teste e que o desinteresse dele por bola e sua óbvia falta de jeito pra coisa nem foram levados em conta.

  • Mas eu fiquei fã desses americanos!
    Isso continua acontecendo.
    E quando a menina não curte brincar co fogãozinho e prefere os jogos e os adultos taxam de projeto de lesbica? Se fala que não quer casar nem ter filhos acham má pessoa. Ta muito errado isso!

  • Sally, sou homem, gay e sonho demais em me casar. Por sinal, é o sonho da minha vida. Já passei por poucas e boas por causa disso. Um “amigo” até já chegou a dizer pra eu acordar porque esse “castelinho da Disney” que eu sonho não existe. Incrível como esse texto consegue captar exatamente como as coisas são. A pior parte disso tudo é que esse menosprezar não se limita somente a homens, tem também várias mulheres que menosprezam umas as outras. Eu ainda acredito que vou me casar sim. Só espero que ainda seja nesta vida!

    =P

    • Perdeu-se o direito a ter esse sonho, sob pena de ser chamado de medíocre, ridículo. Será que os ouros sonhos são tão melhores?

      Eu posso entender uma mulher discordar e até criticar, o que eu não espero é a falta de respeito de ridicularizar um sonho vindo de um parceiro, que deveria ser alguém que te admira e te quer bem.

    • Um dos efeitos colaterais das militâncias gay é justamente este: Criar um padrão de vivência que obrigatóriamente DEVE ser diferente de tudo o que vemos por ai com alguns heterossexuais.

      Se seu sonho é casar, ignore quaisquer pessoas (incluido relacionamentos) que não deem a importância devida a isso. Uma hora acontece.

    • Edley, interessante… se te consola: até quero casar um dia também, isto é… ao menos juntar as trouxinhas. Mas enquanto não aparece a pessoa certa… no mais, se este é teu sonho, persista nele e foda-se o que os outros falam!

      • Hahahaha…rindo aqui porque eu também respondo assim aqui em casa. Meu sobrinho de 2 anos chegou em casa repetindo isso, com a vozinha fina: “de nádegas.” A mae, evangelica, ficou perplexa! Hahahahaha…de nadegas.

          • Minha tia volta e meia diz um parecido, ‘Deus os criou e o Diabo os juntou’, mas deve ser ditado de antigamente, até hoje só vi gente de 60 pra cima usando ele.

            • Eu respeito muito esse provérbio, apesar de preferir a versão de que o vento os junta. Coitado do diabo, ele já leva culpa demais no cartório…

  • Ta maluca? Mulher tá pouco se lixando pra porcaria de sonhos… quer é um otário pra ser bancada. NÃO generalizando, claro, mas uns 90% ou mais é capaz de trair sem grandes dificuldades. Já vi mulher casada dar em cima de outros caras zilhoes de vezes…
    Quem casar hoje tá passando atestado de imbecil, e desconhecimento das leis brasileiras, rs.

      • #Fragmentos

        Essa questão de sonhos é interessante pra analisarmos a forma como as pessoas lidam com os sonhos alheios, outro fator irracional muito frequente é pessoas que desprezam os sonhos alheios por considerá-los inferior escorado em sua enorme ambição que não passa de … sonho.. Quem deveria ser menosprezado é a pessoa ambiciosa que não se empenha em realizar seus sonhos ao invés da pessoa que luta pra tornar realidade seu projeto de vida, mesmo que ele seja”medíocre”.

        • Mas o sonho da pessoa “ambiciosa” geralmente está ligado à sua ambição: poder, dinheiro, cargo de chefia. Tem mais é que lutar por ele mesmo. O que não pode é menosprezar outros tipos de sonhos julgando-os como inferiores só porque divergem do seu.

          E um adendo que eu esqueci de colocar no texto: sonho é uma realização. Quem sonha em casar, casa até debaixo da ponte. Esse povo que não tem nem casa própria mas gasta uma dinheirama em festa é ególatra mesmo.

          • A crítica que faço é pessoas que sonham em ser o “gerentão da empresona” que menosprezam o sonho do trabalhador que quer sua “casinha própria” quando ambos estão no mesmo patamar e o primeiro está bem distante da sua realização. Óbvio que não se deve menosprezar o sonho de ninguém, mas é uma demonstração gratuita de ingenuidade, pois as chances de tomar uma invertida são enormes.

