Autor: Sally

Esse é o seu destino!

Hoje vamos falar de uma vítima profissional. Um fraco. Um imbecilóide que camufla suas escolhas erradas sob o pretexto fatalista de “destino” e que se exime de responsabilidade por sua vida e por suas atitudes delegando os eventos que o cercam ao divino e a seu amigo imaginário. Um loser, que sempre que pode usufrui de auto-perdão e negação, na tentativa desesperada de fugir de sua realidade medíocre. Pessoas acomodadas adoram pensar que nada poderia ter sido diferente porque o destino quis assim, isso lhes tira o peso por seu fracasso. O Processa Eu de hoje é sobre o personagem de Lost que eu mais detesto: John Locke.

Abandonado pelos pais ao nascer, o pequeno Locke cresceu cheio de traumas e inseguranças. Na vida adulta trabalhou em um subemprego em uma fabrica de caixas que só acabou por deixá-lo ainda mais frustrado. Não que ele movesse uma palha para melhorar de vida, ele apenas reclama e se vitimiza. Tira onda de durão, diz que não precisa de ninguém, mas é só o Papai golpista assoviar que ele vai feito um cachorrinho. Pessoa de poucos amigos, com dificuldade de manter relacionamentos de qualquer natureza, Locke não apenas cultiva esta personalidade repulsiva como ainda se exime de responsabilidade por ela.

Em pouco tempo de contato com o homem que o abandonou por uma vida, Locke achou bacana doar seu rim. Gente carente quando recebe uma migalha se ilude. Papai, evidente, pegou o rim e se pirulitou, sumiu do mapa, correu e nunca mais voltou. Ainda proibiu a entrada de Locke nas dependências de sua mansão, em um claro sinal de desprezo. Não atendia telefonemas e cagava solenemente para o filhão. Reação com dignidade = se afastar e desprezar. Reação sem dignidade = ficar seguindo o pai compulsivamente fazendo deste evento o foco central da sua vida. Adivinhem qual Locke escolheu?

A obsessão pelo pai foi tanta que acabou por destruir o único relacionamento estável que Locke já teve, com uma infeliz chamada Helen. Sim, ele preferia ficar perseguindo o pai do que fazer sexo. Tem como Deus ver uma porra dessas e não se aborrecer? Não tem. Por isso lhe foi tirado o direito de fazer sexo. Locke foi parar em uma cadeira de rodas. Vamos combinar, o prejuízo nem foi tanto, ele não comia ninguém mesmo!

Como ele ficou paraplégico? Empurrado pelo pai, janela abaixo. Locke, o Pau no Cu, tava lá metendo o nariz onde não era chamado, paunocuzando o pai, até que Papi perdeu a paciência e o empurrou pela janela. Não que eu seja favorável à violência (mentira, eu sou sim), mas gente pau no cu que fica dando lição de moral e retidão a quem não perguntou nada merece mesmo esse tipo de reação.

Se ele já era mala vitimizada quando estava 100%, imaginem como ficou depois que foi para a cadeira de rodas! Sabe aquele protótipo de deficiente orgulhoso que acha que pode tudo? Porque, vejamos, todos temos limitações. Eu tenho um metro e meio e tenho semancol de não me meter a jogar basquete. Mas Locke não tem semancol. Ele, em uma cadeira de rodas, queria fazer uma expedição aventureira com trilhas e escaladas, sem qualquer preparo especial para isso: da fábrica de caixas direto para uma rilha selvagem. Levou um Toin! Foi barrado na porta. Ainda levou esporro por ter omitido que era paraplégico. Ficou revoltadinho e disse pela primeira vez a frase babaquinha cripple pride: “não me diga o que eu não posso fazer!”. Ok, então tenha semancol e não faça aquilo que não condiz com a sua condição, meu querido.

Uma vez Pau no Cu, sempre Pau no Cu. Com a queda do vôo 815 na ilha, Locke voltou a andar. Mas o espírito Pau no Cu persistiu. A insegurança, a adoração pelo divino, a fé cega de quem espera uma vida melhor em outro mundo, porque neste a vida da pessoa é um cu tão sujo e mal lavado que só resta esperar pela próxima mesmo. Sabe o tipo? “Me fodo todo agora mas vai valer a pena porque depois que eu morrer vou para um lugar melhor”. Contenção social me fascina. Religão é a maior trollada da história da humanidade!

Como toda pessoa carente e negligenciada na infância, ele se acha superrrrespecial. Sabe aquela carência que faz a pessoa achar que tem um dom, só para se sentir muito especial? Freaks que se acham escolhidos pelo divino e dizem ter mediunidade, gente louca por atenção que diz ter sido abduzida… esse tipinho. “Sou superrrrrespecial, espíritos conversam comigo” e outras derivações de amigos imaginários criados por mentes infantilizadas e carentes.

Daí que ele começou a se achar especial pra caramba e achar que a ilha falava com ele (espírito, ilha, parentes falecidos, Deus… derivações do mesmo tema). Daí para uma síncope megalomaníaca, foi um passo. Ele tem toda uma conexão com a ilha, ele foi designado para ser o líder, ele é o grande sábio do grupo. E a verdade dele é única, e quem discorda está errado. Exemplo de tolerância com a diversidade, não? Mete o pau no Jack porque o coitado acredita na ciência, na razão, enquanto que ele fica ali todo apegado a seu amiguinho imaginário. Locke não se manca que nem mesmo que Deus exista e tudo na vida seja fé e destino…. Deus não gosta dele? Porque supondo que seja verdade, olha a merda de vida que o amigo imaginário deu pra ele!

Na ilha ele estabelece uma conexão quase que pedófila com Walt, um menino chatonildo com cara de Jackson Five. No começo achei que era apenas interesse, para proteger sua pele do sol debaixo daquele cogumelo gigante que Walt chama de cabelo. Mas depois vi mais um traço de gentinha insegura e traumatizada: se juntam com crianças, ou com animais, em vez de interagir com adultos de igual para igual. Vemos muito disso na vida real. Ficou boa parte do seu tempo na ilha paunocuzando Walt, que também era um Pau no Cu.

Como o amigo imaginário que sempre o fodeu de verde e amarelo a vida toda lhe concedeu uma benesse, voltar a andar, Locke começou a se achar a última bolacha do pacote. Saiu todo pimpão para caçar, tirando onda fazendo pose. É foda, deslumbrados são um saco. Já durante a primeira caçada cuspiu sua frase Mantra do Loser para Kate: “não me diga o que eu não posso fazer!” quando ela sugeriu que ele tome cuidado com o esforço físico que estava fazendo.

Fica a pergunta: você, homem, está sem poder fazer sexo por anos, morto da cintura para baixo, quando de repente, do nada, fica zero bala novamente. Você não sabe quanto tempo vai durar nem o que está acontecendo. O que você faz: tenta fazer sexo com uma mulher ou vai caçar um javali para se mostrar?

E como todo mal resolvido traumatizado, adora dar pitaco nos problemas alheios. Se acha o psicólogo da ilha, apesar de ser uma pessoa quase sem vivencia em relacionamentos, sejam eles amorosos ou não. Em tese ele sabe tudo e passe sua “sabedoria” para quem quer saber e para quem não quer saber também! Um panaca de cabecinha fraca e fodida que fazia do seu objetivo de vida correr atrás de quem lhe disse com todas as letras, por mais de uma vez, que não o queria. Vai dar conselhos para quem?

Locke acha que entende a ilha e que a ilha o acha especial. Ele acha que as explicações que ELE acredita serem coerentes são verdade absoluta. Isso criou nele uma falsa sensação de liderança e poder que o fez se sentir no direito de começar a encher o saco alheio. Ele se acha o Senhor da Razão e passa por cima dos direitos e liberdades dos demais em nome do que ele acha que é certo. Impõe sua vontade egoística através de ardis ao grupo.

Alguém se lembra quando Sayid e Cia tentaram subir uma montanha para conseguir um sinal com um transmissor nas mãos? Pois é, ALGUÉM deu uma paulada na cabeça do Sayid quando ele finalmente ia conseguir mandar uma mensagem de SOS. Tudo bem não querer sair da ilha porque sua vida real é uma bosta, mas não impeça quem tem uma vida de sair caso o deseje. Acha que pode decidir a vida alheia! E ainda dá uma paulada na cabeça de um colega, por trás, à traição e faz de contra que nada aconteceu! Porque ele só se acusou muito tempo depois… Falso, covarde e egoísta.

