Droga de trabalho.

Drogas ilícitas são consumidas por uma considerável parcela da população. E tirando casos onde o vício é severo demais, a maioria delas continua trabalhando. Sally e Somir discutem como empresas devem lidar com isso. Os impopulares oferecem sua dose.

Tema de hoje: Empresas devem fazer testes regulares para uso de drogas em seus funcionários?

SOMIR

Não. Somos inocentes até que se prove o contrário. Meu argumento dessa vez tem um pouco de idealismo, mas também vai passar pela realidade que muitos não gostam de enxergar: as drogas são parte integrante da sociedade humana. A definição do que é ilícito parece que foi feita na base do uni-duni-tê…

Mas primeiro vamos separar a minha visão sobre o assunto do da Sally, porque por mais que nós dois sejamos contra a liberação da maconha como já mencionamos várias vezes, o fazemos por motivos diferentes. Eu sou favorável à liberação total das drogas, da maconha à heroína ou mesmo ao crack. No meu mundo ideal, o Estado se posiciona contra o consumo de substâncias viciantes do tipo, mas não faz essa ridícula guerra contra as drogas que só serve aos interesses de quem quer sustentar um lucrativo mercado negro. Nada de ficar escolhendo qual pode, qual não pode (e dando chancela para algumas): todas liberadas, mas cada um que assuma a responsabilidade sobre o que consome.

Pois bem. Dito isso, ao ponto mais idealista dessa conversa. Bom, talvez o segundo, já que acabei de falar de liberação total das drogas… todo o sistema autoritário incentiva que seus cidadãos acusem uns aos outros, até porque isso é perfeito para quem quer governar na desunião. Se seu vizinho te vigia, a chance de você se rebelar contra o sistema diminui consideravelmente. Um sistema controlador que dá força demais ao ato de acusar na verdade está trabalhando na manutenção do próprio poder.

Tanto que em sociedades atrasadas como a brasileira, o que não falta é caso de gente condenada só por ter sido acusada. É conveniente que as pessoas enxerguem umas às outras como culpadas potenciais: criminosos podem estar em qualquer lugar! Difícil olhar para cima quando o perigo parece estar ao seu redor. Essa ideia de que o crime está escondido no seio das suas relações interpessoais é uma estratégia clássica de paranoia coletiva que sustenta sistemas ditatoriais, corruptos e ineficazes desde… bom, desde que temos uma sociedade.

Cada empresa que caia nesse conto como bem entender, mas se perguntarem para mim… comigo não. Exames toxicológicos são acusações diretas de consumo de drogas ilegais. E como Sally provavelmente vai deixar claríssimo em seu texto, isso é crime. Você sairia nas ruas apontando pessoas aleatórias dizendo que elas estão cometendo crimes? Duvido que faria, até porque isso também é crime. Calúnia.

Mas vivemos num sistema que acha o máximo que a população perca tempo lutando entre si. Não é calúnia apontar para seu empregado e dizer que ele usa drogas… não, imagina só fomentar o respeito e a confiança entre as pessoas? Em pouco tempo o sistema todo cai. Não podemos arriscar isso, podemos?

“Mas, Somir, quem não deve não…” Argh… é isso que querem que você pense. Se todo mundo ceder seu direito à presunção de inocência, acaba o conceito de privacidade e a possibilidade de reorganização social. Um sistema que pode te acusar de qualquer coisa e te forçar a se provar inocente é um sistema que não cai, seja lá a merda que fizer.

Mas eu sei que esse tipo de argumento não cola muito bem aqui, ou em geral. Lei do menor esforço (mental). Vamos ao que te interessa no curto prazo, afinal, é isso que importa, não? Pode-se argumentar que o usuário de drogas ilícitas tem rendimento reduzido, e que é do interesse da empresa garantir que isso não ocorra. Razoável… mas acusar todo mundo de drogado por causa disso parece um preço caro demais, ainda mais se levarmos em condição como é mais simples… analisar o desempenho do funcionário. Se caiu, caiu. Age-se de acordo então.

Se não caiu, e a verdade é que um funcionário que usa drogas comuns em quantidades recreativas dificilmente tem queda de produção, então para a empresa, tudo está como deveria estar. Tem quem defenda intervencionismo da empresa na vida privada do funcionário, eu acho uma invasão escrota de privacidade. A empresa não tem o direito de ditar como o funcionário vive sua vida, estamos na porra do século XXI.

Até porque viemos de um longo caminho desde a escravidão generalizada. O ser humano mudou. A vida dele não pertence mais a quem emprega sua mão de obra, foi um trabalho do cão para implementar os direitos humanos e finalmente ter um mínimo de separação entre vida pessoal e função produtiva. Ninguém é mais escravo para viver em função de seus “donos”. Pau no cu da empresa que quer reimplementar a desumanização da sua mão de obra.

Se eu mandasse nessa porra toda, a empresa que fizesse exames toxicológicos nos seus funcionários teria que responder por calúnia para cada um que voltasse com o resultado negativo. Não dá para escolher quando você é humanista por conveniência: ou é ou não é. Violaram o princípio da inocência e tentaram transformar o funcionário em escravo ao intervir em sua vida pessoal.

