O amor está no ar. E ele talvez não cheire bem dessa vez. Somir fez uma afirmação que deixou Sally revoltada, e não havia mais como escapar da coluna. Os impopulares participam, por amor ou não.

Tema de hoje: Os animais são capazes de nos amar?

SOMIR

Eu tenho a sensação que vou tentar convencer evangélicos que deus não existe, mas vá lá… não, não são. E para defender o ponto eu vou ter que fazer algo que não gosto muito de fazer em público: relativizar a ciência. Na verdade esse é o comportamento mais racional – afinal o erro é inerente ao método científico – mas é difícil fazer isso sem passar uma imagem errada. Não se discute a validade de testes e seus resultados só por não gostar da conclusão. Dados são soberanos, as nossas conclusões sobre eles que variam demais.

Sim, existem estudos mencionando funcionamento parecido de cérebros de animais irracionais e seres humanos, mas temos que tomar muito cuidado para não levar tudo isso ao pé da letra. Estudos são falíveis por serem realizados por seres falíveis. Querer provar uma coisa influi no resultado dos testes, e a ideia de que nossos animais de estimação nos amam de verdade é muito confortável. Pense com calma nisso: se eu estivesse certo e os animais não passassem de seres interesseiros, sua vida ficaria mais triste? Se ficaria, não há argumentos que bastem. Você vai discordar de mim até a morte.

Quem garante que os testes provam que os animais amam ou prova que nós não amamos? Quem garante que os cérebros humanos usados como comparação realmente amavam? Os dados dos centros nervosos ativados independem de interpretações, eles simplesmente existem sem obrigação nenhuma de se conformar ao que acreditamos ser mais agradável. Daí nos resta usar a lógica na medida do possível e considerar algo mais complicado: a abstração de uma mente complexa como a humana. Alguns dos conceitos que nos são mais queridos, como o senso de justiça, são incrivelmente abstratos. Animais não tem pena dos mais fracos, são bem mais utilitaristas. Entendo que é gostoso acreditar que ao animal só falta a capacidade da verbalização para ser um “humano ideal”, mas falta especialização ao cérebro deles para alcançar as mesmas “notas” que alcançamos. É uma incapacidade física. Não diminui meu apreço por eles.

O que eles tem em comum conosco é a capacidade de condicionamento e um “background” de instintos que modificam seus comportamentos de acordo com a situação. O que não falta nesse mundo são animais inteligentes o suficiente para se adaptar. Somos todos descendentes das formas de vidas mais afeitas a modificar seus comportamentos de acordo com o ambiente. E em algumas espécies, formar laços está intimamente ligado com esse mecanismo evolutivo. Aprenderam a viver em conjunto e lidar com vários dos elementos inerentes ao conjunto. Hierarquia, trabalho em equipe, atenção ao outro…

O que vemos nos animais com os quais formamos laços é basicamente a resposta evolutiva deles à condição que os colocamos. Cães ainda obedecem conceitos muito próximos aos das matilhas de lobos que os permitiram se manter vivos como espécie. E como o conceito de matilha é curiosamente parecido com o das sociedades humanas, não é surpresa que eles se tornaram os animais mais próximos do ser humano. Não me entendam mal, eu acho fascinante a forma como os cães aprenderam a conviver conosco e nos conhecer tão bem. Com certeza eles conseguem se aproximar (ou enganar) muito do conceito de amor que temos. Mas… fingir amor não é tão difícil assim, principalmente se quem se sente amado pinta tudo com cores mais quentes.

Animais com passados evolutivos diferentes reagem de formas diferentes à nossa companhia. Para ficar num exemplo tão comum quanto os cães, pensemos nos gatos. Muitos dos atos abnegados encontrados nos caninos em relação à nós simplesmente não se repetem nos felinos, solitários por natureza. Os domesticados aprenderam a tirar vantagem das benesses da vida próxima aos humanos, mas nenhum animal sai muito do seu caminho para lidar conosco. Um humano que ama é capaz de fazer verdadeiras violências contra sua natureza por amor. É algo que suprime os instintos e subverte o que a evolução te diz para fazer. Seja lá o ato de amor que você enxerga em animais irracionais, ele ainda é extremamente condizente com a lógica evolutiva dele.

