Des Contos

Quando você namora uma pessoa que mora longe, que aproveitar ao máximo cada momento. Começo de namoro, então, é pior ainda. Você quer fazer surpresas, quer criar momentos marcantes. Infelizmente, quando você namora com uma pessoa que nasceu sem coração, as únicas surpresas que relamente agradam são as de cunho sexual. Isto já me fez passar diversos maus momentos com a Madame que divide o blog comigo e hoje vou contar um deles: Siago Tomir + Eu, Desfavor.

Um belo dia decidi fazer uma surpresa desse tipo a Siago Tomir. Por algum motivo, a imbecilóide aqui achou que seria bacana ir buscá-lo no aeroporto usando uma lingerie bem ousada e um sapato de salto muito alto – apenas. Queria ver a reação dele ao entrar no meu carro e me ver assim. Eu sempre o buscava já do lado de fora do aeroporto, por isso, como sabia que não teria que sair do carro, me pareceu uma boa idéia. Sim, isto é uma constante na minha vida. As maiores merdas que eu faço me parecem uma boa idéia em um primeiro momento. Um misto de falta de discernimento com burrice.

Coloquei um casacão tipo sobretudo e uma lingerie por baixo, porque a lingerie era tão cheia de trecos que não dava nem para colocar um vestido ou uma calça. Era verão, o que implica em 35º à noite. Mas como eu só usaria o casaco do caminho do elavador até o carro, achei que não teria problema. Entrei no carro, tirei o casacão e o coloquei no banco de trás. Lá fui eu, dirigindo que nem uma lesma para não correr o risco de me envolver em nenhum acidente. Cheguei no aeroporto e parei o carro na área de desembarque. Enquanto esperava ouvindo música, me achando 100% protegida pelos vidros pretos do meu carro, percebi que outro carro de aproximava em alta velocidade.

Meio segundo depois, uma batida. Não em mim, mas em um taxista que estava saindo da área de desembarque e bateu no carrão importado que vinha em alta velocidade. Uma batida feia. O taxista saiu do carro com a cara ensanguentada berrando e o motorista do carrão, um atorzinho global, saiu do carro com um olhar e uns trejeitos tipo Rafael Pilha, que indicavam o uso de algum tipo de substância questionável.

Essa mania babaca que eu tenho de me meter fez com que eu abra dois dedos do vidro e pergunte: “Tá todo mundo bem? Vocês precisam de ajuda? Quer que chame uma ambulância?”. Ambos fizeram sinal de que estavam bem e eu fechei de volta o vidro. Não deu nem dez segundos, começaram a bater boca. Para quem não sabe, alguns (eu disse alguns, antes que o sindicato dos taxistas venha aqui dizer que vai me processar para depois não processar porra nenhuma) taxistas do Rio de Janeiro podem ser bastante estressados. Não recomendo brigar com taxista. Muitos andam armados. Mas o Global estava se sentindo invencível, e começou a colocar a culpa do acidente no taxista, que não teve culpa alguma. E falar sem parar todo tipo de inconveniência. Gente cheirada é uma merda.

A briga foi aumentando. A coisa foi ficando feia. Começou a juntar gente em volta. Não que alguém fosse apartar, geralmente os populares daqui ou ficam olhando ou ainda botam pilha. Taxista e Global começaram a trocar ameaças. Eu peguei o celular e comecei a ligar para Siago Tomir, porque queria sair logo dali, com medo de levar uma rebarba de um tiro. O telefone toca e eu vejo Siago Tomir pelo meu retrovisor, parado em um cantinho, lá atrás, do lado de fora, procurando o celular e FUMANDO:

Sally: “Siago, você já desembarcou?”

Tomir: “Já. Estou tomando uma coca-cola. Você já chegou?”

Sally: “Já cheguei sim, Meu Amor”

Tomir: “Assim que eu acabar aqui eu te encontro”

Sally: “Tá gostosa a coca-cola?”

Tomir: “Oi?”

Sally: “Meu sexto sentido me diz que você está fumando”

Tomir: “Não, não estou”

Sally: “Então devo estar enganada”

Tomir: “Está sim”

Sally: “Até porque, se você estiver fumando, eu vou sentir o cheiro”

Tomir: “Não começa, Sally! Tem pessoas fumando perto de mim, se eu estiver com cheiro, é do cigarro dos outros”

Sally: “Na sua boca?”

Tomir: “hahaha” *riso nervoso

Sally: “Bom, só liguei porque tá tendo um quase tiroteio aqui, queria te pedir que viesse logo”

Tomir: “TÔ INDO!”

Não-cariocas costumam ficar nervosos em situações de violência urbana. A gente aqui no Rio meio que se acostumou e nem se assusta tanto. Mas Siago Tomir ficava alarmado. Fiquei olhando pelo retrovisor e vi ele jogando o cigarro pro alto desesperado, enchendo a boca de balas e correndo com a mala na mão. Enquanto isso, o Global ameaçava o Taxista e o chamava de “seu merda” e um carro da polícia parava no local.

Taxista: “Ele bateu no meu carro! Ele vinha em alta velocidade, feito um maluco!”

Global: “MENTIRA!”

Taxista: “Mentira porra nenhuma, seu playboy! Você tava em alta velocidade sim!”

Global: “MENTIRA!”

Policial: “Tem testemunhas?”