Nem comento o que ele fez com Charlie. Tudo bem, Charlie é/era um saco. Mas porra, ficar seguindo e fazendo joguinhos para que ele pare de usar drogas (pedir três vezes? Aff) é muito babaca. E quando Locke descobriu que Charlie usou drogas novamente se achou no direito de ir lá e pagar geral em público, incluindo uns pescotapas. O que é isso? A ilha é a Clínica de Desintoxicação do Tio Locke? Alguém perguntou? Deixa o cara se drogar, porra! Livre arbítrio! No máximo pode aconselhar, e não fazer o que fez. Não vê a gente? Nós do desfavor amamos Rafael Pilha mesmo ele sendo megadrogado. Essa dificuldade em lidar com a fraqueza alheia nada mais é que se ver refletido nela e por isso surtar. Vê se eu vou sair batendo no Pilha cada vez que ele usa drogas!

E o que ele fez com Boone? Que porra foi aquela de dar um alucinógno para ele sem o seu consentimento? Tá se achando o dono das pessoas? Ele achou que Boone precisava dessa experiência. Quem ele pensa que é para decidir o que os outros precisam e aplicar na prática sem o consentimento da pessoa?

Como se isso não fosse pouco, ele acaba por matar o Boone. Guiado por sua fé cega e burra, se achando “o escolhido superespecial” e acima do bem e do mal, colocou o menino para escalar uma árvore e entrar em uma avião que qualquer um podia dizer que ia despencar. Não deu outra: Boone se estabacou e acabou morrendo. É nisso que dá querer brincar de guru. E quando a chapa esquentou, ele nem mesmo estava por perto! Jack tentando salvar Boone e Locke desaparecido! Se Locke tivesse dito a Jack a natureza das lesões, talvez Boone pudesse ter sido salvo!

O rol de merdas que ele fez é interminável. Frouxo, manipulável, sempre errando por excesso de confiança. Locke é uma vergonha. Caiu como um patinho no papo do Bem de explodir o submarino. Locke rastejava atrás de Ben da mesma forma como rastejava atrás do pai que lhe roubou um rim. Alias, roubou não, porque ele deu voluntariamente! Ben esculhambava Lock, algumas vezes de forma pública, como por exemplo quando Locke não conseguiu matar seu próprio pai e ainda assim Locke corria atrás dele. Ben atirou em Locke e quase o matou perto da cabaninha do Jacob e ainda o jogou na cova rasa com a ralé da Dharma.

A falta de senso do ridículo é tanta que ele fica paunocuzando Jack sobre sua crença na ciência. Jack nunca ficou detonando a religiosidade e fé de Locke. Ado! Ado! Ado! Mas Locke fica ali, querendo convencer, doutrinar. PAU NO CU!!! Pior, leva esses seus atos pau no cu para atitudes que afetam a coletividade sem sequer discutir ou ouvir mais ninguém, vide o que fez na escotilha, diante da obrigação de apertar a porra de um botão que ele mesmo sempre defendeu. Mas de uma hora para outra, ele começou a achar que não fazia mais sentido apertar o botão. Daí em vez de tratar com os interessados que seriam afetados por esta decisão, deu ataque de pelanca e decidiu sozinho que ninguém mais apertaria o botão. Quando Desmond tentou apertar, Locke, o filho bastardo do Chuck Norris, foi lá e quebrou o computador. Deu a merda que deu. Só me lembro da cara de bunda dele dizendo “Eu estava errado”. Pois é, seu babaca. Já reparou que você SEMPRE está errado? Volta para a fábrica de caixas!

Não contente, ainda digitou o número 77, explodindo outra estação, que por sinal, aparentemente, tinha um comunicador com o mundo externo. Só matando um porra desses. E a morte babaca que ele deu a Mikhail Bakunin? Precisava ter eletrocutado o cara entre as cercas? Nem Sayid, que é Sayid, queria matá-lo! O sujeito poderia ajudar a fazer contato com o mundo externo! Mas Locke pode tudo, sabe tudo e vê tudo. Locke é o dono do mundo e decide tudo sozinho. É um Professor Xavier da imbecilidade.

E quando a balsa foi queimada? Locke fez um longo discurso culpando os Outros e a culpa era do Walt! Ele sabia que tinha sido o Jackson Five e ainda assim fez um discurso mentiroso! Porque quando é amiguinho dele, ele encobre as merdas. Mas se não for amiguinho, ele joga na roda e humilha, com fez com Charlie. Fosse o Charlie a queimar a balsa, tinha levado outra surra.

Teve também a forma imbecil como ele matou Naomi. Sem entrar no mérito se ela merecia ou não morrer, aquilo foi babaca. Não perguntou, não conversou, apenas atirou sua faquinha Ginsu na infeliz. Quero ver no dia que tirarem essas faquinhas Ginsu da mão dele. Quero ver o vovô careca vir NA MÃO.

Democracia não é mesmo o forte dele, como não costuma ser o de nenhum religioso fervoroso. Ele inclusive diz isso a Kate, quando ela diz que gostaria de ver Miles, preso no acampamento dos outros. E ainda se sentiu no direito de expulsar Kate do grupo! Mal chegou e já quer sentar na janela. Bem feito que foi traído pelos Outros!

Quando ele cisma com alguma coisa, fica enchendo o saco alheio até não poder mais. Ficou assediando colegas para voltar à ilha e como não conseguiu porra nenhuma, foi para seu quartinho se matar, reação muito madura. Só que até para se suicidar a gente precisa de competência nessa vida. Acabou que Ben teve que fazer o trabalho sujo.

Locke é tão chato, tão intragável, que nem mesmo o Lostzilla teve estomago para devorá-lo. E mesmo depois de morto continua fazendo merda, porque tá rolando toda uma reciclagem: o inimigo de Jacob se apoderou do corpo de Locke e tá fazendo um monte de sacanagens. Detalhe: a galera demorou a perceber, já que Locke é um escroto filho da puta babaquinha e covarde. Não fez muita diferença, a merda é a mesma, só mudam as moscas.

Locke representa tudo que eu mais desprezo em um ser humano: autoperdão camuflado de fé, falta de noção e semancol camuflado de “exemplo de superação” e falta de vida social camuflada de “comportamento excêntrico”. É um bosta, desinteressante e loser. Erra o tempo todo, seja por incompetência, seja por arrogância. Ele é o Paris de Lost, vai acabar sendo a ruína de todos eles (Sayid = Heitor).

E ninguém se atreve a dizer nos cornos dele quão PAU NO CU ele é, porque afinal, ele reúne diversas características que o tornam “intocável” (lembram do meu texto?): deficiente físico, idoso e pobre fudido na vida. Só faltava ser preto e judeu! SACO! LOCKE É UM SACO, UM PAU NO CU, UM MERDA.

Para me dizer que você concorda com tudo mas achou mó legal quando Charlie apanhou, para dizer que você fala com o além e não é carente e sim abençoado e para dizer que no fundo eu tenho ENVEJA da espiritualidade de John Locke: sally@desfavor.com

Não tenho a menor pretensão de acertar aqui. Caso eu tivesse alguma possibilidade, ainda que mínima, de adivinhar o futuro, com certeza focaria meus poderes nos números da mega-sena e não no final de Lost (materialista pride). São apenas algumas teorias, das quais espero retorno de vocês, para criar teorias com base em teorias e quem sabe tentar chegar perto do que seja o final de Lost. Teria prazer em fazer uma postagem após o final dizendo “VOCÊ VIU PRIMEIRO AQUI NO DESFAVOR”.

Você deve estar se perguntando porque isto é um Flertando com o Desaste. Uma dançarina de axé chutando o final de uma série permeada por física, mitologia e cultura geral é flertar com o desastre. Vou acabar ofendendo metade dos lostmaníacos e despertando pena na outra metade. Observem eu não me importar. Já já Madame vai aparecer urrando nos comentários.

Todo mundo sabe que para entender Lost não basta acompanhar os episódios. Roteiristas e diretores adoram inserir Easter Eggs (informações escondidas) nos locais mais improváveis. Quem viu o filme Cloverfield com atenção, identificou um símbolo da Dharma, nos primeiros minutos de filme. Sem contar que uma das protagonistas do filme tem o mesmo sobrenome de um diretor da Hanso Foundation. Mais alguém achou que o barulho que o Monstro do filme faz é muito parecido com o do Lostzila? E o roteiro de ambos? Pessoas tentando sair de uma ilha, onde correm perigo! Alias, desde “Caverna do Dragão” que eles batem na mesma tecla: um grupo, composto por pessoas das mais diversas personalidades, tentando voltar para casa!