Talvez eu esteja sendo romântico, talvez eu ainda esteja lutando contra a sombra do determinismo extirpando toda a beleza das relações emocionais entre seres vivos… mas amor é algo mais complexo e abstrato do que isso.

Pensemos num exemplo: imaginem que um alienígena te abduz e te coloca numa área parecida com sua casa original em outro lugar da galáxia. Esse alienígena te oferece abrigo, água, alimento e inclusive muita validação emocional. Ele é diferente do que você é, mas te trata com carinho e parece extremamente feliz com sua presença. De tempos em tempos ele te dá algo muito divertido para fazer, alguns brinquedos que você acha o máximo. E quando ele sente que você está se sentindo meio solitário, até te arranja parceiros sexuais! Você se sente importante ali, mas… ir embora não é uma opção. Fora da nave dele, você morreria. Aliás, você nem sabe direito como sair dali. Você não sabe de onde ele tira seu alimento, não entende direito para onde ele vai quando some, não consegue nem decifrar a língua que ele fala. E se você quiser fazer outras coisas da sua vida?

Pense nesse exemplo… e me diga se você amaria esse alienígena. Dependência e tratamento carinhoso não significam exatamente amor. Amor tem um componente de liberdade e igualdade que não permite que um dos dois elementos seja chamado de “dono”. E sim, eu sei que estou dizendo por tabela que crianças não amam. Esse conceito deve ser ainda mais horrível de conceber. Você depende dos seus pais até aprender a amá-los, existem toneladas de hormônios forçando essa conexão nas duas partes justamente por isso. Amor exige maturidade cerebral e a liberdade de não exercê-lo. Amor é algo demorado de se conquistar, e depende de variáveis que não estão presentes em relações de muita desigualdade de poder. Amor é escolha, jamais imposição. O animal não te rejeita porque gosta de você mesmo com todos os seus problemas ou porque a relação é tão desigual que rejeição ao seu provedor é sinônimo de fracasso evolutivo? Os animais domesticados foram criados para emular comportamentos que conhecemos como amorosos, eles nunca tiveram escolha. Ou vocês acham que os primeiros lobos que conviveram conosco eram carentes feito um poodle? Os animais domésticos aprenderam o truque dos bebês para continuar viáveis como espécie. Todo animal social tem capacidade de formar laços, todo animal razoavelmente inteligente e condicionado por dependência também.

Animais irracionais não se ressentem disso, seu cão deve ser extremamente feliz na sua companhia, o máximo possível na cabecinha dele. Mas, amor? Amor não é isso. Amor é mais do que centros de recompensa brilhando numa tomografia, ele é abstrato. O animal não é capaz de ir tão longe. Ele sequer se ressente de não poder te dar isso, ele nunca teve a opção de dar. O bicho tende a fazer o melhor que pode, até porque animal não é de ficar economizando nada. Talvez sintamos falta de menos abstração nas nossas relações com outros seres humanos, exigindo mais provas concretas.

Mas não podemos tapar o sol com a peneira. Por mais que eu possa estar errado (sempre é possível), a não ser que Síndrome de Estocolmo seja sinônimo de amor para você, estamos simplesmente projetando nossa capacidade de amar em animais que acham uma vantagem evolutiva tremenda serem subservientes a nós.

Amor sem liberdade e igualdade – pelo menos para mim – não é amor.

Para dizer que me odeia por não concordar com nada, para dizer que me odeia porque entendeu o meu ponto, ou mesmo para dizer que eu não sei amar (talvez não saiba…): somir@desfavor.com

SALLY

Não esperem um texto fofo ou romântico. Não o sou. Não preciso sê-lo, a ciência me ampara no tema de hoje. Vocês até que mereciam algo mais emotivo depois de ler o aterro sanitário das duas páginas acima, mas não é o momento. Estou aqui para provar que, ao contrário do Somir, animais podem sim amar.

