Num ato de bondade sem precedentes, Sally sugeriu um tema simples para a coluna de hoje em solidariedade ao estado físico, psicológico e etílico de Somir.

E mesmo assim, ele atrasou o texto.

O tema de hoje é: Cães ou gatos? Qual o melhor animal de estimação?

Já começo avisando que sou partidário dos felinos. Foi um caso de identificação à primeira vista: Só fazem o que querem, gostam de ficar sozinhos, não dão satisfação sobre o que fazem e quando gostam de alguém, gostam de verdade.

É capaz de acharem que eu não gosto de cachorros, mas não é o caso. Estou expressando uma preferência. Já tive cachorros, gostava muito deles, mas na comparação eu acabo preferindo os gatos. E vou explicar os motivos:

– Gatos são mais inteligentes: E essa é uma característica que eu prezo. Vejam bem, cachorros são animais que por natureza vivem em grupos, está no pacote de instintos deles se comunicarem com outros e conviverem entre si. Os gatos não, gatos são animais solitários cuja evolução permitiu que se virassem absolutamente sozinhos na natureza. E não é que os felinos APRENDERAM a conviver com outra espécie? Os cachorros simplesmente continuaram fazendo o que sempre fizeram, apenas deram sorte da humanidade encontrar utilidade na companhia deles. Para um cão o dono nada mais é do que mais um membro da matilha. Um gato entende que seu dono é um ser diferente.

Uma das características mais valiosas da inteligência humana é a comunicação. E nesse aspecto, também, gatos demonstram-se mais evoluídos. Já perceberam como cachorro late para qualquer coisa? Não é incomum perceber que seu cão está se esgoelando diante da ameaça iminente de uma folha seca voando pelo quintal. Por ser um animal de grupo, o cão só se importa em fazer barulho e chamar a atenção de outros. O gato sabe com quem está se comunicando. É muito comum que um gato levante a cabeça, espere que seu dono retribua o contato visual para só aí miar. Isso é comunicação avançada, não apenas algazarra.

Outra confusão comum é achar que o fato do cão poder ser adestrado, ao contrário do gato, significa que a inteligência do cão é mais avançada. Na verdade só quer dizer que o cão é mais subserviente e desprovido de vontade própria. Se fôssemos tão inteligentes como um cão, alguma outra espécie primata teria nos feito de escravos. É mais inteligente quem obedece? Bom, cada um com suas escolhas, mas para mim ser um capacho é um demérito e prova de inteligência primitiva.

– Gatos são mais femininos: É mais forte do que eu, entre um ser musculoso e viril e um esguio e delicado eu vou preferir a segunda opção. É mais agradável essa convivência. Claro que existem cachorros pequenos, mas eles tem uma personalidade tão repulsiva que só “Felícias” como a Sally (escrava de animais irracionais) conseguem gostar. O cachorro pula, corre e se estabaca contra várias superfícies constantemente, parece uma criança com síndrome de Down depois de tomar esteróides. Pode até ser engraçado, mas diminui o meu respeito por eles. Um gato parece ter controle absoluto sobre seus movimentos, ele dificilmente se coloca em situações ridículas. Numa comparação distante: Cachorros são moleques confusos e gatos são mulheres seguras de si. Conceito personalíssimo, eu sei. Mas atribui características que me fazem admirar os felinos ainda mais.

– Gatos são mais honestos: E aqui a maior farsa de todas, a de que cachorros são mais sinceros no seu “amor” pelo dono. Na verdade o cão é o animal que MENOS se aproxima da nossa concepção de amor. O cachorro não ama ninguém, o cérebro dele não permite isso. Ele é fiel, claro, mas não é como se ele tivesse alguma escolha. A espécie dele só continuou viva por eles aprenderem a defender o bando. Ou você acha que o totó pensou profundamente sobre o risco que o invasor da propriedade causaria à família que cuida dele antes de atacar? O cão defende o território e está CAGANDO E ANDANDO para o dono. Ele tenta evitar que o grupo dele sofra baixas para aumentar as PRÓPRIAS CHANCES de continuar vivo.

Desculpem-me por dizer isso, mas o seu cão não te ama. Nunca vai amar. É que nem pedir para uma pedra se movimentar. Um cão não consegue pensar de forma abstrata. Eu sei que pode parecer muito tocante para nós quando um cão defende o dono, mas um animal irracional não consegue fazer escolhas nesse sentido. Ele simplesmente reage aos estímulos do ambiente baseado nos seus instintos. O cão está sempre SE defendendo.

A combinação entre homem e cachorro deu certo porque o cão aceita o papel de escravo para continuar vivo e porque o humano é tão carente que precisa achar aceitação em qualquer lugar.

Os gatos nunca foram escravizados. Eles dividem o espaço com o humano por pura conveniência. Se você o trata bem ele fica por perto, se você o trata mal ele vai embora procurar outras oportunidades na vida. Simples assim. O gato gosta de você se você gostar dele. E eu acho essa característica pra lá de louvável.

Percebem como minha argumentação é essencialmente subjetiva? Pra mim cães e gatos são animais irracionais, sendo que os cães tem mais aplicações práticas como “pata-de-obra” escrava.

Se eu tivesse que proteger uma casa, eu escolheria o animal irracional que considera o meu quintal seu território. Se eu estiver morando num apartamento, eu escolho um gato, que causa menos confusão e é mais barato para se cuidar.

Nenhum deles vai me amar. E eu nunca quis isso. Eu hein… O dia que eu precisar comprar um ser vivo para compensar minha solidão, as coisas irão de mal a pior. Pessoas como a Sally vão me chamar de morto-por-dentro, mas a verdade é essa. A verdade dói. As pessoas dão para os animais de estimação significados que eles nunca poderiam ter e se enganam enxergando atitudes humanas em animais que tentam lamber sua cara depois de lamber o próprio rabo.

O cão é um escravo melhor.

O gato é um animal de estimação melhor. Ponto. Quantas crianças morreram depois de ataques de gatos? E de cachorros? Exato.

