Canalhice histórica.

O Desfavor não é anarcocapitalista, mas não deixa de perceber os erros terríveis que governos podem cometer, seja lá a motivação. Tendo isso em mente, Sally e Somir discutem quais dos erros históricos foram mais graves, curiosamente focando no mesmo governo. Os impopulares votam, fazendo diferença ou não.

Tema de hoje: qual foi a maior canalhice histórica de um governo?

SOMIR

Quando eu penso em canalhices históricas realizadas por governos, eu automaticamente penso em Trofim Lysenko. Não é um nome que ficou muito conhecido para a história, mas cujas ideias provavelmente mataram mais humanos que qualquer outro genocida até hoje. Dependendo da fonte que você pesquisa, o número de vítimas dele alcança mais de cem milhões de pessoas. Se existe um inferno, Hitler está lá batendo continência para Lysenko.

Mas é claro, uma pessoa não consegue fazer tanto estrago sem uma máquina estatal ao seu dispor. O azar dessas milhões de pessoas é que o biólogo e agrônomo ucraniano tinha um fã muito poderoso: Stalin. E Stalin tinha outro fã em Mao. Ambos os ditadores comunistas empurraram suas teorias bizarras sobre agricultura goela abaixo dos seus povos, e com isso causaram fomes generalizadas.

Lysenko cismou que as plantas eram… gente. Na cabeça dele, plantas precisavam se esforçar para ficar mais fortes e precisavam de uma comunidade muito próxima para se desenvolver com o máximo do seu potencial. Seus tratados sobre agricultura diziam para plantar em buracos muito fundos e extremamente apertadas contra outras sementes da mesma espécie. Obviamente tinha algo político nisso, percebam que essa história de esforço e proximidade tinham conexão com a propaganda comunista vigente na época.

Num mundo razoável, todos teriam percebido que na prática aquilo não funcionava, e pior: reduzia imensamente a produtividade das plantações. Era só comparar o jeito que as pessoas experientes em agricultura faziam e o jeito que Lysenko defendia, ver qual produzia mais alimentos e pronto, estava tudo resolvido.

Mas não era um mundo razoável, era a União Soviética de Stalin. Lysenko encheu os olhos dos oficiais com sua ideologia comunista pura. E com isso foi subindo nos ranques do partido comunista até ter sua chance de encantar o líder. Stalin decidiu que Lysenko tinha uma visão tão positiva do comunismo que o colocou como ministro da Agricultura.

As pessoas com mais de dois neurônios ali reclamaram? Claro. Mas eventualmente todas acabavam acusadas de traidoras do comunismo por discordarem de Lysenko. Puxando todos os sacos certos e provavelmente usando seu cargo para ajudar os camaradas, o agrônomo erguido ao status de chefe da agricultura soviética tornou-se intocável.

Seus detratores todos expulsos do partido ou exilados, afinal, ele conseguia fazer com que os oficiais do partido vissem qualquer crítica à ideia de “biologia comunista” de Lysenko como um ataque direto à ideologia comunista com um todo. E eventualmente as pessoas pararam de se rebelar contra as ideias malucas dele.

E quando elas foram para o campo, adivinha o que aconteceu? Fracassos imensos na produção de alimentos e fome generalizada. Milhões de mortos só na Ucrânia, sua terra natal. Bom, depois da prova do erro não tinham mais como mantê-lo no poder, certo? Errado. A culpa era da má-vontade dos trabalhadores e é claro, sabotagem dos capitalistas.

A União Soviética só não morreu de fome porque criou-se todo um sistema de propaganda para dizer que Lysenko tinha achado a solução perfeita para aumentar a produção, mas na prática as pessoas voltaram a plantar da forma como sempre plantaram. A canalhice do governo vai longe: primeiro deixam um maluco forçar milhares de agricultores a perder suas plantações por uma ideologia impossível de funcionar, e quando descobrem que não funcionou, abafam o problema, voltam a fazer do jeito certo e mentem que estão usando os métodos de Lysenko.

