SEMANA DO AVESSO|OSSEVA OD ANAMES

União Soviética, 1941

A palavra holocausto é de origem grega e significa algo próximo de sacrifícios de seres vivos, inclusive humanos, em homenagem a divindades. As criaturas eram queimados durante o ritual. Dou uma paçoca para quem adivinhar uma das tribos que praticava este ritual. Sim, tribos judaicas praticavam o Holocausto (mato a cobra e mostro o pau: Livro do Êxodo capítulo 18, versículo 12: “Então, Jetro, sogro de Moisés, trouxe holocausto e sacrifícios para Deus(…)”)

Mas o holocausto do qual venho falar hoje não se refere a sacrifícios religiosos. Após a segunda guerra a palavra ganhou uma inicial em maiúscula e um determinado grupo étnico se apropriou dela, não com muita legitimidade, como veremos a seguir. A palavra Holocausto passou a ser utilizada para designar o extermínio de pessoas que faziam parte de determinados grupos considerados indesejáveis pelo regime nazista.

Quando pensamos em Holocausto, pensamos automaticamente em judeus. Porque? Porque eles se apropriaram desta barbárie em causa própria. O que a maior parte das pessoas não sabe é que também foram vítimas do Holocausto militantes comunistas, homossexuais, ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros países do Leste Europeu, além de ativistas políticos, Testemunhas de Jeová, alguns sacerdotes católicos, alguns membros mórmons e sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum e outros.

“Mas Sally, todo mundo associa Holocausto a judeus. Deve ser porque eles foram o grupo mais perseguido, mais exterminado e mais sacaneado! Os demais devem ter caído juntos na mesma rede…”. Não, caro leitor, você está enganado. Esse povo que eu citei se fodeu bastante nos campos de concentração, e não há relatos históricos que indiquem que os judeus tenham se fodido mais. Muito pelo contrário! Se alguém aqui tiver a curiosidade de ler textos, reparar em fotografias, procurar por testemunhos de sobreviventes até mesmo caçar alguma documentação, desde que de fontes imparciais, vai ficar surpreso. Quando decidi fazer esta pesquisa, quis saber o que aconteceu pela ótica dos outros envolvidos: nazistas e outros grupos perseguidos que não judeus. Fiquei chocada. Eu sabia que a mentira estava lá, mas não sabia o tamanho dela.

Para não dizer que eu estou manipulando, cito aqui a constatação oficial do número de mortes, que não me deixa mentir: Morreram 17 milhões de soviéticos (sendo que 9,5 milhões de civis); 6 milhões de judeus; 5,5 milhões de alemães (3 milhões de civis); 4 milhões de poloneses (3 milhões de civis); ,2 milhões de chineses; 1,6 milhão de iugoslavos; 1,5 milhão de japoneses; 535.000 (330.000 civis) de franceses; 450.000 (150.000 civis) de italianos; 396.000 de ingleses, e 292.000 soldados norte-americanos. Ou seja, morreram quase três vezes mais soviéticos do que judeus. Podem pesquisar e comprovar, não estou mentindo.

No entanto, quando se fala em Holocausto só se lembra os seis milhões de judeus mortos. Ninguém lembra dos soviéticos. Ninguém se lembra dos demais. Alguns sequer sabem que chineses e japoneses foram mortos. Por quê? É aqui que começo a flertar com o desastre.

Quem acredita que a motivação maior do Holocausto foi puro preconceito com grupos étnicos diferentes deve repensar seus conceitos. Supremacia da raça ariana? Bem, se este fosse o real motivo, Hitler deveria ter começado por seu próprio extermínio. O que se pretendia era o monopólio de bens e do poder. Eu discorreria sobre o funcionalismo e o intencionalismo, mas tenho um limite de páginas a cumprir. O preconceito existia, porém era só uma cereja no Sundae. Os nazistas confiscavam os bens de todos os “indesejáveis” jogados em campos de concentração. E à época os perseguidos tiveram que fazer uma opção.

Um minuto de silêncio em homenagem aos 17 milhões de soviéticos mortos.

Tomemos por exemplo os ciganos. Foram igualmente perseguidos, mas como são extremamente desapegados de seus bens materiais, se mandaram na mesma hora, sem bater de frente, deixando tudo para trás. Muitos se salvaram. Já outros grupos mais apegados a seus bens materiais… bem, estes foram para o cinzeiro. É certo praticar genocídio? NÃO, jamais ousaria defender uma barbaridade dessas. NÃO É CERTO. Porém a história real está longe de ser a história romantizada que alguns grupos contam. Muitos não tiveram opção, é bem verdade, mas muitos tiveram opção e optaram por bens materiais.

Um minuto de silêncio em homenagem aos 5,5 milhões de alemães mortos.

Nem tudo aconteceu como pintam. A Bíblia Nazista, um livro escrito por Hitler chamado “Mein Kampf” (tradução duvidosa: “Minha Luta”) se lida através de olhos críticos, nos esclarece alguns pontos. Por exemplo, Hitler não subiu ao poder de forma imposta, Hitler foi eleito. Isso faz dele menos escroto, assassino e desprezível? NÃO, ELE ERA UM SER HUMANO HORRÍVEL, mas não nos faltam argumentos para falar mal dele, logo, não precisamos mentir. O povo votou nele. Fato.

Um minuto de silêncio em homenagem aos 4 milhões de poloneses mortos.

Mas o espaço é muito curto para dissecar Hitler, o Nazismo e Mein Kampf. Vamos direto ao ponto. Muitos judeus morreram. Isso foi uma monstruosidade, um absurdo, uma atrocidade. Porém, muitos outros seres humanos morreram, de outras nacionalidades e etnias. No entanto os judeus insistem em monopolizar o Holocausto só para eles. E o fazem apelando para A VITIMIZAÇÃO SIM. Repito: o que aconteceu foi uma barbárie inaceitável, mas a reação dos judeus também deixa muito a desejar em matéria de bom senso.

