Des Cult: Dexter (final).

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Se você ainda não assistiu ao final da série “Dexter”, não leia este texto, pois contem spoilers. Alias, faça um favor a si mesmo: não leia o texto e não assista à última temporada, muito menos ao final, quem sabe assim você guarda boas recordações do seriado. Mais um exemplo da Escola Lost de Finais Cagados.

Dexter Morgan é um psicopata, isso sempre foi dito de forma muito clara no seriado, cuja proposta é ser o mais realista possível. A ajuda de uma equipe multidisciplinar na elaboração do roteiro não me deixa mentir: técnicos forenses e uma vasta equipe se encarregam de que os fatos narrados sejam os mais verossímeis possíveis. Existia essa preocupação e o compromisso com a verdade. Pois é, nessa última temporada estas pessoas devem ter sido demitiras e a assessoria deve ter ficado por conta da Tia do Cafezinho, porque erros grotescos e incoerentes foram cometidos. Para começo de conversa, em uma vibe meio “Pinóquio”, o menino de madeira que queria ser de carne e osso, Dexter vai sendo “humanizado” em um processo que se sabe ser impossível para psicopatas. Psicopatas são incapazes de certos sentimentos e nada pode mudar isso.

O mais nojento não é alguém mentir descaradamente dizendo que um psicopata pode começar a sentir culpa, remorso e outras mazelas inerentes às pessoas comuns. O mais nojento é atribuir isso ao amor, uma coisa meio “o amor muda, o amor transforma, o amor supera barreiras”. Sério mesmo, coisa de novela da Globo! Dexter merecia mais. Mesmo que esse romantismo vomitável fosse possível, esqueceram de algo essencial: um psicopata não ama nada além dele mesmo, logo, partiram de uma premissa errada.

Mas quem se importa? É isso que o povo quer ver! Através do amor que sente por Deb, Harrison e Hanna Dexter começa a, gradativamente, apresentar sentimentos “humanos”. Porra! Isso não acontece! E outra, quem acompanha um seriado estrelado por um psicopata e o ama, como era o caso de “Dexter” quer tudo menos ver seu objeto de afeição transformado em um Zé Ruela qualquer. A graça do Dexter e o fascínio que ele exercia era justamente essa ausência de sentimentos “humanos” e a forma como ele lidava com isso! Precisava tirar isso dele e transformá-lo em um Zé Buceta comum?

Infelizmente, tal qual Homem de Lata, Dexter parece ter adquirido um coração. O amor transforma – pausa para vomitar. Nunca vi uma mensagem tão errada sendo transmitida de forma tão cafona em toda minha vida, nem mesmo no desenho Capitão Planeta. Mas parece que além de adquirir do nada sentimentos “humanos”, Dexter também ficou burro. “O amor cega”, uma pessoa mais romântica poderá dizer. Só que não, pois em vários eventos dissociados de uma resposta imediatista ao amor Dexter faz cagadas dignas do Alicate, assim como os roteiristas. Parece que deram uma caneta a uma menina de 12 anos para que ela escreva o final. Até mesmo os personagens (eu sei que é no feminino, mas não gosto) secundários sofreram respingos da terrível avalanche de merda romântica desta última temporada.

Só para citar um exemplo (todos não caberiam aqui), Deb e Queen voltaram a ficar juntos do nada. Queen é um merda sem precedentes que faz o Alicate parecer uma pessoa ponderada e Deb nunca gostou verdadeiramente dele. Quando estavam se relacionando, diga-se de passagem, faz tempo, ela estava sempre com um pé fora. Quando ele a pediu em casamento ela aproveitou a deixa para dar um fora nele, em uma pegada “nunca gostei muito de você mesmo”. Mas do nada, eles voltaram. Porque Deb, a super-certinha, não tolerava coisas que o Dexter fazia, mesmo com o respaldo de uma doença para “explicar” mas, mesmo sendo tão certinha, ela pode tolerar toda a corrupção e filhadaputagem do Queen (Queen também mata gente, ok?). Ficou parecendo que faltou personagem para juntar com ela e colocaram o Queen como tapa-buraco. Aparentemente Deb achou legal ficar com um cara de caráter duvidoso do qual nunca gostou e que estava namorando a filha do seu chefe. Oi?

