Roger Abdelmassih

Novamente venho aqui lançar uma dúvida, esperando que vocês me ajudem a encontrar uma resposta que não tenho. Talvez já tenha perguntado isso antes, mas é um caso tão ilustrativo que vou trazer o assunto à discussão novamente: Roger Abdelmassih.

Para quem não sabe, Roger Abdelmassih foi um médico famoso (desde 2011 ele perdeu seu registro), especializado em reprodução humana. Atendia em seu consultório dezenas de famosas e foi um dos pioneiros na fertilização in vitro no Brasil. Famosos MESMO, desde a esposa do jogador de futebol mais famoso do mundo até a esposa de um ex-Presidente da República.

Há mais de dez anos ele vem sendo acusado de abusar sexualmente de suas vítimas enquanto elas estão sob efeito de sedativos, o que perante a lei brasileira configura estupro. Não que seja necessária uma lei para que possamos perceber o quão errado é, estou apenas organizando os fatos para quem não conhece a história ou a lei.

Mulheres começaram a denunciá-lo, mas ele tinha fama e prestígio, atendia globais, modelos e mulheres ricas, pairava sobre ele uma presunção de competência. Muitas que o denunciaram tiveram que engolir por mais de dez anos o desaforo de serem desacreditadas por tudo que o dinheiro e a fama podem comprar no Brasil.

Ele se defendia alegando estar sendo vítima de pacientes insatisfeitas, frustradas ou até mesmo de armação de “concorrentes”. Sua impunidade durou tempo suficiente para que hoje a imprensa estime que ele possa ter feito cerca de VINTE MIL vítimas. Mas se você pensa que a monstruosidade parou por aí, respira fundo que vem mais.

Não contente em estuprar pacientes sedadas, incapazes de se mover mas capazes de sentir o que estava acontecendo, Roger Abdelmassih também deixou um toque pessoal nas fertilizações que fez, e não foram poucas. Gradativamente as mães que o procuraram para fazer inseminação artificial estão descobrindo, décadas depois, que seus filhos não são de seus maridos. Muitas preferem nem saber, outras não falar, mas há um grupo que está denunciando abertamente. Uma grande incógnita tenebrosa paira na vida de quem já foi paciente dele.

Aparentemente ele inseminou suas pacientes, ao menos algumas delas, com o sêmen de outro homem que não o de seu marido. Talvez o dele. Pior do que descobrir que o filho não é seu, é descobrir que o filho é seu com o seu estuprador. Imagino quão terrível isso seja para as mães e os pais dessas crianças. Ou melhor, não imagino não, não dá nem para tentar me colocar no lugar dessas pessoas, só elas sabem o que estão passando.

Conheço uma mãe que foi mãe pelas mãos de Roger Abdelmassih e constatou através de um exame de DNA que não é filho do seu marido. Não é especulação, é uma realidade que muitas mulheres estão vivendo nesse exato momento. Também sei de casos onde o filho não é nem da mãe nem do pai que procuraram pelo médico-monstro.

Roger Abdelmassih foi julgado, condenado e sentenciado a 278 anos de prisão pelos estupros que conseguiram provar, tantos anos depois do crime ocorrido. Provados, foram “apenas” 52. Digo “apenas”, com muitas aspas, porque 52 é um numero baixo quando comparado a 20.000.

Pasmem, apesar da condenação, apesar de tudo, o Ministro GILMAR MENDES, do STF, lhe concedeu o direito de recorrer em liberdade. Posso lhes garantir que, perante a lei, estavam presentes os requisitos para Roger Abdelmassih ficar preso enquanto aguardava o julgamento do recurso, mas o Ministro GILMAR MENDES (porque essas pessoas tem que ser citadas, com nome e sobrenome) decidiu deixar em liberdade um psicopata rico. O que aconteceu? O óbvio, ele fugiu. E em algum lugar, pessoas dizem “Tá vendo? A lei brasileira é um porcaria”. Vai por mim, na maioria das vezes a culpa é de quem a aplica, melhor dizendo, de quem não a aplica ou a aplica errado.

O advogado que o defende é ninguém menos que o ex-Ministro da Justiça do Governo Lula, o Dr. Marcio Thomaz Bastos. Só para vocês saberem, Roger Abdelmassih foi preso, mais ainda é possível recorrer pedindo sua liberdade novamente. Não custa nada informar que Roger Abdelmassih foi preso três anos após sua fuga, vivendo uma vida de luxo no Paraguai.

Diante do breve resumo da história, muito mais açucarado do que a versão nua e crua que eu ouvi, pergunto a vocês: faz o que com um cara desses?

Lógico que o primeiro impulso de todos nós é querer matar uma pessoa assim. O grau de monstruosidade do que ele fez leva a presumir que seja uma pessoa irrecuperável, ou melhor, que nunca tenha sequer sido uma pessoa. Não me parece humano alguém que se comporta assim. Em todo caso, independente do que eu acho, a própria ciência é unânime em dizer que psicopatia não tem tratamento. Só no seriado Dexter um psicopata ganha um coração no final.

Porém o que esquecemos na hora da raiva é que não estamos falando apenas deste caso concreto. Matar Roger Abdelmassih abre as portas para algo muito maior: o Estado poder matar abertamente quem não segue suas regras. Não tem como matar só ele e depois desfazer, voltar a ser um país sem pena de morte. Abre-se uma porta perigosa, onde hoje, amanhã ou depois, o acusado pode ser você, em um sistema injusto e desorganizado.

Prisão perpétua também não pode, porque a Constituição proíbe. Não que ele vá viver para cumprir mais de 30 anos de prisão, mas supondo que fosse o caso, supondo que um médico de 25 anos fosse flagrado fazendo coisas do tipo… Dói saber que a pessoa vai sair, dói saber que a pessoa vai sair com a ficha limpa, como réu primário, que se apagam do mundo jurídico todos esses crimes cometidos, que tem consequências eternas na vida das vítimas.

Ao mesmo tempo também causa revolta saber que pagamos, com nossos impostos, mais de mil reais por mês para bancar a cadeia desse sujeito. Na verdade, esse dinheiro não vai para o sistema penitenciário, que está falido e precário, vai para o bolso de quem o administra. Mas ainda assim, é tempo, espaço e dinheiro que o Estado gasta com esse monstro, enquanto não tem hospital para atender crianças que estão morrendo.

Não que Roger Abdelmassih não mereça morrer. Nós é que não merecemos ficar nas mãos de governos corruptos que agem sempre visando interesses escusos, tendo eles licença para matar. Eu passei muitos anos do lado de dentro dessa podridão e lhes afirmo com toda a certeza do mundo: se o Poder Público quiser incriminar uma pessoa, ele o faz, e não tem jornalista, internet ou advogado que consiga provar o contrário. Ser a eles licença para matar, vão matar quem os incomoda. A gente gosta de esquecer, mas aqui é sim uma República das Bananas.

Uma terceira opção seria internar Roger Abdelmassih em uma instituição similar a um manicômio judiciário, caso se comprovasse que ele é um doente mental. Não tenho conhecimento técnico para afirmar se ele tem uma doença mental, mas não faz diferença, porque no Brasil esses lugares praticamente não existem e liberam gente a rodo anualmente atestando que estão aptos a viver em sociedade de forma leviana, porque precisam liberar vagas.

