Flertando com o desastre: Dignidade terminal.

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Gostaria de fazer um apelo a todas as pessoas que terminaram um relacionamento recentemente: sejam DIGNOS.

Dignidade é um conceito um tanto quanto subjetivo, não é preto no branco, existem zonas cinzentas. Mas ao menos as zonas negras eu posso apontar. Algumas coisas, independente de contexto, são indignas e apenas servem para sujeitar a pessoa ao ridículo e dar ao seu/sua ex a certeza de que terminar foi uma decisão acertada.

Por exemplo, tentar se mostra uma pessoa sexy, assediada ou desejada sempre é indigno. Pessoas realmente assediadas e desejadas não precisam ostentar esta realidade. Mesmo quando a intenção seja provocar ciúmes, é muito mais perturbador deixar a imaginação do/da ex funcionar. Deixe a pessoa se perguntar o que é que você anda fazendo em vez de colocar fotos patéticas com pouca roupa em uma rede social. A imaginação é seu maior inimigo ou seu melhor aliado, decida como quer usá-la.

Igualmente feio querer mostrar ao mundo uma coisa meio “olha como todo mundo dá em cima de mim”. É risível. Se alguém der em cima de você, CALE A BOCA, porque isso indica que o assédio é algo natural para você. Contar denota que é algo excepcional: “Deram em cima de mim! Deram em cima de mim!”. Shhhh! A pessoa fica menos atraente quando faz isso e quase sempre o motivo é tentar fazer ciúmes no ex. Se havia alguma esperança de voltar para o/a ex, ela acaba aí. Mas, independente de voltar ou não, faça por você: dignidade. É falta de autoestima precisar mostrar ao mundo o quanto se é desejado. Reflita, trabalhe esse problema.

Se posar de pessoa assediada já é ruim, posar de pessoa pegadora é péssimo. Feio, triste e vulgar deixar claro que está pegando todo mundo. Não por moralismo, cada um faz o que quer, mas pela ostentação de algo que deveria ser privado. É como tirar uma foto sua cagando e colocar em uma rede social. Cagar em si não é vergonha, todo mundo caga. A vergonha é não saber manter a privacidade e se iludir achando que você é importante o suficiente para alguém querer ver isso. Quer ficar com meio mundo? Vai fundo. Mas seja uma pessoa discreta. Nada mais feio do que parecer que está tentando fazer ciuminho ou vingancinha. Essa infantilidade e falta de postura te queima não apenas com ex, mas com todo mundo que está vendo.

Não fale mal do/da ex. A pessoa pode até merecer, pode ser a maior filha da puta do universo, mas, naquele momento, falar mal dela vai depor contra você. Vai minar sua credibilidade. Se quer que acreditem em você, cale a boca. Depois, em outro contexto, em outro momento, mais para frente, você deixa vazar uma ou outra informação que façam o seu interlocutor concluir SOZINHO que Fulano(a) é um filho da puta. Caso contrário o mundo vai te achar uma pessoa recalcada em vez de ver que a outra parte é que é uma filha da puta. Para as pessoas mais chegadas, até dá para desabafar, mas conte nos dedos de uma mão para quem você vai falar mal.

Assim como não deve falar mal, também não deve revelar o motivo do término. Isso diz respeito apenas ao casal e quem tentar se intrometer e saber o motivo certamente está mais preocupado com a sua vida do que com você. Um desabafo contando tudo que aconteceu para amigo próximo ok. Um desabafo contando o que aconteceu para colegas de trabalho, prestadores de serviço, professores de academia, médicos, ascensoristas e para o motorista do ônibus é falta de dignidade. Novamente, conte nos dedos de uma das mãos as pessoas que vão saber as razões do término. E como desabafo, não pedindo orientação do que fazer.

Vale lembrar que se a outra pessoa cometer alguma indignidade, isso não te autoriza a ser indigno também: “Ah é? Ele saiu falando que a gente terminou por isso? Agora eu faço questão de contar a verdade para todo mundo!”. NÃO. Se houver algo que desabone sua pessoa na versão do outro, diga apenas que lamenta muito que ele tenha essa percepção equivocada ou faça a Sandra Annenberg e sussurre um “Que deselegante”, mudando de assunto logo depois.

