Autor: Desfavor

Que mal educado!Somira is in the house! And I accidentally toggled on the SAP function… wait… there we go… Olá! Estavam com saudades? Claro que estavam. Para quem é novo aqui, eu sou a Somira, irmã do Somir. Família criativa, a nossa.

E eu mantenho aqui meu compromisso de responder todas as perguntas enviadas para responde@desfavor.com, mesmo que isso demore meses e já não faça mais a menor diferença para quem enviou. Dedicação é praticamente meu sobrenome.

E vamos logo dividir o meu conhecimento de mulher virgem aos… vinte e dezoito anos de idade. Já mencionei que minha especialidade é sexo e relacionamentos?

“Envio este e-mail para declarar o meu elogio ao blog.
Estou impressionada com vocês!”

Publico esta mensagem para ganhar mais algumas linhas na postagem.
Agradecida, é difícil manter o nível aqui com o Somir e a Sally estragando tudo.

“Quando mulheres dançam pelada sozinhas dentro de casa, suas xoxotas ficam chacoalhando para os lados?”

Quando uma árvore cai na floresta, faz barulho? Xoxotas chacoalham (divertido dizer isso… xoxotas chacoalham… xoxotas chacoalham…) de acordo com a gordura da dona (principalmente nas coxas) e o tamanho dos grandes lábios. A maior possibilidade de verificação de um chacoalhar xoxotal é numa mulher muito magra cujos grandes lábios realmente fazem jus ao adjetivo.

O normal é que não haja chacoalhar perceptível. Caso sua dança naturista seja acompanhada por um som de cachorro tomando água, é hora de pensar seriamente em cirurgia corretiva.

“Se vc fosse uma mulher crente virgem e fosse aborbada por um estuprador, vc ofereceria seu bumbum para o estupro para poder continuar com o hímem intácto e se casar virgem perante os olhos de Deus?”

Como eu não sou crente, usaria meu hímen reforçado por décadas de inatividade para causar uma fratura peniana no safado. Não tenho lá muitos conhecimentos teológicos, mas o Deus cristão parece ser do tipo do cara que valoriza muito os hímens. Tenha em vista que ele fez seu próprio filho entrar e sair da buceta da mãe sem sequer arranhar a sagrada camada de pele. O mesmo Deus que abriu uma porra de um mar não teve coragem de abrir um cabaço. Se isso não é comprometimento com a causa, não sei mais o que é!

Agora, como é um estupro, não é como se a crente pudesse fazer algo além de torcer pelo perpetrador conhecer bem os valores cristãos.

“Você acha que alguma mulher se ofereceia pra ser estuprada no lugar de alguém? Tipo, em um assalto de uma família em um sítio, caso o estuprador resolvesse estuprar a caçula, uma mãe se oferecia pra ser estuprada no lugar da filha? Ou deixaria o xota alheia se furar ?”

Estamos levemente fixadas com o assunto, hein? Tanto que estamos fazendo perguntas mais idiotas que o tradicional. Uma mãe (minimamente normal) se ofereceria até mesmo para levar um tiro no lugar de uma filha. Não sei onde você conheceu esses estupradores tão afeitos à escolhas de suas vítimas, mas saiba que eles são minoria absoluta.

“O que acham do Blog ”Manual do Cafajeste para Mulheres” ?
Tenho várias amigas que lêem e acham Cafa o máximo.
Você tem críticas ou elogios sobre como ele aborda os relacionamentos entre homens e mulheres ?
Fiquei curiosa em saber sua opinião.
Valeu ;D”

Eu acho que tenho coisas melhores para fazer do que acompanhar outros blogs brasileiros, como depilar minha virilha. Sei que o Somir ficou todo nervosinho quando as nossas queridas, lindas e poderosas histéricas tentaram “apresentá-lo” para Sally. Claro que ele nunca vai admitir. Deve ter ENVEJA.

Sally já bateu pesado num genérico daquele blog. Somir já fez uma postagem chamando todas as fãs dele de bucetas ambulantes. Acho que dá para ter idéia da opinião média aqui no desfavor, né?

“Vadia, estou afim duma gostosa só que ela é meio diferente das outras, ela é meio nerd, (…), ela mata baratas (…), ela vê filmes de terror e suspense (…) Já resumi como ela é, agora quero saber se tenho chance dela dar pra mim ou se na verdade ela só quer ser meu amigo. Será que ela é meio sapata? Será que sou meio gay me interessando por uma sapa? Como descobrir? Me ajuda aí, sua vadia prestativa!
Beijo do Bilu.”

Bilu, fico feliz que você esteja buscando conhecimento também. Veja bem, opção sexual não tem essa ligação tão íntima assim com gostos e atitudes genéricos dos sexos. Nossa, estou parecendo o Somir escrevendo essas frases metidas… Vou desinfetar meu teclado…

A maioria das pessoas vai ter alguns gostos, opiniões e manias que não encaixam direitinho no que se espera do conteúdo de suas calças. Ninguém assinou contrato dizendo que só pode gostar de coisas “de menino” ou “de menina”. E é quando uma pessoa “atravessa” essa barreira cultural entre os gêneros que muitas relações começam, é bem mais fácil se conectar a alguém que gosta de coisas parecidas com as que você gosta.

Ela só vai ser lésbica se tiver atração sexual por mulheres. E você só vai ser gay se se interessar por um macho. Não podemos ignorar ainda que ela (ou você) podem ser bissexuais. Mas não se anime… Mulher gostosa, nerd, sem frescura E bissexual é bom demais para ser verdade.

Descubra a verdade dando em cima dela, seu Zé Ruela. São raros os casos onde se descobre se uma pessoa é homossexual só com contato superficial.

“Fala, querida vadia!
Eu só gostar de homens negros é fetiche ou é porque eles tem o equipamento maior e melhor? (…) Esses dias além do negão, arrumei um peguete bissexual e reparei que ele faz menos palhaçadas do que os heteros. Seria a testosterona a responsável pelas palhaçadas masculinas e é bom negócio namorar os meio bibas? (camisinha sim, sou doida, não burra).
Bjo na bunda.”

Querida Chefe Apache, você só gostar de homens negros porque você se sente atraída sexualmente por homens negros. Paus são uma etapa posterior (anterior, de ladinho)… Tem mulher que fica feliz com um pinto gigante, tem mulher que se recolhe a uma posição fetal e chora de medo. Na média, as mulheres preferem o tamanho M.

E sim, a testosterona é uma das maiores culpadas pela burrice masculina. Mas como o rapaz é bi, a questão deve ser muito mais da facilidade que ele tem de se aproximar do universo feminino. Não sei te dizer se é bom negócio, deve ser preocupante ter concorrência de ambos os sexos ao mesmo tempo num namoro. E olha que eu nem estou considerando o risco dele alargar suas calcinhas ao ponto de não terem mais conserto. Essas porras custam caro!

“Oi! Tudo bem?

Gosto muito do Desfavor e gostaria de saber quem são os redatores.

Obrigada,”

Dois grupos de macacos treinados com laptops. Os que trabalham na sala “Sally” vivem em harmonia com uma dieta balanceada de frutas orgânicas e cereais, os que trabalham na sala “Somir” trocaram metade dos laptops por cigarros, uísque paraguaio e uma calcinha usada de uma estudante de intercâmbio japonesa.

“pergunta sobre lésbicas (…) será que elas esfregam o clítoris de uma contra o ânus da outra?
existe essa prática?”

Teria que ser um baita de um clitóris ou uma mixaria de uma bunda para que a prática fosse minimamente eficiente. Se a ativa for um daqueles pudins de bomba tipo as mulheres-fruta-do-funk e a passiva for uma anoréxica de longa data, é possível.

