Capas de Discos

Hoje é a última postagem livre do mês de julho, o que significa que é dia de postagem com tema escolhido pelo leitor!

Quer pedir algum tema? Vai lá no link SUGESTÕES no alto da tela e deixa sua sugestão para a gente. É só deixar um comentário pedindo um tema que, mais cedo ou mais tarde, a gente acaba escrevendo sobre ele.

A sugestão de hoje é antiga, porém muito boa: comentar as piores capas de discos.

Confesso que a quantidade de capas de disco tenebrosas que encontrei me surpreendeu. E aqui vale um esclarecimento: não vamos tripudiar de um modismo ou de algo datado que, na época, era bacana. Vamos escolher imagens que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, são aberrantes.

Back to the S**t!
Millie Jackson

O título do disco é sugestivo, algo como “de volta à merda”. É compreensível alguma referência a vaso sanitário nesse contexto, mas, vamos combinar, foi longe demais.

Na imagem vemos a cantora sentada no vaso sanitário com a calcinha arrida e uma cara de sofrimento, como quem está fazendo força. Parece que não apenas se voltou à merda, ela ainda é dura. Recomendo um suquinho de mamão e laranja no café da manhã e reforçar a alimentação com fibras.

Em uma curiosa tentativa de dar algum glamour a uma pessoa defecando, resolveram vestir a cantora literalmente com plumas e paetês. Não ornou, principalmente com essa posição, de pernas extremamente abertas. O cocô obtém uma vista panorâmica de onde vai aterrissar, pois o fiofó da moça deve estar mais aberto do que os braços do Cristo Redentor.

E se alguém puder me explicar qual é o significado de tirar apenas um dos sapatos para cagar, eu genuinamente gostaria de saber. Já fui exposta a pessoas estranhas que precisam remover ambos os sapatos para defecção… não entendo, porém respeito quem tem qualquer problema psicossocial que faz o pé trancar o cu. Mas… um único sapato foge completamente à minha compreensão – e ainda fere meu senso de simetria.

Outra dúvida que me assola é: a tia está cagando de meia-calça. Dando um zoom no seu pé (sim, eu perdi meu tempo analisando as imagens em detalhes) é possível ver uma meia-calça. Teria ela a intenção de coar o cocô antes que ele saia? Seria sua rede de esgotos tão ineficiente que ela precisaria deixar o tolete no modo patê antes de sujeitá-lo à descarga? Questões.

De qualquer forma, parabéns aos envolvidos pelo conjunto da obra: literalizar o título em uma imagem de péssimo gosto foi o menor dos problemas. Eu sinceramente espero que seja um banheiro cenográfico, pois cortina de pano em um ambiente em que voam coliformes fecais com regularidade me parece algo ainda pior do que esse vaso púrpura com flores artificiais que tem no chão.


Beastiality
The Handsome Beasts

Ahhhh… eu tenho tanto a falar… eu podia fazer apenas um texto inteiro sobre isso.

A primeira coisa que chama a atenção nesta capa maravilhosa é o contraste: de um lado um bicho sujo, adiposo, oleoso, desagradável e visivelmente fétido e do outro um simpático porquinho. Confesso que analisei a imagem por bastante tempo e ainda não tenho evidências conclusivas para determinar se quem abraça o porco é um homem ou uma mulher.

Tem uma barba nesse rosto ou são apenas as dobras da obesidade? Nunca saberemos. A pessoa está nua e de cócoras, seria de se esperar ver pênis e testículos pendentes, não? Vamos todos discutir nos comentários!
Tentem compreender: eu não tenho pênis nem testículos e tive a sorte de nunca ver ninguém que os tenha nu, nesta posição, então, estou com dificuldades de entender como estes pedaços de carne se comportariam nessa situação. Usando a ciência e trabalhando com a lei da gravidade, me parece que deveria ter algo dependurado ali.

“Mas Sally, ele pode estar com uma sunga ou cueca”, nunca ninguém dirá. Eu aproximei a imagem e pude notar alguma rugosidade compatível com tecido escrotal no meio das pernas, eu duvido que façam cuecas com textura de saco. Talvez a banha tenha engolido as partes íntimas desse mamute.

Até segunda ordem, eu tendo a achar que é homem, o que é uma pena, pois meu texto teria um potencial muito maior se fosse mulher. Vamos presumir que seja homem então e continuar nossa análise.
Podemos ver uma placa de “não alimente os animais” na frente do homem e do porco. Olha, é esperado que um porco, por sua compleição física, tenha esse layout, então, eu acredito que possam alimentar o porco sim, é só não dar comida para esse gordo filho da puta.

