Vamos, Barbie!

Desde o anúncio, vazamento de fotos do set e divulgação dos trailers, a expectativa para Barbie, filme dirigido por Greta Gerwig e estrelado por Margot Robbie que chegou aos cinemas brasileiros na última quinta, 20, aumentava cada vez – e todo hype correspondeu, e a produção quebrou diversos recordes. LINK


Precisamos do filme da fuckin’ Barbie para dar um choque de realidade na lacração. Desfavor da semana.

SALLY

O filme Barbie é um sucesso avassalador em todo o mundo. Isso poderia levantar diversas discussões interessantes, mas, em vez disso, as pessoas estão polarizadas em “contra” e “a favor” da Barbie, vomitando feminismo e patrulhando quem vai ao cinema vestindo rosa. Por isso hoje tentamos trazer um novo ângulo para falar do assunto.

Vamos contextualizar: cinema não vai bem das pernas já faz um tempo, por uma série de fatores. Além de ser mais prático e barato assistir filmes em casa, também é muito mais agradável não ter que conviver com outros 100 seres humanos randômicos que nem sempre sabem se portar com civilidade. Depois da pandemia a coisa só piorou, mesmo quem ainda ousava uma ida ao cinema, acabou perdendo o hábito.

Portanto, que um filme faça o sucesso que Barbie está fazendo, em escala mundial, é sim um grande feito. Teve muita publicidade envolvida? Sim, mas não é o único filme dos últimos anos com muita publicidade. Já vi filme que gastou uma fortuna em publicidade ser um fracasso de bilheteria. Então, não dá para botar tudo na conta da publicidade (que é o que muitos grupos estão fazendo), tem mais coisa para ser vista e discutida. Só que se você discutir esse assunto “no mundo”, vai ser linchado. Discutamos aqui.

Meus queridos, beleza vende. O belo vende. O belo atrai. E sim, sinto informar, o belo continua sendo pessoas brancas, magras e jovens. Não é a minha opinião, é o que mostra a realidade. As pessoas podem querer mudá-la na marra, podem gritar, xingar, criticar, mas a loirinha vestindo rosa é quem arrasta multidões para o cinema, não a sereia que não é ruiva ou a branca de neve que não tem anões. Um mundo rosa, estético, simétrico, em tons pastéis, alegre e sem lacração. É isso que as pessoas querem.

E isso nos levanta vários desfavores. Em uma análise mais superficial, nos faz pensar que o mundo deu muitas voltas e evoluímos muito pouco nos últimos 50 anos. Desde que a Barbie foi lançada, em 1959, o mundo mudou muito, mas, ao que tudo indica, o que nos atrai continua mais ou menos igual. A Barbie hoje é astronauta em vez de noiva? Que diferença faz, o padrão estético é o mesmo, com uma ou outra recauchutagem para lacrador não gritar tão alto.

Mas, olhando por um ângulo um pouco mais profundo, eu vejo um desfavor maior ainda: as mulheres estão sentido falta de poderem ser “mulherzinha”. O filme Barbie deu autorização para que, em um único dia de suas vidas, elas se vistam como menininhas com o álibi de assistir ao filme a caráter. O lacre vilanizou o comportamento e o layout de “mulherzinha” e muita gente se privou disso para não sentir culpa ou sofrer ataques.

O que o bolsonarismo fez com a camisa da seleção brasileira, o lulismo fez com o layout “mulherzinha”: quem veste ganha presunção de escroto. No discurso, mulher pode ser o que ela quiser, mas, se o que ela quiser não se encaixar na agenda politicamente correta, vai apanhar em público, vai sofrer pressão, vai sofrer humilhação. Não é mais permitido se vestir ou se portar como “mulherzinha” sem sofrer presunção de futilidade, burrice ou até de submissão.

Eu sinceramente acredito que muitas mulheres pelo mundo estão com seu lado “mulherzinha” sufocado, preso, pedindo para sair. A vontade de caprichar na vaidade, de ser cuidada, de ser acolhida, de ser cocotinha, de ser cor de rosa encontrou vazão através do filme, por isso o filme explodiu. Não é bastante ridículo que um movimento que diz querer libertar a mulher a aprisione desta forma?