Um minuto de silêncio em homenagem aos 2 milhões de chineses mortos.

A maior parte dos judeus assume a postura de Coitadinhos Mundiais e relembra constantemente o Holocausto, de forma monotemática. Seria válido se de fato se prestasse ao que eles alegam: manter viva a lembrança desta monstruosidade com o objetivo de que isto nunca mais se repita. Mas… por que merda exaltam apenas a monstruosidade cometida contra JUDEUS e esquecem solenemente de todo o resto?

Um minuto de silêncio em homenagem aos 1,6 milhão de iugoslavos mortos.

Vou além: se são um povo tão pacífico e que abomina tanto o preconceito contra aqueles que são diferentes, melhor a gente nem sentar para conversar sobre o estresse entre Israel e Palestina, não é mesmo? Onde foi parar o clamor por tolerância e respeito aos direitos humanos? Ah, foi mal. Apenas quando é contra um “dos seus”. Contra os outros pode. Compaixão seletiva. O conflito árabe-israelense (que é muito mais antigo) já causou cinco guerras de porte considerável, uma caralhada de pequenas guerras e duas intifadas (desfavor também é cultura: intifadas = levantamento popular, vulgo revolta popular). Um povo pacífico né não? Paz e amor.

Um minuto de silêncio em homenagem aos 535.000 de franceses mortos.

Não estou negando o Holocausto. Acho um absurdo, repito em maiúsculas, UM ABSURDO quem nega o Holocausto. Ele ocorreu e foi uma barbaridade. Mesmo que aleguem que o número de mortos foi menor que o divulgado, CAGUEI, se um único ser humano morreu, é um ABSURDO. Só não acho correto o estardalhaço que judeus fazem recontando o Holocausto como se fosse tudo com eles, tudo sobre eles, tudo para eles. Eles foram MAIS UM. E é de um desrespeito cavalar fazer museu sobre Holocausto tentando fazer parecer que judeus foram as únicas vítimas, ou as principais. Fica a impressão de querer capitalizar na desgraça.

Um minuto de silêncio em homenagem aos 450.000 italianos mortos.

Porque quando se fazem filmes sobre Holocausto só se fala nos judeus? Porque quando se procura na internet sobre Holocausto só vemos referências a judeus? Vejamos os ataques ao World Trade Center. Morreram mais americanos, mas morreram muitos holandeses também. Como os americanos se sentiriam se os holandeses fizessem deste evento um drama EXCLUSIVAMENTE holandês?

Um minuto de silêncio em homenagem aos 396.000 ingleses mortos.

Os judeus simplesmente não tinham o direito de usurpar a história, de se apropriar de um crime contra a humanidade e transformá-lo em algo pessoal. Ninguém fala porque neguinho tem medo do clamor popular, mas eu estou cagando e andando para isso e falo mesmo: O HOLOCAUSTO contado pelos judeus é uma distorção, uma injustiça com os demais milhões de mortos, uma paranóia egotrip que faz parecer ter sido tudo um plano maligno porque desgostavam deles em especial. Vão roubar gravatas e deixem que contem a história como ela realmente aconteceu!

Um minuto de silêncio em homenagem aos 292.000 soldados norte-americanos mortos.

Mesquinha essa fogueira de vaidades na desgraça. Babaca querer dizer ao mundo que sofreu mais que os demais. Escroto reverter uma tragédia em marketing para um grupo. Egoísmo querer ser a vítima mais popstar e se valer disto para todo o sempre, muitas vezes pleiteando benefícios em causa própria.

Um minuto de silêncio em homenagem aos 300 000 deficientes, 25 000 homossexuais e 5 000 Testemunhas de Jeová mortos. E a tantos outros que não tive espaço para homenagear.

E só para acabar enfiando o dedo e rasgando, “à la Sally”, quem quiser abrir a boca para meter o malho em nazistas, pode começar falando do atual Papa Bentão XI, que pertencia à “Juventude Hitlerista”, uma organização paramilitar do partido nazista. Não só isso como também lutou no exército nazista alemão. Merda… acabou o espaço!

Um minuto de silêncio em homenagem a todos aqueles mortos em campos de concentração e campos de extermínio QUE NÃO ERAM JUDEUS. Desfavor lhes dá o destaque desde sempre merecido e desde sempre usurpado e se solidariza com a sua dor.

Para passar atestado de analfabeto funcional e dizer que eu sou nazista, para me perguntar como se colocam 500 judeus dentro de um fusca e para pedir que eu tome esta coluna do Somir para sempre porque sou muito melhor do que ele: sally@desfavor.com

Homem ameaçando mulher.

Tabu. Numa mulher não se bate nem com uma flor, já dizia algum homem querendo se dar bem. E apesar dos inúmeros casos de violência doméstica contra os punhos de pobres trabalhadores, ainda existe a noção errônea de que sempre é o homem que está sendo covarde quando ocorre um caso da boa e velha arte-marital.

Antes de enfurecer um bando de mulheres burras com minhas relativizações, vou trabalhar com o conceito de se dizer que jamais se bate numa mulher. É tanto confortável para as mulheres quanto é uma ferramenta de controle por parte dos homens.

Preza-se que um homem que queira bater numa mulher odeie todas elas por igual e que seja um ato de pura misoginia. (Se não souber o que significa “misoginia”, nem OUSE comentar.) Além disso, se esse homem coloca em prática sua ira, fica taxado como valentão covarde. (Mesmo que não faça sentido…)

E isso é fruto de várias concepções de ambos os sexos sobre o assunto. Todas elas extremamente desabonadoras.

HOMENS:

1. O macho-alfa cuida melhor das suas mulheres. Eu sei que o posto de macho-alfa não existe mais com seu sentido real na sociedade de hoje, mas isso não quer dizer que ele não tenha influência direta em algumas idéias dos homens atuais. Quando um homem condena o ato de violência contra a mulher, ele está apenas se promovendo em relação aos erros de outros. E quando você escuta aquele discurso famoso de “Eu mataria o safado que fez isso.”, entenda: “Eu não faria nada se o visse, mas quero que as mulheres pensem que eu sou um homem mais seguro.” Fato: Os homens sentem mais compaixão por mulheres atraentes. Honra? Ha!

