Flertando com o desastre: A Argentina não é aqui.

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Ivan Moré, apresentador do programa “Esporte Espetacular”, da Globo, fez um comentário em seu Twitter faz poucos dias, sobre o qual eu queria dizer algumas coisas. O contexto era o seguinte: um jogo realizado entre um time argentino e um time brasileiro em Minas Gerais, onde houve uma grande confusão que descambou para uma tremenda violência policial que foi duramente criticada pela imprensa, inclusive pela imprensa brasileira. O comentário de Ivan Moré: “Argentino derrotado, levando borrachada e ainda no final preso: mundo perfeito”.

Antes de falar qualquer coisa sobre esta afirmação, quero que vocês façam o seguinte exercício: imaginem esta frase dita com outro grupo como destinatário:

“Negros derrotados, levando borrachada e ainda no final preso: mundo perfeito”.

“Judeus derrotados, levando borrachada e ainda no final preso: mundo perfeito”.

“Idosos derrotados, levando borrachada e ainda no final preso: mundo perfeito”.

“Deficientes físicos derrotados, levando borrachada e ainda no final preso: mundo perfeito”.

“Brasileiros derrotados, levando borrachada e ainda no final preso: mundo perfeito”.

Qual teria sido a repercussão desta frase se o destinatário final fosse um desses grupos citados? Enorme. Provavelmente teria guerra no Twitter e até mesmo investigação da polícia. Entretanto, foi com argentinos, e acabou dando uma pequena notinha no jornal. E só. Até a alta do tomate rendeu mais do que esta frase.

“Mas Sally, não tem como comparar argentino com negro porque argentino não é raça, então não é racismo”. Eu sei, EU SEI que teve ao menos uma pessoa que pensou isso. Bem, não custa citar que a lei que criminaliza o preconceito de raça e cor, a Lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989, não se refere apenas à cor de pele, como gostam de fazer crer. Ela diz expressamente que será punido “preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”.

Então, para aqueles que insistem em afirmar que meras palavras consideradas ofensivas constituem crime de racismo (o que na minha opinião, não procede, seria no máximo injúria qualificada), é hora de cortar na própria carne e se indignar tanto quanto se a frase fosse destinada a negros e judeus, afinal, o que irrita é o preconceito em si, certo? Ou será que o que irrita é quando mexem com o SEU grupo e APENAS com o seu grupo? Mmmmm… reflexão um tanto quanto incômoda. Neste ponto vai ter gente que vai parar de ler o texto de tanto incômodo que esse tipo de argumento gera.

Mas não se assustem, eu sou coerente. Não vou usar esta postagem para reclamar do que ele falou. Eu também falo muitas coisas que desagradam os outros e seria um tanto quanto incoerente reclamar de quem faz a exata mesma coisa que eu faço. Ele tem o sagrado direito de achar e verbalizar que argentino merece apanhar, perder, ser preso e até mesmo morrer. Pode até ser escroto, mas ele tem o direito de ser escroto, desde que esteja preparado para as consequências disso: críticas (muitas vezes nada educadas), repúdio social e tudo mais que advém de uma opinião polêmica.

Essa questão vem sendo muito mal entendida e muito mal trabalhada na cabeça do brasileiro médio. Essa confusão de lei somada com a obrigação social de ser politicamente correto potencializada pela histeria de grupos intocáveis deixa as pessoas sem saber como agir, confusas a respeito do que pode e do que não pode. Nem sempre o que é ético é crime e nem sempre o que e crime é antiético. É hora de aprender a separar ética de lei. E, não custa lembrar, não é só porque desagrada ou ofende alguém que automaticamente é crime. Ainda bem, né? Porque em tempos onde as pessoas se ofendem com tanta facilidade, o Judiciário viveria abarrotado.

Graças a essa mistura de conceitos e sentimentos vemos inúmeras contradições e comportamentos conflitantes: pode falar mal, ainda que em tom deselegante, daquilo que o interlocutor não gosta, mas não pode falar mal daquilo que ele gosta, ainda que se usem os exatos mesmos termos e intensidade. As pessoas acham que o que criminaliza a conduta é o grau de ofensa que elas sentiram. É o gosto pessoal, e não regras gerais, que andam regendo o que pode ou o que não pode ser dito. Por sorte, não é assim que funciona. Mas até se darem conta disso, milhões de antas abarrotam o Judiciário com ações ridículas.

Bem, o brasileiro médio fazer confusão e ter dificuldades com coerência e expressão eu já esperava. Acontece que tem muita gente boa caindo nessa armadilha. Um episódio que me chamou a atenção foi a reação das pessoas ao comentário feito pela Joelma sobre homossexuais. Joelma comparou gays a drogados, dizendo que sua “recuperação” era difícil mas era possível. Obviamente basta ter meio neurônio para perceber que se trata de uma imbecilidade sem fim, mas puta merda, as pessoas tem o direito de falar imbecilidades sem fim! Sabe porque? Porque impedi-las de falar não as impede de pensar e de uma forma ou de outra, elas vão propagar essa imbecilidade com seu jeito de ser, seu estilo de vida, seu trabalho, a criação dos seus filhos, a condução dos seus empregados e de tantas outras formas.

Quer falar MERDA? Pode falar. Segure o rojão de críticas e represálias que virão, mas pode falar. Essa é a minha filosofia, porque merda nenhuma nesse mundo é pior do que censura. Proibir as pessoas de falar merda está fora de cogitação dentro da minha cabeça. Mas aparentemente é isso que a sociedade está pretendendo. Digo e coloco em prática: no texto sobre o lado negro da gravidez veio muita gente me xingar ou me criticar e eu atendi um a um, uns com mais educação, outros com menos, dependendo do tom usado. Censurar comentário porque me critica? JAMAIS. Como bem disse o Somir uma vez e eu não me canso de repetir, democracia não se resume apenas a poder falar o que quer, significa também saber ouvir aquilo que não quer.

E é por isso que eu venho aqui dizer que achei ESCROTO o que Ivan Moré disse, mas continuo achando que ele tem todo o direito de pensar isso e de dizer isso. É nessas horas, quando a navalha corta na nossa própria carne, que a gente testa nossas convicções. E digo de camarote: continuo achando que o melhor para qualquer sociedade é que todo mundo possa dizer o que pensa, desde que arque com as consequências que isso acarreta. Feliciano pode dizer coisas inadequadas sobre gays? PODE. Eu acho ele um escroto por falar esse tipo de merda? ACHO, acho pra caralho. Mas o fato de eu, ou Fulano ou um grupo enorme não concordar e gostar não nos dá o direito de tentar calar a boca da pessoa. Deixa o Feliciano falar, para de fazer escândalo, que isso só o beneficia!

