Outros carnavais.

Quando escuto alguém reclamar do carnaval atual e dizer “bom mesmo era o carnaval no meu tempo” sinto vontade de rir. Não importa se você se refere a 10 anos atrás ou a 50 anos atrás, carnaval sempre foi essa mesma merda que está aí: uma época em que um povo sem repressão mostra o que tem dentro de si e que esconde o resto do ano. E, spoiler: o que eles têm dentro é simplesmente horrível, nos mais diversos aspectos.

Seja pela violência, baixaria, ignorância, egoísmo ou até pelas prioridades erradas, todo ano o brasileiro proporciona uma verdadeira palestra antropológica explicativo dos motivos pelo qual o país é pária internacional, valorizado apenas para turismo sexual, por causa da natureza ou por grandes festejos. E ainda tem gente que se orgulha disso…

Por isso, resolvemos dar um passeio por outros carnavais, alguns muito antigos, outros nem tanto, para mostrar que sempre foi a mesma porcaria. A incapacidade de evoluir impressiona: notícias de quase cem anos atrás que poderiam muito bem ser de hoje em dia. As baixarias se repetem, como variações do mesmo tema: traição, agressão, putaria. Vamos fazer um passeio por outros carnavais?

Em 10 de fevereiro de 1912, faltando uma semana para o carnaval no Brasil, morreu o Barão do Rio Branco, um dos maiores nomes na história do país: entre outras coisas, incorporou territórios ao Brasil, como o Acre e parte do Amapá. Mesmo na época, era um nome muito respeitado, que teve o azar de morrer às vésperas do Carnaval. Decidiu-se que tamanha perda não era compatível com festejos e, por decreto, o Governo estabeleceu luto oficial e adiou o carnaval para abril.

O resultado? Apenas repartições públicas fecharam, o carnaval aconteceu mesmo assim. E mais: aconteceu também em abril, afinal, o Poder Público garantiu esse direito. Não respeitaram o adiamento, mas celebraram o carnaval com data adiada também. Sem qualquer constrangimento, o brasileiro ainda fez piada com a situação, com a seguinte marchinha:

“Com a morte do Barão/tivemos dois carnavá/Ai que bom, ai que gostoso/Se morresse o Marechá” – referindo-se ao então Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca.

Curioso como a história mostra que o brasileiro tem total condições de não abaixar a cabeça nem para políticos nem para leis, mas só o faz em busca de bebida, festa e putaria. Lei manda pagar impostos abusivos? O brasileiro cumpre. Lei diz que piada é crime? O brasileiro suspira e respeita. Lei adia o carnaval? Ah não, isso não, a isso todos vão reagir!

Entristece ver que o brasileiro não contesta a aplicação de leis bizarras, injustas, não contesta as baixarias e roubalheiras dos políticos, não fiscaliza quem tem poder, não cobra que os interesses do povo sejam priorizados MAS se une para se insurgir contra o adiamento do carnaval. Ou seja, o que falta não é capacidade de reunião ou coragem para o desafio, é prioridade errada mesmo.

O ano é 1918. O Brasil havia declarado guerra à Alemanha, na Primeira Guerra Mundial. A imprensa especulava se haveria ou não carnaval, afinal, não parecia coerente o país (e o mundo) em guerra e todo mundo comemorando como se nada.

Em 3 de fevereiro de 1918 o jornal O Estado de São Paulo falou sobre esta incoerência, se referindo a celebrar o carnaval como “uma ideia selvagem, que nos desonraria aos olhos de estranhos”. A indignação é digna do Desfavor:

“é incontestavelmente uma tendência deplorável a de não se abster de festas, quando se deve manifestar pesar por qualquer lutuoso acontecimento. Há uma guerra. Nós somos parte nela. Diante dela, seria um ato inominável que, enquanto nossos Aliados se batessem a obuses e granadas, ceifados às centenas e aos milhares, dando seu sangue pela causa comum, – nós nos batêssemos a “confetti”, serpentinas e “lança-perfumes”, entre flores e mascarados… E enquanto lá na Europa passam a cada instante padiolas carregando mortos e feridos – aqui passassem carros carnavalescos, com prostitutas seminuas (…)”

E tinha outro pequeno detalhe: a Gripe Espanhola (para saber mais, leia este texto). Pensa que o brasileiro se incomodou? Nada, os “sobreviventes” da Gripe Espanhola fizeram questão de celebrar e descobriram, da pior forma possíveis, que vírus respiratórios vem em ondas: quando você pensa que ele acabou, chega uma nova onda.