Mas voltemos ao Dexter, que é a principal decepção. Se queriam vender essa humanização progressiva do personagem, deveriam ter sido mais coerentes. Porque Dexter era melhor pai quando não era humanizado. Quanto mais se humaniza, mais Dexter caga no pau com o filho, Harry. Deixar o filho ir embora com Hanna não parece coisa que um Dexter humanizado faria. Deixar vivo um assassino que sabe que irá atrás de sua família também não. Matar o mesmo assassino com uma caneta na frente das câmeras dentro de um distrito policial muito menos. Se eu quisesse ver um homem branco de classe média fazendo merda assistiria “Two and a half man”. Acabaram com o glamour do Dexter sem descontruir o personagem de uma forma inteligente, apenas estupraram a linha de roteiro do seriado com guinadas inverossímeis e contraditórias.

Nem mesmo a parte técnica se salvou. Dexter entra em um hospital, vai até o quarto da irmã, que está em coma, ligada a aparelhos e DESLIGA os aparelhos até que seu coração pare. Não somente ninguém aparece, como ele ainda sai pela porta do hospital com o corpo da Deb enrolado em um lençol sem ser abordado por ninguém. Dá tristeza, sabe? Dá tristeza de ver como estupraram um seriado que era tecnicamente perfeito, com um roteiro bem amarrado. Nunca que isso poderia acontecer, mesmo com uma ameaça de tempestade, furacão, tornado ou asteroide colidindo com a terra.

Até em hospital público do Rio de Janeiro quando um paciente que está no CTI perde os batimentos cardíacos alguém vem ver (mesmo que demore qualquer 15 minutos) e não dá para retirar um corpo do hospital nessa tranquilidade ainda mais se for de uma policial. Não contente, ele saiu com o corpo dela e fez um belo passeio, indo até seu barco, sem ser interceptado no caminho por ninguém. Deb morreu e ninguém ficou sabendo, ninguém quis ver o corpo, ficou tudo por isso mesmo.

Questões maiores também foram estupradas. Todo mundo sempre soube que era questão de tempo até Dexter ser pego, ser descoberto e ter que fugir (ou ser preso). Mas não. Os roteiristas acham que você pode cometer crimes semanais por décadas sem nunca ser pego, isso em um seriado que prega a veracidade no roteiro. Um Dexter, mesmo “humanizado”, mesmo deixando de ser aquela máquina mortífera que aprendemos a amar, saiu invicto. Não faz sentido, pois quando se ganha em humanização se perde em frieza e planejamento e o desfecho “normal” seria que um sujeito que não é mais uma máquina mortífera fosse pego. Mas não, ele é humano, ele ama, ele sente remorso, mas ele também sai invicto. Uma pena, a prisão teria sido um final mais digno. Aliás, até ter entrado para o Bonde dos Federados e acabar cantando “Ah Leleke leke leke” teria sido mais digno.

Não teve nada de novo neste último episódio, é mais do mesmo, é um mecanismo requentado: Dexter percebe que sua vida de serial killer respinga nas pessoas que ama e acaba perdendo um ente querido (Rita Feelings) por causa do seu estilo de vida. Dexter percebe que é perigoso para as pessoas que o cercam e entra em crise (novidade!). Evolução zero dos conflitos ligados ao personagem, com o plus de uma humanização forçada, em tese impossível, abrupta e mal explicada.

Só que a versão humanizada do Dexter se contradiz em um roteiro mal amarrado. Quando desiste de matar Saxon, Dexter deixa claro que já sentiu muito prazer matando, mas isso havia mudado, que tudo que ele queria naquele momento era estar em outro lugar, com Hanna e Harry. Vejamos: Dexter não sente mais prazer e/ou necessidade de matar. Dexter sente prazer em estar com a família. Qual seria a conclusão lógica disso? Parar de matar e ficar com a família, recomeçar uma vida nova. Mas não, em uma distorção sem propósito, Dexter concluí que ele arruína a vida de que os cerca por uma espécie de karma místico inquebrável e decide de afastar da família, sem perceber que essa ruína sempre adveio de sua necessidade de matar e que quando esta fosse suprimida, poderia levar uma vida normal. Mas vida normal para que, quando ele pode ser uma vítima que se auto sacrifica em nome do amor? Ser vítima é muito mais legal, né? Pausa para vomitar novamente.

