Dés Potas: Já vai tarde.

Os números oficiais (que são mais baixo que os reais) estimam que em média 25 pessoas se matam POR DIA no Brasil. Não sou eu quem diz, é o povo da UNICAMP. E para cada uma dessas almas competentes que conseguem se matar existem outras tantas que tentam e não conseguem, pois não tem competência para tal, porque até para se matar é necessário um mínimo de competência. Perguntem a plantonistas o numero de idiotas que se entope de remédios que não matam e chega no pronto-socorro apenas com uma baita diarreia ou o numero de idiotas que cortam os pulsos na horizontal e apenas levam uns pontos. Todos os dias estas pessoas que conseguem ou eu tentam suicídio atravancam o atendimento de algum pronto-socorro onde também existem pessoas lutando por sua vida, que não deram causa ao que quer que as esteja matando. O que o Governo vem fazendo? Aumentando os recursos em programas de prevenção ao suicídio, com o meu, com o seu dinheiro. Você acha isso certo? Se você acha isso certo, PARABÉNS, você é uma boa pessoa. Eu não sou, eu sou uma escrota, eu acho que dinheiro público tem que ser usado para melhorar a vida de quem QUER viver. Sim, eu perdi a paciência com o ser humano.

Sabe o que eu acho que deveria ser feito? Vender um kit “Já vai tarde” nas FUCKIN´FARMÁCIAS, composto por um coquetel de remédios que matem sem dor, sem sofrimento e sem erro, assim quem quer se matar tem meios de fazê-lo sem causar transtornos a terceiros e à sociedade. Gastarei quatro páginas me explicando e se, ao final, você chegar a titubear em concordar comigo ao menos em alguns pontos, chore. Você perdeu sua alma para o Desfavor. Você era uma boa pessoa e se deixou contaminar. É um caminho sem volta.

Como eu estava dizendo, a ideia seria um kit que a pessoa possa tomar e morrer sem dores, sem agonia, sem vomitar em si mesma, sem sobreviver e ficar com sequelas. Uma morte digna, rápida e indolor. Porque a partir do momento em que a lei me confere o direito de acabar com a minha própria vida (suicídio não é crime, apenas “suicidar” os outros é) eu posso pleitear uma forma digna de fazê-lo. Seres humanos tem direito a uma vida digna e a uma morte digna. Se eu decido que não quero mais viver, dá licença? A morte é uma opção pessoal. Até entendo essa vilanização do suicídio quando tinha pouca gente no mundo com baixa expectativa de vida e muita terra para trabalhar, mas hoje? Hoje suicídio é um ato quase que ecológico. Um a menos para consumir água, consumir carne e poluir o planeta. Nada mais justo que se tenha a opção de fazê-lo de forma segura e eficaz, já que a maior parte da população não tem conhecimento técnico para isso.

Não estou falando em incentivar o suicídio. Não quero comerciais na TV com a Fátima Bernardes sorrindo, segurando o kit e dizendo “Suicide-se já!”. Estou falando em dar essa possibilidade à pessoa que deseja se suicidar. Você acha que um kit desse aumentaria o numero de suicídios? Eu acho que não. Quem quer se matar tem instrumentos de sobra para fazê-lo em casa e os números da UNICAMP de 25 suicídios bem sucedidos por dia não me desmentem. Não é algo como drogas, que se você não puder comprar na farmácia vai ter um certo trabalho para conseguir por meios alternativos. Todo mundo tem fogão em casa e pode ligar o gás e colocar a cabeça dentro. Todo mundo tem faca em casa. Todo mundo pode ir na farmácia e comprar algum remédio que em excesso acabe com sua vida, tem uma lista deles no Google, é informação de domínio público. É fácil e acessível se matar. O que é difícil é se matar com dignidade, de forma rápida, sem sobreviver, sem dor e sem sofrimento. Isso sim requer conhecimento técnico.

Mas, MESMO QUE facilite a vida (ops! a morte) do suicida, eu tenho um contra-argumento de uma palavra: FODA-SE. A pessoa não quer se matar? Então porra, deixa ela se matar, mas que caralho! Francamente, o mundo anda superlotado demais da conta para a gente ficar fazendo malabarismos para prender aqui quem não quer mais estar aqui. A pessoa está doente, está sem discernimento? Interdita judicialmente, interna ou faz qualquer outra medida que lhe tire autonomia para que ela não possa comprar o kit, mas não tire o direito de quem quer morrer em paz, como uma escolha consciente, de conseguir sua morte digna. Até porque, como eu disse, quem quer realmente se matar, vai fazê-lo de forma caseira assim que você virar as costas. E ainda periga provocar uma sujeirada, matar gente inocente junto ou ainda não morrer e ficar com sequelas dando trabalho. Você acha isso bonito?

Sem contar o grande número de pessoas histéricas que dizem que vão tentar se matar ou de fato tentam só para chamar a atenção. O kit “Já vai tarde!” cortaria o mal pela raiz. Acabou essa putaria de cortar os pulsos e ligar para o ex chorando. A pessoa saberia que com o kit não tem erro. Quer se matar MESMO? Toma o kit. Não tomou? E chantagem barata. E francamente… uma pessoa que cogita se matar por um desgosto passageiro como terminar um relacionamento tem mais é que morrer mesmo, o mundo fica melhor sem esse tipo de gente I-DI-O-TA. Não sei se vocês perceberam, mas estamos rumando a passos largos para uma Idiocracia, ou começamos a eliminar os idiotas (no caso, deixar que eles se eliminem), ou em vinte anos estaremos regando plantas com Coca-cola. Se a pessoa não tem estrutura para suportar um mero desgosto inerente à vida, por caridade, permitam que ela se mate. É melhor para todo mundo!

Tem também toda uma questão humanitária. Por exemplo, se eu ficasse paraplégica, vai me desculpar, mas eu gostaria de me matar. Quando você está livre das amarras religiosas e de todo o pecado e karma que dizem ser se matar e encara a vida como “morreu = acabou” fica mais fácil tomar essa decisão. Não me interessa ser exemplo se superação e viver com metade do corpo paralisado, será que as pessoas me dão licença de fazer essa escolha? Não, não dão. As pessoas acham que porque EU, SALLY SOMIR, escolheria me matar significa que estou pregando a morte de todos os paraplégicos do mundo. Não estou, estou dizendo que PARA MIM, SALLY SOMIR, não compensa viver com as perninhas mortas. DÁ LICENÇA? Não, não dão. Se isso acontecer comigo eu não vou ter direito a uma morte digna, vou ter que morrer aos poucos, lentamente e provavelmente com dor, de forma caseira. Eu mereço poder decidir a forma como quero morrer. Eu mereço poder comprar algo que me ajude a concretizar essa decisão. Ainda tem o bônus de garantir de forma inequívoca que se esse blá blá blá de espiritismo for verdade eu não vou para o Nosso Lar. Tenho horror de um dia morrer e acordar naquele lugar pau no cu!

Mas não pode, sabe porque? Porque as pessoas são tão descontroladas, tão fodidas da cabeça, tão instáveis que se liberar um troço desse vem logo um medo que meio mundo se mate. DEIXA MORRER, CARALEEEEO! Deixa morrer e faz uma faxina no planeta, só fica nessa porra quem realmente quer muito e quem tem preparo emocional. Porque ficar segurando gente que está querendo desistir? Soa como egoísmo. Se a pessoa tem discernimento e não quer mais, deixa ir. Quem é você para ficar dizendo que a pessoa tem que continuar vivendo? Gente, dá um tempo, a pessoa tem o sagrado direito de se matar. Ninguém é obrigado a prosseguir… prosseguir… prosseguir… como se fosse a única opção. Não é. Nada de ruim vai te acontecer em “outra vida” ou no “pós morte” se você se matar, isso era discurso para manter mão de obra viva!