Então, pena de morte, prisão (perpétua ou não) e internação em manicômio judiciário não me atendem. Não me venham com essas respostas, porque essas eu já tenho e não me servem. Podem criar um novo sistema do zero, inclusive um novo sistema prisional, mas sejam realistas, tem que ser algo que possa ser aplicado no Brasil. O que fazer hoje, no Brasil, com um sujeito desses?

Você pode estar se perguntando porque prisão não me serve. Bem, em um sistema como o brasileiro, onde se propõe a ressocialização do preso (e por isso são soltos em curtos períodos de tempo após a prisão, pois se presume que a cadeia os melhorou) não há espaço para as barbáries cometidas nas cadeias brasileiras. As pessoas saem piores do que entraram. O sistema penitenciário brasileiro faliu faz décadas e é urgente encontrar uma alternativa para ele. Prender é submeter criminoso a tortura e barbárie e logo depois soltá-lo cheio de rancor e traumas.

Pensei em vender todos seus bens e jogá-lo em uma ilha deserta, proibindo-o de sair e voltar ao Brasil, mas depois percebi que isso é mais recompensa que castigo. Também pensei em vender todos seus bens e dividir o valor entre suas vítimas ou até mesmo todas as suas pacientes. Mas isso não seria o bastante. É preciso tirar uma pessoa dessas do convívio social. Mas como, se o atual sistema hipócrita presume que a cadeia vai te aprimorar como ser humano e te solta pouco tempo depois de preso? E mesmo que não, até que ponto ficar pagando por um espírito sem luz desses é viável? Preso trabalhar para se pagar não existe nem nunca vai existir no Brasil, já expliquei porque em outro texto.

No caso dele, especificamente no caso dele, em função da idade avançada e da pena enorme, ele ficaria preso até morrer. Mas já vi gente do mesmo naipe que ele saindo rapidamente e, o que é pior, saindo afirmando que voltaria a cometer os mesmos crimes. Se despedindo dos carcereiros dizendo “Mês que vem eu tô aí de volta, ou quando me pegarem, porque eu não vou parar”. Essa é a triste realidade do nosso atual sistema prisional. Daí só me vema opção da morte na cabeça.

O problema é que quando a gente pensa no que fazer com ELE, com Roger Abdelmassih, pensamos tomados pela raiva e por uma série de outros sentimentos negativos mais do que justificáveis e esquecemos que na verdade estamos definindo que tipo de sociedade queremos ser. Você confia na Presidente da República e nesse Judiciário “maravilhoso” a ponto de dar a eles licença para matar? Eu não.

Não consigo pensar em mais nada, talvez por estar acompanhando de perto o estrago que esse monstro fez na vida de uma pessoa. Alguém consegue pensar em uma solução que não nos coloque em risco de vida e que ao mesmo tempo puna de forma eficiente esse monstro?

No atual Judiciário não há esperança, já o soltaram uma vez e não duvido nada que o soltem uma segunda, ainda que cobrando um pouco mais. Mas falar mal da lei é fácil, difícil é surgir com uma ideia inovadora melhor do que a lei que já existe. Se fosse fácil não estaria no Desfavor. Botem a cabeça para pensar e vamos tentar descobrir algo que possa ser feito DENTRO DA REALIDADE ATUAL DO BRASIL.

Vale tudo, é brainstorm. Qualquer sugestão é válida. Mas antes deixa eu passar para vocês algumas diretrizes mínimas sobre penas em ambientes civilizados e sua eficiência, aquelas informações que não estão nos livros, apenas na cabeça dos que estudaram muito.

Não precisam estar todos presentes, mas quanto mais requisitos presentes, mais eficiente é a medida.. Várias medidas podem ser adotadas em conjunto. Montem para mim uma solução dentro destes limites, uma solução que:

1) Configure uma medida que assuste quem está pensando em cometer esse tipo de atrocidade e desencoraje a pessoa a fazê-lo
2) Configure uma punição para o criminoso porém sem colocar sua integridade física, dignidade ou vida em risco, que eu não endosso uma barbárie pelo cometimento de outra
3) Configure uma medida que de alguma forma busque reparar os danos que ele causou e/ou prevenir que outras pessoas cometam esses mesmos danos
4) Configure uma medida que possa de alguma forma permitir que o criminoso melhore e seja reinserido de forma funcional na sociedade
5) Configure uma medida que não onere muito o Estado, porque vai desculpar, criança passando fome e morrendo por falta de hospital é sim prioridade

Eu não consigo pensar em nada além de “Tem que matar um filho da puta que faz uma coisa dessas”, mas eu não tenho o distanciamento necessário no momento. Sei que é errado (ainda que compreensível), por isso peço a ajuda de vocês. Não riam, grandes avanços na história do direito se deram assim, com um grupo de pessoas reunidas fazendo um brainstorm, cogitando centenas de besteiras até chegarem a uma ideia-base boa que foi desenvolvida com a ajuda de todos. Pode ser que estejamos fazendo história aqui.

Desculpa, hoje não tem resposta para vocês no meu texto. Apenas pergunta: o que fazer com uma pessoa dessas?

Para falar em prisão perpétua, pena de morte ou outras medidas que eu mesma já disse que estão descartadas e não acrescentar nada, para dizer que eu ando exigindo muito dos seus neurônios ultimamente ou ainda para maldizer a hora que te tomaram Siago Tomir, o alívio cômico do blog: sally@desfavor.com

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Comments (106)

  • O texto foi muito bom, talvez o mais abrangente e objetivo que li sobre o tema, e após receber notícias recentes do médico citado, creio que ainda vale a reflexão. Uma possibilidade seria a total exposição destes criminosos à sociedade por meio de aprisionamento assistido, mas de forma pública. Esta é uma liberdade psicológica da qual os criminosos se importam e na maior parte dos atos impede de comete-los. Diferente de câmeras de gravação, muitos usuários online podem reagir e prever antecipadamente às acoes criminosas.
    Pessoas cometem crimes por várias razoes, mas deixam de comete-los por razoes menores. E uma delas é saber que muitas pessoas as observam. Assim, prevenir ou ameaçar suas tentativas e possibilidades parece uma saída potencial. Uma tornozeleira eletrônica com os recursos básicos de um smartphone com rastreamento geo localizado, de áudio e vídeo ininterrupto para aplicativo de rede móvel e compartilhado à toda a sociedade, permitiria, com baixo custo, monitorar o sentenciado e alarmar os usuários, como num reality show, de forma muito mais eficiente que o Estado. Pois, eliminaria o custo prisional, dando-lhe chances para continuar a viver, porém com liberdade restrita, oferecendo proteção à população, administrada por ela mesma 24h por dia. Reduzindo também o poder de planejamento sobre crimes ou fugas. Ao preso, seria uma opção frente ao indesejado encarceramento físico. Nao haveria como corromper carcereiros, aliás reduziria tais profissões e a superlotação. E por fim, ofereceria à própria sociedade, o gerenciamento e rastreamento das atividades de criminosos e a oportunidade de controlar diretamente o serviço de segurança pública.

