As três alunas de uma universidade particular de Bauru, no interior de São Paulo, que gravaram um vídeo debochando de uma colega de turma por ela ter mais de 40 anos, podem responder na Justiça pelo episódio. As imagens viralizaram e despertaram críticas nas redes sociais. LINK


As meninas foram babacas sim, mas já deu, né? Crime? Desfavor da Semana.

SALLY

Hoje temos uma verdadeira Matriosca de desfavores. Tal qual a boneca russa, você olha de perto e vê que tem mais um dentro do que já havia visto, e outro dentro do outro… um amontoado de desfavores em mais uma daquelas situações em que está todo mundo errado.

As três mocinhas que gravaram o vídeo sem dúvida foram deselegantes, mas é só isso: juventude falando merda. Disseram que uma aluna de 40 anos não deveria estar na faculdade, deveria estar aposentada. Quem dera com 40 anos a gente pudesse se aposentar…

Elas gravaram este vídeo voluntariamente, mostrando a cara e o postaram voluntariamente em redes sociais, ou seja, elas sequer pareciam ter a noção de que isso é algo reprovável. Isso gera um duplo choque: o de alguém pensar assim e o dessa pessoa sequer perceber que é um pensamento socialmente reprovável e que, se pensado, não deve ser dito em público.

Obviamente meio mundo viu nesse erro uma oportunidade de desfilar virtude e começou o linchamento virtual das mocinhas. Em tese, é para “educar”, mas na prática é mais do mesmo: que o outro seja uma bosta faz a pessoa se sentir menos pior. Parece que atualmente o brasileiro constrói sua autoestima batendo em outras pessoas.

A coisa escalou e agora está se falando até em crime. Já falamos aqui tantas vezes sobre direito penal ser “ultima ratio” que acho que nem precisa repetir, todo leito do Desfavor já é quase um criminalista. Crime é sacanagem. Isso pode ser tudo, menos um crime. “Ah mas tem como enquadrar”. Tem, tem sim. Mas deve ser feito? Parece razoável fazer? Vai ser bom para sociedade? Não tem outra forma de lidar com a questão? Repito: dizer que isso é crime é insano.

Primeiro pelo excesso, uma fala de péssimo gosto não pode ser colocada no mesmo saco de um homicídio, de um estupro, nem mesmo de um crime contra a honra. Segundo pela desproporção no contexto: Bolsonaro não está respondendo por crime, coach que ameaça meter bala em humorista não está respondendo por crime… faz sentido que 3 meninas que opinaram que a colega é muito velha para estar na faculdade respondam por um crime?

Nem ao menos faz sentido todo o linchamento que estão sofrendo. Desistiram do curso. Seus nomes e rostos estão por todos os lados. As pessoas têm mesmo a memória muito curta (ou seletiva), né? Se tivessem gravado coisas que eu disse quanto tinha 18 anos eu também seria severamente cancelada. Todos nós. O jovem tem o sagrado direito de ser idiota.

“Então quer dizer que tem que ouvir calado e não fazer nada?”. Não. Se essas são as duas únicas opções que cruzam sua mente (não fazer nada x linchamento virtual), sugiro que procure terapia. Muita coisa pode ser feita, mas de forma construtiva, não destrutiva. Acreditem, ninguém ganha nada com o caminho que esse caso tomou.

Inclusive, um parágrafo para falar da vítima: está se incomodando demais. Adultinho se abalar por algo que um jovem falou? Tá faltando autoestima, preparo e equilíbrio emocional, não é mesmo? Onde já se viu um adulto se abalar com o que desconhecido fala, ainda mais se for jovem? Terapia para ela também.

A mídia, como sempre, apagando incêndio com gasolina. Em busca de cliques, likes e visualizações inflaram a polêmica muito mais do que deveriam. E ainda escreveram merda: acusaram as meninas de “velhofobia”. Quer dizer que estão chamando a moça de velha? O tempo todo sugerindo a criminalização das falas, que desfavor, que escroto alimentarem essa caça às bruxas.

Teve até delegada “explicando os crimes cometidos”, dizendo que o que as mocinhas falaram pode ser considerado crime de injúria, difamação e violência psicológica. Dá desespero de ver nas mãos de quem está o Brasil.

