Flertando com o desastre: BBBriga.

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Vocês sabem, a gente não faz cobertura de Big Brother aqui por uma questão de princípios: não suportamos e não conseguimos ver nem dez segundos desse troço e fazemos votos que os nosso leitores também não. Nada contra reality, já fizemos cobertura de “A Fazenda”. Tudo contra Big Brother e a roupagem cagada que a rede Globo dá a tudo em que mete a pata. Porém, o assunto hoje esbarra no Big Brother, não dá para deixar passar o grau de imbecilidade do telespectador. Uma variação de um tema recorrente se apresenta de forma sintomática: gente batendo ponto em rede social para brigar compulsivamente. Por quê? Sério mesmo, por quê? Não é exclusividade do BBB, mas a proporção que tomou chama a atenção: que necessidade é essa de ficar brigando na internet?

Torcidinha organizada para participante sempre teve. Grupos de pessoas, geralmente encabeçados por amigos e parentes, que puxam torcida e incentivam votação. Até aí normal, é como se fosse um time de futebol de uma pessoa só. Não sei quando o problema começou, talvez tenha sido nesta edição, talvez esteja rolando faz tempo, o fato é que eu só percebi agora: além de torcer, as pessoas estão sendo tomadas por fortes emoções, se aborrecendo, brigando, se estressando por causa de uma merda de um reality show estrelado por uma dúzia de desconhecidos. Sim, levam esta merda a sério e ficam procurando briga em rede social. Doentio.

O Twitter parece estar monotemático: brasileiro só fala em BBB, o que por si só já seria uma merda. Mas pior do que o tema é o tom das discussões: pessoas se xingando, se agredindo, baixando o nível para “defender” seu participante favorito, um nobody que nem sabe que estas pessoas existem. Pessoas se permitindo uma gama de sentimentos passionais por causa de um programa de televisão de merda. Frases como “Morra” ou “Quero que a Fulana morra!” e desejos do tipo são postadas sem o menor constrangimento. Frases desejando que coisas ruins aconteçam aos participantes quando eles saírem. Frases ameaçando agressão física contra participantes ou contra quem falar mal de participantes.

Mesmo as pessoas mais sensatas estão se deixando sugar por esse buraco negro de ignorância e caindo na briga quando são provocadas. As pessoas vão de zero a cem em matéria de raiva com uma facilidade que me assusta. Parecem todos emocionalmente retardados, crianças grandes sem qualquer maturidade, que se deixam abalar por coisas desimportantes. Sério que não tem coisa melhor para fazer da vida do que se irritar por conta de participante de reality show ou por fã de participante de reality show? Não tem. E olha que muita gente aí tem filho pra criar, ainda assim passa o dia no Twitter especulando sobre Big Brother e defendendo e atacando participante.

Opinar? Ok. Acho meio deprimente gastar uma linha sobre um participante específico do BBB, mas ok, compreendo quem opina. Porém gastar o dia todo defendendo, atacado ou simplesmente escutando as merdas que os ignóbeis fanáticos tem a dizer é de fazer cair o cu da bunda. Se deixar estressar, chatear, irritar por causa disso é de uma mediocridade sem fim. É por isso que essas neguinhas tão aí, tudo tomando remedinho controlado. Se expõe diariamente a todo tipo de merda, de agressão, de imbecilidade, de estresse, de burrice… não tem ser humano que aguente isso diariamente de cara limpa.

Vendo este espetáculo de perda de tempo e fodeção psicológica, tentei colocar a mente em ordem e compreender porque um programa de merda como o BBB (ou qualquer outro estopim não-grave) causa reações tão passionais na gentalha. Provavelmente são vários fatores, mas o que me salta aos olhos é: um programa desses expõe as pessoas e ter que lidar com a diversidade de opinião, afinal, cada um torce para um participante, geralmente aquele com quem mais se identifica. Então, talvez o cerne desse circo todo seja esse: a dificuldade em lidar com a diversidade de opinião. Por que passar a noite comentando a novela no Twitter é mole: tem vilão, tem mocinha, a torcida já tem endereço certo. Mas, caiu em algo mais ambíguo, vira campo de batalha.

As pessoas que estão ali xingando e sendo xingadas pensam que estão defendendo o participante tal, mas não estão. Porque mal conhecem aquele participante, é um contrassenso comprar uma baita briga por alguém que você mal conhece. Elas estão xingando e sendo xingadas por causa da diversidade de ponto de vista, é isso que irrita esse tipo de gente. É por sua opinião e ponto de vista que elas brigam. Infelizmente BBB é um dos únicos momentos do ano onde as pessoa se dão ao trabalho de elaborar um ponto de vista próprio. E como não estão acostumadas a fazê-lo, não sabem lidar com a diversidade: se ofendem se alguém discorda, querem convencer a todo mundo, ganhar no grito e são tomadas por um sentimento passional imbecil a ponto de chegar a desejar mal para participantes ou sua torcida. Discordância de opinião é encarada como ofensa pessoal: LINCHEM!

Sabem o que me entristece? Que as pessoas não se dão conta da perda de tempo. Pessoas que eu conheço que dizem não ter tempo para isso ou aquilo (ir ao médico, se exercitar, fazer um curso de inglês) e passam o dia twitando sobre BBB. Parabéns, viu? “Mas Sally, para twittar é só um minutinho, para malhar se perde pelo menos meia hora”. Ahã. Soma lá cada frase postada e vê quanto tempo do seu dia a pessoa perdeu. Gente, pessoas que acompanham o Pay Per View em tempo real e ficam comentando… essas pessoas não trabalham não? Por que não acompanham a TV Senado e descobrem o que está sendo votado e se insurgem violentamente quando algo imoral for colocado em pauta? Essa dinâmica da Nação Twitteira lidando com BBB derruba o argumento de que brasileiro não sabe se mobilizar, é manso, não se revolta, não sabe se organizar. SABE SIM, mas aparentemente só o faz por pouca merda.

Para eliminar um participante impopular, que tenha cometido um lapso de sinceridade e deixado de ser politicamente correto por três segundos neguinho se organiza que é uma beleza! Para não reeleger político corrupto nem pensar. Daí vão e fuçam podres dos participantes que querem eliminar e divulgam, divulgam, divulgam. Se fuçassem assim a vida dos políticos nos quais votam este país seria tão melhor… E sentem uma raiva legítima, falam coisas pesadas, se irritam, batem boca, se ofendem, ofendem a terceiros. Um círculo vicioso nocivo, destrutivo, que por algum motivo suga a pessoa e a mantém no meio daquela discórdia.