2. A sociedade é paternalista. Caso vocês não tenham percebido, o macho da espécie humana é o líder do grupo. (Mais forte e mais agressivo.) Fica complicado impor seu poder quando criamos uma série de regras para nos proteger dessa carga de instintos. Então o homem moderno fortalece seu poder diminuindo a mulher. Uma mulher é tratada feito uma criança: Incapaz de se defender e estúpida demais para ser responsabilizada pelo o que faz. Quando se retira a relação de força simples da equação, sobram variáveis alternativas para controlar as mulheres. Dizer que jamais se bate numa delas é apenas mais uma.

3. Rara demonstração de empatia. Os homens se medem pelo poder que exercem. Desde a fixação pelo maior pênis até a disputa pelo carro mais poluente, os homens dão significados claros para o que demonstram como força. E em várias escalas, a mulher é muito mais frágil e incapaz de se impor frente à força do gênero masculino. Quando o homem se coloca no lugar de uma mulher, fraca e impotente diante de um adversário muito mais poderoso, ele sente pena dela. Pena que mascara até a possibilidade dela não ter sabido se proteger.

MULHERES:

1. Mulheres não são burras. Não como gênero, pelo menos. (Não se anime.) O cérebro delas é equivalente ao masculino, inferior em alguns aspectos, superior em outros. Somos todos humanos e algumas coisas são universais: Se você encontra uma forma de compensar a vantagem de um concorrente, você se agarra a ela com todas suas forças. Se houvesse uma regra dizendo que qualquer tipo de agressão a um grupo o qual eu pertenço fosse algo horrível aos olhos de toda sociedade, eu também faria todo o alarde possível para mantê-la em voga. É muito conveniente exigir direitos iguais para usufruir de regalias específicas.

2. Ter em mãos uma carta branca. É perfeitamente compreensível que alguém abuse de uma vantagem conquistada para receber outros bônus. A idéia de que o homem está sempre errado quando bate numa mulher se transforma em passaporte para não ter de lidar com as responsabilidades de seus atos. Um homem sabe que não deve provocar outro homem muito mais forte sob o risco de levar uma surra. Uma mulher sabe que pode jogar muito mais pesado justamente por ter uma presunção social de fragilidade ao seu lado. Deixar uma mulher sair ilesa de uma provocação tende a ser mais vantajoso para um homem do que ser marcado pela vida toda como “abusivo”.

3. Medo. Medo puro de perder a liberdade de ter alguém para limpar suas bobagens quando nada mais der certo. Como eu disse, a sociedade é paternalista e trata a mulher como uma incapaz. O que faltou dizer é que o homem impõe e a mulher cede a sustentação para tal. Desde o medo de não ter mais a “carta branca” e ter que respeitar relações de poder que não a favorecem até mesmo o medo de ter que assumir responsabilidades pelo que faz. É isso que um homem faz: Ele SE VIRA.

ÓBVIO que o fato de uma pessoa mais forte bater numa mais fraca configura uma forma de covardia. Mas… será que é a única forma de covardia?

No caso de uma mulher que provoca um homem, sabendo ou não se ele é violento, pode ser tanto um caso de descontrole emocional quanto uma forma de ser covarde. Digo isso porque uma mulher em suas faculdades mentais razoáveis já sabe que é difícil para um homem bater nela por causa das repercussões de tal ato. Não é só passionalidade, é confiança na impunidade. É abusar de uma idéia criada para proteger pessoas realmente inocentes. Não sei quanto a vocês, mas para mim isso é uma tremenda covardia. É fácil ser corajoso quando o tigre está enjaulado. Nesse momento a mulher tenta inverter a relação de poder e “bater” em quem não deveria se defender.

Eu mesmo digo que nada justifica bater numa mulher. Agora, não ser justificável NUNCA teve nada a ver com não ser possível. Uma mulher que sente que acuou um homem e está vendo ele entrar em modo puramente instintivo deveria ter pelo menos o cuidado de se proteger contra um ser que pode muito bem quebrá-la em pedaços.

Se a jaula está aberta e você continua provocando o tigre, aceita de bom grado a chance de tudo dar errado. E se você se baseia em alguma vantagem usada da forma errada, além de ser burra, está sendo covarde sim senhora.

É fácil falar disso considerando que a mulher provocou. Vou passar direto pelo meio-termo onde apenas o agressor é covarde, como quando a mulher para na hora certa ou quando ela não tem condições de se desvencilhar do abusor e seguir para o lado oposto: A mulher que apanha sem assumir nenhum risco razoável e perdoa o homem.

Não está claro que a covardia corre solta nesse caso? Por ambos os lados. Pode ser lindo achar que amor é uma coisa que vence tudo, mas se você tem um mínimo de amor próprio, não fica por opção com alguém que te faz mal. O homem é um covarde por bater na mulher, mas a mulher é uma covarde por não tomar uma atitude para se proteger. É covarde por NÃO SE VIRAR para escapar. É covarde por aceitar um modelo de relação primata (e mesmo assim, nem macaco espanca sua fêmea), muitas vezes por medo de ficar sozinha ou por achar que tem alguma culpa real pelo que aconteceu.

Covardes se complementam. Muitas vezes esse tipo de mulher é a que perde completamente a capacidade de funcionar na sociedade sem alguém para ser seu dono. Desde a filhinha do papai até a masoquista. Covarde é quem se permite tornar propriedade no sentido real da palavra.

Percebam que eu usei o termo “masoquista” no parágrafo acima, mas só agora vou falar das mulheres que GOSTAM de apanhar. Posso até não me ater às definições de dicionários sobre as idéias, mas quero expressar essa diferença essencial: A mulher que gosta de apanhar não gosta exatamente da violência física, gosta é do controle. A masoquista sim sente prazer direto pela dor física.