Atentem que não se trata daquela falácia de “Essa é a minha opinião, você tem que respeitar”. Porque tem gente que fala mil barbaridades e depois tenta se safar pela tangente dizendo “Essa é a minha opinião, você tem que respeitar”. Sim, eu creio que todos tem o direito de opinar, por mais cocô que seja a opinião da pessoa… mas respeitar eu não “tenho que” não! Se falou merda eu posso ir até a pessoa e dizer que ela é uma bosta, que falou uma imbecilidade sem fim e que eu quero que o cu dela pegue fogo e apaguem com um tamanco, da mesma forma que mulheres com filhos e com o cuzinho todo estourado de hemorroidas podem vir aqui dizer o mesmo para mim. Opinião sim, imposição de opinião não. Quem fala está sujeito a críticas, discussão, resposta.

Então que fique claro: eu não tenho que respeitar a opinião de ninguém. Posso rebater, debater ou apenas bater. Problema meu. Não venha falar o que quer e tentar se safar de ouvir o que não quer com a falácia de que “é minha opinião”. Falou sua opinião? Ótimo, escute a minha agora. Opine, e arque com a resposta social a esta opinião. Ninguém tem que se vitimizar, nem quem ouviu uma opinião desfavorável, nem que emitiu a opinião desfavorável e por isso foi hostilizado. Não tem vítimas, quem se ofende pela opinião de estranhos não precisa da lei, precisa de terapia. Chega de dar tanta importância para a opinião de desconhecidos. Chega de divulgar opiniões bizarras em vez de deixa-las morrer no anonimato.

Quanto à questão dos Intocáveis, vamos refletir porque esta frase direcionada a argentinos não causou grande comoção enquanto causaria a negros ou judeus. Na minha opinião de argentina, creio que que isso aconteça porque os argentinos não tem baixa autoestima (muito pelo contrário…). Eles não se incomodam que alguém lhes deseje porrada ou cadeia, porque eles sabem do seu valor, do seu mérito. Talvez negros não se tenham tanta certeza e fiquem extremamente incomodados quando um “formador de opinião” diz em público que negros apanhando e sendo presos configuram um “mundo perfeito”.

Vai ter quem diga que há um histórico de violência contra negros que os torna sensíveis a esse tipo de afirmativa. Ok, falemos então de idosos, deficientes, crianças, grávidas… falemos de SERES HUMANOS. É de alguma forma mais ou menos grave que se diga que um Ser Humano X apanhando e sendo preso significa um mundo perfeito? Quero dizer, alguém é mais ser humano do que o outro para se ofender mais ou menos com essa frase? Suponho que não. Mas o grupo ao qual as ofensas são direcionadas costuma achar gravíssimo quando isso ocorre e se omitir quando outros grupos são alvos.

O que quero concluir é: argentinos são um grupo muito digno, muito seguro e muito bem resolvido. São hostilizados no Brasil SIM, são uma minoria real. Isso eu posso narrar de camarote, não apenas na hora do futebol. E ainda assim, dificilmente você vai ver um argentino se fazendo de vítima. Rimos das piadas de argentino e até mesmo as contamos. Sim, nós rimos de nós mesmos numa boa MESMO. Somos hostilizados o ano todo e ainda assim rimos das piadas pejorativas sobre “nosso povo”. Sabe porque? Porque sabemos nosso valor, sabemos que uma piada não nos tira o valor que temos. Não precisamos do olhar do outro para ter certeza do nosso valor.

Achei que era hora de falar sobre isso. Porque eu sempre critico esses grupinhos de Intocáveis que se vitimizam, que obrigam editora a mudar o nome do maior best seller da Agatha Christie, mas nunca elogio aqueles grupos que não o fazem. Hoje eu quero elogiar meus Hermanos e Hermanas, que se portam de forma digna, aceitam toda intensidade de brincadeira e não fazem da hostilidade um motivo para pleitearem benefícios pessoais nem cavar indenizações judiciais. Somos minoria no Brasil, e mesmo assim não nos portamos como tal. Quando soube dessa declaração no Twitter fiquei quieta esperando e torcendo para que não repercutisse, para que não dessem ibope para esse elemento e… adivinha? Apenas uma notinha no canto do jornal. Argentinos estão dando um baile nos brasileiros em matéria de dignidade.

O sujeito se desculpou, uma desculpa meio mal escrita, mas ficava claro que era um pedido de desculpas. Mas não creio que o tenha feito pela repercussão, que até onde eu sei, foi pífia, e sim porque a empresa mandou. Suas desculpas foram tão ignoradas quanto sua frase inicial. É provável que muitos de vocês nem saibam como é a cara desse sujeito, é provável que muitos de vocês nem soubessem que ele chegou a falar o que ele falou. Isso para mim é motivo de orgulho: os argentinos não alavancaram a audiência desse babaca. Se ele tivesse falado isso de negros, judeus e cia o rosto e nome dele estaria conhecido em todo o país.

Mas minha maior satisfação foi ver o brasileiro médio tentando tripudiar do argentino pelo fato de terem falado algo “tão horrível” e de não ter virado um grande escândalo. Coitados, a falta de cérebro é tanta que eles não percebem que fazer escândalo sim é sinônimo de indignidade. O argentino guarda seu protesto para questões mais importantes, como política. No dia em que brasileiros invadirem o STF com um protesto tão forte que faça TODOS os Ministros do Supremo renunciar a gente conversa. Vai acontecer? Não vai acontecer. Os réus do mensalão estão todos soltos e o brasileiro continua sendo um merdinha revoltadinho de Twitter por interesses pessoais fúteis. O brasileiro médio ri dos outros sem saber que ele é a piada pronta.

Fica meus mais sinceros elogios a todos os argentinos que vivem no Brasil e se calaram ao ler o que Ivan Moré disse. Parabéns. Fizeram certo, fizeram bonito. Não somos vítimas e certamente não medimos nosso valor pela opinião dos outros, outros estes que sobrem nas tamancas se você sussurrar um simples “macaquito” em seus ouvidos e se fazem de vítimas imediatamente. Ahhhh… o brasileiro médio… tão fácil de atingir, tão vira-lata, tão inseguro. Continuem xingando, a gente não liga.