Se o primeiro passo no meu raciocínio já foi dado (que as brigas passionais nascem da dificuldade/intolerância em lidar com quem pensa diferente), o segundo está um pouco mais difícil: porque quando as pessoas se deparam em um ambiente hostil, cheio de brigas, cheio de agressão, elas continuam ali em vez de sair e se preservar? Como esta forma de violência atende a pessoa? Porque, vamos combinar, para continuar ali, tem que ter um ganho secundário. Não arrisco dizer qual seja. O que percebo quando meia dúzia dessa antinhas caem aqui (como ocorreu com meu texto sobre o lado negro da gravidez que virou “texto contra as mães” para os analfabetos funcionais do Twitter) é um mix de descompensamento total da cabeça somado à busca por situações de conflito constantemente na internet. Sério mesmo, se você sabe que tem um lugar cheio de maluco, tipo um hospício, você escolhe esse lugar para passear diariamente? Só se você for muito ferrado da cabeça ou precisar muito de conflito na sua vida como forma da dar vazão a angústias cuja causa você não tem estrutura para lidar.

Eu peço ajuda a vocês para responder a esta pergunta, onde BBB é mero exemplo em meio a muitos outros: Por que as pessoas estão tão fissuradas em situações de conflito e violência na internet? Será que já não há o bastante disso no mundo real? Ou será que a opressão politicamente correta os obriga a correr para o Twitter e dar vazão a aquele xingamento que teve que engolir na vida real? O que está acontecendo para que cada vez mais pessoas tidas como pensantes busquem incessantemente situações de conflito e violência na internet? Por que não se afastam dessa baixaria, por que não se poupam?

Vira e mexe a gente vê isso aqui. Vira e mexe um texto nosso (tá, um texto meu, se for do Somir esse povo nem entende) desce arranhando e vira motivo de um suposto “linchamento” e revolta. Daí caem centenas de pessoas aqui, que em vez de ignorar, vem xingar, ameaçar, procurar conflito. Quando eu respondo de forma educada, elas não voltam. Quando respondo de forma agressiva, a pessoa sempre volta pedindo mais. Já repararam nisso? Fiz o teste no texto do lado negro da gravidez, experiência social pura e acabei comprovando minha teoria. Educação broxa as pessoas. Elas vem atrás de conflito, querendo briga, desesperadas por atrito. Que porra é essa, gente? Alguém me ajuda a entender essa dinâmica de procurar por briga, angústia, estresse? Psicólogos da RID, por caridade, me ajudem a entender essa necessidade para que eu possa melhor desagradar esse tipo de gente quando eles baterem aqui!

Lembrei agora do carnaval de Salvador. Para quem não sabe, no Carnaval de Salvador se divide em dois grupos de pessoas: aquelas anencéfalas que pagam mais de mil reais para ter um abadá do Chiclete com Banana (ou similares) e ficar cinco horas de pé no sol atrás do trio protegidas por “seguranças” e aquelas anencéfalas que não pagaram mil reais mas que também ficam cinco horas debaixo de sol atrás do trio, só que sem segurança, conhecidos também como “pipoca”. Pois bem, esse grupo da pipoca muitas vezes vai PARA brigar. Chegam já dando soco em alguém sem motivo algum. Malham no dia para chegarem “mais fortes” e poder bater melhor. O que leva alguém a ir a um local PARA brigar com desconhecidos, sem motivo aparente? O que leva alguém a ir a um lugar que sabe que estará cheio de gente doida para brigar sem motivo?

Parece ser o mesmo princípio da internet. As pessoas frequentam lugares lotados de gente doida para brigar, para agredir, sem o menor controle emocional. E continuam frequentando. SE ABORRECEM, e continuam frequentando. Que tipo de masoquismo virtual será esse? Tem gente boa se sujeitando a isso, meu povo! As pessoas não percebem que, por mais que seja virtual, o sentimento é real? O estresse é real, a putez é real o mal que causa é real. Por que merdas continuar frequentando um lugar que te gera um monte de aborrecimentos? Não sei a resposta. Não entendo. Mas estou louca para entender, pois é esse mesmo mecanismo cagado masoquista que faz com que pessoas que discordam raivosamente de cada linha que eu escrevo continuem batendo ponto aqui para tentar cavar uma briga. Não gostou? Não leia, que tal? Me achou uma merda? Me despreze! Mas não… nããããããoooo… o povo precisa brigar, precisa se aborrecer, precisa se estressar. Sério mesmo, vão acabar todos escravos de Fluoxetina, Rivotril e cia. Não tem ser humano que consiga viver diariamente nessa dinâmica.

Fico me perguntando o que aconteceria se, por algum motivo plausível de força maior, as redes sócias todas fossem extintas, assim, do dia para a noite. O que essas pessoas fariam com o tempo que dedicavam às redes sociais? Qual seria o impacto disso em suas vidas?

Bem, em primeiro lugar, elas TERIAM QUE OLHAR para suas vidas e para si mesmas, o que por si só já seria bastante sofrido. Sem aquele recurso anestesiador de vida virtual, a pessoa teria que olhar bem de perto para seu casamento ou para o fato de não estar casada, para sua carreira, para seu salário, para seus amigos, para tudo que já construiu (ou não) na vida. Muita gente ficaria triste. Talvez seja mesmo melhor ficar twittando o dia todo, ficar postando fotos de felicidade no Facebook. Olhar para si mesmo, olhar para sua vida, pode ser bastante doloroso.

Para onde estas pessoas canalizariam esse impulso de briga, de detonar quem pensa de forma diferente, transformando o diferente em necessariamente errado e ofensivo? Pro chefe é que não é, não é mesmo? Fico me perguntando se sairiam tocando a campainha do vizinho e gritando e brigando. Por que tanta agressividade, tanta angústia tem que sair por algum lugar. Será que as pessoas sairiam batendo umas nas outras no meio da rua por não ter gostado da roupa ou do tecido da roupa de outra pessoa? Será que deixariam cair essa máscara de hipocrisia social politicamente correta se perdessem sua válvula de escape virtual? Creio que a internet está alimentando e viabilizando essa máscara, pois permite dar vazão à raiva de longe, sem riscos, muitas vezes sem rosto. É isso que nos permite continuar com essa dose cavalar de hipocrisia social.

E as pessoas que se encontram em uma situação mais… solitária, como reagiriam sem a internet como forma de socialização? Provavelmente teriam que sair de casa e interagir olho no olho. Que medo que deve dar, para uma pessoa acostumada a fazer amigos nesse grande supermercado de gente que é a internet, onde cada pessoinha já vem mais ou menos com uma sinopse de si mesma, do que gosta, do que quer ser. Fica fácil escolher quando o ser humano já vem mais ou menos inserido em uma categoria. Como será que essas pessoas se sairiam se tivessem que escolher no escuro, no meio da rua, onde gente não está rotulada? Imagino que lhes provocasse medo. Imagina, conhecer uma pessoa do nada, olhando no olho! Não estão preparados emocionalmente para isso não, tadinhos.

Para fechar, a pergunta mais importante: como será que estas pessoas lidariam com a diferença de opinião ao vivo, olho no olho? Será que tanta fúria, tanta revolta e tanta agressividade seria esboçada ao vivo? Não creio, primeiro porque isso requer coragem, segundo porque a obrigação social do politicamente correto não permitiria. O que aconteceria com essa agressividade toda no final das contas? Que outro tipo de situação de violência socialmente aceitável as pessoas precisariam criar para dar vazão a tanta angústia? Não seria melhor agir com raiva nas situações que de fato geram essa raiva em vez de engolir em nome da hipocrisia social e depois ter que ficar recorrendo a brigas vazias na internet para cospir os sapos entalados na garganta?