Tudo para não dar uma “vitória” para os capitalistas, vulgo todo mundo que tinha dez minutos de experiência com agricultura e sabia que as ideias de Lysenko eram ridículas de ruins. Já seria feio o suficiente ter matado milhões de fome teimando com algo obviamente errado por motivos ideológicos e coleguismo, e ainda pior com a mentira para esconder tudo isso, botando a culpa nas vítimas.

Mas não foi o suficiente. Tinha mais. Mao Tsé-Tung era notoriamente ignorante e orgulhoso disso, o ditador chinês teve muitas das ideias mais estúpidas da história dos governos, mas nesse caso, o governo russo pode ser culpado por uma delas: ouvindo a propaganda comunista que os métodos de Lysenko eram um enorme sucesso, Mao pediu ajuda aos soviéticos para implantar o mesmo sistema por lá.

Deveriam ter contado para os chineses que não funcionava de verdade? Deveriam. Contaram? Não. O resultado foram mais milhões de mortes causadas por falhas catastróficas na produção de alimentos. Eventualmente os chineses descobriram como fazer os métodos dos soviéticos funcionarem: plantar do jeito normal e dizer para o oficial do partido comunista que fez do jeito que Lysenko mandou.

Canalhice não se mede só pelo número de mortes, não é por isso que estou colocando a saga maligna de Lysenko e o partido comunista aqui, é pela sequência de ideias bizarras sendo forçadas custe o que custar pra cima do povo por motivos de propaganda, e pela canalhice master de fazer outro país sofrer com o mesmo problema sabendo que ia dar muito errado.

Líderes ególatras, ideólogos doentes mentais, um bando de mentirosos tentando salvar o próprio emprego… e milhões e milhões de pessoas que morreram de fome por causa disso. Difícil ser mais canalha do que isso.

Para dizer que o Putin vai invadir a RID, para dizer que é tudo mentira dos capitalistas, ou mesmo para dizer que conhece isso de ideologia indo contra a ciência nos governos brasileiros: somir@desfavor.com

SALLY

Tema extremamente difícil: Qual foi a maior canalhice histórica de governos?

São muitos. Governos ferraram com o povo incontáveis vezes. Mas o que me parece mais grave foi a forma como a URSS tratou o acidente de Chernobyl, que, além de ser desumano com o povo de lá, colocou em risco toda a humanidade e a existência da nossa espécie no planeta.

Eu vou pular a parte do acidente ser evitável, do governo fechar os olhos para os defeitos, para os avisos, para as falhas, em nome de uma imagem de superpotência autossuficiente em energia. Vamos ignorar que o acidente só ocorreu por uma sucessão de erros grosseiros de procedimento de segurança que deveriam ter sido evitados. Vamos direto para o acidente.

Acidentes nucleares podem acontecer. O que será determinante para a forma como isso vai impactar as pessoas e o planeta é como os responsáveis lidarão com isso. O que se espera é que um governo conduza um acidente nuclear com seriedade, cautela e transparência. Infelizmente não é isso que costuma acontecer.

Não foi isso que aconteceu em Three Mile Island (EUA), não foi isso que aconteceu em Fukushima Daiichi (Japão), mas Chernobyl passou de todos os limites da canalhice, egoísmo e descaso. Sem dúvidas foi a ocasião na qual estivemos mais perto da extinção da vida no planeta por culpa do ser humano.

O fio condutor dessa canalhice foi tentar esconder o ocorrido (ou sua seriedade) para não passar uma imagem de erro, de fraqueza, de falha. E, em nome disso, sacrificaram muitas vidas humanas, impuseram um sofrimento indescritível a muita gente de forma desnecessária e colocaram o mundo todo em risco.