Evidente que uma coisa assim exigiria um sistema de controle bem planejado. Certamente você deve estar preocupado, porque controle em farmácia é pura ficção, o que não falta é farmácia vendendo anabolizante, remédio tarja preta e todo tipo de porcaria proibida em desacordo com a exigência legal. Mas porra, se a falta de controle for motivo para não vender remédio, nem antibiótico pode estar nas prateleiras. Suspende a venda de tudo então! Com um controle rígido à base de um mecanismo inteligente seria viável. Mas não, o Estado te deixa matar seu filho que está na sua barriga, muitas vezes sem o consentimento do pai da criança (seja pela pílula do dia seguinte, seja por qualquer outro remédio abortivo vendido em farmácias) mas a SUA vida, que só diz respeito a VOCÊ, não pode. Daí você está lá, todo Flavio Silvino, e tem que viver torto, cagando na fralda porque a vida é sagrada. Vai tomar no cu três vezes!

“Mas Sally, vai ter gente que no calor da emoção vai se precipitar e se matar por puro desespero”. Joguem perdas, eu acho que gente assim não merece viver. Não tem controle emocional para suportar os baques da vida? Literalmente: se mata. Mas vou te contar uma coisa: boa parte disso é papo furado. Se a pessoa soubesse que morreria mesmo, que não teria volta, que não teria como salvar, ela provavelmente enfiava o galho dentro e não tomava. E se tomar, já vai tarde. O mundo está abarrotado de gente sem preparo emocional, pessoas que nos paunocuzam e nos afetam com esse despreparo diariamente. Todos nós ficaríamos melhor sem elas. SIM, é isso aí, eu não tenho compaixão com quem tem duas pernas, dois braços, saúde e ainda assim decide se matar. Tem que morrer mesmo. Se eu fosse médica, nem socorria suicidas, só se não tivesse mais ninguém para atender. Se a pessoa decidiu que isso é o melhor para ela, seria arrogância da minha parte dizer que não. Só sabe quem está passando por aquilo.

Até que ponto manter gente disfuncional no mundo, gente que não quer estar no mundo, não causa mais mal à sociedade e às pessoas próximas do que a morte do elemento? Quem de nós não conhece uma família que estaria muito melhor se um elemento desequilibrado estivesse morto? Lógico que esse não é o tipo de coisa que se fale, aliás, não é o tipo de coisa que as pessoas sequer consigam admitir para si mesmas. Justamente por isso estou tocando no assunto, para te sacudir, para enfiar o dedo na ferida, para te levar a refletir. Porque causa tanto choque a ideia de que talvez seja melhor para todos os envolvidos que a pessoa esteja morta? Deixem de lado os pudores e o medo da reprovação social, vocês estão na República Impopular do Desfavor. Vamos abordar a verdade nua, crua e sangrando? O mundo fica melhor sem determinadas pessoas. Não podemos matá-las, mas se elas quiserem nos fazer esse enorme favor, porque impedi-las? E mesmo que sejam pessoas ótimas, cuja morte seja um desfavor para o mundo, se não querem mais estar aqui, quem somos nós para impedir ou dificultar o processo?

Como você se sentiria se não gostasse mais do seu parceiro(a), se na verdade, estivesse com asco dele, querendo terminar com ele mas tivesse que continuar com ele porque todos fazem um grande escândalo quando você fala em romper o relacionamento? Ser obrigado a se manter vivo em condições sofridas (e o sofrimento pode ser físico ou psicológico) é mais ou menos isso. Chega de encarar a morte como algo não aceitável, se matar é sim uma OPÇÃO. Não é “anti-natural” como dizem. Suicídio é uma opção, você tem o direito de decidir o quanto quer que a sua vida dure. É uma opção à qual muitos de nós preferem nunca recorrer, mas tem que ser uma opção. Egoismo, descontrole, burrice… chame o suicídio do que quiser, você não é obrigado a concordar com o suicídio em si e sim com o direito de uma pessoa de ter acesso a um medicamento que lhe assegure um suicídio sem dor, sem sofrimento e sem falhas. Você não é obrigado a se suicidar, apenas a tolerar que outros se suicidem se assim o desejarem. Mas não, além de controlar a vida alheia, as pessoas gostam de controlar a morte alheia também! Que saco!

Quem quer se matar, vai se matar. Se matar é fácil. Se matar é gratuito. A diferença seria que com o kit “Já vai tarde!” a pessoa teria a certeza de uma morte eficiente e sem sofrimento. Imbecilidades como gente morrendo na fila por atendimento no pronto-socorro porque um médico está ocupado costurando um suicida ou então um babaca que se joga da janela da sua casa e cai em cima de um coitado de um transeunte que não tinha nada com isso matando-o não iriam mais acontecer. Porque, vamos combinar, se a pessoa tivesse uma opção de pôr fim à sua vida com a certeza de não sentir nem sofrimento nem dor, dificilmente escolheria outros meios mais brutos. O kit “Já vai tarde” nada mais é do que reconhecer o sagrado direito que uma pessoa tem de se matar. Mas imagina que alguma igreja ia concordar com isso! Ninguém quer perder as ovelhas que bancam o BMW de seus sacerdotes e pastores! Por isso, e só por isso, a ideia do suicídio como opção é vilanizada e pintada como repulsiva! Pessoas escrotas querem que sobre gente infeliz no mundo, porque lucram com isso.

E, claro, não poderia deixar de faltar o argumento clássico… por favor, ler com voz de débil mental: “Você gostaria que seu __________ (nome de parente) tomasse um remédio desse e se matasse? Hein? Hein?”. Evidente que não, eu não gostaria. Mas acho que as pessoas tem que ter esse direito. Da mesma forma como eu não gosto de ouvir metade das imbecilidades que escuto e no entanto continuo achando que as pessoas tem o sagrado direito de expressar sua opinião. E quer saber? Eu não gostaria muito mais de saber que meu __________ (nome do parente) está vivendo por pressão social, quando o seu desejo real é por fim na sua vida. Se ele não quer mais estar aqui, então se mate. Eu terei que dar um jeito de lidar com isso.

Será mesmo que todo mundo que quer se matar está com algum problema psicológico? Será mesmo que todo mundo que quer se matar precisa de ajuda? Não creio. Chega de tabus, de medo, de religiosidade. Morte é uma opção de cada um de nós. E muitas vezes é uma opção válida e justa dentro da realidade daquela pessoa. Só quem pode saber é ela. Se algum dia acontecer algo grave o bastante para que eu reflita racionalmente e chegue à conclusão de que não vale mais a pena, não terei pudores em me matar. Não vejo isso acontecendo, salvo uma tragédia muito grande que me limite motora ou intelectualmente de forma irreversível, mas já adianto que se for o caso, espero contar com a ajuda de vocês. Se vocês me deixarem toda errada estilo Gerson Brener e insistirem em me manter viva assim, espero que cada um de vocês se foda muito na vida. Preciso urgentemente fazer amizade com algum médico para assegurar meu sagrado direito de morrer com dignidade e sem sofrimento se um dia for o caso… tem algum médico aí que gostaria de ser meu amigo?

E se você está pensando “Ai, Sally, não fala essas coisas que ATRAI”, faça um favor a nós dois: nunca mais volte aqui. Se falar atraísse alguma coisa, Somir passaria seus dias gritando “Dólar!”

Para dizer que não sabe o que pensar, para afirmar que me matará com o maior prazer ou ainda para começar a gritar “dólar” várias vezes por dia: sally@desfavor.com

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Comments (130)

  • Estou procurando um texto do Somir que descreve sobre várias formas de cometer suicídio é não acho. Foi tirado do blog?

  • Sua tese é furada, absolutamente falha, vc disse : as pessoas doentes, deformadas e irrecupráveis, ocorre que a medicina já cura a AIDS, e em breve curará o Cancer, e vários aleijados andararão sem a muleta ou a cadeira de rodas, é apenas uma questão de tempo, pouco tempo, pois a Medicina e a Ciência evoluem atualmente à velocidade da luz.