Indignidade alheia NUNCA autoriza a sua indignidade. NUNCA. Se os outros querem ser indignos, deixe-os chafurdar na lama. Você não vai ser uma pessoa indigna. Muito pelo contrário, a indignidade alheia só ressalta e contrasta com a sua dignidade limpa, clara, brilhante. Quando a pessoa for indigna, faça questão de ser ainda mais digna. Não para dar a outra face, e sim para pisotear moralmente a pessoa com elegância.

Não meta filhos e familiares em rompimento de relacionamentos. Os familiares tentarão ajudar mas só atrapalharão e os filhos ficarão confusos e angustiados. Ainda que os filhos sejam adultos, um pouco de privacidade é saudável: ninguém tem porque saber detalhes do término. Na verdade, ninguém nunca tem porque saber detalhes do término, a menos que seja seu analista. Não aceite conselhos, corte. Respeite a privacidade do casal. O término só deve ser discutido entre quem termina a relação. Conselhos de quem não vivenciou a relação é como limpar o a bunda sem ter cagado.
Para ser bem sincera, acho que todo mundo deveria fazer isso: ir até o banheiro e limpar a bunda sem ter cagado, para que esta metáfora fique bem viva na mente de cada ser humano: não se dá conselho em uma relação na qual você não participou, salvo se excepcionalmente ele for pedido, e mesmo assim com ressalvas. Ao limpar a bunda sem ter cagado você constatará o que acontece quando se dá conselhos na relação alheia: machuca, é constrangedor e inútil. Fica a sugestão de dever de casa.

Não engate outro relacionamento público imediatamente após o término, é indigno, barato, vulgar. Espere. Saiba ficar só ou saiba ao menos fazer as coisas escondido. Não há porque sujeitar a outra pessoa a esse constrangimento e concordando você ou não, isso vai depor contra você. Ainda mais se houver uma sanha por mostrar o novo relacionamento com uma intensidade maior da que era usada para tratar do relacionamento anterior. Feio, infantil, indigno.

Afaste-se do(a) ex, ao menos em um primeiro momento. E por primeiro momento não me refiro a dias e sim a meses. Por mais que goste da pessoa, por mais que queira manter uma amizade, aceite que em um primeiro momento isso não é possível. Para uma cicatrização saudável dessa ferida é indispensável um afastamento. Não force encontros, isso é indigno demais. Não frequente os locais onde você sabe que a pessoa costuma frequentar, é cutucar uma ferida que já está cicatrizando. Deixe formar a casquinha no seu tempo e cair no seu tempo, quando a pele de baixo já estiver resistente. Não procure saber do ex, não olhe redes sociais, não sonde amigos em comum. Tempo e distância. Ambos requerem muita paciência e sabedoria, mas quem foi que disse que é fácil ser uma pessoa digna?

Muitas vezes não procurar não é o suficiente, é preciso também degolar o mensageiro. Nessas horas sempre surge alguém para fazer um papel ridículo de contar fofocas, levar recados ou apenas jogar lenha na fogueira. É indigno cair nesse jogo, pois é um jogo onde quem perde sempre é você. Corte imediatamente, com educação, qualquer pessoa que te levar notícias, fofocas ou recados do ex. Não aceite participar desse jogo, se mostre superior. A tentação é enorme, mas a dignidade tem que prevalecer. Vai ter também quem apareça para cobrir o ex de merda, em uma vibe “eu já sabia”. Não entre no jogo. Você é uma pessoa digna e está acima disso.

Caso exista uma convivência forçada, como por exemplo, no local de trabalho, tente se manter distante. Educação é bom e todo mundo quer, mas não passe disso: seja uma pessoa educada. E nesses casos todo cuidado é pouco: no ambiente em comum não fale nada sobre o término, sobre o ex ou sobre sua vida amorosa. Aliás, quanto menos se falar de vida pessoal no trabalho melhor, menos munição para atirarem em você depois.

Caso não tenha certeza do término, caso ache que ainda pode haver uma reconciliação, não saia divulgando. Espere a poeira abaixar e a briga se consolidar, sob pena de ser um desses casais risíveis que ficam terminando e voltando o tempo todo, que costumam ser motivo de piada. Assim como não anuncie uma reconciliação após uma recaída se não tiver a confirmação expressa da outra parte de que ela assim o deseja também. Reconciliação não se presume, tem que ser verbalizada. Se poupe da indignidade de namorar uma pessoa que não namora com você.