Para testar minha tese e me xingar, para perguntar como se faz para se nacionalizar argentino ou ainda para tirar onda com algo que deveria ser motivo de vergonha: sally@desfavor.com

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Comments (136)

  • Uma dica:

    – Quando vierem aqui falar mal de argentino dizendo que moram lá não postem com IP de São Paulo
    – Não repetir padrão de entupir de comentário porque isso denuncia
    – Aprender a disfarçar a redação

    Continua tentando, eu tenho o botão de banir na mão

  • Texto old, mas temática atual. Nem por isso menos delirante.

    Se há um povo que vive procurando o que os demais falam dele é o argentino. O brasileiro é ferrenhamente seguro perto dele nesse sentido.

    A atitude ridícula, chorona, mimizenta dos argentinos diante da comemoração dos alemães – que foi ZERO xenófoba – mostra que a sua tese é furadíssima.

    Já havia sido demonstrado antes no próprio Brasil, quando os argentinos residentes fizeram gritalhada diante de comerciais bobões (até processo já rolou) e do Galvão Bueno falando coisas triviais, como “ganhar da Argentina que é bom”. Isso é prova de “terrível xenofobia” para um argentino. O que diriam se os narradores brazucas falassem o que um Alejandro Fantino falou dos brasileiros (eu ouvi, não me contaram)?

    Lembro que, há anos, quando morei lá pela 1a. vez, noticiaram que o Lula em campanha disse que a Argentina era uma republiqueta. Só faltou invadirem a embaixada brasileira porque o grande Irmão do Norte havia dito isso. Lembro do próprio Menem xingando o Lula de “língua solta” ou algo do tipo, ministros e diplomatas reclamando e assim por diante. Escândalo diplomático por uma frase tirada do contexto.

    E você mesma demonstrou, fazendo um texto-protesto por um tweet bobalhão de um jornalista que eu nunca tinha ouvido falar. Agora ouvi, por conta da sua reclamação travestida de autocelebração. Não há textos de brasileiros residentes na Argentina por aí sobre o Fantino, e nem haveria porquê. Ele não foi xenófobo, apenas muito mais provocador do que o Galvão jamais foi com os argentinos, que se sentem perseguidos por ele.

    Pelo jeito, os argies são bem inseguros, sim, e fáceis de serem atingidos. Será fruto dos anos de miserê?

    (Pergunta retórica, a resposta eu já sei).

    Saludos cordiales.

    P.S.: Há xenofobia e provocações contra brasileiros residentes na Argentina também, e esses sim não reclamam de nada, nem saem processando Deus e o mundo, gritando que são discriminados quando não são, etc, etc. coisa que já vi argentinos fazerem acerca do Brasil várias vezes.

    P.S. 2: “Macaquito” não existe, ninguém fala isso por lá. Palavra inexistente no vocabulário rioplatense. Se vc fosse argentina saberia disso.

  • Sally concordo contigo novamente! Como alguns pontos já foram levantados aqui em outros comentários, o meu seria repetitivo se trouxesse à tona essas questões do politicamente correto, da “falsa” liberdade de expressão, opinar baseando em gostos pessoais, etc. Mas só a título de tentativa de acrescentar algo, torno a repetir o que sempre digo: é sempre assim, qualquer coisa que é aversa, diferente à nós é vista como maléfica; afinal, fere o ego então… OU como disse uma colega minha no face outro dia: “Tá certo, esse papo de luta pelos diretos dos gays, dos negros whatever pra mim deu, então vamos lá, vou desenhar: a verdade é que sofremos um pavor irracional em relação a tudo que não nos diz respeito, não aceitamos que as coisas possam existir e funcionar sem nosso aval e entendimento, o que nos leva a outra ilusão necessária: a de que estamos no controle, de que o mundo pertence a nós e logo somos o centro dele, e tudo que sucede em volta é mera paisagem e figuração. Existem as coisas que você sabe. Que não representam uma ínfima fração de todo o resto que você não sabe. Deus nos abandonou com as dúvidas e fugiu com todas as verdades absolutas. e tenho dito.

  • É babaquice de povo fracassado, é firmar o prórpio atestado de inferioridade isso de argentino se achar mais europeu e menos cucaracha que o resto da América Latina. Mas daí a poder escrachá-los de uma forma que não se pode fazer com os negros, é cafajestada. Lei, antiracismo ou não, existe para ser aplicada a todos. Ou cagada por todos. Não há cabimento desproteger os direitos étnicos raciais somente dos argentinos num país dito democrático onde vigoram leis anti racismo.

    • Pois é, ou pode para todo mundo, ou não pode para ninguém. Mas no Brasil só os Intocáveis estão protegidos, tanto pela lei como socialmente!

  • Pior que eu vi uma foto dela com a mãe e a desculpa não cola.

    Deu até para observar melhor e notar que além de tudo ela é um fofão de batom (mentira, o corpo do fofão era mais esbelto).

    Não é por nada, mas ela parece ser o padrão Susan Boyle de beleza… Um horror.

  • BRAZILEIRO ENVERGONHADO

    OS VINHOS ARGENTINOS SÃO MELHORES QUE OS BRASILEIROS , A CARNE BOVINA POSSUI MELHOR QUALIDADE E O POVO É MAIS CULTO E EDUCADO.

    LÁ NÃO HÁ VESTIBULAR PARA SEGREGAR E TÃO POUCO ESMOLAS DO CAPITÃO DO MATO PARA A NEGRADA DA SENZALA.

    NA COPA DA FIFA NO BRASIL TOCEREI PARA A ARGENTIA E PARA A ESPANHA,POIS POSSUEM OS MELHORES JOGADORES E FUTEBOL NA ATUALIDADE.

    OS ARGENTINOS POSSUEM MAIS FIBRA E NÃO SÃO BANANAS E FRACOTES DE MERDAS COMO OS BRASILEIROS.

    E TEM AINDA A DEMAGOGIA GAY:

    O MEU FILHINHO POSSUI UMA FAMÍLIA DIFERENTE COM DUAS MAMÃES OU DOIS PAPAIS…

    QUE PORRA É ESSA MINHA GENTE ?! ASSUMAM AS SUAS POSIÇÕES DIANTE DA CRIANÇADA E ABAIXO A DEMAGOGIA.

    UMA MAMÃE E UM PAPAI QUE USA SAIA E GOSTA DE BOCETA IGUAL A DELE OU UM PAPAI E UMA MAMÃE QUE TEM PAU E GOSTA DE DAR O RABO.