Parem de banalizar crimes com intuito de “educar”, crime não educa, crime pune. Antes de punir tem que educar de outra forma. Que bem faria a estas meninas e à sociedade uma condenação criminal?

Temos ainda as pessoas que se ofendem junto com a vítima. Eu estou na faixa etária citada pelas mocinhas, mas a fala não me incomoda. Por um motivo muito simples: não doeu, pois eu não me identifiquei com essa fala. Não é o insulto da outra pessoa o que dói, é a parte da sua mente que concorda com esse insulto o que te causa dor. Então, se doeu em você, não culpe o mensageiro, procure dentro de você o que há de mal resolvido que provocou essa dor.

E por fim, temos as pessoas que te acusam de estar de acordo com essas mocinhas se você não parte para cima delas em completa histeria punitiva: “quer dizer que você concorda com elas?”, sempre seguido da babaca expressão “passar pano”. Não, não quer dizer isso. Discordar de uma punição não quer dizer concordar com ato, minha nossa senhora da bicicletinha, quando foi que as pessoas se tornaram tão limitadas?

O jovem tem que crescer com permissão para falar merda. Todos nós tivemos. Não digo que sem consequências, pois tudo na vida tem uma consequência, mas sem que isso seja um crime. Vocês querem viver em um país onde a juventude tenha medo de falar as merdas que pensa?

É só ouvindo as merdas que juventude pensa que podemos conversar, dialogar e apontar os erros – e assim, corrigi-los. Um erro em silêncio se perpetra no tempo. Um erro que é trazido à luz pode ser corrigido. Nenhum de nós é perfeito, nenhum de nós passou pela vida sem falar merda, com que direito estão fazendo essa cruzada, perseguindo essas mocinhas com tochas?

Vou te dar um conselho para a vida: aprenda a perdoar as pessoas em vez de reagir com raiva a falas injustas, pois cedo ou tarde, você vai precisar do perdão delas também. As pessoas que a gente encontra quando está subindo são as mesmas que a gente encontra quando está descendo. Seja generoso com o erro alheio, um dia você vai precisar que os outros sejam generosos com o seu erro também.

Se você sentiu raiva dessas meninas por causa dessa fala e sentiu a tentação de se juntar aos linchadores e pedir que elas sejam responsabilizadas criminalmente, respire fundo, pense novamente e seja melhor. Um dia o erro pode ser seu e você pode ser injustamente vilanizado dessa forma desproporcional. Não é saudável alimentar essa sanha punitiva, ela prejudica a todos nós, cria uma sociedade injusta e regida pelo medo.

Brasil, vocês têm trocentos criminosos barra pesadíssima soltos, impunes, até mesmo admirados. Não seria o caso de colocarem o foco na punição deles? Faz sentido tanta gritaria e comoção por uma fala idiota de três idiotas? Vocês não estão com as prioridades um pouco distorcidas?

A ofensa está na cabeça do ofendido. Parem com caça às bruxas.

Para dizer que eu deveria me aposentar (quem dera eu pudesse), para dizer que eu estou velha (desejo que você chegue na minha idade com a minha saúde física e mental) ou ainda para dizer que o importante é fazer o outro parecer muito errado para as pessoas não olharem para os seus erros: sally@desfavor.com

SOMIR

É possível achar que uma pessoa disse uma coisa cretina e não querer que ela sofra terrivelmente por isso. E não tem nada a ver com concordar com a pessoa, é simplesmente uma questão de razoabilidade: existem vários níveis de comportamentos reprováveis nesse mundo, por isso faz todo sentido que existam vários níveis de punição por esses comportamentos.

Dar um soco numa pessoa é diferente de dar um tiro numa pessoa. A pena para quem comete esses crimes é diferente por motivos óbvios. Mesmo que eu tenha uma putez enorme com gente que parte para a violência sem ser em autodefesa, eu compreendo que a pessoa do soco fez algo menos perigoso.

E aposto que você também. Aposto que se perguntarmos para todo mundo o que é pior, todo mundo vai responder que o tiro é pior que o soco. É tão lógico que atravessa qualquer barreira cultural e social. Mas quando a coisa não é baseada na ancestral violência física, parece que muita gente perde essa capacidade de entender a diferença entre a gravidade dos atos.