Todos olharam em direção a meu carro. Senti aquela sensação de “tem coisas que só acontecem comigo”. O policial se aproximou do meu carro. Abri dois dedinhos da janela, enquanto Siago Tomir se aproximava correndo do carro.

Policial: “Boa noite”

Sally: “Boa noite”

Policial: “A Senhora presenciou o evento?”

Sally: “Presenciei”

Policial: “A senhora sabe precisar se o condutor que abalroou o veículo estava em alta velocidade?”

Sally: “Altíssima velocidade”

Global: “MENTIRA!”

Policial: “A Senhora pode sair do veículo para prestar alguns esclarecimentos?”

Sally: “Não”

Policial, Taxista e Global se olharam com cara de interrogação. Somir, que tinha acabado de chegar, também me olhou com uma cara estranha. O Policial ficou visivelmente puto. El achou que eu estava escondendo algo ou fazendo algo de errado.

Sally: “Quer dizer… até posso, mas preciso de uns minutinhos. Deixa eu fechar o vidro e já já eu saio…”

Policial: “Senhora, saia do veículo agora”

Sally: “Só um minutinho…”

Policial: “Agora”

Existem policiais que quando se acham confrontados querem mostrar poder. Não são todos, mas infelizmente era o caso deste. Ele achou que eu ia esconder alguma coisa, ou pegar alguma arma ou fazer alguma merda e queria me fazer sair do carro na mesma hora. Eu queria fechar o vidro e colocar meu casacão, mesmo sendo verão.

Sally: “Não”

Tomir: “Sally… p que está acontecendo?”

Sally: “Cala a boca que você estava fumando”

Tomir:

Policial: “Senhora, saia do veículo”

Tomir tentou abrir a porta do carro. Em um golpe ninja, tranquei as portas gritando “NÃÃÃÃÃÃO!”

Tomir: “Tem alguém aí com você?” * visivelmente puto

Sally: “Tem sim, vim te buscar com meu amante no banco de trás do carro, eu espertona!”

Taxista: “Ô Dona, desce logo desse carro e vamos acabar com isso”

Global: “Eu vou embora”

Policial: “Ninguém sai daqui”

Global: “Você sabe com quem você está falando?”

Taxista: “Seu playboy! Você vai ter que pagar meu prejuízo!”

Global:Fala com o meu advogado! Quero ver provar!”

Pensei em me virar e pegar o casacão, mas para isso teria que levantar a bunda para o alto e todo mundo veria até o meu útero. Peguei meu celular e mandei uma mensagem de texto para o Tomir:

SÓ DE CALCINHA. TIRA O POLICIAL DAQUI

Tomir recebeu, leu e ficou com a cara toda vermelha. Depois ficou me fuzilando com o olhar. A veia na testa dele começou a saltar. Quando a veia na testa dele salta, coisas boas não acontecem.

Tomir: “Acho que estou enfartando!”

Tomir se jogou no chão tremendo. Talvez ele não saiba que isso é sinal de epilepsia. Mesmo assim, o policial foi socorrê-lo e se ofereceu para chamar uma ambulância. Aproveitei o factóide, vesti o casaco e sai do carro. De casacão. No verão. Suando até o cu.

Tomir: “Acho que melhorei…” *levantando sem a menor cerimônia

Policial: “Senhora, vou pedir que a senhora retire o casaco”

Sally: “Não”

Policial: “Senhora, vou ter que revistá-la”

Tomir: “NÃO!”

Sally: “Olha só, o casaco não é para esconder armas nem drogas, por favor, acredite em mim”

Global: “Deve estar cheia de pó…”

Policial: “Senhora, por favor encoste as mãos no veículo”

Global: “Tá vendo o que você fez, seu taxista de merda?”

O taxista correu para o carro e voltou com pedaço de pau na mão

Taxista: “QUEM É MERDA? QUEM É MERDA?”

O Policial puxou a arma:

Policial: TODO MUNDO ENCOSTADO NO VEÍCULO! Você! Larga esse pau!

Somir: Precisava, Sally? Precisava?

Sally: Tudo teria dado certo se VOCÊ não estivesse atrasado por estar fumando escondido!

Global: Maconheiro?

Taxista: Eu quero saber quem vai pagar meu prejuízo!

Policial: TODO MUNDO CALADO!

O Policial solicitou “reforços”. Os seguranças do aeroporto saíram para ver o que estava acontecendo. Mais pessoas começaram a se juntar à nossa volta.

Popular 1: O que ela está fazendo com esse casaco nesse calor?

Popular 2: É o menino da novela?

Popular 3: Vamos tirar foto com o celular!

Policial: “Senhora, tire o casaco”

Sally: “Só aceito ser revistada por uma policial mulher, eu tenho esse direito”

Global: “Eu vou processar todos vocês!”

Taxista: “Cala a boca, seu playboy!”

Tomir: “Daqui a pouco vai ter gente da imprensa aqui…”

Mais policiais chegaram. Uma policial fêmea me revistou. Expliquei para ela que estava sem roupa por baixo e ela riu. Contei o que tinha visto do acidente e ela fez um mini-relatório. Eu suava, de casaco em um calor infernal. Depois colheram o depoimento do Global, que berrava, gesticulava e falava coisas desconexas:

Global: “ESSE MERDA, SAIU SEM OLHAR E BATEU EM MIM! É UM MERDA, UM FUDIDO! SE FOSSE INTELIGENTE NÃO SERIA TAXISTA!”