    DUAS MAMÃES OU DOIS PAPAIS É P…Q…P…!

    • Preocupa-me o fato dos homosexuais e demais gêneros somente se envolverem com os problemas deles,buscam apoio junto a toda sociedade mas quando são solicitados se esquivam e não é com eles.

      Solidarieade Zero !

      O tempo passa e estou sempre aprendendo. Não é bom ?

  • “Censurar comentário porque me critica? JAMAIS.”

    Um blog com comentários moderados não pode contar esse tipo de vantagem. Há uma contradição clara entre a alegação e a prática.

    • Porque? O objetivo da moderação TEM QUE SER necessariamente barrar críticas?

      As poucas vezes que apaguei um comentário foram ocasiões onde colocavam em risco a minha privacidade, a do Somir ou a de leitores. Chegaram a postar endereço residencial e telefone de leitor aqui…

      Existem outras situações não relacionadas a críticas que justificam comentários moderados

        • Posso sim. Bloqueio gente pau no cu que quer polemizar e se promover em vez de acrescentar, gente que está de sacanagem com a nossa cara, gente inconveniente ou que não tem o perfil do blog (tipo ativista chato, religioso xiita ou policiais do politicamente correto) e muitos outros tipos. Mas gente que discorda e critica? JAMAIS. Basta dar um passeio pelos comentários das postagens mais polêmicas que você pode constatar isso.

  • Matheus Carvalho

    Sally, gostaria de acrescentar uma coisa: sou homossexual e tô cagando e andando pra esse Feliciano e pra Joelma. Não me importo mesmo sabe, não vai mudar em nada a minha vida. Pena dessa gente que pensa de forma tão medieval.

    Fico triste quando vejo outros homossexuais que fazem mó escândalo por causa que fulano tal disse tal coisa contra os homossexuais. Ai acaba repercutindo e como você diz, “brasileirinho médio” acaba raciocinado de forma mais errada ainda e pensa que os homossexuais hoje são um grupo “intocável” ou dizem que estamos vivendo uma “ditadura gay”.

  • Peraí… Mas o Maracanazo não foi aquele jogo que a seleção URUGUAIA ganhou de virada na final da copa de 1950?

    Ora sim, o Uruguai lá pelos idos do século XIX era foco de interesse seja por parte do império brasileiro, seja por parte dos argentinos ou mesmo dos paraguaios.

    Nessa questão se tinha sim uma rivalidade histórica mais antiga, mas não creio que tal disputa territorial/geopolítica seja a razão por trás de tal “rivalidade”.

  • E falando em Argentina, por lá os 3 câmbios do dólar (comercial/turismo/paralelo) estão bem dispares. O “comercial” está na razão de 5 pesos por dólar, o “turismo” pra venda está com sobrepreço de 20% e o “paralelo” está com uma sobretaxa de 75% sobre o câmbio oficial “comercial”.

    Olha que de um ano pra cá, o peso desvalorizou-se em cerca de 20% em relação ao dólar no “comercial” indo da razão de 4/1 para a razão de 5/1. Tá tenso mesmo por aquelas bandas.

  • Depois tem gente que fica com raivinha quando digo que muitas vezes o protesto dos ditos “ativistas” pode ser inócuo ou até mesmo contraproducente com a causa defendida.

    Não é de hoje que afirmo que se o Feliciano for candidato a deputado no ano que vem, ele consegue fácil meio milhão de votos. #obrigadopornada!

    • Alguns ativistas conseguem ser tão pau no cu e incoerentes que acabam por despertar simpatia para com a pessoa hostilizada

  • Pra ser bastante franca eu estou surpresa em saber de vc, Sally, e de outros argentinos que comentaram aqui, que realmente existe xenofobia contra argentinos no BR. Eu tb achava que essa rixa bobinha se resumia apenas aos momentos futebolísticos, me surpreende de verdade saber que a coisa em alguns momentos é mais grave.

    • Não é não. No dia a dia pode até ser que te tratem mais ou menos bem, mas em qualquer sinal de divergência ou confronto fazem da nacionalidade uma bandeira para jogar todo mundo contra você. Acontece que a gente não se faz de vítima, então, passa em brancas nuvens. Mas tem preconceito sim.

  • Hoje estava lendo uma notícia sobre uma comissária de polícia para a juventude na Grã-Bretanha que teve que renunciar ao seu cargo por causa do que postou no twitter quando tinha entre 14 e 16 anos (hoje ela tem 17). Em um dos comentários, ela postou “que todos no elenco de um programa de TV britânico parecem ser gays.”

    http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/comissaria-de-policia-renuncia-apos-tuites-polemicos-quando-tinha-14-anos.html

    Essa notícia me deixou pensando uma coisa, estamos vivendo a época da ditadura das minorias (em grande parte gay). Esta ditadura é muito pior que uma ditadura militar, pois as “punições” são feitas pela sociedade em geral. Não se pode dizer qualquer coisa contra, que corremos o risco de sermos apedrejados em praça pública.

    E o pior é que não é só no Brasil. Estou ficando com medo de viver neste planeta. Será que já começaram a vender terrenos em Marte!?

    • Márcia, todo cidadão hoje é também um policial que patrulha moral e bons costumes que ele próprio não coloca em prática. Este mundo está mesmo muito complicado…

      • Na verdade, estamos na era de vender aparẽncias e conformidade dentro de scripts pré-estabelecidos, numa linha “Pollyanna sempre contente”.

        É tudo uma farsa completa, que damos sustentação por conveniência e por temor de enfrentar reações de “manada”… (Vocês acham que porque a religião consegue se impor apesar de tantas incongruências?)

        No fundo, isso tudo é um jogo, onde a linha entre a fortuna e a miséria é bem mais tênue do que se imagina.

    • Independente da situação dela (e do cabelo dela), quem quer que almeje alguma posição na vida tem mais é que se policiar mesmo antes que os outros o façam ao postar opiniões sob sua real identidade.

      E não só opiniões. Fotos também. Outro dia vi no youtube um documentário sobre evasão de privacidade pelo facebook em que um jovem teve que desistir de sua carreira política por ter postado uma foto em que, bêbado adolescente numa festa, colocou as mãos nos seios de uma amiga. O que deixamos por aqui é indelével…

      • Suellen, é exatamente sobre este tipo de “ditadura do politicamente correto” que estou falando. Você pode pensar, mas jamais pode falar de alguma maneira que aquilo possa ser relacionado a você. Tem que encontrar um blog como o desfavor, e escolher um nome qualquer para poder emitir suas verdadeiras opiniões.