Nunca saberemos, pois as redes sociais continuarão onipresentes, mas é interessante especular e refletir. Boa notícia: BBB termina hoje. Amanhã os ignóbeis precisarão de uma nova desculpa para brigarem entre si nas redes sociais.

Para fazer dos comentários um palco de discussão sobre quem deve ganhar o BBB e estressar o Somir, para me encher de esperanças na humanidade e concluir que é mais saudável sair de rede social ou ainda para dizer que concorda com tudo mas precisa dessa válvula de escape pois ela é muito mais barata do que fazer terapia e enfrentar as razões reais das suas angústias: sally@desfavor.com

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Comments (147)

  • É, esse realmente da até um tema de estudo mais aprofundado em estudos culturais ou antropologia! Quer dizer… é bem aquilo que tu disse nos parágrafos iniciais do texto: as pessoas não sabem lidar com a diferença, com a diversidade, e querem impor a todo custo o seu ponto de vista como se fosse o único mais correto. A meu ver, mais uma vez enxergo o tal do ego ferido aí! Isso fruto de uma sociedade perdida na medida em que se expõe muito nas redes sociais, e ao mesmo tempo possue[m] uma certa angústia que assola o “ser/estar” social, calcado nas incertezas de toda a gama, toda a rede que nos cerca socialmente. Não precisa aprofundar muito em psicanálise pra dizer que: excesso de energia -> tem que descarregar em algum lugar pra manter em equilíbrio o “ego” então… o problema é o como e onde as pessoas descarregam esse excesso de energia: em bbb e twitter! Deprimente isso, mas…

    E então, na tentativa de resposta às tuas perguntas, acho que é isso: a internet serve como meio pra que as pessoas vão lá brigar e estravazar suas energias pois não há outro lugar nem outro meio mais interessante pra se fazer isso. Ou melhor: até há, mas as pessoas não reconhecem!

    • Um adendo: acho que esse excesso de energia advêm da falta de atividade intelectual. Quem já fez ambos em intensidade sabe que trabalho intelectual exaure muito mais do que braçal em matéria de evitar brigas e confronto. Mentes burras ficam inquietas e angustiadas, daí vão procurar encrenca em rede social!

      • É… prova viva fui eu mesmo nesse finzinho de semestre que tive: quase surtei, tive minhas crises de enxaquecas bravas, não aguentava mais ler 1 parágrafo! Tal fato que nesse FDS tive que… né? meio que fazer uma terapia do sono: dormir o dia inteiro e não fazer NADA literalmente, p/esvaziar o cérebro! E olha… melhorou! to aqui no desfavor de volta! xD

        • Pois é, quem está mergulhado em uma intensa atividade intelectual não fica entrando em blog, lendo quatro páginas e confrontando com grosseria para arrumar confusão. Isso é coisa de gente que faz trabalho braçal ou automático (aquele intelectual corta/cola que não te exige nada).

          • Eu sempre acessava o Desfavor depois do 1 turno aqui no canteiro de obras enquanto comia minha marmita.

            Mas agora com a faculdade de artes plásticas, esta dificil…

              • Com certeza. Vou mudar o mundo com minha arte.

                hahaha.

                Ok.ok…nada contra faculdade de artes plásticas, não quis ofender quem trabalha em obra, também queria dizer que não tenho preconceito com quem leva marmita (eu prefiro), e se eu tiver ofendido sem querer alguem do pt, algum religioso, sociólogo, stalker do desfavor, e qualquer outro grupo de qualquer espécie, minhas desculpas.

                ps.: Estou numa fase de adaptação ao nosso novo mundo, não estranhe. No meu facebook, hoje postei um video de gatinhos miando, e prometi não opinar sobre mais nada polemico.

  • Eu não assisto BBB de forma alguma. Nada contra quem perde tempo com essa besteira, mas acho uma tremenda perda de tempo – e para algumas pessoas, perda de dinheiro – pois esse programinha não leva a nada; e chamaria de “anticultura”.

    • Gosto é como cu, cada um tem o seu. O que acho inaceitável é ficar brigando por causa disso na internet, expor a si mesmo, se sujeitar a mal estar e sofrimento por causa de um programa de TV e no dia seguinte bater ponto no mesmo lugar pedindo mais!

  • Eu tenho um sério (?) problema: não consigo acompanhar reality nenhum. Não foi por falta de tentativa, o que acontece é que os participantes pelos quais eu simpatizo SEMPRE PERDEM! E eu fico puta pq sou péssima perdedora, do tipo de chorar e ficar revoltadinha durante dias. E não é só com realities shows, há anos não assisto uma Copa do Mundo, por exemplo. Tentei acompanhar o The Voice e não consegui, os juízes eliminaram meu candidato preferido e eu fiquei iradíssima. Mas tenho classe, não uso rede social pra ficar discutindo sobre reality, no máximo acompanho os comentários. Mas por uma questão de saúde mental e bem-estar prefiro me abster de assistir.

    • Nem acho ruim a briga em si, eu adorava brigar no Orkut. O que é ridículo é gente que SE ABALA com o que é dito, fica mal, e no dia seguinte volta para se angustiar um pouco mais. Ou CAGA para tudo e todos e mete a pata, ou não vai, né?

  • Queria levantar dois pontos:

    1- Acho que por mais tosco que um programa de televisão pode ser, deveriamos poder – mesmo que involuntariamente – tirar algum proveito, algum ensinamento. E fico me perguntando o que o BBB e muitos outros reality shows por ai nos ensinam. Tem uns interessantes, mas só na TV fechada ( que cada dia mais também tá ficando com muita porcaria ) em que o telespectador consegue extrair alguma coisa para a vida, para só citar um exemplo o programa A Prova de Tudo dá dicas de soravivencia e de como sair de situações inusitadas e posso atestar já usei muito do que via ali. Claro que no programa já sabemos logo de cara que o apresentador conta com uma equipe de resgate, mas se tomar o programa como didático isso passa desapercebido. Outro reality que eu gostava de acompanhar era o Queer Eye for a Straight guy, onde cinco gays ensinavam a um cara hétero boas maneiras, cozinhar, se vestir, cuidar da aparencia e etc, e por incrivel que pareça tudo muito profissional e sem frescuras dos cinco só um tinha gay estampado na testa. E agora o que programas como BBB ensinam?

    2- A afirmação de que “a internet deu voz a muita gente”, será que estas pessoas realmente deveriam ter voz? as vezes tem pessoas que realmente deveriam ficar quietas ou fazer o menor barulho possivel. O uso das redess sociais ( se é que podem se chamar disso já que estimulam o efeito contrário ) como tudo com o tempo foi deturpado. As pessoas esquecem de que o contato com outros deve ser estimulado de forma real – uando possivel – acho que nada substitui o papo de bar, o encontrao, o churrasco com os amigos. As pessoas cada dia que passam não olham mais para o céu!