              • De forma alguma, argh! Tenho aversão a gente mediana que quer contaminar gente sonhadora com sua medianidade usando frases como “nossa, você acha que vai conseguir? Não é muita coisa? Isso é impossível…..” Antes mesmo de postar pensei em atacar esse outro lado da moeda, o que eu não gosto é gente que só por ter um sonho superior (gerentão) acha que pode desprezar o sonho do brasileiro simples (casinha própria) quando ambos encontram-se no mesmo médio patamar.

  • Lindo texto Sally!
    Também fui criada nos anos 80 e, como você também tive sonhos assim acalentados, assim como minha mãe também sempre me incentivou a estudar e trabalhar para ser independente. Veja bem, eu disse independente.
    Porque atualmente, sinônimo de sucesso profissional, é ser, no mínimo, diretor de alguma empresa, líder do escambau. Ninguém pode sonhar em ser apenas bom no que faz e estar satisfeito com uma vida “apenas” confortável e não nababesca.
    Durante muito tempo, escondi e forjei meu sonho de casar e constituir família (que é 1 dentre diversos outros, mas o único que é ridicularizado). E sim, quem assume isso, é escrotizada de formas muito doídas, é chama da de sentimentalóide, incapaz, Amélia, e por aí vai… infelizmente, o feminismo, que deveria entender a mulher em sua plenitude, é o primeiro a atacar. Uma pena.

    • Só consigo conceber o feminismo como a ideia de que a mulher não é inferior ao homem. Se passar disso, não me agrada.

      Já vi muita gente dizendo que se o seu objetivo é uma vida confortável você é medíocre e sem ambição. Legal deve ser trabalhar 12h por dia e não ter tempo para porra nenhuma para satisfazer um ego inseguro e poder dizer que é chefe de alguma coisa…

    • Feminismo não esta preocupado com a mulher. esta preocupado em conseguir vantagens e criar padrões próprios.

      Quem é contrário, sendo homem ou mulher, é machista, misógino, reaça, etc.

      • O problema é que qualquer pessoa se apropria do termo “feminismo” em nome dos seus achismos. “O” feminismo original não busca vantagem alguma, infelizmente ele vem sendo deturpado

    • Meu sonho é ter um emprego bem pago para poder gastar com as coisas que eu gosto. Não necessariamente ganhar 50 mil por mês, mas ganhando o suficiente pra que, considerando quaisquer despesas eu venha a ter, dinheiro dificilmente seja uma preocupação. Não faço questão de subir (muit0) na vida por dois motivos: a recompensa por um bom trabalho é mais trabalho (e não há nada mais trabalhoso do que ter de trabalhar), e quanto maior o cargo, mais responsabilidades e menos tempo livre. O que eu quero é, além do bom salário (obviamente), uma quantidade considerável de tempo livre. Não ligo se eu ficar em “cargo baixo” minha vida toda, mas é algo que eu só falo pra algumas pessoas (e NUNCA falo pra ninguém do trabalho), porque é visto (com razão) como falta de ambição, e isso é algo mal visto pelas pessoas, como se todo mundo tivesse que obrigatoriamente lutar para ser presidente do mundo.

      • Difícil conseguir esse equilíbrio, geralmente quem tem dinheiro para fazer o que quiser não costuma ter tempo. A vida é injusta…

  • Relatos espontâneos de meninos da geração mais recente, sobre brincar com as meninas da mesma geração: elas querem o tempo todo que a gente seja príncipe, falam demais e querem mandar o tempo inteiro.

    P.S.: não matem o mensageiro.

    • É sério isso? Ainda continua essa coisa Disney com meninas? Poxa, que pena. Eu supunha que isso tinha melhorado…

      • Não é só o lado Disney, é querer monopolizar o rumo da brincadeira. O menino quer ser herói e brincar um pouco de médico, mas as meninas acham mais legal ele ser príncipe no baile do que enfrentar os ogros e cavaleiros andantes. A queixa maior é delas serem mandonas.

        • Será que é serem mandonas ou é disciplinarem a brincadeira? Não entendo chongas de criança, então, é uma pergunta mesmo.

          Meninas me parecem mais organizadas, não devem deixar a brincadeira correr de forma bagunçada e sem critérios como costuma ser a dos meninos. O que você acha?