Quando eu vi o vídeo, revirei os olhos. Jovens dizendo bobagens. Aquela mentalidade típica do final da adolescência e começo da vida adulta… a certeza que já entendeu o mundo. Certeza que nós que já passamos dessa fase sabemos que vai terminar num doloroso choque de realidade. A arrogância da juventude é parte integrante do amadurecimento futuro.

Digo com muito orgulho que o Somir de seus vinte e poucos anos era um imbecil comparado com o Somir atual. Isso tem que acontecer, temos que evoluir com o passar dos anos. Até por isso, por mais que a fala das meninas do vídeo seja irritante, basta olhar um pouco para dentro e perceber que elas provavelmente ainda vão se arrepender sozinhas de terem falado isso. Ou, se não se arrependerem e continuarem sendo babacas a vida toda, vai ter um custo do mesmo jeito.

Sim, é saudável dar uma bronca nelas, fazerem elas se sentirem mal por terem dito isso sobre uma mulher que estava na dela, mas o potencial destrutivo do que elas fizeram não é muito grande. Aliás, num mundo de pessoas saudáveis mentalmente, não deveria ter potencial destrutivo nenhum. Foi um soco no vento.

Mas não é que as pessoas provaram que não tem noção de gravidade quando são palavras e não violência física? Porque o drama aumentou e aumentou sem parar. As meninas foram expostas para o país todo, canceladas de forma cruel, a mulher que foi vítima dos comentários idiotas se sentiu “obrigada” a sofrer muito. Pela reação, parece que as meninas sugeriram que ela fosse enviada para um campo de concentração…

E isso não é um problema só porque as pessoas estão muito sensíveis a palavras aleatórias, é também um problema sério de recuperação da pessoa babaca na sociedade. Explico: todo mundo erra, todo mundo diz coisas idiotas, não tem como imaginar uma sociedade onde isso nunca acontece. O que podemos fazer para melhorar o mundo é ter formas de evitar que os erros se repitam.

O sistema carcerário brasileiro já está perdido porque ele só pune sem dar alternativas para o presidiário: ou entra para uma facção criminosa e passa menos sufoco ou não entra e passa muito sufoco. Não tem caminho simples para escapar do terror. O que parece que está acontecendo no ambiente cultural brasileiro é algo muito próximo disso: não existe projeto de ressocialização, apenas de punição.

Gente histérica dizendo que é FOBIA de pessoas mais velhas – a palavra fobia já não tem mais significado – e querendo punições gravíssimas para 3 meninas idiotas. A mídia agindo como agitadora de turba enfurecida, descrevendo como é um preconceito horrível e até como isso pode ser tratado como crime. A rede social com suas tochas e forquilhas, querendo destruir as criminosas de todas as formas.

Não sei se vocês perceberam, mas mais e mais gente começou a se filiar ao “PCC cultural”, uma regressão ao conservadorismo ideológico que parece ser o único lugar onde ainda existe alguma chance de proteção contra a histeria punitiva do politicamente correto. Pudera: se vai falar algo escroto, diga que odeia os comunistas e que Jesus está te guiando também, porque pelo menos a facção vai te defender.

Está ficando cada vez mais difícil se manter fora da guerra cultural sem um exército para chamar de seu. Talvez pouca gente consiga articular o pensamento dessa forma, mas muitos sentiram e se adaptaram a isso: dobrando a aposta em cada absurdo que pensam e dizem para se parecerem mais com o “soldado ideal” de cada um dos lados.

Se te pegarem vacilando sozinho, é cancelamento histérico e político safado inventando lei inútil para te ferrar ainda mais. E sim, estou falando dos dois lados, para cada maluco que quer transformar sexo em raça de um lado, tem outro maluco querendo implantar cura gay oficialmente. O cidadão médio vai ficando sem ter muita opção senão escolher um lado para se proteger de linchamentos aleatórios.