  • Uma vez li em algum lugar e concordei: o suicídio é uma maneira de morrer e ainda deixar os outros levarem a culpa.
    Concordo em partes com seu texto, mas as pessoas ainda não estão preparadas para essa praticidade (nisso aí, eu me incluo).

  • Comentário tardio:

    Concordo com tudo. Se o babaca não tem força o suficiente pra aguentar alguns tropeços, se mata que não vai fazer falta.

    Tenho dois primos e uma tia que se suicidaram, e um amigo que já tentou o suicídio.
    Vários familiares e amigos criticaram minha insensibilidade com esses ocorridos, mas eu nunca disse a eles o que realmente pensava sobre o ato. Meus parentes são católicos fanáticos, e eu não tenho a minima paciência pra debater com idiotas. Ah, os amigos que não me entenderam, são espiritas e igualmente idiotas.

    Eu me sinto tão bem lendo esse blog, queria muito o ter achado antes.
    Estou sempre aqui, mas não comento muito

  • Lembro de um conto de Jenő Heltai em que um médico é chamado para atender às pressas a um moribundo, o qual logo se descobre se tratar da Morte em pessoa. Ao se deparar com seu paciente, um velhinho mirrado e indefeso sobre o leito, o médico não consegue evitar a tentação de matar a própria Morte e libertar o mundo de seu domínio. Confusão típica em que nossa natureza limitada sói se enredar quando se aproxima de um universal com cálculos e economias particulares: para aquele cuja missão ordinária é salvar vidas, matar a Morte pode parecer um grande negócio, uma artimanha, um macete para, como que por atalho, saltar ao grau derradeiro de excelência na execução de seus serviços. Tudo se passa como se entre salvar vidas e salvar a vida em geral não houvesse senão uma diferença de grau, uma picuinha gramatical.

  • Monica,vou te dizer uma coisa,não sou nazista,mas se hitler tivesse sido mais esperto e começado a guerra um pouco mais tarde talvez hoje em dia teriamos muita mais coisa pra se orgulhar do que hoje até porque as armas seriam bem mais evoluídas do que hoje,como por exemplo você ir pra escola em uma mochila a jato,até os dias atuais ele do jeito que as coisas estavam indo ja teria transformado o mundo inteiro em gente branca e não teria preconceitos porque todos seriam iguais,os hospitais seriam bem melhores e mais bem equipados não teriamos que ver palestinos e judeus em guerra,talibãs e a Al-Quaeda e várias outras forças mundiais lutando em uma guerra que nunca terá fim,viver com o medo de que a qualquer momento o irã pode jogar uma bomba atômica em cima de nossas cabeças ou a china lançar um ataque com um exercito de mais de 2 milhões de soldados além de termos que depender de várias outras potências para sobreviver,com todos falando apenas um idioma não teriamos que passar anos estudando para ter domínio de outras línguas,muitas pessoas teriam morrido mais hoje em dia teríamos a chance de viver em um mundo quase perfeito,além claro de de termos colônias inteiras de pessoas vivendo em marte e ja estariam inventando vários projetos para viver em júpiter e com tudo isso se a terra acabaçe,beleza,teríamos outros dois planetas para viver.

  • Não creio Sally. O suicídio vai contra o instinto mais básico de qualquer espécie, o de sobrevivência. Eu concordo que tem gente que tem mais é que morrer mesmo de tão capenga que é, mas ainda assim acho que a vontade de suicidar-se vem de algum problema psicológico sim, pelo menos por enquanto é o que eu tenho nos estudos sobre o assunto.

    • Mesmo que fosse (e eu continuo achando que não é), gente com problema psicológico a ponto de se matar é disfuncional demais para meu gosto, se não se mexeu para buscar tratamento e deixou chegar a esse ponto, melhor que morra assim não paunocuza a sociedade.

      • Nisso eu concordo em partes, tem gente que com ajuda melhora, mas tem outros que nem assim, esses que se matem mesmo que não farão falta.

        • Ninguém que fica deprimido sente vontade de se matar do dia para a noite. É um longo processo de emburacamento. Se a pessoa não procurou ajuda, bem, que morra!

  • Sinceramente, desaprovo essa ideia, em primeiro pela trabalheira que ia dar implantar e controlar a venda do kit, e em segundo, que na minha opinião a maioria (talvez ate mesmo todos) dos suicidas precisam de ajuda psicológica/psiquiátrica. Ninguém em pleno exercício da faculdades mentais apela pra uma medida dessas, geralmente suicidas são pessoas em um quadro de depressão profunda. E mais, existem casos de crianças que tentam/ praticam suicídio. E ai, comofaz? Vende o kit pra elas também?

    • Remédio nenhum é vendido para crianças, muito menos esse kit. Isso já está na legislação.

      É justamente esse pensamento de que “todo suicida precisa de ajuda” que eu busco combater. Isso é uma ideia religiosa, onde a vida é sagrada e quem tira sua própria vida é uma alma perturbada com problemas. Não! É possível que a pessoa tire a própria vida por uma escolha consciente, racional e que aquilo de fato seja o melhor para ela!

  • Morrem todo dia 136 pessoas assassinadas no Brasil. Gente que não queria morrer. Danem-se os suicidas. É (mais) uma imbecilidade desse governo fazer programas para evitar suicídio. Provavelmente serve pra desviar uma grana ou favorecer uma ONG de algum protegido do Partido.

    Quanto ao kit sou contra. Somente pelos potenciais problemas levantados aqui, já percebe-se que vai dar um puta trabalho criar, controlar a venda, etc. Portanto melhor deixar como está, fodam-se os suicidas. Não perco 10s do meu dia com isso…ops, já gastei mais que isso escrevendo…FUI….

  • Eu acho…

    Que é muito fácil apontar pro outro e falar “Quer morrer? Pode morrer, sobra mais para mim que fico!!”. Mas o negócio não é bem assim. Já perdi minha alma para o Desfavor a muito tempo ( nem tanto assim, mas já faz mais de ano, acho…) e to pouco me fudendo para que se mata. Covardes fracos é o que eles são. Que morram.

    Mas gostaria de adicionar mais uma vertente a esse debate, que seria os familiares do suicida. Por mais que a pessoa tenha o direito, deve ser foda para uma mãe ou um pai aceitar que o filho de 18 anos não quer mais viver em um mundo sem a primeira namoradinha dele que acabou traindo ele.

    Olhando por esse lado, vc só está trocando um adolecente sofrendo por pais sofrendo. A única forma disso dá certo Saly é se isso fosse execultado em todo planeta ao mesmo tempo.

    Uma Seleção Natural que faria Charles Darwin vibrar de orgulho da raça humana. Bilhões morreriam, mas o que sobrevivessem ao processo avancariam 100 anos em apenas 10 e não haveria como prever o quão incrivel a raça humana se tornaria.

  • A sociedade atual, que está um belo de um saco, não suporta esse kit. Iam dizer que estão fazendo apologia à morte. Eu sou a favor da Eutanásia, mas sobre o kit já vai tarde, tenho meu pé atrás ainda.

      • Pq como vc mesmo mencionou no texto iam ter muitas mortes digamos “pré-maturas”. Gente no calor do momento se suicidando. Seria uma espécie de suicídio assistido cego.

        A ideia pode ser boa, mas creio que não funcionaria aqui, fora que o que ia ter pilantragem em torno disso…querem matar alguém, daí pega o cidadão e mete goela abaixo, foge e a causa da morte qual seria? Suicídio assistido cego pelo governo.

        Sei não.