Carnaval era a prioridade e, como sempre, o brazuca fez uma marchinha a respeito: “A Espanhola está aí/A Espanhola está aí/A coisa não está brincadeira/Quem tiver medo de morrer não venha (…)”. De fato, o conselho foi oportuno. Uma nova onda da doença matou muita gente depois disso.

Não preciso dizer o que aconteceu nos anos de pandemia de covid-19, né? Quando leio a mídia dizer que este é o “primeiro carnaval após a pandemia”, eu não sei o que me indigna mais: que pensem que a pandemia acabou ou que finjam acreditar que não teve carnaval durante os anos anteriores à pandemia. E, novamente, a prioridade é o carnaval. Na hora de pagar a conta, chama o Presidente de “genocida” e bota tudo na conta dele, assumir parte da responsabilidade nem pensar.

Se eu fosse citar cada carnaval que foi festejado quando pessoas normais teriam se recolhido em luto, precisaria de uma semana de textos. Quantas vezes vimos chuvas arrasando bairros ou cidades e carnaval rolando como se nada?

Nem precisa ir muito longe, esta semana é um belo exemplo disso. Você abre os portais de notícias e vê, lado a lado, criança soterrada + tapa-sexo da Fulana que caiu no desfile, mortos pelas chuvas lado a lado + que famoso pegou que famoso no camarote. Foda-se, é carnaval, não precisa ter respeito por nada nem ninguém pois ninguém vai te recriminar. Só se você tiver consciência mesmo e quiser, pois obrigado não é.

“Ain mas você quer o quê? Que as pessoas finjam só por ser carnaval?”. Não, no caso, eu não quero que ninguém finja nada, eu gostaria que as pessoas se importem de verdade, mas é um povo involuído que só pensa no seu próprio prazer imediato e ainda se acha malandríssimo por agir assim. Paga o preço os outros 360 dias do ano, vivendo em uma sociedade animalesca, mas não se importa com isso. E só botar a culpa na polícia, nos políticos e nos ricos.

Mas, a rebeldia do brasileiro pelos motivos errados vai muito além de ignorar doenças e morte. No carnaval, o brasileiro desafia qualquer tipo de autoridade. No resto do ano dá 10% do salário para o pastor, trabalha sendo maltratado e ganhando bosta e permite que político roube dele de todas as formas possíveis, mas, no carnaval, o brasileiro é valente!

Desrespeita decreto, desrespeita a esposa, ignora proibições. É o Arauto da Liberdade, lutando contra a opressão urinando na rua! Pensa num povo desagradável e mal-educado! Subir no alto de um ponto de ônibus e urinar na cabeça do colega virou resistência! O brasileiro, a mais mansa das ovelhas que faz porra nenhuma o ano todo, quer ser rebeldão com excrementos no carnaval. E a porra do Presidente da República ainda divulga isso no Twitter, para o mundo todo ver a bosta que é o Brasil. Boa, Bolsonaro!

Tudo aquilo que viraria um tremendo escândalo mimizento na boca de um humorista, por exemplo, pode no carnaval, com a diferença que piada não é real, é uma piada: é Jesus açoitado em pleno desfile coberto de sangue, é rainha de bateria com sete anos de idade desfilando, é escola de samba homenageando ditador por ter recebido patrocínio de ditador, enfim, é polêmica que, em qualquer outro contexto, faria com que as pessoas se irritem e reclamem.

Mas, no carnaval o brasileiro arquiva o respeito, os limites e sua indignação. Faz tudo que criticaria, pois no carnaval pode. O que me leva a crer que não deixe de fazer no resto do ano por considerar errado e sim por ser algo socialmente reprovável. O que, por sua vez, me leva a uma pergunta: será que o brasileiro tem seu juízo de valor próprio do que é aceitável e do que não é, ou ele oscila conforme o que é socialmente aceitável?

Não importa de onde vem, o fato é que os carnavais brasileiros acumulam uma tonelada de comportamentos inadequados e impunes. Tem Presidente da República sambando com mulher sem calcinha, tem famosos se agredindo em camarote, tem traições públicas, tem assédio filmado entre colegas de emissora (rapaz apalpando os seios da moça), tem até um ânus pintado de verde. E isso, meus queridos, é nos ambientes supervip. Imagina o que não acontece no anonimato dos bloquinhos baixo nível.

Não podemos deixar de citar lugares onde carnaval é desculpa para violência, como acontece em diversos pontos do Nordeste. Carnaval em Salvador é um exemplo: os foliões saem para bater, sem qualquer motivo que justifique isso. Saem e batem, inclusive em mulheres. E quando eu falo agressão, talvez o leitor mais civilizado esteja pensando em um tapa ou um chute. Quem dera, leitor, quem dera.