Sem romantismos: amor não acontece quando um cupido te flecha, quando Deus te manda sua outra metade ou quando sua alma gêmea cruza sua vida. O que está por trás do amor é química + laços que se consolidam com a convivência. E tudo indica que alguns animais são capazes se ambos. Certeza absoluta nem Somir nem eu teremos, mas acredito que os indícios tendem para o meu lado.

Em um primeiro momento, vamos deixar todas as nossas percepções sobre a relação com os animais de lado, afinal, podemos acabar vendo o que queremos ver. Vamos focar na ciência, apenas na ciência.

Em uma simplificação que chega a ser ofensiva, o cérebro humano tem alguma células responsáveis pelos sentimentos: as células fusiformes. São essas células que viabilizam nossas relações sociais, interação entre pensamentos e a criação de vínculos movidos a sentimentos. Exclusividade humana? Assim se acreditava, até pouco tempo, quando descobriram que outros animais, como golfinhos, baleias e chimpanzés também tem células fusiformes. Você pode até questionar se a presença destas células, por si só, é suficiente para afirmar que animais podem amar. Talvez não, mas avaliando o conjunto da obra, elas são um forte indício.

Quando nós, humanos, estamos nos primeiros estágios do amor, uma área do cérebro chamada “núcleo caudado” solta fogos de artifício. Pois bem, pesquisadores treinaram cachorros para ficarem quietos em aparelhos de ressonância magnética e os expuseram a diversos estímulos: cheiro de cães desconhecidos, cheiro de cães conhecidos, cheiro de humanos desconhecidos, cheiro dos próprios pesquisadores e… cheiro de seus donos. Adivinha qual foi o cheiro que fez o núcleo caudado soltar fogos? Isso mesmo, o cheiro de seus donos. Os cães conhecidos até despertaram uma sensação de alegria, mas nem perto do que eles sentiam com o cheiro dos donos. No ser humano, indica amor, nos cães não?

O neurotransmissor dopamina é crucial para nós, humanos no processamento de emoções. Curiosamente, a dopamina está presente na maioria dos mamíferos também. Alguns mamíferos tem sentimentos de autoconsciência, tem alguma forma de capacidade reflexiva, ainda que não exatamente igual à dos humano. Experimentos mostram que animais são capazes de sentir pena, empatia e outros sentimentos até bem pouco tempo considerados exclusivamente humanos (não vou me aprofundar pois já fiz um texto só sobre isso).

Quer dizer, eles sentem a porra toda, só amor que não? Racionalmente, não faz sentido. Não sou uma pessoa carente querendo acreditar que meu poodle me ama, sou uma pessoa que não tem animal de estimação encarando a discussão de forma racional. Só porque o amor não é exatamente nos moldes do amor humano, não quer dizer que ele não exista.

Bastante arrogante achar que apesar das células fusiformes, apesar do núcleo caudado, apesar da dopamina, apesar das reações dos animais, nós somos uma elite animal que detém com exclusividade o nobre sentimento que é o amor. Chega a ser inocência. Do meu ponto de vista, amor é química, que posteriormente é consolidada com uma relação de convivência. Animais tem essa capacidade química e certamente tem chances de consolidar sentimentos com laços de convivência. Quem tem animais (e não é morto pode dentro) sabe que muitos dos atos de carinho, de afeto, de amor são por iniciativa deles e não condicionamento.

Você pode dizer que os animais são condicionados a agir ou emular comportamentos humanos, mas um olhar mais cuidadoso em animais selvagens derruba esse argumento. Elefantes são um belo exemplo. Sua organização social, a forma como lidam com a morte de um membro e até mesmo estudos sobre a química do seu organismo depois dessa morte mostram que eles podem ser clinicamente diagnosticados com depressão após uma perda. Elefantes que nunca tiveram contato com humanos se reúnem em torno do elefante morto, depositam flores, folhas e galhos no seu corpo e choram copiosamente.