As meninas do vídeo falaram uma besteira, mas não passa muito disso. Se a sociedade tivesse oferecido um caminho de volta simples ao bom senso, elas teriam pegado ele, quase certeza. A faculdade poderia ter feito algo como chamar as três para conversar com a aluna mais velha, e feito a mulher contar para elas o que sentia. Podia ser filmado, podiam fazê-las chorarem juntas, pedirem desculpas, ficarem amigas (mesmo que fosse meio falsidade para as câmeras). Pronto. Ensinaria uma lição, daria um caminho de volta para as meninas, evitaria uma reação emocional pesada na mulher (que francamente, tem mais de 40 e deveria ter no máximo rido das meninas, mas não espero mais maturidade de brasileiro).

Ao invés disso, aconteceu esse show de horrores. Só fez o pessoal de um lado cismar ainda mais que cancelamento é o caminho, só fez o pessoal do outro achar que a tal de justiça social é coisa de maluco… e as meninas, sei lá… fodam-se elas.

Não estamos aqui para construir nada, isso aqui é Brasil. Parece que esse povo gosta da ideia de aumentar o tamanho do PCC, o dos presos e o cultural e vai levar isso até tudo pegar fogo.

Para dizer que achou que o tema seria sobre os ataques no Nordeste (de certa forma é), para dizer que elas se ferraram mais por serem brancas, ou mesmo para dizer que o jovem tem que acabar: somir@desfavor.com

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Comments (14)

  • Concordo super que fazer disso um crime digno de cadeia é desproporcional e chega a ser algo sem noção. Fui vítima de bullying na escola, e o máximo que eu pretendia de punição pros meus assediadores juvenis era uma bela de uma advertência e suspensão em caso de insistência – normas do próprio colégio, diga-se. Nunca pensei que fosse razoável que alguém que insistisse em me perseguir com palavreado grosseiro fosse pra cadeia, até porque eu resolvia parte disso “na mão” (sim, eu batia nos meninos pra “descontar”, pois achava que assim me respeitariam mais – o que deu uma aliviada no problema, rs). Nada disso impediu que eu tirasse notas muito boas e que estivesse entre os “primeiros da turma”, algo do que muito me orgulho. Eu venci, afinal, assim penso…

    Agora: elas desistiram do curso mais por não querer sentir de perto as consequências dos próprios atos, já que a própria faculdade já tinha tomado medidas cabíveis pra esta situação (provavelmente algo como uma suspensão). Não quiseram encarar isso aí, aí desistiram do curso (não poderão fazer isso pra sempre em todos os problemas, em algum momento, terão que retomar os estudos, ou na mesma faculdade ou em outra). Mais uma da série “patricinhas que aprontam e não querem enfrentar as consequências do que fizeram). O que não justifica esse festival de linchamento virtual com direito a ameaça de morte, como vem sofrendo, ânsia de colocar as meninas na cadeia, etc. Para situações assim, existem as consequências naturais dos atos, não é preciso exagerar na mão como estão fazendo.

  • redes sociais foram um erro, mesmo que ainda possam ser usadas pra coisas boas, potencializaram a tara que o cidadão médio tem por fiscalizar e linchar os outros

    e pra piorar, tem likes pra validação de indivíduos escrotos, esquisitos, bizarros, até psicopatas, todo tipo de indivíduo que em outros tempos sofreria um belo bullying até virar gente

    a solução seria que também tivesse deslikes do lado dos likes, pra pessoa se ligar que está falando merda, já que por uma tela é impossível quebrar os dentes da pessoa

  • Muito desse pessoal espumando e pedindo a cabeça das moças são as “pessoas empatia”. Nas redes sociais pedem “mais empatia pufavô” mas num caso assim procuram até os familiares das moças pra fazer ameaças. Oq a família tem a ver com a merda que foi dita?
    Essa gente não quer pedido de desculpas, não quer redenção, nem dar segundas chances. Eles querem sangue, destruição e poder pisar em alguém que já está por baixo.

  • As pessoas estão perdendo a noção de tamanho e de proporção das coisas! Tanto em matéria de se fazer cagada quanto em se tratando de apontar o erro dos outros e exigir punição.