E tem covardia aí também. A mesma mulher que acha o máximo levar um chacoalhão de seu homem para sentir que tem direção na vida enche a boca para dizer que mulheres tem o direito de ser tratadas socialmente como bibelôs fragilíssimos. Medo de assumir duas verdades inconvenientes, aqui citadas:

1. Toda mulher gosta de apanhar; (Nelson Rodrigues)
2. Quem manda nessa porra aqui SOU EU! (Cap. Nascimento)

Embora a primeira exija um pouco de reflexão para seu entendimento (e eu já dei a dica no texto), a segunda é clara como uma alva nádega feminina esperando para ser estapeada.

Dizer que uma mulher é vítima automática em qualquer caso de agressão perpetrada por um homem é simplificar demais as coisas, é ignorar os casos onde existe a VIOLÊNCIA em si e colocá-los no mesmo barco que uma relação ÓBVIA de dominador e dominada que remete aos nossos mais antigos ancestrais.

Não, bater numa mulher não é diferente de bater num homem fraco. Não é crime maior por culpa do gênero da vítima. Esse tabu continua vivo porque mulheres não sabem muito bem o que querem. Ora valorizam o homem que vai manter suas injustas regalias, ora valorizam o que são programadas para valorizar: O homem que remete ao macho-alfa.

Como eu sempre digo: Não custava nada ter pensado um pouco melhor nessa tal de liberação feminina, não? Ou vai ser vítima eterna ou vai ser um membro da sociedade com direitos e responsabilidades iguais. Ganha-se de um lado, perde-se do outro.

Se você está pensando agora nos casos de mulheres que são surradas por cretinos bêbados todos os dias no mundo sem conseguir escapar e babando para fazer um comentário, bata a cabeça no teclado até entender sobre o que eu falei. Tomara que doa.

Para me chamar de porco machista, para pedir uma surra com todo o carinho ou mesmo para dizer que os pelos do seu buço são mais inteligentes que eu: somir@desfavor.com

São Paulo, 18/03/2009

O irritante som do despertador cumpre sua função ao retirar Arnaldo dos braços de uma loira escultural e trazê-lo de volta à realidade dos turnos de trabalho iniciados pela manhã. Num movimento repetido tantas vezes a ponto de ser praticamente instintivo, os apitos desafinados cessam e dão lugar aos não mais harmônicos grunhidos matinais de nosso recém-descoberto protagonista.

Juntando coragem para enfrentar mais um turno de sua maçante contribuição para a sociedade, Arnaldo abre suas pálpebras lentamente, de forma a ganhar o máximo de tempo possível antes de se considerar oficialmente acordado.

Enquanto a luz do ambiente começa a criar formas mais definidas, ele percebe que há algo de diferente na imagem que começa a se formar. Ao perceber que há um borrão semelhante a um rosto diretamente sobre sua face, por puro reflexo arregala os olhos e em um movimento brusco, senta-se na cama.

Agora ele pode enxergar perfeitamente. Há mais uma pessoa no quarto. Arnaldo mora sozinho há mais de cinco anos e nenhuma de suas ex-namoradas tem a chave do apartamento. O que mais o intriga não é o fato de não estar sozinho naquele momento, o que realmente o deixa confuso é quem está dividindo o ambiente com ele.

Esfregando os olhos, na tentativa vã de trazer um pouco de sanidade para sua visão, não consegue fazer sua companhia desaparecer. Olhando fixamente para o rosto do invasor, Arnaldo profere sua primeira palavra no dia:

“Clodovil?”

Clodovil Hernandes sorri e revira os olhos de forma irônica. Vestido um terno cor-de-rosa, senta-se numa cadeira frontal a Arnaldo, com as pernas cruzadas e a mão esquerda apoiando o rosto levemente inclinado, responde:

“Não, meu bem, é a Madonna. Não reparou no meu sutiã feito pelo Jean-Paul Gaultier?”

*som de risadas*

“Você… morreu… eu estou so … sonhando…” – Arnaldo balbucia de forma praticamente incompreensível.

“Meu corpo terreno se foi. Mas minha alma eterna continua vivíssima, amor. Vem cá, não sei se você ficou sabendo, mas os anos setenta acabaram e junto com eles a moda de revestir móveis com esses adesivos imitando madeira…” – Clodovil olha ao seu redor, aponta para um armário e dá um olhar sarcástico em direção à parede.

*som de risadas*

“O quê… O que está acontecendo aqui? Por que eu estou vendo o Clodovil no meu quarto? Que risadas são essas? P…(apito)…riu. Eu nem bebi ontem!” – Arnaldo mal consegue fixar sua visão em algum ponto específico. Ele procura outros indícios de que está tendo um sonho insano, tal qual um elefante cor-de-rosa ou um duende.

“Meu bem, você é o coadjuvante no meu novo programa de TV. Nem Morta! – Clodovil termina a frase e olha novamente para a parede.

*uma música alegre toma conta do local*

Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina

Arnaldo é o Pierrô, Clodovil a Colombina

Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina

Clodovil continua olhando fixamente para a parede enquanto diz: “Nem moooorta!”

“Ca…(apito)…o, agora estou até ouvindo música… Pirei de vez. Oficial.” – Arnaldo se enfia debaixo das cobertas, como uma criança se escondendo do bicho-papão.

“Não adianta, meu querido. Eu vim para ficar. Você não tem que trabalhar não?” – Para desespero de nosso coadjuvante(?) a voz de Clodovil ainda pode ser ouvida dentro da cabana formada pelo cobertor.

Arnaldo se levanta num pulo só, evita contato visual com a aparição e segue diretamente para o banheiro. Parece determinado a recobrar sua sanidade a qualquer custo. Enquanto tira sua cueca velha e carcomida, liga o chuveiro na posição verão e se enfia debaixo da torrente de água gelada.

“Gente, vai ser a menor barra de censura da história da televisão.” – A voz de Clodovil parece vir de dentro do banheiro.

