Demonstração de afeto.

Se conselho fosse bom, a gente vendia. No caso, o texto é de graça mesmo, então hoje vai ter conselho. Considerando que estamos escrevendo sobre autoconhecimento e autoaprimoramento com bastante frequência, resolvemos abrir uma nova categoria Des Aprenda.

Des de Desfavor, Aprenda de aprender e Des Aprenda para passar a ideia de que hoje, o mais valioso é aprender a desaprender o que você já aprendeu, para poder aprender uma coisa nova no lugar. Confuso, eu sei, mas o texto tá palatável, pode ler, eu prometo.

Você já parou para refletir sofre as formas pelas quais demonstra afeto? Eu tenho a teoria de que a forma como demonstramos afeto é responsável por boa parte dos fracassos/sucessos de nossos relacionamentos, por isso, acho que vale uma reflexão.

Evidente que a forma mais comum demonstrar afeto é a palavras, ou seja, dizer ao outro o quanto você gosta dele (seja amigo, familiar ou relacionamento amoroso). Mas, todos nós demonstramos afeto com atos também. E nem sempre esses atos, ainda que com a melhor das intenções, são saudáveis.

Geralmente os atos pelos quais demonstramos afeto estão relacionados a aquilo que nós gostaríamos de receber (se eu gosto que cuidem de mim, eu cuido do outro para demonstrar afeto) ou com aquilo aprendido na criação como sinônimo de afeto (se meus pais demonstravam afeto se preocupando comigo, eu demonstro afeto me preocupando com as pessoas que amo).

Em alguns casos dá certo e casa direitinho com a personalidade do outro, mas em outros casos não dá – e é muito comum ver pessoas batendo cabeça até entender o motivo de tanta desavença.

No exemplo citado acima, se uma pessoa teve uma infância de abandono, é frágil ou extremamente desorganizada ela pode apreciar alguém que demonstre afeto cuidando dela. É provável que um relacionamento assim seja duradouro e pacífico.

Porém, se for uma pessoa que vem de uma família controladora, de cerceamento de liberdade ou com histórico de pessoas que a julgavam incapaz, pode ser até ofensivo uma pessoa cuidando dela.

Nesse caso, a reação a esta demonstração de afeto pode ser hostil e provavelmente não será compreendida: “Fulano é grosso, é um idiota, faço as coisas para o bem dele e só levo patada”. Não, você faz por ele algo que você acha bom, mas ele não acha. Para ele, isso é considerado ruim.

E esse é o ponto: se você quer demonstrar afeto por alguém, tem que fazer algo que essa pessoa goste. E, para fazer algo que a pessoa goste, você tem que conhecer a pessoa em vez de medir o mundo pela sua régua.

Mas, os problemas não param por aí: em outros casos, as formas de demonstrar afeto podem não incomodar, muito pelo contrário, podem agradar, mas calhar de ser um complemento para uma neurose ou um lado autodestrutivo que a pessoa já tinha. Nesse caso, mesmo com boa intenção e mesmo com aceitação da outra parte, também pode ser nocivo.

Por exemplo, se você, assim como eu, vem de família italiana, sabe que é muito comum a demonstração de afeto através da comida: você alimenta as pessoas de que gosta. Mas, e se a pessoa já vier com um histórico de compulsão alimentar? Nesse caso, seu afeto estará, mesmo com a melhor das intenções, fazendo mal e alimentando um problema.

Então, a forma como demonstramos afeto precisa ser pensada, precisa ser uma escolha, não algo automático que nem sabemos que fazemos.

Até o dia de hoje, todos são inocentes e estão sumariamente absolvidos por todos os erros nesse processo, pois é muito comum que as pessoas não percebam esses mecanismos de demonstrar afeto e os façam sem se dar conta. Mas, a partir de hoje, você recebeu um convite para refletir sobre o assunto, então, você já pode ser responsável pela forma como demonstra afeto e como isso impacta na sua vida e na vida dos outros.

Mas, calma, ser responsável por algo não é ruim como muitos escolhem acreditar. Ser responsável por algo é ótimo, é sinal de que você pode mudar, o caminho que está trilhando se ele não for bom para você. Não tem nada melhor nessa vida do que perceber que se tem escolhas e poder exercê-las.