Podem gritar, podem reclamar, podem esculachar o mundo todo, mas, desculpa: o sucesso desse filme prova que beleza vende, que beleza é magra + branca + jovem e que as mulheres querem ver um mundo de vaidade, de cores fofas, de maquiagem e moda. Chora, puxa as calças pela cabeça, esbraveja o quanto quiser: contra fatos, não há argumentos.

O que nos leva a outro ponto, que já é velho conhecido do leitor do Desfavor: não se muda o mundo na porrada, na marra, na imposição. Não adianta postar foto de obesa de cinta-liga e coagir a dizer que ela é linda. Não adianta postar foto de sovaco de mulher cabeludo e escrotizar quem acha feio. Não adianta fazer nada na marra, pois tudo que você consegue é que as pessoas mintam para não apanhar em público, mas continuem pensando exatamente igual.

Esse feminismo raivoso, impositivo e patrulhador exerce um efeito rebote: afasta as pessoas. Poucos efetivamente criticam de peito aberto, pois minorias berram alto, mas fica bem claro o que as pessoas querem. E não é obesa não depilada de fio dental.

Então, por qual motivo a maioria cede a uma minoria? Só por berrarem alto? Provavelmente não. Assim como as mulheres de 1910 sofreram uma pressão social massificando que se saíssem com vários homens seriam vulgares e nunca arrumariam marido, a mulher atual sofre a massificação de que ser “mulherzinha” é pejorativo, fútil e desdenhável. De alguma forma, talvez até sem ser percebido, isso entrou na cabeça das pessoas e as mulheres acabam negando esse direito a si mesmas.

Ano após ano vem sendo massificado que existem outras prioridades, que tem que ler um livro, plantar uma árvore, fazer um trabalho social, reciclar ou o caralho a quatro em vez de ficar se maquiando e se perfumando. Bem… PAU NO CU DA SOCIEDADE, o mundo deu seu recado: as mulheres querem o maquiando e perfumando. Inclusive a que vos fala. E isso não torna ninguém fútil… apenas bonita e atraente.

Porém, duvido que o sucesso do filme seja interpretado assim. Será resumido a “ain mas também com tanta publicidade…”. É o caralho. Já vi filme/evento com mais gasto em publicidade fracassar. Não foi só a publicidade, foi o apelo mulherzinha. Ou por acaso alguém aqui acha que se fosse um filme com o personagem principal destoando do original, com uma Barbie obesa e cabeluda, com a mesma quantidade de publicidade, teria feito tanto sucesso?

O mundo quer beleza. E quer esse padrão de beleza. Lidem com isso e se permitam ser “mulherzinha”. Errado está quem é mal-amado a ponto de patrulhar a escolha alheia e se incomodar por uma pessoa ter ido ao cinema vestindo uma roupa rosa. Deixem as pessoas serem felizes!

Para dizer que vai compartilhar este texto e sair correndo, para dizer que o filme é produto de um patriarcado opressor (opressor é quem impõe limites a o que uma mulher quer) ou ainda para dizer que essa boneca causou muito dano por criar um padrão de corpo irreal (já viu o shape de um bonequinho do He-Man?): sally@desfavor.com

SOMIR

Eu não vi, não tenho nem curiosidade de ver, mas já é um dos meus filmes preferidos dos últimos anos. O primeiro motivo é o tapa na cara de quem quer fazer o ser humano mudar seus gostos na base da histeria: Barbie é um símbolo de futilidade feminina e estética acima de conteúdo, por mais que durantes as últimas décadas tenham fantasiado a boneca de todas as profissões possíveis, no fundo ela é… bonita e feminina. Esse é o lance da Barbie, isso que atrai crianças para brincar com ela e isso que fica na memória afetiva de quem cresceu ao redor dela.