Foi quando o taxista pegou de volta o pedaço de pau e deu na cara do Global

Policial: “CHEGA! TODO MUNDO PRA DELEGACIA!”

Lá fui eu para a delegacia, suando. Chegando lá, aquela espera que só quem já passou por delegacia sabe como é. Suando, suando, suando.

Tomir: “Quer que eu pegue uma roupa minha, da minha mala, para você vestir?”

Sally: “Suas bermudas vão cair em mim”

Tomir: “Sério que você não percebeu que podia dar merda?”

Sally: “Não, não percebi”

Tomir: “Evidente que ia dar merda!”

Sally: “Tá bom, Tomir. Não achei que ia dar merda”

Tomir: “O que você tem na cabeça?”

Sally: “Merda. MERDA. MER-DA. Se não, não estaria com você!”

No dia seguinte, sai uma notinha em um jornaleco de quinta categoria: “O ator fulano de tal caiu da escada de sua casa e machucou o rosto”…

Des Contos

¡HOLA! Estamonos hoje aqui para contarte una historia muy bela que criamos de nuestra própria imaginación.

SÍ! Sempre ficamonos imaginativas quando dejamos el cine! Homens estúpidos siempre dizem que mujeres como nosotras sán incapazes de inventar uma buena historia. Eles que nos leam hoje e calessem!

SÍ! Vamonos começar?

SÍ!
Todos los derechos reservados para nosotras!

SÍ! Era uma viez uma chica muy guapa llamada Bella! Bella tinha um namorado llamado Cullen que era um vampiro! Sí! Um vampiro! Bella és uma mujer mucho fuerte e corajosa para ficar corriendo atrás de um vampiro! Aunque ele queriendo matarla. Uno exemplo para todas nosotras!

SÍ! El amor vience todo, no? Bella, como todo mujer poderosa, tenta a todo custo mudar su namorado e fazer de su vida uma cosa terrible! El namorado vampiro vira vegetariano, mas como homens san fraquitos, fraquitos, ele fica com vontade de comela, e nón daquele jeito que nosotras gostamonos!

NO! El namorado de Bella entra em crise e vá llorar mucho por ser sensible. Ele no queria comela de jeito ninguno, no era de su feitio. Ele era um Cullen!

NO! El namorado de Bella no come ninguém! Ele mudase para mucho mucho longe e miente para Bella que no a ama más. Mucho triste.

SÍ! Bella fica mucho triste tambiém e llora.

NO! Que triste.

SÍ! Mas Bella tienes amigos que no sán vampiros e no tentam comela. Um desses amigos diz para ella que ela tinha que animarse. Mas el corazón dela pertence a su namorado mucho sensible. Bella no consiegue ficar feliz.

NO! E o que acontece después? Algo triste ó sensible?

Após uma longa caminhada, ele finalmente chega a seu destino. A noite chuvosa e fria não diminuíra sua convicção, nada poderia impedi-lo de completar a tarefa que foi programado para fazer.

Señor Somir?

O pesado sobretudo de couro mal podia esconder o armamento pesado que carregava. Metralhadoras, rifles de assalto, pistolas automáticas, granadas e uma serra elétrica adornavam seu corpo como extensões de seus membros. Mas nenhuma arma era mais mortífera do que ele mesmo. Ciborgue Van Helsing estava pronto para clamar mais uma alma imortal, com 90% de seu corpo substituído pela mais moderna tecnologia biomecânica disponível, ele era a máquina perfeita para livrar o mundo dos vampiros.

NO! La história é nuestra! No tienes Ciborg Van Helsing!

A casa dos Cullen era definitivamente o esconderijo mais ridiculamente mal protegido que Ciborgue Van Helsing tinha visto. É como se uma mulher histérica tivesse pensado num plano de defesa. Ele termina de fumar seu cigarro…

Cigarro? Mas no estava choviendo?

ELE É UM CIBORGUE QUE MATA VAMPIROS! SE ELE QUISER FUMAR DEBAIXO DO MAR, ELE FUMA! De qualquer forma… Ciborgue Van Helsing joga a bituca (que cai em câmera lenta em direção da câmera, muito foda!) e puxa suas duas calibre 12 (cano serrado… com lasers!) e vai andando em câmera lenta até a entrada da casa.

Señor Somir, no faça esso!

Com um poderoso chute, Ciborgue Van Helsing destrói a porta de entrada e depara-se com a família Cullen assistindo TV. Com um sorriso robótico, diz: “Parece que hoje eu vou arregaçar mais do que um Cullen…” E ri ridiculamente do próprio trocadilho. Os vampiros, com exceção do Cullen que namorava Bella, preparam-se para a batalha!

NO!

O que aqueles Cullen não sabiam é que não existe batalha onde Ciborgue Van Helsing está envolvido. Só existe dor. Dor. BANG! Um tiro certeiro da sua arma eviscera o vampiro de meia-idade que tentava proteger os outros. Mas nosso herói biônico não se impressiona com isso, ele sabe que vampiros não morrem tão fácil assim. Com um rápido movimento, ele puxa sua moto-serra e prepara-se para fatiar o maldito sanguessuga!

NO! No faça esso!

Ao cortar fora o braço de sua vítima, Ciborgue Van Helsing percebe que o Cullen que namorava Bella estava todo encolhido num canto da sala, chorando. “Rapaz sensível…” – pensou.