Para me chamar de viado por gostar de gatos, para dizer que seu cão é diferente e entende um sentimento complexo que necessita de um cérebro dez vezes mais complexo do que o dele para ser compreendido: somir@desfavor.com


Desde já deixo claro que não odeio gatos. Preferir cães não é excludente para gostar de gatos. Preferir cães é apenas preferir cães.

O que se espera de um animal de estimação? Que seja companheiro, certo? Eu não quero animais de estimação como mero adorno (um aquário, por exemplo, onde o animal não interage com o dono). E em matéria de companheirismo, nada supera um cachorro.
Existem coisas que não adianta falar aqui, que só quem tem um cachorro sabe. Coisas que se eu contar, muita gente vai achar que é mentira. Tem coisas que só um cachorro faz por você. Gato é bacaninha, te dá carinho, mas não se compara com a troca que você tem com um cão.

Muitos dizem que cães são carentes, demandam muita atenção e dão muito trabalho. Talvez seja verdade, mas quando analisamos a relação custo/benefício, as coisas boas que um cão proporciona superam (e muito) o ônus de ter um cachorro.

Alguém aqui já viu histórias de gatos que salvaram a vida dos seus donos? Naquela madrugada em que um ladrão armado tenta entrar na sua casa, o cão está ali te protegendo, disposto a dar a própria vida por você. O gato provavelmente está na rua, promovendo uma balada felina, na maior putaria. Só volta no dia seguinte. E mesmo que esteja em casa, ao ouvir um disparo de arma de fogo, o que será que o gato faz? Corre para se esconder. O cão corre para proteger o dono.

“Mas Sally, eu me identifico mais com gato”. Ótimo. Viva a diversidade. Tem todo o direito de preferir o comportamento do gato, mas convenhamos, COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO, o cachorro é melhor.

Um cão pode ser guia de cego, um cão dá a vida pelo dono, um cão entende seu dono e é solidário. Cães são preferência mundial. Alguém aqui imagina um esquimó tendo seu trenó puxado por gatos? Ora, se for para depender da cooperação de gatos, o ser humano está fodido. Gato só faz o que quer quando quer. Isso não é uma relação de troca, isso é sustentar vagabundo.

Cães podem ser ensinados a realizar pequenas tarefas e tem prazer em cooperar conosco. Um cão feliz é um cão que faz o dono feliz. Um gato feliz é um gato de barriga cheia.

Gatos não são adestráveis. Tem gente que vê beleza nisso, no animal fazer só o que quer. Eu acho que a beleza toda acaba quando o “animal independente” começa a afiar as garras no sofá e nas cortinas e começa a urinar por aí. Como pode ser um bom mascote um animal que se recusa a tomar banho? Eca…

O cão é o melhor amigo do homem. Historicamente o cão ajudou o homem a chegar onde chegou. Até hoje ajuda. Ajuda a nos proteger, ajuda a polícia, ajuda a descobrir drogas, ajuda a resgatar pessoas, ajuda deficientes físicos, ajuda a quem ele puder ajudar, dentro das suas limitações. E ajuda feliz.

Onde está escrito que para ser bacana tem que ser arrogante, individualista, orgulhoso e independente como um gato? Que porra de mundo é esse onde os defeitos de um gato são ostentados como qualidade e as qualidades de um cachorro são menosprezadas como defeito? Ser fiel, leal, companheiro e dar a vida por alguém agora virou defeito? Me poupe!

O que me atrai no cão não é a obediência. Não quero um brinquedinho. O que me encanta é o prazer com o qual ele faz o que lhe é pedido, porque ele fica feliz com a sua felicidade. E mesmo quando não é treinado, é impressionante como um cão entende um ser humano, sabe quando seu dono está triste e se mostra solidário. Cachorro se preocupa com seu dono.Os benefícios de ter um cão estão comprovados. Cães podem ajudar uma pessoa a sair de uma depressão, por exemplo.

Tem gente que faz parecer que quem compra um cão é carente, que esse tipo de carinho que o cão oferece só é apreciado por pessoas solitárias que não tem outros seres humanos para suprir essas necessidades. Não concordo. Quem compra um animal de estimação, quer uma troca. Quanto mais intensa essa troca, melhor (a não ser que você seja um frio morto por dentro com medo de se envolver com seu animal porque um dia ele vai morrer e você vai sofrer, nesse caso, compre um gato mesmo, ou melhor, três gatos).

Não tem como negar: cães se doam muito mais ao dono do que gatos. E eu gosto de relações intensas, de entrega, de afeto. Não quero um bicho de estimação que eu não teria confiança suficiente para deixar ao lado de um filho pequeno…

Para me chamar de carente, para mandar uma foto do seu cãozinho e para sugerir temas: sally@desfavor.com


Se você tem um desfavor de texto e quer vê-lo postado aqui, basta mandá-lo para desfavor@desfavor.com
Se nós temos coragem de postar nossos textos, imagine só os seus…

DESFAVORES FAMILIARES

Dado o grande número de desfavores sociais que vêm nos assolando nos últimos tempos, resolvi escrever um desfavor pessoal, ou melhor, um desfavor familiar. Antes de começar a pôr meu guizo em ação, vou dar nome aos bois e ambientar para que todos nós entendamos a situação. (inclusive eu).

Moro com meus pais, minha irmã fugiu de casa com a namorado drogado, meu pai não se conforma com isso, nas suas crises de ódio desconta em quem está por perto. Eu também não sou grandes coisa, mas estudo e tenho projetos (duvidosos) de vida. Papi e mami são largados de suas primeiras relações e trazem rabichos (filhos). Meu pai é filho de uma beata inútil que vê mulher largada como mulher puta. No começo da relação de meus pais, minha mãe não podia nem passar na rua dos velhos, meu avô falava pro meu pai “tira essa puta da minha rua”, minha Vó: “Não vou reconhecer seus futuros filhos com ela”. Minha mãe brincou na época: “E essa velha é cartório pra reconhecer alguma coisa?”. A primeira briga foi a seguinte: Meus pais moravam juntos, mamis esperava eu, três meses eu acho, e todos foram em casa, inclusive os irmãos idiotas de meu pai. Na raiva que ela tinha de minha mãe, ela incentivava meu pai a sair com seu irmão e voltar de madrugada, nessa visita a velha falou: “você e o seu irmão deveriam sair mais para curtir essa fase..”. Nesse dia meu pai havia chego às 4 da manha bêbado igual um gambá. Puta da cara minha mãe xingou todos, coloco-os para fora sob lindos e poéticos palavrões. Como perceberam a velha foi cínica, ela sabia da saída noturna de papis.
Mudamos de Estado. Relações familiares estreitadas durante bons 15 anos, cresci sem avós paternos. (oh que dó de mimm, ohhh).

