Líderes perigosos.

Com o DesfCon travado no 3 há mais de ano, está na cara que Sally e Somir desconfiam que o mundo não anda muito seguro. Mas entre os líderes mundiais que julgam mais perigosos, a discordância escala de forma agressiva. Os impopulares votam, mesmo que não mude muita coisa.

Tema de hoje: qual o Chefe de Estado mais perigoso para o mundo na atualidade?

SOMIR

Eu vou de Xi Jinping, o ditador chinês. A escolha da Sally é compreensível, mas existe uma diferença fundamental aqui: a China não é um Estado falido. E como eu costumo argumentar em diversas questões aqui no Desfavor, a capacidade de causar problemas práticos desequilibra muito a balança.

E no mundo moderno, as coisas vão muito além de arsenal nuclear. A primeira coisa a se considerar aqui é que a Guerra Fria ensinou a humanidade sobre um problema fundamental das armas de destruição em massa: ninguém vence de verdade uma guerra onde elas são usadas. Guerras existem por interesses financeiros e políticos, e para que esses interesses tenham algum resultado, precisamos de uma sociedade minimamente funcional.

Eu argumento que a Guerra Fria acabou mais porque as duas grandes potências do século passado perceberam que estavam sem saída do que propriamente desejo pela paz. O ser humano pode ser um imbecil em média, mas algumas coisas são evidentes demais: não trocar mísseis nucleares é mais confortável e lucrativo do que trocar.

Sempre pode ter um maluco, mas um maluco tem potencial bem limitado de destruição. São vários interesses ao redor de um líder, porque ninguém governa sozinho de verdade. Todo ditador é tão poderoso quanto os interesses que o colocaram naquela posição. Bombas atômicas são assustadoras, é claro, mas não são a ameaça fundamental à nossa existência que se pregava durante boa parte do Século XX.

A arma que venceu a Guerra Fria foi uma que os EUA desenvolveu em paralelo com os mísseis do fim do mundo, a economia globalizada. E é essa a arma que os chineses aprenderam a usar desde sua reabertura para o capitalismo no final do século passado. Os dois arsenais que realmente moldam o mundo atual são as economias dos EUA e da China.

As armas russas são assustadoras, mas dentro de um contexto bem limitado de ataque suicida: ao usá-las, o Estado russo está basicamente desistindo de sua existência. E todo mundo sabe disso. É uma ameaça que pode ser transformada em prática, mas depois disso o poder do país acaba. Putin não me parece tão perigoso porque ele segura uma granada sem pino na própria mão. Ele vai explodir junto.

Xi Jinping tem armas nucleares também, mas não é isso que usa para projetar poder, assim como grandes capitalistas do passado e do presente ensinaram, usam o dinheiro e a conveniência do material que entregam para a economia global. A China pode criar vários problemas sérios na economia do mundo todo sem dar um tiro. Pode quebrar cadeias de suprimentos que passam até mesmo pelos insumos necessários para o funcionamento da medicina em geral.

E como vimos no caso russo com seu gás natural, é muito mais difícil trocar fornecedor em larga escala, difícil o suficiente para que no final das contas todas as sanções aplicadas pelos EUA e EU não conseguirem derrubar a Rússia pós-invasão da Ucrânia. A China tem quase o mundo todo na sua lista de compradores, muitos desses itens essenciais para o funcionamento das sociedades em questão.

Um Xi Jinping desesperado é muito mais assustador do que um Putin desesperado: ele pode causar problemas ao redor do mundo por muito tempo antes de termos qualquer resposta. Os chineses não foram inocentes: entregaram mão de obra praticamente escrava para tomar boa parte da cadeia produtiva global, em troca ficamos todos dependentes deles. Isso é poder aplicável e difícil de combater no curto prazo.

E voltando ao ponto da futilidade da guerra nuclear, por mais que a China também tenha suas ogivas, ela tem exército e equipamentos para guerras longuíssimas se assim quiser. Não tem condições de vencer os EUA e OTAN numa guerra, mas pode arrastar uma batalha não nuclear por tempo suficiente para destruir toda a economia global. É só não usar bomba atômica. A Rússia é obrigada a ameaçar constantemente com essa arma, a China não. Pode só deixar rolar se quiser.