Então, o primeiro passo é descobrir como você demonstra afeto com seus atos. Não sabe? Não consegue perceber? Pergunte! Certamente que te conhece bem e convive com você sabe dizer. Se preferir, se observe. Rapidamente você vai perceber.

Tem gente que demonstra afeto estando sempre presente na vida do outro, tem gente que demonstra afeto com muito contato físico, tem gente que demonstra afeto comprando as brigas do outro… ou tudo isso. Ou tudo isso e muito mais. São infinitas combinações, infinitas possibilidades.

Descobriu a forma ou as formas pelas quais você demonstra afeto? Muito bom. Agora é hora de se fazer a primeira pergunta: são saudáveis para mim?

Por exemplo, se você demonstra afeto comprando a briga dos outros, não é muito legal para você: vai fechar portas, queimar pontes, gerar mal-estar. Além disso, é um incentivo a que o outro brigue, quando, certamente, a melhor forma de resolver as coisas é sem briga, no diálogo (sempre que possível). E, pior ainda: se você demonstra afeto assim, provavelmente vai esperar reciprocidade do outro e ficar muito magoado quando ele não comprar as suas brigas.

Então, o que quer que você faça hoje para demonstrar afeto, tem que ser, em primeiro lugar, saudável para você. Se de alguma forma for autodestrutivo, te prejudicar, te gerar problemas, eu recomendo que você repense sua forma de demonstrar afeto.

Sim, ela pode ser mudada. Sim, a escolha é sua. Em matéria de comportamento, não nascemos engessados nem escravizados, fazemos o que escolhemos fazer, o que é maravilhoso, pois nos dá o poder de deixar de fazer isso e passar a fazer outra coisa.

“Mas Sally, eu não consigo”. Consegue sim. Eu tenho mais fé em você do que você mesmo? Consegue. Talvez não consiga assim, em um piscar de olhos, do dia para a noite, mas se você trabalhar a sua mente, dedicar tempo e energia a isso ou até procurar por ajuda (que pode ou não ser profissional), você consegue.

“Mas Sally eu faço esforço e não consigo mudar a forma de demonstrar afeto”. Ok, talvez você esteja tomando o caminho errado. O fato de não conseguir chegar lá por esse caminho não quer dizer que não exista um caminho, quer dizer que por esse caminho não dá. Tome outros, uma hora você acerta.

Então, depois de analisar as formas pelas quais você demonstra afeto e separara o joio do trigo, ficando apenas com aquelas que são boas para você, que não te prejudicam, que não te exaurem, que não te fazem mal, é hora da segunda pergunta: como a pessoa à qual você está destinando esses atos de afeto se sente em relação a eles?

Por mais que seja uma obviedade, vamos dizer mesmo assim: cada pessoa é uma pessoa diferente. Por isso, pode ser que algumas pessoas apreciem demais os seus atos de demonstram afeto enquanto outras não os valorizem, não gostem e até tenham resistência a eles.

Normalmente, é uma tendência natural do ser humano elogiar quem valoriza nossos atos e classificar como “idiota que não me dá valor” a quem não os aprecia. Mas podemos ir além dessa classificação simplória, não é mesmo? As pessoas têm o sagrado direito de não apreciarem o que você faz sem que para isso precisem ser taxadas de idiotas.

E tenha em mente que suas demonstrações de afeto podem pautar o tipo de pessoas que você atrai e que fica ao seu lado. Um exemplo: você gosta de cuidar, você gosta de estar no controle, você gosta fazer coisas pelo outro. O perfil que se encaixa nesse tipo de demonstração de afeto é o de pessoas que gostam de ser cuidadas.

Pessoas que gostam de ser cuidadas, no geral, não costumam ter como principal característica a proatividade e podem ser mais frágeis e vulneráveis. Tá ok para você? Maravilha. Só não pode depois ficar reclamando que “Fulano não faz nada, Fulano não cuida de mim, Fulano é um imprestável, só atraio gente assim”. Lógico, você se porta de forma a acolher essas pessoas. Não é sobre reciprocidade, é sobre complementariedade.

