Capas de Discos 2

Nada é tão ruim que não possa piorar. Mais 5 das piores capas de discos já criadas.

RICKY SKAGGS
“Don´t cheat in your hometown”

Ao que tudo indica, o nome do hidrocefálico é Ricky Skaggs e o nome do disco é, em uma tradução livre, “não traia na sua cidade”, insinuando que, se você for trair, vá para outra cidade. Bom, eu tenho uma frase melhor para Ricky: não corte o cabelo na sua cidade, pois é melhor se flagrado sendo infiel do que sair de casa com esse tapete de banheiro na cabeça.

E não é apenas sobre fazer piada com um modismo que ficou ultrapassado. Ricky é genuinamente estranho. Ele parece o resultado de um minicraque estuprado por um shi-tzu. Ele parece uma cruza de Tom Seleck com a menina gorda do “Ei, você”. Ele parece o Chewbacca depilado.

Sua cabeça é tão desproporcional ao corpo que parece ser aqueles cenários que tem um buraco na cabeça e que a gente coloca a cara para tirar foto: um cabeção e um micro corpinho. Esses raios de luz que vem da parte direita da foto me fazem pensar que é a nave mãe buscando essa abominação para levá-lo de volta a seu planeta natal.

Não devemos trair nunca, mas eu entendo o ponto de Ricky Skaggs, que nem com uma boneca inflável deve ter conseguido manter um relacionamento, no máximo com uma versão velha e gasta de uma Sra. Cabeça de Batata. Eu entendo que quando Ricky Skaggs tem uma oportunidade de trair ele caia em tentação, afinal, não existem tantas mulheres cegas assim no mundo. A questão é: como ele vai para outra cidade? Só se for de navio cargueiro, para levar essa cabeça. Talvez por isso ele esteja parado numa ponte: está esperando o navio passar para embarcar.

E não basta ter um crânio disforme, é preciso chamar a atenção para ele, não apenas com um corte de cabelo hediondo em camadas que mais parece um gato dormindo no topo da sua cabeça, mas também com essa odiosa cor acaju. Reitero: na verdade, parece um mico leão dourado dormindo no topo da sua cabeça.

Ricky Skaggs: traia onde quiser, na sua cidade, na cidade vizinha, na puta que pariu, apenas use camisinha: deformidade craniana é um problema real e não queremos passá-lo adiante. Sem contar que… imagina o estado lastimável que ficaria uma mulher depois de parir uma criança com esse potencial de cabeça!


GARY
“Getting down to business”

Ao que tudo indica, o nome do tio com escoliose é Gary e o nome do disco é, em uma tradução livre, “vamos falar de negócios”. Quais negócios? Uma clínica de ortopedia? A pontualidade ao tocar os sinos de Notre Dame, Quasímodo? Esse título só se justifica se ele for um jardineiro que está prestes a podar essas plantas assimétricas que estão logo atrás dele.

Imagina quão bem-sucedidos são os negócios de quem se fotografa em frente a uma cabine telefônica. Certamente negociou milhões em um telefone público! Eu sei que celulares ainda não existiam (o álbum é de 1978), mas telefones particulares sim. O que nos levar a outra questão: se celulares não existiam, o que é esse troço vermelho enfiado em suas calças? Façam suas apostas, eu escolhi acreditar que são remédios para cólica renal, pois eu fico nessa exata posição quando padeço desse tipo de dor.

Eu não vou reclamar da calça boca de sino nem do cabelo Aprendiz de Ricky Skaggs, pois sei que isso era socialmente aceito na época. Mas os pelos… os pelos eu me sinto no direito de questionar.

Estaria Gary, O Sem Sobrenome, com um pulôver marrom por baixo? Nada contra gente peluda, mas realmente é preciso ostentar um decote mostrando tufos de pelos para fora? Realmente é necessário dobrar a manga da camisa e mostrar essa vibe lobisomem em punhos que poderiam tranquilamente ser um kiwi?