        • Claro que não. Se alguém enfia um comprimido goela abaixo e o legista encontra vestígios do kit, a primeira coisa que faz é consultar as farmácias para saber se a pessoa morta comprou o kit. Não comprou? Então foi homicídio, basta rastrear quem comprou e ainda está vivo para ter o seu assassino…

  • Porra, deixem os caras se matar em paz!
    Teve uma vez que li uma notícia que me chocou. Uma mulher queria morrer e pulou da janela só que caiu em cima de uma outra mulher que passava na rua com o filho pequeno e as duas morreram. Imagina que sofrimento desse menino ver a morte da mãe desse jeito.
    Pra mim não importa o motivo se é grave ou babaca, quem quer morrer deve poder se suicidar em paz. Muita gente não se mata porque não sabe a técnica direito. Deveria mesmo existir um kit explicativo pra evitar merdas de tentativa fracassada de suicidio.

    • Também acho. As pessoas tem que ter o sagrado direito de se matar, mesmo que por impulso, mesmo que por estupidez. Chega do Estado dizendo o que é melhor para a pessoa e protegendo-a dela mesma. O Estado tem que proteger o cidadão contra OUTRO cidadão, porque uma pessoa drogada pode matar outra, mas não deve intervir em suicídios.

  • Sally, concordo com você. Eu tenho uma tia escrota, sem caráter, que só traz problema para TODOS da família que por causa de uma situação muito tosca (cachaça+chifre do marido+pouco dinheiro) resolveu tomar remédios para se matar, antes que fizesse efeito a filha chegou e ainda deu tempo de levar para o hospital e infelizmente não ficou com nenhuma sequela para lembrar da imbecilidade. Eu penso que pessoas com o comportamento dela deveriam morrer, aquele tipo de pessoa que parece viver uma vibe eternamente bêbada e que importuna todos causando prejuízos financeiros inclusive.
    Hoje ela vive de uma forma incoerente sendo uma religiosa fanática (pregando em festas de aniversário!), usando deste artifício como se todos tivessem esquecido das merdas que ela fez.
    Nesse caso não seria melhor ter deixado morrer?

    • Nem faço julgamento, porque quem sou eu para determinar quem “merece” viver ou morrer. Só acho que quem quer morrer tem que ser deixado em paz, essa é uma decisão personalíssima e intransferível.

      Essa filha que a salvou deveria ser obrigada a morar com ela para o resto da vida! hahaha

  • A idéia seria muito boa num país ateu. O problema é que as pessoas já nascem com a mente lavada desde crianças. Eu por ex. só não me mato porque ainda tenho medo de represália. Sério mesmo, eu usaria o kit se não acreditasse em nada além vida. Eu realmente cogito a possibilidade existir um Deus por sinal muito carrasco, que planejou o mundo desse jeito e se a pessoa se matar vai pra um limbo, vai pro inferno ou até mesmo reencarnar numa situação pior só pra sofrer mais sendo castigado por não ter aturado a vida que foi obrigado a viver.
    Eu ganho pouco, minha família é desunida, não tenho a mínima vontade de viver. Eu aturo a vida porque acho que tudo pode piorar, até o pós vida.
    Se o mundo é assim tão ruim, sou agnóstico porque tem essas 2 opções: Deus não existe ou Deus existe e fez proposital, daí é pra ter medo, muito medo, pavor.

    • Você está justificando a morte como solução para uma situação que é modificável, que é passageira (problemas familiares etc). Pessoalmente eu não concordo, na minha opinião apenas situações que não podem ser mudadas (como ficar paralisado, deformado, doente) justificariam a morte. Mas, enfim, cada um sabe de si.

      Vocë tem certeza de que Deus existe? Não, né? Pode ser que exista, pode ser que não. Mas você tem certeza de que a sua vida está uma merda IRRECUPERÁVEL? Reflita sobre estar respostas.

      • Só mais um detalhe: Vc contou que quando estava em coma fez altos passeios, inclusive conversando com a paciente da outra sala que veio a falecer. Não é só vc que conta coisas desse tipo, tem aos montões por aí. Não é só alucinação da cabeça porque as pessoas vão a outros lugares e descrevem coisas que aconteceram. Se isso não é evidência que exista algo além do corpo, eu não sei mais o que é. O corpo pode tá lá quase mortão que alguma coisa fica vivíssima e passeando por aí, indo a lugares, conversando com pessoas. Isso é foda!
        A minha vida não é uma merda irecuperável, pode mudar, posso me esforçar, mas mesmo assim eu preferia não ter nascido, acho tudo muito difícil quando se tem o azar de nascer numa família toda que se odeia e não se tem condição financeira legal, ainda mais nesse país todo fodido.

        • Olha só, eu contei que experimentei essa sensação. Só. Achar que isso é vida após a morte, que a alma se desprende do corpo ou qualquer outra explicação é por sua conta. A minha explicação para isso (e é avalizada por diversos médicos) é: quando estamos morrendo ocorre uma descarga tão enorme de várias substâncias que gera um desequilíbrio no funcionamento cerebral e isso nos faz ver, ouvir e sentir coisas diferentes.

          Família é transitório, se você não gosta da sua, pode recomeçar outra do zero. Mas se você acha que não vale a pena lutar para mudar a sua realidade, então a escolha é sua. Mas faça bem feito: http://www.desfavor.com/blog/2011/03/flertando-com-o-desastre-mortalmente-eficiente/

        • Sally, sem querer me intrometer e já me intrometendo…
          Vc falou que teve alucinações. Eu já tive minha fase Rafael Pilha e sei o que são alucinações, mas o seu texto sobre EQM e pelo que vc contou, NÃO foram alucinações. Como vc poderia ter adivinhado coisas? O corpo quando está morrendo a mente vira Superman? hehehe
          Olha só: “…Comentei, meio confusa, que os médicos poderiam ter a cortesia de bater boca e falar palavrões fora do quarto onde eu estava, ao que todos me olharam com espanto e disseram que não havia entrado nenhum médico no quarto. Eu disse o nome dos dois médicos e o que havia sido dito. Chamaram as enfermeiras achando que eu estava alucinando por causa de algum dos um milhão de remédios que estava tomando e uma das enfermeiras ficou branca feito um papel.
          Dez minutos depois entra no quarto meu médico. Mandaram todo mundo sair do quarto. Climão. Conversei sozinha com ele e reproduzi o diálogo que tinha escutado. Ele confirmou que de fato tinha ocorrido e eu pedi que da próxima vez saísse do quarto para gritar com o outro médico. Ele me disse “Isso aconteceu quatro andares abaixo de onde a gente está”. Minha cara de cu deve ter sido impagável.”
          Mais isso: “…Eu disse que tinha a impressão de que uma pessoa chamada Fulana de Tal tinha entrado no quarto e conversado comigo e descrevi a pessoa, e falei o nome dos filhos da pessoa e mais um monte de detalhes…
          A enfermeira informou que Fulana de Tal estava a alguns quartos de distância do meu e tinha se submetido a uma cirurgia de redução de estômago naquele mesmo dia e estava desacordada, portanto, não poderia ter vindo me visitar. Eu queria levantar para ver a Fulana de Tal mas ninguém deixou, talvez porque eu estivesse com uma sonda nasogástrica (minha “tromba”, como eu costumava brincar), dois drenos e toda entubada e com outras sondas em locais menos agradáveis. Passados alguns dias, quando eu já estava melhor e o dragão e os Beatles já tinham ido embora, vejo uma correria de madrugada e depois de um tempo, uma maca retirando uma pessoa coberta. Era a Fulana de Tal. Implorei para a enfermeira me mostrar o rosto da mulher e quando vi, constatei que era a mesma pessoa que tinha conversado comigo. Eu não tenho explicação para isso. Nem quero ter. Só quero contar que aconteceu.”
          Durmam com um barulho desses :D
          Té +

          • Quem disse que não existe uma explicação científica para o que aconteceu comigo? Pode ser que os médicos tenham comentado coisas quando eu estava supostamente inconsciente e eu apreendei algumas informações em uma consciência residual. O funcionamento do cérebro humano é pouco conhecido, pode tem muitas explicações para o que aconteceu comigo.