E, alô alô, as pessoas usam drogas. Usam muitas drogas. E ainda fazem coisas complexas depois disso. Para cada um jogado numa sarjeta, mil estão vivendo suas vidas sem levantar suspeitas. O problema nunca foi a existência das drogas, sempre foi a proibição delas: criando tensões desnecessárias, enriquecendo bandidos e marginalizando pessoas fragilizadas.

Se quer resolver alguma coisa, resolve direito. Sair acusado as pessoas indiscriminadamente só serve aos interesses de quem está fodendo com nossas vidas. Eu não caio nessa. E você, cai?

Para dizer que eu devo ser muito drogado, para dizer que é mais fácil só aceitar como as coisas são, ou mesmo para dizer que como advogado eu sou um ótimo publicitário: somir@desfavor.com

SALLY

Empresas devem fazer testes regulares para uso de drogas em seus funcionários? SIM.

Não estou dizendo que deveria haver uma lei que obrigue TODAS as empresas a fazê-lo, faz quem achar que é bom para a empresa. Eu acho. Se eu tivesse uma empresa, eu faria, principalmente se houvessem setores onde atenção, concentração e precisão fossem importantes, como por exemplo pessoas operando maquinário. Não vejo mal algum em instituir uma política preventiva como essa.

Goste você ou não, concorde você ou não, uso de drogas é crime. Não é punível com prisão (papo técnico: descarcerização), mas, ainda assim, continua sendo crime. Logo, uma empresa tem total direito de investigar se um funcionário seu está ou não cometendo um crime. Claro que para isso não pode invadir a privacidade do funcionário, não pode arrombar a porta da sua casa, nem obriga-lo a nada. Mas um exame não é necessariamente uma invasão de privacidade. Muitos funcionários são obrigados a fazer exames regulares (HIV, Hepatite e até mesmo de uso de álcool). Não vejo razões para condenar um exame toxicológico.

Você pode dizer que o que uma pessoa faz no seu horário de lazer é problema dela. Daí eu te relembro que, mesmo nas horas de lazer, não nos é permitido cometer crimes. No dia em que isso mudar me avisem, que eu já saio do trabalho com uma motosserra, para fazer a Dexter. Além disso, o uso de muitas drogas deixa um “aftertaste”, por assim dizer. Consequências ou sequelas que podem sim afetar o desempenho no trabalho, horas dias e até meses após o uso.

Ninguém é obrigado a fazer um exame que não quer, nem mesmo de DNA, mas ninguém é igualmente obrigado a trabalhar em uma empresa. Se eu tenho uma empresa e coloco esse exigência clara no momento da contratação, trabalha para mim quem quer. Minha empresa, minhas regras, desde que não viole a lei. E a lei, queridos Impopulares, a lei permite que nos testem com exames o tempo todo. Portanto, se alguém pretendia usar esse argumento hippie de privacidade, vá tomar um banho e passar desodorante.

As próprias leis trabalhistas, protetivas ao extremo, dizem que se um funcionário cometer um crime ele pode ser demitido por justa causa. Não faria sentido permitir demissão e impedir a apuração do cometimento desse crime. Vamos supor que você é dono de um hospital (sim, hospital é uma empresa) e desconfia que um médico está realizando cirurgias bêbado. Qual seria a coisa decente a se fazer? Pedir que realize um exame que ateste sua sobriedade, caso pairem dúvidas sobre ela. Isso todo mundo aceita. Então por qual motivo não poderia ser feito um exame toxicológico também? Ou alguém acha que uma cirurgia feita, por exemplo, sob efeito de LSD, seria precisa e bem sucedida?

Não se trata de caça às bruxas nem de punir ninguém, se trata de zelar pela saúde da empresa, pela boa prestação de serviços, pela confiança que a marca terá para com seus funcionários. Se você quer viver no Brasil, sinto lhe informar, não é direito seu usar drogas. Goste você ou não, concorde você ou não, é lei, é proibido. Não vai respeitar a lei vigente no seu país? Bem, existem consequências. Arque com elas de forma adulta, assumindo responsabilidade pelas suas escolhas, em vez de tentar argumentar para se safar. Você tem o direito de não trabalhar naquela empresa. O que não pode é o funcionário pretender que a empresa se adapte a ele. É o funcionário que deve se adaptar à empresa.

Acho que todos nós temos o direito de não querer contratar uma pessoa que comete um crime rotineiramente. É certo? É errado? É radical? É exagerado? Pode ser, mas nada disso está sendo discutido. Estamos discutindo se empresas devem realizar testes para saber se seus funcionários usam drogas. E digo mais: não necessariamente uma empresa tem que demitir um funcionário se descobrir que ele usa drogas. É subjetivismo, tudo dependerá da droga utilizada, da quantidade e do cargo que aquele funcionário ocupa. Poucas gramas de maconha em um cartunista não geram perigo para uma empresa, mas grande quantidade de ácido em um neurocirurgião sim.