    • Mauro, concordo com você que é possível extrair algo de positivo de reality show. Tudo depende de como se lida com a informação assimilada.

      Sobre ter voz ativa, eu acho que todo mundo deve ter voz ativa, isso é democracia: ter que ouvir coisas que a gente gosta e coisas que a gente não gosta. Mas concordo plenamente que as pessoas estão migrando a maior parte das suas vidas para o mundo virtual e acho isso uma lástima.

  • Sally, fantástico esse seu texto. Vc questionou muita coisa que vc sabe a resposta, tenho certeza. Acho muito triste essa falta de contato real que essas redes sociais provocam. Isso de, não lembro as palavras exatas, uma forma da pessoa se anestesiar de si mesma, das suas próprias questões. Termina que as pessoas adotam uma postura de sempre querer respostas prontas pra tudo e se recusam à chafurdar seus fantasmas.

    Queria poder te dar aquela resposta solicitada… Sem cair em uma generalização. Mas se alguém tem tara por conflito, manipula situações para arrumar briga, com certeza é pq ela mesma é muito conflituada internamente. A pessoa não faz por onde, e agir com raiva é apenas uma forma de responsabilizar o mundo pelos seus problemas.

    Vc foi brilhante nesse texto.

  • Jamais me submeteria a participar de um programa como esse por dinheiro algum. Ok, sou muito tímida, mas penso que quem embarca numa dessa é capaz de muiiita coisa nessa vida. Sally, passei na OAB, e de primeira. Termino a faculdade no meio do ano. Tô feliz :)

    • Parabéns Renata!

      Nem questiono a questão financeira, porque nunca passei necessidade na vida. Creio que quando você passa necessidade as coisas ficam mais relativas. Não julgo quem participa. Meu problema é com a massa que se desgasta por causa desse programa brigando em rede social. Acho isso um sintoma muito grave sobre o qual ninguém está refletindo.

      • Joãozinho Thirty

        .
        Quantas teorias…
        .
        Na verdade, como maranhense de boa cepa (o que significa nutrido com muita farinha, cheio de marcas de cipó de chita pelas pancadas recebidas na infância e adolescência, tomar a benção aos pais e avós todos os dias, já que não posso dizer-lhes que sempre fui ateu, e, por fim, ter calangos como animais de estimação), posso dizer que a situação é bem mais simples, já que nós, em geral, somos mais autênticos que os teóricos da psicologia do centro-sul.
        .
        O fato é: a internet dá voz às pessoas. De repente, um comentário que um nobody qualquer faz é analisado e comentado por outro nobody. Quando o ponto de vista do primeiro não prevalece, ele se sente desprestigiado intelectualmente, porque naquele momento ele tem a ilusão de que sustenta uma posição racional e válida. Aí entra o orgulho, cuja centelha normalmente se prorrompe com um comentário mordaz qualquer.
        .
        Na verdade, portanto, não se trata de instinto bélico gratuito, não é nada que se possa subsumir à teoria das subculturas criminais etc. É apenas a brutalidade do espírito, que não foi esmerado o suficiente para transitar pelo terreno da crítica nem para compreender a distinção de jaez entre os assuntos que tratam e, consequentemente, a operação das ferramentas apropriadas do pensamento racional.
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        Sabem como isto se resolve? Uma boa surra de cipó de chita. Cabos de vassoura também servem, mas já não são muito usados em São Luís (não obstante conservem sua preeminência no interior do Estado juntamente com lascas de babaçu), ou, ao menos, não tanto quanto ajoelhar-se no milho.
        .

        • Mas o ponto principal que me causa estranhamento é: pessoas se dizem magoadas, se dizem chateadas com as coisas que escutam ali, no entanto, TODO SANTO DIA VOLTAM para escutar mais. Que porra é essa? Atenção a qualquer preço?

          • Joãozinho Thirty

            Na minha opinião, é orgulho; um orgulho tosco, é verdade, mas é um orgulho real, digno de um espírito boçal, que não aceita uma suposta derrota porque tem uma compreensão oblíqua da realidade. Isto reverbera e recrudesce pelos dias e comentários seguintes.
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            Se houvesse a mera necessidade de atenção, as pessoas fariam coisas concretas, em suas vidas reais, coisas que teriam uma repercussão real, ainda que mínima, vez que, na internet, frequentemente se trata com fakes (tu, por exemplo, és um fake; possivelmente teu nome deve ser Cabinonda ou qualquer coisa portenha do tipo; já o meu, é próximo de nomes quais Jorjonílso e Jordenaíldson) ou desconhecidos.
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            Isto já ocorreu comigo. Fiz um comentário qualquer sobre a diferença física dos cearenses para os demais nordestinos, e iniciei uma incrivelmente idiota batalha de 100 dias com dois cearenses. Eles mandavam 10 páginas, eu reenviava 10… E esta coisa sem sentido perdurou. Foi meio que uma virada em minha vida, quando finalmente percebi que eu era um idiota.
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            A origem disso é a má formação do espírito de uma pessoa. A cultura não consiste apenas em sofisticar o intelecto, mas em civilizar-se e evoluir à phronesis aristotélica.

  • Um período também que é pau no cu nas redes sociais é quando há eleição. Todo mundo fica politizado, achando que sabe tudo de todos os partidos e candidatos. É muita gente mal informada, mal educada, burra, preguiçosa e analfabeta funcional. De vez em quando, fora das épocas de eleições, há algumas manifestações, como o endeusamento do Joaquim Barbosa (vai entender…). Há até campanhas contra certos políticos. Mas nada de textos com mais de 2 parágrafos, é claro. No máximo uma foto do sujeito e uma frase do tipo “Fora Fulano!”. Mas se agora em março, longe de qualquer eleição, eu quiser conversar sobre política ao vivo com alguém, vou ser chamada de chata.

    Pra terminar, uma frase do Danilo Gentili dessa semana: “O BBB acaba terça-feira. Sabe quem vai ganhar? O telespectador.”

    • Sensacional a frase dele…

      Me diz uma coisa, essas manifestações políticas também incluem bate-boca, agressões, ofensas, ódio e outros sentimentos passionais que não deveriam ter lugar na internet?

      • Não chega a ter bate-boca, nem incluem ofensas e palavras de ódio. São discussões bem superficiais. Quando o Haddad foi eleito prefeito de São Paulo, um conhecido meu escreveu em uma rede social: “Com o PT na prefeitura de São Paulo, o Brasil está agora a caminho do comunismo”. E isso é só um dos vários exemplos grotescos que aparecem nessa época. Citei as eleições porque é quando o povo mostra toda a sua falta de informação política. Não importa a asneira que você diga, o importante é se sentir um formador de opinião.