            Eu já fui e já voltei duas vezes e tenho a forte convicção de que você morre e tudo acaba.

  • Pensando um pouco mais, o único questionamento que eu tenho é o seguinte: impedir que uma pessoa com doença mental se mate com o kit, via interdição ou coisa assim, não é viável na prática. Tipo, o sujeito te, por exemplo, depressão. Essa doença é fudida. Muda sua percepção do mundo, da realidade, da sua auto-imagem, etc. Culpar uma pessoa deprimida por suicídio é ignorância (não estou dizendo que é o caso aqui). Mas como é que você vai detectar um momento de piora no quadro, que pode ser da noite pro dia, da pessoa e AÍ ENTÃO fazer um processo de interdição? Isso considerando que o estado dela seja conhecido por todos, que ela já esteja sob algum acompanhamento, etc. Isto porque tem muita gente com problema mental que nem sabe disto. E ainda tem toda a questão da falta de fiscalização legal nas farmácias. Em resumo: a ideia é interessante, mas dentro da nossa realidade tão longe do ideal, não rola.

    • Mas não precisa de um processo de interdição judicial! Basta que a família esteja atenta e faça por onde impedi-lo de comprar, da mesma forma que o impediria de cortar os pulsos ou cheirar gás da cozinha.

      Outra coisa: depressão não bate “do nada” com essa força. Não é como se em um dia a pessoa estivesse ótima e no outro está se suicidando. É um processo gradual. Nessa trilha de piora daria tempo da família perceber e fazer alguma coisa.

      Repito o que já disse no texto: deprimido que quer se matar, vai se matar de qualquer jeito.

      É sacanagem privar todo o resto das pessoas dessa opção porque pode ter um deprimido que vá se matar. As famílias que cuidem dos seus deprimidos e que percebam a depressão antes que ela vire uma bomba relógio de suicídio. Quem sabe assim as pessoas passam a olhar com mais cuidado umas para as outras…

      • Olha, não sei ao certo se concordo muito com o texto, pois já conheci pessoas que em algum momento de suas vidas quiseram se suicidar, ponderaram um tanto sobre o assunto mas por algum motivo não fizeram, e hoje estão muito bem. Inclusive certa vez um conhecido meu chegou a me dizer ao interessante sobre o assunto. Não lembro com exatidão o que era, mas era algo sobre uma pesquisa ter sido feita acerca disso que revelou que a maioria dos suicidas sobreviventes dizem se arrepender pela tentativa do ato ou que os suicidas se arrependem do ato instantes antes da morte (apesar que a segunda opção parece meio inviável para uma pesquisa).

        Uma coisa é certa: penso ser correto a pessoa ter o direito de escolher entre viver e morrer. A vida é dela, deixe-a fazer o que quer! Agora, pensando bem, não concordo com o kit sendo vendido para qualquer um: penso que se a pessoa tomasse essa decisão, teria que passar por uma série de exames psicológicos, onde ela seria interrogada sobre suas motivações e seu estado emocional, sendo acompanhada por algum período de tempo até se ter certa segurança sobre estar livre de algum transtorno mental sério ou algum problema que esteja obstruindo sua percepção (depressão, etc). Aí, então, seria liberado o processo. Com isso poderia haver até alguma clínica específica que desse assistência ao “suicídio” e etc. Seria meio chato pro suicída passar por todo esse processo, mas só quem REALMENTE quisesse iria e só quem realmente estivesse são de sua escolha poderia.

        E apesar de escrever tudo isso, ainda assim acho que essas pessoas precisam de muito apoio e só querem isso por estarem momentaneamente fragilizadas.

        Obs.: Em breve responderei seu e-mail e me desculpa a demora! Ah, e muito obrigada por responder o meu com tanta atenção. :)

        • Chelsea, as pessoas tem que aprender a passar por momentos ruins, por momentos de fragilidade, sem recorrer ao suicídio. Não é pedir demais!

  • Pra mim, se a pessoa tá bem, é saudavel e ainda assim fica com esse drama, tem mais é que morrer mesmo. Mas você pensa dessa forma até mesmo com pessoas que tem problemas psicologicos como depressão, transtorno bipolar etc, Sally?
    Eu acho q nesse caso a pessoa primeiro deveria passar por um tratamento, porque a vontade de morrer não é realmente uma escolha racional na maioria dos casos…

    • Pessoas que não tem capacidade para decidir sobre sua vida ou morte em função de doenças mentais não devem poder decidir. Mas daí cabe à família (e não ao Estado) impedir que elas possam ter acesso a esse remédio: interdita judicialmente, interna, vigia… dá o seu jeito! O que não pode é privar a maior parte da população de um direito por causa de uma minoria que está fora de si.

  • Concordo Sally!
    Uma vez uma pessoa próxima quis se matar por rompimento de relacionamento. Como ja faz anos, eu incentivei a pessoa a se manter viva. Mas foi por culpa… Acho que se eu não falasse algo pra animar ela realmente se mataria… Eu me sentiria muito mal se essa pessoa se matasse e eu ficasse quieta, não falando nada. Mas hoje eu vejo com outros olhos isso que fiz, foi um desfavor. Mas ainda assim parte o coração ver uma pessoa querida (antigamente, né) dizendo que quer morrer… Querendo ou não, a gente sofre junto, ouvindo o choro da pessoa e tudo mais…

    • Eu acho que os amigos estão no seu papel de impedir que uma pessoa querida se mate! O que não pode é privar toda a população do direito de escolher o momento e a forma da sua morte porque tem meia dúzia de descontrolados que se matam por qualquer merda sem pensar duas vezes…

  • OFF
    Sally, sobre você ter dito que os milicianos obrigam as pessoas a votarem no candidato deles e tem que tirar foto pra provar: até onde eu me lembro, depois que você aperta confirma não aparece mais o candidato, aparece só “Obrigado”. Ou seja, ninguém vai saber caso a pessoa coloque lá o candidato dos milicianos, tire a foto e em seguida aperte “corrige” e vote em outro candidato.
    Isso pelo que eu lembro né, se alguém lembrar diferente por favor avisar.

    • Não lembro como é, mas os mesários sabem o numero de votos que cada candidato teve e salvo engano isso é divulgado. Supondo que um candidato da milícia tenha poucos ou nenhum votos, a comunidade toda vai passar maus bocados…

  • Parabéns pelo texto, Sally! Ano passado, fiquei um mês na Suíça, e vi certas leis e costumes que jamais dariam certo por aqui. Na Suíça, se você tentar se matar pulando na frente de um trem, jogando-se de um prédio, ou tomando muitos remédios, e NÃO conseguir, você é preso por causar transtornos à população. E mesmo assim, a Suíça é o país com o maior número de suicídios entre adolescentes. E essa informação você encontra no próprio site do governo!

    Por essas razões, em Zurique, existe uma clínica de suicídio assistido. Lá há profissionais capacitados para lidar com essas situações. Normalmente é frequentada por pacientes terminais ou em estágio avançado de doenças incuráveis. E eles até aceitam estrangeiros. A clínica existe para oferecer uma morte digna e tranquila aos seus pacientes.

    Eles não proibiram o suicídio. Pelo contrário! Ofereceram ajuda a quem quer se matar de forma decente. Acho que é por isso que na Suíça a população é tão pequena (além de poderem se matar, eles quase não têm filhos). Porém, as poucas pessoas que vivem lá são cultas, educadas, trabalhadoras e estudadas. No Brasil a cultura cristã é levada demasiadamente em consideração, mesmo por quem não é cristão! Acham que a vida é sagrada. E justamente as pessoas mais acreditam nisso, são as que mais vivem na merda.