A empresa tem o direito de saber. O empregado não é obrigado a se sujeitar a um exame, pode simplesmente optar por trabalhar em outro lugar. Mas a empresa tem o direito de saber, pois pode afetar diretamente no seu funcionamento e até colocar em risco a vida de seus funcionários. Um operador de guindaste cheirado, um piloto de submarino cheio de bala, um membro do esquadrão anti-bombas cheio de LSD não são bons para seus colegas de trabalho.

A pergunta que estamos fazendo é macro. Hora de sair da sua caixinha e exercitar pensar como um todo. Não é porque VOCÊ, no SEU trabalho não afeta ninguém nem coloca em risco a vida dos seus colegas que o resto do mundo acompanha. E mesmo que não exista risco, a empresa tem o direito de saber, para avaliar o quanto isso afeta a produtividade. Não se engane, capitalismo é isso: estão te pagando para produzir, sua produtividade é sim um produto, um bem com valor mensurável. Se não topa essa regra, seja profissional liberal e faça o que quiser da vida.

Tudo na vida tem ônus e bônus. No Brasil, a eterna busca é conseguir o bônus sem ter o ônus, coroação da esperteza e da malandragem. Profissionais liberais são donos do próprio nariz, ninguém os manda, ninguém os cobra, ninguém os controla ou fiscaliza. Mas eles não tem férias pagas, não tem décimo terceiro, não tem descanso semanal remunerado. Eles arcam com o risco do próprio negócio, pagam as contas do próprio estabelecimento, ditam as próprias regras.

Mas não, o brasileróide quer ter o conforto de um patrão que arque com o risco do negócio, que lhe banque férias, que custeie o local de trabalho e quer ter a independência e insubordinação do profissional liberal. Malandrões, espertões, cheios de “direitos”, cheios de indignação com a cobrança dos patrões. Não é assim que a banda toca. Quer entrar em uma empresa e ter uma série de bônus? Sujeite-se às normas da empresa, se elas não forem de encontro à lei, podem ser cobradas. Cabe a você topar trabalhar lá ou não. O que é inadmissível é topar trabalhar dentro daquelas normas e na sua hora de cumprir reclamar, se recusar, discordar. Isso é estelionato intelectual.

Vou repetir, caso alguém tenha esquecido ou tenha sido tomado por uma falsa sensação de impunidade classe-média: uso de drogas é CRIME, você não tem direito algum de fazê-lo. Aceita que dói menos, ou se muda para a Holanda.

Para se comportar como um bebê chorão tentando defender seu direito a fumar sua maconha, para dizer que preferiria trabalhar para EI do que para mim ou ainda para fazer ressalvas suficientes para concordar com ambos: sally@desfavor.com

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Comments (63)

  • Minha tardia opiniao é o velho adagio popular, a saber, de que “prevenir é melhor do que remediar.”

    Sou a favor de exames toxicologicos em qualquer momento na empresa. Vou alem: devia ser lei tambem, sim, o exame antidrogas dos candidatos politicos.
    Ora, eles sao nossos “funcionarios!”

    Sem mais, este argumento, para mim, resume a opiniao::

    “Não se trata de caça às bruxas nem de punir ninguém, se trata de zelar pela saúde da empresa, pela boa prestação de serviços, pela confiança que a marca terá para com seus funcionários.”

  • Mas e se o cara for um baita cheirador mas, ao mesmo tempo, der excelentes resultados para a empresa?? Rola demití-lo com base no teste toxicológico:??

  • Se no momento da contratação a pessoa for informada que precisará fazer testes toxicológicos, não vejo problema. A pessoa tem a opção de aceitar ou não. Assim como a empresa tem o direito de pedir qualquer documentação ou exame que ache necessário para que possa zelar pela reputação ou imagem da empresa.

  • Sim, a empresa PODE pedir esses exames. Mas NÃO DEVE.

    Concordo com o Somir: “Um sistema que pode te acusar de qualquer coisa e te forçar a se provar inocente é um sistema que não cai, seja lá a merda que fizer.”

    Se todas as empresas passarem a terem aceitação social para avançarem contra a nossa intimidade, o que nos restará de liberdade e privacidade? Pelo “bem da empresa”, pelo “bem da sociedade”, pelo bem “das criancinhas”, pelo “bem da família, da moral, dos bons costumes” Em nome das “boas intenções” pode-se fazer coisas terríveis.

    Daqui a pouco, pelo bem da produtividade, vão querer controlar nossa alimentação, nossas atividades físicas, se fazemos sexo com proteção, se temos tendência genética a ter, um dia, problemas futuros de saúde, etc. Comer doce e ser sedentário AINDA não são crimes, mas sabemos que prejudicam a saúde e, em alguns casos, o desempenho do colaborador.

    PS: Não advogo em causa própria: NÃO USO DROGAS ILÍCITAS.

  • Sou à favor.

    E eu sou alguém que frequenta o NA e que há um tempinho não muito longo atrás o coração parou por uma overdose.