Extinta essa necessidade de matar, não haveria necessidade de ser afastar de Hanna e Harrison, até porque estariam recomeçando a vida em outro país, dificilmente algum respingo do passado os afetaria. Aliás, que beleza de humanizada que deram nele, hein? Abandonar o filho com uma assassina! Que caralho e humanização é essa que a pessoa deixa o filho crescer sem pai? Simplesmente não se sustenta, pois o fator que causava danos aos que o cercavam deixou de existir. Coerência zero. Por sinal, será que nos EUA uma pessoa estranha que não tem parentesco com uma criança pode viajar com ela de avião? Creio que não. No entanto, fica decidido que Hanna vai levar Harry em cima da hora, sem qualquer problema. Será que Dexter andava com uma procuração no bolso? Bem, em um mundo onde um paciente monitorado tem uma parada cardíaca dentro do hospital e ninguém aparece para ver, crianças devem poder viajar sem autorização dos pais.

Hanna também foi contaminada pelo amontoado de mentiras incoerentes: mesmo procurada pela polícia com o rosto em todos os jornais e noticiários, ela consegue se hospedar em hotel e até embarcar em um ônibus com Harry sem ser reconhecida. Daí o Zé Buceta do Elway decide ir sozinho atrás de uma assassina procurada pela polícia e entra no ônibus e a intimida. Hanna, com Harry a seu lado, puxa uma seringa com tranquilizante e crava na perna de Elway na frente de todos os passageiros, o deixa desacordado e sai sem levantar suspeitas. Ninguém viu, ninguém percebeu, você pode seringar os outros à vontade no transporte público de Miami. Aparentemente quando ocorre uma tempestade em Miami todos os moradores ficam cegos e surdos. E sim, Hanna embarcou com Harry sem qualquer documentação. Facinho sequestrar crianças em Miami.

Para coroar, Dexter leva o corpo da irmã para seu barco e a joga no mar, porque né, qual é a contradição em dar à irmão que ele ama tanto o mesmo destino que ele deu a todas as vítimas que desprezava? O Dexter supostamente humanizado tirou o direito de todos os amigos e do namorado de organizarem um funeral, velarem o corpo e terem um lugar para visitar e homenagear a Deb. Super humanizado. Daí ele leva o barco em direção à tempestade e sabe-se lá como (nadando?) se salva e volta à terra firme, deixando que todos pensem que ele morreu. Porque nada mais humanizado do que fazer o amor da sua vida e o seu filho chorarem sua morte de forma desnecessária. Eu até entenderia ele simular uma morte se estivesse sendo perseguido por um assassino que pudesse matar sua família, neste caso, o teria feito para proteger aqueles que ama. Mas da forma gratuita como foi feito, ficou parecendo vitimização, sofrimento glorificado.

Depois de simular a própria morte, ele reaparece de forma não explicada em um subemprego (ao que parece, lenhador), no meio do mato sem qualquer outra informação. Um Dexter cosplay de Wolverine olha para o horizonte com um olhar vazio e o seriado acaba. Os produtores disseram que foi um final “aberto”. Desculpa, mas isso aí é um final ARROMBADO. Um Dexter que não reconhecíamos mais termina em uma situação desconhecida, sem que se saiba absolutamente nada sobre ele. Tive a impressão que o desfecho apontava para aquela coisa babaca de auto sacrifício e auto piedade, uma vibe “eu faço mal a todos então vou me sacrificar em nome do bem da humanidade”. Nojento, muito nojento. Dexter é Jesus Cristo Reloaded, ele se sacrifica pelo bem dos outros.

Não faz muito tempo eu li uma entrevista de Michael C. Hall, o ator que interpreta o Dexter, dizendo que o final era ótimo. Ele disse que quando leu o roteiro teve aquela sensação que você tem quando um livro termina exatamente da forma que tem que terminar. Fez uma propaganda danada do final, dizendo que não poderia ser melhor. Acho que o câncer derreteu o cérebro dele. Tá de parabéns, em uma tacada só perdi o respeito pelo personagem e pelo ator.

