A notícia me chamou a atenção semana passada: é mais uma polêmica de rede social, sim, mas… quando uma mulher como Gabourey Sidibe (a do filme Preciosa) aparece nua numa cena de sexo numa série, é realmente um absurdo que algumas pessoas expressem seu horror na internet? Deu chororô, teve resposta atravessada do planetóide, chamaram todo mundo de hater… mas abrir os olhos que é bom, nada.

Televisão é um meio visual, presume-se que as pessoas vão reagir de acordo com a imagem apresentada. E vão fazer isso com base no que sentirem ao ver uma cena, ninguém escolhe quais elementos visuais acha agradável ou não, a sensação só aparece. E numa sociedade onde se incentiva que todo mundo acredite que suas opiniões são importantes, a tendência é que um desgosto acabe verbalizado. Mesmo que eu tenha minhas restrições com a constante diarréia mental na era das redes sociais, se elas funcionam para as pessoas comunicarem o que “pensam”, não é para ter nada de errado com alguns achando a cena escrota. Não querem participação do público? Está aí!

Até porque ninguém entrou na casa de Sidibe para apontar o dedo, na verdade foi o oposto: a “preciosa” invadiu os lares dos telespectadores com suas banhas de fora. Existe uma diferença considerável entre invadir e evadir privacidade. Quem escolhe se expor deve estar ciente dos resultados disso. Quer aparecer numa cena de sexo numa série vista por milhões? Força para você! Mas pelo menos tenha a decência de entender que você impôs sua imagem no olho alheio. A pessoa que assiste tem o poder de trocar de canal, mas não tem obrigação de fazer. Ela aceita a escolha da atriz e escolhe assistir também, mas daí a querer controlar a reação à cena? Isso sim é absurdo.

E já que estamos falando de escolhas, se quisesse confetes generalizados mesmo pela cena, que ficasse mais aprazível ao olhar dos outros. Ela mesmo argumentou que as pessoas parecem ter problemas com cenas de mulheres negras acima do peso em cenas de sexo, como se o preconceito explicasse tudo. Veja bem, se a Beyoncé engordar 10 quilos e aparecer pelada na TV, eu duvido que teríamos essa reação. O problema não é ser negra e estar acima do peso, o problema é ser o Jabba the Hutt de peruca! Não é preconceito, é pós-conceito! Depois de ver aquilo numa cena de sexo, algumas pessoas expressaram seu desgosto.

Eu sou do time que acha que cada um pode ser como quiser com a aparência, quer ficar gordo até desenvolver órbita própria? Direito seu ter esse visual, mas jamais vai ser direito de alguém ser considerado atraente. Tem padrões de atração na humanidade que vem de muito mais longe que a indústria cultural. Gente gorda vai ser menos atraente em média do que as que parecem que se cuidam mais. E um sonoro “cala a boca” para a turma da banha genética: calorias entrando, calorias saindo, nada mais complexo do que isso. Ninguém É gordo, as pessoas ESTÃO gordas por escolhas que fizeram na vida.

E nada mais justo do que criticar alguém por uma escolha que fez. Se estivessem batendo na cor de pele dela mesmo, seria escroto, não é algo que as pessoas controlem. Mas, ela podia ser branquinha de olhos azuis que daquele tamanho ainda sim seria considerada pouco atraente pela imensa maioria da humanidade. Escolheu ser imensa, viva com as consequências. Se ela respondeu aos “haters” dizendo que choraria em seu jatinho particular, presume-se que dinheiro para ajuda profissional do mais alto gabarito não seja problema. Se ela não quer emagrecer e se conformar ao padrão de beleza médio, novamente: força para ela. Mas, querer que não achem feio?

Porque é isso que vem acontecendo com a falta de foco das feministas de redes sociais: uma expectativa ridícula de mudar a percepção do ser humano sobre beleza do dia para a noite. Gorda, peluda, toda torta… e EXIGINDO que as pessoas elogiem. Não basta mais deixar quieta, tem uma campanha tentando fazer as pessoas terem vergonha de não acharem aqueles visuais dantescos algo sexy e encantador. Não é tentar reduzir as expectativas (muitas vezes irreais) de beleza da mulher na sociedade moderna, é um movimento de valorização do grotesco! Combate o padrão de beleza de modelos esqueléticas (que só mulher acha bonito) com mulheres obesas? Não tem lógica. Se a sua tentativa de convencimento de que mulheres são bonitas de todos os jeitos é ficar empurrando as mais feias na nossa cara, claramente algo foi mal planejado.