    Não contrataria um adicto ou quem faz uso recreativo que seja. Nem iria manter alguém assim no meu quadro de funcionários.

    Drogado não é confiável!

    • Sério?

      Você tem bom texto, bons argumentos, senso de humor. É estranho você se considerar não-confiável.

      Eu não uso drogas ilícitas. Responda sinceramente: Isso faz de mim mais confiável ou mais produtiva do que você?
      E um evangélico radical viciado em Bíblia, que não usa drogas, mas é um idiota completo mesmo tendo curso superior? Ele é mais confiável que você por acreditar em seres imaginários sem estar sob influência de drogas ilícitas?

      Acho tudo muito radical.

      Como a Sally disse inúmeras vezes, a empresa pode, sim, exigir esses exames. Mas será que deve? E o clima de desconfiança e de controle? Eu não digo que, enquanto funcionária, não aceitaria, ainda mais se eu precisasse do emprego. Mas não ia gostar nem aplaudir se a moda pegasse. E, mesmo tendo certeza absoluta dos resultados negativos dos exames, eu me sentiria invadida.

      • O Deja não é confiável, já teve mini-avc e não se cuidou depois. Nós aqui da RID tentamos zelar pela saúde dele para não deixar o Somir viúvo.

      • Mas que lógica… Não é por eu não confiar em drogado, inclusive em mim, que passa a ser confiável quem não usa.

        O que você conhece sobre adictos? Vá em uma reunião do NA como visitante pra ouvir as histórias.

        Inclusive recomendo levar os filhos para que eles nunca usem.

        Eu vou negligenciar meu trabalho se estiver mal após uma noite cheirando, faltando ao trabalho. Se estiver na fissura e não aguentar, vou cheirar no trabalho. Cansei de ir para o banheiro durante o expediente, postergar trabalho, guardar drogas no meu armário.

        Imagina um médico, motorista, piloto de avião drogado… Ou no mínimo, tu marcar uma reunião e o sujeito não ir porque está drogado.

        • Tem razão, Deja. Não foi bom o argumento de tentar forçar você a confiar em evangélicos fanáticos só porque eles não usam drogas ilícitas.

          Você já escreveu um Desfavor convidado sobre sua história? Tem algum blog? Gostaria de ler.

          Fico longe de drogas, porque gosto de tentar ter controle sobre o que supostamente consigo controlar. E também porque sou frágil. Evito até o álcool, porque sempre que bebo fico bêbada fácil. Evito também por proteção pessoal. Ficar bêbada é abrir guarda para o perigo. Beber demais é atrair a atenção de estupradores, babacas, assaltantes, etc. E, hoje em dia, por causa do maldito celular com milhões de funções, TUDO pode ser filmado, TUDO pode se voltar contra nós. Ou seja, já sou suficientemente paranoica e louca por controle sem drogas.

          Mesmo assim, considero que esse mundo cada vez mais invasivo e sem privacidade, essa cobrança por parecermos felizes, bem sucedidos, jovens, animados, bem humorados, ricos, cultos, inteligentes, interessantes, lindos, magros, magros, magros… tudo isso contribui para que as pessoas não suportem a realidade e tentem fugir dela por meio de ilusões de fama, sucesso, importância (um dos efeitos da cocaína em muita gente).

          Eu já bebi para suportar uma festa até o final. Não seria mais inteligente ir embora? Seria, mas nunca é tão simples assim. Aliás, duvido que a maioria das pessoas suportaria uma festa em casas noturnas abafadas, lotadas, sendo empurradas pela multidão, ou um Carnaval em Salvador com gente encostando o tempo todo e cheiro de urina e decadência por todos os lados SEM ÁLCOOL.

          Acredito (e sou leiga, leiga, leiga!) que muitos usam drogas em busca de prazer, mas que a maioria busca alívio da dor, do desconforto, do sentimento de fracasso e baixa autoestima e da sensação de não pertencermos ao grupo em que estamos. Como se buscassem alívio em drogas de uma farmácia ilícita. Por isso não uso drogas ilícitas e evito as lícitas: acredito que eu não conseguiria usar de forma recreativa. Em pouco tempo estaria vagando por aí, completamente viciada. Os que mais anseiam por controle são os que menos o tem.

          • Eu vejo certos tipos de música bate estaca e penso: é impossivel curitr um lance assim a noite toda sem de cara limpa. Sem ter pelo menos uma ‘bala’ no lance.

            Uma balada, acho difícil (não completamente insuportável) aguentar sem estar tentando ficar bebado.

            Quando vc se torna careta, começa a olhar certas coisas como pequenas insanidades…

            Ps.: Deja, sou secretário de NA e faço HI. E acho o programa e a instituição cheia de dogmas e frescuras desnecessárias. Mas não posso falar para os outros que não existe esse lance de “24 horas de cada vez”. Que se vc não for um safado, sem vergonha e sem personalidade que nem chegou a admitir que tem algum problema com droga, seu só por hoje é ‘nunca mais’.