  • Não sei se já falaram coisa parecida não li os comentários anteriores ,mas a morte seria fácil demais pessoas como ele merecem sofrer minha sugestão é que ele fosse cadastrado e enfiassem um cabo de vassoura nele todos os dias tudo isso tomando o cuidado de não provocar a morte mas o sofrimento e a humilhação extrema passar por isso o resto da existencia seria a punição perfeita pra ele

  • Acho muita pretensão da minha parte querer achar uma solução para esse problema, mas vou tentar começar:

    Uma constatação interessante, seria a ideia de que, se o jogassem no meio dessas vinte mil vitimas ou no meio da sociedade revoltada, o mais provável seria que espancassem-o até a morte e depois disso sentiriam que justiça foi feita, o que para mim seria apenas vingança. Não parece meio primitivo que resolvêssemos as coisas dessa forma? Ora, saímos do estado primitivo justamente para fugir dessa selvageria e rumar à civilidade! Uma vez li em um dos textos de vocês que não se deve basear leis em sentimentos e a partir dai desenvolvi que por mais compreensível que seja a solução baseada nos sentimentos, mais primitivo é também! E dado o tamanho da barbárie do crime desse homem, o sentimento de revolta é enorme, dando uma ideia de que seria impossível penaliza-lo suficientemente. Por isso eu acho, em harmonia com a maioria dos impopulares, que se deve primar pela funcionalidade. E primar pela funcionalidade é um dos maiores desafios desde que a sociedade é sociedade…

    • Justamente por perceber que o sentimento pessoal levaria ao caos social é que o homem decidiu criar normas de conduta genéricas que evoluíram até virar a lei como se conhece hoje. Sociedades primitivas já sabiam que essa decisão deve ser tomada com base no que é melhor para a sociedade e não no desejo de vingança pessoal. Mas aparentemente o brasileiro médio ainda não se deu conta de algo que outras sociedades constataram séculos atrás.

      Primar pela funcionalidade em uma República das Bananas onde incompetência e corrupção imperam é um baita desafio.

      • Pois bem, na minha concepção, o Estado deveria prover o máximo aparato possível às famílias que foram vítimas desse psicopata, como forma de tentar consertar o erro de deixá-lo impune por tanto tempo.

        Já ele, sendo um psicopata e todos concordando que não há mais jeito… Ele poderia ser o gatilho de uma revolução carcerário no Brasil. Sei, isso pareceu quase tão longe da realidade quanto “O Brasil na visão do PT” .

          • Prometo trabalhar muito nisso. Se você conversar com cientistas políticos e sociólogos do pais (sobretudo das universidades federais), vai constatar que a maioria termina quase toda discussão sobre a conjuntura do país dizendo que para melhorar (nos mais variados âmbitos públicos) é necessário uma mudança radical! E se eu respondesse rapidamente como seria essa mudança, poderias me considerar o próximo Abraham Lincoln tupiniquim.

            :D

    • Pois é, vinte mil loucas que coincidentemente calharam de cair no consultório dele. Pensar que demoraram mais de DEZ ANOS para que acreditem nas vítimas!

  • LindamÁr Silva

    Solução no ponto de vista mais lindo do blog:
    “prisão até o cumprimento máximo no Brasil sem direito a liberdade condicional e SEM CONTATO COM NENHUM PARENTE, AMIGO, EMPREGADO E O CACETE… até o cumprimento da pena ele ficaria incomunicável, no caso dele NUNCA MAIS veria os filhos, a familia …nem por telefone, sem contato, ok?

    Sally, vi numa matéria que a esposa dele não cometeu crime pq quem ajuda o esposo(a) fugir não pega cana no Brasil. Como pode isso? E o amigo médico que mandava grana pra ele? e o administrador da fazenda que levava a grana?

    O cara é fugitivo e quem sabe onde ele esta não se torna cúmplice?

    Isso procede, doutora Sally?

    • A lei não entende ser exigível que se cobre de pai, mãe ou esposa que entreguem a pessoa amada para a polícia, mas o resto que ajudou com certeza merecia uma punição. Quem sabe não precisa necessariamente denunciar, mas também não pode ajudar.

  • Eu penso que a forma mais eficaz de punir um sujeito como ele seria aplicar uma sanção pecuniária muito alta, tipo deixar ele na miséria. Doar todo o patrimônio dele para pesquisas na área de fertilização, ou de qualquer ramo da saúde, ou a alguma instituição de auxílio ou proteção às vítimas de crimes sexuais. Os criminosos classe A só sentem no bolso mesmo. Ele teria que buscar emprego ou uma forma de se manter, e teria que passar pelo constrangimento de ser reconhecido e rejeitado pela sociedade. Sanção pecuniária tem previsão na lei brasileira.

      • Não acho uma boa não, acho que ele deveria cumprir pena. Você pediu uma alternativa à prisão… Estou pensando no caso específico DELE, isso é só um brainstorming, não? Até onde eu sei ele não pegava vítimas na rua, agia contra mulheres sedadas durante seus procedimentos médicos. Então não acho que ele necessariamente faria novas vítimas se solto.

        • Um psicopata com propensão à maldade a repete assim que pode.

          Na verdade eu não pedi uma alternativa à prisão, e sim à prisão bancada pelo nosso bolso…

        • sim, ele não pegava as vítimas na rua. Apesar de ter perdido o registro, até parece que ele não continuaria exercendo a profissão ilegalmente, afinal, no que mais ele poderia trabalhar? Veja o padrão de vida dele, ele não desejaria perdê-lo. Com tantos lugares precisando de médicos, a maioria não o reconheceria, pessoas desesperadas por atendimento aceitariam se consultar. E logo se reiniciariam os crimes.

  • Quem comete crime hediondo deveria perder o status de ser humano e portanto os direitos humanos com eles perderiam a validade. Por esse motivo, essas pessoas deveriam além de terem os bens confiscados e doados as vítimas ou a família das vítimas, também servierem de cobaia pra experimentos científicos e melhorar a medicina, além de que se houver óbito, os órgãos serem utilizados pra diminuir a fila dos transplantes. Já que não serviu pra nada quando era vivo, pelo menos depois de morto teria serventia.

    • Tortura é um crime hediondo. Você está sugerindo tortura, logo, está cometendo um crime hediondo. Logo, pela sua lógica, você merece ser torturado.

  • De um rascunho muito pouco trabalhado, para punir poderia deixar ele fazendo trabalho para o estado pelo resto de sua vida. Ele poderia ajudar na limpeza de bueiros, esgotos, banheiros públicos, banheiros de presídios. Trabalhos braçais que envolvessem limpeza.

    Para retribuir, no momento, a única coisa em que penso seria vender todos os seus bens e distribuir para as famílias vítimas de suas atrocidades. Não é uma medida final e nem a melhor, mas não vejo outra opção agora que possa contribuir mais para essas famílias.

    Mas na parte de tentar reabilitar o indivíduo eu não vejo solução, e principalmente nessa situação. Pois como você mesmo mencionou psicopatia não tem tratamento, não vejo uma medida que possa coloca-lo numa condição funcional na sociedade.

    Esse comentário pode servir de base para outras medidas melhores, pois não tive tempo de pesquisar fundo sobre essas medidas.

    • Acho tudo muito coerente, o único problema que vejo é o gasto que implicaria transportar esse cara para fora do presídio e ficar vigiando-o enquanto ele presta esses serviços.