*risadas*

“A água está gelada, sua bicha velha!!!” – Arnaldo, sentindo sua masculinidade ridicularizada, abaixa suas defesas contra a evidente situação estapafúrdia que vive naquele instante.

*risadas*

“Agora para de me encher o saco que eu tenho que trabalhar daqui a pouco, coisa que você obviamente não entende já que era deputado.” – Arnaldo nem se preocupa em olhar para trás, apenas ensaboa o seu corpo.

*risadas e palmas*

“Geeeente, ele ficou nervoso! Vocês sabem como eu sou, né? Não tenho papas na língua, sou sincero até a última gota. Fui criado para falar a ver…” – Clodovil discursa.

“Blá blá blá blá blááá… Não tem como trocar de canal não?” – Arnaldo termina seu banho e pega uma toalha bem ao lado de Clodovil.

*risadas*

“Ui, alguém acorda de mau humor. Azar, meu bem, porque o nosso público é o único que pode mudar de canal. E aposto que ninguém vai querer ver o programa do Chacrinha com participação especial do senso de humor do Jô Soares.” – Clodovil olha para a parede novamente.

*gritos de incentivo*

Enquanto se dirige novamente para o quarto e pega roupas no armário, Arnaldo questiona: “Por que você fica olhando para a parede? Quem está vendo isso?”

“Os desencarnados. Você nem imagina o tamanho do público que está nos acompanhando agora. E eu estou olhando para as câmeras, você não é iluminado o suficiente para enxergá-las. Assim que eu morri me ofereceram o papel de protagonista de um show onde eu daria dicas de moda, comportamento e etiqueta para um pobre coitado como você. Disseram que assim que eu completar um ano com o programa no ar, eu vou para o céu.” – Clodovil lixa as unhas enquanto fita as nádegas expostas de Arnaldo.

“Bom jeito de te manter longe do paraíso. Quando você não caga na entrada…” – Arnaldo, desconfortável com os olhares de Clodovil, veste-se apressado.

“Eu não te aconselharia a usar essa roupa, querido. Não combina e ainda evidencia essa sua barriguinha…” – Clodovil abre novamente o armário e suspira decepcionado. “Meu Deus, eu vou precisar operar um milagre aqui para te deixar na moda…” – Com um estalo de dedos da alma penada (de pavão), um turbilhão de purpurina obscurece a visão de Arnaldo, que fica sem reação.

*palmas e gritos*

“Hã?” – Arnaldo nota que sua roupa está completamente diferente, tanto o modelo quanto os tons do tecido. “Cadê a minha roupa, Clodovil?”

“Numa lixeira do Além! Agora sim você vai causar um impacto e abalar o mundo dos vivos, meu bem!” – Responde o espílhafatoso.

“Você tem certeza? Me parece um tanto quanto… gay. Principalmente a calça de couro.” – Arnaldo está pensando seriamente em se matar e trocar de canal para sempre.

“Quem é o estilista do recinto?” – Clodovil indaga.

“Se tem algum aqui deve estar mais morto do que você, porque eu não estou vendo nenhum…” – Arnaldo volta a demonstrar seu mau humor.

*vaias*

“Além disso, quem enfiou na sua cabeça que eu preciso de um assessor para estilo? Eu sou feliz do jeito que eu sou, não preciso ficar fazendo pose para o mundo ou interpretando um papel ridículo e caricatural porque sou uma bicha insegura e fracassada! E mesmo se eu quisesse alguém para me dar dicas sobre essas futilidades, eu com certeza não escolheria você. Primeiro porque você nunca se respeitou durante sua vida, e além disso fez todo tipo de papelão para aparecer enquanto dizia aos quatro ventos que não ligava para a opinião alheia. Não, Clodovil, eu não quero nada, nada mesmo, vindo de você. Vai embora daqui e nunca mais volte.” – Arnaldo começa o difícil processo de arrancar a apertadíssima calça que esmaga seus genitais.

*silêncio*

“Gordo, feio, invejoso! Você nunca vai ter o glamour que eu tive!” – Clodovil, visivelmente alterado, se volta para a parede e com um gesto pede a aproximação da câmera invisível.

Arnaldo veste novamente uma roupa masculina.

“Agora eu vou falar umas verdades para vocês, telespectadores. Vocês me conhecem, né? Eu não me escondo não, dou a cara a tapa e não tenho medo de ningu…” – Clodovil, dedo em riste, parece compenetrado em seu discurso.

Arnaldo pega sua carteira, celular e chaves e sai de casa.

Clodovil escuta a porta batendo, vira-se e contempla o apartamento vazio. Olhando novamente para a parede, solta um palavrão multi silábico desconhecido até para as almas milenares na platéia. Visivelmente chateado, senta-se na cama e esconde o rosto, do qual já brotam lágrimas.

Um celular começa a tocar. Clodovil busca o aparelho em seu bolso e atende com um gemido tristonho. Depois de escutar algumas frases, arregala os olhos e demonstra um sorriso surpreso:

“Como assim um sucesso? O público quer muito que eu continue com o programa? Com outros coadjuvantes? Um por mês? Mas você viu o que aconteceu… Ele me odiou! Quem garante que outro vivo vá gostar de ter minha companhia vinte e quatro horas por dia? Aaaahhh… entendi… Claro que eu topo! Vamos começar agora mesmo… Meu bem, eu voltei com tudo!”

***

Alguns minutos depois, no Rio de Janeiro:

“Clodovil?”

“Bom dia, Belo.”

*palmas*

Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina
Bicha não morre, bicha vira purpurina…

FIM
(Tomara…)

Clodovil, obrigado por deixar o mundo um lugar melhor para se viver, ontem. Essa é a homenagem do desfavor para um desfavor.

Já começo dizendo que o blog NÃO poderia falar de algo mais importante. Não há nada mais importante para mim do que eu mesmo. E quem não concorda está errado.

Minha CARA companheira de blog e ex-companheira de namoro, Sally, fez uma postagem inteira dedicada à minha pessoa na sua última coluna. Vocês acham que ela fez isso porque ficou furiosa por uma suposta mentira minha? Ela foi bem convincente, não?