“Ain Sally, por qual motivo você está xingando a pessoa horizontalmente favorecida?”. Pela insinuação que imagem gera. O nome da banda (que significa fazer sexo com animais) torna a capa ainda mais perturbadora: um gordo filho da puta agarrando um animal inocente. Como se zoofilia não fosse ruim o bastante, ainda existe a considerável possibilidade de que, depois de comer o porco, esse arrombado coma o porco novamente, desta vez assado.

Só de bater o olho na foto sinto três desejos incontroláveis: 1) dar um banho de mangueira e escovão (tipo se dá em elefante de zoológico) nesse gordo filho da puta; 2) colocar um sutiã para segurar esse peito maior do que a minha bunda e 3) enfiar esses óculos de Dwight nas narinas dele. Vai tirar foto insinuando zoofilia com a sua mãe!


The Greatest Depression
Wally Tusk and The Film Club

De fato, a imagem é compatível com o título: me despertou amais profunda depressão. Nem sei por onde começar.

É a primeira vez na vida em que eu fico infeliz por encontrar o Wally na imagem. O que fez esse cidadão pensar que ele poderia tirar uma foto nu apenas com o braço do violão cobrindo seu bilau? Passamos do ponto em que isso é excesso de autoestima, parece mais uma enorme vontade de punir a si mesmo e à humanidade.

Não sei o que é mais perturbador nesse corpo: a cabeça do tamanho de um filhote e elefante, os braços gigantes que chegam até o joelho ou o desenho de um cachorrinho que os pelos do peito fazem (depois de ver, impossível desver).

É tudo tão grotesco que estou cogitando que talvez ele seja deficiente visual, portanto, incapaz de ver o corpo que optou por expor. Esse olhar perdido, esses olhos semifechados… Se bem que, mesmo que ele fosse cego, bastaria apalpar seu próprio corpo (e com esses braços ele pode performar até um autoexame de próstata!) para perceber que não é um corpo que deveria ser exposto nu.

Mas não. Fica claro que o erro é reiterado. Ele exibe esse corpo por prazer. Olha a marquinha se sunga que esse arrombado ostenta! A sunga do filho da puta é menor que meu biquini! Parece que quando vai à praia o sujeito cobre o pé, que está assustadoramente branco, mas não as partes íntimas. Olha a cor do pé dele! Agora mentaliza ele na praia de fio dental e meias.

Tudo nessa foto me afronta: os mamilos de Oreo, o shape de peixinho de vala, os bracinhos mais finos do que o braço do violão… Eu sinceramente acho que a capa ficaria melhor com essa exata mesma imagem, só que sem ele. Só a parede, o chão e a porta. Por sinal, o rejunto do chão tá uma merda, cheio de cimento por cima do tijolo. Parece que ele cuida da casa tão bem quanto cuida do corpo.

Francamente, se eu tivesse esse shape de cruza de panda com gibão também estaria deprimida.


The Sex Symbol Of The South
Elmer Fudpucker

Se você não fala inglês, pode pensar que “The Sex Symbol Of The South” significa “Fugi da foto do Ei, Você”, mas na verdade significa “o símbolo sexual do Sul”. Só não falaram do sul de onde. Provavelmente do inferno. Deveriam jogar uma bomba atômica em um lugar em que Elmer Fudpucker foi/é/será símbolo sexual.

Esta imagem foi especialmente perturbadora pois eu tenho uma tia que é a cara do Elmer Fudpucker, mas, vamos tentar transcender essa questão genética e seguir adiante.

Não basta ser feio. Não basta ter cabelinho escroto com uma franja que eu só posso classificar como Mullet Frontal. Não basta usar uma camisa tão escrota que até em preto e branco se nota que é excessivamente colorida. Não. Tudo isso é pouco. Ainda tem que colocar como cor central da capa um laranja radioativo e encher de estrelinhas.

Mesmo sendo uma foto pequena, mesmo sendo uma foto em preto e branco, mesmo sendo uma foto de baixa resolução, é claro e incontroverso que dá para fritar um pastel na oleosidade do cabelo do Sr. Fudpucker. Certeza de que se passar um tornado não sai um fio de lugar. Ele pode andar de moto sem capacete pois a dureza capilar protege o crânio contra qualquer impacto.

Algo nessa foto (além de tudo que já descrevi) me agoniava e eu demorei a entender o que era. Elmer tem uma característica uncanny que me perturba: é aquele tipo de pessoa que tem cara triste até quando ri. Observem seu sorriso: os cantinhos da boca estão para baixo. A pessoa ri triste. Eu tenho medo desse tipo de pessoa, medo de passar vergonha interagindo, pois nunca sei dizer se estão felizes ou tristes e sempre acabo reagindo de forma inapropriada na interação, rindo do sofrimento ou consolando a alegria.