O grande problema é que além de tudo, existe a trollagem. Sobretudo por parte de J.J. Abrams, que adora enfiar um Easter Egg que não significa nada, apenas para desviar a atenção e ver babacas como eu mordendo sua isca e especulando pelo lado errado. Não sei diferenciar o que é isca do que realmente é Easter Egg. Vou tentar.

No último episódio da quinta temporada, tudo leva a crer que a bomba explodiu. Em tese, isso poderia alterar o futuro, e consequentemente, tudo que se passou até agora com os personagens. Acredito que veremos em Lost uma nova narrativa de tudo que já aconteceu, alterado pela explosão que supostamente deveria “corrigir” o curso normal

Eu espero sinceramente que não me venham com um final imbecilóide. Vou ficar muito desapontada se vier um final imbecilóide. Final imbecilóide = era tudo um sonho, era tudo conspiração do governo, era tudo realidade virtual (manucu matrix), era tudo imaginação de um maluco, era tudo obra de etc etc.

Locke tá muito macho para ser verdade. Acho que Locke não é Locke. Isso vem sendo cogitado por todo mundo, até aí, não é novidade. Lembra do papo do Jacob com seu desafeto, onde o desafeto diz que assim que tiver oportunidade vai matá-lo? Pois bem, provavelmente o corpo de Locke está tomado pelo desafeto de Jacob. Cheguei a pensar que este desafeto e o Lostzilla fossem a mesma coisa, mas acho que é excesso de café. Eu fico estranha quando tomo muito café.

Alguém já viu o cartaz que promove a sexta temporada? É uma referência clara à Última Ceia. E Locke está na posição de Jesus. Quem está na de judas? KATE! Vamos viajar na maionese? O nome que os cientistas dão à catástrofe que matou os dinossauros é “K-T”

Aquela ruína de estátua que apareceu durante todas as temporadas, onde se via apenas um pé com quatro dedos, é na verdade a estátua de uma deusa egípcia da fertilidade, Taweret. Curioso que depois que a estátua foi destruída as mulheres da ilha não possam mais procriar. Simbolismo ou trollagem? Jacob estaria ligado a esta deusa da fertilidade, enquanto que seu desafeto está ligado a simbolismos de outro deus egípcio, o deus dos mortos e da cura (Anúbis). Jacob acha bacana a ilha com pessoas, seu desafeto não acha bacana (“eles vem para matar, destruir blá blá blá”). Fica uma coisa meio “o bem contra o mal”. Essa relação entre Deusa da Fertilidade e Deus da Cura explicam estranhos fenômenos que acontecem na ilha: não nascem bebês e pessoas doentes se curam.

Algo me diz que Ben, ser humano que eu sempre detestei, foi quem soltou o Lostzilla e quem fez as maiores cagadas da ilha. Tem toda a cara de quem traiu Jacob. Acho que ele trabalhava para o desafeto/anubis, só não sei se foi enganado achando que trabalhava para Jacob ou se fez de sacanagem mesmo. Aliás, Ben matou Jacob. Imagino que Jacob tenha arquitetado a volta dos Oceanics à ilha para reverter toda a merda criada por Ben. Na conversa entre Jacob e seu desafeto, Jacob está de branco e seu desafeto de preto, o que indica que Jacob é bacana e o outro é o lado negro da força. O que torna Locke o lado negro e, provavelmente, Jack (Shephard=Pastor) o lado bacana. Que merda. Bacana mesmo é Sayid, o lado vermelho da força: onde passa tira sangue.

Já repararam na semelhança do biotipo de Aaron e Jacob? Seria Aaron Jacob, depois de um revertério temporal desses que acontecem na ilha? Ou seria uma reencarnação de Jacob? O tempo todo vemos evidência da importância em que Aaron fosse parar na ilha. Além disso, ele é um dos poucos bebês que nasceu ali. Sabemos que a ilha causa um certo problema de fertilidade e procriação, Aaron deve ser especial.

Também sabemos que diversos personagens que morreram na série foram vistos filmando novamente, que não existirão mais viagens no tempo, o que leva a crer que depois do acidente a história dos Oceanics será revivida, talvez de outra forma. Provavelmente o resultado final será sempre o mesmo, porque como disse Faraday e outros personagens em diversos momentos da narrativa, o que tem que acontecer, acontece. Então, provavelmente, quem tem que se foder, vai se foder mesmo, só que talvez de uma forma diferente, o que explica a teoria “The Variable” de Faraday. Por exemplo, eu acho que o casal de Los Angeles que o vidente disse que deveriam adotar Aaron são Jack e Kate. O mundo vai dar voltas e tudo vai chegar ao mesmo destino, ainda que por caminhos diferentes. A variável é o caminho.

Os números não são mais um grande mistério. Pipocou na net um vídeo da Dharma que dá uma pista sobre eles: aparentemente tem relação com a equação de Valenzetti, que consiste, simplificando escrotamente, em uma equação matemática que tem por objetivo prever o tempo que falta para a extinção da humanidade (fatores ambientais, de ordem humana etc). Tem um vídeo sobre isso amplamente divulgado, como sendo de Alvar Hanso, criador da Dharma, então, nem vou me aprofundar. Mas existe uma lista que liga alguns personagens a cada um dos números, coisa sobre a qual não vou poder falar porque demandaria muitas páginas e já estou sem espaço!

Com a destruição da estação Cisne pela bomba de hidrogênio é provável que o vôo 815 da Oceanic chegue a salvo a seu destino. Nesse caso, toda a série até hoje seria um “o que podia ter acontecido, mas não aconteceu”. A explosão seria um “reset” na história toda, numa vibe meio “efeito borboleta”, onde um bater de asas vira um tufão e afeta todo o desdobramento da trama. Não descarto a possibilidade de que algum ou alguns dos personagens escapem desse “reset”, como por exemplo Locke, que sempre quis continuar na ilha porque sua vida no mundo real era uma verdadeira bosta. E neguinho fala o tempo todo da importância de Locke na ilha. Talvez Locke seja o único a escutar Jacob porque de alguma forma Locke seja Jacob (e consequentemente Aaron).

Na verdade, eu queria mesmo que Jacob fosse Vincent, até porque tinha uma foto de um cachorro naquela cabaninha sinistra onde Jacob supostamente morava. Mas é pedir demais, só se o Somir fosse o roteirista uma porra dessas aconteceria. Visualiza: Jacob = um cão Labrador!

Tem quem diga que Jacob seria Papai-Jack ou o próprio Jack, porque na bíblia Jacob é o primeiro a ser chamado de “Pastor” (Shepherd). Não gosto dessa teoria e espero que não seja verdade.

O Lostzilla. Ele foi chamado por habitantes da ilha de um “sistema de segurança” já foi explicado por curiosos como sendo diversos micro-robôs oriundos de experimentos com nanotecnologia. Não gosto dessa teoria. Eu acho que o Lostzilla é uma manifestação daquele desafeto de Jacob, o deus egípcio da morte, Anubis. Por isso pessoas mortas voltariam a aparecer vivas na ilha. Ele só entra em gente morta. Estariam sob o domínio da fumaça preta. Isso explicaria como o Locke pós-morte sabia chegar ao templo do Lostzilla, vai ver o falso-Locke estava tomado pela fumacinha preta. E a fumacinha preta rules, faz o que quer na ilha. Logo, parece que o desafeto de Jacob tá vencendo a parada. Enquanto Jacob/Taweret/Fertilidade está recolhido naquele buraco quente (o que se expressa pela impossibilidade das mulheres terem filhos na ilha), seu desafeto reina supremo: Anubis está solto, matando e curando quem ele bem entende. Desequilíbrio que será corrigido com a explosão do Cisne.

Evidente que o Lostzilla representa alguma força superior simbólica. Me surpreenderia positivamente caso seja algo mais concreto e menos cretino.