            Só continuo frequentando pra ajudar pessoas mais fracas que eu e por causa das pessoas e suas histórias. Sai mais barato que terapia e é isso que funciona.

            • Meu “só por hoje” era “só por hoje vou cheirar tudo que eu puder e amanhã eu paro”.
              A questão da religiosidade, crer em algo superior é complicado, sou ateu. Porém, o que me ajuda é ouvir a merda alheia e pensar nelas na hora da fissura. E poder desabafar com alguém que entende.

              Não acho que é ser safado não admitir ou não conseguir dizer “nunca mais”. Ao menos tem dias que sofro demais com a abstinência, chega a doer, e sei que todos passam por isso. E como meu humor oscila tem dias que eu realmente quero que tudo vá pra puta que pariu e penso que deveria cheirar até o coração explodir.

              O que está me ajudando também é quando me sinto assim, visitar meus pais que agora moram no mesmo condomínio e ver a carinha da minha mãe e pensar que não quero que ela me encontre morto no chão rodeado de vômito.

              (Na primeira vez que fui ao NA usei no banheiro de lá)

              • PS.: Também sou ateu e não preciso ‘entregar minha vida pra uma merda de suposto poder superior’.

                Minha vontade, minhas consequências.

          • Já escrevi sobre transtorno de personalidade borderline.
            Eu faço uso há muito tempo, mas nos últimos a frequência (diária) e a quantidade (entre 5 e 10 gramas) havia aumentado.

            Bem, meu humor flutua muito e eu encontrei na cocaína um alívio para a dor, ela realmente dá prazer, mas ele diminuí e fiquei atrás da mesma sensação do começo. Aumentei as doses, overdose. E não usava somente em festas, todo dia chegava em casa, esticava na mesa, bebia, depois dormia. Às vezes sábado sozinho, fica indo na mesa aonde esticava e para o quarto deitar. O dia inteiro.

            Mas acredito que sairei disso.

        • Concordo contigo. Não da pra confiar em adicto/drogado. eles só pensam na porra da droga..

          Mas e vc em recuperação? Também não se considera confiável?!

              • Eu não coloco a mão no fogo em nenhum dos meus ‘companheiros’. O último que confiei ficou me devendo dois dias de serviço em uma obra pois havia recaído e sumiu por uns tempos.

                Eu confio em mim. Muito! Por isso, perguntei se nem vc se considerava confiável.

                E se ainda tem medo de recaídas, sofre quando tem vontade, etc. é porque não passou nem pelo primeiro passo que fal de admitir o problema com droga e perceber sua impotência perante ela.

                Eu admiti. Tenho certeza de que haja o que houver não vou voltar a usar drogas.

                Me comparo a um diabético: Se comer açúcar pode morrer. Então não chega perto da porra do açúcar caralho! Simplesmente não é alternativa.

                Aprendi a substituir por outros prazeres. Coisas simples: fazer uma janta pra migos ou churrasco. Me enfiar em vários projetos diferentes. Ganhar dinheiro, viajar. ir num simples parque com meu filho, esfolar algum bicho perigoso no Far Cry 4, discordar da Sally no Desfavor, novas amizades, etc.

                Acima de tudo, nas raras vezes que tive vontade. Não guardo a vontade pra mim e fico me manipulando. Falo disso pra quem da minha família estiver por perto ou ligo pra alguém e convido pra fazer alguma coisa (não necessáriamente alguém de NA). Isolamento é o núcleo da doença.

                • É que existem muitos de mim habitando minha mente. Se agora aceito que tenho um problema, daqui a pouco vou voltar a achar que sou diferente. Que consigo usar de boa (Nunca mais vou usar de boa e nem o barato vai ser o mesmo de antes). O meu humor e personalidade mudam. Preciso também voltar a cuidar dessas oscilações.

                  E por isso não confio em mim, vejo gente há 4 anos limpa, e até há 39 anos. Não sei se consigo, não sei quanto tempo aguento. Olha são só 7 dias hoje e já não está fácil. E mesmo esses que estão há anos ainda lidam com a fissura, não confiaria neles. São uma bomba relógio.

                  E me afastei de todo mundo pra ninguém ter de lidar comigo.

                  • Eu estou bem mais tempo. Mas também tive meu 7º, 8º dia…1º ano…

                    Sei que vc não é do tipo que abandona suas convicções por causa de opinião ou conselho de outros. Mas…

                    Aconselharia a não se afastar, não se isolar. Se quiser mesmo se recuperar.

                    Nem que vc tenha pelo menos mais uma pessoa de confiança. Mas tenha alguém.

                    Se quiser aproveitar ofato de sermos desconhecidos mas com problemas semelhantes. Pode me escrever, te passo um nº cel se preferir também.

                    hugomariatti@gmail.com

                  • Você sabe que estamos aqui, sempre. Você sabe que se precisar é só chamar, a qualquer tempo. Se conselho fosse bom, as pessoas não davam, vendiam, mas eu continuo achando que medicamentos são a resposta imediata, ao menos em um primeiro momento, para esse ímpeto de achar que pode dar conta de tudo sozinho.

