Maldita piscina!

Este texto de hoje é bem fútil, entretanto, tem valor em função da vivência. O que você vai ler aqui, não se encontra em livros, em aulas ou em sabedoria popular. O que você vai ler aqui, provavelmente apenas eu e outra meia dúzia de pessoas vamos te dizer: se você não tiver dinheiro sobrando, não tenha uma piscina.

E não me refiro a uma piscina enorme, olímpica, ornamental. Não tenha nenhum tipo de piscina fixa no solo, que demande manutenção. No máximo aquelas de lona que você pode esvaziar, dobrar e guardar.

Normalmente, a pessoa só descobre o pesadelo que é ter uma piscina depois que já a tem, mais ou menos como acontece com filhos. Hoje eu estou aqui para quebrar essa maldição e te alertar de todos os custos materiais, emocionais e sociais que você pode enfrentar ao optar por esse desgraçamento cheio d’água.

Ouça o que eu vou te dizer agora, pois depois de gastar muito dinheiro colocando uma piscina você vai relutar mais em se livrar dela, a hora de ouvir estas verdades é quando você ainda não a colocou.

A primeira coisa que você tem que saber é que uma piscina ocupa mais espaço do que você imagina. Não é só o “buraco” da piscina, tem as bordas (que normalmente a cercam) e tem a zona molhada do seu entorno, ou seja, a zona à sua volta até onde a água alcança cada vez que alguém cai na piscina, cada vez que se espirra água ou cada vez que ela transborda. Sim, quando muitas pessoas entram na piscina, ela transborda uma quantidade considerável de água.

Isso significa que em toda essa área na qual frequentemente cai água, você não poderá colocar nada que estrague com água, inclusive plantas, por a água que vai respingar tem cloro e dificilmente uma planta sobrevive a regras diárias com cloro. Também não pode ter terra, pois vai fazer lama. Provavelmente você terá que colocar algum piso específico que suporte água ($$$).

Então, na hora de pensar a quantidade de terreno que uma piscina vai te inviabilizar, calcule, pelo menos, mais dois ou três palmos para a borda (que pode vir com a piscina ou você pode colocar) e meio metro de área que recebera regas de cloro diárias. E na hora de calcular o preço, calcule, além da piscina, muitos metros de piso tratado para suportar água, sol, chuva e o diabo.

Se você é um privilegiado e tem uma área enorme, tamanho não será problema. Mas calma, que este texto está apenas começando.

Quanto mais barata for a piscina, mais cara será sua manutenção.

Por exemplo, aquelas piscinas mais simples, de fibra de vidro, que são apenas uma grande banheira azul enterrada no chão, podem drenar seu orçamento de um jeito que você nem imagina. Como a maioria não possuí um sistema de circulação de água (um ralo e uma bomba que suguem e limpem a água), você vai precisar jogar muitos produtos para que essa “água parada” se mantenha minimamente limpa. Pastilhas de cloro, cloro granulado, algicida, clarificante e outros produtos, conforme a temperatura da sua cidade e o entorno da piscina.

O somatório de preço desses produtos varia muito conforme a qualidade, mas já te adianto que o gasto final é basicamente o mesmo: se você comprar produtos de qualidade inferior, terá que usar mais quantidade, portanto, mesmo sendo mais barato, terá que comprar em maior quantidade, o que nivela os preços. Quanto mais quente for o lugar no qual você vive, mais produtos e com mais frequência você vai usar. Acho que facilmente você gasta 500 reais por mês com todos eles.

Também será preciso passar aquele “aspirador” que limpa o fundo da piscina, onde se depositam sujeitas e impurezas. O que não excluí limpar as sujeiras e impurezas que boiam com aquela rede de limpeza, um enorme palito que tem uma bolsinha de rede na ponta, com a qual você recolhe folhas, animais mortos e outras coisas piores que sim, cedo ou tarde vão aparecer. Mais tempo e mais despesas.

O mais interessante é a frequência com a qual você terá que limpar sua piscina. Eu te digo qual é: maior do que a que você estimava. Se ela estiver em um quintal com plantas, árvores e terra, aí, querido leitor, é diariamente, pelo menos com a redinha.