Mas como eu acabei de pesquisar por isso na pasta “escondida” do computador do Somir e não achei nada, acho provável que essa seja uma prática inexistente até mesmo na pornografia.

“Pq a Sally tem tanto medo de dar o bumbum ?”

Vai que não devolvem?

“(…) Fazemos as coisas que eu quero, quando eu digo e não abro mão. Só que eu queria que ele quisesse fazer alguma coisa que me faz feliz, só porque eu quero, sem eu ficar insistindo e sem brigar é claro. Tipo, planejar do início ao fim (sozinho) um sábado: Um restaurante com música ao vivo na praia, um teatro, enfim, uma coisa que eu curta muito. Queria que ele quisesse fazer isso só pra me agradar, mas daí só fazemos quando eu digo pra fazermos. (…) Me responda: Estou sendo muito romântica?”

Você está esperando que um homem se toque de algo muito mais sutil do que a cabecinha dele é capaz… Querida, você está sendo muito romântica. Homem adora o conforto de não ter que decifrar a mente feminina, assim que ele acha que acertou, ele se agarra com unhas e dentes no que acabou de descobrir e tenta não correr mais riscos.

Se para ele você está feliz pedindo para fazer o que quer, não vai passar pelo cerebrozinho dele que tem mais aí. Você vai ter que comunicá-lo que te agrada que ele tome essa iniciativa de vez em quando. Não adianta dar murro em ponta de faca, homem com a sensibilidade de perceber essas coisas é raridade total no mercado.

E depois de comunicar isso de forma clara e inequívoca (não deixe NADA no ar, eles são pouco desenvolvidos na arte da comunicação), ache LINDO qualquer merda que ele fizer até o rapaz estar devidamente adestrado. Assim que ele sentir que está fazendo a coisa certa, vai sossegar de novo e se acostumar com o novo padrão.

Não é diferença de interesse, é diferença de evolução.

“Pq a honra das mulheres está na xoxota e a dos homens está no bumbum?”

Só se invade uma propriedade entrando nela.

“Se uma mulher grávida fosse estuprada(do quinto mês em diante de gravidez), ela ficaria traumatizada como uma mulher normal?”

Não só ela ficaria traumatizada como a criança poderia sofrer com pancadas no cérebro e acabar pentelhando todo mundo com perguntas incessantes sobre estupro.

BEIJINHOS!

Quer perguntar mais sobre estupros, estupros, estupros ou estupros? Quer todo o conhecimento da Somira aplicada a sua vida? Quer esperar sentado(a) pela resposta? responde@desfavor.com

Que boniiiiitoooo!Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher, Somir fez questão desta coluna. Ele diz que a depilação de uma área específica do corpo feminino é mais do que bom-senso, é obrigação. Ela quase teve um AVC quando descobriu qual era o tema especial para do dia da mulher.

Tema de hoje: Mulher tem que depilar o cu?

SOMIR

Tem. O homem médio tem sobre si a imagem de quem come qualquer coisa que faça sombra e mije sentada. E isso não chega a ser uma mentira. Só que a mulher média acaba fazendo uma presunção errônea sobre a extensão dessa idéia em relacionamentos a longo prazo.

Não é só porque é fácil pegar que é fácil manter. Muitas vezes o homem só come uma mulher porque estava tão na cara do gol que daria mais trabalho cair fora. E depois eles não ligam. Ou, se ligam, acabam perdendo o interesse numa velocidade muito maior do que se presumia inicialmente.

Longe de mim dizer que é só o tema da coluna de hoje que motiva o comportamento, mas ele faz parte de uma série de elementos que deveriam ser básicos numa relação baseada em sexo. Eu sei que estou parecendo um porco machista por dizer que mulheres tem que depilar seus cus, mas não é como se uma coisa estivesse errada apenas por não ser agradável.

Vamos trabalhar com a lógica por trás (ha) da minha afirmação. Em primeiro lugar, existe sim uma diferença considerável entre a visualização do cu feminino e masculino numa relação sexual. Imagine uma posição sexual (com penetração) que envolva o homem mostrando seu brioco para a parceira.

A não ser que você procure seus parceiros no Cirque du Soleil, vai ter uma dificuldade intransponível de sequer pensar em uma, quanto mais aplicá-la na vida real. No sentido oposto, logo no grupo das posições mais tradicionais existe uma faz a mulher exibir seu cu em toda glória e pregas para o parceiro. E isso faz diferença. Se nenhum dos dois elementos do casal tiver qualquer interesse por cu, ela raramente vai ver o dele, ele quase que diariamente vai ver o dela.

Até mesmo casais que não arriscam quase nada em matéria de sexo vão acabar com essa disparidade. E eu nem estou dizendo que o homem obrigatoriamente vai ficar encarando o cu da mulher enquanto ela estiver de quatro, mas está lá, bem no meio das nádegas, essas sim preferência quase que universal. E homens são seres visuais… Não tem como ignorar.

Sem contar que o cu dela vai acabar piscando. É meio que reflexo e eu nunca percebi uma mulher encanando com isso, mas pisca. E se for muito rítmico, coisa comum numa atividade de movimentos repetitivos como o sexo, acaba chamando mais atenção do que até mesmo os homens gostariam. Às vezes aquela puxada de cabelo é para quebrar o transe.

Não podemos esquecer que o sexo oral nelas também leva os cuecas à uma proximidade considerável do objeto da discussão de hoje. Tudo bem que normalmente a vista fica bloqueada pela posição do rosto do homem, mas sexo é uma atividade dinâmica, não se pode esperar que ele não dê de cara com um possível cu peludo na aproximação ou não saída.

Mas isso tudo num mundo fantasioso onde os homens não tem uma tara mais ou menos homogênea pelo buraco mais apertado. A realidade é que o homem vai olhar, e bastante.

Pois bem, isso nos leva ao segundo ponto: Cu peludo é menos agradável à vista do que cu depilado. Acho que até as mulheres devem preferir nos seus respectivos homens, mas como tem muito menos contato direto na média, nunca foi motivo de grandes reclamações. Como o ânus é uma área onde a pele é bem enrugada, a tendência é que os pelos (mais grossos) acabem formando uma imagem final dissonante dos pelos que ficam mais acima. E por ser uma área apertada, o suor e outros fluídos naturais tendem a manter os pelos amassados colados à pele, dando uma impressão de fundo de pia após fazer a barba.

Não é bonito. Claro que um homem não vai largar uma mulher por causa de um cu mais ou menos peludo (se for muito, nem liga no dia seguinte e conta para os amigos na mesa do bar), mas o bombardeio visual natural de uma relação baseada em sexo vai minando lentamente esse campo de intimidade. Imagine só o risco de uma badalhoca (eu ainda prefiro chamar de Tarzã de Merda) passar incólume pela visão da mulher e acabar bem no meio da imagem que um parceiro sexual faz dela? Manter o cu peludo não é um apoio à relação.

E não me venham com essa de que eu não posso fazer exigências nesse nível pessoal, só porque é sexo não pode exigir nada? As pessoas fazem exigências e pressões ridículas no dia-a-dia, como usar modelos de roupa específicos (baseados em tradições aleatórias inexplicáveis) para ocasiões específicas, ninguém parece reclamar.

Se algum babaca que nem conhece a mulher exige dela usar um tipo de roupa específica para trabalhar, ela acha lindo. Se algum babaca que ela conhece bem exige que ela depile o cu, ele vira um monstro castrador!