Procure vídeos com palavras chave como “carnaval Bahia porrada” e similares e veja o nível das brigas: é gente enfiando palito de churrasco na garganta dos outros, é gente batendo com garrafa de cerveja, é gente pisando na cabeça do colega no asfalto. O motivo? Por ser carnaval. “Mas Sally, tem muito mais violência no Sudeste”. Sim, pode ser verdade, mas é violência funcional: para roubar seu carro, para conseguir alguma coisa. Bater por bater, eu só vi no Nordeste.

E os nomes dos blocos/bloquinhos de rua? Dá até saudades dos tempos em que era só baixaria. Nomes que fazem alusão a remédios, como Ritaleena ou nomes que pregam exclusão como “Sai hetero!” (imagina se tivesse um “sai, gay”!) ou até aqueles que simplesmente são inexplicáveis, como “Bumba meu Bowie”, que sai com um bonecão de Olinda do David Bowie. Parece que se orgulhar da coisa errada também tem uma linha evolutiva.

E os acidentes que todo ano matam gente? Não, não estamos falando de motoristas imprudentes, estamos falando de acidentes com aval do Poder Público, que dá autorização para um bando de semianalfabeto fazer carro alegórico do tamanho de um prédio de dez andares, com material inflamável e com efeitos de pirotecnia. O resultado é tão comum que tem até vídeos no YouTube com o nome “Incêndios Inesquecíveis na História dos Desfiles” (é sério).

Todo ano despenca um carro ou alguém de um carro. Ou pega fogo. Ou alguém morre eletrocutado. Ou qualquer acidente no estilo, que mostra a precariedade que gera um favelado brincar de arquiteto. Não é elitismo, existe um bom motivo pelo qual a lei restringe grandes construções a profissionais com diploma, principalmente se essas construções forem móveis. Tanto é que quase todos os acidentes são por motivos grosseiros, como por exemplo o tamanho da porra do carro ser calculado errado.

Tem essa caralha de desfile há trocentos anos e ainda não perceberam que tem que botar ordem nessa bosta, profissionalizar, não por perfeccionismo, mas para parar de matar pessoas. Alguém se mexe? Não, continua tudo igual. Depois, uma Only Fans qualquer despenca do carro, a gente ri e nós é que somos escrotos. Subcelebridades pagam fortunas por uma fantasia ou um lugar em carros alegóricos que são verdadeiras máquinas mortíferas.

É claro, temos também as belíssimas obras realizadas por foliões alcoolizados. Agressão, brigas, traição, baixaria. Acontece todo ano, em larga escala, mas só repercute quando quem faz é famoso. Quem não se lembra de Luana Piovani traindo Rodrigo Santoro em um camarote em Salvador, para todo mundo ver? Paula Burlamaqui fez o mesmo, mas em um camarote no Rio. Depois ficam feministando, dizendo que homem não presta e é infiel.

E Dado Dolabella desrespeitando uma medida protetiva contra Luana Piovani, depois de agredi-la, sambando no mesmo camarote que ela, segurando uma fita métrica para mostrar a distância, debochando de decisão judicial? Está desrespeitando a lei? Tudo bem, é carnaval! Sem contar o enorme número de famosos que trocaram socos, tapas e até chutes em camarotes, alguns deles desferidos contra suas esposas.

É isso, meu limite de páginas acabou, mas acho que a ideia geral foi passada: no carnaval o brasileiro mostra quem realmente é, quem realmente seria o ano todo se não houvesse reprovação social, e não é bonito. E não evoluí, desde sempre é a mesma merda, humilhante, irresponsável, egoísta e animalesca.

E quem não gosta dessa barbárie institucionalizada é chato, é doente da cabeça ou doente do pé. Não basta serem uns escrotos, ainda se sentem compelidos a atacar quem não quer participar disso. Ah, que alegria de estar bem longe do Brasil, curtindo paz, silêncio e frio, no meu quintal, de onde escrevo este texto, e cujo único barulho é o dos passarinhos…

Para dizer que eu tenho inveja do Brasil (sim, como eu queria populares urinando na porta da minha casa!), para dizer que eu sou velha pois você não reconhece metade das referências feitas neste texto ou ainda para dizer que quer ser meu vizinho: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas: , ,

Comments (36)

  • Eu até entendo, e só até certo ponto, o fato de que o Carnaval é algo extremamente cultural na vida do brasileiro, na história do país etc. O problema é como isso se enraizou por todos os poros na alma do brasileiro a ponto de solapar até mesmo princípio s básicos de dignidade e de sobrevivência.