Quando as pessoas ficam velhas (meus queridos avós) elas tendem a ficarem “boazinhas” e se aproximarem dos filhos e noras, netos. Pois bem, os velhos vieram aqui em 2005. Eu não os conhecia direito. Quis esquecer as informações deles que eu já tinha e estava disposta a ter uma boa relação com meus avós, mesmo sabendo como eles são. Eu abstrai tudo e os tratei bem, MESMO. Nesse dia coincidentemente minha irmã fujona de casa baixou em casa. Baixaria à vista. Eles ficaram 10 dias em casa, tudo certinho. Um adendo, é que, eu e meu pai nos xingamos, brincamos, não é lá um relacionamento pai e filha tradicional mas é assim, eu me entendo assim com ele e nunca quase brigamos. Um dia fomos todos de carro (os véios juntos) fazer compras e deixar minha irmã no centro. No caminho meu pai xingou o namorado dela e começou a putaria. Ela desceu e foi ao encontro dele. Eu fiquei no carro com o resto do povo. Do nada meu pai “pela genética você vai ser igual sua irmã, uma puta que corre atrás de drogados pra casar”. Eu não aguentei e chamei ele de um nome carinhoso. Minha vó chamou minha atenção, brigou e eu ouvi quieta. Mas chegando em casa ela veio atrás de mim no quarto e começou a esbravejar que, ela como vó tem esse direito, eu respondi: “Como vó que me viu duas vezes na vida acha que pode falar assim? Sai do meu quarto”. Sob chantagem paterna pedi desculpas senão minha carta de motorista teria seu pagamento (cheque) sustado. Meus primos são todos uns idiotas nenhum faz faculdade, ela dá bastante dinheiro pra eles, até carro já deu. Eu nunca paguei pau pra ganhar nada. Eles até vão na missa com ela pra fazer bonito. Eu não faço e não faço MESMO. Embora papis diga para fazer…

Ficamos todos mais três anos sem contado, eles voltaram, a mando de meu pai. Fomos todos à praia (mês passado). Eu, meus pais e meus avós. Tudo bem, tudo legal. Mas, meu tio apareceu. Ele é mimado, besta, só xinga mulher e idoso. É um policialzinho que só é valente com arma na mão. Quando meu pai o vê, vira criança e esquece de todos. Eu andei na praia com os dois. Meu pai falou pra ele que está com depressão e meu tio disse: “isso é falta de meter”. Na minha frente ele falava muita besteira. Meu pai achava tudo lindo, lindo… Eu já havia me desentendido com ele anos antes porque esse ser gosta de xingar mulher, de dar uma de herói, já tentou até bater na mamis quando ela estava grávida de mim, no episódio que relatei a pouco. Não nos desentendemos até então, o mimadão ficou de boa, até bati papo com ele. Todos na minha familia falam palavrão, inclusive mijar, e esse tio mais ainda. Estávamos indo para o mar, eu pai e tio, meu pai reclamou do frio, meu tio não. Eu olhei pro pai e falei “mija que esquenta”. Meu tio virou pra mim e disse “parece uma puta rampeira”. Falou num tom alto. Meu pai defendeu ele. Eu mandei ele se foder. Meu pai de novo defendeu ele. Meu tio disse novamente: “parece uma rampeira querendo chamar atenção pra dar a qualquer custo”. Meu sangue ferveu ” mas quem é que está gritando aqui em? Parece que é você, não é mesmo” Mandei ele calar a boca e o chamei de retardado. Meu pai deu razão pra ele, pra variar. Não vou dizer que estou certa, mas, ele falou perto de mim que meu pai precisava meter, eu falei mijar. Será que feriu a honra dele? Ele saiu de perto e foi pro fundo. Torci pra ele se afogar.

Titio é conhecido como “eu sou um cara que não tô nem ai pra porra nenhuma, sou quase o joão gordo, quero que se foda tudo, tudo pra mim entra por um ouvido e sai por outro”. Parece que não foi assim. Chegando no apartamento ele começou arrumar suas coisas e foi embora pra SP. Será que eu ofendi o “todo poderoso”, ou é só gritar e enfrentar que esses batedores de mulheres e idosos acalmam? Pois ele se foi. Meu pai me culpou. Eu não pedi desculpas, pois não as devia. Ele falou pra todos ouvirem “o ar está irrespirável”. Que dó. “quer que eu abra as janelas?”. Sem saber o que aconteceu minha avó deu razão a ele, não é de se estranhar, até meu pai deu. Sabe por que meu pai defendeu ele, nas palavras de papai: “porque ele é tio, é mais velho e tem direito de chamar atenção”. Ele tem 40 anos e é um bosta. Ele não tem esse direito, mas, vamos supor que ele merecesse, ele falaria meter na minha frente? Mijar parece mais leve. Ele falou coisas até piores já. Meu pai também fala, mas se acha que ele ia dar razão pra mim e brigar com aquele animal de 120 quilos?

Minha vó aproveitou o ensejo e foi falar pra minha mãe que respondona desse jeito eu morreria só. Minha mãe falou: “a senhora não costuma ouvir as duas parte, né, a Laure pode ser tudo, mas puta ela não é”. A vó ignóbil retrucou: “uma menina com faculdade respondona”. Mami interviu: “mas seu filho também tem faculdade, certo?”. Os argumentos da velha se foram e a cara de bunda continuou. Ela não tinha coragem de falar nada na minha cara, porque sabia que ia levar. No dia seguinte todos iríamos para SP e dormiríamos na casa desse tio. Ele falo pro meu pai: “se na minha casa ela me responder, ela leva na cara”. Meu pai me falou isso e disse: “nesse caso eu iria a seu favor laure”. Eu ia precisar levar na cara pro meu pai ponderar as coisas. Eu mexi os pauzinhos para não dormir lá. Certamente ele queria para me dar o troco. Passamos na casa dele. Eu não desci do carro, fui comer um churrasco no Tucuruvi.Ele deve ter morrido de ódio..como ele ia descontar assim? hahaha. Depois disso fomos para a casa da querida vovó, ficamos 5 dias lá, meu pai não me deixou pegar um bus pra casa e eu tava dura, então fui boazinha, mas, acidentalmente, quebrei muita coisa na casa dela. Acho que preciso de óculos.