Para começo de conversa, mesmo sabendo que um reator havia explodido e jogado no ar substâncias radioativas, se recusaram a evacuar a área, alegando que tudo estava sob controle. Muitas pessoas que poderiam ter sido poupadas (bem como seus descendentes) morreram ou tiveram sequelas incapacitantes por causa disso. Vocês já viram o que acontece com uma pessoa intoxicada por radiação? Vou poupá-los e não descrever, mas é provavelmente a última morte que eu escolheria.

Havia simplesmente um rombo em um reator, cujo teto explodiu, e seu conteúdo estava jorrando no ar como um grande vulcão radioativo. Esse era o quadro. O mínimo do mínimo seria uma evacuação imediata em um raio do local, uma ordem para que o resto fique trancado dentro de casa (para evitar uma exposição maior) e um comunicado a autoridades internacionais para que o mundo todo possa unir esforços e decidir em conjunto o que fazer, afinal, um acidente desse tamanho, afeta a todos. Pois é, fizeram justamente o contrário.

Um acidente nuclear como esse, em uma usina com vários reatores, gera um sério risco de efeito em cadeia: há risco de outros reatores explodirem ou, do reator que explodiu derreter até que a substância radioativa penetre no solo ou lençóis freáticos, contaminando as águas. É preciso agir rápido, é preciso agir de forma certeira. Foi o que a URSS fez? Claro que não. Chegaram inclusive a piorar a situação, por um orgulho imbecil de não divulgar o acidente e colocar especialistas do mundo todo para trabalhar nele.

Em vez de especialistas, convocaram pessoas do povo para trabalhar como “voluntárias” no local do desastre assegurando que não havia qualquer perigo. Tomaram providências erradas que, por sorte (fofoca dos populares que estavam trabalhando no local), chegaram aos ouvidos de pessoas capacitadas, que interviram e fizeram de tudo para impedir que o plano original fosse levado adiante, pois ele provavelmente geraria outra explosão ainda pior e com consequências devastadoras.

Depois disso, o Governo poderia ter pensado “melhor juntar um time de cabeças pensantes”? Não. O Governo decidiu cortar toda a forma de comunicação com a cidade e proibiu que as pessoas designadas para trabalhar no local façam qualquer comentário com qualquer pessoa de fora. E continuaram mantendo a população no escuro, fingindo que nada havia acontecido.

Também mentiram para o resto do mundo. Em um primeiro momento, omitiram. Depois, quando a nuvem radioativa começou a chegar em outros países como Suécia e Inglaterra e estes questionaram abertamente se havia ocorrido um acidente nuclear, a URSS disse que não, não, por aqui tudo bem. Quando a radiação se espalhou de uma forma que não havia negativa possível, a URSS continuou negando e os países europeus divulgaram que existia um problema mesmo com a URSS negando.

Para fingir normalidade, a URSS decidiu não cancelar os desfiles de 1° de maio, poucos dias após o acidente e uma data muito popular no país (dia do trabalho). Com isso expôs milhares de pessoas à radiação sem que elas tenham a menor ideia do que estava acontecendo (vamos lembrar que a nuvem chegou à Inglaterra, dá uma olhada na distância e me diz se tinha como sair de forma segura).

Mulheres, crianças, idosos, gestantes… todos eles transitando, brincando na rua, se expondo à radiação sem saber disso, desde abril, desde a data do acidente. Mas o pior: por convocação do governo, todo tipo de pessoa saiu para marchar e participar das festividades sem saber o que estava acontecendo. Não é que eles apenas deixaram as pessoas seguir com suas vidas, eles ainda as incentivaram a sair.

A contenção do acidente também foi um completo desastre. O socorro demorou muito a chegar, pois as próprias autoridades locais tentaram esconder a seriedade do ocorrido. Pessoas foram mandadas para morrer, desde bombeiros até “voluntários” recrutados que, além de não estarem cientes dos riscos (disseram ser apenas um incêndio) não estavam usando qualquer tipo de proteção. Muitos chegaram a pegar destroços radioativos com as mãos.