                    • Hugo, Sally… Muito obrigado!

                      Eu realmente sou teimoso e acho que dou conta sozinho, mas penso em voltar para os remédios mesmo. Ao menos pra controlar o humor.

                      Sobrevivi ao final de semana com “amigos” indo ao banheiro toda hora e ainda deixando rastro por lá…
                      Aguentei.

                      O vício é uma coisa interessante, um simples pino vazio no chão já acelera meu coração, é bem semelhante a quando se está apaixonado e qualquer coisa desperta saudade.

                      Aliás, pior, pois sinto mais falta disso que da minha atual ex.

                      Abraços e obrigado pela força!

  • Concordo com a Sally. Pense nas conseqüências de um motorista drogado? Ou um médico, como ela citou no texto…os efeitos de algumas drogas podem refletir mais tempo, ter reações com outros medicamentos…quem usa “recreativamente” em casa, fora do horário de trabalho, no dia seguinte durante o trabalho ainda vai estar sentindo o efeito…Onde trabalho, a empresa obriga os funcionários a fazer exames médicos periódicos: sangue, colesterol, mamografia para mulheres, próstata para os homens… Há programas de orientação para fumantes, diabéticos…já vi gente reclamando, achando invasivo. Mas acho que a empresa está certa: funcionário doente falta mais, produz menos. A mesma coisa no caso de testes pra drogas: não vejo problemas. Funcionário drogado pode ter a capacidade de concentração afetada e expor outros a riscos.

      • Ok. Mas e se todo o mercado de trabalhor aderir a essa moda, não teremos opção, Sally. O trabalhador assalariado é o elo mais frágil da corrente sempre. Não tem tanto livre arbítrio assim.

        • Não acho que as pessoas devam ter a opção de desrespeitar a lei e continuarem empregadas. Me revira as tripas essa escrotidão, essa corrupção do brasileiro achar que é direito seu violar a lei nas horas vagas. Por isso só elegem corruptos, no fundo é o que eles são.

          • Violar a lei sendo empregador poderia?

            Sua visão utopica de controle social me assusta.

            Releia a parte do Somir. E pare de insinuar que quem não concorda com seu ponto é escroto e safado.

            • Claro que não pode. Ninguém pode violar a lei. Mas o fato de ser empregado e arcar com o risco do negócio te faz ditar as regras daquele local de trabalho e, consequentemente, permite flexibilizar o cumprimento da lei. Esta flexibilidade pode até partir do empregador, mas do Estado jamais.

          • Mas você está pensando só do ponto de vista que (nós empregados) não queremos ser testados porque queremos desrespeitar a lei. Por isso frisei que não uso drogas ilícitas (mas não sou sinceramente melhor do que ninguém por isso) e, mesmo assim, não gostaria de ter que passar pelo constrangimento de ter que provar que não uso por exames. Se o mercado exigisse, eu não teria escolhas. Mas consideraria constrangedor e invasivo.

            • Não que seja seu caso, pois nem te conheço, não saberia dizer, mas em termos gerais esse discurso de privacidade e invasivo me cai mal, porque gente que posta a foto do fiofó no Facebook começa a gritar isso quando algo lhe desagrada. Acho meio contraditório, o povo se expõe, bota foto fumando baseado e depois nega o toxicológico se dizendo invadido.

      • Boa pergunta.

        Seria interessante exigir esse exame de todos os Deputados, Senadores, Governadores, Prefeitos, Ministros, Juízes, Promotores, Procuradores. Analistas Judiciários, Delegados e Policiais antes de exigir tanta rigidez dos pequenos insignificantes trabalhadores assalariados.

        Talvez isso impulsionasse o debate sobre legalização/descriminalização das drogas. Ou, talvez, só aumentaria a corrupção um pouquinho mais e enriqueceria os donos de laboratórios e médicos que afirmassem, em troca de milhões e regalias, que nossos políticos estão todos sóbrios e não usam drogas ilícitas.

  • Sou a favor do exame toxicológico quando o empregador nota algum problema com o empregado. Vou me explicar. Acredito que todo funcionário mereça atenção diferenciada caso não esteja produzindo o esperado ou mostre comportamento alterado no ambiente de trabalho. Nesses casos, acho justo que o empregado seja ouvido por um psicólogo e se esse psicólogo achar cabível o exame toxicológico, que seja feito. No ato da admissão acho que exame toxicológico não é cabível.

      • Eu não disse para esperar dar merda, e sim para que se observe o empregado. Acho difícil demais que uma observação cuidadosa acabe na morte de um colega. A intenção da observação é que já na primeira amostra de alteração comportamental seja feita uma entrevista com o empregado. Vai dar trabalho, mas eu acho melhor isso do que logo de cara considerar todo mundo criminoso.

        • Eu acho melhor de forma preventiva, porque em alguns casos não dá tempo de observar. Basta uma vez, basta um uso, para culminar em morte. Já vi acontecer.