      • No site do governo no ano passado, dizia que, pela primeira vez, tinha alcançado a maior taxa de suicídio entre adolescentes. Procurei por dados atuais, e agora só fala que é uma das mais altas do mundo. Mas em número total de suicídio (incluindo jovens, adultos e idosos), acho que o Japão sempre ficou em primeiro lugar. Esse mérito ninguém tira deles! (que horror… hahahahahha)

    • Mas eles oferecem ajuda até para uma pessoa jovem, fisicamente saudável se matar?
      Porque auxiliar pacientes terminais a acabar com a própria vida é eutanásia, não é? Não sei se é classificado como suicídio…
      Ou não?

      • Nos primeiros 2 meses, em 1998, eles ofereciam ajuda para qualquer pessoa. Porém, as pessoas deveriam fazer acompanhamentos com psicólogos e psiquiatras antes de qualquer decisão efetiva. E todas as pessoas que eram saudáveis desistiram da ideia. E como a procura por esse serviço aumentou muito (tem até fila de espera), eles aceitam somente doentes terminais.

    • É a praga Rafinha Bastos. Vocë arruma confusão por merda e pouco tempo depois seu marido briga com puta em quarto de hotel, seus pais se divorciam e seu tio é preso por jogos de azar. Encrenca com Rafinha Bastos para vocë ver o que te acontece…

      • Eu acho que isso é Castigo do Universo… Por ter feito todo um escarcéu por besteira.
        Queria ver a cara dos defensores das gravidas desprotegidas de piadas.
        kKKKKKKK
        Também ri muito. Me senti vingado.

        • Chifre público com puta talvez seja uma das modalidades mais humilhantes… acho que só perde para chifre público com traveco!

          • O pessoal da astrologia diria que é Plutão passando sobre o Sol dela, causando intensas transformações e soltando o que há de podre no reino da Dinamarca.

            Ah, e já sei qual a jogada que posso tentar contra a morta de fome aqui pra me ver livre dela, mas infelizmente essa é a ultima cartada. Se não der certo, vou ter de aguentar essa “tum-tum” indefinidamente. :(

  • Eu sei q existem substâncias q matam, o q kis dizer é q numa investigação seria feito exame toxicológico,q apontaria a substância usada. S essa substância for do kit,a conclusão vai ser suicídio e não assassinato
    Além disso,creio q qualquer comprador pode alegar q desistiu e mudou d idéia quanto ao suicídio,o que,acredito eu,tbm seria um direito.
    Não estou dizendo q sou contra o kit, acho q seria ótimo ter essa opção. Um dia desses assisti a necrópsia de uma moça q s suicidou. Não foi nada bonito. Ter um kit desses teria poupado muito sofrimento. Minha dúvida seria como evitar o mau uso q poderia ocorrer.

    • Não é assim que se faz investigação, o laudo do legista não é o único elemento. Se for encontrada essa substância do kit no corpo da pessoa morta se contacta os arquivos de todas as farmácias (pois fica o registro de cada comprador) e se a pessoa morta não comprou o kit, é certeza de foi homicídio e não suicídio.

      Se o comprador alegar que mudou de ideia, ele que mostre o kit que não usou. Se não tiver mais o kit e se uma pessoa que ele conhecia morreu com vestígios desse kit no organismo, a coisa vai ficar feia para ele.

  • Um possível efeito colateral da existência de um kit desses seria o seguinte: sujeito vai e compra o kit, alegando que quer se matar, mas o usa pra matar outra pessoa. Além da morte certa, uma investigação levaria à conclusão de suicídio, o que livraria a cara do assassino.
    O que fazer sobre essa hipótese?

    • E desde quando isso não pode ser feito hoje em dia? Você acha que não é possível comprar remédios ou substâncias capazes de matar uma pessoa? Até no Mundo Verde tem…

      Ao comprar o kit a pessoa deveria apresentar identidade, documentos, assinar papéis e outras formas de controle. Ficaria fácil chegar até quem comprou o kit e constatar que a pessoa continua viva. Daí basta investigar para descobrir em quem foi usado. Comprou e não morreu? Estará encrencado…

      Muito mais fácil de controlar e rastrear do que gente que compra chumbinho em camelô e bota no nescau do enteado.

  • Concordo em numero, genero e grau com vc Sally. Penso que o ser humano tem o direito inalienável de decidir pelo fim de sua vida, isso é inerente a nosso modo racional.
    O problema é a punocuzação dos Religiosos, pois um avanço desse jamais passaria nesse país de merda, onde 90% acham que se matar é beijar a boca do Capeta.
    Como disse uma professora minha de Psicologia da Faculdade: “Se matar é um dos maiores feitos corajosos desse mundo, pois vc vai de encontro com o conceito e instinto básicos dos seres que é se manter vivo (redundante) e prosperar”.
    Adolescente pode fazer merda ? Claro, mas adolescente sempre faz merda é uma prerrogativa deles… E com isso iria fazer uma limpa saudável, tipo uma seleção artificial… Só os fortes e capacitados sobreviveriam, menos gente, menos poluição, como vc mesma pontou.
    Penso da mesma forma com a Eutanásia e a Ortotanásia (Que são um pouco diferente).

    • Sim, seleção natural pós-moderna. Aqueles que não aguentam o tranco e não conseguem vislumbrar que a vida é cheia de altos e baixos e de voltas por cima que deixem este mundo. Menos paunocuzação para todos, pois gente assim, dramática e passional, só enche o saco.

  • Se o suicídio não é proibido, pelo menos aqui no Brasil, porque existe essa aura de polêmica tão grande em cima da eutanásia???

    E outra, acho que muita gente já passou por um momento da vida em que se sentiu no fundo do poço e até que tirar a própria vida era uma alternativa válida, mas que acabou superando isso e hoje tá aí, vivendo e feliz.
    O kit, pela facilidade em morrer e por ser indolor, acabaria que eliminando essa possibilidade de cara, não?

    • Meg, como geralmente na eutanásia há participação de terceiros, deixa de ser suicídio e passa a ser homicídio: uma pessoa matando a outra. Vender kit suicídio resolveria em parte o problema.

      Se uma pessoa chega ao fundo do poço e quer se matar, eu acho que essa pessoa tem que morrer mesmo. Pessoas que acrescentam ao mundo não cogitam se matar quando estão na merda. Mas essa é a minha opinião… Seria uma espécie de seleção natural pós-moderna.

      • Mas na eutanásia não é a pessoa que quer morrer que decide o que vai fazer com a vida? Não é ela que diz ‘eu quero tomar isso e morrer com dignidade sem cagar nem mijar nas calças’?

        • Sim, mas na maior parte das vezes ela não tem condições de tomar sozinha, pois está muito fodida, quase morta. Alguém aplica o remédio na veia da pessoa. Além disso se exige que a pessoa esteja muito fodida de saúde, quando no caso do kit qualquer pessoa saudável poderia tomar.

  • É, Sally, gostaria de dizer que concordei com TUDO no seu texto. Só não posso dizer com certeza que perdi minha alma pro Desfavor porque não sei se um dia tive uma, hahaha!
    Se eu ficasse para ou tetraplégica eu ia querer morrer, desculpa. Ou se me acontecesse algo tipo a Jacqueline Saburido. Eu ia me torturar cada dia com a vida que provavelmente nunca mais ia ter, sem contar do trabalho que daria pros outros. Passar o resto da vida com a sensação de que as pessoas sentem pena de você não deve ser bacana. Não sei se ia conseguir ter a tal da “superação”, sou muito fraca de espírito.
    Mudando um pouco de assunto, cê viu a discussão que tá que a Anvisa quer exigir receita de TODOS os remédios tarja vermelha ano que vem? O que deixou o pessoal revoltado é que ANTICONCEPCIONAIS são tarja vermelha, mas vamos combinar que ninguém compra com receita, né? Imagina a tristeza de tu perder um dia (com sorte) num hospital ou no postinho só pra pegar a porra da receita prum negócio que tu usa há anos? Estou torcendo pra essa lei entrar no rol das que “não pegaram”.