A cidade, que ficava extremamente próxima à usina, demorou 36 horas para ser evacuada. Pessoas que poderiam ter sido expostas a penas uma hora de radiação passaram três dias inteiros tomando doses, muitas vezes letais, de forma desnecessária. E, mesmo evacuando, foram canalhas: para que as pessoas não demorem muito, foi dito aos moradores que não levem nada, pois seria uma evacuação por apenas três dias e depois todos retornariam a suas casas. Até hoje a cidade continua inabitável pela radiação e as pessoas evacuadas morreram ou adoeceram longe de suas casas. É provável que a evacuação dure mais de três séculos.

Ao mundo, a URSS dizia que estava tudo sob controle e que havia um plano seguro para contenção dos danos e para evitar que outros reatores explodissem. Não havia. Havia tentativa e erro. E foram muitos erros, uma demora que quase causou a maior tragédia nuclear que a humanidade já viu. Em alguns momentos específicos, por uma questão de minutos a coisa não caminhou para uma devastação de proporções mundiais.

Um exemplo: diziam que estavam usando robôs para recolher os destroços radioativos ejetados pelo reator. Na realidade, por causa dos altíssimos níveis de radiação (os medidores quebravam de tão alto que estava), os robôs simplesmente pararam de funcionar. Mas não foi desmentido. Eventualmente, acrescentaram que também usariam “bio-robôs”, sem dar maiores explicações.

Bio-robôs = seres humanos que foram obrigados a catar os destroços radiativos, se expondo a doses de radiação absurdamente altas. A recomendação era que uma pessoa entrasse uma única vez, por poucos segundos, para pegar um destroço, mas na realidade, todos entraram pelo menos 5 ou 6 vezes e ficaram além do tempo permitido. E não foram poucos. Segundo dados da OMS, para a limpeza total de Chernobyl, mais de 600 mil pessoas foram convocadas (= obrigadas) a trabalhar no local.

O impacto ambiental deste acidente equivale a 500 bombas como a que foi lançada em Hiroshima. A radiação afetou diversos países europeus. Não apenas o ar. A água também foi contaminada – e tudo que nela habita. Por exemplo, foram encontrados índices (papo técnico: bioacumulação de radioatividade) muito altos em peixes. Enquanto o normal seria até 1 000 Bq/kg, havia peixes com 100 mil Bq / kg de Bq/kg e isso perdura até hoje em alguns locais.

Quando a contaminação chega ao ar e à água, ela chega em tudo, inclusive na carne, no leite, nos vegetais. E a URSS continuou vendendo seus alimentos para o resto do mundo, misturados com os alimentos produzidos em partes seguras do país (se você é novo, a URSS era gigante, algumas partes não foram afetadas pela radiação) mesmo sabendo que estavam contaminados.

O governo soviético criou um mecanismo para tornar irrastreável a região da qual vinham os alimentos e jurava que eram seguros. E montavam o envio da seguinte forma vários sacos de alimentos seguros, alguns sacos de alimentos radioativos no meio e mais sacos de alimentos seguros embaixo, assim, com sorte, se alguém conferisse por amostragem só os de cima, não daria um nível alto de radiação. Mas, cedo ou tarde os países começaram a descobrir.

O próprio Brasil chegou a adquirir leite em pó e manteiga contaminados, nesse esquema de estarem misturados com alimentos bons. Um exame feito pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), indicou que toneladas de leite em pó e de outros alimentos (como carne, por exemplo), apresentavam um índice alarmante de radiação.

Especula-se que pela demora nas providências e pela incompetência na gestão da crise, Chernobyl foi, de todos os desastres nucleares, aquele que esteve mais próximo de gerar uma hecatombe nuclear gravíssima que poderia deixar quase metade do planeta inabitável. Durante toda a crise, por pelo menos três vezes o desastre não escalou para essas proporções por pura sorte.