    Não dá pra entender, sinceramente essa obsessão toda, essa coisa de tudo pelo Carnaval, e resto que se foda.

  • Minha música de carnaval de todos os carnavais:

    https://www.youtube.com/watch?v=tUCvbPvPD-U

    A letra:

    Alô, Grêmio Recreativo da Casa do Caralho!
    Vamos passar 40 minutos cantando essa mesma merda!
    Todo mundo comigo!

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    Eu falei!

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    O povo só enchendo a cara
    Ninguém trabalha. Ê, Brasil…
    Quase tudo vira um caralho
    E eu no trabalho só tomando no chibiu
    Deputado fantasiado, só tem viado nessa joça
    Desligo a televisão e vou jogar botão que é melhor que essa bosta

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    Eu falei!

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul
    E lá na Bahia é putaria, é bacanal
    O carnaval começa agora
    E vai durar até perto do Natal
    É muita puta com turista
    E malabarista de orixá
    No terreiro tem um índio da mata
    Agora acha que é um faraó

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    E eu que tô de saco cheio
    Do Rio de janeiro e seus traficantes
    Os blocos se acotovelando
    Mijando em tudo que vem pela frente
    Podem me chamar de velho, me xingar de chato
    Que eu to cagando!
    Isso é coisa do governo e da Globo
    Que só tão de olho é na nossa grana…

    Eu falei!

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    Vai tomar no cu!

    Puta que pariu, começou o carnaval no Brasil
    Vai tomar no cu, é barulheira de norte a sul

    Alô, Viradouro! Alô, Mangueira! Alô, Mocidade! Alô, Beija-Flor!
    Vai trabalhar, cambada de vagabundo!

  • Não era igual o de agora mesmo! Sempre foi bosta,mas antigamente não tinha os mijaços que tem hoje. Nem precisa ir muito antes, na época de 80 quando eu era criança, eu não andava na rua respirando mijo. Cada carnaval vai ser pior, do mesmo jeito que cada verão vai ser pior. E quem vai ter inveja do Brasil? Só se for do Iraque, da Ucrânia esses países mais fodidos do que aqui.

    • Ah, eu acho que era o mesmo sim, mas não tinha internet para a gente saber.
      Passei carnavais da década de 80 no Rio de Janeiro e o que mais tinha era xixi na rua. Aliás, nem precisava ser carnaval…

  • Tudo pelo Carnaval, o resto a gente vê depois.
    Aqui no litoral foi avisado das chuvas mas as pessoas desceram em peso.
    Litoral norte em estado de calamidade, tudo alagado e destruido, mas os bloquinhos estão na rua, as pessoas fazendo festa. Bombeiros e voluntários que se virem pra ajudar.
    Depois vão pras redes sociais pedir mais empatia por causa de qualquer merda lacradora.

  • Eu acho carnaval superdimensionado. Todo ano a midia tenta empurrar goela abaixo que o Brasil é aquilo lá que eles mostram: povo batucando na avenida com aspirantes a musa do carnaval disputando quem causa a maior polemica pra depois conseguir contratos. Tudo muito fake a meu ver (aquelas famosinhas pagam para estar lá, não sabem sambar). Depois passamos semanas com jornais inundados das baixarias das famosinhas wanna be Sabrina Sato, acho que elas pagam esses “jornalistas” também.
    Vamos aos blocos de rua. Só vejo em cidade grande. Isso que em SP começou a ter bloco grande mesmo faz só uns 10 anos.
    Aqui numa grande cidade do interior de SP ninguém quer saber de bloco de rua. Povo ta aproveitando o feriado em festas pequenas familiares, com a baixaria sob controle.

    Enfim, pode ser que eu não esteja olhando pra fora da bolha, mas parece que vendem essa imagem de que o Brasil todo é esse ser que batuca na avenida ou rebola semi nua na avenida, ou esta num bloquinho bebendo pra depois urinar na porta dos outros. Tomou sim uma dimensão muito grande, mas não é realidade de 90% da população. Esses 90% toleram essa arruaça em nome do feriado.

    • Eu cresci no Rio e lá é carnaval todo o mês, com bebedeira direito, com promiscuidade a céu aberta, com urina na porta da sua casa, não importa onde você more. Não há opção de fugir do carnaval, o carnaval está em todos lados.