E os dedos? Que ser humano em sã consciência repousa a mão sobre o corpo com esses dedos duros e entreabertos? Parece as mãos do Temer, mesmo layout de patas de galinha. O que está acontecendo com o braço esquerdo dele? Parece invertido. Seria um caso raro de possessão demoníaca de um braço, no qual ele roda e fica ao contrário no corpo?

Por fim, o que se passa na cabeça de um fotógrafo para olhar para esta cena e dizer “tá bonito”, tirar uma foto e ainda escolher a porra da foto como capa do álbum? Gary não estava se vendo, mas o fotógrafo estava ciente do que estava acontecendo ali. Estaria o fotógrafo a mando de um desafeto de Gary?

Minha versão final é: um jardineiro com cólica renal que foi mordido por um lobisomem e fotografado por um inimigo.


KEVIN ROWLAND
“My Beauty”

Ao que tudo indica, o nome do cabeça de planície é Kevin Rowland e o nome do disco é, em uma tradução livre, “Minha Beleza”. A julgar pelo título, o álbum, deve ser um grande silêncio, pois não há nada a se dizer sobre aquilo que não existe.

Fiquei uns cinco minutos olhando para a imagem e tentando entender o que está acontecendo ali. É um homem muito, muito feio, usando um colar de pérolas, batom e meia calça em um cenário rosa. Se ele estivesse com uma postura mais alegre, poderíamos pensar em algo estilo crossdresser ou o nome que se queira chamar, mas Kevin está visivelmente constrangido e desconfortável. Kevin está morrendo por dentro por estar ali. Kevin está a cinco minutos de um suicídio.

Tenho para mim que foi um sequestro. Alguém a quem Kevin fez muito mal o capturou, o deixou em cativeiro e nesse exato momento estava com uma arma em uma mão e uma câmera na outra, obrigando-o a tirar essas fotos. Se você olhar bem, é possível ver o pedido de socorro de Kevin com os olhos.

Não estamos aqui para julgar as preferências de ninguém, sagrado direito de qualquer pessoa tirar foto com a roupa que for, mas gostaríamos apenas de pedir um obséquio: tentem deixar as fotos com pouca roupa para aqueles que tem corpo para isso. Quando você parece um Muppet deprimido, quando você parece uma vendedora da Chilli Beans, quando você parece uma tênia saginata, o melhor é não mostrar muito do seu corpo.

O tórax nós seriamos capazes de abstrair, mas levantar esse roupão de veludo roxo para mostrar essa calçola preta não ornou. Esses cambitos com meia calça preta já são ruins por si, mas com essa posição de perna aberta estão, além de feios, muito deselegantes. Apesar de que, pensando bem aqui, se ele estivesse apenas com o torso de fora e o resto do corpo coberto por pano, também seria terrível, pois ficaria idêntico a um Lango-Lango.

Tudo nesta capa é muito lamentável, mas tem um erro de diagramação que me chamou a atenção: perderam uma ótima oportunidade de colocar o título do disco e o nome de Kevin enquadrados no meio da sua testa. Caberia com tranquilidade. E as 20 músicas do disco também. E a letra das músicas também.


FOSTER EDWARD´S ORCH
“What´s next?”

Ao que tudo indica, a versão humana de boneco de bolo de casamento é Edward e o nome do disco é, em uma tradução livre, “o que vem a seguir?”. Eu francamente não sei o que pode vir depois de uma pessoa entre dois elefantes usando uma peruca black power, um tocando bateria e o outro guitarra. O fim do mundo, talvez?

Fica aqui meus mais sinceros parabéns para quem idealizou a capa deste disco, a pessoa conseguiu uma combinação tão bizarra que não se tem a menor ideia do tipo de música que se irá encontrar. Nem sequer tinha certeza de se tratar de uma capa, visto que parece mais um flyer de propaganda de circo, mas após uma rápida pesquisa confirmei que sim, um sujeito com um over sorriso e dois elefantes de peruca são a capa de um disco.