Não basta olhar para Sidibe numa cena de sexo e não dar bola, tem que ir na rede social dizer que achou lindo, exemplo para as próximas gerações. Eu talvez irrite muita gente com isso, mas esse tipo de mulher que exige “beleza em todos os tamanhos” é o mesmo tipo de “insegura” que critica por querer se destacar pela aparência, mas sem a vontade de mexer a bunda gorda por aprovação alheia. Eu respeito muito quem toca o foda-se e não se dobra a convenções sociais de aparência, mas não quem tem preguiça de se conformar e fica mendigando e/ou coagindo elogios para se sentir menos deslocado. Quer fazer diferente? Tem um preço.

A pessoa quer o bônus sem o ônus. Um atalho para ser tão valorizado como quem se esforçou para ser atraente. Fat Acceptance meu ovo, Fast Acceptance. É bom que ainda exista gente nesse mundo que diga para o rei que ele está pelado. Gente que talvez nem esteja enfrentando a onda do politicamente correto, mas só dizendo honestamente o que estão vendo. Quando se falava de realidade virtual algumas décadas atrás, eu jamais poderia imaginar que ela aconteceria dessa forma. As pessoas inventaram um mundo de fantasia na internet que não faz muito sentido na vida real e estão se escondendo nele. Não precisa mudar a visão das coisas, basta elogiar as pessoas pelo o que elas cismam ser valioso e está de bom tamanho. Achei que precisaríamos de óculos especiais para simular outra realidade, mas é só logar na sua rede social.

E outra, gente que vê essas mulheres e vai comentar que são lindas… principalmente homens nesse caso… eles pegariam? Porque muito bacana falar que mulher é bonita de qualquer jeito, mas e na hora do vamos ver? Aí a beleza pode ter qualquer tamanho mesmo? Mil vezes mais uma pessoa que é honesta com você sobre o que acha da sua aparência do que a que te elogia só para fazer pose. Vamos ver uma geração inteira de “fêmeas beta” por causa dessa baboseira toda. Os homens foram primeiro por esse caminho de negação da realidade e temos um sonoro grupo de “virgens convictos” putos com a vida sem enxergar o problema na frente de seu nariz. E com esse feminismo mimimi de rede social, vai ter muita mulher achando que o mundo realmente mudou e que dá pra ser do tamanho da Sidibe e ainda ter homem dando em cima. Quando a verdade bater na porta, vão se tocar? Jamais! Vão culpar mais ainda os homens e reforçar a ideia que o problema, pra variar, é tudo menos elas mesmas.

Estamos numa fase perigosa nas relações entre homens e mulheres, com ambos os lados se perdendo numa realidade virtual onde os outros tem obrigação de se interessarem por eles e ficando todo mundo puto da vida porque na “realidade real” não funciona assim. Os betas chorando porque as mulheres são interesseiras, as betas chorando porque os homens são superficiais. E ambos ignorando que enquanto não começarem a conhecer pessoas de verdade e lidar com as exigências e expectativas do “mercado dos relacionamentos”, vão continuar enxergando só esse mundo de fantasia onde ficar sentado num sofá reclamando da vida é uma forma válida de se relacionar com outros seres humanos.

A vida real é o povo comentando que achou horrível ver aquele ser pelado e fazendo sexo “dentro de suas casas”. A vida real é o que sentimos ao ver alguma coisa, não o que nos dizem que é correto sentir.

A realidade tem peso.

Para me chamar de monstro insensível, para dizer que está ofendido porque mulheres muito gordas são seu fetiche, ou mesmo para dizer agora vai começar a notar as fêmeas beta: somir@desfavor.com

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Comments (28)

  • O quinto episódio da décima nona temporada de South Park falava justo sobre isso.

    Não precisamos dizer que nossa preciosa é bem retratada lá pelo Eric Cartman.

  • A polêmica foi criada, em busca de repercussão, não para desconstruir paradigmas, foi em busca de audiência.