Isso é falta de roupa pra lavar! Mulher se ofende de forma seletiva porque se caga de medo de perder sua grande força social: A exercida embaixo dos lençóis. Homem é otário e obedece praticamente qualquer ordem feminina se isso TALVEZ resultar em mais sexo. A grande verdade é que os escravos desse mundo sempre foram os homens. O trabalho braçal que cria e mantém as tecnologias e estruturas que formam nossa sociedade são quase que exclusividade masculina.

A pressão estética em cima das mulheres é o MÍNIMO que elas podem ceder em troca do mundo que criamos para elas. Ou depila o cu ou pavimenta uma estrada e inventa uma máquina útil. Não dá para sair livre de todas as responsabilidades, ok?

Ah sim, feliz dia da mulher! Hahahaha!

Para dizer que o texto teria mais força numa data menos óbvia, para exigir reciprocidade de seres com corpos, mentes e aspirações completamente diferentes dos seus, ou mesmo para dar um chilique histérico habitual: somir@desfavor.com

SALLY

Eu achei desnecessário, mas Somir foi irredutível: fez questão de escrever sobre este assunto, nesta data. Nojento, ele é simplesmente NOJENTO. Na véspera do dia da mulher, Desfavor te apresenta esta questão de alta indagação: mulher TEM QUE depilar o cu?

Eu tenho tanta certeza da minha vitória (devido ao absurdo do tema) e acho este assunto uma afronta tão grande que nem quero debater muito a respeito. Então, vou aproveitar para passar para vocês uma receitinha que foi um sucesso na última festa que organizei. É uma gelatina de champanhe. Servi em cubinhos bem gelados no próprio copo de Champanhe para que as pessoas virassem o copo e comessem os cubinhos (se você for uma pessoa fina, dê uma colher ao seu convidado), é super divertido e diferente!

GELATINA DE CHAMPANHE

Ingredientes:

3 1/4 colheres de chá de gelatina sem sabor
1 xícara de água fria
3/4 de xícara de açúcar + 2 colheres de sopa de açúcar
1 garrafa de champanhe seca (pode usar champanhe barata mesmo, ou Prosecco ou até mesmo um vinhozinho espumante italiano)
1/2 kg de framboesas ou outras frutas à sua escolha (sugestão: morangos ou uvas)

Faz assim: colocar a água gelada em uma panela e depois juntar a gelatina. Deixar amolecer por uns 5 minutos. Depois que estiver mole, cozinhar em fogo baixo mexendo sempre com uma espátula até a gelatina se dissolver. Não cozinhar mais do que isso. Dissolveu? Tire do fogo e misture o açúcar. Mexer até o açúcar dissolver completamente e depois colocar a champanhe e misturar. Colocar tudo em um recipiente raso, tampar e refrigerar até ficar firmes (cerca de dez minutos). Depois corte em cubos ou mexa a gelatina com um garfo para que ela fique em floquinhos.

Servindo: Coloque no copo e se quiser misture com as framboesas (ou outra fruta como o morango ou uva, mas fica mais gostoso com framboesa mesmo) e coloque açúcar por cima das frutas. Também pode alternar em um copo alto uma camada de gelatina, uma camada de framboesa com açúcar até encher o copo todo. Rende seis porções.

É uma opção diferente e criativa e se estiver bem gelado fica uma delícia. Experimentem e me contem.

Qual era o assunto mesmo? Ah sim, Somir afirmando que mulher tem que depilar o cu. Mulher não TEM QUE nada, Meu Querido. Mulher faz se ela quiser, quando ela quiser e como ela quiser. Se a mulher tiver um cu cabeludo e quiser usar seu cu única e exclusivamente para cagar, ela que fique à vontade para manter seu cu cabeludo. Deve depilar mesmo se só usar para cagar? Então porque homens também não devem depilar seus cus?

Para tentar elevar o nível desta postagem lastimável, que, insisto, eu fui contra desde o começo, vou tentar focar na depilação e não no cu. Mulher não TEM QUE depilar nada que ela não queira. Se quiser, não depila nem a perna. Eu acho feio, encaro depilação em partes visíveis do corpo como obrigação estética, mas esta é apenas a minha opinião. Ninguém TEM QUE nada por causa da minha opinião. Sabe porque? Porque eu não me acho dona da verdade.

Se a gente for falar de depilação para fins higiênicos, bem, neste caso tanto homens como mulheres com cus cabeludos deveriam se depilar, porque badalhoca não escolhe gênero. Pêlos podem reter merda seja no cu masculino, seja no cu feminino. Se querem usar o discurso da higiene comecem dando o exemplo e depilando o cu de vocês, homens. Por sinal, deve ter muito mais homem com o cu cabeludo do que mulher.

Supondo que esta exigência do Somir tenha de fundo uma conotação sexual. Seguindo este raciocínio, para viabilizar jogos sexuais, é necessário que a área objeto de atenção esteja depilada. Mmmmm… então, imagino que a recíproca seja verdadeira e os cuecas estejam preparados para depilar qualquer área com utilidade sexual também. Afinal, se pêlos são tão repulsivos a ponto de inviabilizar a brincadeira para o homem, também inviabilizam para a mulher. E ai, macharada? Bora jogar uma cera quente nas bolinhas? Não vai doer NA-DI-NHA, a Tia Sally promete! (*cruzando os dedos).

O grande problema do tema proposto é esse hediondo TEM QUE. Se a frase fosse apresentada como “é mais estético mulher que depila o cu” eu poderia até concordar. O que me mata é esse TEM QUE. A única coisa que TEM QUE aqui é o Somir, que TEM QUE ir se foder e parar de falar merda.

Desta vez não tenho a menor idéia dos argumentos que ele vai usar para justificar uma coisa tão babaca (seja lá quais forem, se você não concordar, é porque você é um burro), mas não importa o que seja, a mulher não tem que fazer nenhum procedimento em seu corpo que não queira. Seria o mesmo que dizer que mulher TEM QUE pintar o cabelo de loiro ou TEM QUE cortar uma franja. A partir do momento em que um homem coloca esse tipo de coisa como obrigação, devemos nos questionar se ele realmente vale a pena.

Eu normalmente já sou da idéia que cada um faz o que quer com o próprio corpo e a coisa só piora quando se fala de áreas privadas como é o caso do cu. Tá maluco que eu deixo outro ser humano me dizer o que fazer ou o que deixar de fazer com o meu cu! Que porra é essa? TEM QUE é o cacete! Ninguém gosta mais ou menos de você por causa de uma coisa dessas.

Somir, se quiser conversar sobre esse assunto novamente, depila seu cu e a gente retoma a discussão, tá? Essa coisa de discutir “em tese” é furada. Primeiro você adquire conhecimento prático depois você vem “achar” alguma coisa. Passar bem.

Para mandar ambos tomarem nos cus depilados, para agradecer por não termos feito uma postagem de dia das mulheres clichê como os outros blogs fizeram ou ainda para dizer que seu cu é tão cabeludo que não seria depilação, seria tosa higiênica: sally@desfavor.com

A melhor parte do Carnaval.Já foi desfavor da semana ano passado, é neste e será nos próximos.

SOMIR

Começou a temporada de caça ao respeito-próprio. Numa previsão otimista, milhões serão abatidos em bebedeiras, promiscuidade e comportamento animalesco em geral. No fim, latinhas amassadas, camisinhas usadas, pilhas de excremento e várias penas espalhadas pelo chão marcarão mais uma bem sucedida redução da população pensante nacional.

Não quero parecer eco-chato, mas pessoas que não se entregam a baixaria hipócrita do carnaval são uma espécie em extinção. E olha que meu problema nem é exatamente a parte da baixaria… Se a pessoa quer beber, trepar e vomitar pelos cantos como numa típica orgia romana, tem todo o direito. O corpo é dela, não meu. Buscar o prazer me parece uma coisa óbvia.