SÍ! Ele é lindo e sensible. Um vampiro que parece um príncipe encantado… um hombre problemáctico que precisa solamente de cariño e uma mujer que consiga mudalo! *suspiro*

Ao perceber que a vampira matriarca estava quase escapando, Ciborgue Van Helsing atirou uma estaca diretamente no coração da maligna amaldiçoada usando um compartimento secreto de estacas em seu peito. Agora a situação estava sob controle. Ciborgue Van Helsing cortou o outro braço do vampiro que se contorcia de dor e usou-o para esmagar seu crânio imortal com violentas pancadas. Uma pasta de sangue coagulado e pedaços de massa encefálica escorreu por todo o carpete.

NO! Eles eram vampiros del bien! Mamá e papá de Cullito!

“Não existe vampiro do bem…” – disse Ciborgue Van Helsing. A melhor parte do trabalho do caçador de vampiros era poder torturar suas vítimas pelo tempo que quisesse sem matá-las. Agora era a hora de pegar o rapaz sensível.

NO! No matas Cullito!

“Eu posso ler sua mente, caçador de vampiros!” – disse o Cullen que namorava Bella.
“Ah é? E o que eu estou pensando agora?” – O ciborgue respondeu com um tom desafiador.
“Zero… Um… Zero… Zero… Merda…” – O Cullen que namorava Bella descobriu que seus poderes de nada valiam contra um ciborgue.

E los otros vampiros? Eles van salvar Cullito!

“Eu deixei toda sua família amarrada num campo aberto para morrer assim que o sol nascer!” – Disse confiante Ciborgue Van Helsing.
“Há! Os vampiros desta história foram criados por uma mulher que não sabia patavinas sobre vampiros! Nós não morremos quando ficamos no sol!” – O Cullen que namorava Bella parou de chorar e sorriu confiante.
“Ainda bem que eu deixei vinte quilos de dinamite para detonar embaixo deles… Obrigado pela dica. Diga adeus para sua família… Há há há há há!” – Ciborgue Van Helsing aperta um botão em seu braço e uma grande explosão pode ser ouvida.

NOOOOO!!! Dejanos com nuestra historia Señor Somir.

Ciborgue Van Helsing procura dentro de seu sobretudo a arma que usaria para destruir aquele vampiro… Depois de alguns segundos, parece entusiasmado por encontrar o que procurava num bolso interno. Uma colher.

¿Que?

O Cullen restante se encolhe enquanto Ciborgue Van Helsing começa a cutucar o corpo do vampiro com certeiros golpes de colher. O processo parecia lento e indolor, mas depois de seis dias, Ciborgue Van Helsing consegue finalmente retirar todos os órgãos internos de Cullen. A longa tortura faz com que o sensível vampiro que não come ninguém chore todas as lágrimas possíveis até o ponto de ficar apenas com sua maquiagem borrada embaixo dos olhos.

NOOOOOO!!!

Ciborgue Van Helsing tinha o terreno perfeito. Sua vítima ainda estava viva, mas com o interior completamente oco. Uma das poucas partes humanas do ciborgue estava justamente no sistema digestivo e excretor, o qual usou para decorar o interior da caixa toráxica do vampiro “do bem” com poderosos jatos fétidos/fecais que escorriam por dentro da garganta de Cullen até vazarem por sua boca.

NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!

“Eu adoro meu trabalho!” – Disse Ciborgue Van Helsing. Com sua missão de torturar e humilhar aqueles parasitas imortais completa, ele arrancou os corações dos três caídos e esmagou com suas mãos robóticas. Era o fim dos Cullen.

NO! *llorando*

Quando estava quase saindo da casa, notou uma garota correndo em direção da porta de entrada. Era Bella. Eufórica, ela adentrou a casa berrando com imensa felicidade: “Agora eu também sou uma vampira, podemos ser felizes para sem…”

“Vampira, você diz?” – Ciborgue Van Helsing abre seu sobretudo e uma enorme estaca de madeira surge lentamente de sua pélvis.

FIM!

*sniff*

Ah sim, vocês estão demitidas.

Des Contos

Des Contos: Versão On Crack

Enquanto isso:

Numa rua movimentada…

POPULAR 1: O que é aquela confusão ali na frente?
POPULAR 2: Parece um bloqueio policial…
POPULAR 1: Na calçada?
POPULAR 3: E bandido não anda a pé?
POPULAR 2: Mas que é estranho, é.
POPULAR 4: Tomara que peguem o safado!
POPULAR 5: Se eu pegar antes, não é pra cadeia que ele vai!
POPULAR 4: Merece morrer mesmo!
POPULAR 1: Vocês sabem quem eles estão procurando?
POPULAR 5: Sim, é um filho-da-puta que teve a coragem de…
POLICIAL 1: Alto! Identidade, agora!
POPULAR 1: Vocês estão procurando quem?
POLICIAL 1:
POPULAR 1: O quê? Por que está todo mundo olhando pra mim?
POLICIAL 2: Parado! Mão na cabeça! *apontando a arma*
POPULAR 1: Eu?
POLICIAL 1: Armando Pereira, você está preso por…
ARMANDO: Eu não fiz nada! Me larga!
POLICIAL 2: Ele está reagindo! *tiro*