    Mas não me impede de achar babaca quem fala que é “nojento”. Falam em “fora dos padrões”, isso é construção social, ela é só humana. Falam em “politicamente incorreto”, tenho tanta preguiça de quem pensa ser assim, acho tão adolescente, limitado… É tipo “ain eu tenho um humor ácido, eu sou irônica e sarcástica”.

    • Deja,

      Encontrei alguém que pensa exatamente como eu! Fi-nal-men-te!

      Eu estou cansada desse povo que ou finge e elogia para parecer sem preconceitos OU se acha muito fodão por dizer “Tenho nojo mesmo! Gorda é escrota! Eu falo mesmo! Não sou politicamente correto! Sou sincerãoooo!”

      Os que tentam não parecer preconceituosos eu até deixo em paz, coitados, mas os politicamente incorretões são bons de trollar. Geralmente é uma gente com resistência baixíssima à crítica, que desmorona com qualquer provocaçãozinha. Não deixa de ser interessante que os que mais precisam apontar o dedo e chamar de “nojenta” como você falou, são os que se ofendem mais facilmente a troco de muito pouco. Quem fala o que quer…

      De minha parte tenho orgulho de nunca, nem pelas costas e nem pela frente, ofender as pessoas pela aparência, pela roupa, ou pelo comportamento sexual delas. Nunca. Nesse sentido, também não sou “politicamente incorreta”. Oras, se alguém (principalmente nesses casos em que é uma artista distante) não me atrai, não me atrai. Para que eu tenho que fa-lar? O mundo não gira em torno do que é (ou não) atraente para mim.

      Obrigada por seu comentário. Concordo com cada palavra! Adoro quando alguém fala algo que eu também falaria!

  • quanta verdade pra um texto só. as pessoas realmente querem viver no mundo da ilusão. bom, pelo menos elas já podem fazer isso através das redes sociais. parabéns humanidade!

  • Confesso que nem estava sabendo dessa história até o post de hoje tocar nesse assunto. No mais, concordo com a Marina: esse negócio tem mesmo cara de ter sido meticulosamente pensado e propositalmente armado só pra gerar essa criação de caso toda.

  • Sendo eu GG, fico pensando se eu estivesse no lugar da atriz e fizesse a tal cena, provavelmente ficaria feliz por representar as mulheres gordas num ambiente em que nós não temos espaço. Mas nunca esperaria que todos me elogiassem ou achassem lindo. Sagrado direito das pessoas acharem isso ou aquilo bonito! Quantas vezes vemos as pessoas malhando atrizes consideradas lindas por detalhes esdrúxulos….Imagina quem esfrega as banhas na cara da galere. Tem mesmo que esperar as críticas e aguentar o tranco, afinal ninguém é obrigado: a Sidibe a mostrar os bacons ou o público a gostar disso.

    Ps: a foto ta uma maravilha, bem escolhida!

  • Falando como uma pessoa do lado GG da força a grande maioria parece não entender que aceitar/respeitar não é o mesmo que achar bonito. Todos tem direito de se sentir bem com o próprio corpo mas se pra se sentir bem pessoa precisa de likes ai o problema é outro bem mais complexo e só dieta não resolve.
    Há um ônus sim em estar fora dos padrões e se vc não tem peito pra encarar entra na academia, no bisturi qlq coisa mas não vá exigir elogios de ninguém, mania de transferir para outros responsabilidade que é sua.
    Alias adoraria um texto do tipo sobre crianças feias, pq é outra concorrência de likes que me incomoda bastante.

  • Gorda, peluda, toda torta… e EXIGINDO que as pessoas elogiam

    Olha, a única coisa gorda, peluda, toda torta, com orelha, focinho, lombo e rabo que elogio é a feijoada completa que como religiosamente toda quarta-feira…

  • Aliás, isso é uma coisa que vem me preocupando/incomodando há um certo tempo. Faço parte de um grupo “liberalzinho” no Facebook no qual de tempos em tempos algumas moças postam fotos de – pasmem- suas MENSTRUAÇÕES e obrigam, sim, eu disse obrigam todos que comentam a achar aquilo lindo, maravilhoso, estupendo e a tecer diversos elogios sob pena de serem acusados de misoginia. Sim, se você ousar dizer que aquela foto da menstruação de uma pessoa é nojenta ou qualquer outra coisa que não linda ou algo positivo você é chamado (a) de MISÓGINO (A).