Supondo que sua forma de demonstrar afeto vem se mostrando incompatível com alguém, o que fazer? Se o mais importante para você é estar com essa pessoa, então, o ideal é que você adapte suas demonstrações de afeto para aquilo que a pessoa aprecia. Não estou falando de passar por cima dos seus princípios, de se violentar ou de fazer coisas que você não quer, estou falando de entender o que aquela pessoa gosta e dar na medida em que for agradável para você.

Exemplo: você tem um relacionamento amoroso com uma pessoa que gosta de ser deixada em paz. A pessoa veio de uma casa com pais invasivos, um ambiente barulhento, sem privacidade. Para essa pessoa, a maior prova de afeto é respeitar seu espaço pessoal. Já você demonstra afeto se fazendo presente, perguntando o tempo todo se a pessoa quer um café, mostrando afeto com contato físico.

Essa forma de demonstrar afeto não parece compatível com uma pessoa que aprecia quietude, privacidade e paz. Seria o caso de avaliar o que pesa mais: a vontade de estar com essa pessoa (caso em que seria necessário fazer um trabalho para aprender a demonstrar afeto de outras formas) ou manter sua forma de demonstrar afeto e escolher outra pessoa.

O grande problema é que, via de regra, ninguém quer abrir mão de nada: nem da sua forma de demonstrar afeto, nem da pessoa que é incompatível com ela. Aí não dá. Aí é um pacto com o sofrimento. Não pode ser um projeto que o outro tenha que aceitar seu jeito e se adaptar a ele. Você só responde por você: se você quer que funcione, adapte-se você. Se não, pula fora que dias melhores virão. Mas no geral, as pessoas ficam, esperando que a mudança venha do outro.

Aí surgem os atritos, os relacionamentos infelizes, desgastados e problemáticos. Então, vamos estabelecer uma coisa aqui: sua demonstração de afeto não é “a forma correta” de demonstrar afeto, nem a única forma de demonstrar afeto – e pode ser incômoda para muitas pessoas. Não tem que te ofender, não é nada pessoal. Vai ter quem não seja feliz com a sua forma de demonstrar afeto e isso não significa que você seja nada de negativo, você apenas não é compatível com todas as pessoas do mundo.

Então, vamos repetir: se for o caso, se a sua forma de demonstrar afeto for incômoda para o outro, você tem dois caminhos: mudar a sua forma de demonstrar afeto (o que não é nenhuma ofensa pessoal e pode ser feito) ou mudar de pessoa.

Sabe o que não é uma opção? Ficar tentando forçar a pessoa, na base da culpa ou da briga, a gostar da sua forma de demonstrar afeto. Igualmente não é uma opção taxar a pessoa de “louca” ou desajustada por não apreciar a sua forma de demonstrar afeto. Sabe o que também não é uma opção? Acreditar que a sua forma de demonstrar afeto é “o que você é”, achando que se mudar ela, mudará quem você é. Não se autolimite assim, por caridade.

Não confunda o que você é, a sua essência, com um comportamento transitório. Não se apegue às suas crenças a ponto de achar que elas te definem. Você é o que você quiser ser. “Mas Sally eu quero ser rainha da Noruega!”. Não seja essa pessoa, que finge que não entende o que está sendo dito e joga um absurdo para contradizer o interlocutor, é arrombadíssimo se portar assim.

Voltando ao assunto: você pode mudar as suas formas de demonstrar afeto se assim o quiser (e pode não querer, tá tudo certo). O que não pode é ficar presa em um relacionamento (qualquer um, mesmo que não seja amoroso) onde sua forma de demonstrar afeto é incompatível com a pessoa, esperando que a pessoa mude, descubra quão maravilhosa é sua forma de demonstrar afeto, aprenda a gostar dela. Não se força o outro a gostar do que você faz, ou a pessoa gosta, ou ela não gosta. E, spoiler: as pessoas têm o sagrado direito de desgostar.

Então, quando estiver inspirado, tiver tempo e paciência, gaste um tempinho pensando sobre suas formas de demonstrar afeto: primeiro, se elas te prejudicam ou te fazem mal de alguma forma (se sim, hora de arregaçar as mangas e mudar isso aí) e como as pessoas que são importantes para você reagem a elas.