Foi isso. Familia boa é a que fica longe ou perto onde ninguém se mete. Exste isso? Não sei, agora só sei que quero distância. Pelo menos disso tudo descobri que preciso usar óculos.

Laure

Dado Dolabella, desfavor profissional que eventualmente faz bicos como ator e cantor foi preso na última terça-feira, 17 de março, por desrespeitar decisão judicial e principalmente, desrespeitar o próprio cérebro. Esse não é o desfavor da semana.

Dado Dolabella, desfavor profissional que eventualmente faz bicos como ator e cantor foi solto na última quarta-feira, 18 de março, por intermédio de um habeas corpus e principalmente, intermédio da atenção dispensada pela mídia. Agora sim esse é o desfavor da semana.

(Não vou fazer o trocadilho. Esqueçam…)

Quando fiquei sabendo da prisão de Dado Dolabella, imaginei que algum delegado tivesse comprado seu CD e resolvido tomar uma atitude humanitária. Infelizmente não foi o caso.

Na verdade, Dado estava apenas pavimentando mais alguns passos na estrada rumo à sucessão de Rafael Pilha como desfavor honorário. Carlos Eduardo Bouças Dolabella Filho estava proibido de se aproximar de Luana Elídia Afonso Piovani, sua ex-namorada, após decisão judicial do I Juizado de Violência Doméstica do Rio de Janeiro.

A decisão se deu por causa de um infeliz caso de violência doméstica. Dado Dolabella enfiou a porrada em Luana Piovani, o que não incomodou ninguém, mas também bateu numa camareira idosa, o que caracterizou o crime de violência contra Doméstica. (Sindicato forte esse…)

Pensando no bem estar do rapaz, a juíza responsável pelo caso decidiu que ele já tinha agüentado o suficiente e que merecia um pouco de paz. Dado deveria se manter a pelo menos 250 metros de distância de Luana ou seria mandado para a cadeia para pensar na besteira que pretendia fazer.

Infelizmente, Carlos Eduardo não é o que se pode chamar de pessoa brilhante. Antes de fazer a besteira de namorar Luana Piovani, era conhecido por uma patética discussão com outro desfavor: João Gordo. Como João Gordo não era uma senhora idosa e indefesa, Dado decidiu que não partiria para as vias de fato, mas sim que iniciaria numa guerra de alfinetadas e tiradas sarcásticas contra um homem que casou com uma mulher argentina. Não preciso nem dizer que pela falta total de inteligência de ambas as partes, a discussão terminou mal, com ambos fingindo que estavam sendo contidos por terceiros para não saírem no tapa.

Pois bem, a dificuldade de Dado com conceitos complexos como não debochar abertamente de uma sentença em público foi o que o colocou atrás das grades. Ao invés de fazer como qualquer homem minimamente inteligente e se manter longe de uma mulher como Luana Piovani (após ter traçado), nosso desfavor honorário júnior decidiu testar os limites da decisão munido de uma fita métrica. Por limitações técnicas do aparato, ele acabou muito mais próximo de Luana do que poderia legalmente. (Até por isso acabou expulso do camarote pela sua proximidade com as drogas.)

Claro que isso não era suficiente, Dado Dolabella testou esses limites num camarote freqüentado por celebridades em pleno carnaval carioca. Deve-se notar que em um ambiente desses, até mesmo um ex-BBB seria fotografado. Essa ousadia foi registrada e utilizada contra ele pelos advogados de Luana, que conseguiram sua prisão.

Com essa medida, Luana Piovani se viu livre do risco de violência domiciliar perpetrada por um homem que não mora com ela.

Durante o cárcere, Dado enfrentou todo o tipo de provação: O sinal de seu celular era horrível e o estrogonofe do jantar estava salgado além da conta.

Pouco mais de vinte e quatro horas depois, os advogados da família de Dado conseguiram sua libertação alegando que ele não entendia a diferença entre metros e centímetros, e que cometera um erro honesto. As autoridades chegaram a duvidar de tamanha estupidez, mas os advogados conseguiram convencê-las dizendo que Dado havia namorado Luana Piovani por livre e espontânea vontade.

O desfavor da semana é a justiça brasileira perdoar esse tipo de comportamento destrutivo por parte de Dolabella, liberando-o para insistir no erro de se aproximar de Piovani mais vezes. O Estado deveria corrigir o cidadão que passa pelo seu sistema carcerário.

Talvez com mais tempo de prisão e a convivência com homens mais inteligentes na cela, Dado fosse capaz de entender onde está errando e aprender com sua experiência. Mas como o nosso sistema judiciário tem preconceito contra brancos e ricos, não vai ter a chance de passar mais do que um mísero dia de reflexão atrás das grades.

Que lição podemos tirar disso?

Tomara que semana que vem tenhamos um assunto melhor.

Para pedir uns tabefes, para me passar a receita do estrogonofe de cadeia ou mesmo para perguntar se eu tenho dado em casa: somir@desfavor.com


Dado Dollabela foi preso. Depois de dar uns pescotapas muito bem dados em sua então namorada chatolina, Luana Piovani, Dado foi processado e até que fosse dada a sentença, não poderia chegar a menos de 250m de distância de Luana em função de uma ordem judicial. Isto ocorreu em novembro. Não vou julgar o mérito da decisão nem a Lei Maria da Penha, estou apenas expondo o caso.

Pois bem. Você é famoso (?), meteu a mão na cara da sua namorada também famosa em um local público e inclusive foi filmado fazendo esta graça. De quebra (com trocadilho) ainda bateu em uma idosa. A opinião pública se volta toda contra você (menos nós do Desfavor, Dado, mandou benzão!). O que uma pessoa sensata faz? Se recolhe, fica no sapatinho. O que Dado fez?

Dado não se fez de rogado. Continuou badalando e quicando no calcanhar por aí. No carnaval foi para o camarote de uma cerveja no Rio de Janeiro ver o desfile das escolas de samba, onde também estava sua ex. Não contente em descumprir a determinação judicial, ainda debochou e tirou uma foto segurando uma trena para medir se estava ou não a 250m de distância da chatonilda. Descumprir ordem judicial é um risco, mas debochar dela de forma pública é o verdadeiro prenúncio da desgraça. Tá pouco? Ainda foi expulso do camarote no final da noite por estar consumindo drogas. Tá pouco II? Ainda foi a outro evento onde Luana estava, uma festa no MAM. Seria Dado irmão de Rafael Pilha?

Acabaram prendendo Dado, na terça-feira dia 17. Acredito eu mais pelo deboche público do que pelo descumprimento em si. Dado não tem direito a cela especial, então, foi pro geralzão mesmo: dividiu uma cela com mais 13 homens. Isso retrata a precariedade do nosso sistema carcerário, onde já se viu submeter uma pessoa a essas condições desumanas? Mesmo o mais criminoso dos bandidos não merece estar crueldade: dividir cela com Dado. Parece até que ele cantou uma de suas músicas na cela! Chamem os Direitos Humanos! Chamem a ONU! Tortura é crime!

Qual é o desfavor? SOLTARAM DADO.

Não que eu ache que ele tenha que ser preso porque deu uma bifa em Luana, muito pelo contrário, merecia uma medalha. Tem que ser preso por optar estar no mesmo ambiente que essa asquerosa arrogante de merda! Me digam uma coisa… PRECISA de determinação judicial para não chegar perto de Luana Piovani? Precisa alguém proibir? Um ser humano com bom senso não chega perto dela por amor próprio! Porra, Dado! DUAS VEZES? Qual é o seu problema? Tem mais é que ser preso e ficar um bom tempo preso para pensar na merda que você fez! Onde já se viu se aproximar voluntariamente de Luana Piovani! Aff…

A família de Dado também parece ser portadora do gene “sem noção”. Deram uma série de entrevistas preocupantes. Em uma delas contaram que ele está preso no “Seguro”, apelido que se dá a uma cela especial informal onde não há presos de alta periculosidade, que se obtém mediante pagamento diário. Mamãe Dado subornando as autoridades. Bacana. Depois disso, Mamãe Dado contou que falou com ele no celular em diversas ocasiões e que ele a acalmava dizendo que estava tudo bem. Perguntada COMO isto foi possível, uma vez que não é permitido a presos que tenham celular, ela engasgou, tossiu e desconversou. O irmão de Dado informou que ele comeu estrogonofe (é muita síndrome de Revista Caras, não? Eu lá quero saber o que Dado comeu?), quando o prato do dia servido era frango com berinjela. Dado foi preso com celular, em local afastado dos presos perigosos e com comida própria. Assim até eu. Prende Eu!

Mas enfim, vamos ao argumento central: alguém que OPTA por uma proximidade com Luana Piovani tem mais é que se foder. Já não percebeu que a mulher é doida? Tinha que optar por ficar próximo dela? Comeu bosta, Dado? Com a faca no pescoço a e ainda é expulso do camarote por estar se drogando? Tem ou não tem que se foder?

Em tempo: Luana também agrediu fisicamente uma pessoa, uma funcionária da Rede Globo, faz pouco tempo, conforme amplamente noticiado na imprensa. Se Dado é bandido (e é) ela também é. Prendam Luana também! Faz melhor, prende Luana com Dado, estilo “Cúpula do Trovão”, dois entram, um sai. Dá uma foice para cada um e tranca a porta. JigSaw Tupiniquim.

Numa boa, soltar Dado foi um tremendo desfavor. Quando saiu, Dado ainda disse “A justiça tarda mas não falha”. Alguém tem que se tocar e fazer aquela cirurgia de retirada das cordas vocais que se faz em cachorro que late muito em Dado. Deixo meu apelo ao Judiciário: por favor, quando encarcerarem esses cantores ruins, façam pra valer! Não posso viver em um mundo com Dado e Belo circulando pelas ruas!

Para dizer que não agüenta mais ouvir falar de Dado, para fazer trocadilhos com a frase “tem Dado na cela” e para sugerir temas: sally@desfavor.com

Sejam bem-vindos ao primeiro capítulo de “DRAMA!”, a novela da DR FOREVER que é exclusividade do desfavor. (Até porque ninguém mais teria coragem de colocar isso no ar…)

PERSONAGENS:


Conheça a geniosa Sally Somir, uma mulher carinhosa, carente e careta. Sally sempre sonhou com sua independência e uma carreira de sucesso no mundo da dança, mas tudo mudou quando conheceu e se apaixonou pelo seu atual marido, o ranzinza Tiago Somir.


Somir é um homem de opiniões fortes e moral duvidosa, desagradável com quase todos que o cercam, seu ponto fraco e porto seguro é a mulher, da qual não se separaria nem se deixasse de ser um preguiçoso inseguro. Somir vive em pé-de-guerra com sua irmã solteirona Sueli.


Sueli, que de tão parecida com o irmão é apelidada de Somira, quando não está se metendo nos assuntos do casamento do irmão, está correndo atrás do homem pelo qual se apaixonou perdidamente na adolescência, Rafael Pilha.


Pilha, ex-cantor ex-telionatário, já foi uma das celebridades mais conhecidas no Brasil nos anos 80, quando seu grupo, o Pó Legal, liderava todas as paradas dublando músicas melosas em programas de auditório. Por conta das drogas, hoje em dia Pilha mora numa favela com a doce Lindamár Silva.


Lindamár é uma mulher guerreira que sustenta sua casa e seu grande amor trabalhando como lavadeira, passadeira, cozinheira, pedreira, parteira, rameira e enfermeira. Exemplo de dedicação e espiritualidade, encontra na igreja evangélica Deus nos Acuda forças para continuar cuidando do marido drogado.