A julgar pelo que está escrito na bateria, os elefantes são, na verdade, fêmeas, Bertha e Tina, razão pela qual elas devem ser chamadas de “aliá”, que é designação correta para a fêmea do elefante. Pronto, você já aprendeu algo novo com o texto de hoje e sai daqui melhor do que entrou. Inclusive não tem mais nada didático ou que acrescente algo em todo o texto (muito pelo contrário), era só essa linha mesmo.

Gostaria de pontuar que Bertha e Tina, parecem estar usando pulseiras de couro vermelhas. Eu não pude deixar de me comover pensando nos estagiários da produção que participaram dessa desgraça. Imagina, você chega para trabalhar esperando lidar com cenário ou iluminação e alguém te diz “seu trabalho é colocar essa pulseira de couro naqueles elefantes que está ali”. Quando seu emprego parecer idiota e chato, pense nisso: ao menos você não tem que colocar pulseiras de couro em elefantes.

“Mas Sally, esses elefantes não podem ser falsos?”. Podem, mas seria igualmente grotesco: gastar uma fortuna para criar dois elefantes cenográficos, colocar peruca e pulseira de couro neles e usá-los sem qualquer pertinência temática em um cenário musical, área na qual os elefantes não são conhecidos por se destacarem.

Para terminar, gostaria de ressaltar que nem o próprio Edward parece confortável em meio às aliás, pelo corpo retesado e pelo sorriso assustador, me parece que seu ânus está tão trancado que não passa um bóson de higgs. Se ele realmente não está ao lado de dois elefantes, parabéns para ele, pois passa a exata mesma tensão de que se estivesse.


SHUT UP AND DANCE
“Dance before the police come!”

Eu sei que muitos de vocês já devem estar rindo, pensando no que eu vou falar, enquanto uma pequena parcela já está faniquitando mentalmente e preparando aquele comentário militoso que não será aprovado. Mas, vamos combinar, esta dupla maravilhosa que, ao que tudo indica, se chama “Shut up and dance” (“cale a boca e dance”) se encarregou de, em uma imagem, fazer uma piada melhor do que eu jamais sonharia em fazer, neste álbum marvilhoso chamado “Dance antes que a polícia chegue”.

Não é à toa que existe essa expectativa da polícia chegar, o mano da esquerda, doravante denominado “Samurai Tostado”, está segurando duas armas brancas perfurocortantes e o mano da direita, doravante denominado “Arrombador de Carro Seduzente”, está segurando um nunchaku. Vamos combinar que o que chamaria a atenção da polícia, nesse caso, não seria bem a cor da pele.

Alguém aqui dança com armas brancas na mão? Se dançar, a cor da pele pode ser verde, cinza ou flicts, que provavelmente vai chamar a atenção da polícia. Por falar nisso, fica proibida a expressão “arma branca” neste blog, pois eu, enquanto branca, me sinto discriminada por ser comparada a armas tão caídas quando um cano, um pedaço de pau em uma corrente ou coisa do tipo. Quero que a cor da minha pele esteja vinculada às armas realmente legais, realmente eficientes, realmente úteis, como por exemplo, um fuzil.

Acha racismo presumir perigo pelo fato de dois doidos varridos estarem dançando com facão e nunchaku? Pois eu tenho um argumento que vai te convencer de que de fato existe perigo: a dupla parece besuntada em óleo, o que coloca a todos à sua volta em risco.

Observemos o Arrombador de Carros Seduzente: ele está um pedaço da sua arma debaixo do sovaco. Se ele peidar ou espirrar, o troço está suficientemente lubrificado para decolar na velocidade da luz, atingindo quem está próximo. E a situação não é muito melhor no caso do Samurai Tostado. Essas mãos oleosas que seguram o facão de abrir coco não devem ter a menor firmeza.

Claro, quando a polícia questionar, ambos vão dizer que estavam dançando com um guarda-chuva ou com um celular na mão, mas nós conhecemos a verdade: objetos perigosos sem qualquer estabilidade podem causar uma catástrofe na pista de dança. Eles não se importam, pois eles estão seguros, pois, a julgar pelo cabelo, compareceram ao evento com um capacete embutido, mas e o resto dos reles mortais? Hein? Hein?