O que conecta o ponto do estado falido russo: Putin controla um Brasil com bombas atômicas, é um sistema corrupto e disfuncional estacionado no tempo, que não está desenvolvendo sua economia ou tecnologia de verdade há décadas. A China também é um antro de corrupção, mas antro de corrupção onde está entrando dinheiro é muito mais estável. Não sei quanto tempo o país asiático vai continuar podendo subornar todo mundo, mas convenhamos que é uma grande vantagem para o ditador em questão.

E é claro, todo mundo pode bater no Putin, pouca gente pode bater no Xi Jinping. O líder chinês goza de muito mais respeito e admiração de puxa-sacos ao redor do mundo. Lula até tentou dar uma pendurada nas bolas do ex-agente da KGB, mas teve que voltar atrás rapidinho. Já no caso do chinês, ninguém liga se ele alugar um espaço cativo na cueca de Xi Jinping. É “ocidentalisticamente” aceitável bajular a China, porque mesmo os EUA entendem o tamanho do poder de seu adversário econômico.

E como a China não vai crescer para sempre, como o povo local não vai tolerar autoritarismo para sempre, está no nosso futuro (talvez próximo) um descontentamento cada vez mais visível do povo chinês. Ditadores não reagem bem a isso. A China pode fazer muita coisa ruim dentro do próprio país (vulgo onde o mundo não liga que se faça merda) que vai causar problemas econômicos ao redor do mundo. Talvez até ações militares contra Taiwan, começando uma guerra que provavelmente não vira nuclear, mas que pode durar muito mais e causar muito mais estrago do que invernos nucleares.

Putin só tem uma arma, e ela fica inútil depois de ser usada. Xi Jinping tem trilhões delas, e o mundo não tem como controlar a China caso as coisas comecem a ficar instáveis por lá. Capacidade destrutiva não é só fogo e radiação, dinheiro ainda é rei.

Para me chamar de capitalista selvagem, para me chamar de comunista selvagem, ou mesmo para dizer que o mais perigoso é o que fode a sua vida diretamente: somir@desfavor.com

SALLY

Quem é o Chefe de Estado mais perigoso para o mundo na atualidade?

Não tá difícil de ver, não é mesmo? Vladimir Putin. Todos os demais são perigo em potencial. Putin está de fato executando atos muito nocivos e perigosos.

Vamos começar por essa guerra que ele chama de “Operação especial”. Um dia um país acorda, vira para outro país independente e soberano e diz “esse pedaço aí do seu território vai passar a seu meu, valeu?”. Não importa o motivo. Se é pelos recursos naturais, se é pelas criancinhas, se é para salvar as renas do nariz vermelho, não é assim que se resolve.

Essa atitude, de querer tomar na mão grande um pedaço de outro país (e nem foi a primeira vez!) foi uma quebra de paradigma, de comportamento, de modelo. Achávamos que já estava estabelecido que países democráticos, independentes e soberanos não passariam mais por isso. Só que não, estre grande filho duma puta fez o favor de promover um tremendo retrocesso ao mundo.

Não contente com isso, a forma como está conduzindo essa guerra é monstruosa. Talvez o excesso de estímulos fornecidos pela mídia esteja ofuscando o que está acontecendo. Talvez a impossibilidade de ir contra a ideologia (“nós, o povo soviético”) esteja ofuscando o que está acontecendo. Talvez toda a danação e crise do próprio Brasil esteja ofuscando o que está acontecendo mas, acreditem, chegará um tempo que se contará esta guerra com o mesmo horror que se fala do Holocausto.

Por alto, sem entrar em detalhes, pois a intenção do Desfavor não é explorar o sofrimento, estão acontecendo dezenas de crimes de guerra como campos de concentração para “inimigos” (incluindo crianças), estupros em larga escala (incluindo crianças), ataques a civis e a prédios civis (inclusive hospitais, orfanatos e escolas), tortura e muitas outras barbaridades. Desculpa, mas qualquer perigo potencial de outro Chefe de Estado (sim, tem gente capaz de fazer ainda mais dano do que Putin) não se compara com um dano já infligido.