Faz tempo que eu acho bizarro como numa suposta tentativa de liberar as mulheres da opressão social, resolveram demonizar conceitos como beleza e comportamentos femininos instintivos. É claro que passar a mensagem que a mulher pode ser mais do uma Barbie é positivo, mas daí a achar que mulher que quer ser “mulherzinha” e se enfeitar é um problema passa do ponto. Não é uma escolha entre uma coisa ou outra. Nunca foi.

Mas como vemos na indústria do entretenimento há muito tempo, desenvolveu-se um fetiche por negar esse tipo de “prazer estético” às plateias, com produtores, diretores e até mesmo roteiristas saindo do caminho para incomodar sua audiência em nome de uma mensagem confusa de justiça social. Bom, os seguidos fracassos de bilheteria estão aí para provar como isso não funciona.

Contratam gente que odeia o conteúdo original, que tem raiva de beleza e adequação, que acha que toda a indústria serve apenas a passar mensagens políticas. O produto fica em segundo plano e o público consumidor reage com a carteira. Aliás, vai bem mais longe do que isso: existem vários casos de conteúdos da indústria do entretenimento que fracassaram financeiramente, mas que com o passar de anos e décadas encontrou um público que realmente se importava com o material.

Nessas últimas décadas de remakes que odiavam o original, não vimos nada adentrando a cultura compartilhada da humanidade. Não é só um fracasso de fazer dinheiro, mas também de encantar as pessoas. São fracassos tão terríveis que até esquecemos que filmes, séries, jogos e tudo mais que foi lançado sequer existiu. Isso é resultado de lacração por lacração, afinal, mensagem política em entretenimento é uma combinação de água e óleo. E se você ainda tiver tanta raiva de quem vai assistir ao ponto de deixar tudo feio de propósito, as pessoas vão rejeitar a obra por completo.

Mas tem outro ponto interessante nessa análise do filme Barbie: até mesmo a campanha de divulgação deu um passo atrás na era do lacre. É de praxe que filmes feitos para serem blockbusters gastem mais com publicidade do que até mesmo com a produção do filme. Barbie não foi diferente, no mínimo metade do hype que você viu ao redor do filme foi comprado na cara dura pelo estúdio. Eles literalmente pagam para os meios de comunicação fazerem matérias sobre o filme e ficarem repetindo que é o maior fenômeno cultural dos últimos tempos.

As pessoas acreditaram. O que nem sempre é o caso. Quando os estúdios lançam aqueles remakes lacradores, tem um monte de matéria comprada dizendo que é a coisa mais incrível dos últimos tempos, que as pessoas estão malucas na expectativa… mas como vimos inúmeras vezes, não cola. Eu não sei se foi uma estratégia bem pensada ou se foi só algum velho branco teimando em fazer do jeito antigo, mas perceberam como Barbie não foi divulgada através de influenciadores? Não diretamente.

O filme estava sendo divulgado em todos os canais tradicionais, com matérias em grandes programas de TV, cartazes, outdoors e tudo mais que tem a cara do “mundo antigo”. O material ajudou: as pessoas realmente estavam carentes de mídia sem lacração explícita, mas teve um componente de cima para baixo dessa vez. As pessoas entraram na onda do filme da Barbie porque eles conseguiram dar a cara de assunto do momento.

E assunto do momento não vem do influencer para a grande mídia, é ao contrário. Influencers são macaquinhos que reagem ao que chega para eles, não tem capacidade ou sequer importância o suficiente para criar um hype desse tamanho. O filme da Barbie soube se colocar acima dessa gentalha, a força da marca bem utilizada para não criar nenhuma sensação de poder indevido para os influencers. “Vocês só colocam roupa rosa e falam do filme, vocês não são parte integral da campanha.”

Eu realmente acredito que tem um acerto aí: publicidade que se repete demais vira paisagem. A tara por tentar simular popularidade de um tema pagando por influencers deixou as pessoas meio de saco cheio desse processo, elas aparentemente estavam com saudades de um evento grandioso que não fosse divulgado por um bando de perdedores com milhares de seguidores comprados.