    • Na moral, acho que (quase) toda mulher gostaria de nunca mais menstruar, se tivesse opção.
      (desconsiderando remédios, okay?)
      Se é pra “celebrar uma coisa natural”, então postem fotos da própria bosta, cuspe, esperma…
      Levantar o traseiro e fazer um trabalho voluntário pra ajudar de verdade ninguém quer.

    • Clara,

      Não é beeeeeeeem assim, não. Essas fotos de menstruação misturada com comida e outras coisas bizarras tem sido fortemente criticadas, alvo de comediantes do mundo inteiro e tratadas com deboche. Além disso, são coisa de uma minoria beeeeem minoria que só quer causar.

      Há muito vitimismo no seu comentário ao dizer: “Elas OBRIGAM a comentar que é lindo e maravilhoso”

      Obrigam como? Colocam uma arma na sua cabeça? Vão ao seu perfil e fazem chantagem, ameaça? Obrigam como?

      E daí se você fizer comentários negativos e te chamarem de “misógina” por apontar o ridículo das fotos? Quem quer liberdade de expressão tem que, antes de aprender a falar o que quer, aprender a escutar o que não quer e se preparar pra isso.

      E daí se te chamarem de misógina? Argumenta, responde, ignora, zomba. A razão está do seu lado. Que medinho é esse????
      Que tanto poder é esse que você acha que elas têm? Elas decidem que você é misógina e fim: você é condenada a comentar o que elas te OBRIGAM?

      Vitimismo puro da sua parte. Lamentável.

      • Vitimismo? Eu estou cagando se ME chamarem de misógina, cagando pra o que pessoas que eu não conheço vão falar ou achar de mim. Crítica por crítica já recebi piores de pessoas muito mais queridas e importantes. Eu estou apenas LAMENTANDO o fato de termos como feminismo, misoginia e afins estarem tão banalizados. LAMENTANDO como esse tipo de expressão perdeu a força e o significado original na boca de muitas pessoas que os usam para justificar as maiores imbecilidades.
        Se você entendeu meu comentário como “medinho”, então lamentável é sua falta de interpretação. Eu não vou deixar de falar o que eu acho por “medinho” de ser chamada de misógina ou o que seja, nem vou bater o pezinho pras resposta por não “saber ouvir o que não quer”. O que eu estou expressando aqui é apenas uma preocupação e incômodo (como já disse antes) com a banalização de certas expressões como o feminismo, um movimento super importante que teve seu nome totalmente deturpado, e a misoginia, que é uma coisa realmente séria e que deve ser combatida.

        • Interpretei como vitimismo por causa da forma como insistiu no “obrigam”.

          Que bom que você não se sente, de fato, obrigada a nada.

  • Acho que nunca concordei tanto com um texto do Somir. Se eu, mulher, já estou com o saco mais do que cheio das “feministas” nos obrigando a achar todo e qualquer corpo feminino bonito, imagino os homens.

  • Tem coisas que eu só sei que acontecem no mundo pelo Desfavor! E a cada dia me impressiono mais e mais com a capacidade que o ser humano tem de se descontrolar com coisas que não lhes dizem respeito. Primeiro foi uma suposta Vera Fischer toda cangaiada (era ela mesmo, no final das contas?) que causou “indignação” e agora isso! Com certeza o povo tá muito sem ocupação ou leva uma vida tão de merda que prefere se importar com os outros a olhar pra si próprio na frente do espelho e só encontrar um(a) imenso(a) fracassado(a).

    O ponto fundamental do texto tá logo no início: “E numa sociedade onde se incentiva que todo mundo acredite que suas opiniões são importantes…”. “Tenho vergonha de emitir opiniões sobre mim mesmo porque sou um(a) merda. Vou emitir opiniões sobre outros” diz o(a) fracassado(a). E como agora virou festa da jaca a soi disant “livre expressão”, dá nisso. Olha aí o Bonde das Maravilhas que não me deixa mentir!

  • “Os betas chorando porque as mulheres são interesseiras, as betas chorando porque os homens são superficiais. E ambos ignorando que enquanto não começarem a conhecer pessoas de verdade e lidar com as exigências e expectativas do “mercado dos relacionamentos”, vão continuar enxergando só esse mundo de fantasia onde ficar sentado num sofá reclamando da vida é uma forma válida de se relacionar com outros seres humanos.”