Mas eu sei muito bem o que causou essa revolta toda. Eu percebi como ela estava argumentando ultimamente para gerar simpatia do público e tomei uma atitude: Fechei a porta dela para essa tática de inventar personagens e personalidades para qualificar suas opiniões.

Por exemplo: Eu digo que fazer uma coisa é o correto pelos motivos A, B e C. Ela rebate dizendo que quem faz isso é nazista, pedófilo e bate na mãe, e por ESSE MOTIVO, não acha que é correto.

Releiam as colunas dela. Vocês vão se divertir percebendo o padrão. Sally é uma das melhores argumentadoras que eu conheço, mas ficou preguiçosa e repetiu demais um estilo. Óbvio que eu percebi e óbvio que eu contra-ataquei.

Tão preguiçosa que até mesmo quando resolveu me detonar para recuperar a moral perdida dela, fez a mesmíssima coisa de novo:

“Eu não estava comendo legumes naquele jantar porque o Somir arrota depois de tomar coca-cola.”

Boa, campeã! O que mais me espanta é que tem gente que cai.

Não tenho o menor remorso de expor essa tática dela, porque eu sei NA PRÁTICA que o arsenal dessa trollzinha ordinária é praticamente ilimitado. Como ela mesma diz: “É só um totózinho. Crítica construtiva.”

Mas, prevendo que ela rebata isso nos comentários dizendo que eu estou mentindo porque coloco bacon no miojo, eu vou dar mais material para ela trabalhar.

Dona Sally acha que suas acusações me causarão algum problema. Ledo engano. Eu adoro ser o vilão, eu torço para que todos que leiam minhas colunas a partir de hoje fiquem com a pulga atrás da orelha para saber se eu estou mentindo ou não. Aliás, que se dane, eu posso muito bem ter mentido sobre todo o texto de hoje, quem garante?

Bom, se o desfavor tem algum lema, esse lema é: “Diz o que quer, ouve o que não quer.”

Eu sou um alvo facílimo. Sou um distraído patológico com um ego obscenamente grande.

Já a Sally não parece ser do tipo de pessoa inatingível? Disciplinada, esforçada, decidida, honesta e confiável. Pois bem, é. Nesses pontos eu não tenho nada para falar.

Ela também parece uma pessoa paciente, centrada, coerente e justa, não? Duvido que alguma amizade dela (recente) dê uma opinião muito diferente.

Mas, experimenta só namorar com ela…

– COMIGO É TUDO “CARTAS NA MESA”: No começo é uma revolução incrível. Quem vem de algum relacionamento onde a mulher insiste em não te contar o que a incomoda acha o máximo o estilo dela. Até começar a perceber que o sistema tem suas pequenas falhas. E por pequenas falhas eu quero dizer EXPLOSÕES DE RAIVA vindas absolutamente do nada. Quer dizer, não do nada, elas são ecos de discussões passadas que ela não esquece. E aí a revolução comportamental do relacionamento vira uma forma de apanhar na entrada e na saída. Pacientíssima.

Brigamos na época do caso das batatas-fritas. Passou rápido. Quando eu sugiro o tema achando que eram águas passadas e seria engraçado falar sobre isso, BUM! Pancada na segunda-feira, na terça-feira e aposto que algum comentário mal educado hoje.

Esqueceu de falar que as cartas nunca mais saem da mesa, minha CARA.

– EU DOU O CAMINHO PARA SEGUIR: Que demais! Uma mulher com manual de instrução! Ela diz com todo orgulho que se fizer exatamente o que ela pede, ela fica feliz e o namoro dá certo. Quantos homens não dariam o dedo mindinho por uma mulher que sabe o que quer e ainda TE DIZ? Ainda bem que continuo com dez dedos na mão. Porque um dos itens do manual dela é: “Eu peço coisas que eu realmente não quero só para testar se o homem é um banana.”

E lá se vai a coerência. Uma espécie de “faz o que você quiser desde que seja o que eu quero”.
Acho divertido quando ela diz que eu sou inflexível. Mais ou menos como o Stálin chamando o Mao Tse-tung de tirano.

– EU ME PREOCUPO COM A SAÚDE: Ela tem uma argumentação maravilhosa sobre como se deve manter saudável por causa das pessoas que gostam de você. Quase fui às lágrimas quando li aquilo. Eram lágrimas de tanto rir, mas mesmo assim… Perguntem para ela se ela não trocaria a saúde pela estética em virtualmente qualquer situação?

No fatídico caso das batatas-fritas, ela estava de dieta SIM, mas não para emagrecer, como eu ESCREVI no texto. (Manipuladora!) Para conseguir melhores resultados na musculação, ela toma um suplemento alimentar que ela carinhosamente chama de “veneninho”, que detona seus rins. Se comprovassem que césio 137 aumenta a bunda, ela injetaria na hora.

Ela estava tomando esse suplemento naquele dia. Eu não estava fumando. (Parei de fumar durante o namoro, voltei depois que terminou. Mas naquela época não estava.)

– NÃO LIGO PARA INTELIGÊNCIA NUM HOMEM: Eu mandei a foto mais ridícula que eu tinha para ela ver como eu era pela primeira vez. Mais uma das minhas auto-sabotagens. Desfocada, comigo descabelado e todo tosco. Adivinha o que ela disse?

“Nossa, Somir, você é gatinho!” (Sim, ela usou essas palavras.)

AHEM! Mal dava para definir se eu tinha os dois globos oculares na foto. Preocupadíssima com a aparência, hein? Ah sim, a gente precisou MARCAR um encontro para ela PEDIR uma foto, e mesmo assim era só para garantir que eu não tinha alguma deformidade horrível.

– EU SEI CUIDAR DE ANIMAIS: “Cachorro pra mim não tem vontade própria, eu comprei, eu faço o que quiser com ele.” Essa frase não foi escrita por um chef de cozinha chinês, foi proferida seguidas vezes pela Sally. A mesma que diz que eu maltrato o meu gato.
Eu não faço o que bem entender com um animal de estimação, ele não é um brinquedo.