O ser humano não muda tanto assim, ele não sabe exatamente o porquê de fazer algumas de suas escolhas de consumo, mas ele sente a diferença entre algo honesto e algo falsificado. A internet comprou o hype que a mídia tradicional criou (recendo milhões e milhões do estúdio do filme) e as coisas encaixaram na cabeça das pessoas. Barbie era um fenômeno cultural sem muita profundidade, era só rosinha e agradável visualmente. Algo que muita mulher sentia falta de expressar, e francamente, algo que homem também gosta de ver. Mulher não gosta de ver homem sendo macho? Homem gosta de ver mulher sendo fêmea.

Quem entrou em polêmica sobre o filme foi justamente a parcela mais podre da cabeça: lacradorxs e incels. Só quem tem raiva de homem ou mulher que ficou furioso(a) com o sucesso do filme, a gente que não tem essa doença mental não estava nem aí para essa confusão.

Espero que sirva para isolar mais essa gente. Porque o mundo real demonstrou como ele realmente é, sem essa complicação toda de radical de rede social.

Para dizer que não vai ver também, para dizer que ficou com raiva de pessoas vestindo rosa, ou mesmo para dizer que o remake vai ser com uma Barbie negra, gorda, muçulmana e na cadeira de rodas (torço para que seja): somir@desfavor.com

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Comments (38)

  • Somir, nem precisa do remake. Nesse filme mesmo tem Barbie gorda, Barbie trans (é a médica), Barbie negra, Barbie oriental, Barbie de todos os tamanhos. Mostrou que dá para ser inclusivo sem forçar. Gostei

  • Mesmo sem ter assistido, me arrisco a dizer que que o filme desagradou os dois extremos da polarização por razões diferentes: a direita delirante chiou com a “mensagem feminista” e “contra o homem”, enquanto que os lacradores reclamaram da estética fofinha e cor-de-rosa e que a portadora da tal “mensagem” seja uma atriz sex symbol branca, loira, alta e magra personificando uma boneca que é um “íc0ne da futilidade” em vez de ser alguém “empoderada e fora dos padrões”.

  • Cara, juro que ia pedir pra vcs fazerem um review desse filme e cheguei aqui já fizeram! Vale muito a pena assistir, é um festival de babaquice sem precedentes! O mais engraçado é o tal do calvo do Campari, o coach do rédi piu falar pros discípulos não namorarem mina que vão ver Barbie hahaha Assistam aí e nem precisa pagar, já tem em aplicativos.

    • O que está aparecendo muito aqui nas pesquisas que trazem leitor ao Desfavor é comentário feminista super ressentido com o filme e com a Barbie

      • mas aí essas feministas têm problema mesmo, não gostam de nada. Mais feminista do que esse filme não tem. Sério. Assiste. E dá uma pesquisada na internet “cristão + Barbie”. Tá hilário demais os conservadores putos com o filme

      • Pra você ter uma ideia do quanto os conservadores são dodóis da cabeça, vários redpills americanos e os redpills brasileiros que imitam eles estão reclamando que a Margot Robbie está velha e acabada para o papel e que isso é culpa do feminismo dela! Se ela é feia, o que resta pra nós? Lacração de esquerda é insuportável, mas a de direita não fica atrás

  • Subterranean Homesick Alien

    O filme é muito divertido , me surpreendi, dêem uma chance !
    Em resumo, é isso que vcs falaram mesmo. O barbiworld, é um mundo de mulherzinha, então os Ken são cidadãos de segunda classe, e é a partir daí que toda discórdia surge. Os incels/conservadores putos com a representação bobalhona dos homens, e xs lacradorxs putos com mulher sendo mulherzinha. O filme até fala de representação migalha, e como no final só o que importa de verdade é lucro e dinheiro. É um humor bem self aware e meta.

    A mensagem final do filme é..seja o que você quiser. Quer ser mulherzinha ? Ok. Quer ser presidente ? Ok. Quer ser apenas uma mãe dona de casa ? Ok. Você não precisa seguir a cartilha.

    Não quero dar spoilers, mas vale a pena demais !