Uma coisa não se pode negar: o apelo da imagem é poderoso. Se esses dois aparecem na minha frente e dizem “cale a boca e dance” eu danço feito o Happy Feet.

É isso, digam adeus para esta coluna, pois Somir certamente não vai querer que eu continue escrevendo esse tipo de coisa.

Para dizer que não quer nem imaginar o chorume radioativo nos comentários, para dizer que abençoado seja o leitor que deixou essa sugestão ou ainda para dizer que pode chamar branco de tênia saginata mas não pode achar graça de um negro dançando com um nunchaku no sovaco: sally@desfavor.com

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Comments (28)

  • Tudo nesta capa é muito lamentável, mas tem um erro de diagramação que me chamou a atenção: perderam uma ótima oportunidade de colocar o título do disco e o nome de Kevin enquadrados no meio da sua testa. Caberia com tranquilidade. E as 20 músicas do disco também. E a letra das músicas também.

    Melhor nem imaginar como seria se fosse a Rafaela Justus no lugar.

  • “É um homem muito, muito feio, usando um colar de pérolas, batom e meia calça”
    Fui só eu ou alguém também pensou em Laerte com essa descrição?

  • Eu fiz uma breve pesquisa no Google sobre o disco “My Beuaty”, desse Kevin Rowland, e me surpreendi. Se as informações que encontrei na Wikipedia estiverem mesmo corretas, trata-se de um álbum de 1999 com covers de clássicos do pop, em que partes das letras foram reescritas para refletir a luta contra o vício em drogas que Rowland vivia quando a obra foi feita. O resultado, pelo menos para mim, é até que interessante e merece uma ouvida. Dentre as faixas de “My Beauty”, estão versões de hits como “Greatest Love Of All” (consagrada na voz de Whitney Houston), “The Long And Winding Road” (um dos últimos sucessos compostos pela dulpa Lennon & McCartney) e “Refelctions Of My Life” (dos escoceses do Marmalade), que é a que mais me impressionou favoravelmente.

    Confiram vocês mesmos: https://www.youtube.com/watch?v=ukUaCA_6cG0

    A capa é inegavelmente bizarra e a voz de Kevin Rowland pode não ser das mais brilhantes ou agradáveis, mas a banda que o acompanha na gravação é competente e o conteúdo do disco surpreende.

  • Esse Ricky Skaggs, pelo menos no visual, parece ser uma canhestra tentativa de copiar o Barry Gibb, dos Bee Gees, com sérias restrições orçamentárias.

  • Essas capas podem ser horrorosas, deploráveis e grotescas; as respectivas músicas podem ser ainda piores. Ainda assim, mesmo sem ter ouvido, tudo isso será certamente melhor do que qualquer MPB produzida por caê, caô, gil, buarque, jobin, leão, moraes, gilberto e similares.

  • Eu sempre imaginei a cena bizarra do ignóbil irmão da dona Maria, a convencendo de que aquela capa era ótima.

  • Essa capa do “Shut Up And Dance” parece mais um poster de um daqueles filmes de ação de baixo orçamento, genéricos e bem bagaceiras, classe Z mesmo, que passavam na extinta “Sessão Kickboxer” da TV Bandeirantes lá nos anos 90…