          • É um pouco de cada, meninos brincam com mais ação e menos diálogos (falam o necessário para organizar a ação). Já as meninas têm mais fluência verbal e maior necessidade de interação verbal durante as brincadeiras, já que a maioria delas é mais focada nos relacionamentos. É a relação futebol vs novela em seu estado embrionário. Futebol é uma coisa organizada, mas para perceber a ordem é preciso vê-la na ação, compreender o que está acontecendo ali. No MMA também, às vezes há muita coisa acontecendo e parecem apenas dois marmanjos se abraçando no chão. Mas, voltando: eu tenho visto umas meninas bem mandonas, algumas por serem filhas únicas, outras tantas por baixa tolerância à frustração (coisa bem comum no imediatismo contemporâneo). É a Veruca da Fantástica Fábrica de Chocolate.

            • Eita… pensando nessas perspectivas acho que fui criado como uma menininha mesmo, viu? Ou quase isso! Afinal, dançando ballet/jazz desde pequeno + piano + mundinho erudito literário desde pequeno… É, eu era uma criança introvertida: nunca brincava em grupo e tinha raiva de ser obrigado a me misturar com a “gentalha”. Preferiria muito mais ficar lá quietinho no meu canto lendo meu livro e enriquecendo meus conhecimentos do que… né?

      • Acho que deu uma caída no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000.
        Recentemente voltou com tudo… as mães tem que parar de incentivar, não vejo outra solução.

        • Não apenas parar de incentivar um papel fixo, mas também ensinar a se valorizar, a ter autoestima e liberdade de escolha. Quando a Madonna estava grávida da sua filha lhe perguntaram se ela iria adverti-la sobre as canalhices que homens fazem (ela tinha acabado de lançar uma musica sobre isso) e ela disse que não, que ela ensinaria sua filha a ter autoestima e com isso não precisaria ensinar-lhe nada sobre os homens. Não imposta qual seja o sonho, se o parceiro não respeita, tem que mandar pastar. E respeitar não é cede a ele!

          Ontem mesmo uma famosa que eu não sei o nome, que é esposa do Jaime Monjardim, um dos diretores mais poderosos da Globo, foi para uma rede social dizer a seguinte pérola: “A mulher não pode nascer, viver na terra, sem gerar uma criança. Acho absurdo quando algumas falam que não querem engravidar, que não nasceram para ser mãe. Não sabem o que estão perdendo. Estão perdendo a verdadeira vida”.

          Não saem rosas de um pimenteiro. Uma mulher com essa cabeça vai criar uma filha com que cabeça?

          Muito triste.

          • Justamente, eu iria comentar isso aqui agora. É aquela ex- fantasia, Tânia Mara (pra quem tem tanto dinheiro a sobrancelha daquela mulher é um horror, diga-se de passagem)
            É por isso que O lado negro da gravidez teve tanta repercussão. É dificil de aceitar que uma pessoa não queira filhos, gente ? É dificil aceitar que ter filhos demanda uma série de requisitos mentais e materiais, além de um pouco de sorte ? É dificil aceitar o diferente, respeitar pelo menos ?

            • Sabe porque é difícil? Porque se a pessoa aceita que filho é OPÇÃO, ela começa a ter que lidar com essa opção, ela pensa que ela poderia não ter tido filhos e isso dói em algumas mulheres cujas vidas seriam de fato melhores e mais fáceis sem filhos. Como não dá para enfiar o filho útero adentro novamente, pois filho é irreversível, elas precisam se convencer que é NECESSÁRIO, QUE TODO MUNDO TEM QUE TER, para lidar com a frustração das limitações que esse filho lhe impõe.

              Mães bem resolvidas e felizes com a maternidade não impõe filhos a ninguém. Para mim essa imposição é um claro sinal de que a questão da maternidade está mal resolvida na mulher.

              • É… questão complexa essa. A tal da imposição de algo ainda é estigma social. Quase que arquétipo. Vai se repetindo de geração em geração. É difícil ir contra a maré e… quebrar a regra! Mas não impossível, óbvio!

                • Eu nem questiono isso de “brinquedo de menina”, porque acho que a regra geral é o que o Chester falou: meninas no geral gostam mesmo de coisas rosas, de bonecas. Mas dentro desse padrão de brinquedo de menina, não tem como fazer coisas menos medíocres? Tem que ficar na trilogia “do lar”, “mãe” e “beleza”?