    • Danilo Gentili é sensacional. Não só por ele, mas pelas pessoas que compõem seu programa. Outro dia, o entrevistado era Celso Portioli, que começou falando que tinha 11 irmãos e que havia perdido um deles recentemente.

      Nisso, o Roger parou de tocar, pegou no microfone e falou algo como: Certeza que perdeu? Não ficou caído atrás do sofá da casa dos seus pais?

  • O que me diverte no BBB é ver o drama que os participantes criam, se achando muito inteligentes, fazendo alianças e no fim se ferrando ou por sabotagem do amiguinho, ou pela edição descarada ou pelas sacanagens que a produção do programa fazem com eles. Também adoro ver o tanto que sofrem porque o melhor amigo (de uma semana atrás) foi eliminado. Sádico, eu sei. Mas no fundo acho é muita graça.

    Nas minhas timelines não costuma ter briga de torcedor, apesar de vários verem e comentarem. Torcida organizada de BBB é demais até pra mim, podrona de tv assumida. Ah, e tbm gosto da cobertura de BBB por blogs de humor. Me divirto litros :)

    Ps: fiquei o dia inteiro curiosa com o texto, porque qualquer link com BBB é bloqueado na firma!

    • Os Fulanos que estão lá dentro eu até entendo, porque estão em uma situação excepcional de confinamento. Não tem família para se preocupar, não tem trabalho para se preocupar, não tem NADA que não seja as relações que estabelecem lá dentro. Isso faz com que se coloque uma lente de aumento e tudo fique mais intenso, mais importante.

      Agora neguinho que tá aqui fora se deixando atingir por briga relativa a reality show eu não entendo. Imbecil demais.

      • Entendo isso, mesmo. Mas neguinho tem que ir muito despreparado pra conseguir acreditar que tudo ali é real. Sugestão de leitura para futuros BBBS: a trilogia Jogos Vorazes. É “pra adolescentes”, mas não deixa de ser um bom ponto de vista sobre realities.

  • Dá impressão que as pessoas agora levam uma vida virtual. Pessoas sentam lado a lado e não se falam, apenas teclam na internet. Até eu trabalho mesmo fica cada um com seu smartphone (escondido em baixo da mesa pro chefe não ver) durante o trabalho postando, brigando, mandando recado no Face. Quando algum colega do lado se fala é pra comentar o que postou e quando sai um papo mais demorado, pode contar que é sobre novela ou BBB. O nível do brasileiro médio chegou a isso e não tem como sair dessa. As redes sociais mudam de nome e eles vão migrando. Se brasileiro usasse essa energia toda que usa na TV ou redes sociais pra prestar atenção na vida e nos assuntos do país, chegariam a 1 mundo. Manifestação é só sobre quem vai ganhar BBB, brigam só por futebol, entrar em briga por algo relevante, nem pensar!

    • A vida real vai passar a ser secundária e a vida principal vai migrar para a internet. Muito triste isso. Quem não tiver rede social não vai ter vida.

      • É interessante também essa perspectiva, e ao mesmo tempo deprimente/assustadora. Mas penso que, invariavelmente, antes da pessoa ter uma vida principal sendo virtual, ela deve passar primeiro pela vida real. Quero dizer: obviamente que antes da pessoa acessar uma rede social ela terá que comprar um smartphone ou um pc (ou um mac! haha), e isso implica ter que ter algum contato físico real com alguém em algum momento…

        • Será, Ge? E as crianas que com cinco anos já ganham um do pai e crescem acopladas com o smartphone como se fosse parte do corpo delas?

          Sim, eu conheço criança de cinco anos que tem iphone

  • Pra Sally não ficar ~chatiada~ porque li e não comentei:
    Olha, se bobear, esse povinho histérico por BBB me irrita menos do que os que ficam se achando OS intelectuais porque não veem o BBB (não que seja o caso do pessoal aqui). Como disse uma amiga minha, “Ver BBB não te faz burro, não ver não te faz inteligente”. Aí ficam de mimimi, porque o BBB é lixo, porque nada na TV presta, etc. Então mude de canal, vá dar uma volta, vá ler um livro, sei lá. Quem fica assistindo algo que não gosta só pra falar mal tem problema na cabeça, é como ser esculhambado nos comentários aqui e sempre voltar, haha!

  • A carência das pessoas é tão grande que elas precisam de um palco, nem que seja para levar tomate podre na cara. Engolem o tomate e o vomitam de volta mais podre do que entrou.
    Somente uma escatologia básica consegue ilustrar a imbecilidade dos masoquistas de redes socias.
    Sally, adorei a expressão: “é de fazer cair o cú da bunda”! Posso tomar emprestada de vez em quando?

    • Essa expressão não é de minha autoria, mas pode usar sem dó

      Realmente, as pessoas querem palco a qualquer preço…

  • Porr@!

    Quando eu tenho tempo de ler E comentar no Desfavor é num post sobre BBB!

    Pra ser coerente com a proposta do programa, irei usar meu tempo pra fazer um comentário que não acrescente nada a vida de ninguem ou ao desfavor.

    Pronto; esta feito.

    • Não é sobre BBB, não estamos falando da final, dos participantes, do programa. Estamos falando da reação da sociedade ao programa.

      • Neste caso acredito que a pessoa não esteja defendendo ninguem do programa. Ela – como vc mesma disse, esta defendendo a projeção que fez de si mesma.

        É como a guerra da apple vs android, a pessoa naõ esta defendendo uma empresa especifica, e sim fazendo uma defesa da escolha que fez – mesmo que naõ perceba isso.

        • Mas porque a pessoa vai até um ambiente onde sabe que vai ser hostilizada, destratada, agredida… se se importa com isso a ponto de brigar, xingar e chorar? Porque a pessoa se coloca nessa situação de violência? Porque ela gera essa angústia para ela mesma?

              • Psicologicamente, minha teoria é de que a mulher se projeta muito mais facilmente em outras figuras (famosas ou não).

                O homem mesmo competindo com outro, não se permite esta projeção direta ou comparação com outro cara.

  • Quem dera se fosse apenas no BBB. O medíocre Nelipe Feto se deu ao trabalho de comentar do mesmo “fenômeno” no “A Fazenda”… Você mesmo em 2011 deu uma pincelada na época que a tal “Maria” estava em vias de ganhar esse reality meia-bomba.

    • A Maria ganhou o BBB. Disfarça o FAIL! O “A Fazenda” pode ser menos falso, mas também está sujeito aos mesmos problemas de gente ordinária usando o joguinho como “válvula de escape”, como o Nelipe bem mostrou.

      Nada muito diferente no caso do Futebol. Não sei se você já viu as brigas entre torcedores, que são prova viva do que estou dizendo.

      • Sim, o mecanismo é sempre o mesmo e pode ser usado até em desenhos animados. Mas pelo menos A Fazenda é um programa real, sujo, baixo, sem limites.

  • Quem participa de reality show vira ídolo, sinônimo de fodástico, pq conseguiu muita grana fazendo nada. Não precisa ter talento algum pra isso e ainda de quebra gente que se submete a isso ama aparecer e toda mídia que gera, talvez e não duvido de até mais prazer que o dinheiro em si.