Não aceite investidas dos amigos/amigas do/da ex. É feio, é sem caráter. Também não conte a ele sobre as investidas, no momento, você não é amigo da pessoa e sim ex. Se um dia virar amigo pode até contar, mas no momento, o sentimento que prevalece é o de ex. E ex, Senhoras e Senhores, é o ser mais sem credibilidade do mundo. Não se fala nada perigoso, arriscado ou que não possa ser provado na condição de ex. Espere migrar para condição de amigo. Se não deve aceitar investidas, imagino que fique claro que muito menos deve procurar os amigos ou amigas do ex para tentar ficar com algum deles. Se ame.

Se quiser uma reconciliação, SUMA. Suma do mapa. É a única chance da pessoa sentir a sua falta: através da sua ausência. A menos é claro que quem tenha terminado ou dado causa ao término seja você. A regra é clara: cabe ao responsável pelo término procurar reconciliação. Se você foi o lado rejeitado, SUMA.

Planos mirabolantes, encenações, fingimento e joguinhos só servem para perder a dignidade, pois mesmo que à custa deles o relacionamento reate, terá sido com base em uma mentira e, cedo ou tarde, vai ruir novamente. Suma do mapa. Não procure saber e não deixe que saibam de você. Ninguém se relaciona por um tempo com alguém e fica imune à sua ausência, vai por mim. Pode demorar, mas a pessoa vai sentir a sua falta. Isso, é claro, se você permitir. Se ficar dando sua presença de graça, a preço de banana, ela não vai ser valorizada.

Assim como atochar roupa de periguete para se sentir sexy é indigno, andar feito um mendigão também o é. Um mínimo de cuidado na apresentação. Não é digno que fique, literalmente, “na cara”, o quão devastada a pessoa ficou. É preciso que se tenha consciência que pessoas devastadas pelo término de um relacionamento são pessoas ERRADAS. O outro não deve ser tão essencial na sua vida a ponto de te deixar devastado. Mas… quem nunca? Fica devastado pode até ser inevitável, mas mostrar isso ao mundo não. Saiba que estar em frangalhos é vergonhoso e tenha a dignidade de não deixar isso transparecer. Triste sim, estropiado não. Se preciso for, finja.

Conhecer suas limitações é um grande primeiro passo para a jornada da dignidade. Você quer, de coração, ser uma pessoa digna, mas não consegue? Nomeie um tutor para a sua dignidade. Alguém de sua confiança. Existem recursos tecnológicos para resguardar sua dignidade, como aplicativos que redirecionam uma chamada que você faça ao seu ex para sua melhor amiga. Use-os se necessário. Não é um primor de amor próprio mas é melhor ser indigno em off do que ser indigno em público. Se preciso for entregue seu celular para outra pessoa.

Não saia fazendo coisas irreversíveis após um término de relacionamento, pois pode ser um período de muita instabilidade mental e impulsos burros. Desde tatuagem até adoção de um filho, espere esse estado de inimputabilidade temporária passar. Deixe os meses trazerem lentamente sua sanidade mental e perspectiva de volta e só então parta para empreitadas mais radicais.

Está sufocando? Vai ter um piripaque do Chaves e ficar paralisado naquela posição de tanta angústia? Escreva uma carta ou um e-mail para a pessoa desabafando, mas não mande. Nunca. Nem digite o destinatário que é para não correr o risco de mandar sem querer. Se quiser, guarde. Leia seis meses depois e constate como você é ridículo. Todos nós somos nesses momentos.

Por mais bem resolvido que você seja, parece ser uma constante entre seres humanos perder muitos pontos de QI e regredir algumas décadas no que diz respeito a maturidade após um término. Fale o mínimo possível. Seja o mais discreto possível. Se poupe, pois a indignidade vai te rondar e te tentar. Sim, muitas vezes deixar transparecer o que se está sentindo é indigno. O ser humano poder ser infinitamente indigno. Policie-se, pois a indignidade é como porrada dada: não volta atrás. Uma vez consumada suja o seu bom nome, desmerece sua credibilidade e te envergonha retroativamente para sempre.

DIGNIDADE, Minha Gente. DIGNIDADE.

