Traduções intragáveis.

Nunca consegui compreender o que motiva os tradutores brasileiros a cagarem sistematicamente o nome dos filmes na tradução, mas é algo que acontece desde sempre. Filme com nomes simples recebem traduções escrotas, incoerentes e desnecessárias. Parece que eles se acham avalizados a dar seu toque pessoal na criação alheia. É como se a professora do colégio do seu filho começasse a chamar ele por outro nome que ela considera ser mais bonito.

Não importa o motivo, já é tradição nacional brasileiro cagar tudo onde mete a mão, vale a pena uma análise para mensurar o grau de vergonha alheia. Segue uma pequena amostra de traduções cagadas de títulos de filmes famosos para lamentar o nível.

“The Hangover”. A tradução literal seria “A ressaca”, mas acharam bacana traduzir como “Se beber não case”. Fica parecendo que o filme é sobre uma pessoa que bebeu e casou acidentalmente por estar bêbado. Não é, o sujeito queria casar. Pior: teve continuação. Continuação onde nem sequer casamento tinha. O que se passa na cabeça de um tradutor para fazer uma tradução tão restritiva e, pior, para insistir nessa tradução em caso de continuação?

É o que devemos perguntar para o gênio que traduziu “My Girl” (“Minha garota”) como “Meu primeiro amor”. Ocorre que o primeiro amor da garotinha FUCKIN MORRE no filme, picado por abelhas. Adivinha? Fizeram uma continuação e acharam coerente manter o título na tradução “Meu primeiro amor – parte 2”. Para começo de conversa, ou é o primeiro amor, ou é o segundo amor e, de mais a mais, o primeiro amor MORREU cacete! Como é que vai ter uma segunda parte? Necrofilia? Que fosse “Meu segundo amor”, cagado, mas coerente. Não, seria pedir demais.

“The Sound of the Music” ( “O som da música”), virou “A Noviça Rebelde”. Muito triste. Primeiro que o fato dela ser noviça é totalmente irrelevante para o filme, segundo que “The Sound of the Music” é um trecho importante da principal canção desse musical e terceiro que a mulher não é rebelde porra nenhuma, é uma moça afetuosa que toca o coração de crianças através da música. A música é o fio condutor da trama e não a vocação religiosa da personagem principal. É ainda mais triste quando acontece com os clássicos, o mundo todo conhece o filme por um nome e aqui, os macaquitos, conhecem por outro. Que vergonha.

Tem ainda os que deliberadamente escaralham o trabalho do autor do filme: “Nowhere boy” (“O garoto de lugar nenhum”) virou “O garoto de Liverpool”. Porra, quem fez o filme está dizendo que ele é de lugar NENHUM (inclusive a intenção era mostra que John Lennon não pertencia a nenhum lugar específico apesar de todos os mitos) e daí vem o tradutor brasileiro e inverte a intenção original de quem fez o filme? Francamente, para divulgar um nome traduzido deveria ser necessário que o dono do filme autorize e aprove a tradução, pois a falta de respeito do que se faz aqui no Brasil beira o ridículo.

Mais clássicos sofreram. Pobre Marilyn, teve o “Bus Stop” (ponto de ônibus) transformado em “Nunca Fui Santa”. Bette Davis também foi sacaneada, “All About Eve” (tudo sobre Eve) virou “A Malvada”. Hitchcock não escapou e “Vertigo” (vertigem) virou “Um Corpo Que Cai”. Ingmar Bergman também foi vítima da necessidade de baixar o nível e “Persona” virou “Quando Duas Mulheres Pecam”. “The Godfather” (O padrinho) virou “O Poderoso Chefão”.

“Annie Hall” virou “Noivo neurótico, noiva nervosa”. Nem mesmo Woody Allen merecia isso. É de uma pobreza, de uma simplificação bizarra, que chega a ser irritante. O desejo de quem criou o filme é que o nome fosse o nome da personagem, quem um tradutor pensa que é para subverter isso? Se o nome for difícil de pronunciar, traduz o nome, bota ANA, se for o caso. “Rambo” poderia ter virado “Metralhando geral” e “Rocky” um “Perdendo com dignidade”. É mais ou menos o que fizeram com “Jack and Jill”, que virou “Cada um tem a alma gêmea que merece” ou em “Shane”, que virou “Os brutos também amam”. Se quem criou queria nome de personagem como título, que tal respeitar?