Mas as coisas ficam complicadas quando se considera o condicionamento irracional ao qual tanta gente se submeteu: “É carnaval? Então eu tenho “obrigação cívica” de me esbaldar em todos os prazeres típicos da data.” Parece que não estão buscando apenas gratificação, estão buscando conformidade. E é esse o tipo de gente que eu desprezo, profundamente.

E é essa merda de condicionamento que mantém o Brasil um país tão reprimido e hipócrita. O Carnaval moderno é uma invenção religiosa, feita para premiar o povo que aguentava o jejum da Quaresma. A Igreja Católica só ficou burra recentemente, eles sabiam como segurar o povo no lugar usando a culpa como poucos na história. O período de liberdade para putarias e bebedeiras caía como uma luva na proposta de chantagear o povo pelos pecados que eles mesmo inventaram.

Como em todo relacionamento, o segredo é não prender demais e não soltar demais. Se a Igreja pressionasse demais pelo cumprimento de suas regras absurdas, seria alvo de revolta. Se deixasse o povo livre demais para tomar suas próprias decisões, perderia poder e dinheiro.

E qual a jogada de gênio? Liberar tudo alguns dias por ano, fazendo as pessoas esperarem por essa data e se manterem relativamente na linha (sentindo-se culpadas por qualquer merda) no resto do tempo.

Hoje em dia a Igreja Católica ainda tem sua força por aqui, mas não é uma fração do poder inquestionável que já foi. Não pode ser a pressão de meia dúzia de velhos virgens (cu não conta para católico) que ainda faz este país agir dessa forma primitiva e ignorante. A questão é que nosso povo está adestrado. Muito bem adestrado.

O manipulador vive na mente do manipulado. O brasileiro segue a tradição histórica do carnaval à risca, e ainda pressiona quem não participa da festa. Um dos melhores jeitos de passar uma ferramenta de controle para frente é fazer um dos controlados se sentir fortalecido por ela. Donos de escravos costumavam dar um pouco de poder como capataz para os que se diferenciavam do grupo, seja por rebeldia ou por bom comportamento. Isso ferrava a ordem de opressor e oprimido, facilitando a vida de quem queria mantê-los na linha.

O escravo-capataz brasileiro é o cidadão médio que não faz as baixarias que faz no carnaval no resto do ano. É o babaca que se rebela contra um beijo gay numa novela, mas fica bêbado de não ligar para o sexo da “coisa peituda” que agarrou num beco escuro durante a folia.

Não existe explicação lógica para fazer uma coisa meia semana por ano e reprová-la nas outras do ano. Se você acha nojento enfiar a língua na boca de uma mulher que acabou de chupar o pinto de um cara que nem se deu ao trabalho de balançar depois de mijar, por que não acha mais no carnaval?

A pessoa não fica imune aos riscos do comportamento inconsequente, e pode muito bem se foder por causa do abuso de bebida, burrice e sexo. Sempre morrem vários nas estradas, sempre aumenta o número de portadores de DST’s. Os possíveis resultados negativos ainda estão ali. Será que a pessoa acredita em proteção divina?

“Meu filho, eu passo o ano todo te mandando parar com essas coisas, mas como é Carnaval, pode cair de boca na buceta dessa mulher que você pegou semi-desmaiada na rua há meia hora enquanto dirige bêbado sem medo. Vou te proteger…”

“Obrigado, Deus!”

E não me entendam mal, se o cidadão faz essas coisas porque quer, porque gosta, problema dele. Não quero viver numa sociedade castradora. E é justamente por isso que o Carnaval me incomoda.

Voltando à base religiosa/ferramenta de controle da festa, contava-se justamente com o medo das pessoas de assumirem seus desejos para forçá-las a jogar pedras em quem não se adaptava à conformidade. Se elas demonstrassem naturalidade com escolhas diferentes alheias, poderiam ser taxadas como simpatizantes. E povinho SE CAGA de medo de ser excluído da “normalidade”. Se o cidadão não fizesse o que condena pelo menos uma vez por ano, esse mecanismo de defesa que é a hipocrisia não funcionaria tão bem.

Esse papo que o Brasil é um país bem receptivo e bem resolvido é balela. Somos uma nação machista, reprimida e ignorante. O tempo pode resolver isso, mas enquanto o Carnaval existir para manter a mão pesada dos “sinhozinhos” sobre nossa capacidade de evolução social, vai ser um processo estupidamente lento.

É como um vício em drogas: Cada carnaval é uma dose, cada resto de ano é uma crise de abstinência. E como drogas funcionam tornando os momentos de abstinência cada vez mais miseráveis (você não vicia exatamente na sensação da droga, você abomina o momento que não está usando), o país vai ficando cada vez mais babaca com o passar do tempo. Ei, não tivemos uma discussão RIDÍCULA sobre o aborto nas últimas eleições?

Se você tira o Carnaval para fazer o que gosta e se segura o resto do ano, você está sendo controlado. Se você faz o que os outros gostam no Carnaval apenas para não sentir isolado, você também está sendo controlado. Chega dessa festa cretina, chega dessa hipocrisia que só nos atrasa social e intelectualmente.

Enfia o Carnaval no cu! (Porque assim continua virgem… Amém!)

Para dizer que eu não sei me divertir, para dizer que eu devo ter é ENVEJA de quem aproveita a vida, ou mesmo para dizer qualquer outra merda que me fará ter certeza que sua função no mundo é puxar carroças: somir@desfavor.com

SALLY

Chegou mais uma vez esta época nojenta do ano onde as pessoas acham que podem esquecer impunemente códigos de conduta, ética, moral e até mesmo as leis. É época de inversão de valores, de baixaria e de abuso de substâncias que entorpecem o organismo. Sorriam, é carnaval. Foi desfavor da Semana no ano passado, será neste e pelo visto será nos muitos anos que virão.

Tudo aquilo que normalmente seria condenado o resto do ano é permitido, porque afinal, “é carnaval”. Até mesmo os ditos adeptos de religião perdem a linha, mas Deus deve entender, afinal, “é carnaval”. As amarras da fidelidade ficam mais frouxas, o respeito à lei fica mais brando e o bom senso e o bom gosto são arquivados até o primeiro dia útil subseqüente.

Sabe o que mais me aborrece? Se as pessoas ao menos ADMITISSEM tudo isto, não seria tão grave. Tipo, “sou um hipócrita de merda porque prego tais e tais coisas, aponto o dedo na cara dos outros para criticar tais e tais coisas e chegou no carnaval e fiz isso, isso e aquilo que contradisse tudo que eu pregava – sou um merda”. Não. As pessoas se acham bonitas, bacanas e ovelhas do Senhor quando o carnaval acaba. Será que ressaca causa esse auto-perdão todo?

Quando eu me entoco, como disse no ano passado, para não ser arrastada para um deprimente bloco de rua cheio de homem bêbado tentando me agarrar, mijando nas ruas e cantando “olha a cabeleira do Zezé” sempre tem um idiota de plantão que solta frases pejorativas do tipo “Tem que aproveitar a vida, a vida é muito curta!”. Sentiram a imposição social? PARA aproveitar a vida, tem que fazer O QUE EU acho legal, se não é jogar a sua vida fora.

Me poupe! Eu não fico batendo na porta da casa alheia e dizendo “Vamos em um museu? Vamos ao ballet? Vamos ler um fuckin´ livro? Tem que se instruir, você é muito burrinho”. Eu não fico batendo na porta dos meus amigos e falando “Vamos dançar axé? Tem que aproveitar a vida, a vida é muito curta! Se você não dançar axé não vai ter aproveitado a vida!” e muito menos paunocuzando eles com julgamentos envolvendo todas as merdas, vexames e crimes cometidos durante o carnaval. Porque as pessoas se sentem no direito de vir ME paunocuzar, quando na verdade eles é que deveriam ser o objeto de crítica?