        Neste ponto não estou mais falando do conteúdo da notícia em si, mas de modo geral. Claro que sou contra se expor em redes sociais, mas não acho que a credibilidade de um profissional deva ser minada por causa de uma foto que alguém postou da pessoa bebendo quando tinha 15 anos, por exemplo.

    • Olha, nem tinha visto que você tinha falado da mesma notícia, Márcia. Essa figura é da série #SiZoa! Perto dela, a Camila Parker dentes de cavalo é uma beldade.

      Ela falando que os fulanos de certo canal parecem gays… Olha pra ela, que além do cabelinho vibe anos 60, ela ainda tem uma cara de traveco.

      17 anos?! Parece que é 17 em cada perna, até porque pelo naipe, tá pior que minha mãe.

      • Eu vi em alguns comentários lá na globo.com que esta seria uma foto da mãe da guria, whatever.

        Enfim, eu citei a notícia apenas para ilustrar meu pensamento mas a questão não é exatamente sobre a notícia é mais sobre tu seres julgado hoje por uma coisa que falou lá em 1800.

  • Nunca entendi a rixa ~Brasil x Argentina~. Os argentinos são chatos e teimosos em sua maioria? Sim. Do mesmo jeito que a maioria dos brasileiros é ignorante de doer. Mas isso não é motivo pra essa briguinha.
    Sabe pq isso acontece, Sally? Consegue me explicar?

    • Historicamente não sei como começou, mas até estaria disposta a aceitar a rixa se brasileiro aceitasse falar o que quer sobre argentino e TAMBÉM ouvir o que não quer deles. Basta sussurrar “macaquito” que pessoas nervosas e ofendidas com as mãos na cintura querem te levar para uma delegacia…

      • Pode ter algum resquício histórico, mas acho que o que mantém essa rixa babaca bastante viva é a mídia escrota, a rivalidade esportiva narrada principalmente pelo ~jornalismo esportivo~ da Globo e afiliadas. Tanto que em pleno 2013 não conseguem aceitar o fato de que Messi é sim o melhor do mundo, só pq ele é argentino. Tenho certeza de que se ele fosse, sei lá, galês, ngm contestaria nada.

              • Depois os argentinos chamam a nós brasileiros de macaquitos… NÃO SEM RAZÃO!

                Os viralatas brazucas tinham uma inveja dos argentinos lá pelos 1900 e guaraná com rolha porque aqui era uma merda e lá era um tico melhor que aqui.

                Ai o rolo da copa de 1978 foi a válvula de escape perfeita para as distensões se exacerbarem.

                • Marciel, a Argentina, até uns 30 anos atrás, era uma potência. Tinham um nível de desenvolvimento que até hoje não atingimos (eles caíram, mas uns 20 anos pra trás era absurda a diferença). Assim como o Uruguay. Ganharam horrores de dinheiro com eventos como as guerras mundiais (o consumo de carne chegou a ser proibido para exportar totalmente a produção).
                  O nível educacional absurdamente superior que ainda vemos lá é reflexo disso. Não sei se o brasileiro se morde por isso também. Quando estive lá, a sensação que tive é que eles cagam e andam para nós. No máximo, hj em dia nos olham com aquela desconfiança de quem vê seu vizinho crescer e ficar rico e teme que o vizinho venha paunocuzar. A sensação que tenho quando viajo pela América Latrina é que o Brasil está para a A.L. como os EUA estão para o Brasil ou o México.
                  É meio o que a Sally falou… os caras tocam o foda-se pra gente. Quem fica de mimimi com a Argentina somos nós. Complexo de inferioridade acumulado por décadas vazando aos poucos, talvez… vai saber.

                  • Incrível como mesmo a Argentina sendo uma enorme FAVELA (não tem outro nome para o que fizeram com Buenos Aires) o nível cultural lá ainda é muito superior ao daqui. Quando a Argentina tinha dinheiro (20, 30 anos atrás), investia em cultura. Brasileiro tem dinheiro e investe em icrap, carro, roupa, bolsa…

                  • Quando fui lá, livros, CDs e DVDs eram 40% do preço daqui. Seriam baratos por natureza ou são totalmente desonerados de impostos?

    • Eu já convivi com muitos argentinos e não vi nada de excepcional no jeito de ser deles, não me pareceram especialmente “chatos”, “teimosos” ou “arrogantes”. Talvez alguma prepotência fingida em ocasiões futebolísticas mas brasileiros, italianos ou britânicos são ainda piores nesses momentos.

  • Primeira vez lendo seus textos e esse foi perfeito. Como filha de argentinos que trabalham em uma das maiores universidade do Brasil, já convivi demais com a xenofobia brasileira. E você foi brilhante ao apontar a intocabilidade de certos grupos.

    Ganhou uma leitora fiel :)

    • Kyra, seja super bem vinda, Hermana!

      Se você gostou deste texto, certamente vai gostar de outros textos antigos. Dá um passeio pelo blog…

      • Hj diminuiu um pouco, mas segundo minha mãe, como herança do maracanazo, 30 a 40 anos atrás ela não podia sair de casa em dias de copa do mundo. Maltratavam mesmo, chegava ao ponto de taxista expulsar do carro.

        • Já aconteceu comigo de um taxista me recusar como passageira… São coisas silenciosas, que como não repercutem, as pessoas não ficam sabendo. No colégio uma professora me deixou de castigo porque mandou a gente fazer uma redação sobre a Copa do Mundo e eu fiz uma dizendo que torcia para a Argentina. Ela achou inaceitável que eu more no Brasil e torça para a Argentina e me deixou de frente para a parede pelo resto do dia para “pensar bem na besteira que você escreveu”. Como essas, tenho mil histórias para contar…

          Brasileiro NÃO É o povo amável, receptivo e democrático que se acha. Sinto muito informar.

  • O cara se sentiu livra pra falar isso justamente porque argentinos não se consideram intocáveis. Duvido que ele falasse isso de portugueses, porque português fica puto com piada sobre ser burro. Judeu eu acho que nem se ofende tanto, o Rafinha Bastos mesmo conta várias piadas zuando judeu.