E mesmo quando resolvem manter o nome do personagem como título do filme, tem que dar uma cagadinha: colocar um adendo explicativo, afinal, o público é burro demais para entender a essência do que se passa se o próprio título não for legendado! “ForrestGump – O Contador de Histórias”, “Erin Brokovich – Uma Mullher de Talento”, “Patch Adams – O Amor é Contagioso”. Tem que dar uma explicação, tem que reforçar a infantilização desse povo, que precisa de uma legendinha.

Talvez pela eterna burrice e falha de cognição e abstração do Brasileiro Médio os tradutores se sintam na obrigação de fazer do título uma mini-sinopse do filme (muitas vezes errada!). Foi o que fizeram com “Rat Race”, que em inglês significa mais ou menos uma perseguição sem sentido, interminável, que não dá em nada. Virou “Tá todo mundo louco – uma corrida por milhões”. Fico me perguntando se tradutores são pessoas que não conseguiram ser publicitários e descontam suas frustrações nessas bostas de títulos que mais parece slogans feitos por crianças idiotas. Só isso explica “Parenthood” (“Paternidade”) virar “O tiro que não saiu pela culatra”.

“Meet the Parents” (“Conhecendo os pais”) foi traduzido como “Entrando em uma fria”. Não adianta, tem que idiotizar, tem que infantilizar o título. Nada mais apropriado do que “Conhecendo os pais”, já que todo o filme gira em torno do rapaz conhecer seus estranhos sogros. O autor do filme quis passar ao espectador a clara noção de que era um filme sobre os dissabores de se conhecer os sogros, mas daí vai o tradutor brasileiro e coloca um título genérico engraçadinho, que o obriga a cagar mais ainda nas continuações “Entrando numa fria maior ainda” e “Entrando numa fria maior ainda com a família”. Quer dizer, a cada continuação ele vai acrescendo. Se tiver mais uma, não sei o que vão fazer… “Entrando numa fria maior ainda com a família, o cachorro, o gato e o papagaio”?

Tem também os que surtam e dão nomes que contradizem o filme. “Memento” virou “Amnésia”, mesmo o personagem dizendo repetidas vezes no filme que NÃO TEM AMNÉSIA. A pessoa que fez a tradução não viu o filme, né? Só pode ser. O que dizer de “Cast Away”, que virou “Naufrago”? NÃO TEM NAUFRÁGIO NO FILME, Tom Hanks vai parar na ilha após a queda de um avião!

E quando eles resolvem fazer humor? Parece a gente escolhendo como vai apresentar cada notícia no A Semana Desfavor. “We’re the Millers” (“Nós somos os Millers”) virou “A família do BAGULHO” em alusão a seu envolvimento com drogas. Turuntss! Família do BAGULHO. Gera uma presunção de humor cagado imediata sobre o filme.

Tem também a categoria “parece que o tradutor não sabe inglês”, pois alguns títulos apelam para redundâncias horrorosas. “Stuart LITTLE” (O Pequeno Stuart) vira “O PEQUENO Stuart LITTLE”, ou seja, o Pequeno Stuart Pequeno. O que dizer de “Taxi Driver, O Motorista de Táxi”? Ou de “Shine – Brilhante”? Ou coloca o nome em inglês, ou coloca o mesmo nome em português. Os dois juntos, um depois do outro, fica grotesco.

E, como tudo onde brasileiro bota a mão apodrece, a popularização dos seriados desponta para uma nova leva de bizarrices. Depois que vi “Breaking Bad” (que deveria ser traduzido com algo como “surtando”) virar “A Química do Mal”, fiquei com muito medo que está por vir. Proponho aqui um exercício divertido: antever como o brasileiro vai cagar o nome de seriados. Vou dar algumas sugestões e vocês continuam nos comentários.