                  Não sei como estão os brinquedos hoje, mas no meu tempo era uma tristeza.

                  • Mas há que se pensar: qual o motivo, o que está por trás desse “gostar” de coisas rosas e bonecas? Está somente, e tão somente condicionado à predilecção pessoal da criança ou o meio influencia ela a gostar daquilo? Óbvio que a segunda pergunta sabemos a resposta. Ou seja, tem duas coisas aí: o gostar de fato de um lado, e o meio condicionar a gostar.

                    E quanto à segunda pergunta sobre “fazer coisas menos medíocres”, é aí que tá: acho que há sim como, só depende dos “interesses” que a sociedade impõem/projetam na formação das crianças. O problema é mudar isso de fato, já que vemos por aí pais ignorantes e mal resolvidos com a maternidade, projetando sonhos nos filhos, etc.

                    • Eu vi um documentário curiosos outro dia: em um país desses escandinavos de gente bonita e educada, pegavam meninos e meninas bem novinhos, que tinham pouca ou nenhuma influência cultural e colocavam em uma sala com uma bola. Os meninos chutavam, mesmo com a mãe assegurando que nunca lhes havia ensinado nada. As meninas pegavam e meio que ninavam, embalavam e acariciavam a bola. Não sei dizer o quanto há de predileção, de genética ou de cultura, mas ficou a impressão que tem algum componente que costuma vir de fábrica. Não que quem não o tenha seja errado, apenas quero mostrar uma tendência, que esse componente existe.

                      O conceito de medíocre deveria ser relativo. Mas hoje parece que sem sucesso, poder e dinheiro você é medíocre.

                    • Eu acho que tem muito a ver com fases de desenvolvimento emocional mesmo. Crianças tendem a “entender” que são de um determinado sexo bem pequenas ainda, e “copiar” o pai/ mãe que é seu espelho. Um pouco mais velhas “percebem” o sexo oposto e desenvolvem aquela “atração” que Freud narra e é tão criticado por.

                      Numa generalização BEM grosseira, talvez criança vendo a mãe cuidar dela própria, da casa, dos irmãos e o pai dar importância para carro, futebol e trabalho, tenda a reproduzir os comportamentos.

                      Seria interessante ver um estudo com os pais que “trocaram” de papéis e sociedades que os papéis são diferentes dos nossos: indiozinhos com bolas usariam as mesmas para “caçar”?

                      Eu acredito que sim, tenha um componente inerente ao sexo, que é o tipo de desenvolvimento cerebral: racionalidade, domínio de espaço x empatia, domínio de linguagem. Mas acredito que o meio tenha bastante influência também.

              • Excelente texto, mas esse comentário foi sensacional! Em tempo: também sou da turma 30+ que não quer casar, nem ter filhos. Já sofri muito pela (des)aprovação alheia, mas agora estou feliz com minha escolha.

                • Mostrar que é possível ser feliz sem casar e sem ter filho faz com que todas as pessoas que estão em um casamento infeliz e/ou estressadas com a demanda dos filhos que não conseguem suprir PERCEBAM que havia opção e elas fizeram uma opção que as frustrou. Daí a pessoa precisa jogar merda em você, para se convencer que você é infeliz e que não há opção, que casar e ter filhos é inevitável.

                  Eu me limito a rir por dentro, porque gente assim é tão negadora que jamais vai refletir se eu tentar falar alguma coisa. E talvez seja mesmo melhor que não percebam, se perceberem periga entrarem em depressão.

      • “Sally disse: É sério isso? Ainda continua essa coisa Disney com meninas? Poxa, que pena. Eu supunha que isso tinha melhorado…”

        A Disney e outras empresas de entretenimento infantil vem investindo em personagens meninas mais poderosas e independentes (está mais ligado ao lucro em cima de ativismo do que consciência social, mas ok).
        Já no dia a dia, pelo menos no Brasil, eu acho que deu um retrocessinho, senão não haveria demanda pras infames escolas de princesas.

        E claro, sempre que alguém tenta questionar isso publicamente, aparece uma manada falando que a pessoa quer impor ideologias pra destruir a família e sei lá o quê. Me pergunto o que há na autoestima desse povo que acha que opinar é impor.

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