Para relatar casos indignos que já tenha presenciado, para mandar este texto de forma anônima para alguém que esteja perdendo a dignidade ou ainda para perguntar porque o brasileiro autoriza a indignidade em nome do amor: sally@desfavor.com

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Comments (73)

  • Sally,
    Se uma pessoa JÁ passou por isso e não seguiu esses conselhos, consequentemente perdendo muito de sua dignidade… É possível que a recupere perante aos olhos dos outros, aos olhos do “ex” (no meu caso, reatamos, mas não foram nas condições segundo seu texto..) e mesmo a seus próprios olhos?
    Às vezes reflito sobre meus próprios comportamentos e me parece que fiz tudo o que não devia ter sido feito, não tendo mais volta.

    • Tem volta sim, Amanda. Basta passar a se portar de forma diferente, não importa o que aconteça, não se humilhe novamente. Depois de um tempo sua nova postura vai falar mais alto.

  • Sally consultora pra vida!
    nossa como eu queria que as pessoas fossem dignas antes e durante o relacionamento também, é muito triste ver isso por aí.
    o pior ainda é que muita gente confunde dignidade com frieza ou indiferença. pro mundo BM eu sou uma geladeira rsrsrs
    a dica da carta não enviada a ser relida depois é muito boa! já fiz isso em outra situação e dei glória a deus nas alturas por só ter escrito pra mim mesma

    • Dizem que a gente sabe quem é uma pessoa quando se dá dinheiro ou poder, eu discordo. As maiores “revelações” de máscara caindo que eu tive na vida foi de gente rejeitada. Você sabe quem realmente é uma pessoa pela forma como ela lida com rejeição. E a maior parte não lida muito bem…

  • Bruna K. de Souza

    Tu poderia ter escrito esse texto uns 2 anos atrás, né?

    Sinto vergonha de mim quando lembro tudo o que fiz quando meu relacionamento terminou.

  • Sinceramente Sally não gosto deste meu lado não, pois até em amizades sou assim. Qd vejo é mt eu comigo mesma, kd socialização? Só facilita em relacionamentos amorosos mesmo.

  • Graças aprendi a ter dignidade, demorou mas aprendi. E se afastar é fundamental SIM, quem diz q não quer manter o vínculo desesperadamente, como já foi dito. O q facilita no meu caso é minha facilidade em cortar vínculos, quem foi importante ontem hj nada significa,

  • Belo texto… serve para guardar como guia para esses momentos… sei lá, lembro de momentos indignos e dou risada, mas é vero, dá aquela pontadinha de vergonha de lembrar. E é algo que é pra sempre.

  • O que presenciei foi um casal que rompeu, um foi para a cidade vizinha e, nisso, não conseguiram esquecer um do outro e ficaram por meses e meses trocando farpas e indiretas por meio de memes e frases prontas no facebook…

    (só que a dignidade não havia atingido o estágio terminal ainda afinal, para vergonha mais do que alheia, acabaram voltando este ano. Ou seja, ainda há espaço para avacalharem ainda mais com a dignidade…)

    • Ahhh… aquelas indiretas de rede social: “TEM GENTE QUE…”

      Fico para morrer quando sei que algum conhecido meu está fazendo.

  • Nunca me comportei indignamente em público. Minha arrogância e orgulho não permitem aparentar abalo por alguém que não possui interesse em minha pessoa. Depois de uns meses de desprezo, os exus sempre voltam arrependidos para serem pisoteados. Não me importo em passar a velhice com 20 gatos em um apartamento.

    Vi gente comentando que mulher normalmente se comporta assim. Vejo muito mais homens reagindo mal à rejeição que mulheres, que curioso.

    • Sabe que eu nem acho indigno se mostrar abalada? Acho que existem formas dignas de se mostrar abalada. Eu não desconsidero quem diz com dignidade que está triste de forma discreta, sem dramatizar, sem contar detalhes…

  • Eu tenho uma dificuldade muito grande em expressar sentimentos em público, desde reagir direito quando receber um presente a conseguir fazer uma declaração de amor. E por isso acho um horror quando o que deveria ficar entre o casal escapa para o público.
    Geralmente vejo mulher fazendo isso e pra mim é muito degradante. Tudo bem que demorou para eu entender que o cara simplesmente pode não querer ficar com você e que ele não é um canalha, é só o que ele sente. Por mais que eu ainda tenho ódio mortal de quem ilude o outro.

    Mas tenho um exemplo de evasão de privacidade escrota e desnecessária. Um namorado da minha amiga terminou com ela e SEMPRE q ele falava do término fazia questão de explicar que ELE tinha terminado. Ainda tinha a cara de pau de falar aos 4 vetnos que era porque a coitada gostava demais dele e não era correspondida da mesma forma.