  • Quando a pessoa sai da inércia “à brasileira” ela geralmente entra em depressão, vira antissocial, conversa mais sozinha do que com outras pessoas. Isso é “normal”. O meio social no Brasil é completamente intankável e opressor. O certo é tentar não se deixar ser oprimido por isso.
    Da minha parte, por mim cada estado brasileiro viraria uma nação ou no mínimo uma província autônoma. As únicas coisas que conectam esse país são novelas da Globo, músicas horríveis e português mal falado, a nossa “unidade” é ridiculamente artificial.

    • Acho que em todo lugar tem algum grupo compatível com a gente. Só vira antissocial quem não se dá ao trabalho de procurar esse grupo.

      • Sua afirmação não tem o menor fundamento, como um pária internacional consegue entrar na maioria dos países do mundo sem nem precisar de visto?

        • Ao contrário: a sua é que não tem fundamento. Você está usando um único critério (que nem sequer está sendo exposto da forma correta), enquanto eu estou usando dezenas de critérios mais indicados para essa medição.

          O que define um país como pária ou não passa longe de um passaporte e seus efeitos. Pergunte a brasileiros que vivem em outros países se eles são bem tratados apesar do suposto status que você acha que o passaporte tem.

    • Já ouviu falar dos Emirados Árabes e como quem não é da elite multibilionária é tratado?

      “Passaporte forte” e bosta são a mesma coisa.

      • Já tentei explicar e a pessoa parece não querer entender. Tem brasileiro que entra em negação e surta quando se mexe nesse ponto sensível, o complexo de vira-lata aflora com força…

        • Vira-lata é dedicar um blog inteiro só falando mal de um país e um povo que você supostamente odeia/não se importa.

          • Nossa, nota-se que você não é leitor do Desfavor… Todas as semanas falamos de assuntos variados, desde discordâncias rotineiras, como na coluna Ele Disse, Ela Disse, ciências, como nas colunas FAQ e Desfavor Explica e até política internacional, frequentemente no Desfavor da Semana. Temos ainda comportamento no Des Aprende, Ficção no Des Contos e muito mais (todas as colunas estão descritas na nossa Constituição, e são mais de 30!).

            Mas tudo bem, é normal acontecer isso: ver com uma lente de aumento o que dói. Em todo caso, fico feliz que doeu… hahahahaha

            • Você que se doeu com uma pessoa que confrontou seus argumentos.

              Nem sou esse anônimo aí, pode conferir o ip, só estou fazendo uma crítica porque leio o blog há mais tempo, admiro o conteúdo que vocês fazem, mas acho que às vezes vocês são intolerantes e desnecessariamente debochados.

              • Certo, então você concorda com ele que o Desfavor se reduz a isso?
                Sinto muito, mas então você não é leitor do blog, se não saberia que ele vai muito além.

              • By the way, curiosamente seu comentário vem do exato mesmo lugar da pessoa que “me confrontou”, o que mostra que é a mesma pessoa sim, mas postando com outro IP, algo que até um chimpanzé sabe fazer. Seja melhor.

        • Pode ser que tenha mexido também com a questão da carteirada.

          Brasileiro médio não pode ter na mão um documento supostamente prestigioso que já fica todo-todo, afinal, é a única coisa que tem pra compensar a merda de vida que leva nesse país alucinado – um papelzinho que APENAS DIZ que ele é alguma coisa valiosa.

          “Ah mas minha vida não é uma merda” só que de milhares de outros brasileiros, é. País em que tem gente morrendo de fome e sem saneamento, mas que bom que temos papelzinho privilegiado que para o gado classe média ostentar.

          • Confesso que ri alto aqui. É isso mesmo, basta ter UMA coisa boa em um mar de merda que já se acham e ficam tirando onda com isso. Já posso imaginar o cidadão furando fila em aeroporto e, se advertido, berrando “VOCÊ SABEM COM QUEM ESTÁ FALANDO? MEU PASSAPORTE É 11° MAIS VALORIZADO DO MUNDO”

          • Essa sua observação da carteirada me fez lembrar quanto estava na Disney (sonho realizado depois de velha): uma adolescente brasileira (com uma camisa de time de futebol), mimada insuportável, enchendo o saco de um funcionário do parque (também um adolescente) para que liberasse a entrada na atração antes do horário (havia uma placa bem grande informando o horário da abertura acima dos dois), gesticulando e gritando repetidamente em loop dizendo que o cliente é que tem razão e outras pérolas.

            O funcionário ficou com as orelhas vermelhas, mas manteve o profissionalismo. Enfim, aos que pretendem morar fora, façam isso, mas longe de brasileiros, tanto turistas quanto moradores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: