Alina Percea é uma jovem romena de apenas 18 anos com um ideal: Arrecadar pelo menos 50 mil libras para pagar seus estudos. Ao invés de cortar os supérfluos e arrumar um emprego, ela teve outra idéia: Leiloar sua virgindade.
O desfavor passa longe de ser um blog moralista, cada um faz o que quer com o próprio corpo. O desfavor da semana é que Alina não é a primeira a fazer isso e é bem provável que consiga arrecadar uma excelente quantia com seu hímen.
Reafirmo a falta de vocação do desfavor para bastião da moral e dos bons costumes. Mas isso não me impede de apontar alguns detalhes bem desfavoráveis sobre o assunto desta semana.
Alina tem em suas mãos um produto com demanda no mercado. (Ok, não exatamente nas mãos, mas mesmo assim…) Alina está vendendo-o para a melhor oferta. O que seria uma situação banal caso o produto não fosse a pele que recobre parcialmente a entrada de sua vagina.
Aliás, já que eu estou me atendo a termos comerciais, o produto de Alina não é exatamente um produto. Poderíamos categorizá-lo como serviço, já que depois da transação o cliente volta pra casa sem porra nenhuma. Alina está vendendo seu hímen em conjunto com uma relação sexual. Admito que exista uma certa puerilidade na idéia de ser a primeira relação sexual (vaginal além da cabecinha) da garota. Mas nada muda o fato de que Alina está se prostituindo.
A profissão mais antiga do mundo ainda é uma das melhores opções para mulheres que querem dinheiro rápido sem se preocupar com as conseqüências. Uma mulher atraente como Alina sempre vai ter mercado. Tanto que o leilão vai de vento em popa e os lances já passam dos R$ 20.000,00.
Alina menciona que dispensa camisinha e que se o vencedor quiser, poderá passar uma semana com ela (desde que pague tudo). Talvez ela queira uma chance de engravidar, mas pode ser encarado como vontade de fazer alguns mimos para o homem que fizer o investimento. Isso se chama agregar valor.
Assim que o leiloeiro disser “dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três”, a jovem romena vai se preparar para fazer o mesmo. E a partir dali continuar seu projeto de ser uma puta com diploma. Uma publicidade como essa marca uma pessoa por muito tempo.
Causa e conseqüência: Quando ela estiver pronta para enfrentar o mercado de trabalho, vai ser desprezada por outras mulheres que deram duro de verdade e sofrer com o preconceito dos homens que não vão enxergar nela nada além de uma mulher que usa sua vagina para subir na vida.
Se Alina fosse um pouco mais inteligente, teria percebido a falha no seu planejamento. Mas, novamente, se Alina fosse um pouco mais inteligente teria arrumado outra forma de conseguir esse dinheiro.
E essa não é uma crítica exclusiva à protagonista da notícia analisada. Não é a primeira vez que uma mulher leiloa a primeira vez na internet. Outras garotas tiverem seus quinze minutos de fama fazendo o mesmo. Aliás, passa longe de ser a primeira vez que uma mulher faz isso. Era (e talvez ainda seja) prática comum leiloar a novata do bordel para os clientes Vips. Como eu já disse, é um produto com demanda entre o público masculino.
No caso de Natalie Dylan (que usa pseudônimo mas mostra suas fotos), uma das pioneiras no comércio virtual de peles, as ofertas podem ter chegado a assombrosa quantia de U$ 3.700.000,00. O motivo alegado por Natalie é o mesmo. Pagar os estudos. (Algo me diz que só vão passar nas matérias se fizerem outro tipo de troca com os professores…)
O que faz um homem gastar uma quantia dessas em troca de uma mulher que nem boa no que faz deve ser? É só o prazer de estourar aquele pedacinho de pele chamado hímen? (Se for complacente ele ganha desconto?)
Minha teoria é que esses homens que fazem os lances estão atrás do “troféu”. Objetificar a mulher é algo quase instintivo para um homem, e quando ela mesmo se coloca nessa posição a situação se torna irresistível.
Para alguns o troféu de uma virgindade está em conquistar uma mulher e conseguir sua confiança. (Mesmo que ela demore umas cinco sessões de sexo para entender que é para mexer o quadril…)
Para outros, e aí está inserido o público alvo de Alina e Cia., o troféu é algo a ser conquistado na base do poder. Na falta de outras formas de poder disponíveis, eles usam o dinheiro. Imagino que a graça não seja exatamente sujar os lençóis e sim ganhar o leilão. Demonstrar para os outros que pode mais, que tem mais e que por isso ganha a mulher disputada.
A boa e velha disputa pela posição de macho-alfa.
E do outro lado, a garota fazendo o bom e velho papel de mulher que agarra o mundo pelas pernas. Um pequeno passo para uma virgem, um passo gigantesco para o aumento do preconceito contra as mulheres, inclusive as que não apelam para isso para vencer na vida.
A grande ironia da situação é que Alina tornou excessivamente pública sua vida privada, vai ser lembrada como uma mulher que se prostituiu para pagar pelos estudos e provavelmente vai ter recordações de um velho gordo como seu primeiro parceiro sexual.