    • Putz! Que feio! Basta a pessoa ter um pingo de cérebro para perceber que se ele precisava ficar falando isso o tempo todo é porque havia algo errado COM ELE.

      Essas pessoas dão tiro no pé e nem mesmo percebem…

        • Bom, teve um ex meu que decidiu desabafar sobre o término com MEU CHEFE, o qual nem conhecia (o fez via intenet). Depois disso, Meg, eu não duvido de mais nada nessa vida.

  • Pois é, Sally. Agora você se superou de vez! Se eu já era seu fã…É justamente hoje, no dia em que minha esposa e eu nos separamos, que leio este post, dando sugestoes para os casais se comportarem como adultos. Olha, eu vou compartilhar este texto com ela. Obrigado, senhorita presciente.

  • Ótimo texto vou precisar mandar para uma duzia de pessoas.
    Se me permite um momento de orgulho: quando meu primeiro namorado terminou comigo, no auge dos meus 15 anos e eu loucamente apaixonada por ele consegui respirar fundo e perguntar `pq?` a resposta foi: `Vc não vai chorar?` conversamos ele me deu uma desculpa qualquer me afastei pelo tempo necessário e acredito que por isso mantemos um contato amigável até hoje. Ah sim chorei horrores até dormir por uns 3 dias, mas até agora só meu travesseiro sabia ;)
    Não se trata de ser insensível (ouço muito isso) mas de controlar suas atitudes e principalmente manter a dignidade.

    • Parabéns, Sissy. Mesmo sendo muito jovem você teve mais maturidade que muitos adultos.

      Essa consciência de que não é porque o sentimento é forte que ele precisa ser externado aos quatro ventos está em falta.

      • Concordo no fim das contas só interessa msm pra quem esteve envolvido na história. De certa forma minha irmã mais velha ajudou nisso,vira e mexe ela estava chorando pela casa, na escola por causa do namorado (clássico termina/volta) sempre que via aquilo pensava ´jamais vou ser assim´ e não sou.
        PS: Um Parabéns da Sally fez meu dia melhorar ;)

        • Sinta-se uma vencedora, Sissy. Você é um ponto fora da curva. Eu mesma já perdi a dignidade várias vezes até perceber o quanto isso faz mal e te queima.

  • Me assustei com a ilustração. Vcs colocam cada imagem que parece filme de terror oriental. Samara, O Grito e afins.,

  • Ótimo texto, uma pena ser tão difícil conseguir agir exatamente assim.
    Eu não sei se eu que tenho problemas ou se ocorre com a maioria das pessoas, mas já notei que apesar de leitura (tipo textos da Sally), “conselhos”, observação de outros casais, só aprendo quando sofro na pele. Atingir essa maturidade toda, para mim, implica em passar por péssimas situações e escorregar em algumas delas. É aquela coisa tosca que só aprendo na prática.
    Outra coisa que percebi lendo os textos da Sally sobre assuntos semelhantes, aqui na RID basicamente todo mundo concorda que a pessoa precisa se afastar do(a) ex. No entanto, já vi pessoas sofrerem e passarem meses choramingando mas dizendo que se afastar, que cortar contato é coisa de gente infantil. Só eu que ouço esse tipo de coisa?

    • Eu também conheço muita gente que usa essa desculpa de que se afastar é infantil. Me parece coisa de gente que não quer esquecer. Isso é muito comum em mulher. Como diz o Somir, tem mulher que namora O NAMORO, não o namorado. Não quer desapegar de jeito nenhum e fica buscando formas de rondar, de se manter por perto pois não admite a ideia de ser esquecida. As mesmas pessoas que se recusam a acreditar que morre e acabou, porque elas são especiais demais para isso (elas vão para o Nosso Lar, pegar o Aeróbus, puta merda, duas horas da minha vida que não voltam mais!) também não sabem lidar com o fato de uma pessoa importante para elas começar a cagar na sua cabeça.

  • Texto maravilhoso, Sally!
    E, sigo a risca a frase: melhor ser indigno em off, do que ser em público. Redireciono sim chamadas e msgs para a amiga, escrevo coisas e não envio, choro litros escutando Fagner até me recompor.
    Me afasto o máximo possível de redes sociais também (isso muita gente deveria fazer, sério. Da vergonha!).