  • Eu tenho uma teoria pessoal e impopular que está um pouco antes do problema de não aceitar a opinião alheia: o retardamento emocional do brasileiro médio. Acho que brasileiro está sendo criado como retardado. Os pais os tratam como coitadinhos, não podem dar limites porque relacionam isso a “espancar” ou “limitar a criatividade” ou qualquer coisa que vá prejudicar seu filho na busca de ser “rico, famoso, bonito, inteligente”. Essas crianças não podem ouvir uma opinião contrária que é bulliyng, não tem dever de fazer lição de casa, mas tem direito de brincar, de comer o que quiser, de fazer o que bem entender. O “Estado” (como “poder”) continua com esse processo ao criar leis que passam o aluno automaticamente, não permitem que seus pais apliquem palmadas, que garantem direitos mas não impõe deveres. Pesquisadores frustrados com suas próprias vidas criam pesquisas para validarem suas opiniões pessoais usando critérios duvidosos e amostras “sujas”, e alimentam o sentimento dos pais dizendo que eles estão indo no caminho certo.

    O fato é que esse retardamento (que é confortável para quem tem, difícil é pensar – vide texto do Somir) gera adultos que tem a capacidade emocional de uma criança: egoístas e inseguros, que são sentimentos conflitantes, porque ao mesmo tempo que a criança (usuário de redes sociais) quer a aceitação emocional dos pais (amigos virtuais), quer que suas vontades sejam satisfeitas da forma, tamanho e frequência que eles acham adequado. Assim brigam com outras crianças desconhecidas quando as mesmas “atrapalham” essas necessidades (mesmo que seja só dizendo que não concordam com elas).

    O fato de “ganharem” qualquer atenção, seja ela negativa ou positiva, responde o porquê deles voltarem tantas vezes e de procurarem conflito. É a maneira que encontram para lidar com sua insignificância real e com seus próprios problemas de autoestima: eles tem ATENÇÃO.

    Igual cachorro quando fica jogado no quintal: não tem amigos para montar uma matilha real, não tem carinho do dono. Num dia qualquer, ele está passando por um carro, começa a roer um parachoque e zas: o dono aparece e ele ganha relevância. Assim, mesmo que seja para apanhar, ele vai repetir o fato, já que é isso que ele encontrou para conseguir atenção.

    E é por isso que suas crianças ficam tão sem-graça quando vc responde como “adulta”…

    • E realmente não é só BBB… A nova “moda” do Facebook é postar comentários para algum de seus “amigos”, de forma a xingá-lo sem citá-lo. São super comuns coisas do tipo “tem gente que não se toca mesmo”, “quem fica me ligando não sabe que estou trabalhando?” e outras idiotices do tipo.

      A idade física passa longe da mental…

    • Tenho uma filha que é psicologa e ela me contou uma vez que é muito comun mães levarem seus filhos para um acompanhamento psicologico por causa de atitudes e comportamentos estranhos.
      Ela me disse que não precisa mais do que duas ou tres consultas para compreender que esses filhos são mais do que absolutamente normais, e que ela precisa chamar as mães e explicar tim tim por tim tim que quem precisa de acompanhamento psicologico são elas mesmas, as mães e não os seus filhos.

    • Discordo do primeiro parágrafo: a maioria que defende o bbb desse jeito teve pais ausentes, e não retardados. Mas este parágrafo resume bem o meu ponto de vista:

      “O fato de “ganharem” qualquer atenção, seja ela negativa ou positiva, responde o porquê deles voltarem tantas vezes e de procurarem conflito. É a maneira que encontram para lidar com sua insignificância real e com seus próprios problemas de autoestima: eles tem ATENÇÃO.”

      • Oi Phill!!

        Nesse primeiro parágrafo, eu queria dizer que eles são criados COMO retardados emocionais, não POR (embora também… hehehe). O fato dos pais serem ausentes é mais uma desculpa para não cobrar maturidade emocional dos filhos. Assim, eles são criados como eternas crianças carentes. Tem 30 anos na cara e não sabem ligar a máquina de lavar porque são “coitados”, “abandonados pelos pais”, “não receberam atenção na infância”… Tem cada desculpa que eu já ouvi, que é de morrer…

  • Gente que gosta do BBB é a mesma que bisbilhota sua vida, que fala de você pelas costas…
    E li uma reportagem que comprava: BBB emburrece.

    Assistir algo com atividades banais, que não exige reflexão, pensamento…deixa burro.

    Enfim, mas evito paunocuzar falando.

  • A arte do não se importar

    Sal, sabe aquela blogueira, uma das que concordou que seu texto sobre gravidez era “contra as mães”, a do blog do cavalinho? Tá lá arreganhando sua vida no twitter dizendo que a fizeram chorar por conta das críticas que ela fez a uma participante do BBB. Que tipo de pessoa adulta chora por receber críticas a críticas sobre BBB? KKKKKKKKKKKKKKK

    Esse tipo de gente falando mal de texto seu é elogio

    (mandando print do twit para o seu email)

    • Francamente? Não me interessa o que se passa na vida alheia, a menos que seja a vida alheia de uma pessoa importante para mim.

    • Essa mesma blogueira fez um vídeo no seu blog chamado “já deu cianorte” onde ela chama a filha para participar e quando ela tá falando sobre uma bbb que jogou água na cara de outro bbb e sobre o que podia acontecer com quem faz isso a filhota solta a pérola: “Eu espero que metam um taco de baseball na cara dela”

      Adianta fazer discurso feminista, dizer que não se bate em mulher no Twitter e criar uma filha adolescente que diz em um vídeo público que espera que uma mulher seja agredida? Eu teria muita vergonha de criar uma filha que pense assim e que não tenha o semancol de saber que não se diz uma coisa dessas em um video.

      Vai lá proteger cachorro e pregar feminismo, enquanto a filha fala esse tipo de merda. Parabéns.

  • Ex BBBs superam o numero de dez carreiras profissionais.
    Ex-Bhttp://noticias.uol.com.br/empregos/album/2013/03/15/numero-de-ex-bbbs-supera-dez-profissoes-veja.jhtm#fotoNav=9BBs superam número de profissionais em dez carreiras profissionais.

  • Boa notícia: BBB termina hoje….Como boa notícia nao vem acompanhado de má notícia.
    Má notícia: Começa hoje os preparativos para o próximo BBB

  • Sabe, que lembrei de algo que aconteceu faz pouco tempo.
    Uma conhecida que detesta uma fulaninha que trabalha num local bastante frequentado, estava estressadíssima pela discussão que teve com a mesma.
    Detalhe, a discussão aconteceu lá mesmo, no serviço da fulana.
    Eu, só disse a ela que ela procurou por isso.
    Existem quantos locais pra se divertir ?
    Aqui tem pelo menos uns 6, no mesmo nivel do que ela foi, 4. Pra mim se foi lá é masoquista.
    Então pra que se torturar indo a um lugar onde se sabe dará de cara com alguém que faz mal?
    Eu faço outro caminho, nem que tenha que andar meia hora a mais.
    Lembrei da conversa que tivemos pelo blog no sábado, sobre redes sociais. Desde sábado não acesso, tudo bem hj é terça , só que antes eu entrava umas 4 vezes ao dia.