Sabe porque? Porque em toda festa, se tem um sóbrio, acaba fedendo para os bêbados. Se tem alguém que não faz merda, não faz vexame, não caga no pau, acaba servindo de comparação para aqueles que o fizeram. Acaba comprovando que fazer estas bostas todas não são inerentes e inevitáveis ao carnaval e sim escolha. Se todo mundo fizer, fica menos grave. Se um não fizer, quebra a corrente. Por isso desvalorizam quem não enche a cara, vomita, faz merda e dá para geral. “Não seja tão correta, isso vai me fazer ficar mal na fita”. Desvalorizar aquilo que realmente tem valor é uma prática tão banal no Brasil que eu estou QUASE me conformando.

O dia que eu receber um elogio porque leio, porque falo vários idiomas, porque tive uma tese publicada, periga ter um desmaio. Eu juro pra vocês que eu sou muito estudiosa, me arrebento de estudar MESMO, estou sempre me atualizando e ainda assim, qualquer elogio que eu tenha recebido nos últimos cinco anos está diretamente relacionado a meu físico. Brasil, um país de tolos. As pessoas sequer sabem IDENTIFICAR uma pessoa inteligente ou com cultura para ser elogiada. São tão burras e medíocres que nem mesmo sabem quando outra pessoa tem inteligência ou cultura digna de elogio.

Carnaval simboliza isso. Uma ode à ignorância, à baixaria. Mas vai dizer isso para alguém! HÁ! Ou é inveja, ou você não sabe curtir a sua vida ou você é fresca e chata. Total intolerância com qualquer pessoa que pense diferente desse pacto tácito de putaria e excessos. Gente, vocês sabem que eu posso ser tudo nessa vida menos puritana, isto não é um discurso moralista. Uma coisa é moralismo outra é fazer pacto com baixaria, na concepção ampla da palavra. Minha ética é a mesma os 365 dias do ano, não é o calendário que me autoriza a beber e mijar na rua, a trair meu parceiro ou a sair beijando bocas de desconhecidos. Eu tenho meus valores.

Quem flexibiliza seus valores em função do calendário, bem, vai desculpar, mas é provável que, lá no fundo, quisesse ser assim o ano todo. E o grande problema nem é o “ser assim”. As pessoas tem o sagrado direito de “ser assim”, o que não pode é 1) achar que isso é bonito, motivo de ostentação, motivo para tirar onda e 2) achar que quem não faz é panacão. Todos nós fazemos coisas erradas. Eu, por exemplo, danço axé. Mas sou uma pessoa com senso crítico, sei que isso é uma merda e que eu seria uma panaca se começasse a apontar para os outros e atribuir-lhes qualidades negativas por não dançarem axé. Dançar axé é um cu, uma bosta, uma vergonha alheia do caralho. Eu faço porque gosto mas sei bem do que é composto o mundo do axé: gente burra, baixo nível e promíscua em 99,99% dos casos.

É isso. Não tem autocrítica. Nem senso crítico com terceiros, vide Prefeito do Rio dando MILHÕES para escola de samba cujo barracão pegou fogo enquanto os desabrigados das chuvas continuam com fome, doentes e sem casa. Mas é carnaval! Então pode tudo, e qualquer pessoa que fizer uma crítica, por mais embasada e pertinente que seja, é baixo astral, tá de mal com a vida. Como diz a música: quem não gosta de samba, bom sujeito não é / É RUIM DA CABEÇA OU É DOENTE DO PÉ”. Muito democrático. São esses mesmos fascista tupiniquins que acham Hitler um horror por impor seu ponto de vista e trucidar quem discorda. Se você não gosta de samba tem problemas na cabeça ou no pé. Esse problema na cabeça eu chamo de CÉREBRO.

Sério, gente. Tô puta. RUIM DA CABEÇA são vocês, seus panacas que pulam carnaval ganhando MERDA, sem ter acesso a bons hospitais atendimento médico de qualidade, sem ter transporte público adequado, sem ter escolas públicas apresentáveis, sem ter qualificação, valorização e reconhecimento profissional, sem o mínimo do mínimo. Tá comemorando O QUE? Conta pra mim? Daí vem aquelas frases de gente IGNORANTE, tipo “a alegria de viver” ou “a vida”. Comemorar uma vida DE MERDA se chama conformismo.

Quem não sabe aproveitar a vida são vocês, seus panacas que pulam carnaval feito um bando de símios descontrolados, perdendo sua dignidade e saúde, abusando de bebida e outras substâncias, se metendo em atividades promíscuas e em locais que muitas vezes podem representar um risco para sua saúde ou suas vidas. Até o ano passado eu não apontava o dedo para vocês, mas de tanto vocês apontarem o dedo para mim, vão ouvir de volta.

Comem merda o ano todo, ganham merda o ano todo, moram na merda o ano todo e em vez de utilizar sua energia para algo produtivo, que os faça melhorar de vida, vão comemorar carnaval. E ainda julgam e menosprezam quem discorda. Sinceramente… tem todo mundo é que se foder redondo.

É por essas e outras que a Tia Sally tá arrumando as malinhas, bem devagarinho, tentando fugir desta cidade nefasta. Até o final do ano espero ter saído do Hell de Janeiro.

Para me fazer propostas de emprego em outros estados, para me fazer propostas de emprego em outros países ou ainda para me fazer propostas de emprego: sally@desfavor.com

Whoa!O desfavor vai começar uma semana mórbida. Mais mórbida que o normal, pelo menos… E para começar a sua semana com o astral lá em cima, vamos falar sobre suicídio.

Enquanto ele diz que cara um decide se sua vida vale a pena, ela defende que suicídio nunca é a resposta. E não, não se considera eutanásia como modalidade válida na discussão.

Tema de hoje: Suicídio pode ser a solução?

SOMIR

Sim. Mas isso não quer dizer que seja a única. E isso é importante para esta discussão: Vencer a mania de achar que cada história tem apenas dois lados… Esforço e dedicação podem levar ao fracasso. Não vamos entrar na ilusão que as coisas SÓ podem melhorar para quem desiste do suicídio.

Claro que existe nobreza no ato de ficar e lutar até o fim, mas a conotação positiva só pode existir se for uma escolha. Não existe nenhuma obrigação “formal” a viver o máximo possível. Tanto que… você pode se matar assim que der na sua telha.

O normal é que uma pessoa contemple o maior número possível de soluções para seus problemas antes de pensar em acabar com tudo e sair de campo no meio do jogo. Mas quem disse que normal é sempre a única opção? Tem gente que luta contra todas as dificuldades e vence, tem gente que olha para o horizonte e manda tudo à merda.

É a sua vida, são as suas escolhas. Por uma série de motivos que vão desde o melhor funcionamento de uma sociedade estruturada até mesmo a ganância de instituições que dependem de suas ovelhas, a idéia de sobreviver está erroneamente atrelada a de viver. Uma coisa é estar respirando, outra completamente diferente é estar vivendo.

Qualidade de vida não é só qualidade do funcionamento dos seus órgãos. O ser humano precisa de uma série de elementos muito mais abstratos do que um pulso para ser feliz. Liberdade, relacionamentos, planos, objetivos, realizações… A lista vai longe.

Se a pessoa não sente mais que está vivendo, apenas sobrevivendo, existe lógica na idéia do suicídio. É politicamente incorreto dizer, mas a verdade frequentemente é. Ninguém é obrigado a gostar da vida que está levando. PONTO.