      • Conheço MUITOS judeus… e sinceramente, cagam e andam sumariamente pra isso. Até dão risada quando a piada é boa. Só teve UM único judeu que respondeu com a mesma piada falando de Jesus e bom.. quero mais que J.C. se foda, então não mudou nada entre a gente.
        Eles só fazem mimimi por conta de piada quando tem algo a ganhar com isso, como quando o Danilo Gentili foi questionado pelo Roberto Justus. O Justus se fazendo de coitado, mostrando como ele sofria com o fato da bisavó ou avó, sei lá, ter morrido num campo de concentração. Beira o ridículo. É tipo um BBB versão pinto-descascado.

        • Maradona, eles podem até cagar para piada sobre o fato de serem, digamos, “econômicos”, mas piadas com referência ao holocausto (gás, cinzas e cia) eles costumam não achar graça…

  • Olha, a gente vive uma época muito ~sacal~, como diz minha bisavó. Tudo é errado, ninguém pode expressar nada e as pessoas vão ao Facebook debater coisas com argumentos pessoais, baseados no “eu gosto, eu não gosto, tá na Bíblia, blablá”. Sim, acho besta essa coisa de falar de argentino. Não convivo com argentinos, não sei dizer se são tão arrogantes quanto dizem. Se um determinado indíviduo argentino deu motivo a um comentário de crítica, então todos os argentinos entram no mesmo bolo? Que preguiça! Mas enfim, o cara falou, que lide com as respostas.

    Às vezes penso que essa reação exagerada da turma do politicamente correto a determinados temas pode ser explicada pela física: a toda ação, corresponde uma reação com a mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário. Vivemos tempos muito cretinos, com todo mundo falando toda sorte de bosta, sem a mínima preocupação. Então, agora, a reação seria um exagero no politicamente correto. É uma hipótese, não sei se faz sentido, mas tenho essa impressão.

    • O engraçado Paula, é que todos os argentinos que conheci eram mega gente boa! Já comentei isso inúmeras vezes com os meus amigos!

      • Rivalidade entre vizinhos é normal: EUA/Canadá, Inglaterra/França e tantos outros. O que não é normal é uma parte poder meter o cacete na outra e a outra ser mandada para a delegacia quando responde…

  • O problema é que às vezes as pessoas querem falar coisas ~polêmicas~ e reclamam quando as pessoas criticam, chamando de censura, etc. Se você tem direito de falar, os outros tem direito de contestar também.

    (tó, um comentário pra você não ficar triste, haha)

  • Perfeito, Sally! Todo discurso é responsivo, ou seja, quem disse deve responder pelo que disse, nem que apele para o desdizer-se na resposta. Portanto, todos temos o sagrado direito de dizer qualquer coisa, sem esquecer que estamos automaticamente assumindo responsabilidade pela repercussão.
    E parabéns pela elegância de seu povo, fico com enveja!

  • Me pergunto se alguém por acaso liga pro que é dito no “ESPETO ESPORTACULAR”. O programa é tão merda que só foi ter o seu horário definido na grade global nos ANOS 90 (apesar dele ter sido lançado na programação na época da Copa da Argentina).

    • Na verdade, foi dito no Twitter. Logo no Twitter onde as coisas repercutem tanto… onde um texto sobre o lado negro da gravidez vira em poucos segundos eu texto “contra as mães”. Isso não pode, mas desejar que argentino seja vítima de violência física pode. É por essas eu outras que não me interessa entrar no Twitter: mundo falso, incoerente e hipócrita!

  • Minha prima tem cidadania argentina, agora estou com ”enveja” dela. Assim que ela voltar de viagem vou consultá-la para saber o procedimento!

    Ótimo texto Sally, expôs uma ideia totalmente lógica e sensata, mas que o brasileiro mediano provavelmente vai coçar a cabeça (macaquitos) até o juízo final tentando entender.

    Me lembrou uma frase de Voltaire: ”Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo.”

    • Exato. Eu não gosto de ouvir merda, mas não gosto mais ainda de viver em uma sociedade onde as pessoas não possam falar merda!

  • O comentário é babaca sim, a cena toda foi imbecil. Se bem que é curioso que times argentinos tenham especial apego por arrumar confusão em jogos, vide Tigre ano passado contra SPFC.

    Convivi bastante com argentinos de Bs Aires nos últimos 5 anos. Me pareceu um povo orgulhoso – até demais- mas durão. Não reclama à toa, especialmente quando percebe que não vai ganhar nada com isso. Mas a Argentina tá na merda. Acho um milagre aquele paîs funcionar minimamente.

    E tem toda ražão Sally, liberdade de expressão é difícil nessa hora, quando falam algo que achamos imbecil. Essa história do Feliciano está ridícula. O cara é um imbecil? Provavelmente sim, mas 90% dos congressistas é de imbecis também e percentual semelhante se aplica à população em geral. E todos tem direito de viver suas vidas e falar a merda que quiserem, arcando com as consequencias disso.

    E os panelaços na Argentina são ridículos. Vi vários, as cenas são patéticas. Se funcionassem na prática o país não tava na merda que tá com sua sucessão de malucos no poder

    • A Argentina acabou. Falo isso de coração. A Buenos Aires que eu conheci, de 30 anos atrás, NÃO EXISTE MAIS. O país está sucateado, virou uma grande favela. Uma pena que tenham conseguido acabar com um país tão bonito e culto.

      • Joãozinho Thirty

        Sally, você deve estar com seu coração portenho excedendo-te ao peito, decerto. Nenhum outro povo do mundo é capaz de tal dramaticidade. Não obstante alguma mordacidade com a qual tenho referido-me ao país ultimamente, devo reconhecer que a Argentina é um país extraordinário em todos os sentidos; belezas naturais, pujança econômica (os índices de crescimento da última décado “son testigos”), sofisticação cultural, tradições e ATÉ um PAPA. O país rico e poderoso de outrora distingue-se do atual por um caractere: a política. Mitre, suponho, não imaginou que Perón seria seu sucessor em um futuro não tão distante à época de seu ocaso.

        .
        Isto posto, a um brasileiro comum, como eu o seja, está mais do que claro que o dano político impingido ao país é um elemento transitório em sua história, uma história que diz respeito a um país que comprovadamente teve sucesso, ao contrário do Brasil. É questão de tempo (décadas, talvez, o que não infirma meu ponto) que o país se converta em uma espécie de Espanha austral: rica, desenvolvida, culta e com alguma relevância geopolítica em termos mundiais.
        .
        Nao conheço Buenos Aires, mas conheço duas pessoas que já foram à cidade duas vezes cada e voltaram encantadas. Tem sido até difícil suportar as loas tecidas à urbe.
        .
        Em lugar de choramingar, você deveria se enrolar na flâmula portenha e gritar na rua que vocÊ tem um papa. É melhor que ter o Lula.