    Você tem toda razão. Esse feminismo mimimi convence muitas meninas de que quem não as acha atraente está “errado” e é filhote alienado do patriarcado. Assim como muitos meninos são burros o bastante para acreditar de verdade que toda mulher (por mais dinheiro que ganhem em suas carreiras, sozinhas, sem precisar de homem) só se casam e só se relacionam com homens que tenham dinheiro e poder. Eu, por exemplo, e muitas outras, quero dinheiro e poder. Não quero ser sombra de um homem que tem dinheiro e poder. Os babaquinhas, os mascus, os que acreditam em “friendzone” e em divisão de mundo entre alfas e betas (ou que dá pra pagar pra ser um alfa) não entendem nada de desejo. Nem do deles mesmos.

    Um tema que me irrita no feminismo é depilação. Depilação NÃO é um tema, porra! Faz quem quer, não faz quem não quer, acha atraente quem acha atraente, fim da história. Tema feminista são as meninas nordestinas que não tem outra opção na vida a não ser serem prostitutas a partir dos 9 anos, empurradas pela família e pelo silêncio dos covardes. Tema feminista é o crescimento da violência doméstica, apesar de termos uma das melhores leis teóricas do mundo, que é a Maria da Penha. Tema feminista é a legalização do aborto, a equiparação salarial, a licença maternidade, a licença paternidade… qualquer coisa MENOS depilação, ou discussão inútil se quem sente atração por gorda está certo ou errado.

    Outra coisa absolutamente irritante é guerrinha por “protagonismo”. O que prova que todo mundo (machistas babões inclusos) só querem mesmo aparecer e parecer “importantes”. Mais fácil entrar em guerra contra a marca de cerveja que colocou mulher pelada do que falar de prostituição infantil no Norte e no Nordeste. O que dá mais like?
    O feminismo de Internet é uma piada triste no mundo inteiro. Se eu contar as brigas internas que presenciei, vão dizer que estou exagerando. Infelizmente não estou. Corremos, sim, o risco de surgirem cada vez mais meninas tão babaquinhas quanto esses meninos dementes que acham que podem depositar amizade e atenção e precisam receber de volta sexo, desejo ou afeto.

  • (…) para dizer agora vai começar a notar as fêmeas beta

    Sim, com esta classificação !

    Mundo da vez mais “Gama” (de radioativo mesmo)…

  • Qualquer ser humano que tenha mais de anos sente o que é atraente. É uma questão de pele, de desejo muitas vezes proibido (o genro atrevido, o marido da amiga, um homem que faz o casado conservador tremer…)

    E qualquer ser humano que tenha mais ou menos anos sabe se o desejo que sente é CONVENIENTE ou não. As vezes a menina está atraída pelo gordinho da sala, mas ela sabe que não vai fazer bem para sua “imagem” entre as colegas. É o mesmo em relação ao menino que gosta de uma menina bem comum, mas que, se conseguir a popular, vai ser venerado pelos amigos.

    Depois da adolescência vem mais adolescência. E o resto da vida as pessoas vão brigar com o desejo genuíno e nem sempre politicamente correto que brota teimosamente nelas e o que é “conveniente”. Hoje, pode dar status namorar uma Gabourey, assim como pode dar status namorar uma famosa… Tudo depende do contexto e não do desejo.

    Não são poucos os gays que se trancam no armário porque é socialmente mais fácil não ser gay. Não são poucos os que se casam com pessoas bem mais velhas ou pouco atraentes em troca de dinheiro ou outra coisa qualquer. O desejo não se discute, mas não é ele que nos move. E não é ele que a maioria de nós chama de “amor”

    Um amigo meu, jornalista, me contou que entrevistou um jogador de futebol famoso que confessou preferir mulheres negras ou muito morenas, com corpão e bunda grande, mas que só namorava mulheres loiras, de preferência modelos bem magras.

    Questionado, explicou, com outras palavras, que as modelos loiras são uma prova de que ele evoluiu na vida, ganhou dinheiro, ganhou fama… Enfim, são o termômetro do seu sucesso e de sua popularidade. Mas, que quando ia trair a namorada, sempre escolhia prostitutas negras “com o rabo bem grande”. Ele pediu ao meu amigo para não publicar isso. Pediu para publicar que ele “gosta é de mulher, não importa a cor do cabelo”. Mas na hora de escolher quem ia namorar e apresentar para a imprensa eram só loiras. E é assim até hoje.