    • Vai lá, contratar um funcionário viciado em cocaína pra operar uma empilhadeira, ou até mesmo pilotar uma moto na rua com entregas, vê a merda que pode dar. É invasivo? É, mas pela segurança do próprio funcionário e pela de terceiros, deve-se fazer esses exames. A mania do brasileiro é de tomar providências só depois de ocorrer a merda toda, praticamente não existe quem tem a habilidade de antever algo que pode eventualmente resultar em acidentes, a maioria evitáveis. É a tradição do brasileiro, a fé cega no “vai dar nada”

        • É feito em muitos outros casos! Essas pessoas não vivem no Brasil, não é possível! Vem aqui gritar que a lei não permite, que é invasivo, quando acontece todos os dias com o aval da lei e do Judiciário! Mania que o povo tem de achar que o que ELES consideram errado é proibido. Não pode é o caralho, pode sim e está cada vez mais servindo de peneira para contratação.

  • Usar drogas seria crime exatamente contra quem? Contra si mesmo? Se a família não liga, o chefe vai ligar?
    Talvez o sonho de todo chefe fosse implantar um chip de monitoramento na mão dos funcionários com gps e câmeras de vigilância na casa, fica na mesma linha de teste de drogas.

    • É crime e coloca em risco toda a coletividade, pois uma pessoa drogada não está 100% de posse de seus atos, reflexos e escolha. Uma pessoa drogada pode fazer escolhas que colocam não apenas a si mesmo em risco, mas também a dezenas de inocentes que o cercam.

      Sobre seu segundo parágrafo, falácia barata demais: reductio ad absurdum. Não vou nem começar a argumentar.

  • Desde o cara esteja produzindo, pouco importa o que ele faz nas horas vagas. Se a empresa for boa e valer a pena o salário, o próprio funcionário vai se ligar de não chegar chapado pra não perder o emprego. Já tive um gerente que depois do almoço fumava seu baseado e todo mundo sabia, mas trabalhava correto. O gerente da outra equipe nem fumava, mas chegava inútil de olheiras toda segunda feira. Adivinha quem foi mandado embora?

    • Não pouco importa não. Ele pode produzir super bem e colocar em risco a integridade física dos colegas.

      Nem o inútil, nem o drogado. Uma empresa tem o sagrado direito de não querer nenhum dos dois. Porque sempre comparam um drogado com uma pessoa inútil? Compara um drogado com um cara igualmente competente que não usa drogas! Fica parecendo que se a pessoa não for drogada é uma inútil…

    • É evidente que as cotas são para VICIADOS que optam por largar as drogas, né? Ou será que a Dilma seria tão bizarra a ponto de assegurar vaga para quem ainda faz uso de drogas?

      Por mais que você pare de usar, você é um viciado para o resto da vida. Em tempo: acho essas cotas um absurdo, uma recompensa pela escolha de experimentar drogas.

      • O PT tem tradição em recompensar pessoas que fazem merda. Com auxílios, bolsas, esmolas, e por que não, cargos…

  • DJ Abelzinho, o rei do funk carioca

    “A empresa tem o direito de saber”.

    Não, mil vezes não. Só se influenciar no meu desempenho no trabalho, só se eu tiver sob a influência DURANTE o trabalho. Isso é ridículo, eu sou funcionário da empresa, não propriedade dela. Pelo que lembre, a gente ainda vive numa sociedade que preza pela liberdade individual.

    “Mas é crime” – baixar filme e série também é crime, vou ter de levar meu computador pra empresa pro meu patrão fiscalizar o que eu ando baixando? Cometer injúria contra alguém também é crime, vou ter que deixar meu patrão fiscalizar todas as conversas pra ver se eu to falando mal da Dilma?

    “Afeta seu desempenho” – ok, sexo também afeta meu desempenho. Se eu transar com minha mulher antes de ir trabalhar, vou mais animado e produzo mais. A empresa vai passar a me perguntar todo dia se eu transei ou não? Uma alimentação saudável também afeta meu desempenho, a empresa vai ditar o que eu como ou não?

    “Capitalismo é isso: estão te pagando para produzir, sua produtividade é sim um produto, um bem com valor mensurável” – então eles me demitam por não produzir o suficiente e contratem alguém que produza, a empresa não tem direito NENHUM de se meter no que eu faço fora do ambiente de trabalho, influenciando ou não meu desempenho. A única coisa que diz respeito a eles é isso: se o desempenho é bom ou não. O porquê é problema meu.

    Há uma suspeita sobre um funcionário de que ele usa drogas no horário de trabalho ou vai trabalhar sob influência? Ok, concordo que seja realizado um exame surpresa nele para averiguar se ele está trabalhando drogado. Agora, realizar um exame de rotina que vai detectar as coisas que eu fiz no fim de semana de folga, na minha casa? A empresa paga 8 horas do meu dia, não pela minha vida.

    • Pode colocar em risco a vida de colegas ou de clientes da empresa. A empresa tem o direito de saber, quem não gostar que trabalhe em outra empresa.