    • Pois é, eu acho que deveria ser consequência natural do término de qualquer relacionamento apagar as redes sociais, pois é quase que inevitável não ficar olhando. A pessoa vai, olha, fica na merda e não apaga. Depois vai, olha mais um pouquinho e não apaga. Tem gente que parece que não se ama.

      • Eu sempre tiro o ex e todas as pontes no feed de notícias. Poxa, você ja ta na merda, aí ta no meio do seu almoço, olha o facebook, e se depara com alguma novidade. Inevitável ficar na merda.
        Você disse tudo: tem que se afastar, tem que sumir até cicatrizar.

  • Acho que dei a sorte de terminar os poucos relacionamentos mais sérios que tive, então passei por estas fases tranquilamente. E graças a divindade divina meus ex se mostraram pessoas equilibradas e educadas. Mas conheço uma história de término,volta, término, volta, que me mata de raiva!!!!

    Enviarei um e-mail sobre isso, pois é enorme e não quero correr o risco de expor a pessoa. (aprendi com o Desfavor!)

  • Deus… Por onde começar?
    Confesso que em alguns momentos fiquei sem dignidade, mas nos piores momentos eu a mantive.
    Sofrido? Até demais! Pensei que fosse morrer de tanta angústia. Aliás, eu queria morrer por sentir tanta dor. Não aconselho sentir tanto amor.

  • “Conselhos de quem não vivenciou a relação é como limpar o a bunda sem ter cagado.” Taí uma frase pra anotar, guardar e lembrar sempre…

  • Adorei seu texto, Sally. E me lembrei na hora de algo que aconteceu comigo há poucos anos quando você mencionou de escrever uma carta ou um e-mail para a pessoa desabafando, não mandar, e reler depois de vários meses pra perceber o quão ridículo a gente pode ser quando se está de coração partido. Porque foi exatamente o que eu fiz…

    E, de tanto “apanhar”, chorar feito criança e se sentir estilhaçado por dentro como um vidro em que tacaram uma pedra; acabei ficando mais duro, criando uma “casca”, e não mais “me dando” completamente pra quem quer que seja. Posso gostar muito de alguém e viver muitos dias de êxtase com essa pessoa, mas ficar fazendo planos de envelhecer junto de uma “alma gêmea” e acreditando num “felizes para sempre”, nunca mais. Acho que hoje eu tenho um mínimo de consciência de que tanto o que é bom quanto o que é ruim tem, gostemos ou não, hora pra acabar.

    • Certamente tem hora para acabar. Poucas pessoas se conformam com isso, mas o que é bom tem prazo de validade, que, se expirar, estraga. Daí acaba de um jeito ou de outro: ou termina, ou fica ruim.

      • Outras duas posturas que me ajudaram a superar esse término foi “queimar todas as pontes”, me afastando ao máximo pra não me auto-sabotar tentando voltar – e só me machucar mais ainda -; e “meter a cara” no trabalho ou na academia pra me manter ocupado demais pra pensar em qualquer outra coisa.

    • Cara, eu também criei certa casca dura depois de apanhar também e tal, e também não me entrego fácil. Mas, ainda assim, acredito nessa ideia de “felizes para sempre”, mesmo sabendo o quão difícil é achar lá certa “pessoa certa” e fazer planos em comum a longo prazo.

  • Já fiz tanta coisa indigna por causa de ex que eu me envergonho mto hj já mandei msg pra ex quando tava bêbado o pior foi quando ela retornou a msg uns dias depois perguntando o que eu queria ai eu fiquei no nivel maximo de vergonha e tentei escapar pela tangente mas a dignidade foi pro lixo de vez

    • A dignidade, uma vez perdida, não volta. Por isso a gente tem que se policiar em situações delicadas e tentar falar o mínimo possível.

  • Um ponto importantíssimo: não é fácil! É amargo.
    Mas nada se compara ao bem estar e a satisfação pessoal de vc deitar a cabeça no travesseiro com paz interior de que vc não se negligenciou, se cuidou como se vc fosse a melhor mãe/pai que vc poderia oferecer para vc mesma.
    E o melhor de tudo, sem ter o comportamento hediondo de vítima, assumir a responsabilidade por si tornam as coisas mais leves, mais fluidas.

  • Em nome da dignidade que venho tentando manter a 6 anos(com algumas pequenas escorregadas porque ninguém é de ferro) vou me abster de comentar, ja que meus únicos relatos são com ex.

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