Porque Locke se curou, voltou a andar e Ben se fodeu todo com um câncer? Talvez para que Ben fique mega-revoltado com ciuminho da porra e acabe por matar Jacob, já que Ben culpava Jacob por ter virado as costas para sua condição enquanto enchia Locke de regalias. Acontece que Ben nunca tinha visto Jacob, por isso pode ser que nem sequer estivesse trabalhando para ele. Quem garante? Ele não o via nem o escutava! Podia estar sendo manipulado, achando que trabalhava para ele. Além disso a fumacinha-anubis encarnou na filha morta de Ben e o mandou fazer tudo que Locke mandar, já sabendo que era um Locke falso e que o mandaria matar Jacob. Sinto cheiro de uma grande conspiração contra Jacob.

O acidente foi causado? Sim, por Jacob. Jacob sabia que ia morrer então fez com que as coisas acabassem como acabaram (“o grande reset” com a explosão da bomba), porque assim tudo seria reescrito e ele não morreria. Vai ver é por isso que ele morreu tão conformado. Sabia que os Oceanics reescreveriam a história. Mas será que ele não vai morrer uma segunda vez? Porque aquilo que aconteceu, aconteceu. Tem até nome científico: teoria Novikov que diz que, mesmo ocorrendo deslocamento temporal, a linha de tempo é imutável. Não vou me aprofundar, porque eu não sou nerd. Com licença.

Em tudo quanto é entrevista Damon Lindelof e Carlton Cuse insitem em dizer que o tempo é a chave para todas as respostas de Lost e que os esqueletos de “Adão e Eva” encontrados na primeira temporada por Jack e Kate são a principal prova de que eles já tinham um final determinado para Lost desde o começo. Então, vamos especular sobre os esqueletos. Tudo quanto é site diz que eles seriam, na verdade os próprios Jack e Kate. Mas Desfavor é a favor do contra. Só de raiva, tenho uma teoria diferente. Lembra quando neguinho fazia coelho viajar no tempo? Pois bem, eles diziam que o coelho não poderia chegar perto dele próprio no futuro, se não dava merda.

E não é que Jack chega perto de Adão? Não só chega perto como ainda enfia o dedão. Logo, não pode ser Jack. Adão e Eva carregavam uma pedra preta e uma pedra branca. O preto e o branco aparece em trocentas referências durante toda a série. Podem simbolizar o bem e o mal, o feminino e o masculino, o yin e o yang e mais uma cacetada de coisas. Tem quem ache que são Aaron e a filha de Sun e Jin, porque são as duas únicas crianças concebidas de alguma forma na ilha (uma foi feita fora e nasceu dentro e a outro foi feita dentro e nasceu fora). Tem quem ache que são Rose e Bernard, que teriam morrido da mesma ziquizira que Charlotte (sangramento nasal de tanto viajar no tempo) ou ainda Desmond e Penny. Eu acho que Adão e Eva são os pais de Jacob e de seu desafeto-anubis, o que os tornaria irmãos.

Em uma visão mais científica e menos anubis, a ilha seria uma área de forte atividade eletromagnética, por isso estariam sendo realizadas experiências com grupos de pessoas em determinadas partes-chave da ilha. O Lostzilla seria o sistema de segurança que mantem as cobaias no lugar certo, criado com base em nanotecnologia ou em alguma nerdice do tipo Terra/Gaia Final Fantasy (força vital é o caralho). Em algum ponto deu merda e um grupo de dissidentes se atracou com os Dharma, esculhambando com tudo. O que sobrou hoje na ilha seria um sistema de segurança surtado e coisas estranhas acontecendo em função de explicações científicas como a Teoria da Relatividade, Efeito Casimir, Equação de Valenzetti e outras nerdices, o que serviria para explicar que eles estão em um universo paralelo. Boooooring.

Senhoras e Senhores, estou no meio da quinta página e devo parar por aqui. Últimos chutes Express, rezando para não ser cortada pelo Somir: Kate fica com Jack. Complementariedade.

Para me avisar que Sayid é viado eu esqueci de escrever o fechamento e o Somir que acabou fazendo, e que no final das contas eu dei sorte dele não sacanear: sally@desfavor.com

Des Contos

poop

Eu adoro Zoológico. Adoro mesmo. Em qualquer lugar do mundo que eu vá, visito o Zoológico. Siago Tomir é uma pessoa azeda e mal humorada que não sorri quando vê um elefante. Siago Tomir não gosta de Zoológico, é aquele tipo de pessoa ranheta que em vez de se divertir com os animais foca no calor e no cheiro ruim. Sempre pedia para ele me levar ao Zoológico e ele sempre dizia que tudo bem, “um dia a gente vai”. Esse “um dia” é aquela desculpa que a gente dá para criança, quando não quer dar um “não” declarado porque sabe que a criança vai encher o saco. Mas eu que não sou boba nem nada decidi não bater de frente, tudo tem seu tempo. Sempre sorria e fazia de conta que acreditava no “um dia”, esperando a oportunidade certa.

Um dia, a oportunidade veio. Somir foi incumbido de tomar conta de sua sobrinha, uma criança adorável (por incrível que pareça), por duas semanas. Fiz amizade com a menina e em menos de meia hora estávamos “amigas de infância”, passando maquiagem uma na outra. Comecei a puxar assunto com a minha mais nova best friend. O assunto acabou descambando para animais. Perguntei qual era o animal favorito dela e ela me disse que era o elefante. Perguntei se ela já tinha visto um elefante pessoalmente, e ela me disse que não. Ela me perguntou se eu já havia visto um elefante pessoalmente e eu disse que sim, NO ZOOLÓGICO.

Sobrinha: “Tia Sally, o que é um Zoológico?”

Sally: “Zoológico é um lugar onde a gente guarda um casal de cada bichinho, para que as pessoas possam visitar e conhecer os bichinhos pessoalmente” (tecla sap: sofrimento animal para diversão de humanos infantilóides como eu)

Sobrinha: “Tia Sally, onde fica o Zoológico?”

Sally: “Cada lugar tem o seu Zoológico, aqui tem um…”

Foi quando tudo conspirou a meu favor

Sobrinha: “Tia Sally, você me leva ao Zoológico para eu ver o elefante?”

Sally: “Se o seu Tio Tomir deixar, eu levo sim. Pergunta pra ele!”

Ela se levantou com sua cara de “Gato de Botas do Shrek”, andou até o Tomir e deu um show. Impressionante como uma criancinha tão pequena sabia lidar com Tomir melhor do que uma macaca velha como eu:

Sobrinha: “Tiiiiiioooooooo…”

Siago: “Hã?”

Sobrinha: “Você deixa a Tia Sally me levar no Zoológico?”

Siago: “SAAAAAALYYYYY!”

Sobrinha: “Tiiiioooo… não briga com ela não, a idéia foi minha”

Siago:

Sobrinha: “Sabe o que é, Tiiiiooo, é que eu nunca vi um elefante, assim… de verdade”

Siago:

Sobrinha: “Eu só vi um elefante de brinquedo” *apontando para um elefante de pelúcia que estava no sofá “e ele é tão pequenininho… o elefante de verdade deve ser maior, né Tiiioooo?”

Siago: É… mas…

Sobrinha: “E o elefante é o bicho que eu mais gosto”

Siago: *início de lágrimas nos olhos

Sobrinha: “Aí eu tenho medo de acontecer alguma coisa e eu nunca mais poder ver o elefante, eu quero ver logo!”

Siago: “SAAAAAALLYYYYY!”

Sally: “Credo, Siago! Custa levar e menina logo ali para ver um elefante?”

Siago: *rangendo os dentes “O Zoológico daqui NÃO TEM elefante, Sally”

Sally: “NÃO?”

Siago: “NÃO”

Sally: “Que tipo de Zoológico não tem elefante?”

Sobrinha: *olhos enchendo de lágrimas

Siago: “O daqui!”

Sally: “Gente, mas até em circo furreca tinha elefante!”

Siago: * palavrão

Sobrinha: *chorando

Siago: “O Zoológico daqui não tem elefante, o máximo de tromba que você vai ver por lá são mulheres de tromba, porque à noite lá é ponto de traveco!”

Sobrinha: “O que é traveco?”

Sally: “Que merda de Zoológico é esse?”

Sobrinha: “O que é traveco?”

Siago: “Agora tira da cabeça dela essa história de elefante!”

Sobrinha: “EU QUERO VER O ELEFAAAAANTEEEE” * chorando

Quando você conhece muito bem uma pessoa, desenvolve uma espécie de telepatia baseada na linguagem corporal. Antes que eu comece a falar, Siago começou a gritar:

Siago: “NÃO, SALLY! NÃO! NEGATIVO!”

