Carla era assaltada pelos sentidos: a visão ocupada por cores vívidas, contrastada com tons de pele claros e escuros, axilas, pescoços e cabelos úmidos lançando gotas de suor que reluziam ao sol intenso. A audição tomada por um batuque grave e repetitivo que zunia por trás de inúmeras vozes indecifráveis em gritos e cantoria desafinada. O olfato assaltado pelo cheio de suor, urina e cerveja; o paladar por um azedume grudento. O tato então… cada centímetro da sua pele pressionado contra outros corpos. Era quase como se estivesse derretendo dentro de um caldeirão humano.