A sensação que fica é o roteirista morreu lá pela quarta, quinta temporada mas esconderam esse fato para poder continuar lucrando e chamaram a Glória Perez para escrever o que faltava. Muito triste.

Para recamar, apesar dos avisos, dos spoilers, para dizer que está com o cu na mão de ver o final de Breakin Bad ou ainda para apontar outras palhaçadas e contradições: sally@desfavor.com

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Comments (53)

  • Acabei de ver o último episódio e você estâ certa: é aviltante. Nem consegui assistir a oitava temporada inteira, de tão insípida e sem sentido que ela foi.

    Vou começar pela Hannah. Que lixo de personagem mal escrita, a série já estava oficialmente no fundo do poço com aquele melodraminha de folhetim, não precisavam jogar lama em cima.

    Então a mulher é uma fugitiva procurada, que provavelmente tem seu rosto estampado em todos os lugares e, quando resolve voltar, nem se dá ao trabalho de usar um disfarce? Ela é provavelmente a criminosa mais bonita da história da humanidade, mas anda pelas ruas de Miami com a aparência completamente inalterada e sem chamar a atenção de ninguém, como se nada. Custava colocar uns óculos escuros, um chapéu, pintar o cabelo, dar uma leve embarangada ou algo do tipo? Não, o importante é não estragar o belo rostinho, dane-se a lógica.

    Daí a criatura entra no hospital com o Dexter mirim a tiracolo, e quando perguntam qual o seu parentesco com a criança, ela diz que é mãe dele. Porque é mais fácil se passar por mãe do garoto sem levantar suspeitas do que por uma babá ou algo assim. E quando perguntam seu nome, ela que poderia falar, sei lá, Martha Freeman, Paula Stuart ou Kimberly Jane Whatever, resolve assinar o nome da Debra Morgan. WTF? Por que?

    Outra coisa sobre a Deb: quando ela encontra a Laguerta prestes a ser assassinada, tem a escolha de não atirar em ninguém e simplesmente dar as costas para o irmão. Mas o que ela faz em vez disso? Dá um tiro na Laguerta, para depois ficar tendo crises de culpa. Ela matou a Maria porque quis, ninguém a obrigou a isso, e ser omissa em um crime não é a mesma coisa que executá-lo covardemente, como ela o fez. Sem contar que, depois de 200 anos, se apaixonar pelo próprio irmão é simplesmente ridículo. Eles viveram juntos na infância e na adolescência e, se fosse o caso, essa atração toda teria se revelado bem mais cedo. Sem contar o quão barato e batido esse tema é, me senti assistindo aqueles lixos de mini-séries globais cujos temas doentios são a única maneira de chamar a atenção da massa remosa e selvagem brasileira, que só gosta de baixaria (vide o sucesso de autores nauseantes como Jorge Amado, Nelson Rodrigues e afins).

    E não vou esquecer da Jamie, a baby sitter dos sonhos infanto-juvenis dos punheteiros de plantão. Como se não bastasse viver seminua (qual q necessidade de mostrar a babá de biquini 24h por dia?) para compensar o vazio existencial que sua personagem representa, ela é aceita em um curso de não sei o que, e desiste de seu sonho porque… está apaixonada pelo Quinn, o cara insípido e sem personalidade com quem ela só discute há vários episódios e que demonstra claramente ainda estar caindo de amores pela Deb. E por que separaram esse casal? A babá songamonga e o policial cara de nada formavam um par perfeito. Se era para aglutinar a Deb com qualquer coisa, por que não esculhambar logo de vez e fazer o casamento entre ela e o Masuka ou, sei lá, alguma cop sapatona? Qualquer pessoa, qualquer pessoa seria mais plausível que o Quinn.

    E por último, eu não acho que a premissa de Dexter ter um coração seja ruim, ele foi assim desde o começo. Demonstrou por muito tempo ser incapaz de ferir quem não se encaixava no código, sendo super protetor em relação a sua família e sofrendo com a morte/distância de pessoas que importavam para ele. A hipótese do erro no diagnóstico da psicopatia parece mais coerente para mim, afinal ele demonstrou, sim, ter sentimentos desde o início da trama.

    Enfim, fica aqui registrada a minha revolta. Obs: no livro, a Deb é uma loirona gostosona, “bombshell” como eles falam. Nada a ver com a Jennifer Carpenter, que também é bonita, mas longe de ser uma boazuda que atrai tudo que se mexe, como é a personagem dela no livro.

  • “…..roteirista morreu lá pela quarta, quinta temporada mas esconderam esse fato para poder continuar lucrando e chamaram a Glória Perez para escrever o que faltava.”

    PQP! Chorei aqui kkkkkkkkkkkkkkk

  • Mas gente, só eu gostava do Quinn? Não entendo por que, mas eu nutria um certo afeto por ele…
    Fiquei chocada com a morte da Deb, eu adorava aquela filha da puta e tava super empolgada com a notícia sobre um spin-off dela.
    No início da temporada eu até curti, ainda não vi os 4 últimos episódios. mas o final, pelo visto, foi de fato decepcionante.
    E Sally, só pra constar, a namorada do Quinn era irmã do Batista, não filha.

  • Não gosto de Dexter (e aquela boca torta de derrame cerebral da irmã dele), estou sem tempo de ler todos os posts do Desfavor, mas vim aqui unicamente para pedir uma coisa: Cubram o final de Breaking Bad!
    Estou me sentindo como se um relacionamento de longa data tivesse acabado… (Triste, mas não tenho vida, fazer o quê).

  • Eu desprezo TV no geral. Portanto, desprezo 99% dos filmes e todas essas tais séries aí, que se popularizaram como nunca nas últimas décadas. A única atual que assisto é o Bob Esponja Calça Quadrada e a única em que investi a ponto de comprar os boxes foi a do MacGyver (comprei só as três primeiras temporadas porque quando fui comprar a quarta a esposa torceu o nariz, dizendo que eu tava gastando muito! Agora, não acho mais em português, merda!). Em vista disso, a simples pergunta que eu faço é: que cazzo é isso de Dexter e porque tá todo mundo falando nisso, hein?

    Aliás, vejo uma imensa quantidade de gente discutindo com tanta paixão isso de “house”, “OC”, “friends” (a que mais eu percebi que tem baba-ovo frenético) que a minha “intrigação” é: por quê? Alguém aí me explica, por favor?

    Grato!

    • Ainda tem alguém discutindo sobre Friends? O troço acabou faz mais de DEZ ANOS!

      A gente discute porque se afeiçoa aos personagens e fica revoltado quando eles tem um final escroto. É como discutir um livro ou uma peça de teatro.

    • Charles D.G. tentando resumir ao máximo pra ti:

      É assim, Dexter é um carinha psicopata que tinha lá prazer/desejo em matar, mas ele usava isso para bem: só matava quem era malvadinho na sociedade lá e quem a polícia por vezes não conseguia pegar. Durante umas 5 temporadas esse personagem teve esse perfil e tal, mas depois ele foi se desvirtuando aos poucos aos seus “propósitos originais” sabe? De tal forma que na última temporada agora quiseram humanizar ele demais e de um jeito muito rápido! E, como dito no texto (não sei se tu chegou a ler) há muitos furos no roteiro e coisas incoerentes na tessitura da trama narrativa! É por isso que ta todo mundo falando disso: ta todo mundo PUTO com o final nada esperado!

      Nota bene para um adendo: adorava the o.c! Jamais deveriam ter matado a Marissa no final da 3a temporada! Tadinho do Ryan… fora que acabou com a série na 4a temporada!

      • Olá, meninas!

        Hmmm… compreendi! E, contado assim, esse Dexter parece interessante. Agora, resta outra questão: por que cargas d’água, então, abreviaram desse modo tão abrupto o seriado, dando ao protagonista um destino totalmente diferente do que vinha sendo desenvolvido ao longo de 5 temporadas? Como um colega falou mais abaixo, será o tal do “money talks”? Sabem como é a mídia… dirigida/dominada por gente que adora dinheiro, se é que me entendem…

        Quanto ao tal “friends”, Sally, eu tomei como base de “frenesi” porque tenho um conhecido que era tão fanático nesse troço que meio que até emulava, na vida real, o comportamento de um dos personagens e passava a vida discutindo as motivações psicológicas de cada um, esquecendo de viver a sua própria vida. Dava nos nervos! Espero que não seja a regra geral! :-)

  • AI MEU DEUS. Me segurando pra não ler. Comecei a ver Dexter faz mais de um mês, e como estava doente, vi 4 temporadas inteiras em menos de uma semana.

    Só consigo pensar que é o meu seriado preferido, que Dexter é um dos personagens mais instigantes que já conheci. Apaixonei mesmo. E só de pensar que o final é uma bosta (aliás, descobri há uns dois dias que chegou ao final e fiquei desolada) já fico depressiva. :/

    • Foi a melhor serie que ja vi. A ultima temporada que foi decaindo ate o final desastre, mas valeu pelas temporadas anteriores. Geralmente toda serie tem tido final cagado, melhor perguntar qual a que NAO teve.

  • Primeiro surgiram boatos de que o Dexter ia morrer na mão de outro psicopata alpha da mesma forma que matava suas vítimas. Eu achei que o fodão fosse ser o filho da Vogel. Depois também falaram que talvez fizessem uma série com a Debra Morgan, então desistiram disso, por isso que ela morreu. Tá rolando na internet (tomara que seja boato, porque putaqueparil10x) de ter 9 temporada. Não assisto nem fodendo! Depois dessa cagada master, não tem como limpar a bunda. Eu curtia pra caralho a Debra boca suja, parecia a Sally hahaha

  • Depois da decepção com Lost e Soprano, ainda bem que parei de ver Dexter, mas agora realmente tô com o cu na mão por Breaking Bad.

    • O foda é que estes últimos episódios estão SENSACIONAIS, vai ser um tapa na cara se o final for ruim. Estou com medo porque eles estão deixando muita coisa para resolver no último capítulo…

  • E eu gostava muito de Supernatural e as mudanças da quinta temporada até hoje em dia foderam a série, as mudanças na equipe de roteiristas e produção… Isso fode tudo.

    O final de outra série pela qual eu era doido, Fringe, também não foi o que eu queria… precisaram correr pra ao menos dar um final para os fãs, nisso palmas para JJ Abrams que ouviu gente tipo eu que ficava no twitter levantando hashtag pra colocar Fringe no TT’s mundiais. Daí em nome disso ele nos mandou uma mensagem dizendo que faria 13 últimos episódios, porque a série já tinha sido cancelada, mas pelos fãs da internet ele nos daria um final.

    Mas ao menos tivemos um final…

    • Eles tem severos problemas com finais, né? Vide Caverna do Dragão e Lost. Até mesmo o filme Cloverfield ficou parecendo que faltava um pedaço do final.

  • Qual o problema de um psicopata pensar com o pau? Seria melhor ele ter fugido com a gostosa da Hannah e começar a matar os hermanos argentinos ou entao que o Saxon tivesse matado ele.

  • “Acho que o câncer derreteu o cérebro dele. Tá de parabéns, em uma tacada só perdi o respeito pelo personagem e pelo ator”.

    Pois é, prefiro lembrar dele em Sex Feet Under.

      • Muito legal. Na início da série, ele era David, um gay (no começo, enrustido) que, meio a contragosto, substituiu o pai, morto num acidente de carro, no comando do negócio da família, uma funerária (daí o título), na casa em que morava com a mãe, com a irmã e, depois, com o irmão, de quem o Dexter se ressentia por ele ter sido macho (sem trocadilho) ao sair de casa e buscar sua própria carreira.

        Enrustido porque, no começo, escondia que era gay ao mesmo tempo em que era crente atuante em sua igreja e mantinha um relacionamento de altos e baixos com um negão policial, que insistia em que ele o assumisse.

        Era uma série muito engraçada. Num dos episódios, um namorado da irmã expôs a taras sexuais dela para os amigos do colégio, e, de vingança, ela colocou no armário do cara o pé roubado de um cliente da funerária que havia sido triturado por uma máquina, fazendo com que o maquiador tivesse a ideia de colocar um pernil no lugar do pé do coitado para que fosse velado por inteiro.

        E sem falar da abertura, em que a gente ficava sabendo como alguém se tornava cliente da funerária. Uma das aberturas mais engraçadas foi quando uma boneca inflável saiu flutuando de uma camionete e, nisso, uma mulher, delirando, correu para o meio da rua com os braços esticados, na ilusão de que a boneca flutante fosse Jesus e, assim, morreu atropelada. Aí aparecia o nome do (a) infeliz “Suellen Soveral 1970-2004”

        Durou 5 temporadas e, muito provavelmente, foi a inspiração para a versão tupiniquim criada pelo Miguel Fallabella.

          • Bons tempos em que não fazia a (segunda) faculdade e, assim, poderia acompanhar as séries favoritas de cabo a rabo. Outra série recomendável dessa época ociosa se chama “The Shield”, sem atores badalados, mas com roteiros excelentes, e, o principal, sem final cagado como o do Dexter ou o do Lost, uma vez que o principal personagem fez o que se esperava dele desde o primeiro episódio.

            Comecei agora a assistir Breaking Bad e fico na torcida para que não haja outro final cagado…vocês tem alguma sugestão de seriados para alguém que ficou no limbo por 5 anos?

            • Gosto muito de Greys Anatomy, Scandal e Game of Thrones. Comédia é mais difícil me agradar, não canso de rever Scrubs e gosto muito de Cougar Town.

  • That’s all business! Aposto que colocaram esse final cagado porque a série não andava lá tão bem de audiência. Tanto lá quanto cá, os negócios se regem em cima disso. Da imagem e do resultado financeiro. Por isso mesmo, finais “cagados” piores que os episódios que você protagonizou com o Alicate são lugar-comum na área.

      • E você acha que o pessoal que encabeçava o projeto estava tão preocupado com o roteiro em si? A venda de DVDs é um negócio subsidiário a audiência do seriado na TV e ao que se fatura em termos de direitos autorais (Copyright) em cima da franquia.

        Tenho certas críticas aos seriados americanos, que em certos casos parecem ser wannabe de filmes voltados ao mercado cinematográfico em seus episódios. Em outros, parecem ser wannabe dos infames “dramalhões” novelisticos (ainda que de forma mais “cool”, também se apelaria a emoção ai). Presumo eu que tal mercado é visto como SECUNDÁRIO no que diz respeito a produção de mídia.

        O desenvolvimento de argumento, que por vezes já fica atabalhoado num filme de 1h30, tende a ficar caótico em um episódio de um seriado, com duração em torno dos 20~30 minutos. Além do que há a pressão por cumprimento de prazos e o foco nos custos. Não é uma área fácil.

        • Eu acho que foi incompetência mesmo. Aliás, cada vez mais eu acho que muita coisa que presumimos ter interesses escusos é pura incompetência mesmo…

  • Rorschach, El Pistolero

    “A sensação que fica é o roteirista morreu lá pela quarta, quinta temporada mas esconderam esse fato para poder continuar lucrando e chamaram a Glória Perez para escrever o que faltava. Muito triste.”

    Aconteceu mais ou menos isso. A série teve 3 criadores; 1 saiu depois da segunda temporada e os outros dois saíram depois da 4ª. Aí veio um dos caras que cuidava de 24 Horas pra tocar a série na 5ª temporada, depois ele saiu e entrou um outro cara mais fraquinho.

    Eu odiei a última temporada, achei que tinha muita coisa sem propósito (como o lance Deb-Quinn e a filha do Masuka). Achei que eles podiam ter investido no lance do incesto entre Deb e Dexter, mas o maior arrependimento na minha opinião foi não terem feito o lance da humanização direito.

    Eu nunca vi o Dexter como um psicopata, porque ele dava noções de ter sentimentos desde o começo. Já dava pra ver ele protegendo a Rita por afeição e não por conveniência própria nas primeiras temporadas – mas ele só tomou ciência disso mais pra frente.

    Na minha visão (e eu torcia pra eles mostrarem isso), o pai do Dexter era o grande vilão. Nas cenas de flashback, a gente podia ver como ele reprimia o filho por qualquer coisa (tem até uma cena onde a Debra ganha um cachorro ou gato, mas eles são obrigados a devolver o bicho e o pai do Dexter grita com ele dizendo que eles tinham que devolver senão o Dexter ia matar o animal e tal). Na minha visão, o final da série iria mostrar que o Dexter sempre foi “normal” (traumatizado, mas normal) e ele criou uma falsa-psicopatia por causa da repressão do pai, que achava realmente que ele seria um psicopata. Com isso, justificaria o processo de humanização dele.