  • Pensar que ele não merece viver é a solução mais fácil mesmo. Mas nenhum de nós ou o Estado vai fazer.
    Mas dependendo do lugar em que ele fique preso, na primeira rebelião que tiver acho que ele não sobrevive. Já vimos isso, o mais notável caso foi daquele morto de fome maranhense que tinha filhos e netos das próprias filhas. Ficou uns 2 anos preso depois foi decapitado numa rebelião qualquer (porque lá é rotina ter rebelião).
    Em SP é mais difícil isso acontecer, mas esse sem vergonha não barbarizou somente mulheres pobres e impotentes, teve muita mulher podre de rica e casada com gente influente, certeza que alguma vai ter contatos suficientes.
    Não dizem que o sistema se auto regula?
    Eu não acho que isso seja certo nem que deva acontecer, mas que pode acontecer, pode. E sejamos francos, ninguém aqui lamentaria.

    Como solução eu só consigo pensar em castração química.

    • Ele sobrevive sim, porque tem dinheiro. Ele vai pagar por uma estadia privilegiada, que na gíria do presídio se chama “seguro”. Você paga um mensalão bem gordinho e em troca fica longe dos outros presos e tem uma série de privilégios como pedir comida em restaurante, ter tv, ar condicionado…

  • Não consigo pensar em uma boa solução, que cumpra os requisitos do texto e que poderia ser implementada no Brasil real, e não utópico. O sistema que a gente tem já faliu e não sei se tem concerto.
    Mas, sonhando um pouco, acho que a solução passa por retirar a pena privativa de liberdade da maior parte dos crimes (ex. tráfico de drogas), deixando a cadeia desafogada pra quem comete crime com violência e grave ameaça, ou seja, pessoas que realmente precisem estar fora de circulação (e que sejam prisões estilo noruega).
    Aos outros crimes, se adotariam medidas de outra natureza, serviços comunitários, multas, restrições de frequentar lugares etc. (Isso num mundo ideal onde tudo isso é bem feito e fiscalizado).

    Nos casos estilo Roger, pressupondo se tratar de uma espécie de psicopatia, não consigo pensar em algo melhor que aplicar medida de segurança, por que tira de circulação por tempo ilimitado (em tese) e dá o tratamento médico necessário, sendo uma medida mais humana e eficaz. Mas o problema do custo alto de manutenção eu não sei resolver.

  • Eu sugiro uma força tarefa sistemática para levantamento/identificação de todos os pais de todos os filhos/pacientes, com participação ativa/forçada do próprio, não só como fonte de DNA (possível pai), mas também para anamnese de todos os casos. Ele ia ficar o resto da vida fazendo isso e sendo confrontado pelo que fez. Por que as vítimas não formam uma associação/ONG pra isso, no estilo das Mães da Praça de Maio?

    • Será que um psicopata se importa de ser confrontado com o que fez?

      Não sei se os pais vão querer expor seus filhos publicamente a serem reconhecidos como filho de um estuprador. Imagina o estigma que essas crianças carregariam!

      • As famílias já estão carregando o estigma. Acho que quanto maior a clareza que tivermos sobre o que aconteceu, quanto mais próximos estivermos da verdade dos fatos, menor será a aceitação social do que ele fez. Pelo que eu entendi tem um monte de gente ajudando ele, acho que se todo mundo souber direitinho o que aconteceu e se tivermos uma mobilização pública dos prejudicados a chance de acontecer de novo diminui bastante. E se forem identificados 1000 filhos dele, eles terão direito legal ao seu patrimonio, pensao, etc. Não que eu ache que os falsos pais estejam interessados nisso, mas essa é uma chance real de pulverizar o patrimonio dele sem ter que apelar para condenação e punição criminal pecuniária significativa, que me parece menos provável.

        • Só as famílias que decidiram processar e mostrar a cara estão aparecendo, ao todo estimam-se vinte mil vítimas mas só 50 quiseram dar as caras. Para você ter uma ideia, essa pessoa que eu conheço escolheu não contar nem para o marido nem para o filho o ocorrido.

          • E eu que já estava pensando em bloco de carnaval ¨Filhos de Abdelmassih¨…desculpe, não podia perder a piada. Acho que a vergonha está a favor dele. Se enroscar em 20.000 processos de paternidade, arcar com as custas disso, seria uma punição e tanto.

  • Voltar com uma sugestão de brainstorm dessas é complicado… Curiosamente passei os últimos dias conversando sobre esse assunto com familiares e amigos e não chegamos a um consenso, onde foram mencionados de pena de morte e prisão perpétua à adoção de um sistema prisional nos moldes do utilizado pela Noruega. No aguardo de uma solução melhor por mentes brilhantes, por que não me ocorre nada além de tirar ele do convívio da sociedade por algum modo que nosso sistema judiciário não contempla.

  • Na prática, o que coloca o buraco muitos palmos abaixo é a questão “você confia na Presidente da República e nesse Judiciário “maravilhoso” a ponto de dar a eles licença para matar?”.
    Todos têm uma opinião acerca do destino que deveria ser dado a esse criminoso (ou a qualquer outro); mesmo as Leis atuais dariam conta de ajustar quem as desrespeita à merecida punição/recuperação, só que, dentro da realidade atual do Brasil, o rigor da Lei depende da interpretação de quem a aplica.
    Vejam, no caso em pauta, a decisão do Ministro do STF: está prevista na Lei a possibilidade de permitir ao acusado aguardar a sentença em liberdade. Mas, que “atenuantes” existiam a favor do réu para que fosse cabível conceder tal benefício? Não consigo imaginar, mas o fato de o advogado de defesa ser quem era pode dar uma pista.
    Não que o judiciário seja totalmente corrupto; digamos simplesmente que não me motiva a realizar um exercício de criatividade como o proposto.

    • Eu sinceramente acho que Estado algum, mesmo com os líderes mais brilhantes e nobres, deve ter o poder de matar quem não respeita seus comandos.

    • Tem um texto só sobre Castração Química aqui no Desfavor.

      No Brasil, hoje, não seria uma possibilidade. E eu nem acho que adiante, porque estupro não é só penetração. Quem tem o impulso de estuprar o fará de outras formas.

  • Sally, você falou de outro texto onde explica porque preso trabalhar para se pagar nunca vai existir no Brasil. Lembra qual é o texto? Estava pensando em algo neste sentido, então gostaria de lê-lo.

    Dúvida: você enumerou alguns itens. No caso do 1 e 2, se for reconhecido, p.ex., que a única punição que desmotivaria o psicopata envolve o que está citado no item 2, isto validaria executar o 1 e anular o 2?

    • Não lembro onde está esse texto não, tenta procurar no Google por várias palavras chave

      Na minha opinião, não existe o argumento de que a única forma de desencorajar alguém seja através da barbárie, da tortura, da violência. Tanto é que tudo isso está presente nos presídios brasileiros e temos um dos maiores índices de criminalidade e reincidência do mundo.

  • Sou a favor da pena de morte para ele, mas não executada pelo Estado ou por nós, e sim levá-lo ao suicídio.
    Primeiro confiscar todos seus bens para indenizar as vítimas, proibir convivência com os filhos menores, colocá-lo em uma residência simples, sozinho, com monitoramento para que não saia nunca (paga através de seus próprios bens). Obrigá-lo a assistir diariamente vídeos das vítimas relatando o que ele fez causou na vida delas e o que elas desejam “de bom” pra vida dele, de como ele é um merda, um lixo humano. Depois dessa sessão de filmes diários, vizinhos em frente à casa, que estará devidamente identificada como a “casa do monstro estuprador” ameaçam e humilham das mais diversas formas.
    Um pessoa acuada é capaz de tudo.
    Ah, e deixar na residência somente artefatos que trariam uma morte dolorosa, tipo facas, cordas, gasolina, algum veneno que cause muita dor quando fizer efeito, etc…
    Quer se matar para fugir de uma situação dolorosa, que seja sofrendo muito.
    Para mim, não configura tortura psicológica xingar e ameaçar alguém em decorrência dos atos cruéis que cometeu, então os direitos humanos estarão preservados, inclusive o seu direito de terminar com a própria vida para extirpar sua existência nefasta.