      Se o que você faz no final de semana ou na sua casa altera o que você é, te faz ver dragão verde quando opera uma grua ou te faz ver uma vaca voando na sala de cirurgia quando está com o coração de um paciente na mão, SIM, a empresa tem o direito de dizer o que você não pode fazer no final de semana. Alias, nem é a empresa, é a lei.

      Baixar vídeos não é crime, crime é reproduzi-los para fins comerciais.

      • Curioso pela lei que diz que a empresa pode dizer oque o funcionário não pode fazer no fim de semana.

        Esfrega na nossa cara essa lei Sally.

        Faz favor.

        • Pena que você coloque as coisas assim. Estupra pessoas no final de semana e depois luta pelo seu emprego e me conta o resultado.

          • Não entendi a relação entre “a empresa ter o direito por lei de dizer oque vc faz no fim de semana”, estupro e seu texto defendendo testes regulares de drogas em funcionários.

            Mas todo o resto já ficou bem claro.

            Obrigado

            ps.: Também estava com saudadex. ;)

  • Usar drogas é crime.

    Justa causa somente se o funcionário cometer um crime DENTRO DA EMPRESA.

    Tem direito de mandar embora se o cara prejudicar o trabalho, ou se simplesmente o chefe acordar de mal humor.

    Mas não pode obrigar um funcionário a fazer exame toxicológico ou de sangue.

    NÃO PODE e acabou.

    • Você está mal informada, pode e deve.

      Só um exemplo para você perceber o ridículo da sua argumentação: se um funcionário da empresa é flagrado no final de semana estuprando criancinhas no meio da rua, a empresa não pode mandar ele embora porque não estuprou as criancinhas dentro da empresa?

      Por gentileza, argumentos um pouco mais consistentes.

      • Claro que se ele for suspeito de algo, a empresa pode mandar embora se quiser. Pode mandar embora até se o chefe acordou de mal humor.

        Mas de acordo com o art. 482 da CLT, somente se ele receber uma condenação criminal passado em julgado, poderia justificar uma justa causa. Isso é “consistente” o suficiente Sally? A lei?!

        De qualquer forma, algumas profissões exigem mesmo isso e acho válido: pilotos, médicos, alguns motoristas.

        Mas usar a exceção pra justificar a sua ideia de adoção de testes invasivos de forma ampla, é desonesto e utópico. Tanto que se fosse viável, ético e necessário, já teria sido adotado.

        Vc como advogada devia lembrar da máxima ‘in dubio pro reo’.

          • A interpretação certa é dar aval para toda empresa que quiser (independente da área de atuação) tomar medidas invasivas contra funcionários?

            Desculpe. Sally, mas o que eu tenho pra me basear é a lei e seu texto.

            Se acha medíocre pinçar um artigo ignorando possível jurisprudência ou mesmo bom senso em cada caso, eu também acho. Mas é menos medíocre do que ler sua argumentação e dar amém de forma automática.

            Abraços

            • Primeiro que qualquer empresa pode demitir qualquer um a qualquer momento, não precisa de justificativa alguma. Segundo que a demissão por justa-causa pelo uso de drogas pode ter muitas outras justificativas presentes na CLT (eu mesma já consegui uma por desídia de um usuário). Terceiro que hoje, no Brasil, centenas de empresas exigem exames dos funcionários, seja na admissão, seja no correr do contrato de trabalho. É algo que já está em prática e o posicionamento do Judiciário é: se acha invasivo, procure outra empresa, ninguém te obriga a trabalhar nessa.

              Para se basear na lei tem que ter lido TUDO, CRFB, CLT, CP, Leis Ordinárias, Leis Complementares e muitas outras. Nâo apenas um artigo da CLT. Um operador do direito que pinça um artigo erra.

              • Que a empresa pode demitir a hora e pelo motivo que quiser, eu já deixei bem claro.

                Que a empresa também pode solicitar exames (até mesmo invasivos e de rotina), em determinadas áreas. Sou até a favor. pois a responsabilidade de danos a terceiros é da empresa. E a empresa pode e deve se precaver.

                Meu questionamento é quanto “Empresas devem fazer testes regulares para uso de drogas em seus funcionários?”

                Vc defende que toda empresa possa ter o direito de usar destes tipos de exames de rotina. Isso eu não concordo. Abre precedentes perigosos. E olha que se fizerem algum exame em mim, não vão achar nem frieira. Não estou dizendo nada em causa própria.

                Um outro ponto que defende é “ninguém te obriga a trabalhar em uma empresa que solicita estes testes.” Correto. Concordo. Ainda mais se usar isso na admissão. Mas se um belo dia, de uma hora pra outra uma empresa de contabilidade. de publicidade, etc. começar a fazer estes testes rotinamente e quiser mandar embora quem se recusar, dai mesmo que tenha aval legal. Não é exatamente moral.

                O cara produz pouco, caiu o ritmo, manda embora. Não pede pra ele fazer um teste pra poder fazer isso por justa causa.

  • Claro que não. Isso é um absurdo, o trabalho já é uma droga. Além do que se for rastrear droga, tem que rastrear bebidas e cigarro também, porque igualmente fode a mente, daí não passa quase ninguém.

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