  • o filme da Barbie foi super mega surpreendente, pois os lacradores, as feministas e toda a esquerda AMOU e os conservadores, os cristãos e os bolsonaristas odiaram. Até a Janja e a mulher do Alckmin vestiram rosa. E os pastores e padres e carolas de igreja chamando o filme de coisa do demônio. Essa inversão de expectativa foi demais!

      • Veja o filme e você vai se surpreender. É muito interessante: A Barbie é extremamente feminista e desconstruída no filme.

        Os conservadores estão irritadíssimos com o filme. A esquerda (em geral) amou. A diretora do filme é super feminista e conseguiu a proeza de fazer as críticas da Barbie amarem o filme

        • Curioso, já teve leitor deixando comentário que o filme prega que se quer ser mulherzinha e dona de casa tudo bem, e já teve leitor dizendo que a Barbia é feminista. Pelo visto não há consenso sobre o filme.

  • Sally, mas você viu o filme? É todo feito para agradar a lacração. A Barbie e a sua turma falam a palavra “patriarcado” um milhão de vezes. O filme é superfeminista. E é ótimo. Eu veria se fosse machista ou feminista, amo rosa

  • Irmão gêmeo idêntico do Somir

    Celli, que você é fútil e pretendente a intelectual, isso todo mundo já sabia.

    Coitado do homi que for inocente o suficiente de se relacionar com uma sociopata como você…

  • A coisa dos padrões de beleza é uma discussão interessante, mas olhando do ponto de vista histórico e prático, quase antropológico. Por que os padrões de beleza da sociedade ocidental mudariam se quase nada mudou? Se os valores continuam os mesmos? Seja como for, seria interessante saber como o filme é visto na Índia e na China.

    Seja como for, há coisas interessantes acontecendo sobre os padrões de beleza, mas nada que se compare ao que aconteceu no começo do século XX com os impressionistas.

  • Eu gostei do filme da Barbie,e digo sem medo que a estética superou a história e isso não é ruim. Margot Robbie é a Barbie perfeita. Achei que o pessoal da lacração ia gostar, mas tanto a lacração identitária quanto a lacração conservadora estão bravinhas. HAHAHAHA.
    Amo ser “mulherzinha”, me vestir de “mulherzinha” e ser feminina. Me sinto muito mais confortável e mais “eu mesma” assim. Não sou muito de usar rosa-barbie porque fico melhor com tons mais vivos ou escuros, mas gosto bastante de saias, salto e vestidos.
    Notei uma coisa muito interessante recentemente: as próprias mulheres tendem a hostilizar mulheres mais femininas. Costumava usar mais vestidos e saias em um emprego anterior, em uma equipe de umas 15 pessoas. Os homens me tratavam com muito mais respeito. Algumas mulheres, especialmente as com discurso mais lacrador, eram bem hostis. Uma até disse que não me respeitava por eu ser feminina demais, com essas palavras. E não era por me vestir com vestidinhos românticos de menininha ou saias muito curtas, sempre cuidei para usar o que era adequado ao ambiente e nunca arrisquei nada que se desviasse. Mas quando comecei a usar calças de alfaiataria, o tratamento delas mudou um pouco. Conversei com outra amiga e ela também se sentia menos respeitada por outras mulheres quando vestia rosa ou usava mais saias e vestidos.
    É triste demais que tanta gente não tenha superado a fase de “I’m not like the other girls” até hoje, não?

  • Não vejo a hora desse filme estar a venda em qualquer aplicativo pra eu poder ver no conforto da minha casa, com meu pijama cor de rosa.

    Realmente o belo vende, vamos ver até quando dura essa onfa de gente feia nas propagandas. Toda (rara) vez que vejo tv aberta fico chocada com a quantidade de gente feia nas propagandas. Tudo bem que aquela artificialidade branca dos anos 90 era demais. Mas hoje em dia perderam a mão.