    É por isso que os “politicamente incorretos” que acham que arrasam apontando o óbvio são igualmente manipulados por não perceberem que entre o que sentimos e o que falamos e entre o que falamos e agimos há abismos de distância. Não há inocentes.

    • * Quis dizer “qualquer ser humano com mais de 14 anos.” Os meus números estavam sendo trollados pelo teclado e não apareceram quando digitados”

  • Quem realmente acredita na sinceridade dos elogia públicos que são recompensados socialmente merece se foder com a realidade.

    É muita inocência e muito amadorismo acreditar que quem usa milhões de filtros para as próprias fotos e escolhe cuidadosamente as frases de efeito de autores famosos para usar como legenda é sincero em algumas coisa. Quem mente pra si mesmo, quem compra autoajuda, quem quer likes, nem que quisesse seria genuinamente honesto.

    É também um bobinho ou uma tolinha quem se considera corajoso ou fodão por dizer que o rei está nu. Foi igualmente manipulado para soltar sua sincera e previsível opinião corajosona ou sincerona “politicamente incorreta” de que a cena da “Gorda” é horrível. Como é que ia ter polêmica sem a ajuda deles???

    Se for uma pessoa pública, então, vai acabar tendo que pedir desculpas públicas de joelhos ou dizer que “foi só a minha opinião”.

    É isso, bestas. Nossa opinião gira a roda das polêmicas, não importa o lado em que você pensa que pensou sozinho que está…

  • Eu vi essa “polêmica” como algo cuidadosamente pensado e armado para ser uma polêmica.

    Acredito que quem escreveu a cena o fez torcendo para a previsível reação das redes sociais acontecer: queriam as críticas, queriam as ofensas e queriam as defensoras da atriz fazendo barulho no mundo todo em torno do tema e chamando audiência e patrocinadores “do bem” para a série dela.

    A parte do “jatinho” deveria ser um indício do quanto ela está faturando com esse tipo de papel. Não precisa emagrecer para se destacar, exatamente porque esse tipo de polêmica gera lucro para quem a explora neste contexto em que estamos. Faz anos que ela ganha elogios e mais elogios, dinheiro, fama, prêmios e indicações, interpretando o mesmíssimo papel!

    Ser vítima de preconceito pela aparência está em alta no mercado em que ela está. Enquanto os dois lados brigam (de forma grosseiramente previsível) na Internet, como se estivessem seguindo um roteiro amarradinho e óbvio, a série fatura com a polêmica e ainda sai como “inovadora e revolucionária.”

    • Marina, não poderia concordar mais com alguém.

      E tem outra Somir: lembra quando num texto (meio devaneio) você disse que se o preço para que todos se sintam bem e se aceitem for esse, que você talvez estaria disposto a pagar? Então. Essa é a tirania da internet.
      Se elogia o belo, você é manipulado, se elogia o grotesco, é paladino do bem. Se aponta o grotesco, é manipulado, se critica o obviamente belo, também. E se, mesmo assim, você fizer algo diferente, vai ser criticado, porque uma nova minoria vai gritar e vai fazer barulho no seu ouvido.
      Posta e comenta só foto de gato, assim vc tem menos aborrecimento.

      • Diana,

        Os politicamente incorretos precisam ter a consciência de que também são manipulados e que também alimentam a engrenagem da polêmica, que atualmente não funcionaria sem eles. Diante disso, basta escolher o que fazer.

        Eu acho que a saída é as pessoas se ofenderem menos com críticas (faz parte!) ou pararem de expor sua opinião abertamente.

        Mas talvez você tenha razão: Podemos postar apenas fotos de gatinhos fofinhos e lindinhos mesmo. Gatinhos fazem bem pra alma…

        • Olha Marina, eu infelizmente já estou optando pela 2ª opção já faz tempo: não exponho minha opinião sincera para qualquer pessoa em qualquer lugar.
          Já me prejudiquei muito por isso, hoje em dia, prefiro evitar a fadiga.

          Esse pessoal quer pedir respeito sem se amar, sem ligar o foda-se. Se sabe que está fora dos padrões e se acha linda, pra quer mendigar like? Não ferra, né… meu saco pra essas coisas estourou.

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