      • Na verdade era a proposta para o caso específico dele.
        Pra mim ele não foi um estuprador comum, Sally, ele abusava das mulheres que estavam indefesas, seja física (dopadas) ou emocionalmente, aproveitou de uma situação na certeza da impunidade em razão da posição social, da fama e de que as mulheres poderiam duvidar do que estavam vendo, confundir com delírio em razão de remédios. Além disso, tá rolando um comentário que ele tava se tratando com psiquiatra (ou psicólogo, cada repórter fala uma coisa) por telefone e falava em se matar, então, é só facilitar a coisa e ele faz o serviço.

        O grau de sofisticação dos crimes é maior do que do simples estuprador, que procura a vítima, ameaça e estupra, agride ou até mata depois. Este estuprador eu acredito que tenha problemas psiquiátricos, não é um oportunista, ele arrisca por um impulso incontrolável. O médico não, ele aproveitava as situações. Talvez seja mesmo um psicopata.

        • Não importa o caso, não importa o grau de filhadaputez da pessoa, eu não quero viver em uma sociedade onde as pessoas fazem isso

  • Eu concordo que o Estado não deve ter o direito de matar ninguém, mas… isso não faz do Estado cúmplice nos crimes futuros do psicopata? Não desse caso em específico, mas imagine que um serial killer é preso e cumpre lá seu tempo máximo de prisão e depois sai e acaba matando mais gente. O Estado SABE que ele vai matar mais pessoas quando sair. É o dilema do Batman: matar o Coringa ou deixar o Coringa vivo pra matar mais pessoas?

    Eu acho que o Estado não deve ter direito de matar ou prisão perpétua. Mas e se o psicopata tivesse de “prestar contas” eternamente? Digo, ele pode viver a sua vida em paz depois de sair da prisão, mas teria de ter um GPS ou algo do tipo nele, para que o Estado possa saber se ele esteve envolvido em algum crime ou coisa do tipo?

    É complicado porque a gente está falando de uma pessoa que TEM direitos, a sociedade não pode esquecer disso ou a gente volta pra Idade Média. Cometeu um crime, pagou por ele, volta pro mesmo status de “cidadão” que os outros. Mas ele não é um cidadão como os outros, biologicamente ele tem mais tendência a cometer um assassinato, então o que fazer?

    • No caso, se o sistema penal funcionasse como deveria, um psicopata (ou seja, uma pessoa com uma doença mental) não deveria ser preso e sim ficar trancado em uma instituição de tratamento para doentes mentais, ocasião em que seriam realizado exames periódicos de tempos em tempo e ele só seria solto quando se mostrasse apto a conviver em sociedade, ou seja, nunca.

      Na prática, sim, o Estado é responsável e também co-autor, pois ele solta um preso pior do que entrou.

  • Sally, me desculpe tirar o foco do texto (que está muito bom), mas só gostaria de compartilhar uma coisa que me me incomodou muito. O comportamento da esposa dele. O que faz uma mulher jovem, bonita, que tem o salário muito acima da média brasileira se unir a um criminoso condenado? E ainda arrumar filhos com ele????Sei lá, essa falta de empatia com as vítimas…será que ela pensa que não é problema dela? Será que ela credita que ele seja inocente? Será que ela não se incomoda em viver uma vida sempre escondida e com medo de ser descoberta? Nossa, isso não entra na minha cabeça…
    Quanto o que fazer com ele acho que muitos anos de prisão (mesmo que seja apenas 30 ele já tem uma certa idade, né…capaz que nem saia vivo) e confisco de cada centavo dele para ser utilizado como indenização para vítimas. Não há muito o que fazer.

    • Ana, psicopatas tendem a ser bons mentirosos e excelentes manipuladores. Imagino que essa moça acredite que ele é inocente e que tudo é conspiração contra ele. Pessoas apaixonadas tendem a ficar meio cegas, imagina o estrago que um psicopata não faz em alguém nesse estado?

  • Boa pergunta. Dentro das suas diretrizes, não vejo nenhuma alternativa.

    Esse cara é uma pessoa com transtorno de personalidade anti-social, eu acho, e não tem tratamento para nenhum transtorno de personalidade.

    Muito difícil…

    • Mesmo com esse transtorno ele pode produzir algo útil para a sociedade ou não? Porque a impressão que eu tenho é que um cara desses faz maldade onde quer que seja colocado, nem como merendeiro eu confiaria nele.

  • Pior q essas porras custam a morrer, vão ficando velhos e continuam fazendo merda. Se a lei funcionasse o certo seria mesmo confiscar tudo q esses caras ganharam de maneira absurda.

    • Sim, existe previsão de pena de multa e de confisco de bem que sejam resultado do crime. Mas nunca se coloca em prática. Porque será? Talvez pelo mesmo motivo que fez concederem liberdade para um psicopata condenado a 278 anos, rico e com diversos indícios de que ia fugir do país. O cara foi renovar o passaporte, tem noção do que é isso?

  • 5) Configure uma medida que não onere muito o Estado, porque vai desculpar, criança passando fome e morrendo por falta de hospital é sim prioridade

    Este é um dos fatores pelo qual sou favorável a pena de morte, no meu país utópico crime hediondo (http://www.idecrim.com.br/index.php/direito/29-lei-de-crimes-hediondos são só esses mesmo Sally?) seriam passíveis de pena de morte justamente pela recuperação social do preso e pelo quanto o estado é onerado mantendo esse tipo de gente presa, mas como estamos no Brasil concordo com você Sally, é poder de mais na mão de quem não sabe usá-lo (ou pior, não tem discernimento e limites para fazer uso de algo irreparável).

    • Em qualquer lugar do mundo eu acho que o Estado não pode ter o poder de punir com morte, primeiro porque acho barbárie, segundo porque somos seres humanos e seres humanos erram e terceiro porque não é a única forma de desonerar. Alguns países europeus tem presídios que chegam a dar lucro para o Governo.

      Tenho até medo de responder perguntas jurídicas depois de tanto tempo afastada, porque a lei muda o tempo todo, mas da última vez que mexi com isso os crimes hediondos eram os que estavam previstos na Lei 8072/90. SE nada mudou, continuam lá.

  • Infelizmente, não dá pra não pensar em jogar um monstro desse dentro de uma cela de cadeia comum, para o deleite e julgamento dos demais monstros que lá estão…
    Na verdade, acredito que diante de todo o mal que ele fez às vidas dessas pessoas, nenhum castigo seria suficiente.

      • Tai uma coisa interessante! Ele é rico!
        Condenados ricos deveriam pagar ao Estado sua estadia na prisão. E se for muito rico deveria pagar por mais um preso pobre.
        Definição de rico: quem tiver mais de 50 mil reais guardado no banco, em seu nome, do conjugue, dos pais ou filhos.

        • As pessoas burlariam isso, colocariam no nome da sogra, de um laranja, em conta no exterior ou comprariam ouro e jóias e guardariam em depósitos privados. A grande merda de criar lei para brasileiro é essa: tem sempre que tentar antever a malandragem sem fim.