    • Sabe o que esse tipo de pessoa pensa? Uma falsa superioridade no estilo “Eu não vou deixar de ir em tal lugar por causa da Fulana!”. Esta frase só teria valor se a pessoa fosse capaz de ir no tal lugar e não se importar com a Fulana. A partir do momento em que ela vai e se aborrece, o mais saudável é deixar de frequentar o lugar.

      Conselho para você: apague esta merda, porque mesmo sem acessar, enquanto seu perfil existir, você está exposta de formas que nem imagina. Reflita.

      • Vc é que “não sabe voar”…

        * ‘Pobre de quem não consegue voar’, diz Gloria Perez sobre críticas a furos em ‘Salve Jorge’

        • Esta Senhora sofre do mesmo mal do Galvão Bueno: demência senil. Depois de “O Clone” nunca mais fez uma novela que tivesse boa audiência, sem contar que está se repetindo no elenco e nos textos, fazendo de uma novela cosplay da anterior. Francamente, está na hora da Globo aposentar esta criatura. Salve Jorge é uma das coisas mais vergonhosas que eu já vi.

      • Pois é, Sally, essa novela tem sido bem criticada.
        Pq será? Novelas parecem ser todas iguais…
        Ainda não entendi o que essa tem de especial (no mau sentido, claro)

          • Essa novela, pelo que minha mãe conta, tem erros crassos de continuidade e de história, e eu assisti uma cena que me deixou besta o tamanho da desinformação que ela passa para o telespectador: um oficial de justiça vai entregar uma carta de citação pra um dos personagens (se eu não me engano era ação de divórcio), e ele entrega para a MÃE do cara. Um absurdo.
            Além disso, a delegada da novela é mais uma fuxiqueira que uma investigadora, e eu quero matar um quando falo para alguém que quero ser delegada e a pessoa me fala “é por causa da delegada da novela né?” Aff!

  • Sally, esse talvez tenha sido um dos melhores textos que você já escreveu.

    A internet, hoje em dia, é um dos experimentos sociais mais interessantes e completos de todo o mundo. Redes sociais, para quem quer perder seu tempo, tem muito a dizer sobre a natureza humana… E eu acho que eu tenho duas respostas para duas perguntas que você fez no texto.

    1- O masoquismo virtual que faz as pessoas voltarem é, principalmente, a impressão errônea de que elas estão vencendo um argumento, e de que estão sendo relevantes; sentem como se estivessem no controle, como se estivessem fazendo a diferença, dando vazão ao estresse diário ao mesmo tempo em que fazem suas opiniões serem aceitas. Porque SIM, as pessoas CONCORDAM umas com as outras, embora muitas outras discordem. Não é a questão de que os outros estão discordando, e sim de que tem outros concordando, que te faz sentir tão importante! É altamente fascinante, embora um tanto patético.

    2- Acho que é muito fácil direcionar as paixões da massa para algo irrelevante. As pessoas entendem, ou acham que entendem, de emoções, de picuinha e de panelinhas. ISSO está presente na vida das pessoas. Política não. Política é algo alheio e confuso, como um alienígena particularmente feio que está ali, de vez em quando mostrando os dentinhos. Como se o fato de os que estarem lá no planalto serem ladrões de quinta categoria você automaticamente não pudesse se associar. Sem contar que, ao lidar com política, tende-se a lidar com Lei (não necessariamente) e as pessoas estão tão por fora disso que chega a ser absolutamente deprimente. Então você vê, é muito mais fácil para as redes de informação manipularem as pessoas a darem suas opiniões sobre coisas mais comuns às vidinhas medíocres delas. NÃO é a toa que BBB faz tanto sucesso: é um jeito de mostrar aos populares que “gente famosa” também tem defeitos, e fazerem-nos sentir como se ELES TAMBÉM tivessem alguma importância. É a empatia em massa que faz com que eles gostem tanto dessa merda.

    Sendo muito sincero, e terminando com um quê de animação, eu não sabia que estava tendo BBB. Mas que bom que termina hoje.

    • Interessante seu ponto de vista, não tinha pensado nisso: gente vai brigar para tentar se sentir importante, formadores de opinião. Faz sentido. As pessoas não se ouvem mais na vida real, estão o dia todo cutucando smartphones, não se olham nos olhos. Talvez o único lugar onde se consiga atenção para o que a pessoa quer dizer seja na internet…

      • E, saiba Sally dependendo das pessoas com quem convivemos, somos discriminados por não ver BBB.
        Um dia tavam falando perto de mim que tal fulano que participa do BBB, era muito inteligente.
        Não sei quem é o cara. Mas, de bate pronto respondi que alguém inteligente jamais iria se expor para num lance de sorte ganhar um premio, se a pessoa quer ganhar muito dinheiro por sorte, então que jogasse todos os dias na loteria, pq ao menos tá se preservando, aí me escantearam da conversa.

        • Sim, existe gente que trata quem não gosta de BBB como elitista escroto, já senti isso na pele, e olha que nem fico dizendo que detesto, apenas me limito a dizer que não vejo.

          Até acho que alguns participantes inteligentes já passaram por lá, gente para cuja carreira participar do BBB teve alguma utilidade, como o Jean Wyllis, mas regra é a burrice suprema mesmo!

          • Talvez como vc disse acima não veja BBB pq não gosto de fofoca.
            Mas, que os plantões sobre a Fazenda eram impagáveis, comecei a ver o programa só pra vir aqui conversar.

            • A Fazenda era mais autêntico, com pessoas notoriamente barraqueiras. Eu gosto de observar o ser humano e lá havia verdade. As pessoas se chamavam de “puta velha” de “piranha arrombada”, sabe? Tinha um quê de verdade naquilo, era o pior do ser humano exposto. Sem contar as situações impagáveis tipo Dinei urinando nas roupas de Joana Machado, Bruna Surfistinha tentando enfiar um pepino na bunda do Cumpradre Washington, Duda metendo a porrada no Galinhaço… Tem como não amar?

              BBB é pasteurizado, globalizado, com um verniz falso para ficar dentro do padrão globo de qualidade. Nojinho…

              • Tenho pra mim, que eles dão um script pra cada pessoa que entra no Big Brother, com um comportamento que terão que ter ali dentro, e ganha a pessoa que melhor desempenha na visão da direção do programa, manipulam o resultado para a pessoa ganhar

                • O tanto de interrupção que tem dos diretores mandando fazer ou não fazer algo é assustador. Bastam 20 minutos vendo o Pay Per View que você percebe. Detalhe que eles cortam o som no momento das instruções dos diretores… porque será?