Também freqüentadora da igreja, Kelly Silveira é uma dançarina de axé desempregada e desclassificada que deu… muito duro… para se mudar para a cidade grande e esquecer seu passado, sempre ao lado do fidelíssimo e sofisticado marido frouxo Olavo Camargo.



Conheça ainda Carlão Jamanta e Pantera, uma dupla inseparável recém-chegada à cidade e que promete bagunçar a vida de todos com seus planos mirabolantes para ficarem ricos e pegar muita mulher.


Eventualmente todos cruzarão seus caminhos com o da jovem Helena, que vive entrevada numa cama após um terrível acidente de carro.

NOTA: Não se preocupem, Sally e Somir continuam sendo os protagonistas.

A cada semana um episódio novo.


DRAMA! CAPÍTULO 1, CENA 1:

Veneza, Itália:

A bordo de uma das famosas gôndolas venezianas, Sally e Batistuta celebram seu amor eterno enquanto navegam pelos românticos canais da cidade.

SALLY: É um sonho estar aqui com você, corazón.
BATISTUTA: Nem um sonho poderia retratar tanta beleza como a que possui.
SALLY: Óóónnhhh… Me beija…
BATISTUTA: Onde está a minha gravata vermelha?
SALLY: Hã? Não sei, amor. Eu quero te beijar.

Batistuta dá um beijo de meio segundo em Sally, sem língua.

BATISTUTA: Pronto. A gravata?
SALLY: É… Quando a gente chegar em casa eu pego ela para você. Vamos aproveitar o passeio romântico agora, tudo bem?
BATISTUTA: Que mané passeio romântico? Sally, eu estou ATRASADO!

Realidade, Brasil:

Sally abre os olhos e dá de cara com Somir, mal-humorado como em todas as manhãs.

SALLY: *grunhido*
SOMIR: Ah, que se foda, pego outra. Você nem pra achar uma porra de uma gravata, hein?
SALLY: *suspiro*
SOMIR: Não custa nada fazer um cafezinho para o seu corazón, né?
SALLY: Corazón?
SOMIR: Você estava sonhando comigo e me chamou disso.
SALLY: Sonhando com você? *princípio de riso*
SOMIR:*princípio de fúria*
SALLY: Claro! Estava sim, corazón! Vou lá fazer o café…

Sally sai rapidamente do quarto em direção à cozinha.

SOMIR: Sally, que zona é essa no banheiro? Por que está tudo enfiado numa sacola? Cadê o meu creme de barbear?
SALLY: Esqueceu que hoje vem o pedreiro para reformar o banheiro? O seu creme e o barbeador estão na sacola verde no chão.
SOMIR: Precisa MESMO reformar o banheiro?
SALLY: Depois da sua aventura de encanador amador, sim.
SOMIR: O chuveiro está funcionando agora, não está?
SALLY: Se por funcionando você quer dizer saindo mais água da parede do que do chuveiro em si…
SOMIR: Fresca.
SALLY: *suspiro*

Alguns minutos depois:

SOMIR: Beijotchamofui! *porta batendo*
SALLY: O café…

DRAMA! CAPÍTULO 1, CENA 2:

Enquanto isso, na comunidade Nova Esperança:

Olavo lê o jornal do dia calmamente enquanto toma uma xícara de café. É distraído pelo som da porta da frente abrindo.

OLAVO: Pombinha?
KELLY: *grunhido*
OLAVO: Deveria ter me avisado que ia dormir na casa de uma amiga. Tive que ligar para todos seus colegas para saber onde você estava.
KELLY: Minha cabeça…
OLAVO: Acabei de fazer um cafezinho, senta aí que eu sirvo para você.
KELLY: Fala… baixo…
OLAVO: Só se você me der uma bitoquinha.

Olavo se inclina, faz bico e fecha os olhos. Kelly afasta o rosto de Olavo com a mão.

KELLY: Vai… tomar… no…
OLAVO: Você não acha que está muito cedo para começar com esse linguajar?
KELLY: *suspiro*
OLAVO: Pronto, saindo um café do jeito que você gosta.

Kelly vira num gole só, bate a xícara na mesa e faz um gesto com as mãos para Olavo servir mais.

OLAVO: Deve ter sido um show daqueles, hein? Está cheia de marcas na pele…
KELLY: Foi um show daqueles mesmo… Você sabe como eu fico cansada depois, né? Meus joelhos estão todos machucados e arranhados.
OLAVO: Bom, eu já deixei a cama pronta para você descansar e repor suas energias. Hoje é dia de… você sabe… *sorriso envergonhado*
KELLY: Se eu fosse você não teria muitas esperanças… Estou toda assada.
OLAVO: Hmmm… Tudo bem. Tenho que trabalhar, aquelas crianças não vão aprender matemática sozinhas.
KELLY: Quando é que você vai ter um emprego decente, Olavo?
OLAVO: Nós já discutimos sobre isso, minha pombinha. É só uma fase, logo eu conseguirei minha vaga para lecionar na universidade e todos nossos problemas financeiros ficarão no passado!
KELLY: Você fala isso há mais de um mês… Estou no meu limite, Olavo! Eu não sou mulher de homem qualquer não, viu?
OLAVO: Eu sei disso, você é a mulher mais importante do mundo para mim e eu te prometo que…

O celular de Kelly começa a tocar.

KELLY: Alô? Me conheceu ontem? A gente o quê? Ah… Sei… Você é o moreno da camiseta ver… Loiro? Ah, lembro sim… Hihihihihi…
OLAVO: … Eu estou saindo…
KELLY: Shhhh! Vai… vai!
OLAVO: Até mais, meu amor.

Kelly faz o movimento de enxotar com as mãos. Olavo sai cabisbaixo de casa.

DRAMA! CAPÍTULO 1, CENA 3:

Um chevete caramelo em péssimo estado desce a rua principal da favela Velha Esperança. O som do carro cospe acordes altíssimos e desafinados de uma música que poderia ser chamada de forró se fosse compreensível. Dentro do carro, dois rapazes conversam.