“Game of Thrones” pode virar “Incesto e decapitação”. “House” ou vira “Casa”, na base da literalidade burra, ou vira “Um manco do barulho”, para cagar de vez. “Grey’s Anatomy” pode virar “Deu a louca no hospital”. “Scandal” pode virar “Como fazer um Presidente”. “CSI” poderia ser “Morreu! E agora?”. “Lost” virando “Encontre-nos se puderem” e “The Big Bang Theory” pode virar “Quatro cientistas atrapalhados”. Não duvido que uma dessas atrocidades realmente se torne real… que merda.

Para apenas sentir vergonha, para sugerir traduções terríveis ou ainda para me relembrar de traduções terríveis que já existem e eu esqueci de citar: sally@desfavor.com

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Comments (111)

  • Sally, ~não~ são os tradutores que escolhem a tradução dos títulos…
    Além disso, ele normalmente é resultado de pesquisa e critérios que vão desde cultura local, público-alvo, tipo do filme (para tv, cinema, dvd).
    Quem nos dera (tradutores) ter essa liberdade toda de ‘escolher’ o título de um filme de alcance nacional.
    Sugiro que pesquise sobre isso.

  • Antes de defecar na forma de digitação, informe-se melhor a respeito de quem define os títulos de filmes no Brasil.

  • Só passando pra avisar que infelizmente não são os tradutores que escolhem os títulos das obras, então não esculhambem com a classe.
    A culpa desses títulos lindos são dos diretores dos estudios e novamente, não é dos tradutores.

  • Oi, Sally, tudo bem? Sou tradutora audiovisual há 10 anos, o que significa que traduzo os roteiros dos filmes, seriados e desenhos para dublagem e legendagem. Eu só acho que você poderia se informar um pouco melhor sobre a questão antes de incitar o ódio da nação contra meus colegas rsrsrs. Os títulos dos filmes são escolhidos pelos estúdios. Sabe quando você vê um filme e no começo fala “Distribuição bla bla bla”, então, é esse “bla bla bla” quem escolhe o nome do filme. Os tradutores podem dar uma sugestão, quando solicitada, mas a maioria já chega pra nós com o título estranho. Sim, também não gosto dos títulos, mas não sou eu quem decido e nenhum outro tradutor, é a própria Universal, Paramount, Warner, etc. Isso também vale para palavrões. A gente só usa quando liberam e RARAMENTE liberam… eu adoraria traduzir todos os palavrões, mas quem manda é o cliente. É isso, se você quiser posso te passar contato de um estúdio de dublagem pra você marcar uma visita e você conversa direitinho com o pessoal pra entender melhor o processo antes de colocar culpa nos tradutores. Tá bom? Então tá. Um beijo!

    • Gente… chuva de comentários culpando um ente despersonalizado: “os estudios”. Pelo amor de Deus, existem pessoas especializadas em adaptação de títulos “nos estúdios”.

      Não estou culpando os pobres coitados que fazem as legendas, me refiro às pessoas que traduzem títulos. Não sei de quem é a palavra final, mas não seriamos vergonha mundial se as sugestões fossem um pouco melhores.

  • Sally, isso não acontece só no Brasil. Além do mais, nem tudo é culpa do tradutor. Muitas vezes, ele até sugere soluções bacanas para certos impasses, mas não é ele quem decide. Não estou afirmando que tradutores nunca cometem erros, mas quem manda é o diretor do estúdio. Manda quem pode, obedece quem precisa do trampo.

    • Mas existem tradutores encarregados basicamente de adaptar título de obras. Não são os mesmos que legendam, eu sei, mas tem gente que só faz isso.

  • Mais um desfavor de um “comunicador”. Vai estudar, se informar e depois vomite essas asneiras. Entendam que quem decide nome de série é o cliente, temos regras de linguagem por N motivos… Um deles a classificação indicativa. No posso soltar um “filho da puta” em um filme com classificação livre. E vários outros motivos, ainda que o diretor de dublagem também muda o roteiro para uma melhor ADAPTAÇÃO. Fazemos uma versão brasileira, não um milagre. Caso ainda esteja insatisfeito, vá estudar inglês e assista no idioma original.