          • Joãozinho Thirty

            .
            Vi uma certa dor em tuas palavras; e onde há dor há um planger merencório, conquanto insciente. Oras, o tempo é de júbilo; os argentinos têm um PAPA; que dignificação há que se no-lo desvele a esta subseciva?
            .
            Tome uma flâmula, faça como a Bisele Gunchen e festeje.

            • “Vi uma certa dor em tuas palavras; e onde há dor há um planger merencório, conquanto insciente. Oras, o tempo é de júbilo; os argentinos têm um PAPA; que dignificação há que se no-lo desvele a esta subseciva?”

              I just threw up in my mouth… PRAQUÊ esse falar/digitar tão rebuscado? Nem em ambientes acadêmicos essa falácia é aceitável. Nojinho*

              • Joãozinho Thirty

                .
                E para quê patrulhar a linguagem alheia? Você não escreve assim e nem por isso chamo-te semianalfabeta.
                .
                E por qual motivo ser tão idiota a ponto de não perceber a ironia, em lugar do que seria apenas uma tosca tentativa de exarar um argumento inválido?
                .
                Nojão**.

        • “Nao conheço Buenos Aires, mas conheço duas pessoas que já foram à cidade duas vezes cada e voltaram encantadas. Tem sido até difícil suportar as loas tecidas à urbe”.

          Bem, há cinco anos, elogios à parte (um povo educado e solícito, mulheres magras na grande maioria, que enveja, e Palermo tem lá seu charme, mas só), o metrô mais novo que eu peguei foi um trem japonês da década de 50, o mais velho era um bonde que deveria estar no museu da CMTC, todo de madeira e no breu, por ter luminárias cheias de rococó, que precisava de um operador a cada porta para abri-las (lá o metrô começou a operar em 1914, se não me engano)..

          Os ônibus são velhos, não há padronização da frota (em muitos, o itinerário deles está pintado na lateral, e você não sabe se ele está indo pro ponto A ou pro ponto B), volta e meia esses ônibus se chocavam com trens em passagens de nível, e os prédios, com exceção da região de Puerto Madero, são decrépitos na sua maioria, embora sejam muito bonitos por serem do começo do século passado. Os elevadores dos prédios são aqueles antigos com porta de grade. No café da manhã do hotel, o café era servido por funcionários, e só uma vez, logo você tinha que pedir para encherem a xícara, pois não te serviriam de novo. Sucos de fruta fresca? Necas, tudo congelado. A água mineral? Difícil achar uma marca que pudesse beber. Isso num hotel quatro estrelas.

          Vi crimes leves de todo o tipo acontecendo na minha frente (gente arrancando colares de turistas, gente de bicicleta surrupiando celulares de quem estava no meio de uma ligação, lojas invadidas à noite). Táxis só mesmo aqueles que você paga o preço fechado no aeroporto ou os que o hotel chama pra você (dentro deles, falei em japonês com meu irmão, com quem viajei na época, e em inglês com os taxistas, pois falaram que não tinham pudor em enganar brasileiros). Conhecidos que foram para lá várias vezes nos disseram que os táxis comuns, baratos, por vezes, tentam enganar turistas com troco falso. E os guias falaram para não irmos ao bairro do Boca sozinhos e muito menos à noite.

          A região do entorno da Casa Rosada me fez lembrar da região do aterro do Flamengo, em termos de arquitetura e estado dos prédios. Já a Casa Rosada, naquela época, estava cercada de grades por conta de protestos de desempregados e pelo trauma da tentativa de invasão na época da crise de 2002, do curralito.

          Enfim, embora tenha seu charme arquitetônico e uma ou outra atração isolada, nada de diferente, nem de excepcional, se comparada a qualquer metrópole latino-americana.

          Isso há cinco anos, imagino como deve estar agora com uma crise econômica ainda pior.

            • Pois é… a primeira vez que fui foi em 1994. Maravilhosa, sem mendigos na rua, não tinham esses pequenos crimes, nada pixado, prédios bonitos, marcas internacionais. Achava o máximo que os taxistas tinham essa “pegada portenha” de exagero, a cidade era linda e eles reclamando da economia, sabiam quem eram os políticos, dava até gosto pegar táxi pra discutir política (???!!!). De lá pra cá a cidade foi embarangando, a economia piorando, pessoas indo morar nas ruas, prédios sendo pixados, lojas que começaram a reformar e quebraram no meio do caminho. E assim foi a decadência.

              Tomo um pouco de cuidado com táxis, mas nunca me deram notas falsas não. Prefiro os do hotel ou indicados pelos restaurantes. A única coisa que aconteceu foi um taxista brigar com outro com a gente dentro. Ele pedia desculpas para a gente, num tom super baixo, calmo, quase meigo. Aí punha a cabeça pra fora e falava um monte de palavrão pro outro, repetindo o processo de desculpas novamente. Foi MUITO engraçado… Aprendi o significado de patada voladora (não sei se é assim que escreve), alguns palavrões e a expressão máxima de raiva ‘vou te dar uma bica no cu’. Uso muito essa…

              Pergunta off: Joãozinho, vc consegue falar em linguagem coloquial? Você me lembra um chefe, que, de tanto falar ‘pomposamente’, gerou um diálogo imaginário nas nossas conversas de bar:
              – Querida, poderíamos praticar atos contrários à noral e aos bons costumes neste entardecer? Poderia depositar vossas pernas por sobre meus ombros? (…)