O grande perigo que o Putin está trazendo, além de todos os citados, é o de normalizar a violência, a tortura, o estupro, a brutalidade e os crimes de guerra. E parece que está conseguindo. Toda semana tem notícias monstruosas se perdendo no meio do grande rebosteio que é este mundo, sem provocar a devida reação, indignação e revolta.

É ok fazer isso. Você vai levar umas sanções comerciais, mas ninguém, vai te arrancar pelos testículos da sua cadeira de te decapitar, como todos achávamos que fosse. Os EUA não vão jogar uma bomba nos seus cornos logo depois de você fazer isso. Ninguém no mundo vai fazer o que for preciso para impedir. Nem mesmo seus cidadãos vão se revoltar contra você e promover um atentado e te matar. O sujeito agiu como um louco raivoso e violento e conseguiu prosseguir com isso por mais de um ano. Esse é o dano. Esse é o grande perigo.

Como eu disse, tem Chefe de Estado com a capacidade de causar mais danos do que o Putin, mas eles estão amarrados em uma série de laços éticos, acordos e um intrincado sistema que torna, no saldo final, inconveniente se comportar como um louco homicida, genocida e torturador. Essa complicada rede de freios e contrapesos segura todos os demais que realmente tem poder.

Portanto, não confundir: ter poder não é necessariamente ser perigoso. Você pode ter um cachorro grande que tem dentes afiados e teria o poder de te matar caso ele quisesse, mas ele pode nunca atacar você por diferentes motivos (te amar, te respeitar, ser bem treinado, etc.). O que é mais perigoso: um Pit Bull que não vai te atacar ou um Pastor Alemão totalmente louco e sem controle, determinado a te matar?

Então, não é sobre quem tem mais poderio militar, mais exército ou mais ambição. É sobre quem está disposto a fazer um péssimo uso disso, gerando consequências negativas ao mundo todo. Ninguém sabe ao certo o quanto de recursos nucleares a Rússia ainda tem, não creio que eles possam exterminar toda a vida no planeta, mas talvez possam fazer um belo estrago em boa parte dele.

Tudo fica ainda mais grave quando pensamos nos “rumores” (se os serviços secretos de vários países sérios confirmaram, eu me inclino a acreditar que talvez não seja rumor) sobre Putin estar doente. Pode ser narrativa de guerra? Pode, mas, sem trocadilhos, tá na cara. É visível pelas suas feições que ele não parece saudável. Não sei se é câncer, como de fato dizem, mas não me parece que ele esteja com boa saúde.

E uma pessoa que sabe que vai morrer em breve é um perigo ainda maior. É uma pessoa que não tem nada a perder, principalmente quando é um ególatra com delírios de grandeza que se acha superior e não pensa na coletividade. O único interesse dele é entrar para a história como executor de algo grandioso, nem que seja uma grandiosa destruição. Ele não é burro, ele sabe que não vai ganhar essa guerra. Se ele persiste, é por acreditar que pode tirar algum ganho disso.

Outro fator que piora tudo é o apoio que ele está recebendo da China. Maluco sozinho é um problema, maluco com apoio é um grande problema. Não tem motivo para o Xi Jinping fazer absolutamente nada bélico ou louco, ele tem um cachorro louco que soltou da coleira e está alimentando. Mas também não existe qualquer garantia para ele, pois, como bem se disse, o cachorro é louco. Ninguém controla totalmente um cachorro louco.

Achar que a China tem uma arma chamada Rússia é inocência: Putin está fora do controle de qualquer um por estar surtado. E, na real, nem parece ser do interesse da China brigar agora. O país quer crescimento comercial, não quer sair na porrada com ninguém e perder compradores.

Eu não trabalho com adivinhação, não tem como dizer que o que fulaninho poderia fazer é mais nocivo. Eu trabalho com a realidade e, no presente, o Chefe de Estado mais perigoso do mundo é o Putin.