    • Não. Estou insatisfeita, apesar de falar três idiomas, e vou reclamar aqui. Seu argumento não se sustenta. Muitos títulos perfeitamente compreensiveis e que não comprometem classificação etária (sou roteirista, sei do que falo) são modificados de forma desnecessária.

  • Cleber victor franceschi

    Saly, sou tradutor e só para esclarecer quem dá o título do filme não são os tradutores é o Marketing das distribuidoras/e/ou detentores dos direitos.

    • Não é o sujeito que faz legendinha do filme, isso eu sei. Mas existem sim pessoas encarregadas da adaptação dos títulos.

  • “Fica parecendo que o filme é sobre uma pessoa que bebeu e casou acidentalmente por estar bêbado.” Pior que eu pensei algo assim quando ouvi o título pela primeira vez.

  • Full House (casa cheia) virou Três é Demais, sendo que a história não era apenas sobre aqueles 3 caras lá.
    ALF (Alien Life Form) virou ALF – O ETeimoso. Além da tosqueira de legendar o título, o ET nem era teimoso, era apenas sarcástico e bagunceiro.
    Tem um filme meio recente, e bem ruim, mas que merece atenção: Frenemies (friends + enemies, aquela gíria) A melhor tradução seria Aminimigos. Virou Inimigos de Infância, sendo que a amizade dos protagonistas só foi pro barro na adolescência.

    Eu estou tentando “entender” o que se passa na mentalidade dos tradutores, e o melhor que eu consegui foi: eles tentam fazer um título atraente.

    • No caso do “Três é demais” eles deviam estar falando das filhas…. demais para um pai sozinho tomar conta e por isso chamou os tios.

  • Confesso que não assisti o filme “Nowhere Boy”, que a Sally citou, mas esse título também não seria uma referência ao título de uma música que o John Lennon fez com os Beatles: “Nowhere Man”?

  • Sally, e la na decada de 90 o seriado Beverly Hills 90210, foi traduzido como Barrados no Baile, patetico afinal os irmaos Walsh foram super bem recebidos na nova cidade.

  • Em Portugal é ainda pior. Psycho, do Hitchcock, é O culpado era a mãe, ou coisa assim.
    Adoram estragar não só o título como a própria experiência de ver o filme.

    • Hahaha, que máximo fazer spoiler no título! Tá vendo, tia Sally, nós somos filhos da pátria e temos a quem sair. A maioria dos brazucas descendem dos portugas. Tá explicado, ora pois!

  • olha só como ficariam as series que eu assisto:
    izombie- Uma detetive zumbi
    Mr.Robot – Um hacker doidão
    Orphan Black- Clones quebrando tudo
    Sense8- oitavo sentido

    Parece que os tradutores querem fazer uma espécie de mini sinopse, ou no caso dos filme um título engraçadinho pensando em como vão ficar na sesão da tarde, sem falar nas dublagens que até tem uma boa parte técnica mas a tradução fica uma bosta e as vezes perde totalmente o sentido original, por isso que hoje em dia eu sempre prefiro assistir filmes legendados

    • Oi, Darwin. Não são os tradutores que escolhem os nomes. A tradução dos roteiros também segue alguns padrões, principalmente quando se fala em palavrão e coisas do gênero. O diretor de dublagem e o estúdio tomam a maioria das decisões importantes. Algumas vezes pedem sugestões aos tradutores, mas não é sempre. Não é fácil essa vida viu? Rs. Na minha opinião a tradução é a fase mais importante do processo de dublagem porque sem roteiro traduzido não tem o que o dublador dublar, o diretor dirigir e a mixagem, mixar. No entanto é a o processo menos reconhecido pelo meio e o mais “crucificado” pelo público. Vamos tentar ser mais legais com os coleguinhas. Beijo!

  • Sally, adorei seu texto, pra variar!

    Muito bom!

    Essa mania de nivelar tudo por baixo está acabando de vez com o Brasil, em Valsador vejo isso tão bem!