    • A lei é boa, mas só é viável em um país sério, onde você consiga com facilidade e rapidez uma receita quando precisa dela, que não é o caso do Brasil. Já ouvi muito ginecologista dizendo que vai dar 12 receitas pré-datas para seus pacientes, assim eles podem comprar o ano todo e só tem que voltar lá para a revisão anual. É o que vai acabar acontecendo…

      • Mas aí eu precisaria de uma receita para cada vez que for comprar o anticoncepcional (ignorância define)???????/
        só para aumentar a conta do médico né..ou vai acabar que nem a Sally falou, 12 receitinhas prontas já

        • Pois é, tem que sair do médico com 12 receitas e comprar um estoque para o ano todo ou então sair com 12 receitas sem data e ir preenchendo em casa quando for precisando.

          Adivinha se meu médico não me dá meia dúzia de receitas de antibiótico sem data? Ninguém merece passar mal sexta à noite e ter que correr com febre para um pronto-socorro para que um médico DE MERDA te receite um antibiótico DE MERDA e ULTRAPASSADO como Amoxil (amoxicilina) ou Bactrin. Tenho minhas receitas de Floxacin para caso de cistite, de Cipro para coisas mais hardcore e mais uns dois ou três.

        • Pois é, pra mim não ficou muito claro se ia ter que ter uma receita pra cada mês, ou se poderia pegar uma com validade de um ano, por exemplo… Mas do jeito que o pessoal é chegado numa burocracia, não duvido nada da primeira opção. E é CLARO que eu também voltaria pra casa com um macinho de receitas datadas pra todos os outros meses.

      • Que dúvida, né? Tsc.
        Sonho com a RID, um país livre onde as pessoas vão poder comprar o remédio que quiserem, se matar sem ninguém encher o saco, abortar…

      • As minhas receitas médicas não possuem data. Eu guardo elas com todo amor e carinho e quando preciso do remédio de novo vou lá e compro. Mas eu faço isso quando eu sei o que eu tenho. E convenhamos, não é difícil falsificar uma receita médica…

      • Na França a não ser alguns remédios fracos (dor de cabeça, febre, dorzinha de garganta), nenhum remédio é vendido sem receita.
        Aqui sem receita o governo nao paga os remédios (que muitas vezes nem vende sem receita), que não são muitos caros mas vale a pena.
        Minha ginecologista receita anticoncepcional por 6 meses porque eu tenho que ir vê-la peo menos duas vezes por mês, então, de qualquer maneira vou ter a receita. E ainda mais a consulta médica é reembolsada (pelo menos um pouco).

        Mas têm muitos remédios no Brasil, como antibioticos, que deveriam ser vendidos so com receita e vendem sem, então acho que não vai fazer nenhuma diferença.

        • E além do mais, aqui as farmacias imprimem na receita médica a data e o remédio que foi comprado, então nao pode usar duas vezes e em cada farmacia que você vai, tem que cadastrar (porque cada um tem a sua carteirinha).

          • Aqui não tem essa coisa de colocar data em receita. Se eu não consigo comprar tal remédio numa farmácia, na que tem ao lado me vende. O que mais tem aqui é farmácia…

  • Acho que em países como o Japão e, entre nós japoneses (e outros orientais), esse kit certeiro faria grande sucesso. Nada mais japonês do que evitar dar trabalho aos outros a todo custo. Por que vocês acham que o país não toma atitudes concretas contra esses problemas? Os fracos não tem vez…

    Mas fico pensando em outras possibilidades. Por exemplo, descriminalizar a instigação ao suicídio e também o suicídio assistido. Assim, se a pessoa não puder comprar o kit suicídio por si só, amigo, parente ou cônjuge poderia comprar esse kit por ela na farmácia, com a ‘receita’ do suicida, por exemplo. Mas do jeito que avacalhamos aqui, o kit sairia sem receita mesmo, hahaha.

    Ou mesmo ser permitido às autoridades dar cabo da intenção do suicida. Assim, se o sujeito deixar claro sua intenção de pular do 25° andar de um prédio, ou mesmo subir na torre em congonhas, causando transtorno e perigo nos céus e nas avenidas (imagine uma ambulância que tenha se atrasado no trânsito por causa daquele primeiro que subiu), seria permitido a um atirador de elite dar cabo dessa intenção, e assim poupar bombeiro(s) do risco de ser(em) mortos junto com o suicida para empregá-los em emergências de verdade.

    • Concordo com tudo, auxílio ao suicídio tem que sair do código penal e autoridades tem o dever de matar um palhaço que está tentando se matar de uma forma que coloque em risco a coletividade.

  • Fico uns dias sem vir. Atolado na monografia. Venho e vejo um artigo desses. Gostei, bem próximo a área que eu to escrevendo (ainda)

    Pelo que entendi é uma possibilidade de pessoas racionais, plenamente capazes, sem doença terminal, terem direito de escolher quando morrer.

    me esclareça se entendi errado

    (é tipo uma eutanásia seletiva, com base na capacidade emocional da pessoa ter condições ou não de viver?)

    Acho que a pessoa tem direito de escolher morrer, e qualquer argumento de cunho religioso deve ser afastado, porque o Estado não é a religião. O estado cuida do corpo, a religião da alma, e ao que dizem os doutrinadores religiosos, a alam é imortal.

    não creio que institucionalizar ia dar certo. Imagina, o caramarada não acerta um tiro na cabeça (deve ser indolor, nuca testei) vai acertar a ordem das injeções?

    Adiantando, um projeto que possibilitasse o sui caedere (é mais poético assim?) ia ter uma puta discussão sobre a capacidade das pessoas. Porque, se o cara é incapaz, absolutamente, ou totalmente, ia ser impossível disponibilizar isso pra ele. Porque, na pratica, a pessoa vira um “bem” do guardião/tutor/curador/oquefor.

    Acho, em resumo, que essa idéia só ia atingir pessoas de nivel mais elevado de discernimento, sem preparação emocional.

    PPP não ia se matar;
    Religios não ia se matar;
    Politico é só matando.

    Ia sobrar pras pessoas, mão de obra, descontentes com a vida, doentes (não da cabeça), e os membros do desfavor.

    E, essas pessoas, em tese, conseguem se matar.

    Mais uma vez, acho que pessoas com problemas psicológicos, como depressão profunda, e coisas do genero só poderiam usar da forma institucionalizada do suicidio depois de tratadas. Mas é opinião minha.

    só mais uma coisa.

    Aprendi na faculdade que suicidio é crime, no brasil. Porque o caput do 121 diz “matar alguém” e não “matar outrem”.
    Assim, o suicidio é o 121 do CP cominado com a Extinção da punibilidade pela morte do agente.
    e, na esfera civil, dá confusão, autor e réu seriam a mesma pessoa.

    na pratica, é bobagem, mas acho interessante essa discussão.

    obrigado pela boa leitura.

    • Não é como eutanásia, não se exigiria que a pessoa estivesse doente nem nada. Basta decidir que não quer mais viver, por qualquer motivo que seja.

      Não necessariamente precisa ser por injeção, creio que existam comprimidos que possam dar conta do recado

      Olha, um conselho de amiga: pega seu diploma e rasga, faz um novo vestibular e cursa uma faculdade bacana, porque quem te disse essa interpretação GROTESCA não sabe nada de direito. Se fosse assim, a pessoa que tentasse se matar e não conseguisse responderia a processo criminal por tentativa de homicídio. Você já viu isso acontecer?

  • Eu nunca tinha pensado nisso. Tipo, um kit certeiro.
    Acho que algo assim faria uma limpa no planeta.
    Mas é aquela velha história: as pessoas que pensam pequeno acharem que se não é bom/digno para elas, não pode ser bom para ninguém.
    Já acontece isso com o aborto, a eutanásia e assim vai seguir acontecendo. =(

    • Tem interesse em manter viva uma massa acéfala e infeliz viva. São curral eleitoral, são mão de obra barata, etc. Se a população diminuir e só sobrarem pessoas centradas e inteligentes, a coisa vai ficar ruim tanto para as igrejas como para os políticos.