Sally: “Você iria na semana que vem de qualquer jeito!”

Siago: “NÃO!”

Sally: “Em vez de deixar ela com a sua mãe, leva ela! o que que tem?”

Sobrinha: “TRAVECO! TRAVECO! LÁ LÁ LÁ LÁ LÁ… MULHER DE TROMBAAAA!”

Sally: “Sua irmã não vai ficar feliz com o novo vocabulário dela…”

Siago: “Eu não acredito nisso… Eu não acredito que eu vou fazer isso…”

Sally: “Qual é o problema?”

Siago: “Minha irmã vai me matar!”

Sally: “Porque?”

Siago: “Vou levar a filha dela pro Vietnã!”

Sally: “Minha cidade é o Vietnã?”

Siago: “Não, é PIOR.”

Sally: “MAS TEM ELEFANTE! SEU BABACA!”

Sobrinha: “BABACA! BABACA! LÁ LÁ LÁ LÁ LÁ… BABACAAAAAA”

Na semana seguinte, Siago veio me visitar com a Sobrinha. No caminho para o Zoológico…

Siago: “Passamos por um tiroteio! UM TIROTEIO. Você não tem vergonha, Sally?”

Sally: “Deixa de drama…”

Sobrinha: “Tiiiiooo… eu tô tão feliz que vou ver o elefante! até hoje eu só tinha visto…”

Siago: “O ELEFANTE DE BRINQUEDO. Tô sabendo”

Sobrinha: “Tia Sally, quais são os bichos que tem no Zoológico daqui?”

Sally: “Macaco, Leão, Girafa, Elefante, tigre…”

Siago: “Zoológico… NESSE CALOR!”

Sally: “Isso não é calor. Você não sabe o que é calor!”

Siago: “Lá vou eu passar o meu dia cheirando bosta de bicho”

Sobrinha: “Tio, o que é bosta?”

Sally: “É o que o seu Tio tem dentro da cabeça”

Siago: “Por isso que seu Tio namora com a sua Tia Sally”

Chegando no Zoológico, nos deparamos com uma fila improvável. Aparentemente havia excursões de colégios ou algo do tipo, porque trocentas crianças uniformizadas lotavam a entrada aos berros.

Siago: “Tá feliz?”

Sally: “Tô”

Siago: “TÁ FELIZ?”

Sally: “TÔ”

Siago: “Inacreditável. Só comigo que isso acontece!”

Sally: “Sabe, Siago… você diz que Deus não existe…”

Siago:

Sally: “Mas eu acho que existe sim. Existe e ele é SÁDICO”

Siago: *bufando

Sally: “E acho que hoje ele vai te torturar. Cuidado para o macaco não jogar excrementos em você…”

Sobrinha: “Tia Sally, o que é excrementos?”

Sally: “Também é o que seu Tio tem na cabeça”

Siago: “Por isso que seu Tio namora com a sua Tia Sally”

Sally: “aff…”

Siago: “Macaco jogando bosta nas visitas! Até os macacos são mal educados no Hell de Janeiro”

Logo na entrada, estava a jaula dos Babuínos. Siago Tomir, como sempre, muito oportuno, difundindo seu conhecimento em biologia

Sobrinha: “Tiiioooo… porque o macaco tem o bumbum vermelho?”

Siago: *bufando

Sobrinha: “Tiiioooo… porque o macaco tem o bumbum vermelho?”

Siago: “Porque ele tem hemorróidas!”

Sally: “Você não tem vergonha de trollar uma criancinha não?”

Sobrinha: “Tiiiioooo, o que são hemorróidas?”

Siago: “Pergunta pro seu Tio-Avô, ele também tem”

Siago Tomir é tãããão família…

Depois passamos pelo hipopótamo:

Sobrinha: “Tia Sally, que bicho é esse?”

Sally: “Esse é o hipop…”

Siago: “É a Tia Maristela, uma Amiga da Tia Sally! HAHAHAHAHA” – porque sim, ele ri da própria piada, ele é esse tipo de pessoa

Sally: * cara feia

Sobrinha: “Tia Sally, você é amiga de uma hipopótama?”

Siago: “HAHAHAHAHAHAHA”

Sally: “Como você é infantil…”

Siago: “Ela é amiga de uma pessoa que parece muito com esse hipopótamo”

Sally: *tentando mudar de assunto “Olha que fofinho o hipopótamo! Não é fofinho?”

Siago: “Fofinho? ele fica na água onde ele faz cocô e xixi! Isso é fofinho?”

Sobrinha: * cara de nojo

Sally: “Você está proibido de falar enquanto a gente estiver no setor dos hipopótamos” *beliscando Siago

Siago: *fazendo gesto em uma alusão a pessoa obesa e apontando pro hipopótamo

No setor dos primatas…

Sobrinha: “É um macaco?”

Siago: *encarando o macaco com cara feia

Sally: “É sim, é um tipo de macaco chamado Chimpanzé”

Sobrinha: “O que o macaco tá fazendo, Tia Sally?”

Siago: * encarando o macaco com cara feia

Sally: “Ele tá pegando alguma coisa do chão…”

Siago: *encarando o macaco com cara feia

Sally: Ihhh…

O Chimpanzé começa a arremessar fezes na nossa direção

Siago: “Mas que bicho filho da puta!”

Sobrinha: “O macaco é filho de quem?”

Sally: “São as suas energias negativas, Madame! Você aborreceu o macaco!”

Siago: “A culpa é MINHA? É isso?”

Sally: “Precisava ficar encarando o macaco?”

Siago: “Você quer que eu peide para um macaco?”

Sally: “Não acredito que você está competindo com um macaco!”

Sobrinha: “Eu acho que o macaco ganhou! hahahaha”

Siago armou uma tromba e ficou de mau humor o resto do passeio

Na jaula do Leão:

Sobrinha: “É um tigre?”

Sally: “Não, Meu Amor, é um leão”

Sobrinha: “Porque não é um tigre?”

Sally: “O tigre é listrado, o leão é amarelinho. E o leão tem esse pêlo em volta da cabeça, que se chama juba”

Siago: “Igual à sua Tia Raquel”

Sally: “SIAGO!”

Siago: “Mas não parece?”

Sally: “Além de falar mal das minhas amigas, agora você vai falar mal da sua família também?”

Siago: “E como!”

Sally: “Siago! Crianças repetem tudo! E se ela solta isso em um almoço de família?”

Siago: “Naqueles que eu nunca vou? Observe eu não me importar!”

Sally: “Você ainda vai ter problemas!”

Siago: “Mais? Eu já sou ovelha negra da família…”

Sobrinha: “O que o Leão está fazendo?”

Siago:

Sally:

Sobrinha: ” O QUE O LEÃO ESTÁ FAZENDO?”

Siago: “Sally, o que o leão está fazendo?”

Sally: * palavrão mental “Ele tá… ele tá… ele tá namorando com a leoa…”

Assim que acabaram de fazer sexo, a leoa enfiou a porrada muito seriamente no leão

Sobrinha: “Isso é namorar?”

Sally: “é…”

Sobrinha: “Vocês namoram?”

Somir: “Saindo daqui você vai ligar as trompas, combinado?”

Sally: “Combinado”

Sobrinha: “VOCÊS NAMORAM QUE NEM O LEÃO?”

* Todos os transeuntes pararam para olhar a resposta

Sally: “Não, Meu Amor. A gente namora também, mas leão é bicho, namora de um jeito. Nós somos gente, namoramos de outro”

Sobrinha: “Mas quando vocês brigam, parece com o leão”

* Todos os transeuntes olharam com cara de reprovação

Siago: “Puxa ela pelo braço antes que alguém chame o Conselho Tutelar e uma Assistente Social tire ela de nós”

Saimos correndo para outro setor. Por sorte no final do corredor dos felinos fica o elefante, o que fez com que o assunto mude rapidamente. Quando a sobrinha do Somir viu o elefante só faltou chorar de emoção.

Sobrinha: “TIOOOO! TIOOO! OLHA O ELEFAAANTE!”

Siago: “E o cheiro… que elefante fedido!”

Sally: *beliscando Somir “Não tira a magia do momento!”

Sobrinha: “Eu quero uma foto com o elefante!”