    Minhas sugestões de títulos tipicamente BM:
    CSI = Vida no IML
    Desperate Housewives = Donas de casa taradas
    Sex and the city = Pegação geral
    House = Se tô de mau humor, azar o seu!

    Depois eu ponho mais! hahahaha

  • Lembram de “Clueless”, que foi traduzido como “As patricinhas de Beverly Hills”?

    E de “Sixteen candles”, comédia teen clássica do Hughes, que aqui é conhecida como “Gatinhas e gatões”?

    Ainda do Hughes, tem “Pretty in pink” (a garota de rosa shock), “Breakfast club” (clube dos cinco) e “Weird science” (Mulher nota 1000).

    Mas meu preferido é “Beverly Hills 90210”, que virou o sensacional “BARRADOS NO BAILE” aqui na Suíça.

    Bizarro.

  • A Sally citou “Rocky” e “Rambo” no texto e vale lembrar que esses filmes também tiveram seus títulos – e outras coisas mais – adaptados nas versões brasileiras. O “Rocky” original ganhou aqui um desnecessário “Um Lutador” como subtítulo e o nome do personagem-título nas seqüências vinha acompanhado de coisas como “A Revanche” e “O Desafio Supremo” nas partes 2 e 3 da série. A pior cagada, porém, foi na dublagem, que chegou a mudar o fim do primeiro filme, dando a luta como empatada, quando, na verdade, Rocky perde mas se dá por feliz por ter ido até o fim do 15º round contra Apollo. Fica estranho ver um personagem dizer ao microfone “a luta terminou empatada” e logo depois Apollo aparece comemorando sua vitória. Felizmente, no “Rocky II”, outro estúdio fez a dublagem e corrigiu esse erro no trecho que reconta o final da história anterior. Falando ainda no Apollo, nas primeiras dublagens, fizeram graça com seu sobrenome e “Apollo Creed virou “Apollo, o Doutrinador”.

    Já o primeiro filme da série “Rambo” tinha como título original “First Blood”, como o livro no qual foi baseado. Mas aqui virou “Rambo: Programado Para Matar”. Só que nesse filme, Rambo só causa UMA morte e, ainda assim, acidental. Mais: a expressão “first blood”, em contexto militar, teria a ver com fazer o inimigo sangrar primeiro. No filme, Rambo, lá pelas tantas, diz via walkie-talkie a seu mentor, o Cel. Trautman: “they drew first blood, not me”, explicando que só fez o que fez – uma “guerra particular” contra a polícia de uma cidadezinha – porque o xerife provinciano que o prendera por vadiagem no começo da história é quem na verdade teria começando tudo “derramando sangue primeiro” ao abusar de sua autoridade.

    Outro caso famoso de erro de tradução é de “Stallone Cobra”. Acontece que, no pôster do filme, o nome “Stallone” vinha escrito junto ao título – que era só “Cobra” no original – com a mesma fonte e quase do mesmo tamanho. “Cobra” era o apelido do personagem de Stallone: o policial durão Marion “Cobra” Cobretti, que tinha até uma cobrinha estampada na empunhadura de seu revólver. Pior é que aparece só “Cobra” na tela durante os créditos de abertura e mesmo assim surge um voice-over – aquela voz que diz “versão brasileira…” que insiste no “Stallone Cobra”.

  • Hahaha

    Ri muito com o post. Pensei em alguns:

    Dexter: Um amor de psicopata
    Pretty little liars: As patricinhas do mal
    Bates motel: Nunca sem minha mãe / Pousada dos horrores
    The big bang theory: Os geeks preferem as doidas
    Don’t trust the bitch in apt 23: Um pesadelo de vizinha
    2 broke girls: Deu a louca nas garçonetes / Pobretonas: por uma vida melhor
    New girl: Uma estranha em nosso apê / Três malucos e uma mulher
    Orange is the new black: Presidiárias — entre crimes, intrigas e paixões
    The walking dead: Terra dos mortos-vivos
    Monk: O detetive trapalhão
    Desperate housewives: As amigas da pesada

    Sorry, me empolguei. hehe

  • Pode me execrar mas, um titulo q mudaram e achei bem melhor e O Primeiro ano do resto de nossas vidas, bem apropriado para o roteiro. E, faz tempo q mantem o titulo original das series de tv.