“Mas Sally eu não sei como as pessoas se sentem em relação à minha forma de demonstrar afeto”. PERGUNTE. Pergunte, criatura! Ninguém tem bola de cristal, ninguém lê mentes. Pergunte e ouça a resposta, sem interromper, sem se defender, sem tentar convencer o outro de nada. Ouça tudo que o outro tem a falar, entenda como ele se sente e depois você decide o que fazer, ciente de que mudar ou não mudar são opções: faça a que for melhor para você.

Espero que essa breve reflexão ajude a alguém. Se não ajudou, passa aqui amanhã que tem um texto completamente diferente!

Para dizer que preferia quando eu falava sobre política, para dizer que você gosta de pessoas que demonstram afeto presenteando ou ainda para dizer que vai ter lunático capaz de puxar tema político nos comentários: sally@desfavor.com

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Comments (20)

  • Quem me ensinou essa coisa do afeto foi a terapeuta. É até engraçado pensar que eu só fui entender bem essa questão com quase 30 anos de idade. A explicação dela não podia ser mais simples: afeto não tem câmbio. Não se paga com afeto dívidas em dinheiro. Não se compensa falta de respeito com afeto. Afeto só se paga com afeto, e pronto.

    Lembro que quando precisei mudar para o terreno dos meus sogros, conversei com meu marido, e deixei claro para ele como deveria ser a nossa posição: não vai ter entra e sai, não vai ter empréstimo de NADA, não vai ter visita de pijama nem de um lado nem de outro: nós não vamos pagar aluguel com afeto (que, na real, era o que meus sogros queriam, amarrar a gente por afeto). Nós pagamos um valor simbólico de aluguel para eles.

    Foi a melhor coisa que eu fiz, e sigo nesse propósito até hoje. Não vivo bem lá por outros fatores que não tem a ver com meus sogros, mas seria possível continuar morando lá excluindo-se esses fatores.

  • Interessante o post neste momento em que a palavra “afeto” deixou-me confusa e intrigada.
    Meu namorado disse outro dia a seguinte frase: “eu não quero e não posso ter afeto pelos meus pais”, nao se explicou após dizer a frase. Para ele é normal ele nao ter afeto pelos pais.
    Ainda não terminei o namoro.
    Se um cara não sente afeto pelos pais, que dirá daqui a um tempo por mim?
    Provavelmente estarei no balaio dos desafetos dele também.
    Sempre pensei na palavra afeto como amor e cuidados por alguém.
    A relação entre pais e filhos e baseada em afeto, ou estou errada?

    • Acho que o conceito é deturpado com algumas nuances sutis. Eu, por exemplo, não tenho afeto pelos meus pais, e ainda assim meu namorado não me larga por causa disso.

      Não tem como gostar, manter amizade, ser todo fofinho e meigo com quem já meteu um processo nas tuas costas por coisa idiota, ou por quem pensa e age de maneira totalmente contrária a tua, tem desvios de caráter etc etc. Não vou nem comentar o fato de ser bolsonarista também porque isso acaba caindo em outro assunto, melhor nem tocar.

      • Em alguns casos, não ficar refém de abuso dos pais é um ato de extrema coragem e não uma canalhice. Conheço muita gente que se deixa abusar emocionalmente por essa obrigação social de ter que gostar dos pais, de ter que tentar a todo custo ser uma família feliz e são pessoas com muitos problemas por causa disso.

    • Depende. Há pais abusivos (e há abuso “invisível”, sem falar da manipulação de “isso é normal, deixa de ser fresco”) e há quem tem receio de afeto por qualquer motivo.

      Baseado no que postou, não há como dizer nada. Sem que ele abra o jogo, será sempre um tiro no escuro.

    • Tem que ver quem são esses pais e o que eles fizeram para esse filho.
      Se foram pais abusivos ou se por qualquer motivo (muitas vezes até uma doença que a pessoa se recusa a tratar, como bipolaridade), são pessoas que fazem mal ao seu namorado. Nesse caso eu acho muito saudável que ele vire uma chave e se desligue dos pais. Pode até conviver, mas com distanciamento emocional, para não ser mais ferido.
      Pergunta a ele por qual motivo ele não quer vínculo afetivo com os pais, às vezes a gente acaba presumindo coisas que não são verdade, não custa nada ouvir da boca da pessoa.