  • Me lembrei de um clássico da ficção científica, Soylent Green, em que há centros de suicídio assistido. O velhinho chegava lá, deitava numa cama, escolhia uma música e um tema de imagens pra ficar curtindo, e ia pro nada com uma injeção, numa boa. Claro que tinha um lado obscuro que não dá pra contar pois configura spoiler. Mas de todos os tabus, creio que este aí vai ser o último a cair. É demais pra cabeça da maioria.

    • Sem querer soar comunista, mas não vão deixar cair porque todas as classes dominantes precisam de excesso de pessoas para servir de ovelha, de fiéis, de mão de obra barata etc. Políticos, igrejas… todo mundo se beneficia da infelicidade e do excesso de população. Tanto é que estão ai mandando não usar anticoncepcional porque é pecado ou dando bolsa-esmola para que a pobralhada tenha muitos filhos!

      Uma pena que questões religiosas estejam tão enraizadas a ponto das pessoas terem medo de decidir sua própria vida/morte

  • Acho que as pessoas realmente deveriam ter o direito de tirar suas próprias vidas sem que lhe façam uma lavagem estomacal.

    “Morte é uma opção de cada um de nós. E muitas vezes é uma opção válida e justa dentro da realidade daquela pessoa.”

    Concordo.

    Inclusive a família deveria aceitar e entender que pra alguns é a melhor opção.

        • Madonna?

          Você tem uma cadela chamada Madonna, Somir tem um gato chamado Goiaba… vem cá, a única que sabe botar nome não-viado em animal de estimação sou eu?

          • Nosso último cachorro se chamava Sadam, que era o nome do cachorro do Massaranduba, do Casseta e Planeta. :B (ok, ok, Casseta e Planeta, mas pelo menos é mais másculo, né?)

          • Quais eram os nomes dos seus? Os meus tem nomes viados, mas pelo menos não tem nome de gente.

            Sobre a postagem, meu coração é preto e peludo. Instituam na RID como autorização imediata de produção e venda do kit.

            E eu concordo com a Suellen: deveria poder ser usado também para doentes terminais ou pessoas que estejam incapacitadas de comprar através de um procurador.

            Uma outra forma de fazer isso seria em PSs específicos para evitar que ponham o comprimido nos bombons e entreguem para as pessoas como fazem hoje com veneno. Quer se matar? Beleza. Dirija-se pessoalmente ao PS X e faça uso do kit.

            • Os seus poderiam ter nomes viados, porque você é menina! Meu cachorro se chamava Homer e meu próximo cachorro fatalmente vai se chamar Desfavor…

              Gostei do bombom da morte!

          • Não fui eu quem escolheu!

            O anterior sim… era Jane. Mas essa me arrancaram de mim súbitamente. =(

            Antes da Jane também existiu o DUMBO, que faleceu em 1980 e alguma coisa. Na época a gente não fazia idéia de que existiam outras vacinas além da antirábica.

            E só pra concluir… não quero sacrificar a Madonna mesmo, mas se ela quiser se suicidar eu não vou dizer nada.

            http://super.abril.com.br/mundo-animal/animais-cometem-suicidio-619626.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super&

  • Hum… Sally, você subestima a angústia adolescente. Adolescentes, incluindo eu, em uma certa época, tem angústias terríveis por absolutamente nada. Não sei se é a crise hormonal ou o que, mas acontece. E, lógico, depois você se arrepende. O negócio é que isso iria “facilitar” pra muitas dessas pessoas de 16 anos que perdem um namorado(a) e estão angustiados o suficientes pra pensar mas sem coragem pra fazer, JUSTAMENTE por que são cagões e não querem sofrer de verdade, e por isso tem medo da dor que a morte causaria. Transforme isso numa coisa aparentemente (detalhe no aparentemente, porque isso faz uma diferença estrondosa no pensamento do povo) mais acessível e voilá! Mais suicídios por dia.

    Não que isso não seja uma boa coisa as vezes, menos gente no mundo com certeza facilitaria o convívio das pessoas que já existem, mas normalmente quem tem essas crises são pessoas que tem muito e sofrem por pouco. Nego que é pobre, fodido e sem nada a perder não pensa numa merda dessas: ou não tá nem aí e não quer nem saber, ou nem tem crise existencial porque é autoconfiante ao extremismo, ou é religioso demais, ou qualquer outro motivo que você queira pensar.

    O fato é que esse índice de suicídios para adolescentes aumentaria, e seriam sempre adolescentes com graninha: aqueles de possibilidade de bom estudo e de serem, um dia, depois dessa fase escrota, um profissional competente. Nada garantido, é claro.

    Fato é: Tem certeza que vocÊ quer diminuir o numero de pessoas nas classes médias/altas, sem causar dano à classe de renda baixa? ISSO eu acho meio contraproducente.

    Claro, você pode estar falando disso só por causa da paunocuzação. Aí até eu concordaria.

    • Phill, se isso fosse concretizado, a forma de funcionar dos adolescentes mudaria. Sabe porque? Porque só tem circo quando tem platéia. Você crescer sabendo que pode se matar, você VER amigos meus se matando, você ter essa proximidade com a morte, essa acessibilidade… acredito que isso formate a cabeça deles e eles encontrem uma nova forma de canalizar essa angústia que não seja ficar flertando com o suicídio.

      E se não, bem, menos histéricos no mundo. Vai por mim, quando chega a Hora H, quem não tem probleminha mental pensa duas vezes. Precisa muita coragem para se matar, neguinho não vai sair se matando em massa. Não acho que tenhamos mortes tão expressivas a ponto de prejudicar determinadas classes.

      Vai por mim, o ser humano é cagão e adolescente gosta de drama. Acho que poucos realmente se matariam.

      • Me intrometendo…Phill, será que esses adolescentes problemas não são os mesmos que caem no mundo das drogas (um meio de suicído muito lento, na minha opinião) ou acabam fazendo muita merda?

        Eu me recordo que quando eu tinha uns 14 anos eu e mais umas duas coleguinhas vivíamos falando sobre morte e sobre essa angústia que adolescente passa, mas não passava de conversa. Tínhamos parafusos e pais que nos orientavam, além de impor limites e fazer a gente enxergar as besteiras que falávamos.

        Acho que, apesar de toda a angústia, a maior parte dos adolescentes que passa por essa fase escura, digamos assim, não faria absolutamente nada se tivesse oportunidade.

        • ps.: me referi aos adolescentes do grupo que o Phill citou “O fato é que esse índice de suicídios para adolescentes aumentaria, e seriam sempre adolescentes com graninha: aqueles de possibilidade de bom estudo e de serem, um dia, depois dessa fase escrota, um profissional competente. ”
          =D

        • Hum… talvez mude o foco da rebeldia, sim, mas isso seria a longo prazo. Imediatamente, tenho quase certeza de que aumentaria sim o índice de suicídios. E o grande problema que eu falo da angústia adolescente é a impulsividade… por exemplo, usam drogas se são oferecidos, pensando: que se foda, minha vida é uma merda mesmo. Se alguém oferecesse no momento certo, não acha que um adolescente em crise com o mundo não injetaria em si mesmo? Ou mesmo se fosse uma pílula ao alcance? Adolescente tem medo da dor, não de morrer.

          Eu acho.

  • Só uma nota: pressinto que este post vai gerar polêmica em 3, 2, 1… fico no aguardo pra ver a creitaiada bitolada cair em cima aqui…

    • Também acho que vai gerar, mas espero uma discussão boa, uma troca de ideias.

      Eu acho que está na hora do Estado parar de ser paternalista e nos tratar como bebês que não sabem o que fazem. Hora de permitir que quem quer se matar se mate de forma eficaz e digna!

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