Peguei a menina no colo e viramos de costas para o elefante, para tirar a foto com ele ao fundo. Siago se posicionou (porque sim, ele se acha fotógrafo profissional) e começou a tirar várias fotos sorrindo. Siago Tomir sorrindo, naquelas condições, me preocupou. Dei um confere na minha roupa para ver se eu não estava pagando peitinho ou calcinha, porque tinha alguma coisa errada. Não achei nada errado, então, a Sobrinha e eu sorrimos, acenamos e mandamos beijinhos enquanto ele tirava as fotos.

Só depois eu vi o motivo da graça, quando ele baixou as fotos no computador: o elefante simplesmente virou de costas e começou a cagar no momento das fotos. Ficou uma coisa linda: as duas sorrindo, acenando e mandando beijinhos com uma bunda de elefante despejando toneladas de bosta ao fundo! Me digam, ele não podia ter avisado? Ele não podia ter esperado o elefante acabar de cagar? A lembrança que a sobrinha dele tem do elefante, o bicho que ela mais gosta, nesse momento tão especial, é um amontoado de bosta!

Na volta, resolvi brincar com a Sobrinha do Siago:

Sally: “Me conta tudo que você aprendeu hoje! Quero saber o que você vai contar para a sua mãe sobre o nosso passeio!”

A menina ficou pensativa e começou a contar em silêncio nos dedos das mãos

Sobrinha: “TRAVECO, BOSTA, EXCREMENTO, MULHER DE TROMBA, BABACA, VIETNÃ, HEMORRÓIDAS, MACACO FILHO DA PUTA”

Siago: “Fudeu”

Sobrinha: “TRAVECO, BOSTA, EXCREMENTO, MULHER DE TROMBA, BABACA, VIETNÃ, HEMORRÓIDAS, MACACO FILHO DA PUTA, FUDEEEEEEU! HAHAHAHAHA”

A irmã de Siago NUNCA MAIS deixou a filha com ele quando viaja. E já se passaram anos…

Para dizer que agora entende porque eu sempre digo que não quero ter filhos, para dizer que ir ao zoológico com a gente é divertido e para lamentar que o macaco não tenha acertado no arremesso: sally@desfavor.com

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“A primeira escola brasileira voltada para o público gay deve começar a funcionar no próximo ano, em Campinas (93 km de São Paulo). A Escola Jovem LGTB (Lésbicas, Gays, Transexuais e Bissexuais) vai oferecer, entre outras matérias, a de formação de drag queens.”

Quando li esta notícia no jornal de domingo minha primeira reação foi de revolta. Minto, minha primeira reação foi ligar para o Somir e sacanear Campinas. Mas a segunda reação foi de revolta. Sabe aquele discurso fácil de dizer que isso é uma forma de discriminação? Pois é. Achei meio segregacionista.

Depois, conversando com amigos gays e refletindo um pouco mais, me passou pela cabeça que este tipo de iniciativa pode parecer incorreta em tese, mas na prática pode se mostrar muito útil. Segregacionista seria se todos os gays fossem obrigados a freqüentar escolas voltadas apenas para homossexuais. Não é isso que está acontecendo. Abriu-se uma possibilidade para QUEM QUISER freqüentar uma escola voltada para o público gay.

“Mas Sally, se eles são iguais aos heteros, porque uma escola só para eles?”. Porque infelizmente a maior parte dos heteros tem um preconceito galopante, ainda que velado, que faz com que muitos homossexuais se sintam desconfortáveis e passem por alguns constrangimentos que nós nem sonhamos nas pequenas atividades do dia a dia.

Ninguém está proibindo homossexuais de freqüentar qualquer lugar. Apenas se está facultando que freqüentem, se quiserem, um local onde sabem que existirão outras pessoas com uma característica em comum: a predileção por pessoas do mesmo sexo. Na minha cabecinha tosca, não tem muita diferença entre isso e uma escola para descendentes de japoneses ou italianos. São pessoas com características em comum reunidas.

Talvez seja meio rude ou meio grosseiro reunir pessoas em função de sua sexualidade. Mas, conversando com um grande amigo meu assumidamente gay, fui apresentada a argumentos de ordem prática sobre os quais nunca havia pensado. Ele me disse, por exemplo, o quanto é difícil para homossexuais flertar e conhecer pretendentes, porque como se não bastasse a situação estar complicada para todo mundo, eles ainda tem que lidar com a barreira extra de tentar depreender quem é gay e quem não é, correndo o risco de levar um murro se errar no julgamento.

Segundo este meu amigo, teria sido um alívio para ele poder freqüentar no dia a dia um local onde sabe que todos tem a mesma opção sexual que ele, onde poderia conhecer e flertar casualmente, sem aquele clima de “vou para a buatchiii gay tentar me arrumar”. Teria sido, nas palavras dele, um “facilitador” e tanto.

Eu gosto de estar no meio “dos meus”. Tenho prazer em me reunir com pessoas com as quais tenho alguma afinidade específica e formar grupos. Me faz sentir melhor saber que existem pessoas com as mesmas predileções e escolhas de vida. Eu também vejo esse sentimento aqui no blog. Quando tratamos de assuntos polêmicos, sempre recebo uma penca de e-mails ou comentários dizendo “Que bom saber que tem mais gente que pensa como eu, me sinto melhor”. Andar entre semelhantes mitiga uma sensação de desamparo e inadequação que todos nós temos de tempos em tempos. Os críticos desta escola voltada para o público homossexual deveriam pensar um pouco nisso antes de sair dando as pedradas violentas no projeto. É muito fácil criticar em tese.

E nem vou rebater as críticas sobre a verba gasta para esse projeto, cerca de R$ 180 mil reais, porque depois da quantia que foi destinada a publicidade do atual governo, vide a postagem de sábado, acho que esse valor é irrisório.

Existem pesquisas comprovando que muitos jovens abandonam seus estudos em função do preconceito que sofrem no que diz respeito a sua sexualidade. Para quem acha ruim uma escola voltada para o público gay, eu pergunto qual seria a sugestão para que estes jovens continuem estudando. Porque todo mundo critica, mas ninguém oferece uma solução melhor.

Talvez muitos aqui pensem como eu pensava ao ler a notícia pela primeira vez: como um projeto preconceituoso e desnecessário. Conversando com os maiores interessados, revi meus conceitos. Porque esse papo de igualdade formal é balela, a igualdade tem que ser substancial. Tratar os iguais como iguais e tratar os desiguais como desiguais, na medida de sua desigualdade, buscando a inclusão social.

Confesso que não gosto do termo “Escola Gay”. O termo “Escola Gay” pode passar uma imagem errada. A escola não é apenas para gays. Heteros podem se matricular caso queiram, entretanto, o público alvo são os homossexuais. Seria interessante colocar um hetero no meio de muitos gays para que ele se sinta como minoria uma vez na vida. Pequenas coisas, que nós nem sonhamos, como o constrangimento ao utilizar o banheiro masculino, podem tornar a vida de estudantes um inferno e nada como se colocar no lugar do outro para aprender a ser mais tolerante.

A maior dificuldade dos gays é se expressar livremente, justamente aquilo a que a escola se propõe. Um local onde todos possam se expressar livremente. “Mas Sally, ninguém nunca proibiu um gay de falar em lugar nenhum!”. Talvez não com palavras, mas quando se é minoria e parte da sociedade tem preconceito contra você, é bem provável que você não se sinta muito confortável para se expressar.

O curioso é que a imprensa fez questão de noticiar que esta escola gay ministrará “cursos para formação de drag queens”. Foda. Fica parecendo que os alunos entrarão de calça jeans e sairão cheios de plumas, paetês e cílios postiços. Fica parecendo que não é um projeto sério. Deveriam divulgar que se estudará literatura, artes cênicas, artes plásticas, até mesmo a criação de uma revista (coloca este Flertando com o Desastre na revistinha purpurinada, gentemmm!) e história relacionada com a cultura gay. Porque sim, e bacana conhecer toda a história da luta gay ao longo dos séculos e as personalidades famosas que davam ré no quibe. (me permito brincar, porque não tenho preconceitos. vou tratar gays como iguais, sacanenado quando quiser, da mesma forma como faço com argentinos, com vascaínos e com o Somir, nem venham com discurso)

Este tipo de iniciativa já vem sendo colocada em prática em outras partes do mundo. Nos EUA, por exemplo, existem escolas destinadas a homossexuais desde 2003. E nem de longe foi essa polêmica toda que estão criando aqui. Dá vergonha de ler alguns dos comentários em sites e blogs que tratam sobre o assunto.

