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Colunas

Manifestantes.

NUM PODI CÊ
IA TÊ GOUPI

Sabe aquelas manifestações de 7 de setembro que, pela milésima vez, gerou medo em muita gente pelo receio de um Golpe de Estado? Pois é, pela milésima vez, se mostrou apenas um factóide patético, uma manobra de distração idiota, uma palhaçada burlesca e de péssimo gosto.

Pela milésima vez, nós avisamos que não aconteceria nada, e, de fato, não aconteceu. Se continuar assim, vamos ter que criar uma coluna chamada “Cadê o seu Golpe?”. Não teve golpe. Sabe o que teve? O que sempre tem: Bolsonaro bravateando. Palavras vazias, ameaças que nunca serão cumpridas. Só. E isso tem desde que ele se elegeu.

Sério, vou pedir um favor a quem ainda tem receio de golpe: cada vez que você achar que existe risco de golpe, anote num caderninho. Depois volte para olhar quantas vezes você foi inocente de temer algo que não aconteceu. Em algum ponto, lá pela décima vez, talvez a pessoa se convença de que Bolsonaro é o menino que gritava “golpe!”.

O Presidente Jair Bolsonaro disse que mais de dois milhões de pessoas compareceriam na Av. Paulista. Pouco mais de cem mil foram, cerca de 5% do esperado. E não foi diferente no resto do país: quando comparado com as projeções bolsonaristas, as manifestações tiveram cerca de 1% do público esperado.

E mesmo onde teve público, muitos foram comprados para estar lá. Em vários estados, pessoas filmaram organizadores dando uma camisa, cem reais e colocando “manifestantes” pagos para dentro de ônibus. E mesmo os que foram de graça, acabaram depondo mais contra do que a favor. Não teve golpe, teve vexame de Tios do Pavê tentando serem levados a sério.

Mesmo nas redes sociais, onde há a possibilidade de pagar por robôs que repliquem sua mensagem, o Presidente Jair Bolsonaro se saiu mal: houve mais menções negativas a ele e às manifestações do que positivas. Se existe a possibilidade de um fracasso maior do que esse, eu desconheço.

Podem divulgar foto de show do RBD (sim fizeram isso) mostrando a cidade lotada dizendo que é manifestação de bolsonarista. Podem pegar foto real e colocar em um ângulo que pareça estar cheio. Podem até completar as pessoas duplicando-as com photoshop (ficou bem fácil de perceber).

Podem usar o recurso que for, os números oficiais, fornecidos pela PM (que, no geral, são aliados de Bolsonaro) mostram um fracasso. Os números do Twitter (reduto bolsonarista) também. “Ain mas a PM mentiu”. Sério? Tinha dois milhões na paulista e a PM contou só 150 mil? Vai dar meia hora de cu, vai. Não teve muita gente.

Mas, nem sempre quantidade é qualidade, certo? Pois é, não teve qualidade também. O povo brasileiro, como de costume, frouxo. É valentão de internet, só tem coragem em redes sociais, portanto, infelizmente não temos vídeos de briga para comentar. Uma pena, estávamos torcendo por um confronto franco, aberto e especialmente violento. “Lá seu foi meu conteúdo de qualidade”, pensei eu, enquanto acompanhava a palhaçada que não teve nada do que prometeu: golpe, violência e tiros.

Foi quando começaram a surgir as fotos do evento. Os participantes, as declarações, os cartazes. Meu rosto se iluminou: mais uma vez, o Circo Brasil nos brinca com seu humor involuntário. Com vocês, os palhaços. Olhem bem para estas fotos. Mas olhem bem mesmo. É DESSAS pessoas que as pessoas têm medo de um golpe? Psiquiatra, urgente, para quem tem medo dessa gentalha.

Foi especialmente difícil escrever sobre esta imagem, pois eu não conseguia parar de rir. Para um grupo de se diz defensor da “família e dos bons costumes”, que vê pornografia em tudo e que ganhou eleições com boato de “mamadeira de piroca”, me parece um tanto quanto estranho sair às ruas abraçados a estre grande caralho verde e amarelo.

Vai ter quem diga que é maldade da minha mente interpretar esta grande piroca patriótica como tal, mas, como eu disse, estou interpretando com os critérios que eles mesmos o fazem: por muito menos já “acusaram” de ser “kit gay” e outras referências pejorativas a homossexualidade. Não é sobre o que eu penso, é sobre o contexto. Se Freud visse as coisas que esse pessoal escreve e depois se deparasse com essa imagem, garanto que ele escreveria a obra da vida dele.

Como bem apontou um leitor nosso, ontem, quando comentava este robusto falo bicolor: imagina o que eles diriam se fosse uma manifestação da oposição carregando essa trolha listrada. Chegariam a tapar os olhos das crianças e dizer que vão destruir a família tradicional brasileira. Existiriam duas explicações para esse vibrador de baleia verde e amarelo: 1) estão ficando mais tolerantes ou 2) é o inconsciente clamando por uma pica. Qual será?

Este Tiozão do Pavê resolveu se vestir de xerife americano (como ele mesmo confirmou, em entrevista), como uma forma de exaltar os EUA (país que acha que a capital do Brasil é Buenos Aires). Não bastava um pai de família, um adulto supostamente funcional sair na rua fantasiado, ainda tinha que ter essa alegoria ridícula e sair parecendo um Playmobil Xerife.