ARMANDO: Não! Não atira!
POPULAR 2: É só um bloqueio, eles não estão atirando.
ARMANDO:*procurando marcas de tiro no próprio corpo*
POPULAR 3: Finalmente eles estão fazendo algo.
POPULAR 2: É, eu acho que sim…
POPULAR 4: Tomara que peguem o safado!
POPULAR 5: Se eu pegar antes, não é pra cadeia que ele vai!
POPULAR 4: Merece morrer mesmo!
ARMANDO: O… que… o que ele fez?
POPULAR 5: Matou um policial!
POLICIAL 1: Alto! Identidade, agora!
ARMANDO: Aqui… aqui está…
POLICIAL 1:
ARMANDO: Ah não! Seja o que for, não sou eu!
POLICIAL 2: Parado! Mão na cabeça! *apontando a arma*
ARMANDO: Vocês vão me matar!
POLICIAL 1: Armando Pereira, você está preso por…
ARMANDO: Não! Não atira!
POLICIAL 2: Ele está reagindo! *tiro*

ARMANDO: Eu to ficando maluco?
POPULAR 2: Ei! Eles atiraram em você!
ARMANDO: Você viu?
POPULAR 3: Que história é essa, Chico?
CHICO: O policial! Atirou… o que está acontecendo?
POPULAR 4: Tomara que peguem o safado!
POPULAR 5: Se eu pegar antes, não é pra cadeia que ele vai!
POPULAR 4: Merece morrer mesmo!
ARMANDO: Mas eu não fiz nada!
POPULAR 5: Eles estão procurando você?
POPULAR 4: Socorro! Ele matou o policial!
POLICIAL 1: Parados!
ARMANDO: Tem coisa errada aqui!
POLICIAL 2: Parado! Mão na cabeça! *apontando a arma*
ARMANDO: Ok! Eu me rendo! Não atira!
POLICIAL 1: Armando Pereira, você está preso por…
ARMANDO:
POLICIAL 2: Ele está reagindo! *tiro*

ARMANDO: Não!!!
CHICO: De novo?
ARMANDO: Eu não matei policial nenhum!
POPULAR 3: O que aconteceu? Por que a gente voltou? Hã?
CHICO: Paula! Vamos sair daqui!
PAULA: O policial atirou nele… por nada…
POPULAR 4: Tomara que peguem o safado!
POPULAR 5: Se eu pegar antes…
CHICO: Não dá para escapar, muita gente…
ARMANDO: Socorro! Eles vão me matar!
POPULAR 5: Polícia! Polícia! Ele está aqui!
POLICIAL 1: Parados!
PAULA: A gente não tem nada a ver com isso!
POLICIAL 2: Parado! Mão na cabeça! *apontando a arma*
ARMANDO: Não, dessa vez não! *correndo*
CHICO: Cuidado!
POLICIAL 2: Ele está reagindo! *tiro*

ARMANDO:
CHICO: Você… Mas que caralho! O que está acontecendo?
PAULA: Dói? Quando… ele atira?
ARMANDO: Muito. Mas passa quando a gente volta.
CHICO: Isso não faz sentido… Por que a gente volta?
PAULA: Você matou mesmo um policial?
ARMANDO: Não! Não! Eu nunca matei ninguém! Eles que me matam!
POPULAR 4: Você! Você acabou de levar um tiro!
POPULAR 5: Quem é ele, Fernando?
FERNANDO: O cara que matou o policial… Eu acho…
ARMANDO: Eu não matei ninguém!
POPULAR 5: Cacete! Polícia! Polícia! Aqui!
CHICO: Não!
POLICIAL 1: Parados!
PAULA: Ele não fez nada!
ARMANDO: Eu sou inocente! Eu juro!
POLICIAL 2: Parado! Mão na cabeça! *apontando a arma*
ARMANDO: Ok! Olha pra mim! Eu não vou reagir. Mãos para cima… Olha!
FERNANDO: Se entrega em paz, cara.
CHICO: Dessa vez não tem desculpa para ele ati…
POLICIAL 2: Ele está reagindo! *tiro*

ARMANDO: Chega disso!
CHICO: Foge agora!
PAULA: Eu vou fingir um desmaio e distrair o povo… *caindo*
ARMANDO: Obrigado! *trombando*
FERNANDO: Ei! Você! O que você fez com a moça?
ARMANDO: Nada! Eu não fiz nada! Deixa eu sair.
POPULAR 5: Eles acabaram de atirar em você…
FERNANDO: Carlos, você viu dessa vez?
CARLOS: Vi! Ele deve ser muito perigoso…
ARMANDO: Puta que pariu! Eu não fiz nada! Nada!
POLICIAL 1: Parados!
CHICO: Eu tenho um plano. Armando, deixa eles te pegarem mais uma vez.
ARMANDO: E se não tiver outra vez?
POLICIAL 2: Parado! Mão na cabeça! *apontando a arma*
CARLOS: Isso aconteceu quantas vezes?
PAULA: É a terceira vez que eu vejo.
POLICIAL 2: Ele está reagindo! *tiro*

ARMANDO: Ai… Chega! *correndo e trombando todos*
POLICIAL 1: Parado!
POLICIAL 2: Ele está reagindo! *tiro*

ARMANDO: Ele.. sempre… sempre acerta.
CHICO: Cada vez que acontece, mais uma pessoa percebe. É só esperar até o policial que atira em você perceba.
ARMANDO: E ficar morrendo?
CHICO: Você está aqui, não está?
PAULA: Até o relógio volta no mesmo minuto…
FERNANDO: Você não matou um policial mesmo?
ARMANDO: Não!
POLICIAL 1: Parados!
CARLOS: Eu ainda não confio nesse cara…
POLICIAL 2: Parado! Mão na cabeça! *apontando a arma*
ARMANDO: Atira logo em mim, seu desgraçado! *pegando a arma do policial na sua frente*
POLICIAL 1: Droga! Ele está armado! *pulando em cima de Armando*
POLICIAL 2: Ele está reagindo!
ARMANDO:*tiro*
POLICIAL 1: *caindo no chão*
CHICO: Ah, não…
ARMANDO: Eu… eu não queria… *soltando a arma*
PAULA: Foi um acidente!
POLICIAL 3: Você está preso! *derrubando Armando no chão*
POLICIAL 2: Chama a ambulância! Ele está morrendo! *sobre o corpo inerte de seu colega*
CARLOS: Eu sabia que esse cara era culpado!

E todos foram felizes para sempre.
Wat?

Des Contos

Em primeiro lugar gostaria de dizer que minha ausência ontem foi plenamente justificada e se Madame deixasse a porra do celular ligado, saberia as razões.

Em segundo lugar, quero dizer que se vocês repararem na autoria das postagens nesta semana, verão que existem três postagens minhas, uma dupla (Ele Disse, Ela Disse) e AINDA ASSIM, eu postaria ontem também. E hoje. Ou seja, eu postaria A SEMANA TODA. Só porque não pude cumprir um dia, porque meu computador morreu, Madame me alfinetou.

Em terceiro lugar, quero que atentem para o fato de que eu não postei e Madame não fez um Samy Sollir. Sabem porque? Porque simplesmente não tem o que falar da minha conduta exemplar e meu temperamento equilibrado.

Em quarto lugar, aposto que agora que o Somir revelou que pode muito bem saber quem posta e de onde, muita gente valente vai pensar duas vezes antes de deixar desaforo para a gente, afinal, não são mais tão “anônimos” assim. Sim, vento que venta cá, venta lá. Eu também sei ligar para a Polícia Federal, viu? E eu, ao contrário de muita gente FROUXA, não fico ameaçando processar aos quatro ventos, eu processo MESMO, sem fazer alarde. Só para incomodar. Eu não pago advogado mesmo…

Mas eu tenho muito para falar dele. Com vocês, mais um Siago Tomir

SIAGO TOMIR – PIORES MENSAGENS DE TEXTO VIA CELULAR

“Não é que eu esteja puto, é que fiquei com muita raiva e muito chateado… pensando bem, estou puto sim” – Siago Tomir, divagando até mesmo por torpedo, depois de gritar comigo porque um ex-namorado me ligou.

“Não estou bêbado, é só que eu bebi meia garrafa de whisky de estômago vazio” – Porque se fosse de estômago cheio, estaria ótimo.

“Atrasei porque tive um acidente de carro e me machuquei todo. Amanhã a gente conversa. Beijos” – Tentando me matar de preocupação em uma pacata noite de quinta-feira. Detalhe: liguei depois de receber a mensagem e o celular estava desligado.

“Hoje é seu aniversário? Se for, parabéns. Se não for, já fica o parabéns para o dia” – Muito sensível, errando em mais de um mês a data do meu aniversário e já dando como válido o parabéns para o futuro.

“Vai dar merda, eu sei. Calma aí… DEU MERDA!” – Fazendo merda, como sempre, e me comunicando em tempo real.

“Nada de mais, minha casa pegou fogo” – Achando super normal a casa pegar fogo

“Acontece, ué!” – Respondendo à minha resposta ao torpedo anterior, sobre não achar a casa pegando fogo nada de mais.

“Eu juro que até o final do mês de novembro eu vou vacinar o Goiaba” – Prometendo algo que, um ano depois, ainda não cumpriu.

“Não ouse morrer antes de mim!” – Quando fico doente.

“Parei de fumar sim. Juro! Agora só fumo de vez em quando” – Deturpando completamente o conceito de parar de fumar.

“Só dói quando eu respiro” – Sobre uma dor que ele disse sentir “de vez em quando” e eu perguntei exatamente quando ele sentia.

“comofas?” – Quando eu pedi para ele por favor ser educado com os comentários dos leitores em uma postagem polêmica

“A Suellen é um pouco diferente da foto que ela usava no Orkut” – Comentário perspicaz depois de conhecer a Suellen pessoalmente.

“Anota aí: o Corinthians nunca vai cair para a segunda divisão” – Tirando onda.

“Não, não. O dia só passa quando eu durmo” – Depois que eu reclamei porque tinha acabado o dia e ele não tinha postado, ignorando que o dia passa depois de meia noite.

“Pare de mimar as zebras” – Reclamando porque eu respondi todas as perguntas do dia no blog.

“É sério, pare de mimar as zebras” – Reclamando novamente, em data posterior, pelo mesmo motivo.

“nemli” – Depois de um e-mail meu enorme dando esporro nele, ao qual ele não respondeu, me obrigando a mandar torpedo para confirmar o recebimento.

“nemvouler” – Respondendo a meu pedido para que leia o mesmo e-mail.

“que mal eu te fiz?” – Depois de ler um Siago Tomir, onde eu peguei pesado.

“wat” – Quando eu perguntei se ele estava fazendo cadeira flexora na academia

“Vou até o elevador cortar a minha garganta com um lego” – Depois que discutimos sobre uma postagem – nerd suicide pride.

Para me dizer que o Somir é a minha punição por ter dançando “É o Tchan” na Santa Ceia, para me perguntar o que é uma cadeira flexora ou para pedir Siago Tomir todo dia: sally@desfavor.com

Des Contos

wat?[2]

Carlos dirigia por uma estrada vazia em plena madrugada de uma segunda-feira, fazendo o trajeto entre seu sítio isolado no interior e seu sufocante apartamento na capital. Para diminuir a sensação de “fim de festa” trazida por essa viagem semanal, costumava ouvir uma seleção de músicas convenientemente chamada de “prazeres proibidos”. A lista era composta apenas com as canções mais bregas e grudentas, as quais jamais admitiria ouvir se confrontado.

Naquela noite, nada de diferente até ali. Carlos guiava tranqüilo enquanto cantarolava uma terrível música sertaneja a plenos pulmões, certo da impunidade. O caminho, já decorado em sua mente, não trazia dificuldades maiores do que alguns buracos e curvas fechadas. Trânsito com certeza não era uma preocupação. Com exceção de um ou dois caminhões no sentido oposto, nenhum sinal de vida na estrada ou nas imediações.

Mas dessa vez, algo mudou a rotina da viagem. O trecho em que se encontrava, uma sinuosa e sufocante trilha de asfalto escavada por dentro das entranhas de uma região montanhosa, estava completamente escuro por conta da lua minguante que dividia espaço com algumas nuvens no céu noturno. Escuridão que facilitou a percepção de uma estrela mais brilhante do que as outras no horizonte. Com seus pífios conhecimentos astronômicos, pode concluir no máximo que era um planeta ou algum outro fenômeno comum para quem realmente sabe identificar pontos de interesse no céu.

Um movimento brusco da suposta estrela alertou-o sobre a possibilidade de não estar lidando com algo comum, ou mesmo explicável. Pela geografia da região que atravessava, eventualmente perdia contato visual com o ponto luminoso por detrás das copas das árvores. Numa dessas oclusões naturais, perdeu definitivamente o objeto de vista. Imaginando ter sido apenas alguma peça pregada pelo sono, voltou a dirigir como se nada tivesse acontecido. Mas a normalidade não estava no caminho de Carlos, não naquela noite.

Um flash repentino na frente de seu veículo foi o suficiente para que ele pisasse com força no pedal do freio e perdesse o controle. Num golpe de sorte, o carro girou sobre o próprio eixo e acabou parado dentro dos limites do asfalto, tudo isso acompanhado pela cantoria dos pneus e um sonoro palavrão multissilábico. Refeito do susto, presta mais atenção nos arredores.

Um brilhante disco metálico paira sobre a estrada, a pouco mais de dois metros do chão. Ainda sem reação, Carlos observa estático um facho de luz esbranquiçada descer graciosamente da parte inferior do disco até tocar o chão. Dentro do facho, duas figuras de formato humanóide. Seus contornos ficam mais definidos assim que se afastam da luz.

Carlos observa a cena, fascinado. Conforme os seres se aproximam do carro, fica mais e mais claro que são dois humanos. Dois homens, um alto e forte; outro esguio, de feições mais suaves. Pela familiaridade visual dos supostos visitantes intergalácticos, o medo dele se transforma em curiosidade. Curiosidade que o move a se desvencilhar do cinto de segurança e sair de dentro de sua fortaleza motorizada.

Agora Carlos está de frente com os dois homens, em plena estrada deserta, agora iluminada pelo disco voador que plana sobre eles. Ambos vestem uma espécie de traje prateado que cobre todo o corpo com exceção da cabeça, vários símbolos ininteligíveis cobrem a vestimenta.

– Saudações, clitoriano. Viemos em paz. – Diz o homem mais alto.

– B… boa noite… – Responde Carlos.

– Pergunta se ele tem um. – O mais baixo cutuca o outro, ansioso.

– Deixa que eu falo! Vai ficar me interrompendo aqui também? – A resposta do outro visitante demonstra um certo destempero.

– Vocês… são alienígenas? – Carlos pergunta enquanto observa melhor a nave sobre sua cabeça.

– Depende do ponto de vista. Para nós, você que é. – O menor responde sem pestanejar.

– Peraí, o que a gente combinou, Barii? Eu que vou fazer contato com o clitoriano, não você! – O mais alto agora deixa de olhar para Carlos e começa a discutir em voz baixa com seu companheiro.

– Meu nome é Carlos.

Os dois param sua discussão rápida e se voltam novamente para o terráqueo.

– Barii, mas o segundo i é mudo.

– Como se ele soubesse que tem um segundo i no seu nome… E não tem jeito mesmo, né? Pedir para uma mulher ficar quieta é que nem pedir para um gafarium não trazoidar! Bom, meu nome é Tamaes.

– Prazer, Barii e Tamaes. Vocês vieram de onde?

– Sabe, eu realmente preferiria se eu, como espécie que já dominou a viagem intergaláctica, tomasse a dianteira da conversa! – Diz Tamaes.

– Como quiser.

– Não liga não, Carlos, ele está irritado porque errou o caminho. – Barii

– Vocês não pretendiam parar aqui na Terra?

– “Eu sei o que estou fazendo, eu já passei por aqui antes…” – Barii imita uma voz mais grossa de forma irônica.

– Silêncio, vocês dois! – Tamaes perde a calma.

– Desculpa. – Carlos diz visivelmente assustado.

– Viu o que você fez, seu grosso? Homens são iguais em tudo quanto é planeta… Nós não vamos te fazer mal, terráqueo, não precisa se preocupar, viu?