Outro porém é o preço do aspirador de piscina. Você não vai gostar, tem, pelo menos 4 dígitos. E gasta energia que é uma desgraça, além de tudo aumenta sua conta de luz. Existe a opção de não comprar esse aspirador e chamar alguém para fazer o serviço ao menos uma vez por semana (quando estiver quente) ou uma vez a cada 15 dias (quando estiver frio), mas é chato ter que receber a pessoa, você acaba perdendo uma hora do seu dia, e também é um dreno de dinheiro.

Existe um motivo para piscina de fibra de vidro ser tão barata: é uma merda. É como aquelas impressoras baratinhas cujo cartucho de tinta custa o preço de um carro usado.

“Mas Sally, quando eu não estiver usando, no inverno, eu não posso deixá-la vazia, para economizar?”. Se você soubesse o trabalho que dá para esvaziar e o preço da bomba que faz isso… Mas, enfim, poder até pode, mas tem boas chances de ela rachar ou até se partir ao meio. Primeiro pela pressão que o solo exerce nela, que, vazia, é muito maior. Segundo pelo fato dela ressecar, o que pode levá-la a descascar, a rachar e a quebrar. Fora que, ao deixar vazia, acumula água de chuva e vira uma incubadora de doenças.

Deixar a piscina cheia e não tratar a água também não é uma opção. No mínimo vai ter que deixar aquele clorador flutuante com uma pastilha de cloro, jogar cloro granulado dia sim, dia não, algicida uma vez por semana e clarificante uma vez por semana. E não é um pouquinho não, é em quantidade generosa. Caso contrário sua piscina vai ficar um lodo e atrairá todo tipo de doença, inclusive mosquitos transmissores de doenças.

Talvez você esteja pensando que a solução é uma piscina que conte com um ralo e um sistema de bombeamento. Bem, por um lado facilita a sua vida, mas por outro…

O gasto de energia vai aumentar. E vai aumentar ruim, sua conta de luz não vai te agradar. Além disso, não excluí o fato de que tem que continuar limpando e jogando produtos. E a piscina fica muito mais cara quando tem esse bombeamento de água. E se você precisar fazer alguma manutenção nesse sistema, Deus te proteja, vai precisar remover a piscina ou quebrá-la.

Nem preciso dizer que, se você paga conta de água (algumas estão incluídas no valor do condomínio, aí você rateia a trolha com o resto) o valor também vai subir. E não é encher uma vez e pronto. Qualquer piscina que você limpe com o aspirador para remover as sujeiras do fundo perde água, pois ele funciona sugando água para fora da piscina. Sem contar que cada vez que pessoas mergulham parte da água sai, afinal, dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Então, é provável que pelo menos uma vez por semana você tenha que encher ao menos um pouco sua piscina.

A menos que você seja uma pessoa feliz, com paz e com uma vida digna, morando sozinho e sem receber ninguém, uma piscina precisa de proteção, pois outros seres com intelecto menos privilegiado como crianças, pets e bêbados podem cair nela, se machucar e até morrer. E, acredite, cobertura de piscina é um problema.

Tem gente que vive a vida à moda caralha e finca quatro tocos em volta e coloca uma rede amarrada neles cobrindo a piscina. Isso só serve se você estiver muito de saco cheio dos seus filhos e quiser realmente se livrar deles, pois vira uma armadilha para quem cai: afunda razoavelmente e não consegue nadar para sair, se embola na rede. Não faça isso. Não coloque redes, lonas ou qualquer coisa presa por estacas, as chances de acontecer uma tragédia são muitas. A menos, é claro, que você esteja muito de saco cheio, quem sou eu para julgar.

“Mas Sally, então como faço a proteção?”. Gastando mais dinheiro! Com grades em volta (ou vidro, ou qualquer barreira que os seres com intelecto menos privilegiado não consigam transpor) ou gastando mais dinheiro ainda, mandando fazer uma cobertura rígida retrátil, que tem como benefício te devolver uma parte do quintal, já que quando está fechada você pode caminhar por cima da piscina e usar essa área. O lado negativo é o preço: provavelmente custa mais do que a sua casa.

“Mas Sally, eu tenho cachorro, cachorro sabe nadar!”. Não, por favor não. Tem cachorro que não sabe nadar e que afunda que nem uma pedra! Não presuma que seu cachorro sabe nadar. Coloque ele na piscina com a sua supervisão, com você do lado de dentro, e veja se ele sabe nadar. Alguns até mexem as patinhas tentando nadar, mas não conseguem ficar com a cabeça para fora. Se vocês soubessem a quantidade de cachorros que morrem afogados todo ano…

E mesmo que pet saiba nadar, muitas vezes ele não sabe e/ou não consegue usar a escada para sair da piscina e acaba morrendo por exaustão, por nadar horas e horas e não conseguir sair. A regra é clara: se na sua casa há seres com intelecto menos privilegiado, a piscina tem que estar bem protegida. E piscina bem protegida custa brincando 5 dígitos.