  • Sally, sobre o tal Gary: imagino que esse troço enfiado nas calças dele, bem ali, na “zona do agrião” não seja nada mais do que uma carteira, porque o nome do disco é “Getting Down To Business” e “negócios”, claro, envolvem dinheiro. E essa expressão “getting down to business”, além de “vamos falar de negócios”, também pode siginificar algo como “começando os trabalhos” e o “Getting Down”, sozinho, pode ser traduzido ainda como “abaixar-se” ou “descer”. Juntando essas duas ideias com a imagem de um carteira enfiada nas calças do cara BEM NAQUELE LUGAR, conclui-se que o que ele está querendo mesmo é que mulheres (prostitutas ou só interesseiras) abaixem até ali, ajoelhando-se, para “iniciar os trabalhos” com um boquete e, quem sabe ainda arrecadando uns caraminguás depois. Outra possibilidade é que a carteira esteja recheada de moedas para usar nessa cabine telefônica americana aí atrás e “falar de negócios” com várias moças com as quais ele desejea copular, talvez de forma semelhante à retratada na letra daquela música “2345meia78”, do Gabriel, O Pensador. Para concluir: essa pose nada ortodoxa e nada ortopédica era bem comum em fins dos anos 70. É só examinar mais detidamente qualquer catálogo de roupas masculinas daquele tempo para se notar isso. Ah, e muitos pêlos aparecendo por todos os lados eram considerados o máximo em matéria de virilidade e de sensualidade na época…

    • Nossa, isso é ainda mais horrível do que eu havia pensado! O tio tá catando puta na frente do telefone público! hahahaha

      • (Eu respondi no lugar errado de responder) Eu sempre imaginei a cena bizarra do ignóbil irmão da dona Maria, a convencendo de que aquela capa era ótima.

          • Sobre esse nariz, permitam-me reproduzir aqui um trechinho do livro “O Mundo Não É Chato”, de Cateano Veloso, qu encontrei em uma bisca rápida pela internet e cujo título é, justamente, “O Perfil de Bethânia”:

            “O perfil de Bethânia é um dos mais belos perfis de mulher que já houve. Sua testa avança numa convexidade incomum e o homem superior logo nota que ali se guarda um cérebro incomum. Sob a testa, cujo arrojo estanca na linha descendente da sobrancelha, que é como que uma versão suave da máscara da tragédia, desenha-se o nariz espantoso: é o nariz do chefe indígena norte-americano, é o nariz da bruxa, o nariz de Cleópatra e, no entanto, é o único nariz assim, os outros são apenas uma referência a ele. Se esse nariz na vanguarda de uma batalha que o homem superior adivinhou tramar-se no cérebro por trás daquela testa aponta orgulhosamente para o futuro da beleza, a boca parece desmentir a armada: emergindo a um tempo brusca e suavemente à flor do visível, ela anuncia o mel que destilará e consumirá: em palavras, em beijos, em mel. Sim, porque se os olhos traem o corpo por serem uma revelação do espírito inscrito na carne, a boca trai o corpo por ser uma revelação do próprio corpo. Insondáveis são os mistérios do espírito e olhos que vêem inquietam-se diante de olhos que vêem.

            Mas os mistérios do corpo não são menos insondáveis e a boca, esse transbordamento do lado de dentro de um corpo vivo para o seu exterior, é um pequeno escândalo permanente. Assim, a boca de Maria Bethânia, vista aqui de perfil, primeiro parece negar e depois explica e aprofunda a informação plástica estampada na parte superior de sua cabeça: traduz em doçura e amargor o que fora enunciado em dureza e alegria. O que seu queixo arremata numa curva fresca de felicidade infantil. Uma esfinge, um pierrô, uma astronave.
            Apenas o rosto de uma mulher, desta mulher, pequena e franzina, que deixa o espírito sair pela boca e queima a carne com a luz dos olhos. Que nos dá as costas para falar com alguém do outro lado e depois se volta, agora de frente para nós, indecifrável. Rodrigo, nosso irmão mais velho, sempre achou Bethânia lindíssima.

            Outro dia, uma mulher que eu conheço pouco me encontrou no Baixo e me perguntou: ‘O que foi que aconteceu com Bethânia? Quando ela apareceu logo eu via vocês no Cervantes e achava ela horrorosa, agora eu acho que ela é uma das mulheres mais bonitas do Brasil’. Eu respondi: ‘Com Bethânia não aconteceu nada, você que era burra’. A moça não gostou de ser chamada de burra e disse: “Digamos que eu era insensível”. Eu falei: ‘Insensível é pior que burra’. Ela riu.”

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