Intimidade forçada.

Seres humanos são programados para buscar companhia, e em muitos casos isso acaba com dois deles dividindo uma mesma moradia. Sally e Somir concordam sobre a dificuldade inerente a morar junto com outra pessoa (de forma digna), mas não no ponto de maior dor. Os impopulares tem passe livre para frescuras.

Tema de hoje: qual a pior parte de morar junto com outra pessoa?

SOMIR

Peido. E eu não estou falando só sobre um episódio de peido, mas sobre o universo cinematográfico do peido, o fracasso da convivência humana que gira ao redor dos gases expelidos pelo ânus.

Sim, é natural. Sim, acontece nas melhores famílias. Mas salvo uma mutação genética que faça você ou a outra pessoa peidarem com cheiro de lavanda, é um problema que acompanha qualquer combinação de seres humanos pelo tempo que eles conviverem. Não se aprende a peidar melhor, não existe dieta que elimine peidos. Eles sempre vão estar lá.

E para os nossos leitores mais jovens, um aviso depressivo: com o acúmulo das décadas vem o acúmulo de gases. Pelo andar de cima ou de baixo, alguma coisa acontece no seu sistema digestivo que começa a multiplicar o conteúdo gasoso do seu corpo.

E existem vantagens e desvantagens nesse processo: o lado positivo é que o maior número de eventos gasosos não leva a um maior número de eventos fedorentos. Talvez o volume maior os deixe mais diluídos. Quando uma pessoa de seus 20 e poucos anos peida, é certeza que é uma bomba atômica anal; mas quando você se aproxima das décadas “enta”, o volume maior faz com que quase todos os eventos sejam de baixo potencial ofensivo às narinas.

E isso é uma armadilha. Isso deixa a pessoa mais disposta a apostar na loteria do gás metano. Se os seus últimos cinco peidos não federam, qual a chance do sexto ser o maligno? Infelizmente, probabilidades não são o forte do ser humano: todo peido é um risco. E quanto mais riscos você corre, mais insensível a eles se torna.

O tempo é implacável, e considerando que a maioria das pessoas vai entrar numa relação de coabitação com “estranhos” mais tarde na vida, esse jogo de roleta-russa fétida vai virar parte da relação. Somos humanos, somos falíveis. Quanto você consegue manter uma convivência sem arriscar um peido leve perto da outra pessoa?

E eu sei, somos todos adultos aqui, peidos acontecem. Se eu estou com uma mulher e ela dá partida no motor da lancha, eu, na medida do possível, tento não registrar o evento. Considero um ato de carinho. Todo mundo tem o direito de ter um peido ignorado. Mas… nem sempre eu consigo vencer minha vontade juvenil de rir da situação. Eu acho o senso de humor do ser humano médio uma porcaria, mas é mais forte do que eu rir de peidos.

Das duas uma: ela fica puta da vida ou fica morrendo de vergonha. É um momento baixo na relação entre um casal. Eu pergunto se ela também ouviu uma lambreta passar na rua ou se o Corinthians está jogando, o estoque de comentários é infinito e eventualmente eu vou fazer um. Eu gostaria de conseguir ignorar sempre, porque acho muito mais digno quando alguém faz essa bondade comigo.

E falando do meu lado dessa equação gasosa, não sou do tipo que acha que homem tem mais direito a peidar. É minha crença pessoal, por mais tóxica que pareça no século XXI, que homem não deve ter cu numa relação heterossexual. Ele não faz parte do pacote masculino, ele não deve ser referenciado direta ou indiretamente. Todos temos nossos limites, esse é meu traço macho antiquado.

Por isso, eu não gosto da ideia de peidar na frente de uma mulher. E como comecei dizendo no texto, o tempo é uma máquina de fazer peidos. A necessidade de reduzir pressão intestinal aumenta e com isso os eventos emergenciais. Às vezes você pode sair de perto sem chamar atenção, às vezes não. E são nessas vezes que o incômodo fica muito grande. Você tem que bolar alguma desculpa para sair de perto dela, e como mulher é um bicho muito atento a detalhes, ela vai começar a perguntar se está tudo bem quando você se levanta para urinar quatro vezes na mesma hora depois de comer uma feijoada no jantar.

E isso cria uma situação difícil, porque quando você está escondendo uma coisa que não é grave (não de verdade), fica mais e mais difícil falar a verdade depois, porque junta a vergonha do peido com a vergonha de ter vergonha do peido. Acumula. Você fica tenso, segurando os músculos da cintura para baixo, tentando evitar qualquer escapada.

E como eu já disse, mulher é um bicho muito atento… ela vai te perguntar o que está acontecendo. Eu vou acabar dizendo que estou tendo um AVC antes de dizer que estou segurando um peido há 20 minutos por não achar uma boa desculpa para sair de perto dela sem dar bandeira que estou indo peidar longe. Quando você convive com homem, é bem mais fácil. Você pode sair de perto 12 vezes em 15 minutos e ele nem vai perceber.