Por que é ironia? Oras, estão disputando para ver quem vai tirar a virgindade de uma mulher que já está toda fodida.
Para me chamar de retrógrado, para me contratar como leiloeiro do seu cabaço ou mesmo para dizer para ser mais gentil: somir@desfavor.com
![](http://i363.photobucket.com/albums/oo74/desfavor/ass_sally.png)
Virou moda leiloar a virgindade na internet. Não esperem que eu faça um discurso moralista condenando as vadias que fazem isso, como provavelmente a Madame aqui de cima deve ter feito (e se não fez, pensou). O desfavor parte dos HOMENS que se prestam a comprar. Além do atestado de incompetência (não pode conseguir sem pagar não?) ainda passam a vergonha de ter sua intimidade exposta para quem quiser ver.
É nojento, imoral e patético leiloar sua virgindade pela internet? É. Não aprovo e não faria. Mas não condeno quem faça, porque se tem homem imbecilóide o suficiente para pagar por isso, acredito que eles tenham mais é que ser depenados mesmo. Até o último centavo.
O curioso é que na vida real, homens costumam fugir de mulheres virgens. Talvez seja o medo da responsabilidade de ser o primeiro, talvez seja a falta de paciência que uma primeira vez demanda. O fato é que surge uma situação contraditória que eu realmente não sei explicar: neguinho pagando caro para fazer uma coisa que normalmente não quer fazer nem de graça.
“Mas Sally, pagando eles se sentem mais seguros, porque sabem que a mulher não vai se apaixonar, não vai fazer cobranças e não vai pegar no pé”. Não compro esse discurso! Não mesmo! Desde quando homem não sabe dar um fora muito bem dado em mulher que enche o saco? E mesmo que não dê fora, eles sabem sumir que é uma beleza. Sem essa de “pagar para não se aborrecer”. Os motivos devem ser ainda piores do que esse.
Não me choca que sexo tenha virado mercadoria. Sempre foi e acho que sempre vai ser. Desde que o mundo é mundo tem mulher se prostituindo. O que me choca é que estas meninas que vendem virgindade, em sua maioria, são pessoas que não precisam deste dinheiro para sobreviver. Resta deduzir que a motivação seja algo menos nobre como exibicionismo, vaidade ou algo do gênero. Novamente: se tem um palhaço pagando, tem mais é que fazer mesmo.
Pelo visto virgindade ainda é tabu. Tem atriz pornô que fez filme dando o roscofó e fazendo sexo oral, porém ostenta com orgulho ainda ser virgem, e estar se guardando para o homem que amar de verdade. Deixa eu ver se eu entendi: você dá até o buraco da orelha (com gente filmando) paga aquele boquete (o Brasil todo vendo), mas só porque não libera pela porta da frente é virgem? E ainda faz discurso romântico esperando o homem especial? Ok.
Essas mocinhas que leiloam virgindade na internet não são muito diferentes. Devem ter dado o rabicote até fazer bico, devem ter feito boquete em larga escala no banheiro do colégio, no entanto, vendem o direito de rasgar um pedacinho de pele em uma mulher que de inocente não tem nada. E tem palhaço que compra!
Na minha cabecinha, a graça da virgindade era o pacote que vinha com ela: uma menina inocente, intocada, que vê o homem como um mestre com o qual vai aprender tudo. Mas pelo visto, hoje em dia é só a pele mesmo. Vide nossa Viúva Negra, Angela Bismarchi, aquela que fez um bilhão de plásticas e matou o marido, que depois de burra velha resolveu fazer reconstrução de hímen e dizer que seria virgem novamente para seu novo marido. Mais alguém sente nojo?
Porque pagar para ter o status de tirar a virgindade de alguém sem nem ao menos ter o sabor da conquista? Até onde eu sei, homens gostam de conquistas. Ou será que o homem de hoje está perdendo o gosto pela conquista? Será que o imediatismo que domina nossa sociedade chegou até a cabeça masculina?
Se a coisa continuar assim, em breve teremos um supermercado de gente à venda na internet: “Loira de peito grande leiloa noite de sexo” (e Somir compra), “Morena de bunda grande leiloa boquete”, “Ruiva do cu rosa leiloa sexo anal” e assim por diante.
Vocês podem até me chamar de preconceituosa, mas eu acho que a culpa é dos nerds. Com a valorização das habilidades nerds (informática e Cia), esta sub-raça chegou ao poder e não sabe como se portar no poder. Em vez de seduzir mulheres, compram aquela mulher que nunca puderam ter no colégio, porque NÃO SABEM seduzir e tem pavor de fazê-lo. Parem o mundo, eu quero descer! Que volte a lei da selva, onde os machos-alfa cheios de testosterona e músculos dominam, onde os machos que sabem seduzir e conquistar uma mulher sem pagar reinam. Um mundo onde os machos gostem do desafio de levar uma mulher para a cama, por mérito e não por dinheiro…
Para tentar me vender sua virgindade masculina nerd por e-mail, para pedir o link das mulheres que estão leiloando sua virgindade, para perguntar se o Somir ainda é virgem e para sugerir temas: sally@desfavor.com