– Você… é uma mulher? – Carlos pergunta olhando para Barii.

– Ah sim, sempre esqueço que na sua espécie a diferenciação entre os sexos é bem mais acentuada. Sim, eu sou uma mulher. E esse mau-humorado aqui é o meu marido.

Carlos olha para baixo e deixa escapar um sorriso irônico.

– Eu sei o que você está pensando, terráqueo! Mas de onde eu venho, todas as mulheres são assim… Tire esse sorrisinho da cara! – Tamaes aponta o dedo para Carlos, que se força a manter uma expressão mais séria.

– Todas as mulheres são como eu, Tamaes?

– Você me entendeu, Barii.

– Entendi sim! Você não me acha especial! – A expressão de Barii começa a mudar, denotando um começo de choro.

– Não exagera, querida. Você sabe que eu… – Enquanto Tamaes tenta consertar o erro, Barii corre até o facho de luz e volta para dentro da nave.

– Desculpa aí, cara. – Carlos sente uma espécie de empatia intergaláctica.

– Deixa pra lá, ela está naqueles dias. Chorando e reclamando de tudo.

– Sei como é… Mulheres, hein?

– Pelo menos as suas tem aqueles depósitos de gordura nas glândulas mamárias. Vocês clitorianos tem sorte.

– Pois é… clitorianos… Não entendi bem porque vocês ficam chamando os humanos disso.

– A sua espécie, mais precisamente as fêmeas da sua espécie, tem o órgão mais fascinante de todos os povos inteligentes conhecidos. O clitóris.

– E isso é tão importante assim? Digo, a ponto de nomear nossa espécie?

– Bem que me disseram que os homens desse planeta não entendem muito bem do assunto. Para começo de conversa, vocês clitorianos são a espécie que evoluiu mais rápido em todo o universo. Nós, os salenkianos, demoramos trezentos mil anos para inventar o primeiro motor, por exemplo.

– E onde o clitóris entra nisso?

– As suas mulheres podem sentir tanto prazer numa relação sexual que evoluíram de forma a condicionar os homens a passar sua existência inteira se esforçando para conseguir sexo. Nenhuma outra fêmea é tão atraente no universo.

– E isso não deveria atrasar tudo? Não me entenda mal, mas se as mulheres daqui fossem tão parecidas com os homens quanto são no seu planeta, eu dedicaria todo meu tempo para pesquisar e trabalhar.

– Com que motivação?

– Ué, motivação de fazer algo de destaque.

– Para conseguir o quê?

– Fama, poder, dinheiro…

– Com que objetivo?

– Pegar mais mu… Nossa!

– Pois é, clitoriano. E como as nossas mulheres também geram filhos, tem todas as características hormonais comuns às suas mulheres também. Você viu o que aconteceu com a Barii agora de pouco.

– Uau. Eu não imaginava o poder do clitóris para acelerar a evolução. Só as mulheres humanas tem isso, no universo todo?

– Temos registro de uma espécie que desenvolveu clitóris em ambos os sexos, num planeta bem distante daqui.

– Eles evoluíram mais rápido ainda?

– Não, eles morreram de fome. Um trilhão de pessoas num planeta não muito maior do que esse se mostrou bastante insustentável.

– Imagino… Mas, Tamaes, o que vocês vieram fazer aqui? Vão se revelar para os humanos?

– Não, não. A sua espécie é agressiva demais para ser contatada em larga escala pelos próximos dez mil anos. O clitóris não traz apenas benesses, sabe? Mas eu entendo, eu também ficaria raivoso e competitivo se tivesse que competir por essas fêmeas deliciosas… Eu pretendia vir sozinho para cá, até dei uma desculpa sobre pesquisar uns asteróides aqui por perto. Mas Barii… ela cismou que viria junto. Saco! Eu pretendia passar os próximos dias numa dessas suas instituições que oferecem prazer sexual em troca de moeda terráquea.

– Puteiro? Hahahaha!

– Shhh! Se ela descobre isso, me mata.

– Relaxa, eu não vou entregar um colega de gênero. Mas, com a sua tecnologia avançada e tal… Não era mais fácil tentar colocar clitóris nas suas mulheres?

– Elas jamais aceitariam. Dizem que é degradante que os homens queiram que elas mudem seus corpos para agradá-los, dizem que devemos aceitá-las do jeito que elas são… blá, blá, blá…

– Que frescura!

– Pois é, mas o que se pode esperar de um bando de frígidas?

O comunicador no pulso de Tamaes começa a piscar.

– Agora eu tenho que ir, Carlos. Foi uma conversa interessante. Bem mais interessante do que o drama que eu vou agüentar assim que entrar na nave… *suspiro*

– Ah, por que eu?

– Por que entramos em contato com você? Ela insistiu que eu perguntasse o caminho. E você estava convenientemente sozinho. Sem testemunhas, ninguém vai acreditar na sua história.

– Faz sentido. Meio broxante, mas faz sentido.

– História da minha vida… Tenha uma boa vida, clitoriano. E não se esqueça da sorte que você tem.

Carlos acena para o alienígena, que adentra o feixe de luz embaixo da nave fazendo um sinal de “saco cheio”. Uma risada conjunta termina o contato entre as duas espécies. O disco voador sobe numa velocidade impressionante rumo ao céu, desaparecendo da vista em questão de segundos. De forma bem mais lenta, Carlos adentra seu veículo e segue seu caminho.

Coito interrompido.