É condicionamento? É instinto? Sua química cerebral sugere sinais de depressão, de sofrimento. Sofrem a perda por qual motivo se não amavam o membro? Para quem quer forçar a amizade e dizer que a morte de um membro coloca em risco a manada, o mesmo acontece com natimortos, que em nada garantem a sobrevivência da manada. Mães elefantes choram por dias quando seu bebê nasce morto e a química do seu organismo dá sinais de estresse e depressão similares aos de um humano que perdeu um membro querido.

Antropomorfismo? Tem quem o faça, mas não é o caso. Vários estudos de chimpanzés, orangotangos, golfinhos e elefantes no seu habitat natural, sem qualquer condicionamento ou interferência humana mostram uma organização social e até mesmo rituais que indicam sentimentos. Até aí, poderia ser achismo, ou projeção. Mas com a evolução científica, com aparelhos de ressonância magnética, com o estudo da bioquímica cerebral, conseguimos ir além e detectar a similaridade não só se comportamento, como também de reação bioquímica. Ao que tudo indica, animais podem sim amar uns aos outros e amar a seres humanos.

Inclusive um dos estudos científicos que li para escrever este texto já começava dizendo, em seu título, que cachorros sentem as mesmas emoções de crianças de sete anos. Você acha que uma criança de sete anos não é capaz de sentir amor? Ou então, quem sabe, Somir sabe mais sobre o assunto do que um cientista renomado, afinal, Somir sabe tudo e está sempre certo.

Obviamente não são todos os animais, uma formiga, por exemplo, não tem a capacidade de amar. Mas daí a jogar todos os animais no mesmo saco e se apropriar do afeto, do amor, como exclusividade humana? Não. Arrogante demais. Cães que seguem seus donos até o túmulo e ali morrem de fome foram condicionados a isso? Não creio, o animal é condicionado, antes de mais nada, a sobreviver. Seu instinto manda que busque comida e abrigo. Algum revertério neuroquímico aconteceu na cabecinha daquele cachorro, para que ele cometa esse “suicídio”, para que ele passe fome até morrer. E essa dor não vem do nada, não vem da sensação da matilha, pois na natureza eles não fazem isso quando um membro morre. Vem do laço que ele construiu com o humano. Hachiko virou filme justamente pelo espanto que causou nas pessoas e na comunidade científica.

Nem tudo no mundo animal é condicionamento. Nem tudo é instinto. Talvez animais não sejam tão burros e toscos como muitos pensam. É possível ter certeza absoluta que eles tem a capacidade de nos amar? Não, assim como também não é possível ter a certeza absoluta que um ser humano nos ama, mas juntando a parte científica com a comportamental, eu levo muito mais fé no amor de um cachorros do que no amor de um ser humano. E você?

Para dizer que a conclusão que fica é a de que o Somir não tem capacidade de amar, para dizer que no futuro descobrirão que humanos é que não sabem amar ou ainda para se preocupar com o clima hostil no ar: sally@desfavor.com

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Comments (16)

  • Inclinado a discordar veementemente da Sally (ora, amor por parte dos animais é absurdo! Na minha opiniao, só quem tem individualidade, será capaz de amar…), tive de reorganizar minhas ideias sobre o assunto ao saber sobre as células fusiformes, do núcleo caudado, e da dopamina, passei a refletir sobre o assunto. Vou estudar mais esses pontos.

  • Na moral, dizer que bicho tem amor é forçada de barra. Nem bebês tem amor, tem somente instinto pelos pais. Sentimento complexo só de adultos racionais. Isso daí dessas pesquisas é tipo amor, sabe o tipo net? Então…

  • De início eu achava que não, que amor era sentimento racional, de irracional era instinto. Uma colega de trabalho que tava lendo comigo contou que a avó dela tinha um cachorrinho muito apegado e quando ela morreu o cachorro parou de brincar, não queria mais comer e morreu logo em seguida. Isso me impressionou, tô quase mudando de ideia.