  • Bom, está patente que essa punição vale para o Suriname, não para o caso concreto, dentro de nossa legislação.

    Em primeiro lugar, na esfera cível, indenizar as vítimas: repartir o patrimônio do cara entre as vítimas, após revertidas as “laranjadas” e excluída uma quitinete sem garagem como bem de família;

    Na esfera penal, a “vingança social” (não a solução, porque não tem uma no atual estado da Ciência) para estes casos estaria na Babilônia (Lei de Talião) e no Almodóvar (A pele que habito), indo na contramão dos Direitos Humanos: fazer uma operação de mudança de sexo e dar hormônios femininos pro “estuprador serial” com regularidade, deixando-o bem feminino; colocá-lo em um presídio masculino com o corpitcho novo, com direito a um “boa noite, Cinderela” por dia. Aí ele saberia realmente o mal que fez. Como falei, não é justiça, nem solução, é vingança social. Mais ainda, reforço, é contrário aos Direitos Humanos.

    Vinganças à parte, como dizem os estudos em criminologia, o que inibe o ato é a certeza da punição e não sua gravidade. Isso inibe os sem-vergonha, não os que não têm controle sobre seus atos… o que já é alguma coisa. No mais, defendo que nos presídios, enquanto não estiverem trabalhando para pagar parte da estadia e remeter dinheiro para a família, os presos estudem. O contribuinte entra com uma parte, pelos custos de mantê-los longe da sociedade. Afinal de contas, se “ser sustentado” fosse tão bom assim, porque os que trazem esse argumento não cometem crimes e vão para a prisão curtir o “bem bom”? Ficar preso é uma merda, mas se é para ressocializar e não para ficarem se enrabando e tramando crimes lá dentro, é preciso algum investimento do contribuinte.

    P.S.: no caso do Abdelmassih, imaginem o cara peitudinho, depiladinho, capadinho, parcialmente sedado, ouvindo uma fila de presos cantando Agepê: “Deixa eu te amar… faz de conta que sou o primeiro”. Sim, o ser humano é muito escroto: eu por imaginar, você por rir da cena.

    • Na situação atual do Brasil: a parte de colocar os caras para trabalhar e estudar lá dentro. Não vejo como estancar a corrupção e a roubalheira, infelizmente, porque é um problema cultural entranhado em todas as camadas sociais. Os países menos corruptos passaram por muita coisa até ficarem menos sem-vergonha. Guerras, catástrofes naturais, movimentos sociais, tudo isso educa de alguma forma. Acho difícil queimar etapas.

      • O cara vai ficar de merendeiro. Não vai fazer nada de útil, porque na hora que a babaca aqui apresentou projeto para obras públicas serem realizadas por presidiários ouviu um sonoro NÃO, seguido de um deboche sobre a impossibilidade de superfaturar trabalho de preso.

        Queria ter uma ideia totalmente nova, inédita, mas não consigo.

        • Em duas partes: no caso específico do Abdelmashasdjfdgsdd, eu faria um acordo com os EUA e o enviaria para cumprir a pena lá. Alegaria que aqui ele tem muitos amigos influentes e que ele corre risco nas prisões e o enviaria para usar uniforme laranja o resto da vida. Mesmo pagando, a conta é menor do que o custo de um presidiário aqui. Também confiscaria todos os bens, venderia e dividiria entre as vítimas. Obrigaria a mulher dele a fazer tratamento psicológico, porque só alguém muito ruim da cabeça tem um filho com quem foi condenado por estupro. E, por fim, investigaria e acabaria com a vida (não literalmente) de quem o sustentou com todo aquele luxo no Paraguai.

          Para os presídios do Suriname eu implementaria os trabalhos em obras públicas e a possibilidade de estudar. O trabalho seria “obrigatório” dentro da capacidade física de cada um. Se não trabalhar, não come, uma preparação para a vida fora do presídio (afinal, a vida “real” é assim). O estudo seria um “benefício”. Também implementaria a ação social, onde os presos receberiam filhotes de cachorro que serão guias de cego e assistentes de cadeirantes e os treinariam até um ano e meio – quando os cães vão para as escolas especializadas (normalmente ninguém quer fazer isso porque se apega ao filhote). Enfim… eu tenho um modelo bem específico de prisão funcional que, dada a realidade brasileira, “nunca será”.

          • Gostei muito da ideia de responsabilizar quem viabiliza a impunidade. Falta isso no Brasil. Tem que catar todo mundo, desde quem o ajudou a sair do país até quem o ajudou a negar as acusações e meter uma pena exemplar!

            Gostei muito de todas as sugestões

          • Nos extras do DVD “Sicko”, do Michael Moore, ele vai para uma ilha turística na Noruega, em que há uma prisão, que mais se assemelha a uma colônia de férias, na qual os próprios presos realizam tarefas e cuidam da sua manutenção, morando em repúblicas, com cada morador encarregado da sua lide doméstica e, se não me engano, também da limpeza da ilha, permitindo até que utilizem moto-serras. No final dessa visita, somos informados que a Suprema Corte norueguesa havia recusado a deportação de um americano por considerar desumano o sistema carcerário de lá. Creio que o Breivik deva estar preso ali.

            • E mesmo “dando esse mole para bandido”, como gostam de dizer os burros, o índice de reincidência de lá é um dos mais baixos do mundo. Gente, o que precisa acontecer para as pessoas percebam que não é batendo, torturando nem sujeitando a condições degradantes que se melhora uma sociedade?

              Esse ponto de vista equivocado que o benefício é “para o bandido” tem que ser desmistificado, é bom PARA A SOCIEDADE que o sujeito seja tratado com dignidade, porque ele vai voltar para as ruas e conviver com todos nós.

              • E, mesmo com uma justiça rápida, que julga crianças como adultos e com aplicação de pena de morte por diversas formas, os EUA continuam com a maior população carcerária do mundo…

                Já falei desse filme aqui, falo de novo: Pierrepoint. Baseado na biografia de Albert Pierrepoint, o último carrasco inglês, que começou sua carreira como herói, ao enforcar de maneira precisa e em tempo recorde condenados por toda a Inglaterra e nazistas culpados por atrocidades, para acabar execrado como símbolo de um sistema penal falido vinte anos depois, admitindo que sua fama em nada ajudou a diminuir a criminalidade por lá.

                • Na porrada não se resolve, os EUA são um ótimo exemplo disso. Mas não adianta, esse povo atrasado mentalmente, tupiniquim, primitivo que é o brasileiro insiste em querer prender, arrebentar, matar… Esse país vai continuar na merda enquanto essa mentalidade de bosta imperar!

    • Nem tem a ver com a proposta do texto, é só curiosidade minha: você acha que esse cara alguma vez estará apto ao convívio social ou deve ficar fora de circulação o resto da vida?

      • Já que ele tem direito à remição de pena por meio de alguma atividade, seu “trabalho” seria ficar todos os dias úteis da semana plantado em diferentes locais da cidade com um tablet gigante pendurado no pescoço, em que apareceria a mensagem, tal qual a abertura de Star Wars: “Oi, sou Roger Abdelmassih, fui condenado a 278 anos por /descrição de seus crimes/. Não tenham pena de mim, pois o sofrimento que vocês observam agora é pouco diante do sofrimento causado às dezenas de milhares de vítimas que confiaram sua vida a mim”, intercalado com esclarecimentos acerca de seus crimes, depoimento dessas próprias vítimas e do Ministério Público.