CARLÃO: Vixe! Tamo pagano di gostoso pras mina daqui…
PANTERA: É nóis, saca só aquelas princesa ali olhando pra gente e dano risadinha ó…
CARLÃO: Toso é presença onde nóis vai, Pantera! Todo mundo apontano!
PANTERA: Abre os vidro aí pra gente xavecá as gatinha, mano.
CARLÃO: Num dá.
PANTERA: Purquê?
CARLÃO: Estraga o issufiume.
PANTERA: Só…
CARLÃO: Ow, cê sabe certinho onde quié?
PANTERA: Xá cumigo, mano. Pantera tem os instinto, manja?

Duas horas depois:

PANTERA: Porra, desisto.
CARLÃO: Num é ali não?
PANTERA: Achei!
CARLÃO:

Os dois descem do carro e dirigem-se a uma construção precária.

CARLÃO: Tem certeza?
PANTERA: Diz oi pra nossa casa, mano!
CARLÃO: Num era diferente não na foto?
PANTERA: Tacaro fotochoque. Mais agora já era…
CARLÃO: Num saí da casa da minha vó pra morá aqui, mano…
PANTERA: Porra, relaxa! Tamo na cidade grande agora, depois nóis fica rico e pá…

Carlão olha ao seu redor e visualiza uma jovem lavando roupa na casa vizinha. O mundo parece ficar em câmera lenta enquanto observa a pequena morena do cabelo ensebado espancar uma cueca violentamente contra a base do tanque.

MULHER: Filho da puta! Nojento! Enche o cu de pinga e esvazia na cueca! Minha mamãe não me criou para tirar freada de cueca de malandro! Filho da puta! Filho da puta!

A mulher percebe que está sendo observada e fica sem graça. Solta um risinho tímido e corre para dentro de casa.

CARLÃO: Mano, a gente vai morá aqui e aquela princesa vai sê minha… anota aí…
PANTERA: Princesa?

DRAMA! CAPÍTULO 1, CENA 4:

Sally recebe o aviso do porteiro e vai abrir a porta para o pedreiro.

PEDREIRO: Oi, eu vim para resolver o seu problema com canos…
SALLY:*boquiaberta*

CONTINUA…

O Processa eu de hoje com certeza vai desencadear muito polêmica (fiquei com inveja do sucesso do Somir no Deleta Eu). Venho falar de um desfavor que não está mais entre nós. Não, não é Clodovil, dele já falei, é de um pior ainda: Lohn Jennon (obs: Obrigada, Mark Chapman, valeu mesmo!)

Lohn Jennon sempre foi um perturbado, um débil mental, um escroto. Não vou questionar seus dons musicais, os retardados mentais podem ter aptidões, porque não? Ou por acaso ninguém aqui viu o filme “Rain Man”? Pois bem, ele era um imbecilóide que virou herói nas mãos da mídia e mais herói ainda quando morreu. Vamos chegar um pouco mais perto do mito e ver que ele não era flor que se cheire.

Papai Jennon era um marinheiro que vivia ausente. Mamãe Jennon era uma piranha boêmia cachaceira que traía o marido abertamente, sem a menos compostura. Desde que saiu da buceta da mãe, aquela coisa horrenda, magrela e nariguda via os pais brigarem. Uma recente biografia da moda conta que com 14 anos ele quase comeu a própria mãe, para que vocês tenham uma idéia de como essa mulher se dava ao respeito. Um lar saudável, não? Mais tarde, Jennon confessaria a uma de suas esposas que se arrependia de não ter feito sexo com a mãe. Mentalmente fodido é pouco.

Pois é, aos seis anos, quando a mãe fugiu com seu amante, Lohn teve que escolher se ficava com a mãe ou com o pai. Escolheu ir com a mãe, mas sua personalidade repulsiva e a personalidade piranha da mãe, fizeram com que ela se encha o saco dele e o doe para sua Tia.

Criança problemática, Lohn quase matou de tanta pancada uma menina (sim, uma menina) no colégio. Mandou a infeliz para o hospital. Parece que ele tomou gosto pela coisa, pois mais tarde se tornaria um agressor de mulheres profissional.

Sujeito violento e venenoso, Jennon conheceu sua primeira esposa no colégio, Pynthia Cowell. Ele tratou esta mulher muito, muito, muito mal. Teve um filho com ela, o que não o impedia de espancá-la. Tentou esconder de todo mundo que era casado quando começou a ficar conhecido. A infeliz escreveu um livro contando como comeu o pão que o diabo amassou ao lado desse bostinha, então, vamos aos detalhes sórdidos…

Aos 17 anos, Lohn viu Pynthia dançando com um colega de classe em uma festa. Dançando, apenas. Como era um covarde raquítico de merda, não fez nada na hora. Mas, no dia seguinte, seguiu Pynthia até o banheiro feminino, (era a única dos dois na qual ele conseguiria bater, imagina se ele teria culhões de acertar isso com o cara!) e a encheu de porrada, a ponto de bater com a cabeça dela na pia e deixá-la ali sangrando. Mandou um joinha e foi embora. Pois é, aquele hipócrita que pregava paz e amor é um mero Dado Dolabela da Inglaterra.

Certa vez, teria dito à esposa e ao filho, que ele não era porra nenhuma para ele e que teria sido concebido em uma noite de bebedeira. Outra vez, esqueceu a esposa em uma estação de trem… detalhe: era na Índia. Chifrava a mulher com meio mundo e não se dava ao trabalho de esconder.

Quando não estava espancando a patroa, Jennon se juntava a colegas para tocar em uma banda. Muitas pernadas e puxadas de tapete depois, conseguiu ter alguma projeção. A banda, Bhe Tealtes estourou e ele ficou famoso, rico e idolatrado. Praticamente um macaco com uma navalha nas mãos. Os primeiros shows foram marcados por orgias, bebedeiras e outras atividades muito corretas.

Um belo dia, a infeliz da esposa de Jennon foi viajar por um curto espaço de tempo. Perdeu Preibói! Quando voltou, descobriu que tinha sido trocada por aquele Dragão Chinês (ela é japonesa, eu sei), aquela criatura desgrenhada, baranga e de aspecto sujo que todos nós conhecemos: YoCU Ono. Curioso é ler os requintes de crueldade: semanas antes Jennon teria dito à esposa que ela era maluca por implicar com o Dragão Chinês e que o Dragão Chinês não era importante para ele, que ela era a única mulher de sua vida. Ela acreditou, coitada. Tomar chifre de um homem horrendo deve ser uma bosta. Com uma mulher mais horrenda ainda então… puta merda.