Sem contar o perigo que é tolerar o peido. Eu acho engraçado quando a outra pessoa não queria peidar e escapou, mas a piada não funciona mais quando é intencional. Mais um traço macho tóxico: minha atração pela mulher que peida sem vergonha vai se reduzindo aos poucos. Não quer dizer que eu vá querer terminar com uma mulher por peidar, claro que não, mas me incomoda o descaso. Um peido eventual pontuando uma piada pode ser brilhante se bem utilizado, mas só funciona numa relação se for algo raro. Se o casal começar a peidar livremente, deixa de ser piada e vira bagunça. Qual o próximo passo? Cagar de porta aberta? Esquecer de dar descarga?

Não se convida o intestino para uma relação saudável. E o convite é o peido. Distribua muitos convites e ele vem morar com você. Dignidade é uma parte da atração, e se você começar a gastar demais a atração, a relação vai perdendo a força. Eu acredito no esforço pela manutenção da atração, e muita intimidade fecal é nociva para ela. Por isso, eu sofro com peidos, meus ou da outra parte. No banheiro tudo isso é esperado, mas fora dele não.

Para me chamar de fresco, para dizer que seus peidos são provas de amor, ou mesmo para dizer que seu sonho é fazer fotossíntese: somir@desfavor.com

SALLY

Qual é a pior parte de morar junto com qualquer pessoa?

Dividir banheiro. Se vocês querem que uma relação se mantenha saudável, seja longa e digna, priorizem uma casa na qual possam ter banheiros separados. E não é um conselho de gente fresca só para não sentir o cheiro do cocô do outro não. Vai muito além disso.

O banheiro demanda o maior grau de civilidade, bom comportamento e higiene de uma pessoa: é um ambiente pequeno, no qual se lida com todo tipo de sujeira e, ainda assim, se espera que ele esteja limpíssimo. É o cômodo da casa no qual mais facilmente as coisas podem dar errado e onde os erros serão mais percebidos.

Quando somos pequenos nossos pais nos orientam sobre como arrumar a cama, como guardar nossos pertences e até sobre como fazer tarefas domésticas. São tarefas supervisionadas: podem ser feitas em conjunto, você pode ver um adulto fazendo, você pode fazer com a ajuda de um adulto. Mas o banheiro fica de fora.

Em um primeiro momento, a limpeza do banheiro fica de fora por envolver química pesada. Ninguém é demente de deixar criança mexer com cloro ou água sanitária. Em um segundo momento, o uso do banheiro também fica de fora por uma questão de privacidade: depois de uma certa idade não tem qualquer condição de ficar acompanhando e corrigindo a atividade dos outros no banheiro.

E daí surgem aberrações, como pessoas que cagam sentadas de frente para a caixa de armazenamento de água do banheiro (e juram que essa é a posição correta), pessoas que mijam empoleiradas (como os dois pés na tampa, como uma coruja), pessoas que acham que vinagre branco limpa banheiro e coisas do tipo. Pessoas que, por décadas repetiram isso e lhes parece perfeitamente normal.

“Mas que aberração”, alguém pode pensar. Será que você também não faz uma aberração sem perceber? Será que o que você acha normal em matéria de uso do banheiro não é extremamente irritante, porco e anti-higiênico?

Por exemplo, gente que toma banho e deixa a toalha molhada no banheiro depois. Se não houver ventilação (e a maior parte dos banheiros não tem boa ventilação) a toalha fica com um cheiro horrível, abominável, vomitável, que, por algum milagre sem explicação, o usuário parece não sentir. Mas todo o resto do mundo sente, e esse cheiro tenebroso passa para a pele da pessoa quando ela se seca com essa toalha. Às vezes sinto esse cheiro em pessoas quando faço fila para alguma coisa, chego a golfar. Usou a toalha? Estende ao sol depois. Ou ao menos em um lugar bem ventilado.

O que dizer de gente que é acometida de Mal de Parkinson no minuto que abre a pia? Deve ser essa a explicação para quem deixa tudo ensopado, não é mesmo? Ou isso, ou a pessoa tem pato secreto de estimação que ela coloca para nadar na pia quando você não está olhando. Ninguém merece o entorno da pia encharcado, impedindo de apoiar qualquer coisa que seja sem que ela fique ensopada.