      • Eu não sei, porque é uma resposta técnica, então falar sem conhecê-lo é leviandade. Não sei até que ponto foi patologia ou a certeza da impunidade. Existe uma área nebulosa, difícil de mapear, de até onde existe uma alteração neurológica/ disfunção que interfira nas possibilidades morais ou na possibilidade de sentir culpa (hipótese organicista). Há também quem pense que há circunstâncias de vida que criam mecanismos difíceis de reverter e que tolhem a possibilidade do sujeito evitar ser assim. Porém, vivemos em uma época em que a preocupação em vender remédios gera uma tendência a se rotular/ patologizar tudo, a prova disso é que o DSM 5 (Manual Estatístico de Diagnóstico de Transtornos Mentais, a Bíblia da Psiquiatria Norte-Americana) deixa a fronteira entre a normalidade e a patologia muito mais fluida (no mau sentido, de que quase tudo deveria ser objeto de tratamento e receber um carimbo) do que o DSM-IV. Por mais que se queira, é um território onde a ideia de neutralidade científica muitas vezes encobre preconceitos e certos pressupostos sobre moralidade. Eu penso que um sujeito hipotético que abuse dos outros voluntariamente, sendo capaz de resistir a este impulso, apenas por saber que o dinheiro e as amizades influentes o manterão relativamente protegido, não vai se modificar facilmente, até porque é um bicho difícil de pegar, depois de pego é difícil de prender, depois de preso é difícil de manter na prisão. Quando preso, é difícil de manter sem regalias. Tão aí o Zés que não nos deixam mentir. Se mudar já é difícil querendo, fica ainda mais difícil quando não se quer e a realidade conspira contra.

  • Você anda exigindo muito dos nossos neurônios ultimamente.

    Mas hoje exigiu o impossível.

    Não há como impedir um psicopata de cometer um crime desses. Não é um problema social. Ele era rico, médico, estudou, não passou fome, nasceu mau. Não existe possibilidade de melhorar esse cara. Ele não é gente.

    O único jeito de punir um monstro desses é sendo monstruoso com ele. É sendo monstro como ele.

    Não há solução.

    “A esperança não existe, a esperança é o caralho.”

    • Não sou especialista, posso estar falando besteira, mas eu pensava que psicopata não se importava com os outros (falta de compaixão, de empatia), mas quando fazem algo contra ele mesmo, se importa e muito. Sendo o caso, qualquer punição doeria nesse fulano. O problema é como punir de forma exemplar sem violar direitos humanos e sem onerar o Estado.

      Essa barbárie de que para ser punição bem exemplar tem que ser bem monstruosa ronda a minha cabeça também, mas isso não é verdade. Existem punições criativas, que não violam os direitos humanos e que são extremamente sofridas para o condenado.

  • Acho difícil, se não impossível, conseguir uma medida nos termos propostos para o Brasil atual.
    Esse texto, somado às barbaridades que vejo diariamente me deixam completamente desesperançada.

    Mas cogitando a hipótese de que fosse possível transformar o país num lugar decente, apostaria em uma pena alta a ser cumprida num estabelecimento prisional com programas de ressocialização efetiva, combinada com multas que serviriam pra indenizar as vítimas. Além disso, oferecimento de tratamento psicológico/psiquiátrico ao apenado, que deveria trabalhar para garantir sua subsistência na cadeia. Sonho?

    • Se for o caso, acho que seria até menos pior (ainda que um retrocesso) mudar para um sistema abertamente punitivo, porque ressocializar não está funcionando. O Brasil tem sistema penitenciário de primeiro mundo e cadeias de quinto mundo, criou uma aberração carcerária nunca antes vista que choca até a ONU.

      A ressocialização FUNCIONA. Nos países onde ela é de fato implantada ela funciona muito bem. O que não dá é querer meter um cara em um cubículo com mais 20, deixar ele ser estuprado, torturado e depois devolver para as ruas. Evidente que vai sair pior do que entrou.

      Então, como ressocializar aqui parece não ser uma opção, talvez seja melhor dar uma passo atras e admitir que estamos na verdade em um sistema exclusivamente punitivo, sistema onde preso não sai tão cedo para as ruas, onde as regras são outras, piores, porém mais compatíveis com a realidade brasileira.

      • Vamos mudar logo para um sistema abertamente punitivo. Ressocializar não deu certo, não dá certo, nunca dará certo. Nunca.

        Temos que admitir nossa incapacidade. Nossa mediocridade. Nossa incompetência. Somos uma país de corruptos e ponto. E a linha que nos separa dos monstros é tênue.

        Talvez, se isso acontecer, as pessoas vão ver que pena de morte não resolve também. Que nada resolve sem mudanças profundas na estrutura da sociedade. E talvez comecem a pensar em outras formas de resolver esse problema sem solução.

        • Acho triste, acho um retrocesso, mas tenho que concordar com você. Talvez seja melhor mesmo admitir nossa incapacidade e retroceder para um sistema meramente punitivo. Não demos conta de ressocializar. Querer parecer bonito e se dizer ressocializador às custas de devolver bandido pior do que entrou para a sociedade não vale a pena. Enquanto não houverem mudanças profundas que permitam a ressocialização eficiente, talvez seja mesmo melhor mudar para o sistema punitivo.

          O problema é que já não tem cadeia para todo mundo no sistema ressocializador, que solta o preso de volta para a sociedade de forma rápida, como vai ser no sistema punitivo? Imagina o quanto vai custar manter o dobro de numero de presos por mês, construir o dobro de cadeias… A corrupção e a incompetência inviabilizam até mesmo um sistema punitivo.

          • Certas vezes, é necessário dar um passo para trás, para depois poder dar dois à frente. Talvez seja esse o caso aqui.
            Vivemos em um país de aparências. Tudo é feito “pra inglês ver”. No papel tudo é perfeito: o sistema carcerário, a previdência, o SUS, a política externa, a estratégia de defesa (cuja sigla já diz tudo). Na prática, todavia, nada disso funciona, por sermos uma sociedade extremamente corrupta (como já foi comentado, esse mal permeia todas as camadas da sociedade, faz parte da nossa cultura) e hipócrita.
            Assim sendo, o que funcionaria na atual realidade brasileira? Difícil dizer. Talvez admitir nossas limitações seja um bom primeiro passso.

      • Macacão Babacão

        A ressocialização FUNCIONARIA se aqui tivéssemos as condições ideais para tanto. O problema é que por conta de nossa estamentação social, ela em si seria POUCO EFICAZ no que diz respeito no combate a criminalidade aqui.

        Em geral, quem está na área de furto/roubo de veículos (com posterior revenda para os receptadores) ou mesmo envolvido no narcotráfico (Pedrinho, oi!) em geral está nisso porque o ganho com a área é bem mais vantajoso do que na maioria das opções de trabalho “dentro da lei”. E mesmo as poucas áreas que porventura sejam mais rentáveis contam com uma concorrência mais feroz, exigem mais tecnicamente e muitas vezes oferecem uma rotina de trabalho bem mais estafante.

        Quem tem uma posição social mais confortável e um maior know-how da área em que atua pode usar até com certa facilidade uma fachada legal para esconder os seus negócios escusos, de forma bem similar a que o Abdelmassih fez com a questão dos estupros dos quais foi acusado.