O que eu faria numa situação “passível” de suicídio? Quem se importa? A questão não é escolher a melhor solução para qualquer pessoa, é definir o que é uma solução. Um jeito perfeito de parar de viver uma vida ruim é se matar. Estou mentindo?

A sociedade (sistema, ou algo que o valha) tenta roubar de você o seu direito mais básico: O de existir. Não estou ficando maluco, a capacidade de decidir livremente se vai continuar nessa vida ou não é ESSENCIAL para a existência ter valor.

Esse discursinho sentimentalóide de valorização da sobrevivência nada mais é do que uma forma de reforçar a mentalidade de escravo de uma ordem cósmica imutável. “Você não é livre, a sua vida pertence a outras pessoas.”

Cacete, basta ver a posição da maioria das religiões sobre o assunto para perceber a obviedade da ferramenta de controle. O ÚNICO motivo para continuar vivendo é querer viver. O poder dessa escolha é o único que não podem tirar de você. E eu não vou ser hipócrita de criticar algo e logo após reforçar seu discurso.

Como negar que terminar a vida é uma solução para quem perdeu tudo? E sem esse golpe de relativizar para o grupo. O que faz a vida de uma pessoa válida não é necessariamente o que faz a vida de todos válida. Se o cidadão quer se matar porque ficou pobre, pode ter certeza que dinheiro era parte integrante do que fazia sua vida ter graça. Foda-se que a Creusa na favela vive feliz na miséria, não é a vida dela que está em jogo, o referencial muda de pessoa para pessoa.

É personalíssimo. Não me furto do direito de julgar os motivos para uma pessoa se matar como fúteis, mas isso depois de entender o ÓBVIO que eu sou eu, e a pessoa é a pessoa. Enquanto ela não estiver ME matando, está exercendo seu direito pessoal de existência.

E quando não temos o elemento da ferramenta de controle em ação, a argumentação pró-vida se escora num outros elementos altamente discutíveis…

Em primeiro lugar, aquela chantagenzinha emocional baraaaata de dizer que está jogando fora uma vida que muita gente adoraria estar vivendo. É a mesma coisa que aquela mãe manipuladora que tenta convencer os filhos a comer toda a comida do prato porque tem crianças na África passando fome… Na prática, não passa de uma baboseira. Da mesma forma que a comida no prato da criança “rica” não poderia ser enviada diretamente para as crianças passando fome, não tem como entregar uma vida para outra pessoa que faria melhor uso dela.

E eu sei que estou soando extremamente egoísta ignorando que uma pessoa que se mata quase sempre deixa parentes, cônjuges e amigos. Mas não podemos esquecer que uma pessoa que realmente quer se matar não se compara com uma que quer viver. Uma pessoa “no estado de espírito” necessário para se matar é a encarnação do dizer “antes só do que mal acompanhado”.

Quem só fica vivo por obrigação VAI FODER a vida de quem está por perto. Seja pelos impulsos auto-destrutivos (MUITO melhor ser filho de alcóolatra do que ser órfão, né?), seja pelo desânimo e falta de objetivos (ajuda muito ter que ficar carregando alguém feito uma cruz…). Ou a pessoa QUER viver, ou só vai atrapalhar “quem fica”. Se vai ficar vivo para atrapalhar, não vai fazer falta, por mais escroto e insensível que essa frase soe.

Vamos recapitular: A vida não é uma obrigação, não é apenas estar respirando que vale como referencial de viver bem e ser uma boa influência para as pessoas ao seu redor. Reforçar a idéia de que batimento cardíaco tem esse valor mágico serve para fazer as pessoas preguiçosas se sentirem bem com suas vidas. Batemos nos suicidas porque eles não validam o nosso joguinho de auto-valorização.

Não quer ficar? Não fica. Você é livre. E quem quer que te diga o contrário não está te dando um bom conselho. Tem coisa mais depressiva do que ser obrigado a viver?

Para dizer que resolveu se matar por causa deste texto (não vai fazer falta), para me chamar de irresponsável por dizer a verdade, ou mesmo para dizer que vai torcer para que um ônibus desgovernado me suicide: somir@desfavor.com

SALLY

Tudo passa. O tempo cura tudo. Nós aprendemos a viver e a nos adaptar em novas realidades com mais facilidade do que podemos imaginar. Aprendemos a viver sem pessoas que poderiam nos parecer essenciais ou sem bens materiais que pareciam indispensáveis. Excluindo nossa saúde, todo o resto é reconquistável, de uma forma ou de outra. Uma adversidade, por maior que seja, não justifica o suicídio. Quer se matar? Vá em frente, elimine seus genes idiotas do mundo, Prêmio Darwin para você! Respeito o direito que a pessoa tem de se matar, mas jamais vou concordar com isso como uma escolha válida para uma pessoa que é mentalmente normal. Entendo que pessoas com discernimento comprometido ou mentalmente doentes não possam fazer uma avaliação clara, por isso fiz esta ressalva.

A pessoa que concorda em se matar está dizendo que seus problemas são “irresolvíveis”, que são maiores e piores do que o dos outros e que não tem capacidade de solucioná-los e superá-los. Manucu. Todos nós passamos por problemas graves ao longo da vida e todos nós passamos por momento de desespero e dor que podem nos fazer pensar se seremos capazes de suportar isso. E quase todos nós superamos. A pessoa que se mata não o faz porque tem problemas maiores ou piores que os nossos e sim porque não tem estrutura para lidar com a vida. O suicídio não tem como causa o fato externo que o desencadeia e sim o interno que faz com que a pessoa seja tão fragilizada que não consiga se reerguer.

Logo, partindo dessa premissa, fatores externos (salvo as exceções citadas) não justificam suicídio. Um “defeito” interno, emocional também não pode avalizar esse tipo de coisa. Ninguém está condenado a ser como é para sempre, sobretudo se esse “ser como é” lhe for prejudicial. Pessoas podem se fortalecer, buscar ajuda. Acho muito simplório um “vou me matar porque não consigo lidar com isso”. Que tal substituir por um “vou BUSCAR AJUDA, porque não consigo lidar com isso”? Inaceitável se matar para fugir de um sentimento ou de uma situação.

Tanta gente cheia de projetos, querendo viver e doente ou morrendo sem ter escolha e um babaca saudável dá tamanha importância a um problema a ponto de tirar a própria vida! Não tem como concordar ou justificar esse tipo de coisa. A sensação que já senti de querer muito viver e quase morrer mesmo lutando contra isso não me permite autorizar o suicídio como possível solução válida ou compreensível.

É como se você comprasse um carro muito caro, andasse nele, gostasse dele mas um dia ele quebrasse no meio da rua e te causasse um problema enorme. Você chama o reboque ou você simplesmente vira as costas e vai embora, abandonando o carro no meio da rua? Pois é, não se faz isso nem mesmo com um carro, quem dirá com a própria vida, que é um bem maior! (grandes chances do Somir achar que o carro um bem maior que a vida, mas tudo bem).

Infelizmente as pessoas estão ficando cada vez mais mimadinhas e intolerantes ao sofrimento e à frustração. O sofrimento faz parte de nossas vidas, faz parte de quem somos. Mas neguinho não quer sofrer nem por meio segundo. Neguinho é tão frágil, tão cuzão, que qualquer sofrimento desestrutura, desestabiliza e faz a pessoa começar a ter siricoticos como parar de comer, parar de trabalhar, ignorar seus deveres com filhos e chorar o dia todo. Daí esse tipo de gente sai enchendo o rabinho de Fluoexitina ou qualquer outro remedinho que aplaque sua dor, porque simplesmente não sabe levar uma vida com dor, mesmo esta dor sendo temporária.