– EU QUERO FAZER REFLETIR: HAHAHAHAHA! Essa pérola ela escreveu em seu tópico de respostas na comunidade do Orkut. Ela me acusava de ser 100% manipulador e se auto-denominava um ser-de-luz que apenas queria fazer as pessoas pensarem sobre os assuntos sobre os quais ela fala. Claro, desde que pensem parecido com ela, como eu já disse, ela detona quem discorda antes mesmo de deixar as pessoas opinarem.

– (TOC, TOC, TOC): Quem lê a comunidade no orkut não vai acreditar muito nisso não. Eu não acredito.

Tem mais, mas eu não quero escrever um livro.

Eu concordo com todas suas críticas.
Por isso mesmo tenho certeza que a gente SE MERECE. Quem namora com desfavor, desfavor é. A diferença é que eu assumo.

Para reforçar o coro para pararmos de lavar roupa suja online: somir@desfavor.com

(Este texto não é original para o desfavor, mas eu decidi que ele merecia mais uma chance de ser publicado antes de desaparecer para sempre nos meus arquivos desorganizados.)

Carta aberta às mulheres, ou: “Mas, Dr. Maligno, por que você fez isso?”.

INTRODUÇÃO

Quantas vezes você já não viu o herói ou a vítima da história fazer essa pergunta para o vilão? Essa cena de explicar o plano maligno é um dos clichês mais bem sucedidos da história das narrativas ficcionais.
Normalmente, o vilão não se dá ao trabalho de contar em detalhes o que estava fazendo até o momento definidor. A pergunta de ouro: “Por quê?”.
Entendo os vilões, não há a menor graça em expor seu estratagema genial para quem não está interessado em ouvi-lo. A reação da vítima, um misto de horror e admiração, deve ser deliciosa de se contemplar.

E é isso que estou prestes a descobrir. Faço parte do plano maligno, posso me considerar o vilão. E a vítima já fez a pergunta:

“Os homens estão diferentes, tem algo de muito errado com eles, mas… o quê?”.

Hoje em dia, de várias formas diferentes, essa pergunta povoa a mente de grande parte da população feminina. E esse é o meu sinal. Está na hora de explicar o plano maligno.

Os homens jamais aceitarão a ascensão feminina. Ou as mulheres realmente achavam que essa história de igualdade iria durar muito? Mulheres no poder? Isso é só uma fase, minhas caras leitoras. Querem entender melhor o plano? Vou simplificá-lo agora e entrar em detalhes depois. Confesso que estou adorando isso.

Problema: As mulheres decidiram que queriam igualdade. Mulheres são mais da metade da população mundial, algumas são extremamente inteligentes e a maioria tem habilidades que excedem e muito as masculinas, em incontáveis áreas. As mulheres lideram uma revolução muito poderosa, praticamente sem falhas exploráveis.
Só que esse não é o problema. O problema é como isso foi feito.

Solução: Descobrir a forma de ataque das mulheres, criar uma defesa, e logo após isso, achar o ponto fraco delas e atacar impiedosamente.

Não se surpreendam, mas os homens já estão na fase de “atacar impiedosamente”. Nesse exato momento em que você está lendo isso, as mulheres estão perdendo mais e mais território. Essa guerra já está chegando ao seu clímax. E, nos perdoem, mas vamos gozar primeiro.

Se você achava que a guerra dos sexos era algo puramente em tese, vai rever os seus conceitos a partir de agora. Agora, o plano masculino, em detalhes:

O PLANO

1 – Descobrir a forma de ataque do inimigo e criar uma defesa.

Na verdade, resolvi unir esses dois pontos por um simples motivo, o plano das mulheres apresentava algumas falhas primárias, que assim que expostas, tornaram-se a defesa dos homens.
Percebam que eu não estou diminuindo a inteligência do plano, apenas estou salientando que táticas de guerra sempre foram incumbência masculina. E que essa primeira tentativa das mulheres de mudar o mundo sofreu com a inexperiência das próprias.
De qualquer forma, parabéns pelo esforço.

1.1 – Como as mulheres atacaram.

Oras, se os homens estão no poder, estão por algum motivo. Estão por ter uma coisa neles que os torna mais aptos a liderar, algo que os fazem ter a capacidade se posicionar corretamente na escala de poder. Isso é algo inerente ao homem.

Espera aí! Se ser homem é condição básica do poder tradicional, como as mulheres poderiam ter chegado tão perto disso nos dias atuais?

A resposta é simples. Tão simples que cai na categoria de óbvio demais para perceber:
Se as mulheres nunca vão poder ser homens, é mais fácil descaracterizar o papel do homem e aproveitar essa falha deles para mudar a dinâmica do poder em escala mundial.

E foi exatamente isso que as mulheres fizeram. O homem foi desvalorizado, e a maior parte das mulheres participou ativamente disso. Pensem com calma: Qual a maior fraqueza da maioria dos homens?

Exatamente. Mulheres.
O instinto masculino urge, a cada minuto, incessantemente na busca pelo sexo oposto. Homens foram programados para isso, para atrair e conquistar a fêmea. O papel passivo feminino na mecânica da atração sexual apenas parece passivo. Na verdade, é muito mais ativo do que sugere. A mulher permite que o homem se apodere dela, é ela que escolhe quem vai aceitar ou não, e os homens sempre vão lutar por esse lugar cativo entre as pernas delas. Sempre.

Estou dizendo que as mulheres escolhem os homens. Esse poder sempre foi delas.
Mas elas queriam mais, não? Infelizmente para elas, o tiro saiu pela culatra, e tudo o que conquistaram até agora vai ser perdido, e, além disso, vão sofrer as retaliações por esse ato de rebeldia.

Não se brinca com natureza humana. Mas foi exatamente isso que aconteceu.
As mulheres queriam desmontar a figura do homem para conquistar ainda mais poder na sociedade. E como fizeram isso?