  • Eu nem mesmo entendo o motivo de TER que haver tradução. Não há tradução de nomes de músicas, de titulos de discos. Não deveria ter que haver tradução para nomes de obras. Um disco internacional não precisa ter o título modificado, nem o de suas músicas, para ser comercialmente viável. No caso de livros, é minimamente compreensível, já que vai ser necessária a tradução da obra inteira.

    • Mais além: os filmes/séries não deveriam sequer ser dublados – pois perdem toda a qualidade da interpretação dos atores – e apenas legendados (em um ‘mundo ideal’ nem legendados, pois todos já deveríamos ser pelo menos fluentes em inglês). A dublagem destruiu toda a graça de The Big Bang Theory, House e outras.

      Mas aí o bm ia reclamar que não consegue ler as legendas e prestar atenção no filme ao mesmo tempo.

      • o fato de ter filmes dublados no Brasil é pela alta taxa de analfabetismo. Mas pelo menos no cinema do Brasil existem filmes que você pode escolher assistir dublado ou legendado, e aqui na Espanha (onde moro) que só passa dublado ¬¬’ e ainda consegue ser pior que no Brasil, tanto as traduções dos titulos como a dublagem.
        e aqui não é por conta no analfabetismo, e sim para que as coisas não se “americanizem”. Fala sério!!

  • Me lembra o lendário O Vingador do Futuro, se bem que esse ganhou uma tradução em cada lugar.

    Se não me engano o SBT rebatizou o “The Walking Dead” de “Caminhando com os Mortos”, e a Record adicionou um “A Química do Mal” como subtítulo de Breaking Bad.

  • Vai ver que título original não dá bilheteria. É um lance de BM pra BM. Odeio cinema dublado! Eles botam o volume no máximo. Eu odeio ir a cinema! Mil vezes assistir em casa como eu quiser.

  • Para mim, a tradução mais escrota é do filme e do livro “The Physician”, que significa “O Médico”, e que no Brasil virou “O Físico”.

    Neguinho não se dá ao trabalho nem de usar o google tradutor…

  • O meu preferido é “Airplanes”, que seria simplesmente “Aviões” e acharam uma boa ideia coloca APERTEM-OS-CINTOS-O-PILOTO-SUMIU.

  • Muito bom o texto!

    Ri, principalmente, imaginando House, uma das minhas séries preferidas, ser traduzida como: “Um manco muito louco”

    Quanto ao “Náufrago”, fiquei em dúvida: A tradução literal, para o português, de Cast away é “náufrago” mesmo, não é?

    Em dicionários português-inglês, a tradução de Castaway é simplesmente náufrago. Achei que fosse um problema de contexto, por nossa definição de “náufrago” ser mais restrita, mas acho que a definição, em inglês, também não inclui queda de avião.

    “Castaway: a person whose ship has sunk and who has had to swim to a lonely place, usually on island”

      • Verdade. “Sem rumo” talvez fosse um título melhor…

        As sugestões dos leitores também estão ótimas!!!!!!!!!!!!!!!
        Os impopulares tem uma mente muito criativa! Mas não sei se isso é elogio, viu? Pessoas criativas tendem a ser meio insanas… Eu, por exemplo: em vez de sonhar com príncipe encantado (ou princesa encantada, por que não?) sonho mesmo encontrar alguém com a personalidade complexa e perturbadora, como a do Gregory House, “um manco muito louco” (eu nunca vou parar de rir desse título!)