Pois eu tenho uma novidade: Dor faz parte da vida. Dor TEM QUE SER VIVENCIADA, vivenciar a dor é normal e necessário. Através dessa vivência vamos ficando calejados e aprendendo a lidar melhor com ela. Mas a pessoa que foge dela nunca aprende a lidar, daí o namoro termina e a pessoa sente tanto medo da dor que prefere se matar do que passar por ela. Atentem para o fato que o “se matar” pode ser direto (tiro na cabeça, veneno…) ou indireto (pessoa que se entrega, não come, se auto-destrói…). Se matar, seja de imediato, seja aos poucos, a longo prazo, é babaquice.

Também tem outra coisa: eu acho que a maior parte das pessoas que se matam, é motivada mais por vingança do que por tristeza. Isso mesmo! Para foder coma vida de alguém, para deixar alguém com culpa ou até mesmo para finalmente conseguir ser importante na vida de alguém. Na minha opinião de leiga, que pode muito bem estar errada, poucas pessoas se matam por não suportar mais o sofrimento. Coisa ridícula dar tanta importância a outra pessoa (ou a outras pessoas) a ponto de tirar a própria vida, hein? Uma imbecilidade sem fim. Não importa o motivo, nada justifica o suicídio. Há sempre uma saída melhor. Eu posso até aceitar que se “suicide alguém”, mas a si mesmo jamais.

Suicídio não resolve problema algum, apenas transfere o problema do suicida para seus entes queridos, uma vez que são eles que terão que lidar com as consequências emocionais e financeiras desta gracinha e com as pendências da vida do suicida. Puta egoísmo, sobretudo quando a pessoa tem filhos. Uma pessoa que tem filhos não deveria ter o direito de se suicidar e não aceito que alguém venha me dizer que pode ser compreensível se matar por algum motivo e deixar filhos desamparados no mundo. Babaquice tem limite.

Sem contar que a maior parte dos suicidas paunocuzam toda a sociedade para se matar, promovendo mega-espetáculos mórbidos em uma última tentativa desesperada de chamar a atenção: se jogam do alto de prédios (e as vezes levam junto um coitado de um transeunte ou o carro de alguém) ou cortam os pulsos e vão parar em pronto-socorro tomando horas do trabalho de médicos que poderiam estar salvando vidas de quem realmente quer viver. Quer se matar? Suicide-se de forma discreta no conforto do seu lar e não encha o saco dos outros!

E se você, seu Débil Metal, está cogitando ou um dia cogitar por algum motivo se matar, pense no seguinte: ainda tem milhões de coisas boas por vir na sua vida, por mais que você tenha certeza de que a dor nunca vai passar e que você nunca vai superar o que quer que esteja acontecendo, VAI PASSAR. Quer perder essas coisas boas que estão por vir? Quer passar os seus problemas para as costas dos outros? Você é um merda. Não importa o que o Somir disse acima, SUICÍDIO NÃO É SOLUÇÃO E NÃO É ACEITÁVEL.

Para sugerir que a gente se suicide, para sugerir que suicidemos um ao outro ou ainda para se suicidar depois de ler este texto: sally@desfavor.com

SútilPara a escatologia. O desfavor não ignora suas necessidades mais básicas e mais uma vez discute um assunto que deveria ficar dentro do banheiro. Como sempre, Somir relativiza uma porquice numa relação amorosa estável e Sally fica furiosa.

Tema de hoje: Mijar de porta aberta é menos pior que cagar de porta aberta?

SOMIR

É. Assim como é menos pior levar um murro do que um tiro. Impressionante como em qualquer assunto que possa fazer outras pessoas te acharem porco, todo mundo age como um fanático religioso. Não existem meios termos, só pose e histeria punitiva.

Embora eu concorde com Sally que numa relação esse tipo de intimidade nas funções fisiológicas seja um assassino de tesão, não encaro o assunto de forma irracional e sentimentalista, afinal… não sou uma mulher. Mulheres tem o hábito de idealizar seus parceiros ao ponto em que não se assemelham mais a um ser humano. E lembrá-las disso é receita de problemas.

Seres humanos mijam e cagam. Lide com isso. Aprendemos desde cedo que não é o tipo de coisa que fazemos na frente dos outros e esse é um bom ensinamento para seguir na vida, mas merdas, caros desfavores, merdas acontecem.

Quem nunca entrou correndo num banheiro que atire o primeiro rolo de papel higiênico. A natureza tem o péssimo hábito de nos chamar de surpresa, o que nos leva a tomar decisões rápidas baseadas em idéias mais ou menos pré-definidas sobre o que é aceitável ou não.

Se ficou complicado, eu simplifico: Uma pessoa apertada não vai ter a mesma atenção aos detalhes que teria se estivesse tranquila. Se ela precisa cagar, lembra que demora mais e que o cheiro não é agradável. Fechar a porta é reflexo lógico. Agora, se ela precisa mijar, sabe que é rápido e a não ser que esteja muito podre ou seja doido por aspargos, não vai ofender o nariz de ninguém próximo. Deixar a porta aberta pode ser um risco calculado ou uma distração momentânea.

E é aí que eu traço a linha. A pessoa que caga de porta aberta está de sacanagem, a pessoa que mija de porta aberta não necessariamente. Se qualquer um dos dois virar hábito, há um claro desinteresse em se manter atraente para o parceiro, mas estamos falando de eventos isolados. Incapacidade de perdoar o perdoável também mata uma relação.

Eu sei que existem vantagens sociais para quem fala (e só precisa falar mesmo nesse mundo hipócrita) que não faz nada reprovável. Mas isso aqui é um blog, fazer pose aqui é na melhor das hipóteses risível. Vamos pensar de forma fria:

As pessoas em geral tem pouca ou nenhuma dificuldade de dividir com o mundo que estão indo até o banheiro para urinar. É sim excesso de informação, mas não causa um milésimo do constrangimento público que a menção de que está indo cagar causaria. Até mulheres, que eu sempre considerei um pouco mais civilizadas na média, estão perdendo a inibição.

E existe até uma explicação biológica para aceitarmos melhor essa função fisiológica humana: Vamos muito mais ao banheiro para o número um do que para o número dois em média. Bexigas enchem mais rápido que intestinos por uma questão de espaço disponível e velocidade do processo.

Oras, não é a mesma coisa. E não podemos ignorar que porta aberta ou porta fechada, ninguém é obrigado a ficar assistindo o “show”. A não ser que você tenha algum fetiche bizarro por excreções humanas, o pior que acontece é você passar algumas frações de segundo presenciando a cena. Você vai até o banheiro, vê a pessoa usando e sai de perto. Pode até dar uma bronca depois, mas não existe nenhum elemento hipnótico numa pessoa usando uma privada!

Quem fica olhando é até mais problemático do quem dá essa oportunidade. E falando nisso…

Sally adora mentir que me viu mijando numa pia enquanto ainda estávamos juntos. O que ela nunca percebeu é que contando essa história ela entrega que ficou olhando a cena se desenrolar até ter certeza absoluta do que estava acontecendo, barulho de água numa pia pode significar muitas coisas. Uma voyeur reclamando de um exibicionista? Essa é nova… Ah sim, eu nem ligo mais, descobri que posso aterrorizar as mulheres dizendo que invariavelmente elas já escovaram os dentes numa pia mijada! Todo homem faz, todo homem nega. Hahahaha!