Além disso o Governo mentiu para o próprio país e para o mundo, não apenas negando o acidente e sua seriedade, mas também vendendo comida contaminada. Ao não aceitar ajuda em momentos críticos de contenção de danos piorou a situação: imbecis que construíram uma usina nuclear com mais falhas do que pelo de cachorro sarnento certamente não são as pessoas mais indicadas para conter danos.

De tudo que a humanidade viveu até hoje em matéria de cagada humana, esta foi a vez que mais perto chegamos de uma tragédia de caráter global apta a dizimar metade da humanidade e comprometer a saúde e os recursos de toda a população. E o pior: poderia ter sido evitada. Na minha opinião não há nada mais grave do que isso.

Para dizer que a Rússia tá pedindo porrada faz tempo, para dizer que russo é brasileiro da neve ou ainda para dizer que agora está com medo de ter comido alimentos contaminados por radiação (tenha medo dos agrotóxicos que o Brasil usa, que são proibidos em outros países): sally@desfavor.com

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Comments (6)

  • Uma das coisas mais pitorescas, e que costuma ser especialmente comum em regimes comunistas/socialistas, é essa figura do chefe incompetente que se cerca de “yes men”. Designam um cara qualquer pra uma posição de liderança e gerência porque ele puxou os sacos certos, foda-se a capacitação; dão plenos poderes pra ele, acompanhados de um salário exorbitante mais toda sorte de regalias, que para manter, ele vai fazer de tudo pra parecer que sabe o que faz e está prestando um bom serviço ao supremo líder. Então se algum subordinado sugerir que os métodos dele não são eficientes, muda-se o subordinado. E se algum superior perguntar se está tudo bem, claro que está.

  • Não acho que os russos ou sejam o mal do mundo, portanto, dessa vez, discordo dos dois.

    Minha opinião está nas teocracias muçulmanas. Simplesmente negar direitos básicos às pessoas por causa da religião e isso ainda ser tolerado pelo mundo, não me desce.

    A URSS sempre foi vista como uma grande desgraça. Mesmo deixando de existir. O ódio ao comunismo e á Rússia já é comum. É bater em cachorro morto.

    Mas teocracias islâmicas, só não sei qual delas é a pior. Podem até financiar grupos terroristas, matar pessoas em público, e tá tudo bem, “é a cultura/revolução deles”. Não sofrem embargos, nada.

    • Além disso tem o bizarro posicionamento dos progressistas de primeiro mundo. Vá nas redes sociais, encontre qualquer feminista ferrenha que viva na América do Norte ou na Europa, daquelas que vivem gritando que lugar da mulher é onde ela quiser, e pergunte pra ela o que ela acha do modo com que as mulheres são tratadas no regime islâmico. Se a feminista vê uma mulher com pouca roupa num jogo de videogame, já sai cuspindo fogo, mas faz essa pergunta, e vai ouvir um monte de “veja bem”, “não é meu lugar de fala”, “é uma cultura diferente” e por aí vai.

  • “Eu vou pular a parte do acidente ser evitável, do governo fechar os olhos para os defeitos, para os avisos, para as falhas, em nome de uma imagem de superpotência autossuficiente em energia”.

    No lado da prevenção, quando a usina de Fukushima começou a funcionar, o diretor responsável (o mesmo que debelou a crise depois) recebeu um estudo tratando da possibilidade de uma onda de até 15 m atingir a usina no caso de um tsunami (de que a população só soube depois do acidente)…O coitado até começou a fazer um projeto para um muro que contivesse tal onda mas a rapidez necessária esbarrou em burocracias tais como a concessão de licenças ambientais, diante do ceticismo do governo (e da sua própria companhia) de que haveria uma onda desse tamanho algum dia.

    Nunca esqueço o dia em que o governo, alguns anos depois do acidente, tentou convencer que a água da região já estaria segura para consumo. Aí fizeram um assessor qualquer beber da água (tremendo de medo) para convencer os jornalistas…

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