Para dizer que perigoso é o Biden que se caga em público, para dizer que perigoso é o gordinho coreano ou ainda para dizer que o grande perigo é uma seita secreta que ninguém conhece exceto você e seus amigos do interior do cu do mundo: sally@desfavor.com

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Comments (17)

  • No sentido mais global e amplo, Jinping tem mais meios e potencial para atingir a todos nós, dado o que o Somir já comentou sobre a dependência generalizada que temos da China. Não consigo visualizar uma guerra total se materializando fora do contexto de uma invasão a Taiwan, mas algumas cadeias produtivas abaladas ou interrompidas têm capacidade para escalar conflitos já existentes ou criar outros.

    No sentido mais imediato e literal, Putin está cada vez mais encurralado fora e até dentro de casa. Ele só vai sair do poder na Rússia depois de morto. Isso talvez esteja mais próximo de acontecer, e não vai ser bonito.
    Li sobre alguns rumores de que generais planejavam matá-lo se ele de fato recorresse ao arsenal nuclear, mas duvido que alguma ameaça seja maior do que o líder dos exércitos mercenários, Yevgheny Prigozhin. Está brigando com o ministro da defesa há meses e agora elevou o tom com Putin e o acusou de sabotagem. Para isso acontecer abertamente, ou temos uma briga encenada ou estão abrindo caminho para o assassinato do Vlad. Prigozhin já sinalizou que estaria aberto a negociar com a OTAN e são as tropas dele que estão cometendo as maiores atrocidades (e os maiores progressos) na guerra.
    De imediato, acho que Putin oferece mais risco. Gente encurralada e desesperada costuma fazer merda, e infelizmente ele é um macaco com arsenal nuclear.

  • Considerando haver antes uma possibilidade anterior (teoricamente) maior de estrago ao Ocidente: se alguém se dispusesse a destruir alguns (se não todos) satélites dos quais estamos cada vez mais dependentes em termos de telecomunicações, transmissão de dados financeiros, econômicos, ambientais, preservando as ogivas nucleares como alternativa. E a Russia tem a expertise de mandar gente para o espaço para ficar um ano inteiro por lá…Vai saber se Putin, enquanto combate aqui, não estaria se preparando para isso…

    Tem como proteger os milhares de satélites que ficam em órbita?

  • Eu fico com o Somir nessa. Por mais que o Putin seja terrível, esteja tocando o zaralho na Ucrânia e causando preocupação em boa parte do mundo, Xi Jiping ainda tem mais poder e alcance pra fazer muito estrago, e em escala global. Ou, pra usar dois trechos fdo próprio texto do Somir: 1 – “A China pode criar vários problemas sérios na economia do mundo todo sem dar um tiro” e 2- “Os chineses não foram inocentes: entregaram mão de obra praticamente escrava para tomar boa parte da cadeia produtiva global, em troca ficamos todos dependentes deles. Isso é poder aplicável e difícil de combater no curto prazo”.

  • Questão complicada. Para o mundo, a Rússia é mais perigosa. São loucos que já chutaram o balde. A China ainda dá a sensação de segurança. Mas pra quem vive no Terceiro Mundo desgovernado por cachorrinhos dela, China é mais perigosa. De qualquer forma, o Brasil já é perigoso para o próprio Brasil.

  • Os verdadeiros líderes mundiais que representam um perigo pra humanidade são invisíveis.

    Mas entre os dois, não tem a menor comparação, é o Xi Jinping. Putin é um proto-ditador de um país falido cujas ambições mal passam da fronteira da Rússia, e inclusive um peão na mão do Xi, e acho que esse Putin com ambições globais megalomaníacas é só um psyops da mídia. Já o imperador chinês está literalmente re-colonizando territórios ao redor do mundo, especialmente na África onde basta subornar o presidente/ditador de QI abaixo de 70 que eles são autorizados a cometerem todo tipo de atrocidade humanitária e ambiental nos países de lá; e tomando o controle até de cidades européias com seus contratos-armadilha. E como o Somir disse, o mundo inteiro depende da China pra produzir de tudo. Basta eles interromperem o ciclo produtivo por um curto prazo e o planeta inteiro entra em crise. Ele tem uma influência descomunal, um poder igualmente grande, e caso um dia sua ambição seja desafiada, potencial pra arrasar tudo e salgar a terra.