Voltando ao foco: Se a pessoa está no banheiro para mijar, existe uma boa possibilidade de tudo acabar tão rápido que ninguém vai sequer passar na frente da porta do banheiro. E se alguém o fizer, o natural é se afastar logo. E temos outro elemento importante: O som. Enquanto o som do mijo pode ser confundido com qualquer outro onde água encontra água, a sinfonia anal cotidiana é bem mais específica. E apesar disso, ainda existe o elemento surpresa: Quando alguém está cagando, existem vários períodos de silêncio mortal, onde o único aviso da presença de outro ser humano no banheiro é a barreira de gases fedorentos. Mija-se para dentro do banheiro, mas caga-se para fora.

É evidente que é pior pegar alguém cagando. Só estamos escrevendo essa coluna porque tem gente que não consegue sequer pensar sobre assuntos que julga negativos. Relativizar e colocar pesos no que te incomoda ajuda a entender os motivos pelos quais você não gosta daquilo.

Eu julgo de forma diferente mijar e cagar de porta aberta não por ter simpatia por qualquer uma das modalidades, e sim porque o que realmente me incomoda é o desleixo e falta de civilidade de uma parceira. E isso é mensurável. Existem situações piores do que outras, existem erros e existem padrões. Cagar de porta aberta é “game over”, mijar de porta aberta é “strike 1”. É racional, é mensurável e tem motivos.

Mas, se o seu sonho de vida é ser a Barbie e namorar com o Ken, considere tudo exatamente a mesma coisa. E divirta-se com seu stress desnecessário.

Para me chamar de porco, para dizer que estava sentindo falta dessas baixarias, ou mesmo para reclamar que a gente discute por qualquer merda esses dias: somir@desfavor.com

SALLY

Mijar de porta aberta é mais aceitável do que cagar de porta aberta? NÃO, PORRA!

Envolve seu sistema excretor? ENTÃO FAÇA LONGE DOS OUTROS. Quer que eu desenhe? Desde 2008 eu bato nessa tecla!

Ainda mais sendo mulher! Se a pessoa entrar no banheiro e pegar você sentada no troninho, muitas vezes nem vai saber exatamente o que você está fazendo lá! Esteticamente não tem muita diferença. A pessoa acocorada naquela posição humilhante… aff

E o barulho de xixi caindo na privada? Existe algum ser humano na face da Terra que não ache esse barulho constrangedor? E o cheiro? Ou alguém aqui acha que xixi não tem cheiro? Me poupem! E se estiver mijando e surgir toda uma urgência de cagar no meio do caminho? E se estiver mijando e peidar? São tantas questões relevantes!

Mijar é um momento constrangedor. Por mais que os homens no geral sejam mega-porcos e sem noção e estejam acostumados a colocar esse mixaria para fora e mijar em qualquer lugar, isso não quer dizer que seja socialmente aceitável mijar na frente de outros seres humanos. Se você é filho de uma mãe PORCA que não te deu educação e não te repreendeu de mijar no meio da rua, não venha querendo que a sociedade de adapte à sua porcaria. O certo é mijar no banheiro, na PRIVADA (não na pia!) e de portas fechadas. Se fosse socialmente aceito fazer em público, o vaso sanitário ficava no meio da sala ou no quarto ou então banheiro nem tinha porta!

Não consigo fazer essa distinção entre “mais grave” e “menos grave”. Na minha cabeça esse tipo de coisa se divide em “coisas que fazemos em público” e “coisas que não fazemos em público”. O que é menos grave, vomitar feijão ou vomitar ervilha? Dããããã! NÃO SE VOMITA EM PÚBLICO E PONTO FINAL, não importa o que saia da sua boca! Tanto faz se o excremento é sólido ou líquido, atos ligados ao sistema excretor são privados!

Não é ACEITÁVEL, nem mais nem menos aceitável, mijar ou cagar em público. E quem discorda está mais próximo de animais do que de humanos. Se você não acha fodidamente antiestético ver um homem de pé mijando no vaso, então você deve ser um ser de luz, coisa que eu não sou. Ver sair MIJO de um pênis é a mesma coisa que ver alguém mijando na colher que você vai usar para comer e depois ver a mesma pessoa lavando a colher com água e sabão e te mandando colocar a colher na boca porque “já está limpinha”. PORRA, NÃO DÁ. Você colocaria uma colher que viu ser mijada na boca, mesmo depois de água e sabão? FUCKIN´ NÃO DÁ, será que eu sou tão maluca assim?

Deus é um troll, um troll sádico, que colocou o aparelho excretor juntinho do aparelho reprodutor, assim os seres humanos são obrigados a enfiar ou serem enfiados pelas mesmas vias por onde cagam e mijam. Isso por si só é ruim o bastante. Será que ainda temos que VISUALIZAR o processo, para que não paire qualquer dúvida da escrotidão do negócio? Por favor, nos deixem esquecer que esse bilau mija todo dia, NÃO QUEREMOS vez mijo saindo de onde mais tarde tiraremos nossa diversão. Uma coisa é saber, outra muito pior é VER.

Não tem “mais pior” ou “menos pior”. Escatologia e sexo não caminham de mãos dadas na minha vida. Não gosto de misturar as estações e não gosto nem de lembrar que eventualmente elas se misturem. “Mas Sally, você sabe que todo mundo mija, que diferença que faz?”. Você, Amigo Cueca, que está me achando fresca pela milésima vez, pense comigo: você sabe que a sua namorada teve outros namorados ao longo da vida. Você sabe que ela já deu para mais pessoas ao longo da vida. SABE. Mas e se você visse um vídeo dela fazendo isso, seria a mesma coisa? NÃO. Certas imagens ficam para sempre nas nossas mentes e voltam de forma involuntária nas piores horas.

Pela última vez: não é admissível cagar, peidar, mijar, mijar na pia, mijar na rua, vomitar, tirar meleca e similares NA FRENTE DE OUTRAS PESSOAS. Custa tanto seguir essas norma básica de convivência? Custa ter noções mínimas de privacidade? O fato de VOCÊ não se importar não significa que todo o resto do mundo não se importe junto. Custa, na dúvida, poupar a outra pessoa disso?

Alguém duvida que mijar seja nojento? Você pularia em uma piscina onde mijaram? Você beberia o mijo de alguém? Você sentaria em um sofá mijado? MIJO É NOJENTO. Exceções na frente dos outros é algo humilhante. Se você não vê problemas em mijar na frente de alguém, está na hora de rever suas noções de intimidade.

E só para fechar, gostaria de desqualificar qualquer argumento utilizado pela MADAME aqui de cima relembrando a todos que ele é o tipo de pessoa que MIJA NA FUCKIN´ PIA, mesma pia onde se lava o rosto e os dentes e acha isso perfeitamente normal. Vocês acham que alguém que lida desta forma com sua urina tem moral para opinar sobre o assunto?

Você mijaria de porta aberta no seu local de trabalho? E na igreja que você freqüenta? E na casa da sua sogra? Porque mijar de porta aberta fosse uma coisa tão inofensiva, você faria em qualquer lugar, sem o menor constrangimento. Se não faz no trabalho, na igreja e na casa da sogra mas faz em casa, sinal que tem mais consideração pelos colegas de trabalho, pelos colegas de igreja e pela sogra do que pelas pessoas da sua casa. Intimidade não quer dizer ser relapso, porco e indiferente.

A mensagem que se passa cagando ou mijando de porta aberta é a mesma: não tenho medo que você perca o tesão em mim, estou cagando e andando tanto que não me dou ao trabalho sequer de fechar uma porta.

Para dizer que acha melhor o Somir me autorizar a escrever Sally Surtada pois eu estou começando a surtar em todas as postagens, para dizer que acha mijar na pia mais grave do que cagar de porta aberta ou ainda para informar que está desistindo oficialmente de ler o Desfavor: sally@desfavor.com