  • Se te pegarem vacilando sozinho, é cancelamento histérico e político safado inventando lei inútil para te ferrar ainda mais.
    MC Pipokinha que o diga. Está com a carreira indo ladeira abaixo justo por conta da combinação tóxica entre indústria do factoide e cancelamento virtual pesando contra ela. Não que ela fosse exemplo de nada, mas ela já estava começando as próprias patadas saindo do script padrão que a turma lacradora tenta expor como doutrina e os canceladores de plantão não iriam querer que se surgisse pela voz da MC uma nova Rachel Sheherazade.

  • O sistema carcerário brasileiro já está perdido porque ele só pune sem dar alternativas para o presidiário: ou entra para uma facção criminosa e passa menos sufoco ou não entra e passa muito sufoco. Não tem caminho simples para escapar do terror. O que parece que está acontecendo no ambiente cultural brasileiro é algo muito próximo disso: não existe projeto de ressocialização, apenas de punição.

    Elize Matsunaga que o diga. Teve que falsear documentação usando do nome de solteira para poder tentar a sorte para uma vaga de emprego pra tentar ganhar a vida honesta sob condicional e por conta disso, de volta pra cadeia. OK! Nos Estados Unidos ela estaria em prisão perpétua sem nem ter oportunidade de condicional ou até com pena de morte pesando contra ela, mas aqui não é lá, de onde o brasileiro médio importa as merdas tanto progressistas quanto reacionárias.

  • Parem de banalizar crimes com intuito de “educar”, crime não educa, crime pune. Antes de punir tem que educar de outra forma. Que bem faria a estas meninas e à sociedade uma condenação criminal?

    Considerando que não faz muito tempo que educar na visão do brasileiro médio era basicamente espancar o filho pra que ele não fizesse algo que o tirasse de sua zona de conforto, isso não é lá uma grande surpresa.

  • Tem aluna dando calote em geral, aluna sendo drogada, estuprada e morta em calourada, índices preocupantes de ideação suicida entre universitários, um ensino que está uma perfeitíssima bosta, mas as três patetas monarkando que ganham holofotes.

    Prioridades do brasileiro médio, né?

    • Quanto a aluna que deu golpe em geral, sei bem… Algumas semanas atrás saiu a notícia dela desfalcando as contas da formatura e de quebra ainda foi fazer lavagem de dinheiro usando loteria pra tal fim e não foi desfalque pequeno e sim na casa do milhão de reais.
      Quanto a morta na calourada, vi agora. Foi tenso o bagulho e pensar que é no Piauí (um dos rincões onde o faz o L dominou) faz pensar se o pretenso progressismo dessa turminha dita de esquerda não é só fachada.
      E quanto a essa presepada das fulanas, bem… Tocaram o terror nas mesmas, mas como elas são de famílias com situação socioeconômica relativamente privilegiada, a possibilidade delas se mandarem pro exterior está em aberto e até seria bom… Pra elas saírem quando tiverem condições para tanto e quebrarem a cara na vida.
      Já quanto ao pretenso etarismo que a turba linchadora veio querer combater, bem… Vai continuar lá nas conversas de bastidores entre as pessoas que tem posição privilegiada o suficiente para empregar alguém por aqui.

  • “Isso gera um duplo choque: o de alguém pensar assim e o dessa pessoa sequer perceber que é um pensamento socialmente reprovável e que, se pensado, não deve ser dito em público.”
    O ser humano médio fica cada vez mais autista ou é impressão minha?

    • Comentar isso lá em anos 80 ou 90 seria piada de tiozão, mas hoje em dia os egos se doem todos e claro que as hordas com linchamento virtual se formam facilmente.
      Mas tem um fundo ai. Quem de fato faz discriminação com base em raça, sexo ou idade por exemplo está buscando na medida do possível fazer isso nas entrelinhas justamente pra não ter uma turba de linchadores tocando o terror pra cima do mesmo.

    • Isso se chama efeito bolha de redes sociais. A pessoa vive numa câmara de eco onde pode dizer tudo e ninguém vai ousar dar um contraponto. Dia sim, dia também, a pessoa vive imersa em uma comunidade hermética, onde pode escalar o discurso sem medo, porque ali ninguém discorda dela. E ninguém vai dizer que seu pensamento é absurdo ou inadequado.

      O que leva a pessoa a perceber apenas da pior forma que a realidade lá fora não é a comunidade de rede social.

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