  • Eu e meu marido gostamos muito de conversar e rir sobre esse assunto. Onde nós moramos nós ate já desistimos de ir ao cinema, só tem filmes dublados, e olha que aqui é uma capital.
    Acho péssimo quando dublam uma piada ou trocadilho estrangeiro colocando uma coisa totalmente tosca em português no lugar. Já enfiaram um “isso aqui até parece programa do Ratinho” em um filme, acho que foi em “As branquelas”.
    Sobre tradução de títulos, eu lembro alguns:

    Gone girl – Garota exemplar

    When Harry Met Sally.. – Harry e Sally – Feitos Um para o Outro

    The Age of Adaline – A Incrível História de Adaline

    Saw – Jogos mortais

    Insidious – Sobrenatural

    The Haunting in Connecticut – Evocando espíritos

    Inception – A origem

    Hugo – A Invenção de Hugo Cabret

    Life of Pi – As aventuras de Pi

    Silver Linings – O lado bom da vida

    Beasts of the Southern Wild – Indomável sonhadora

    Slumdog Millionaire – Quem quer ser um milionário?

    Million Dollar Baby – Menina de Ouro

    Mystic River – Sobre meninos e lobos

    A Nightmare on Elm Street – A hora do pesadelo

      • Inception – A Origem… E eu não entendo ainda de onde saiu esse título q não tem NADA a ver com o filme! Sigo sem receber notificações! :(

    • Na verdade, as expressões são trocadas segundo o contexto social de onde será exibido o filme. Porque existem expressões de outros países que não faria nenhum sentido em nosso contexto, e que muitas vezes são trocadas até nas legendas. Imagine no caso citado colocar “Parece até o programa da Oprah” ninguém entenderia do que se trata, pois não sabemos. Mas isso ocorre em todos os países, o mesmo que quando nossos filmes são passados em outros países, eles trocam as expressões, piadas, para que se pareçam com a realidade social e cultural do país.

  • Family Guy ser “Uma família” da pesada me deprime muito.

    – Grace and Frankie: Amigas por acidente
    – Better Call Saul: Um Advogado da encrenca
    – Bates Motel: O Motel Psicopata
    – How do you get away with murderer: Escapando do assassino (errando o contexto mesmo!)
    e por ai vai… hahaha

  • HAHAHAHAHA… Morri de rir! Pior que é tudo verdade! Mas em espanhol latino eles tmb dão suas cagadinhas… Cinderela, por exemplo, que é Cinderela em inglês tmb, aqui é Cenicienta! Os Smurfs, é Pitufos! PITUFOS! Que porra é essa???
    Enfim, vc esqueceu de “Ghost – Do Outro Lado da Vida”… Não consigo me lembrar de nenhum mais que vc tenha esquecido…
    Quanto a séries, Friends podia virar “6 amigos do barulho”… Grounfloor podia ser “Meu chefe danadinho” e 2 broke girls, “elas estão loucas”…

  • “CSI” poderia ser “Morreu! E agora?” HAHAHAHA
    Até hoje não me contento com a tradução de “Ferris Bueller’s day off”.

  • Eu não sei o que é pior a traducões ou a dublagem. Além de cagar a tradução, você tem 25% de chance de encontrar um filme legendado no cinema. Simplesmente porque o brasileiro ou tem preguiça ou não sabe ler. Só pra completar a sua lista, existe um filme chamado “Taking Chance” no qual Kevin Bacon leva o corpo de um americano morto na guerra até sua cidade natal. O nome do soldado era Chance Phelps, mas como ficou a tradução do filme? Correr riscos.
    Ou seja, o cara que traduziu não assistiu a bosta do filme.

  • HAHAHAHA
    Meu marido e eu já conversávamos sobre isso há muito tempo..sobre essa imbecilidade das traduções dos títulos dos filmes. Sempre achamos ridiculo. Fora que moramos em um cidade do interior, e os filmes por aqui, além de virem muito tarde em relação as demais cidades, ainda qdo chegam só vem dublado, odiamos filme dublado, mas o restante dos brasileiros…acho que tem preguiça de ler a legenda.
    Parece que não traduziram ” The Hangover” literalmente porque já havia outro filme como “A ressaca” (detalhe que o nome do filme é hot tub time machine)
    E quando The Big Bang Theory foi pro SBT , ficou Big Bang : A Teoria , sem contar que traduziram a musiquinha de abertura ! Ficou ridícula…
    Greys Anatomy também ficou literal, “Anatomia cinza”, Lost ficou “perdidos”…

    • Mas Grey é um NOME, não uma cor! Ellis GREY, é o sobrenome da mulher que escreveu um livro chamado Grey´s Anatomy!