E, talvez, uma das coisas que mais me chocou: o valor desse disco. Percebe-se que não é um lançamento recente, provavelmente foi colocado no mercado assim que o homem inventou a roda, permitindo fazer um disco redondo. Ainda assim custava quase 7 dólares. 7 fuckin´dólares por esse Príncipe Valente do Inferno, com essa boquinha de cu de galinha, se intitulando sex symbol.

Vamos tentar olhar pelo lado positivo: pelo menos esse teve a decência de não tirar a roupa. Imagina isso pelado? Deve ser igual ao ET do Panamá. Continue vestido, Elmer Fudpucker!


É isso, espero que conseguido arrancar ao menos um sorriso seu às custas de humilhar terceiros por suas características físicas e erros estéticos. Se quiserem que continuemos a analisar capas de discos escrotas, é só pedir nos comentários.

Para dizer que ainda está fascinado pela tia cagando com um sapato na mão, para dizer que nem o porco esse gordo oleoso vai conseguir comer ou ainda para dizer que vai ter pesadelos com Elmer Fudpucker: sally@desfavor.com

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Comments (48)

  • Material pra isso tem a rodo, o que tem de capa deplorável por aí não tá escrito…
    Sobre a capa do pelado lá com violão, bem… Esse machinho “dá pro gasto”, vai rs

  • Relendo o texto, gargalhei na parte em que se conjectura que a cagona descalça de um pé só estaria sentada de meia-calça na privada porque talvez quisesse “coar o cocô”…

  • Quando eu bati o olho no “Fudpucker” na hora já matei que não podia ser um sobrenome autêntico. É que nem o “Mr. Pickwick” do Dickens, aqueles nomes zoadaços. A se chamar Hollis CHAMPION, era preferível que, depois de adulto, tivesse ido ao cartório e mudado o nome pra Elmer Fudpucker mesmo, que é muito mais digno. Mas não podemos esperar grandes coisas de uma pessoa que veio do Alabama, um dos estados do infame “Cinturão da Bíblia” dos EUA e onde, segundo consta, o esporte preferido dos homens é bater nas mulheres. Feminista lá não se cria não, pois leva paulada na primeira placa de protesto que levantar no meio da (única) rua de qualquer cidade dessa região, sob o aplauso de milhares de Elmers observando das portas dos botecos.

    Eu já tive um problema psicossocial de ter que tirar a roupa toda pra cagar porque senão não saía. Quando, no meio de uma reunião de projeto numa siderúrgica, eu demorei pra caralho pra voltar porque caguei inteiramente despido no meio do barulho dos altos-fornos ao meu redor, percebi o quão ridículo estava sendo e fiz um trabalho mental foda pra parar com isso. Hoje consigo fazer uma olaria no meio da neve, baixando só as calças no meio duma tonelada de roupa quente! :-)

      • Principalmente os sapatos! Pense numa degradação! Sorte que me auto-curei com uma programação mental forte a respeito de quão imbecil, ridículo e doentio isso era.

        • Tirar sapato em banheiro público e encostar o pé no chão é um ato de coragem do qual eu nunca seria capaz. Parabéns duplo: pela coragem e por ter se curado disso!

          • Não, não! Eu não metia o pezão no chão (argh!). Mas fazia uma ginástica adicional para tirar os sapatos e as meias e pisar SOBRE os sapatos durante o ato (isso sem falar na ginástica adicional de segurar a roupa pra ela não encostar em nada no “privativo”). Era deplorável, nojento e degradante. Hoje, pensando nisso, eu vejo como eu era maluco e fora da casinha.

    • Não consigo deixar de imaginar esse processo trabalhoso de ter que despir-se totalmente
      no caso de uma diarreia fenomenal.

  • Esse Elmer parece uma fusão chernobilística entre a Anne Frank com o véio Quaker, com toques finais do Ronald Reagan. Mas né, se abriram as pernas para o Phil Collins e tiveram filhos com ele, feios dignos de fazer parte do elenco de Stranger Things…

  • Se me permitem uma pequena contribuição, eu achei mais algumas:
    – KNORKATOR: Ou “tentativa de imitação do Kiss com sérias restrições orçamentárias”:
    https://mega.ibxk.com.br/2014/12/16/16105405208231.jpg?ims=610x

    – TINO: “Seduzência. Você está fazendo isso errado”:
    https://mega.ibxk.com.br/2014/12/16/16105812953247.jpg?ims=610x

    – THE LOUVIN BROTHERS: Se a idéia era mostrar uma “visão do inferno”, conseguiram:
    https://mega.ibxk.com.br/2014/12/16/16105651037244.jpg?ims=610x