Talvez você esteja pensando que então o bom mesmo é mandar fazer um piscinão de azulejo, assim pode ficar vazio, não racha, não descasca. Em parte, é verdade, mas também tem seus problemas, pois no mundo das piscinas você não ganha nunca, elas ganham sempre e levam o seu dinheiro. Começa pelo fato de uma piscina vazia precisar ainda mais de isolamento, pois aí a morte é certa se cair.

Além disso, piscina de azulejo não é barata, costuma ser uma obra demorada e, mesmo depois de pronta, tem sua manutenção. Se você não for rico e tiver quem cuide da piscina para você, traga à sua memória a experiência de limpar banheiro (rejunte incluído) e multiplique pelo tamanho da piscina. Bem-vindo ao inferno.

“Mas Sally, eu sou rico, tenho tempo livre e meu hobbie que me dá alegria é cuidar de uma piscina, vai dizer que eu vou me arrepender?”. Sim. Vou.

Mesmo que você não se importe de gastar muito tempo e dinheiro, mesmo que você curta recolher sapo morto boiando e esfregar rejunte, mesmo que sua felicidade seja sair para comprar cloro, ainda tem pontos negativos. Quando sua piscina estiver pronta e em funcionamento, um problema ainda maior e mais desagradável vai aparecer: as visitas.

Assim que se tornar do conhecimento público que você tem uma piscina (e essas coisas se espalham na velocidade da luz), você vai começar a receber “Oi sumido!” em suas redes sociais. Pessoas começarão a se convidar para a sua casa, muitas delas levando crianças. Sua paz vai acabar. E mesmo que você não viva em paz, seu inferno vai ficar um pouco mais intenso.

Ter estranhos na sua piscina é um pouco agoniante. Tudo bem que a água é tratada, que tem cloro e outras substâncias para tentar matar as nojeiras que habitam na pele e cabelo das pessoas, mas, uma água com urina ainda é uma água com urina, por mais que tenha cloro. E piolho, meus amigos, boia, nem sempre morre na piscina. Micose pode ser contagiada pela água. E se a pessoa peidar debaixo dágua, sua piscina poderá ter coliformes fecais. Confie em mim: você não quer visitas na sua piscina.

“Mas Sally, meus amigos não vão urinar na minha piscina”. VÃO SIM. As pessoas não se dão ao trabalho de sair da piscina, se secar, entrar na casa, urinar e voltar. Talvez uns poucos com caráter, mas, em um grupo de várias pessoas, há uma probabilidade de 100% que um deles não se comporte da forma adequada.

E não adianta tentar intimidar os mijões com mentiras como “um líquido que, se você mijar na piscina, deixa a água rosa”. Ninguém se intimida com isso. De fato, eu já escutei que pessoas dão uma pequena jateada e logo se deslocam para longe do local para confirmar que a cor da água não vai mudar e depois urinam com vontade. Essa lenda dos anos 80 não assusta mais ninguém.

Pessoas vão fazer coisas impróprias na sua piscina, sobretudo quando você não estiver olhando. Algumas de propósito, como por exemplo urinar, outras sem querer, como por exemplo vomitar depois de beber muito. Sua piscina vai virar uma sopa de gente, um caldo nojento que se um dia te deu alegria, dali em diante só te dará tristeza.

E se você resistir e não convidar ninguém para a sua casa (não adianta, se você convidar as pessoas já vão chegar de biquini), seus amigos ficarão putos, você terá fama de antipático e as pessoas te tratarão como se você devesse alguma coisa para elas, porque o brasileiro é desse, é um comunista de piscina: se sentem donos e merecedores da piscina do amigo.

Meu conselho: faz questão de água? Bota uma jacuzzi, um ofurô ou qualquer coisa que não caiba mais gente. Faz questão de nadar? Se matricula em um clube. Não gaste rios de dinheiro para ter trabalho e desgosto, não tenha piscina.