Eu sinto até desânimo de dizer isso, pois já foi exaustivamente comprovado por vídeos usando perícia forense que analisam respingos, mas… vamos lá: não existe forma humanamente viável, possível ou eficiente de um homem mijar em pé e não respingar para fora da privada, no chão e em tudo mais que estiver perto. Ainda que sejam micro respingos que muitas vezes nem são visíveis a olho nu, eles são sentidos e deixam o banheiro com cheiro de rodoviária. É uma luta perdida, não se convence um homem a mijar sentado, eu sei, mas não custa deixar registrado: dividir banheiro com quem mija em pé significa que em poucos dias seu banheiro terá cheiro de rodoviária.

“Mas Sally eu aponto para o centro”. Não, é ciência, não há argumentos. Não importa para onde você mire, não importa se seu pênis tem o formato de um ponto de interrogação, SEMPRE, SEM-PRE há micro respingos. “Mas Sally eu limpo…”. Mentira. Eu não vou acreditar que um homem passa um pano desinfetado com água sanitária ou cloro em todo o entorno da privada pelo menos três vezes por dia, lavando e torcendo o pano a cada uso. Dividir banheiro com homem é se acostumar com cheiro de urina, ô coisa triste.

A lista é enorme: gente que cola tufo de cabelo que cai no banho no azulejo, gente que deixa pentelho ou pelo do corpo no sabonete, gente que entope o vaso ou esquece de dar a descarga, gente que caga em spray e deixa a tampa do vaso toda suja do lado de baixo, gente que caga patê e pinta a porcelana deixando uma freada, gente que deixa calcinha úmida pendurada no box (pelo amor de nossa senhora da ginecologia, isso causa fungos, calcinha tem que secar ao ar livre, de preferência no sol!), gente que deixa roupas pelo chão… tem de tudo. E em um ambiente pequeno, cujo foco é higiene.

Todo o resto é evitável: cozinha suja? Chato, escroto, porém você pode pedir comida. Quer peidar? Vai para outro cômodo, vai para a varanda, vai para a portaria, vai comprar pão, se afasta e peida. Pessoa roncando? Troca de cômodo, vai dormir na sala, sufoca a pessoa com travesseiro. Tudo tem contorno… menos o banheiro.

Você não pode pedir uma privada para o ifood se a sua estiver imunda. Você não pode ser criativo e usar outra coisa se alguém acabou com o papel e não colocou outro no lugar. Você não pode não tomar banho mesmo que uma toalha fedendo a cachorro molhado e mendigo cagado esteja pendurada. O banheiro é de uso compulsório, mandatório e obrigatório. Você vai ter que ficar trancado lá algumas vezes por dia e ver de perto a cagada que o outro fez (com e sem trocadilho).

O banheiro, senhores, é o maior desafio. Acha ruim cozinha suja? Reflita comigo: pelo menos ela não está suja de merda. Acha ruim que comeram seu último iogurte? Você pode comer alguma outra coisa, já quando acabam com o papel higiênico não dá para usar a toalha no lugar. A falha do outro pesa mais no banheiro. Ela torna mais grave, mais perceptível e te impacta de forma muito mais contundente.

Até cama tem substituto, você pode dormir no sofá, mas chuveiro e privada, estes não possuem substitutos, não se você for um ser humano decente. E você terá que encará-los diariamente, de perto, em um ambiente pequeno, claro e iluminado. É uma prova de fogo pela qual poucos passam. Se estiver ao seu alcance, banheiro separados, vai por mim, compensa cada centavo.

Para dizer que eu sou fresca, para dizer que você, floquinho de neve único e especial, não respinga o chão nem a parede quando mija (respinga sim, filho da puta!) ou ainda para dizer que o você acha pior na convivência: sally@desfavor.com

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Comments (20)

  • Banheiro se colocar regras e se não usar junto (coisa abominável) se ajusta embora não seja ideal. Peido basta sair do local, mas tem situações tipo no carro que fica complicado, adotamos a piada do filme As Branquelas: “desfrute da intimidade” quando o inevitável acontece nesses casos. Verdade é que se fosse viável por mim cada um teria sua casa.

    • Mas mesmo usando o banheiro em momentos separados, o problema persiste se o outro não o deixa em boas condições de higiene e limpeza

  • Ih rapá, lá vem a Sally com as frescurada dela… rs
    Mas pior que concordo! Peido dá pra relevar, agora banheiro, se não tiver um mínimo de regras não dá pra ter uma convivência plausível. Eu tendo a achar, as vezes (talvez sendo sexista ou algum “ista”?) que quando é um relacionamento homo tende a ser mais fácil dividir o banheiro, afinal, são dois homens mijando (e dá muito bem pra conversar e combinar de ambos mijarem sentados!), são dois homens fazendo a barba, etc. E, no caso de duas mulheres, são duas mulheres usando absorvente e calcinha, então acho que da pra chegar a um consenso civilizatório de não deixar os absorventes esmerdeando o banheiro, nem mesmo calcinhas secando no box.