      • Putz, que fora hahahaha ,não sabia, não assisto Grey’s Anatomy…entao é o mesmo caso de “50 tons de cinza” onde “Fifty shades of Grey ” não tem nada a ver com cinza, é o nome do cara.

      • Exato! É uma sutileza que se perde para a maioria! É um livro elementar na faculdade de medicina! Podiam usar o nome traduzido do livro (com o qual este é vendido no Brasil) e ficava “Anatomia Grey”.

      • Sally, o livro de anatomia clássico que todo mundo usa (tenho o meu até hoje) é o Gray, escrito por Henry Gray. Não sei se tem um outro livro ou trocadilho.

    • Gente, a dublagem de The Big bang theory ficou uma coisa do demônio! Dia desses vi passando no Warner e tipo, que porra é essa? As vozes não combinam, as frases sem contexto. Qual a necessidade disso?

  • Orange is the new black: Amor atrás das grades
    Dexter: As duas faces do mal
    The walking dead: Morto muito louco
    How I met your mother: Trapalhadas do amor

  • Nós tirávamos sarro disso na escola, nós tirávamos sarro disso na faculdade, nós tirávamos sarro disso na pós-graduação, e continuamos tirando sarro. Alguns títulos que me lembro de termos sugerido para filmes:
    (1) A volta de quem não foi
    (2) Fogo na caixa d’água
    Você esqueceu da categoria de títulos difíceis mesmo de traduzir, com trocadilhos, cuja sofisticação foi simplesmente ignorada ou assassinada. Um bom exemplo é Eyes Wide Shut, que virou De Olhos Bem Fechados. Ah, conversando com colegas estrangeiros, descobri que isso é típico em todos os países da América Latina não alfabetizada (Todos-ARG/URU).

      • Pois é, Sally, o fenômeno do analfabetismo funcional e da ignorância são epidêmicos na Amerreca Latrina, e isto se reflete no que é produzido no ramo da cultura e do entretenimento, é triste…

  • O título mudado não ter nada a ver com a sinopse pra mim é o de menos. Pior é quem curte catar na web pra baixar filmes e tem que descobrir qual o nome que deram no português.

  • O pop e o brega, quando dão as mãos, acabam nisso aí. Depois a gente faz piada com os tugas dizendo que lá o Psycho saiu como “O gajo que era a mãe”.

    • Não sei qual é o critério que o Brasil usa para dublagens. Para mim o pior momento são os xingamentos: “bastardo!”

  • The Bit Bang Theory vai virar Quatro cientistas atrapalhados e uma gostosa, afinal, BM que é BM precisa de algo assim no título para se interessar.
    Imagina a tradução de Friends, Smallville, The Midlle, entre outros.

    • Smallville foi traduzido como Pequenopolis…
      The Midlle foi traduzido como : uma família perdida no meio do nada
      Family guy – Uma familia da pesada

        • Sim, Sally. É sério. Esse nome também foi usado nos quadrinhos do Superman – que antes era Super-Homem – , junto com outras traduções/adaptações igualmente toscas, como “Lois Lane” virando “Mirian Lane”. No caso do Batman, a tosquice ficou restrita , pelo menos até onde sei, aos quadrinhos. Nas prmeiras edições publicadas aqui, ainda nos anos 40, o herói foi chamado de “Morcego Negro” e de “Bruno Miller” em vez de “Bruce Wayne”, enquanto a cidade de Gotham City virou, acredite, “Riacho Doce”. Aliás, uma piada com nomes de cidade fctícias de super-heróis foi feita no desenho animado “Falcão Azul e Bionicão”, que viviam suas aventuras em “Cidadópolis” ou “Big City” no original.

        • Na verdade uma correção, “Pequenopolis ” era como foi traduzido o nome da cidade, o seriado ficou como Smallville: As Aventuras do Superboy

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