Mesmo que tudo mais dê errado e na prática o projeto se mostre um fracasso por uma série de motivos, já teve uma repercussão positiva: fez a sociedade discutir. Cutucou os homofóbicos: “Ei! Gays existem, e cada vez temos mais gays se assumindo, eles são uma realidade, a ponto de justificar criar uma escola só para eles. Eles vieram para ficar, é melhor você se acostumar. NÃO é doença, tanto é que o governo está financiando estudo voltado para este público. Sim, eles são socialmente aceitos, só você que não aceita, melhor se acostumar com a diversidade”

E nem pensem em começar a me dizer que o Brasil não tem mais preconceito contra homossexuais. Quantos beijos gays não foram censurados em novelas? Toda novela neguinho ameaça colocar um beijo gay no ar e nunca sai! Os casais gays de novela são IRREAIS, trocam apenas olhares tenros, enquanto o José Mayer (que ódio deste cidadão onipresente…) passa a vara em geral, na cama, na escada ou na praia deserta. Alou, Rede Globooo! Choca muito mais José Mayer de sunga mostrando suas pelanquinhas com sua carinha de Pug montado em cima de uma menina com idade para ser sua filha, trocando chupões do que dois atores lindinhos metendo a língua um na boca do outro!

Meus queridos, os Gays vão dominar o mundo – e eu acho isso ótimo. Eles tem a força de um homem e a sensibilidade de uma mulher, o que os torna mais completos do que nós, heteros. Tem menos filhos, o que os torna um sucesso na carreira e com muito dinheiro no bolso por não ter que pagar creche, fralda e cia. São divertidos. São amigos da mulherada. Te levam para o shopping e não querem te comer! Te levam para jantar, tem um ótimo papo e não querem te comer! Anota aí: VAI CHEGAR UMA HORA QUE GAYS SERÃO A MAIORIA E NÓS, HETEROS, MINORIA – e o mundo vai ser bem melhor.

Um recadinho aos homofóbicos que criticam o projeto: Cuidado com o tratamento que você dá às pessoas quando está subindo, pois são estas mesmas pessoas que você vai encontrar quando estiver descendo. O mundo é gay, acostumem-se. Da mesma forma que existem escolas para público predominantemente judeu, para público predominantemente italiano, e para outros públicos, as escolas para público predominantemente gay vieram para ficar e são tão legítimas quanto.

Incomoda tanto assim como a pessoa escolhe ter prazer quando faz sexo? Já pensou se as SUAS formas de ter prazer durante o sexo fossem detalhadas em público? Será que você seria considerado tão normal assim?

Aguardo ansiosamente pela primeira escola para ateus.

Para aqueles que se interessarem pelo projeto e quiserem participar: escola@e-jovem.com

Para pedir que eu coloque ordem no galinheiro, já que o Somir vem atrasando seus textos, para dizer que Escola Gay só podia ser em Campinas mesmo e para dizer que vai mandar um e-mail mas é para matricular “um amigo” seu: sally@desfavor.com

Espíritos do mal, transformem esta forma decadente em UMA VERGONHA!

Passou o ano e nenhum filho da puta se habilitou a processar a gente. Isso prova a nossa teoria de que gentinha babaca e covarde se sente mais protegida ao ficar alardeando que vai processar caso falem mal, mas na hora do vamos ver, todo mundo peida. Quem sabe neste ano alguém se habilita a de fato nos processar. Já não me iludo. As pessoas não tem um pingo de vergonha na cara, só sabem bravatear.

O Processa Eu de hoje fala de uma pessoa babaquinha, sem brilho algum, que se não tivesse feito uma grande merda recentemente teria passado despercebido pelo Desfavor. Sempre foi um arrogante elitista, mas sabe como é, tem tantos desses por aí! Precisou dar uma amostra pública de escrotidão. Preconceituoso? Sim, e pior: burro e incompetente. Como toda pessoa que é pouca merda, não tem pudor de diminuir os outros. O Processa Eu de hoje é sobre Córis Basoy. ISTO É UMA VERGONHA!

Córis é o filho mais novo dentre cinco irmãos. Sua família é de origem russa e são judeus. Na TV ele parece todo seguro de si, todo fodão dono da verdade, voz do bom senso e da sabedoria. Nada disso. É um inseguro daqueles que usam agressividade como defesa.

Quando tinha um aninho, Córis teve poliomelite (tenham em mente que quando ele tinha um ano de idade, não existia vacina… provavelmente não existia nem luz elétrica). A doença deixou seqüelas, até os dez anos de idade Córis mal podia andar. Usava aqueles suportes de metal estilo Forrest Gump. Recebeu apelidos como Mula Manca (Desfavor acha bacana passar a chamá-lo assim nos dias de hoje) e era excluído das brincadeiras porque não podia correr. Há relatos sobre como isso o deixou inseguro e fragilizado. Parece que o trauma se estende até hoje.

Sem querer levantar uma nova lebre, vamos ler uma entrevista que o próprio concedeu contando sobre sua infância e sua condição: “Eu percebia que era um incômodo, estorvo. Muitas vezes essas coisas ficaram caladas em meu pequeno peito infantil.” Duas perguntas: Porque o tempo verbal no passado? ERA um estorvo? ERA um incômodo? E “meu pequeno peito infantil”? Quem se refere a um sofrimento represado como “em meu pequeno peito infantil”?

Aos nove anos de idade foi levado aos EUA para fazer uma cirurgia e aos dez voltou a andar. Mas a insegurança nunca o deixou. Curiosamente hoje ostenta um discurso anti-preconceito seletivo. Para aqueles que sofrem dos mesmos problemas que ele sofreu, há compreensão, amor e carinho. Para os demais, deboche, humilhação e falta de respeito.

Essa pinta de sabe-tudo e dono da verdade é embuste. Nosso suposto “mente brilhante” foi reprovado diversas vezes no colégio. “Mas Sally, o bichinho estava numa cadeira de rodas, normal ele ter dificuldades”. Não, não. Ele foi reprovado diversas vezes no segundo grau. Seria ele burro ou vagabundo? Talvez ambos. Depois foi cursar direito, mas nunca chegou a se formar. Que curriculum acadêmico bacana! Melhor assim, direito não é um curso para inseguros. Não tem iluminação que ajude a parecer mais bacana, não tem maquiagem e não tem esquema de regravar quando erra. A. Mula Manca não teria se dado bem por lá.

Como não podia jogar futebol por causa de sua condição ponto e vírgula e também não podia ficar no gol porque era míope, era juiz de jogos de futebol de várzea. Um dia, apitou uma final e foi ameaçado por ambos os times. O que ele fez? Ele peitou e apitou como queria? Não. Ele afinou e o cagasso era tanto que demorou mais dez minutos além do tempo regulamentar para terminar o jogo. E não teve coragem de apitar o fim do jogo! Aconteceu uma briga e ele, em vez de impor moral e separar, saiu correndo com a bola e o apito e pegou um táxi. Nunca mais apitou. Pelo visto ele só é valente atrás das câmeras.

Não tendo diploma, teve que cavucar alguma atividade que não precise de estudo universitário. Caiu para o jornalismo. Qualquer um pode ser (ou ao menos, se dizer) jornalista: Bavid Drasil, Relso Cussomano e até mesmo Cudovil. Porque não ele? Em 1956 (espíritos do mal, transformem esta forma decadente…) foi trabalhar como narrador esportivo em uma emissora de rádio. Fico me perguntando como seria a narração de uma pessoa como ele, todo fresco, cheio de viadagens e chiliquento.

Como veio de uma família relativamente influente e com um dinheiro razoável, recebeu um empurrão aqui, outro ali e nessa foi subindo na vida. O repetente sem diploma não podia andar pelas próprias pernas (Há!). Nessa foi subindo. Porque na Suíça, competência profissional (que profissão?) nem sempre conta muito. Muitas vezes valem mais os contatos. Chegou a ser Secretário de Imprensa e, pasmem, SECRETÁRIO DE AGRICULTURA. Vocês visualizam esse mauricinho arrogante plantando um pé de mandioca? (sintam-se livres para fazer piadas de duplo sentido). O que esse cidadão entende de agricultura?