        Provavelmente, o Roger aqui citado cai naquele “a ocasião faz o ladrão” e talvez tenha se utilizado dos estupros pra tentar contornar o “stress” da área na qual atuava, utilizando-se da sua boa reputação na crença de que sairia impune disso. Numa situação onde ele esteja sob uma quantidade menor de stress e com a demanda sexual bem atendida, ele provavelmente não representaria perigo e talvez seja justamente isso que tenha feito com que alguns compreendam as atitudes dele ou até mesmo presumam que ele seja inocente (até que hajam provas contundentes em contrário).

        Não fosse isso, dificilmente conseguiria ter a rede de apoio que teve para fugir e se manter durante anos no Paraguai.

  • Já que a brainstorm vou jogar minha sementinha mesmo que seja idiota.

    Analisando de uma forma mais leiga o perfil do cidadão além de um psicopata ele me parece ser aquele tipo de pessoa que é bem apegada ao alto padrão de vida, o que me leva a pensar que se colocá-lo para realizar tarefas menos “nobres” ele se sentiria um lixo e seria uma boa punição. Até mesmo poderia em algum momento valorizar mais a vida e o ser humano realizando tais tarefas.

    Exemplo: Manterem indivíduos assim presos pelos anos que lhes foram dados, depois usar aquela coleira no pé de prisão domiciliar para o resto da vida (não sei se é viável) e obrigatoriamente durante todo este tempo vão trabalhar limpando esgotos, catando lixo e etc. até ficarem BEM velhos e impossibilitados de realizar as tarefas.

    • Isso seria realmente bom, mas para jogar um cara desses nas ruas (ou melhor, nos esgotos), precisaria de alguém vigiando-o o tempo todo e isso custaria bem caro. Talvez se pegasse um grande grupo de presos e os colocasse para prestar esses serviços, compensaria. Mas infelizmente no Brasil isso nunca vai acontecer e não foi por falta de projeto: apresentei um projeto redondinho sobre capacitação e execução de obras públicas realizadas por presos e riram da minha cara dizendo que não dá para superfaturar trabalho de preso.

      • A desculpa que te deram foi que “que não dá para superfaturar trabalho de preso”? Puta que pariu!!! Essa cambada só pensa em levar vantagem mesmo, né? Se não der pra roubar alguma coisa, então não é interessante, né? E o bem maior, a segurança da sociedade – incluindo até a deles próprios – que se foda, né?

        • Entre outras coisas. Disseram que havia compromisso com empreiteiros para contratar seus serviços superfaturados para obras públicas e dependiam deles para realizar campanhas eleitorais quando a eleição chegasse, mais uma série de outras barbaridades que não gosto nem de lembrar. Se fossem usados presos em obras públicas o dinheiro que se economizaria resolveria o problema de hospitais no Rio de Janeiro, mas não, não pode, porque tem compromisso com empreiteiro que vai bancar a eleição e dar propina para ganhar licitação.

          Tem como não abandonar minha profissão depois disso?

          • Nossa Sally o buraco é bem mais embaixo mesmo!!!!

            Essa realmente foi o meu único e melhor pensamento até o momento, mas na atual situação do Brasil nos vejo num beco sem saída, em todos os sentidos :/

          • Se é para o pensamento ir longe… E se o Exército cuidasse disso? Dos presos trabalharem em obras públicas? Há algum tempo vi que o Exército fez uma estrada de asfalto (muito bem feita, por sinal) e o dinheiro que sobrou da verba foi devolvido aos cofres públicos. O Exército entraria com os engenheiros e vigias dos presos. (Deu para entender? Viajei legal.)

              • Isso! Não teria que ser os recrutas no trabalho de peão? Em vez disso eles seriam os vigias. Vai dizer que a bandidagem não trabalharia motivada sob a mira dos “samangos”?

  • Eu sou adepto da lei do “olho por olho, dente por dente”. Um (insira a profissão aqui) vez algo errado, deve pagar em dinheiro, as vitimas. Nesse caso, o medico estuprou 52 mulheres, então ele DEVE pagar a vida dessas 52 mulheres junto com o filho/a.
    Antigamente, eu tinha o pensamento de “aqui se faz, aqui se paga”, onde um estuprador, deve ter o pinto cortado, um ladrão, a mão cortada e por ai vai, mas ate isso, é um sistema falho.
    Aqui na Suiça onde tudo funciona perfeitamente, eu acredito que DEVE ser aplicado uma lei onde se doa mais, e nesse caso, é no bolço. Seja como for, pelo menos o dinheiro desviado não sera do contribuinte.

      • Além de se igualar a Roger ele não percebe que vive em um mundo onde a Lei de Talião é amplamente empregada. Aqui a polícia prende, julga e executa sumariamente. Os bandidos também julgam e executam sem pensar nas possíveis punições. Já somos suficientemente violentos e dobrar a dose não vai nos tornar menos violentos.

        • Justamente POR ISSO o Brasil está na merda, porque coloca em prática esse tipo de pensamento burro. A burrice não tem fim, a burrice nunca vai acabar. Para cada inteligente que tenta melhorar as coisas tem dez burros querendo a barbárie.

  • Mauricio Cavalcante

    Sally, morrer é prêmio para este bosta.
    Prisão , com certeza. 30 anos em uma cela, sem mordomia,podendo virar “moça” para os outros presos, faria ele , ao menos, ter um leve arrependimento, já que ele não poderia fazer mais maldades.Não sei se o arrependimento seria completo, por que não saberia dizer se ele é sociopata, psicopata ou um rico de merda que achou que seu dia de prisão nunca chegaria.
    Eu e minha mulher quase fomos em seu consultório.
    Nossos anjos fizeram que minha mulher passasse mal. Depois descobrimos que, caso fossemos, seria um tratamento caríssimo. Graças a Deus perdemos o interesse.
    Mas, minha solução seria a seguinte:
    Além da prisão,para mim, ele deveria ter todos os bens bloqueados e vendidos para compensação das famílias. Obrigaria ele a receber uma injeção que é usada pela Estados Unidos para inibir predador sexual.Esta injeção, simplesmente,brocha o cara de vez. Quando saísse , um dia, da prisão , não tendo nada de bem material e tendo os “documentos” dele sem funcionamento, acho que seria um boa vingança para às vitimas.
    Abraços.

    • Essa injeção não adianta. Primeiro, porque para haver estupro, não precisa haver necessariamente penetração.

      Ademais, um estuprador não precisa de pênis para estuprar. Não é sobre sexo, é sobre poder. Não é sobre desejo sexual. É sobre desejo de dominação. Ele pode estuprar com uma garrafa ou coisa pior.

      • Exato. O estupro é um caso particular de violência, que é o verdadeiro problema. Ser um ato sexual define o território onde a violência está ocorrendo e onde seus danos serão mais evidentes, mas a questão fundamental do ato é a negação da dignidade do outro; o agressor impõe pela força ao agredido um lugar de objeto, de coisa, negando-lhe a possibilidade de ser um sujeito. Os danos vêm de se perceber intensamente (a amígdala, já comentada no texto da Sally sobre medo) como alguém em um mundo perigoso, onde se pode ser alvo de agressões. Esta é a base do estresse pós-traumático, dos suicídios após bullying, enfim, das situações extremas que bagunçam a segurança ontológica das pessoas. Não é preciso enfiar nada em lugar algum, basta deixar suficientemente claro que há uma ameaça à vida/ integridade física/ autodeterminação. É isso que pega.

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