          • Se para o Jean Wyllys, o BBB foi importante para progredir na “carreira”… QUE BELA MERDA, HEIN?!

            Não fosse a ajuda do coeficiente, o cara nem tinha sido eleito deputado pelo RJ.

            • Marciel, o cara estava escrevendo uma tese de doutorado sobre a repercussão de reality show na vida do telespectador. Tentou fazer um pedido forma de etnografia e a Globo vetou, daí ele decidiu correr atrás nos bastidores mesmo. Acho pertinente se colocar em uma experiência como esta nesse caso específico. E acho ele inteligente e bem articulado. No caso dele foi literalmente uma experiência antropológica.

          • É isso mesmo, a moda agora é…… Mesmo que voce nao goste de bater palmas para maluco dançar, se voce nao bater palmas voce é escroto, grosso, nojento, perturbado, sem noção, descompensado, precisa procura tratamento.
            Minha inteligencia me permite compreender que ser insultado desta forma, por esse motivo e por gente deste tipo, é um tremendo de elogio.

      • Sim. Trocando em miúdos, já que não dá pra barraquear e angariar votos para si do lado de fora (politicamente correto impedindo), barraqueia pela internet, onde tudo é livre, normal, e impune. É sempre a bendita da atenção…

      • Realmente Sally, esse foi um dos melhores textos que li aqui até agora.

        Nessa era da presença da ausência é um grande escapismo despejar toda a mediocridade no ”Feicebuqui” e no ”Tuíter” e simular uma vida na qual o usuário se sente mais importante do que realmente é.

        Isso me lembrou o livro e o filme ”Ensaio sobre a cegueira”. Os personagens são expostos a um ambiente tão nocivo que perdem totalmente a noção de civilidade.

        • Lamento muito que gente boa, gente inteligente, gente com potencial esteja caindo nessa armadilha. É como ver toneladas de caviar sendo jogadas em um lixão. Poucos ainda não foram sugados por essa tentação de fuçar a vida alheia, de comprar briga para canalizar os desamores da vida real, de criar para si uma vida virtual melhor do que a real, de evadir privacidade, etc, etc. Quem não topa esses mecanismos doentios é uma joia rara!

    • Rorschach, El Pistolero

      O Phill disse basicamente o que eu ia comentar.

      Acho que essas pessoas NÃO se estressam ou pelo menos não sofrem tanto quanto seria de se esperar. É um misto de queres ser importante e controlador, como o Phill disse, com a banalização de tudo.

      Na internet TUDO é extremo. Tudo. Outro dia eu vi um número do Louis C.K. onde ele brinca com isso. Basicamente, ele diz que as pessoas estão trocando o significado das palavras e que se um pote com asas de frango fritas vira algo “incrível”, então que palavra elas usarão quando algo realmente incrível acontecer?

      Imagino que pra Sally seja um extremo desejar a morte de alguém – ela provavelmente só faz isso se a pessoa for muito prejudicial pra ela ou pra sociedade. Porém, essa galerinha legal da internet não usa as palavras pelo que elas significam – mas pelo que elas valem.

      Ex: quando alguém diz “quero que a fulana morra”, na verdade ela está dizendo “eu não gosto da fulana” – só que dizer “eu não gosto” não tem a mesma força e o mesmo impacto que “quero que ela morra”. É como drogas: depois de um tempo, a dose normal de cocaína não causa o mesmo barato. Nas redes sociais, dizer “eu não gosto” já não causa comentários – aí as pessoas exageram. Começam com “eu odeio”, vão para “eu desprezo” e estão atualmente no “quero que morra”.

      Some isso ao que o Phill disse, das pessoas realmente gostarem dessas brigas, porque essas brigas dão uma sensação de poder e um aval social de quem está do seu lado – afinal, brigas de internet são como os antigos gladiadores com o apoio do público que assiste.

      • Sabe qual é o problema? Editores, redatores e demais profissionais de sites voltados para esse tipo de programa desejando que a participante Fulana MORRA. Sabe, quando você trabalha com isso, me parece um tanto quanto falta de profissionalismo. Seria como se o Galvão Bueno ficasse com raiva do Neymar e desejasse que ele morra enquanto está narrando uma transmissão. Falta de postura total… Daí são criticados e chora, se estressam, tomam remedinho controlado. Não aguento com essa gente.

        PS: Se falam pelo que a palavra vale, porque quando falam estas mesmas coisas de volta para eles, se doem todos, se irritam…?

  • Na minha concepção, alguém que tem como “ídolo” um participante de reality, que expõe sua vida em troca de 1/16 avos de chance de ganhar 1,5 milhão, merece ir para um campo de concentração e posteriormente ser colocado em uma câmara de gás.
    Que lixo de povo é esse que endeusa seres de merda, vazios, artificiais e sem personalidade? Que fazem escândalo, gritam, pedem autógrafos, fazem fãs clubes, ouvem xingamentos e acham isso super saudável?
    Geração de merda essa que nasceu na década de 90. Não sei o que seus pais usaram nos 80’s, mas com certeza foi algo que sequelou profundamente. Selvagens, mal educados, burros, sem noção, espaçosos, vulgares, debochados, sem limites. E para coroar tudo: a internet. Esse espaço sem lei foi colocado a público na pior época possível. Foi um entupimento de esgoto misturado com enchente.
    Enquanto isso temos pobres infelizes que todo dia fazem pesquisas, calculos complicadíssimos, leem 800 páginas por dia, passam anos estudando algo e como são chamados? Nerds. Chatos. Como se ter inteligência fosse algo pejorativo, digno de vergonha. Daqui a pouco as cabeças pensantes terão que formar um clã secreto, onde somente dentro dele poderão mostrar seu poder de raciocínio, enquanto que fora dela deverão se portar como verdadeiros imbecis, conforme a sociedade exige. Antes disso espero que tenhamos invadido o Suriname.

    • Ei! A Década de 90 não foi tão ruim assim…. Foi boa formadora de caráter. O problema mesmo foram os anos 2000… e essa tal de internet, que deu muita liberdade para quem não sabia usar.

      Além do mais, década de 90 tinha Johnny Bravo. Nenhuma época que tivesse Johnny Bravo poderia ser uma época ruim.

      • Os anos 80 foram terríveis. Tudo brega, tudo colorido, tudo escalafobético. Eu atribuo todos os meus defeitos e problemas aos cortes de cabelo e roupas que minha mãe me impunha da década de 80.

      • Phill, o problema dos nascidos na década da 90, é que são filhos dos nascidos na década de 70, a geração que se “libertou” meio que na marra. Quando esses se reproduziram, resolveram (des)educar seus filhos no esquema “vou criar como eu gostaria de ser criado”. Só que não tinham noção que liberdade colocada sem limites a adolescentes só poderia dar merda. Resultado: a bosta de hoje.
        Eu nasci em 83, realmente concordo que os anos 90 foram bons formadores, mas o problema é quem NASCEU nessa época, que justamente, teve sua formação de caráter nos anos 2000.

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