Em 1974 entrou no jornal Folha de Pão Saulo, um dos jornais mais arrogantes, babacas e donos da verdade da Suíça. O jornaleco com pretensões intelectualóides e opiniões sempre a favor do contra idolatrado pelas supostas mentes pensantes suíças era a cara de Córis Basoy.

Normalmente quem ingressa em uma grande corporação como um jornal de grande circulação rala pra caralho para conseguir galgar todos os degraus, para, quem sabe um dia, depois de anos, alcançar um posto de destaque. Mas não Córis, o repetente que nem diploma tinha, que apenas TRÊS MESES depois de entrar no Jornal Dono da Verdade chegou a EDITOR-CHEFE. Ahhhh… como deve ser bom ter um trampolim para ser catapultado profissionalmente sem fazer esforço!

Ficou no jornal poucos anos, saindo para ocupar outro cargo no mesmo esquema de “por favor, emprega meu filho que não conseguiu se formar em nada aí, ele é burrinho mas é um bom garoto”. Acabou voltando ao mesmo Jornal Sou de Esquerda Mas Não Mexa nos Meus Bens em 1977, desta vez chegando a ser o editor responsável pelo jornal.

Na TV, começou em 1961, atuando como repórter de um programa pré-histórico que nem vou citar o nome porque quase todos nós estávamos no saco dos nossos pais na época. Muito tempo depois, foi para o SST, Sistema Suíço de Televisão, uma emissora sensacionalista cujo dono joga notas de dinheiro para ver os pobres se estapeando para pegar. Mais tarde foi para outra emissora. Nem vale a pena entrar em detalhes, porque na Suíça só tem duas emissoras: Rede Bobo e o resto. Córis sempre viveu no resto.

Como lhe é peculiar, defendeu a seu modo a ditadura militar. Durante o período da ditadura ele estava ali, em um grande jornal, dando suporte (até porque, se não estivesse dando suporte ocupando um cargo tão visado, estaria morto ou teria sido exilado). É a cara dele gostar da ditadura (com ou sem trocadilhos). Coloca aí no curriculum dele: DELATOR DO CCC – COMANDO DE CAÇA AOS COMUNISTAS. Dedurou um monte de gente.

Seu estilo sempre foi o mesmo. Ar de revoltadinho indignado com desmandos que ele se permitiu a vida toda mas não permitiu aos outros. Como ousa falar mal de alguém que entra pela janela em alguma instituição? De alguém que sobe na vida graças a contatos, ligações e conxavos? Como é que um delator ousa falar em ética?

Ainda me lembro de quando ele foi demitido de um canal furreca em 2006, por ser uma pessoa extremamente difícil, arrogante e não se dar bem com ninguém. Córis culpou um partido político, aquele do Presidente da Suíça, dizendo que este partido fez pressão para que ele seja demitido (são sempre os outros…)

Por fim, este cidadão se firmou como âncora de telejornais. Quão difícil pode ser? Ele tem que LER as notícias. Não precisa pensar, não precisa criar, ele tem que LER. Mas pelo visto, é extremamente difícil para esta pessoa manter sua língua venenosa dentro de sua boca. Em um lastimável episódio recente, enquanto exibia diversos suíços desejando votos de “Feliz Ano Novo” e demais breguices, Córis comentou, ao ver a imagem de dois lixeiros no ar:

“Que merda: dois lixeiros desejando felicidades… do alto de suas vassouras… dois lixeiros… o mais baixo da escala do trabalho”

Não, Córis. Não são não. Eles fizeram concurso para estar ali. E passaram. Ao contrário de você, que entrou pelo janelão mais de uma vez. Eles exercem o trabalho deles de forma correta, ao contrário de você. Eles não tem preconceitos, ao contrário de você.

Pior foi o pedido de desculpas dele no dia seguinte. Você vê que ele não está nem um pouco arrependido. Sabe dois irmãos quando brigam e a mãe obriga a fazerem as pazes sob pena de todo mundo apanhar? Foi mais ou menos isso, foi mais ou menos um “pede desculpas pro seu irmão já!”, seguido de um “desculpa” cuspido da boca para fora:

“Ontem, durante o intervalo do ‘Jornal da Band’, em um vazamento de áudio, eu disse uma frase infeliz, que ofendeu os garis. Por isso, quero pedir profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do ‘Jornal da Band’.”

Ele não pareceu nem um pouco mortificado com as ofensas que proferiu. Ele LEU o pedido de desculpas, do tipo “eu nem queria falar esta merda, mas escreveram pra mim e me mandaram falar”. E corre o boato de bastidores que esse microfone ligado foi proposital, porque as pessoas que trabalham com ele estavam tão de saco cheio de ouvir esses comentários pejorativos preconceituosos que decidiram dar um basta e deixar um furo para ele se foder todo. E quer saber? Bem feito.

Hoje, ele se faz de vítima e diz sofrer horrores com cyberbullying. Para meu espanto, um colega seu de emissora ainda saiu em sua defesa. E para meu espanto maior ainda, a Mula Manca não perdeu o emprego. Suíça é assim, essa coisa meio cristã de “faça quanta merda quiser, se você se desculpar e se arrepender depois, tá tudo bem”. É isso aí, se você se desculpar depois, pode fazer qualquer merda, porque a reprovação social cai em cima de quem não aceita as desculpas: “Ai que horror, ele se desculpou, coitado”. Vai dar meia hora de cu, porque aqui a gente tem o coração azedo e desculpa é o caralho.

Há relatos de que a uma ação cível, movida pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes (Fenascon) estaria movendo ações contra ele, ao que parece, criminais. Não, gente! Não! Eu já não falei que ele é judeu? Bate onde dói, gente! Não pede cadeia, pede indenização! Dinheiro!

Uma jornalista (que escreve “menas” em seu blog, mas tudo bem) saiu em defesa da Mula Manca dizendo que este comentário não muda em nada os anos de excelente jornalismo. Hã? Excelente? Apoiando ditadura militar? Entrando nos empregos pela janela? Destratando sistematicamente seus colegas de trabalho e subordinados? Fazendo aquela carinha de arrogante mostrando aquela dentição medonha para as câmeras? E mesmo que fosse um bom jornalista, QUE NÃO É, mudaria sim. Mudaria porque veríamos que sempre foi um hipócrita e que no fundo é uma pessoa babaca.

Córis nunca casou ou teve filhos. Sempre tem alguém que chove no molhado e diz que ele é gay. Tudo bem, mas gays casam, tem relacionamentos afetivos e eventualmente adotam crianças, de onde se depreende que a Mula Manca nunca casou porque tem uma personalidade repulsiva mesmo. “Mas Sally, o cara é uma bicha e você não vai sacanear isso?”. Não, não acho demérito ser gay. O grande demérito é que ele seja um recalcado covarde passivo-agressivo de merda. Mas só para constar, assim, só para garantir o processo: GAYZÃO. E sem culhões de se assumir. E deve ser passivo, porque Gezuiz que me perdoe, mas tem uma cara de quem dá esse rabo muchiba…

A maior vergonha é que a sociedade suíça não se volte contra este bosta. Por muito menos do que isso você ou eu perderíamos nossos empregos. Ele continua lá, todo pimpão, crente crente que o povo suíço vai esquecer. O mesmo esquecimento que ele sempre condenou. Sr. Mula Manca, o Sr. não tem um pingo de vergonha nessa sua cara não? Chega a ser uma psicopatia continuar apresentando um jornal como se nada. Muita falta de vergonha na cara, muita falta de dignidade, muita tara por dinheiro. Como ousa ficar repetindo ISTO É UMA VERGONHA?

VERGONHA é uma pessoa tão escrota, com uma cabeça tão fodida, entrar todos os dias em milhares de lares suíços para informar e forma a opinião de diversas famílias. VERGONHA é uma fraude como este sujeito, que não passa de um inseguro, arrogante, despreparado para a vida e para a profissão ter voz ativa para falar a todo um povo. VERGONHA é ninguém dar uma surra de vassoura de gari nele. Se eu encontar na rua, eu cumpro meu dever cívico e dou na cara dele, acho bom ele correr para pegar um taxi mais uma vez. Porque certas pessoas, só na porrada mesmo. Será que a Mula Manca vai achar bom quando ele for o lado humilhado em vez do lado que humilha?

Para dizer que não vai mais voltar aqui porque este blog estimula a violência, para dizer que essa ofensa aos garis ficaram caladas em seu pequeno peito infantil e para chamar Córis Basoy de Mula Manca: sally@desfavor.com