    • Não, não. Peido não dá para relevar não. Quer peidar? Sai de perto.
      O problema do banheiro é que não é possível evitá-lo, todo mundo precisa usar, então, ele se torna pior do que o peido.

  • Sou muito de descobrir os meus problemas de tanto que me observo.
    Há vários anos tive uma época de peidos terríveis que nem eu conseguia ficar perto de mim.
    Foram meses naquele tormento de ter que sair correndo sem explicar o motivo e voltar com cara de quem matou alguem no percurso.
    Pensa que pensa, tira isso do consumo, tira aquilo. (Eu me sentia podre).
    Conclusão: havia pego o hábito de chupar hall da embalagem preta, e após isso comecei a soltar
    verdadeiros bombas atômicas pelo rabo.
    Eliminei o Halls da vida e voltei a ter sossego.
    As vezes a solução é bastante simples, é só pensar um pouco.

    • Mas era a bala com açúcar ou a zero (feita com adoçante)? Porque uma vez comprei um açai zero, adoçado não sei com que e aí começei a cagar espuma branca. Eu nunca imaginei que isso fosse possível. Pensei que estava morrendo.

      • Boa lembrança, eu já tinha esquecido desse detalhe.
        Era zero açúcar.
        Não tenho o hábito de consumir balas ou açúcar, por isso gostei daquele Halls, não era melequento e era refrescante, mas foi o caminho da perdição.

  • Concordo com o Somir, mas Sally tem razão também. Eu não alugo nem compro imóvel que não tenha janela no banheiro. Já trabalhei demais nessa vida pra poder me dar esse luxo.
    Acho o cúmulo as pessoas pagarem 15 mil reais o m2 num imóvel sem janela no banheiro. Em SP tem aos montes. Pessoas, digam não aos imóveis sem janela no banheiro, ver se as corretoras tomam vergonha na cara.

  • E a pasta de dente apertada no meio? E o rolo de papel colocado ao contrário?

    E os absorventes largados embrulhadinhos?

    SOCORRO

  • Posso até casar, morqr junto e tals mas vou querer o MEU QUARTO e o MEU BANHEIRO, só pra mim. É brochante saberem quando eu vou cagar. As pessoas que me conhecem nem sabem que eu tenho cu. Quero poder me espalhar na cama e roncar em paz, peidar sem ser visto, sem precisar botar a culpa no cachorro. Viver grudado atrapalha a higiene e tesão. Não sei como tem casal que usa banheiro junto. Acho um absurdo! Minha mina só vai me ver cheiroso e penteado. Minha mulher também não vai ter cu pra não cagar nem peidar na minha frente. Eu sou assim, já falei pro psicólogo ele não me achou doido.

    • Eu não acho você doido, mas infelizmente acho que seu projeto é incompatível com coabitação. Não dá para manter esse patamar de dignidade todo santo dia, é um esforço muito grande que não resiste aos imprevistos da vida.

  • PS: peido acho que depende de quanto tempo os humanos em questão vivem juntos. Intimidade é a morte da cerimônia. Nem registra mais.

  • Olha, concordo com o banheiro, mas geladeira pode ser quase tão ruim quanto (ou pior). Explico.
    O meu marido é sobrevivente da segunda grande guerra. Ele não joga comida fora. NADA. NUNCA. Pode estar podre, mofado, cheio de moscas. Perto disso, banheiro sujo é pinto (nada que uma máscara, óculos de proteção, cloro e água fervendo não resolvam). Eu comprei uma geladeira extra, era isso ou caminhar para o divórcio.
    Não, eu não sou fresca. Desafio qualquer ser humano normal a voltar para casa depois de uma semana de viagem de trabalho, abrir a geladeira para tomar uma água gelada, ter a impressão que um urubu fez um ninho lá dentro, e não surtar. Não tem compreensão e empatia que segurem.

    • Aí já coloca um pezinho no grupo dos acumuladores. Entendo a vivência que deu origem, mas guardar comida podre merece um papinho com o psicólogo.

      • Acho que a pessoa não sente o cheiro da mesma forma que eu. Não sei se é relativo ao trauma ou se é falta de olfato, realmente não sei. Já teve situação de presunto ter de ficar VERDE para que ele se convencesse de que estava estragado. Yogurte se mofar, ele raspa a parte de cima e “está novo” (e qualquer outro produto mofado). E por aí vai… é bem difícil. Eu fico maravilhada de nunca ter acontecido um botulismo, nem food poisoning ele tem (felizmente). Quem passa mal sou eu, de raiva!

        • “Já teve situação de presunto ter de ficar VERDE para que ele se convencesse de que estava estragado. Yogurte se mofar, ele raspa a parte de cima e “está novo” (e qualquer outro produto mofado).”

          Ler isso até me embrulhou o estômago…

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