Jennon achou que estava pouco, que tinha que sujar um pouco mais seu curriculum, então, no meio do caminho, decidiu que teria uma caso com o agente da banda, Brian Epstein. O nível subia cada vez mais. Não contente, sua esposa contou que ainda queria comer Maul Pcartney, colega de banda, também. Mas Maul era espada e recusou o convite, porque era espada. Seu empresário era gay assumido e apaixonado por Jennon e ele tripudiava. Certa vez, quando estavam pensando em escrever uma biografia deste empresário, Jennon sugeriu o título “Judeu afeminado”.

Só que, um belo dia, Jennon teve um rompante e resolveu viajar dez dias sozinho com o “Judeu Afeminado”. Ninguém soube ao certo o que se passou, mas dizem que Jennon liberou seu brioco magro. A fofoca comeu solta. Um amigo deles, Dj da casa noturna onde eles tocavam, fez uma brincadeira insinuando que Jennon teria dado o roscofó nessa viagem. Jennon espancou o infeliz, que supostamente era seu amigo. Me pergunto como é que ninguém nunca deu umas porradas nessa tripa inglesa. Tão magrelo… acho que até eu poderia sair na mão com ele!

Jennon se amarrava numa violência. Se desentendeu com o primeiro baixista da banda, por outros motivos, brigou com ele e em um gesto covarde (só assim para aquele pau de virar tripa conseguir bater em alguém) chutou sua cabeça. Resultado? Sérias lesões e a morte do rapaz, aos 21 anos de idade, poucos meses depois, diretamente relacionada com essa briga. Jennon se importava? Não, não se importava. Arrumou um novo baixista e tocou o barco.

Para não perder o hábito, Jennon espancava YoCU também. Ela, por sua vez, também dava uns cascudos nele. Uma relação super saudável. O Dragão Chinês começou a envenenar o Lohn contra seus colegas de banda e ele, como bom frouxo covarde que era, começou a querer viver em um mundinho só deles. Chegou a declarar que eles eram praticamente a mesma pessoa. Saudável, hein Campeão?

E por falar em declarar, disse que sua banda era mais famosa que Jesus Cristo. Modesto, hein? Depois dizem que Mark Chapman era transtornado. Transtornado é quem idolatra esse bosta egocêntrico covarde e espancador. Mark Chapman é um sopro de lucidez no meio das zebras.

O cara tava se achando. Se achando? Não, ele não se achava, ele se tinha certeza. Rompeu com os colegas de banda e foi para uma carreira solo vergonhosa.

O Dragão Chinês declarou que Lohn tinha tesão em Maul, seu colega de banda. Povo moderninho, né? Eu não continuaria com um homem que tem tesão no amigo. O pai de Jennon conta que o filho o hospedou em sua mansão, estava tudo ótimo, até que um dia Lohn surtou, mandou ele embora vomitando mágoas e descreveu com detalhes como o mataria se ele voltasse a procurá-lo. Comer a mãe e matar o pai… Alô? Freud?

Mas YoCU não foi a única responsável pela briga da banda, justiça seja feita. A vaidade galopante de Jennon contribuiu. Com o tempo, Maul, mesmo sem perfil de liderança, por ser muito bonzinho e pacato, começou a se destacar. Tudo quanto era música que estourava era dele. Jennon começou a ficar nervoso e começou a brigar. Competia em tudo, até mesmo nos desfavores. Quando Maul disse a uma revista que havia experimentado LSD, Jennon ficou putinho, porque ELE queria ter dito isso primeiro e ter seu nome ligado à fama de drogado. Olha que bacana, competindo para ver quem tem mais fama de drogado! Nessas horas me pergunto se Rafael Pilha poderia ter sido um Teatle.

Jennon fez YoCU listar todos os homens com os quais já havia feito sexo, e depois proibiu-a de continuar sendo amiga deles. YoCU ficou sem amigos (como tem barangueiro nesse mundo, não?). Muito amor, muita liberdade. Faz-me rir, Jennon, seu hipócrita do caralho! Claro que a clausura só valia para ela. Ele, por sua vez, teve um caso até com a secretária de YoCU, Pay Mang.

Enquanto a multidão cega idolatrava este imbecilóide, criminoso, espancador, assassino, covarde, um sopro de inteligência se fez notar: em 08 de dezembro de 1980 Mark Chapman deu uns tiros de 38 (revólver de atirar em sogra e em amigo, diga-se de passagem) em Jennon, calando de uma vez por todas essa boca arrogante e imbecil. Dá para acreditar que prenderam o cara? Eu teria dado uma medalha, mas tudo bem. Relatos médicos dizem que ele morreu após perder 80% do seu sangue. Morreu facinho, né? Traficante carioca leva dez tiros e vai andando para o hospital. Será que ele gostou quando finalmente a covardia foi COM ELE?

Lohn Jennon era um babaca, arrogante, hipócrita e transtornado que passava mensagens comerciais ao mundo, da boca para fora. Eu sempre digo que palavras são muito fáceis, cada um fala o que quer, mas atos… ahhh os atos! Eles dizem tudo! Jennon era uma fraude, um desajustado social, que se não tivesse aptidão musical estaria preso desde os 20 anos. Porque tem essa: se é famoso, é apenas “excêntrico”, se é pobre, é um “vagabundo marginal”.

Drogado, idiota, pernóstico, criminoso, feio e covarde. Um desfavor ambulante. E olha que falou espaço para falar muita coisa desse bostinha. Mais bostinha do que ele, só quem o admira. Quem o admirava na época eu não culpo, porque esse lado negro era camuflado e abafado, mas quem o admira ainda hoje, como ser humano, tem minha presunção de analfabetismo.

Para me xingar por falar mal de um homem tão bom, tão correto e tão ético, para me ameaçar de morte e para sugerir nomes para os próximos Processa Eu: sally@desfavor.com