    – ORION: Se o Elvis em sua “fase Las Vegas” se tornasse um super-herói…:
    https://mega.ibxk.com.br/2014/12/16/16105231654211.jpg?ims=610x

    – FOSTER EDWARDS’ ORCH: Elefantes! De peruca! Segurando instrumentos!
    https://www.fatosdesconhecidos.com.br/wp-content/uploads/2014/12/2145.jpg

    – QUIM BARREIROS: Melhor nem dizer nada…
    https://www.fatosdesconhecidos.com.br/wp-content/uploads/2014/12/2144.jpg

    – CHUMBAWAMBA: Com essa capa a banda queria dizer que “foi um parto” para esse disco sair?
    https://musicapave.com/wp-content/uploads/chumbawamba-anarchy.jpg

    – DURVAL VIEIRA: Um sapato grande na capa de um disco intitulado “O Sapatão”…
    https://musicapave.com/wp-content/uploads/durval_vieira_sapatao.jpg

  • Sobre cagar com um sapato só
    Ao sentar no vaso, dependendo do capricho com o qual se quer obrar, é necessário abrir bem as pernas. Dependendo da roupa de baixo ou shorts que se está usando, é preciso tirar. O sapato não deixa, então tem que tirar o sapato. Mas tirar tudo dá muito trabalho, então uma solução de compromisso é tirar um sapato só, uma das pernas da roupa de baixo, para poder abrir bem as pernas e cagar feliz.
    Espero ter ajudado. Sem mais, meritíssimo.
    CQD

    • Estou ainda mais confusa. Não consigo compreender como abrir as pernas facilita a cagada. Pelo meu pouco conhecimento, o que facilita é elevar um pouco o joelho, pois nos coloca na posição equivalente a estar de cócoras, a posição originária na qual os seres humanos cagavam nos primórdios (e que permite o completo esvaziamento das fezes). Testarei abrir as pernas para verificar se a coisa flui melhor, obrigada pela informação!

  • Essas capas são todas horríveis! Cada uma mais grotesca que a outra… Mas eu acho que também se deve levar em conta a época em que as coisas foram feitas, o gosto (duvidoso) dos próprios “artistas” e o orçamento que esse pessoal tinha à disposição pra produzir os discos.

      • Em época nenhuma, Sally. Mau gosto é mau gosto em qualquer tempo. Mas, por “época” eu quis dizer a época em que se amarrava cachorro com linguiça. A época em que valia tudo e em que ninguém tinha nem pudores e nem filtro pra nada.

  • Sally, sobre o disco do gordão com um porco: “Bestiality” é o titulo do álbum. O nome da banda mesmo é “The Handsome Beasts” que, pelo visual do balofo aí, deve ser um caso ou de ironia ou de humor auto-depreciativo. Pela breve pesquisa que fiz no Google, a “The Handsome Beasts” é uma banda britânica de heavy metal que se tornou muito mais famosa por ter justamente esse disco – o de sua estréia – encabeçando várias listas de “Pior Capa de Todos os Tempos” do que por sua música e o obeso com o porco é o vocalista, que morreu de ataque cardíaco há quase 20 anos.

    • Suspeitei que a criatura obesa fosse do sexo masculino, pois na época em que essa desgraça foi publicada, ainda não era comum essas piras não binárias, etc.

  • Eu posso estar enganado, mas imagino que o “sul” no qual esse tal de Elmer Pudfucker seja um auto-intitulado “sex symbol” seja o dos EUA, em estados caipiras e conservadores como Texas, Arizona, Mississipi, Tennessee, Alabama, Geórgia, etc. Ele me parece ser um cantor country-rock e/ou rockabilly e as músicas, a julgar apenas pelo visual do cara e da capa do disco, devem ser bem do gosto dos “rednecks” que moram nessa parte do país. E vocês repararam no detalhe do “Sr.” (“Senior”) no nome dele? Isso quer dizer que o tal sujeito teve um filho, que deve ter o infeliz nome de “Elmer Pudfucker Jr.”. Por outro lado, eu também não descarto a possibilidade de que esse “Elmer Pudfucker” seja apenas um “nome artístico” e satírico.

    • A quarta série também.
      Precisei olhar a capa do disco de novo, pq Pudfucker soa tão natural que achei que era o nome certo.

      • Kenny McCormick

        Quarta série não foi o estágio para o qual eu, o Cartman, o Kyle e o Stan passaram?
        As duas primeiras imagens são loucura típica dos anos 80. A terceira é bem recente, num nível que poderia passar facilmente num Snapchat da vida e a quarta é uma parada lá dos idos dos anos 60.
        Mas todas elas são o puro retrato da vergonha alheia.

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