Para perguntar se eu tenho piscina já vestindo o biquini (tinha e mandei arrancar essa merda, pode tirar o biquini), para perguntar se o líquido que faz a água ficar colorida quando a pessoa urina existe (não existe, é lenda urbana) ou ainda para dizer que piscina é coisa de pobre, rico viaja para praia paradisíaca: comente.

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Comments (26)

  • Quando eu era moleque, ia na casa duma ti que tinha piscina e não era esse dramalhão todo pra limpar não. Então era das caras, tinha ralo e negócio que entrava água tipo as de clube.

    • Mesmo assim, tem que aspirar o fundo, jogar produtos, esvaziar de tempos em tempos para limpar, recolher resíduos flutuantes com a redinha.
      Talvez você não presenciasse o processo de limpeza, mas pode ter certeza de que ele existia.

  • Ah, me lembrei agora de uma outra piscina abandonada que ficou nojenta. Havia em um bairro próximo um Centro Recreativo do Trabalhador que, como praticamente tudo que é administrado pelo Poder Público, não era devidamente cuidado. A tal piscina foi feita onde antes ficava um campo de futebol, que era muito bom e bastante procurado. Mas, depois de ser usado por apenas uns poucos anos pela população local como piscina pública nos verões, esse lugar acabou ganhando o nada lisonjeiro apelido de “penicão” (fácil deduzir o porquê, né?) e, hoje em dia, não há mais lá nem o campo de futebol e nem a piscina; só um enorme buraco azueljado no chão com uns restinhos de água empoçada aqui e ali. Faz tempo que eu não vou lá, mas talvez aquilo agora só volte a se encher de água quando chove…

    • Badalhocas Perdidas

      Credo! Realmente, fácil de deduzir o porquê do apelido “Penicão” que deram pra esse lugar! Fico imaginando a cena dantesca: sob um calor infernal, uma turba de gente feia e oleosa pagodeando, tomando cerveja barata com churrasquinho “de gato” enquanto um monte de criança remelenta mija e caga na água da piscina pública. Que horror!

    • Típico de administração pública: mexe no que não precisa, fode com o que estava bom e deixa uma merda no lugar…

  • Piscina é artigo de luxo de pobre né. Eu amo ver as fotos nas redes sociais, 40 graus de calor, aquela rafuagem toda junta na piscina com agua verde. E eles achando que tao arrazando. Eu moro na argentina e o que mais vejo é foto de piscina com agua verde. Prefiro mil vezes a minha pelopincho na sombra.

    • Pelopincho é coisa linda de Deus, você vira ela no gramado e, de uma só vez, rega e resolve o problema da piscina!
      Em que lugar da Argentina você mora, Marco?

      • A pelopincho é um herói sem capa. Impressionante como as pessoas nao dao valor. Qualquer patiozinho se arma ela. Deve ser porque a galera quer se atirar, nadar, fazer barulho. Eu devo ser muito velho mesmo.
        Sally eu to morando em Resistencia, Chaco. Que por coincidencia também é uma piscina: aqui chove 50mm em 10′ e inunda tudo.

  • Tudo isso pode ser resumido de forma muito simples: quer uma piscina 100% funcional 24×7? Tenha pelo menos DOIS funcionários permanentes em sua casa exclusivamente para mantê-la. Só essa exigência já reduz o universo de possuidores dessa distração infeliz em tais condições a umas 2000 pessoas no Brasil (0.000933% da população).

  • Quando falam sobre piscinas, lembro de uma casa na qual passei férias. Como era fora de temporada, a piscina estava coberta com lona. Havia um gato de rua que passeava pelas casas do quarteirão, então os proprietários o acolhiam com ração. Na estadia também fizemos isso e, além da ração, deixávamos um pote com água limpa e fresca. O infeliz enchia o bucho de ração, ignorava a água e sempre se embrenhava debaixo da lona para beber água da piscina.

  • Quando mudamos para o novo apartamento, havia a opção de ter uma piscina na cobertura. Na verdade, compramos o apê e o “prato” da piscina estava na cobertura, tinhamos que fazer a instalação etc. Após ponderar sobre o caso com a patroa, eu cortei o prato em pedacinhos com uma furadeira e coloquei no lixo reciclável. Foi divertidíssimo!