Esse é um dos principais sintomas de pessoas desempoderadas: sempre que podem, elas se travestem de alguém que acreditam ter poder. Seja dando uma carteirada falsa de delegado, seja fingindo ser dono de um carro caro, seja chegando ao extremo de se vestir de Playmobil Xerife. Não, perdão, minto: se fosse Playmobil ao menos teria algum poder: uma arma. Esse, nem isso.

Eu não posso deixar de prestar minha solidariedade aos filhos desse cidadão, pois se meu pai saísse assim na rua, não no carnaval, mas em um contexto em que ele estivesse se levando a sério, eu morreria de vergonha. Se forem crianças em idade escolar, então… além das eventuais porradas que vão levar, serão conhecidos como “Filhos do Xerife Imbecil” até a faculdade.

Desde que ocorreu aquela patética invasão do Capitólio, nos EUA, essa possibilidade me assombra: um brazuca resolver repetir a palhaçada e se vestir de Xamã Qanon, todo maquiado. Pois é, meus queridos, chegou o dia. Nas manifestações de 7 de setembro tinha um Xamã Tupiniquim!

Considerando que o Xamã original, o dos EUA, está preso e chora se recusando a comer a comida da cadeia pois é vegano, obrigando sua mamãe a lhe levar marmitas diariamente, vocês podem imaginar mais ou menos qual é o grau de saúde mental de quem resolve se vestir desta forma em um ambiente não-carnavalesco. Mas, olhando pelo lado positivo, eu sempre imaginei que quando esse dia chegasse, o Xamã seria o filho do Bolsonaro. Felizmente não foi. Dos males, o menor.

E, só por desencargo de consciência, quero dizer, para não correr o risco de ser injusta, que minha presunção de ser um Xamã Tupiniquim pode estar errada. Talvez esses chifres sejam alusão a outra coisa… Considerando os últimos eventos, depoimentos e revelações, talvez o chifre esteja diretamente relacionado ao corpo de bombeiros e uns negócios meio chatos que aconteceram na família Bolsonaro…

Depois de um olhar cuidadoso, para não cometer uma injustiça, me certifiquei que de fato era Nelson Piquet ao volante. Por um momento achei que era o Niki Lauda, devido às deformidades faciais causadas pelo excesso de procedimentos estéticos. Uma vez constatado ser Nelson Piquet, fica a segunda constatação: não tá fácil pra ninguém, até famoso tendo que trabalhar como Uber!

Por óbvio, Bolsonaro teria que desfilar em um carro aberto, afinal, as sequelas causadas pelo bombeiro não devem permitir que a cabeça seja devidamente acomodada em um veículo com teto. Abstraindo esse detalhe, alguém sabe me explicar o que está acontecendo com o Presida? Ou ele estava com as duas bolas do Silas Malafaia na boca, ou então entrou em processo de mutação e está virando o Fofão.

Sabe que eu não acho de todo ruim que o Bolsonaro esteja retendo líquidos dessa forma? O Brasil vai precisar. Do jeito que está a crise hídrica no país, basta drenar uma das bochechas do Presida que abastece todo o país por três meses. Quem diria que aquele curso de soluções criativas para problemas que eu fiz realmente ajudaria o país? Obrigada, Murilo Gun! Por fim, deixo uma dica construtiva: se o Bolsonaro não conseguir se reeleger, desempregado não fica, tem vaga garantida como o Fofão da Carreta Furacão!

Longe de mim ser elitista, ninguém é obrigado a saber ler, escrever ou falar inglês. Isso não mede a inteligência de ninguém. Erros ou cometo até mesmo em português, quem dirá em um idioma que não domino com muita segurança. Mas, quando seu objetivo é escrever uma mensagem em um idioma supostamente universal para que pessoas do mundo todo o entendam, é, no mínimo, esperado que se faça uma revisão do que foi escrito.

Não é um texto de quatro páginas, é uma frase. Não é algo caro ou difícil de se fazer, basta cinco segundos no Google Tradutor. Eu tenho certeza de que se você digitar “público” no Google e pedir para traduzir para o inglês, o resultado não será PLBLIC, a menos que o gato do Google sente no teclado.

Não é uma palavra tão difícil, não é mesmo? “Público” e “Public”. Basta remover a última letra. Mas não. Não foi escrito corretamente e nenhum dos envolvidos percebeu o erro. Sinceramente, acho melhor não ter voto impresso, pois da forma que o brasileiro escreve, vai estar escrito RESSIBO DO CEU VOTU no topo. Ah, é só para constar, nos EUA a data se escreve invertendo a ordem de dia e mês.

Sério gente. Sério mesmo, aqui entre nós: é DESSAS pessoas que vocês têm medo de tomar um golpe? Vão lavar uma pia de louça suja…

Para dizer que ainda pode acontecer do Carlos Bolsonaro invadir o Congresso Vestido de Xamã caso Bolsonaro não se reeleja, para dizer que é hora do Somir tirar o photoshop de mim ou ainda para dizer que esta postagem é crime contra a segurança nacional: sally@desfavor.com

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bolsonaro, independência, protestos, vergonha alheia

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