      • Sally, meu namorado conta que passou 20 anos no quarto jogando on line, que a mãe brigava porque ele roía as unhas até o sabugo e ele nunca parou de roer, rói até hoje, brigava porque ele não lavava os pratos que ele juntava no quarto por dias. Ele teve boa educação, é culto e inteligente, conta que sua mãe o colocava em colégio até acima das posses dela e ela trabalhou fora e dentro de casa, nunca teve empregada ou ajuda, que o pai era ausente na educação dele. Reclama que o pai nunca deu um carro para ele, reclama que apanhou da mãe por desobediência e porque ele desrespeitou o pai. Essa coisas o fizeram sentir um profundo desafeto pelos pais.
        O pai do meu namorado se tornou inválido após meu namorado se tornar adulto, aí ele saiu de casa, sua mãe ainda sustenta a casa e cuida do marido sozinha, mesmo assim ele continua sem sentir afeto por ambos.
        Ele é carinhoso comigo e me ajuda em tudo que preciso, mas me pergunto: até quando?

        • No meu caso, já que isso aqui virou casos de família, vamos lá…

          Papa meteu um processo contra mim por coisa nova. Mamma tá lá, louca e presa na própria loucura dela. Mas louca mesmo, tem transtorno psicotico, toma remédio controlado, tem gente lá cuidando dela, e eu recebo notícias quase diárias dela. Deixei ela minimamente confortável, mas não dá, simplesmente não dá pra eu ficar lá naquela cidade podre a vida inteira, nem mesmo morar junto dela. Não há afeto, nem há diálogo com uma pessoa que pra qualquer A que se diga, ja começa com toda baboseira de 5a dimensão, arcanjo Miguel, planeta nibiru, limpeza do planeta etc etc etc. Não dá!

          Pra eu minimamente conversar com ela, tenho que entrar temporariamente na loucura dela, e isso me cansa horrores! E também não da pra manter afeto por uma pessoa que tem sérios problemas psicológicos e desvios de caráter, e não olha pra si mesma e tenta melhorar. Também não dá pra conviver com uma pessoa que se diz bolsonarista, mas aceita viver num comodismo digno de depender de tudo dos outros. Não dá pra engolir ser uma mal caráter que deve a Deus e o mundo e ainda se acha o centro do universo, ela tá sempre certa, e aí de quem disser um A a respeito. Não dá pra engolir isso tudo, então o melhor mesmo é deixar ela lá, com a vidinha dela, e eu seguir com a minha.

          Especificamente sobre o comentário anterior, não sei, mas acho que talvez o anônimo tenha internalizado demais aquela ideia clichê de “se quer saber como será tratado, veja como o sujeo trata teus pais”. Acho isso até uma injustiça, uma imposição, até pq tem que saber diferenciar o afeto que tu supostamente tem e exprime pelos teus pais, e o afeto que tu tens na tua vida amorosa e pessoal.

          • O caso da sua mãe é um caso de doença mental, surto psicótico é coisa séria. Não acho que seja possível manter uma relação com alguém em pleno surto psicótico, por sinal, não acho sequer que ela seja ela mesma durante um surto psicótico.

  • Isso me lembrou um livro que li e que fez bastante sentido para mim, o “As cinco linguagens do amor” de Gary Chapman.

    E teu texto de hoje, Sally, me faz entender o porque da angústia gigantesca que eu sentia quando em um dos meus relacionamentos a pessoa me exigia que colocasse fotos do casal nas redes sociais como demonstração de “amor” assim como a outra parte fazia (logo eu que se pudesse seria invisível) e a minha negativa gerava brigas homéricas…nunca entrou na cabeça de que eu odiava me expor…

    Outra situação é de pessoas que mensuram o afeto pela troca de presentes, antes eu iria achá-las interesseiras mas depois de ver que essa é simplesmente a maneira DELAS demonstrarem que gostam e tá tudo bem…

    • Não existe forma certa de demonstrar afeto, seria tão bom se todo mundo entendesse isso! Brigar com o outro pelo outro se recusar a demonstrar afeto com a pessoa quer é realmente muito angustiante, entendo perfeitamente como você se sentia!

      • “Não existe forma certa de demonstrar afeto, seria tão bom se todo mundo entendesse isso!” Não tem como não concordar.

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