Usando o seu próprio poder. As mulheres ditaram suas novas escolhas para os homens, abusando especificamente do seu ponto fraco. Uma baixaria, se me permitem o comentário.
E como era de se imaginar, os homens atenderam.
O homem tradicional, seguro, corajoso e grosso foi preterido pelo chamado “homem-moderno”. Homem-moderno? Homem-inseguro, digo eu.
Essa demanda por um homem vaidoso, sensível e romântico destruiu as fundações do poder masculino. Utilizando o desejo sexual masculino como isca, as mulheres conseguiram criar uma distração momentânea, suficiente para garantir uma revolução feminina sem precedentes na história. E é exatamente aí que as coisas começam a dar errado.

1.2 – O ponto fraco, ou: “A melhor defesa é o ataque”.

A revolução está se estabilizando. Na maior parte dos países avançados, as mulheres estão encontrando barreiras cada vez menores. Estão tendo a liberdade inédita de escolher como viverão suas vidas. Não tenho nada contra isso.
A forma como essa revolução foi conquistada é que me incomoda. E, por uma doce ironia do destino, é exatamente o que incomoda vocês, mulheres.
Os homens andam confusos? Com dificuldade de assumir seu papel, principalmente nas relações amorosas? Você precisa se esforçar muito mais do que sempre precisou?
Perdoem-me, mas estou rindo. Os homens aceitaram esse jogo, e simplesmente deram o que as mulheres pretendiam querer.
Vocês usaram o seu poder de escolha para o mal. E percebem claramente que estão pagando o preço. Mas eu garanto que não é só a sensação de “faltar homem no mercado” que cria esse incômodo. O pior é que vocês mesmas estão se traindo. Típico, não? E esse é o gancho para o próximo capítulo.

2 – Atacar impiedosamente.

Pois bem. Para cada ação há uma reação.
Percebam que essa insatisfação feminina é um fenômeno recente. Acontecendo praticamente ao mesmo tempo que temos as primeiras presidentas em vários países, ao mesmo tempo que mulheres de todas as cores, credos e nacionalidades conseguem seu espaço no mercado de trabalho.
Essa insatisfação não ocorre sem motivo. Não se muda a natureza masculina. Somos excelentes estrategistas, e não deixaríamos uma ofensa como essa passar sem retaliações.

2.1 – Papéis invertidos.

Não foi usando o poder de escolha que as mulheres mudaram as características básicas do homem moderno? Pois é exatamente assim que estamos revertendo o processo.
Ao exigir do homem algo que não é da natureza dele, foi criada uma “zona cinza” nas relações entre os sexos. As mulheres foram obrigadas a assumir muitas das responsabilidades dessa relação, e ao mesmo tempo, cederam seu poder de escolha para os homens. Igualdade, certo?
Estamos escolhendo. Estamos escolhendo as mulheres que não se valorizam. As que abdicam do seu conjunto em detrimento do seu puro poder sexual. Xeque-mate.
As mulheres tiraram do homem grande parte de suas características masculinas. Um homem enfraquecido não deixa de ser um homem, e ainda vai buscar o poder de ser o macho de uma relação.
Mas, se esse homem perdeu grande parte do seu poder, como ele vai conseguir manter essa relação? Simples. Procurando mulheres ainda mais vulneráveis que ele.
Lei da oferta e da procura.

2.2 – Seus filhos pagarão por seus crimes.

Dramático, não? Mas é assim que as coisas estão se desenvolvendo.
Querem um sintoma de que o plano masculino está funcionando? Observem o mundo ao seu redor.
A quantidade de garotas desesperadas por atenção, sendo valorizadas apenas pelos seus corpos e nada mais é incrível. E esse comportamento cresce numa progressão geométrica.

Eu não consigo nem explanar corretamente o quão irônico é isso. Vocês percebem o que aconteceu? O discurso de valorização da mulher em detrimento de ser apenas um pedaço de carne está sendo soterrado justamente pelas mulheres usarem o sexo como base de sua revolução.

As novas gerações de mulheres terão de se adaptar aos novos tempos. Se os homens se assustam com mais facilidade, se eles não têm mais coragem de conviver com uma mulher poderosa, vão buscar refúgio em águas mais calmas.
E as mulheres que não se tornarem essas “águas mais calmas”, vão observar, impotentes, as que aprenderam a se rebaixar tomar a maioria absoluta dos homens do mundo.

Adivinhem só quais genes serão repassados e quais serão preteridos?

A segurança que as mulheres desenvolveram nessas últimas décadas está sofrendo um impacto enorme com a dificuldade dos homens em conviver com elas. E isso é percebido, de forma inconsciente, por todos. As mulheres mais novas já sofrem com esse abalo. Só que elas vão se adaptar. E as filhas delas já virão ao mundo com uma mentalidade bem parecida. E as mulheres inseguras que só conseguem se valorizar por características sexuais vão dominar o mundo.

Percebem onde isso vai parar? Vocês nos enfraqueceram, nós estamos devolvendo. Com juros e correção.

Eu já escrevi cheque-mate? Nunca é demais reforçar nesse caso: Xeque-mate!

CONCLUSÃO

Outro clichê famoso envolvendo a revelação do plano por parte do vilão é que ele sempre conta tudo antes da hora. E com isso dá uma oportunidade para a vítima de escapar.

Será que é o caso?
Será que as mulheres vão perceber que criaram um padrão de escolha para os homens que querem que na verdade só cria desgosto para as próprias?
Será que elas vão voltar a valorizar o homem verdadeiro e dar uma chance desse se posicionar ao lado delas ao invés de ter de derrubá-las impiedosamente?
Será que as mulheres vão perceber que não há nada errado em ser mulher?
Há uma chance das mulheres inseguras não destruírem completamente o que outras gerações de mulheres criaram baseadas numa premissa falha?

Essa e outras respostas no próximo capítulo.
Seja lá quando for.