  • Hahaha muito bom!
    Amo os textos sobre as aleatoriedades da vida.
    Moro em um condomínio de luxo com piscinas, hidromassagem e tudo mais, adoro usar mas devido a lotação e esse época do ano com crianças eu nem piso lá.
    Já cogitei ter um ofurô ou hidro em casa mas não tenho espaço, alguns vizinhos têm e eu morro de inveja, confesso que nunca fui atrás de saber as implicações, mas certamente existem.
    Sobre as visitas: A cara de poucos amigos do meu marido já faz esse papel, nem minha mãe se convida.
    Ele é um fofo, mas eu não faço questão de derrubar a sua fama ;D

  • aaarrrghhhhhhh cara, me deu uma enorme agonia ler esse texto. e como minha mente viaja pensando nas coisas, por extensão me fez pensar em como fiz bem em evitar banhos em piscinas, rios, praias, lagos e qualquer lugar que implique em banho + outras pessoas de biquini e sunga. já me basta o banheiro de casa e a limpeza dele.

    misantropia reforçada com sucesso!

    • O Brasil é o recordista mundial de câncer de pênis, uma doença que se previne lavando o pinto com água e sabão. O que isso nos diz? Que a higiene não é o ponto forte. Mantenha-se distante de ambientes molhados ou úmidos coletivos.

  • “Faz questão de nadar? Se matricula em um clube”.

    Há também a questão de se colocar aquecedor na água. O clube de que sou sócia gastou os tubos para aquecer as piscinas, acionadas mesmo em clima quente porque tem dias em que a água fica muito gelada para entrar. Dizem que foi necessário por terem construído as piscinas suspensas, acima dos vestiários. Enfim, gastos e mais gastos…Lembrei agora de um de meus ex-chefes, que comprou um apartamento dos sonhos, com meia dúzia de piscinas, jacuzzis e outras facilidades aquáticas…e seis mil reais de condomínio

    Enfim, não entendo de piscinas mas, depois desse texto, pretendo continuar a entender coisa alguma. Meu atual vizinho de apartamento morava em uma casa em um terreno enorme na Serra da Cantareira, com uma piscina semiolímpica objeto de constantes visitas dos parentes, os quais volta e meia o perturbavam para que procurasse um celular, um brinquedo ou mesmo uma carteira que esqueceram na hora de ir embora, indo buscar depois sabe-se lá a que horas no dia ou no dia seguinte (devido ao trânsito na semana), prendendo-o em casa.

  • A Sally pensa exatamente da mesma forma que eu sobre esse negócio de ter piscina em casa! Dá muito mais dor de cabeça do que prazer, custa caríssimo e simplesmente não compensa. Se eu quiser mesmo ir a uma, vou ao clube. E todas as (poucas) vezes em que estive na casa de alguém com pisicina no quintal, eu olhava para toda aquela tralha para manutenção guardada em um quartinho nos fundos (redinhas, baldes de cloro, limpadores, etc.), pensava na trabalheira e na encheção de saco que devia ser cuidar daquilo e dizia mentalmente para mim mesmo “não, obrigado”. Ah, e piscina que não é devidamente tratada é mesmo uma desgraça! Há algum tempo, saíram nos jornais daqui matérias sobre uma mansão abandonada em um bairro nobre cuja piscina, largada por décadas sem qualquer cuidado, tinha se tornado um nojentíssimo criadouro de dengue, com uma espessa camada verde-musgo por sobre a água. Os vizinhos, claro, reclamavam, mas, pelo que ainda me lembro do que acompanhei do caso na época, parece que ninguém tomou qualquer providência.

    • W.O.J, isso da piscina virar um criadouro de dengue nojento aconteceu em um dos imóveis da minha família. Confiamos que os outros donos, que usavam aquela piscina regularmente, se responsabilizariam por ela, já que todo o resto é pago por nós. Nem sequer nos comunicaram quando deixaram de usar, e no fim tivemos uma bagunça muito cara nas mãos. Esta piscina só será reativada quando a casa em questão for vendida, se os novos donos quiserem.
      Adoro nadar, já morei em lugares com piscina, mas a manutenção é trabalhosa e nem todo mundo está disposto a gastar tempo e dinheiro para isso. Talvez eu seja fresca, mas não gosto de nadar em eventos em que as pessoas bebem muito. É quase certo que pessoas bêbadas nadando tornarão a piscina nojenta dentro de poucas horas.
      A solução realmente é ter umas aulinhas de natação em lugares confiáveis e em horários menos frequentados.

      • No caso da mansão abandonada aqui, pelo que eu lembro, o que houve foi a morte do proprietário seguida de uma longa disputa judicial entre os herdeiros.

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