  • Não sei exatamente pq, talvez uma mistura do assunto do texto com o comentário sobre a sessão da tarde. Lembrei que em algum momento nos anos setenta eu assisti a um filme da sessão da tarde. Foi um evento memorável, já que não tínhamos televisão em casa (meu pai detestava televisão, deveria ter nascido no século XIX), eu estava na casa de amigos. O filme se chamava Idílio na Selva, e fiquei uns bons anos achando que Idílio era o nome do personagem principal. Só isso.

  • “O belo vende. O belo atrai.” Eu saindo de fininho com joguinho que só dei atenção porque protagonista é bonitinho…

    Sobre isso de ser “mulherzinha”, reparei nas bolhas que tive contato que a cagação de regra vem tanto do lado do lacre quanto do lado opositor.

    Em ambos lados parece que tá abarrotado de “não sou como as outras”, que taxam mulheres que gostem de maquiagem, de vestidos ou saltos altos como fúteis e superficiais. Nos livros para adolescentes é frequente esse tipo irritante de protagonista feminina, inclusive.

    Aliás, não raramente esse rechaço pelo ser mulherzinha anda de mãos dadas com a necessidade de validação masculina… E daí que vem o termo “pick me girl”, que é aquela menina que tenta se destoar ao máximo das “fúteis” para que os garotos as notem, na esperança de receberem um tratamento de… Princesa. Ser única, ser o “amor verdadeiro”, a mais interessante aos olhos do carinha…

    Já do lado do lacre, a baixa autoestima bate diferente. Aí é o “não precisamos de homens”, o embarangamento proposital, a bissexualidade de Taubaté, etc. No final, é outra forma de lidar com a frustração de não ser… Princesa. O medo de ser humilhada, o medo de não se encaixar, ver que é mais fácil culpar a própria aparência do que olhar para dentro…

    Ao mesmo tempo que querem essa atenção especial, há a culpabilização indireta de que coisas ruins acontecem com mulheres por serem mulherzinhas, e não porque vivemos num mundo de merda em que muitas pessoas são cruéis e manipuladoras, tirando proveito de qualquer um vulnerável, sendo mulherzinha ou não.

    E, enfim, se descabelam quando a realidade bate na porta…

  • Defesa ridícula da futilidade feminina de uma autora que adora proclamar a profundidade do próprio intelecto. Parabéns pela habitual incoerência e por ser capacho da indústria da beleza, já que deve desperdiçar muito dinheiro para ostentar os padrões de beleza artificiais que é pueril o suficiente para adotar.

      • Gostaria de entender o porquê de uma pessoa que claramente não aprecia o que você escreve perder precioso tempo de vida lendo – repetidamente, como fica claro pelo comentário – o seu blog. Pior, não apenas lendo, mas refletindo e comentando. É masoquismo? Vontade de sentir raiva?

        • Esther, essa mesma pessoa vem aqui todo santo dia deixar comentário assim. Eu sinceramente não entendo e geralmente não aprovo pois não acrescenta absolutamente nada, mas, ainda assim, acho fascinante e invejo o tempo livre que essa pessoa tem.

    • Alune de Ciências Sociais/Filosofia(*) da UnB detected!

      (*) Com todas as implicações que isso traz: cabelo Joãozinho com as sete cores do Arco Íris, “Manifesto Comunista” tatuado no corpo inteiro, shape simiesco de marlene matos, emissore de odores fortes de maconha, ronha de virilha e pentelho (tudo misturado), adepte do poliamor polissexual e com um cabedal de frases feitas e clichês tirados de Guevara, Spinoza, Swift, Marx, Lênin, Mao e Prestes na ponta de língue.

  • Eu gostei, senti uma vibe daquelas comédias dos anos 2000 repetidas à exaustão na Sessão da Tarde e no Cinema em Casa.
    Aliás, é triste pensar que o povo anda tão amargurado e doido com essa história de “guerra cultural” que se “O Todo Poderoso” fosse lançado hoje, seria massacrado por lacrar contra Deus e sei lá o quê, “Se Eu Fosse Você” seria acusado de sexismo e transfobia… Sejam mais anos 2000, gente. Pelo bem da sua saúde mental e da humanidade.

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