              e daí ía toda uma história que até eu tenho vergonha de contar…

              • Joãozinho Thirty

                .
                Eu sou maranhense, Carol. Desterrado que seja aos meus equevos brutalizados, medrou-se meu espírito ao solho de jucundíssima veiga cultivada desde o Padre Antônio Vieira até o amado e admirado Manoel Odorico Mendes. E aqui, nestas plagas ocidentais do meio-norte, mais que em nenhum outro lugar da República, as tradições são importantes. De certa forma, revela-se-nos tal circunstância no sonho timidamente sonhado com a reunificação a Portugal, pois jamais olvidamo-nos das ameaças de devastação de Pedro I às aljavas de mercenários britânicos.
                .
                É claro: malgrado meus tão-só 25 anos, pertenço ao 1% de maranhenses que não se misturaram com os piauienses nem paraenses, e, portanto, não sucumbiram ao modo “Globo” de ver o mundo.
                .
                Sobre Buenos Aires, convenhamos, a urbe há de sofrer um intenso bombardeio nuclear para lembrar São Luís, outrora dita “Atenas Brasileira” e hoje conhecida como “Apenas Brasileira”. Quando os Kirchner abandonarem a cena política, em 10 anos Buenos Aires voltará a ser uma Madrid austral. O problemas são transitórios e, se analisados sob uma ampla perspectiva histórica, são praticamente acidentais na história do país. Não razão para dramas.
                .
                Pelos relatos que me foram feitos, o único senão se perfaz pelas mulheres. Aqui no Maranhão, apreciamos ingentemente as rechonchudinhas, de preferência com quadris largos o bastante para que ostentem sedutoras celuites pronunciadas. Mulheres magras, ainda que loiras, tem um conspecto doente e, obviamente, desagradável esteticamente, bem distante das sinuosidades feminis com as quais homenageou a natureza às mulheres.

              • Olha… é só eu que não me incomodo com o modo de escrita nem dele nem dos outros? Acho até interessante o a estilística que ele usa!

    • Feliciano é um imbecil, mas foram alguns milhares de imbecis que o colocaram lá. Essa história de “Feliciano não me representa” é uma modinha de pseudo-intelectual-babaca.

      • Quem está protestando contra o Feliciano, salvo honrosas exceções, está conseguindo ser pior do que ele: gente hetero dando beijo em pessoas do mesmo sexo por “protesto”? OI? Não acho que seja por aí… Parabéns a todos, estão dando ainda mais votos ao Feliciano

      • Feliciano representa a maioria dos brasileiros sim. Somos uma sociedade majoritariamente conservadora, chegando às raias do neofacismo. O que tem muito aqui neste país é auto promoção bom mocista e hipócrita.

  • Os conhecidos “desvios de curva”, né? A questão é que a coitadização faz com que muitas pessoas desconsiderem isso.

    Andei vendo que tem deputado propondo que se tenha reserva de vagas para negros no atendimento de hospitais “particulares”. Da hora, né?

    • PUTA QUE PARIU! Por ser negra a pessoa fica mais doente do que os outros? Precisa de atendimento prioritário? Porque não sei se eles sabem, em muito hospital particular não tem vaga para NINGUÉM!

      • É lugar comum no RJ os hospitais particulares (dos mais baratos aos mais caros) não terem vagas ou, quando tem, a espera por atendimento é longuíssima.

        • Verdade. Mesmo em pronto-socorro, que de pronto não tem nada, ou até em caso de necessidade de cirurgia em hospital particular (os centros cirúrgicos por mais caros que seja tem fila de espera)

          • Uma vez fiquei quase quatro horas em um hospital particular esperando minha vez (no PS). Outra fiquei esperando minha vó ser atendida por quase 3 horas. Em outra ocasião foram duas horas e pouco com a minha mãe na maca esperando uma vaga para ser transferida para internação.

            Tudo em hospital particular de “primeira linha”… Sério. O único hospital que eu fui algumas vezes e que não tenho do que reclamar é o Sirio. Todo o resto… Não, pensando bem, tenho reclamações sim… eles salvaram o molusco e mantiveram o vice-molusco vivo por muuuuito tempo.

              • Não é ruim. Mas acho o Sirio melhor. Acho que o Einstein é mais “estrela” (“mveee levvaaa vruu Einstein” – por BigHouse)

                Os melhores médicos que eu conheço trabalham no Sirio (em especial os da parte ortopédica, gastro e onco). Não sei das outras especialidades…

                Lá tb são bem rápidos nos exames. Tive uma cistite que fui até o Sirio, uma meia hora depois estava até com o resultado da resistência da bactéria a diversos tipos de antibiótico, o que me levou a tomar um fraquinho, que já era suficiente para a que eu tinha. Acho os caras muito fodas.

                Mas tem uma Kopenhagem no Einstein. Ficaadica…

  • Nesse caso dele. To criticando pq não achei graça nenhuma. Assim como não acho nas baboseiras que eles falam naqueles programinhas cretinos.
    Não vi inteligencia na frase, digna de Vesgo.

    • A frase dele foi idiota, burra e sem graça. Certamente foi bem infeliz. Mas que bom que a gente vive em um país onde ele teve o direito de dizê-la. E que pena que algumas outras não podem ser ditas.

  • Obrigada, muito obrigada pelo texto. E um excelente exemplo de discordancia sem censura. Elegante. Preciso me desenvolver nessa parte…

    Ps: estou me sentindo analfa teclando no celular. Estou tendo o triplo de trabalho para corrigir coisas como “obrigafa”. Serio que tem quem prefira essa merda? Desktop, saudades de vc…

    • É só não se importar com o que gente desimportante pensa. O dia em que todos mundo parar de dar importância para a opinião de desconhecidos o mundo vai ficar em paz.

          • É interessante essa coisa do celular: por incrível que pareça a gente se acostuma! (ou não!)
            Meu cel tem só mizeras 3 polegadas e eu já acostumei com ele, confesso que o teclado é meio incômodo sim! Agora fato vero, não tem tesão maior do que digitar num cel com umas 4 polegadas…

  • Precconceito de brasileiro com argentino me dá vergonha alheia. Muito digno que os hermanos não se rebaixem ao mesmo nível. E eu quero mesmo é o certificado de nacionalidade Desfavorenha.

    • Esqueceram de falar o quanto entram negros de FAMÍLIAS RICAS, apenas pelo fato de serem negros. Assim fica fácil dar certo…

  • Eu imagino que a sua realização completa seria não ter nenhum comentário pra esse post, mas eu sou brasileiro e não desisto nunca. Quando teremos o dia do orgulho argentino?

  • Sally, esse babaca faz a linha Tiago Leifert, com piadinhas sem graça das quais só ele e os baba ovo da Rede Globo acham graça.
    Pode ter certeza que ao dizer isso, ele pensou que tava fazendo humor negro.
    Só resta lamentar.

    • Ele tem o sagrado direito de fazer piadas contra argentinos, mas no caso, essa foi bem fraquinha. Quem erra é a sociedade, marretando algumas piadas politicamente incorretas e tolerando outras, conforme seu gosto pessoal. Como assim? Ou pode, ou não pode! Se decidam!

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