    Infelizmente não foi isso que eles fizeram. Mas eu não repudio muito o final de Dexter não. Prefiro ele afastado e se punindo por uma culpa que acabou de conhecer do que vivendo feliz na Argentina, sem nenhum tipo de punição por tudo que fez.

    PS: um dos criadores originais da série deu uma entrevista recentemente dizendo que ele iria colocar o Dexter morrendo no final, numa execução numa prisão americana. A ideia dele era que a série toda seria como um “flash” na frente dos olhos do Dexter, tipo quando a gente vê a vida toda pela frente antes de morrer.

    • Adorei o seu final, teria amado se tivesse acabado assim. Justamente, o problema não é a humanização e sim a humanização contraditória que fizeram.

      O final da morte também seria bacana, porque traria uma bela discussão sobre pena de morte.

      Não sabia dessa dança das cadeiras de roteirista! Achei que o principal nunca tivesse saído!

    • É verdade, caberia mais um falso positivo no diagnóstico do que uma modificação estrutural impossível. Não adianta, a gente acha que o BM é o problema, mas não é. O problema é o humano médio. Nos meus tempos de blogueiro, quando escrevi um post dizendo que o final de LOST foi uma babaquice, veio neguinho me xingar. Porém, fora do Brasil é a mesma merda: leem Paulo Coelho e assistem cinema americano comercial. O psicopata curado pelo amor nessa série é a mesma merda que o BDSM dos cinquenta tons de cinza. Ursinhos carinhosos e pôneis malditos…

    • Eu li isso sobre esse final alternativo e também gostaria mais dele.

      Concordo com os furos quanto ao Quinn e a Deb, foi ridículo o ‘Eu te amo’ dela. E o amor dela pelo Dexter na outra temporada poderia ter sido melhor explorado, um incesto não incestuoso.

      O furo do hospital também foi triste…

      Da forma como ele matou o Saxon…

      Agora é o que eu já disse no outro post… Em toda temporada … Lila, Miguel Prado, Trinity, amor…amigo…mentor. Ele queria se encaixar.

      Também não acho que cabe discutir que um psicopata não blá blá blá, a Vogel mencionava isso, que um psicopata é incapaz de amar, que ama alguém pelo o que ela proporciona à ele, o que pode fazer por ele. É como um capricho. Agora, a execução final realmente poderia ter sido melhor. (ponto)

      Eu queria a Deb via, indo hiking igual ela disse que queria (coitada, eu era doido por ela), também gostaria que a revolta dela com o Dexter tivesse levado ela a matar o irmão, pois não tinha jeito. (E no final o filho do Dexter se relevando outro psicopatinha).

      Algo em torno disso aí.

    • Adorei seu final, Rorschach!

      Dexter foi espetacular até a quarta temporada. Depois, infelizmente, foi só ladeira abaixo.
      Provavelmente as melhores lembranças que guardarei da série são as primeiras temporadas da Deb, e a temporada do Trinity. John Lithgow fez um trabalho magistral.

    • Pra mim uma das coisas mais sem propósito foi a psiquiatra-mãe-espiritual dele. Que papo furado! E disputa entre filhinhos com complexo de Édipo, aaaaaafffffeeee, me poupe! Nada a ver com Dexter.

      Fico feliz de ter acompanhado a série e provavelmente reverei as primeiras temporadas (o que faço de quando em quando). A última (assisti nos últimos três dias, sempre espero para ver de uma tacada só) acho que nunca mais. E olha que eu sou bem tolerante com série que me cativou no começo e depois se caga toda. Acho que sempre tenho esperanças de alguma coisa acontecer.

      • O final foi realmente muito escroto. Além disso deixou um monte de pontas soltas que eu esperava ver esclarecidas: o que caralhos era aquele primeiro marido secreto da Rita? O pai do Dexter morreu, se matou por causa do Dexter ou se matou porque descobriu que estava doente?

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