  • Não sabia que isso poderia ser explicado cientificamente, sempre tomo um cuidado para evitar projeções, e não ver o que quero ver. Mas como explicar os cães que mudam o comportamento quando, principalmente, a dona vira mãe? Sinceramente não acho que é apenas o instinto de cadela protegendo o filhotinho. Recentemente vi dois casos em que os cachorros mudaram o comportamento com as mulheres já gravidas, viraram vigias dos bebês, e se desesperam quando não encontram o bebê e procuram no berço ou carrinho. Não falo de impressão, falo de mudança de comportamento abrupta.

    • Não acho que isso seja instinto. Talvez eles não amem nos moldes humanos, mas porra, quem disse que a nossa forma de amar é a única forma válida que existe?

      • Houve o caso do tigre branco Mantecore, que era parte do show dos mágicos americanos Siegfried e Roy. Em 2003, assustado com o publico, Mantecore quis proteger Roy, mordendo-lhe a nuca, como se o magico fosse um filhote, para retirá-lo da situação que achou perigosa. Por conta da severa hemorragia, Roy sofreu duas paradas cardíacas e ficou com a parte esquerda do corpo paralisado, sem poder mais atuar. Mantecore morreu ano passado.

  • Assim como crianças, amam tanto quanto são capazes de maldades desde tenra idade. Lembro que criava periquitos, e havia uma fêmea que sempre destruía os ovos da outra fêmea, matava um periquito aqui e ali, até matar os restantes a bicadas em uma única noite. Fiquei com tanta raiva que a matei da mesma forma que o Estado Islâmico acabou com aquele pobre piloto sírio.

  • Fia, a coisa anda tão feia hoje em dia, que até chego a duvidar do amor de humanos, Animais não amam.
    Se liga na frase: Quanto mais conheço as pessoas, mais admiro meu cachorro!

  • Sim, os animais são capazes de amar.

    Sally citou o ótimo exemplo dos elefantes, que nunca conviveram conosco e, espontaneamente, amam seus familiares e sofrem com suas mortes. Outro exemplo muito bom foi o estudo que comprovou que cachorros sentem as mesmas emoções que crianças de 7 anos.

    Em abrigos (e hotel para cães) é muito comum que cachorros abandonados (ou que se sintam abandonados) recusem comida e até água por tristeza pela perda do dono, mas que voltem a comer quando os donos reaparecem. Isso é sofrer pela rejeição e tem como consequência a negação do instinto mais básico de sobrevivência: comer. Deixar de comer e de beber água “é algo que suprime os instintos e subverte o que a evolução te diz para fazer.”

    Há, além disso, inúmeros casos de cachorros que não abandonam os donos mendigos só porque estranhos ofereceram “vantagens” como boa comida para eles, de macacas e leoas que choram a perda dos filhotes, de pássaros que são fiéis um ao outro até o fim de suas vidas, de golfinhos que são capazes de oferecer presentes quando estão apaixonados, de gatos que sofrem com a perda dos donos… enfim, esses estudos podem estar errados? Podem. Mas acho mais fácil a teoria do Somir provar que nenhum animal é capaz de amar, que todos são interesseiros, todos se adaptam ao meio, todos só querem sobreviver… Enfim, se os animais (e as crianças e os bebês) não amam, ninguém é capaz de amar. Inclusive e principalmente o ser humano adulto.

    • Somir não classifica como amor se a criatura for irracional. Acho isso uma burrice, pois sendo assim, ele vai ter que admitir que em vários relacionamentos ele não foi amado…

      • Quer dizer então que tio Tomir já andou namorando umas mulas, vacas, galinhas ou piranhas? Nesse mundo animal não rola amor, só cruzar. Quem manda ficar andando muito com o Alicate!

  • Minha impressão dos dois textos é de que o problema é conceitual. A natureza biológica e evolutiva se caracteriza por continuidade. As nossas definições é que são dualistas e restritivas. A própria pergunta ¨amar ou não¨ não faz sentido. Entendo que cada um definiu amor de uma forma distinta e que, ao definir amor como função neurológica ou comportamental, mesmo incluindo capacidade de abstração, encontramos um gradiente contínuo da presença dessa caraterística na natureza.

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