  • Xi Jinping sem sombra de dúvidas.
    “entregaram mão de obra praticamente escrava para tomar boa parte da cadeia produtiva global, em troca ficamos todos dependentes deles.”
    E isso está intensificando vários problemas sociais, pelo menos no Brasil. Os empregos capazes de empregar o grosso da população, incluindo os burrinhos, estão na INDÚSTRIA, setor esse que ano após ano vem morrendo no Brasil. Sem fábricas pra empregá-los, a juventude está bem fodida.
    A geração boomer aproveitou uma época em que o setor industrial compunha mais de 60% do PIB brasileiro. Graças a isso, milhares deles saíram do campo ou do cortiço e conquistaram coisas de classe média (carro, imóveis, eletrodomésticos) com facilidade. No Brasil de hoje só sobraram o agropop, que não gera emprego, e o setor de serviços, que é hiperconcorrido e exige milhares de qualificações.
    Além disso, tem muita empresa chinesa em outros países comprando terras, desmatando, minerando, praticando pesca predatória, fazendo especulação imobiliária, enfim. É um neo-colonialismo. As bizarrices da Rússia não têm todo esse alcance.

    • “e exige milhares de qualificações” ué, só se qualificar. Tem ENEM, Prouni, Sisu, etc. Ou então, learn to code.

      E sobre o grosso dos empregos serem indústria… Que empregos de indústria são esses? Eles estão em extinção porque ninguém mais no Brasil quer a indignidade de trabalhar em indústria, ser chão de fábrica. Não tem nada a ver com a China.

      Então, a classe baixa ter conquistado “coisas de classe média” em indústria, é discutível, pois o discurso da “pátria educadora” é bem diferente… Que se você trabalha em empregos braçais, servis ou semelhantes, você é um fodido sem futuro. E o próprio governo brasileiro não investe nesses setores, mas sim garante cotas e assistencialismo. A população só acompanha o bonde e então se enfia na primeira uniesquina ou concurso… Tem nada a ver com a China.

      Uma vez qualificadas, as pessoas não querem os salários estagnados e, mais uma vez, a indignidade desses trabalhos industriais. Vão cobrar de acordo com o que investiram em sua educação. O empregador já atolado em imposto e em plena crise econômica vê que calha de ser mais barato robôs, ou empregar imigrante ou completos analfabetos…

      E respondendo o post: Putin. Diferente da China, a Rússia não tem nada a perder.

      • Os empregadores precisarão muito de robôs. Mas não pela hiperqualificação do povo, e sim pela falta dela.

      • ué, só se qualificar. – aí você não é selecionado porque é qualificado demais pra vaga, risos

        Todo país desenvolvido e com baixo índice de desemprego é altamente industrializado. Nem todo trabalho na indústria é indigno, não estamos no filme Tempos Modernos. E a automação ainda está loooonge de tomar esses empregos. Em países desenvolvidos qualquer pessoa mediana faz um curso técnico, tipo elétrica, e consegue um trabalho com salário decente, geralmente na indústria. Universidade é exceção.
        Só no Brasil que está essa maluquice de pedir até bacharelado pra atendente de loja, que é um dos empregos mais vulneráveis à automação. E o “learn to code” também está nesse grupo, diga-se de passagem. Até onde isso vai? Até todo mundo ter bacharelado e pedirem mestrado? E depois? Quando o cidadão vai conseguir emprego, aos 30 anos de idade? Se o mercado já discrimina pessoas mais velhas mesmo tendo experiência, imagina alguém que passou praticamente uma década estudando e sem trabalhar.

    • Sem contar que quando o Complexo de Napoleão perder as estribeiras e sair atacando demais países no entorno da Ucrânia, China vai ficar neutra (só é aliada no discurso, as ações são bem “se fode aí, Anão”). E quando vários países precisarem de recursos ou serviços… A gente já viu como a China trata “empréstimos”.

    • Quando a China veio metendo forte, certos países já tinham passado vaselina. Brasil não foi um deles. E até hoje ainda tá de quatro. Vivendo de importação. Fabricar dá preguiça. Colonização só se firma quando o país aceita de bom grado.

      • Não sei se é meu celular que não visualiza bem, mas este comentário sobre a China é destinado ao Anônimo.

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