Limpinhos? – Parte 2

Continuando na nossa série sobre limpeza e higiene pessoal, vamos falar sobre roupas hoje. Infelizmente, no Brasil, muita gente é flexível demais quando falamos sobre higiene pessoal, inclusive no quesito roupas, nem parece que é um país tropical tão quente: se não tiver uma grande mancha de lama visível, a pessoa acha que ainda não é hora de lavar.

O que será dito aqui não é a minha opinião, um capricho meu ou um exagero, é a frequência e forma de lavar as roupas que, à luz da ciência e da química são necessárias e eficazes. Portanto, se você discorda, não está discordando de mim, está discordando da ciência.

Não há qualquer contraindicação em lavar as peças com uma frequência maior do que a que está aqui (que é a frequência mínima para ser uma pessoa limpa e não colocar em risco a sua saúde), mas lavar as peças com uma frequência maior pode comprometer a sua saúde e também sua vida social, já que muitas vezes peças de roupa estão com cheiro ruim e quem as usa não percebe.

É o mesmo mecanismo do cecê: quem está fedendo nunca sente, pois o cheiro irrita o bulbo olfativo e, por um mecanismo involuntário, o corpo “desliga” a percepção daquele cheiro. É o mesmo mecanismo que faz com que você pare de sentir o perfume que passou mesmo que as outras pessoas digam que você está cheiroso. Então, sim, se você lava a roupa com menos frequência do que o indicado, você pode estar fedendo e nem percebendo.

Vamos começar pela roupa de baixo: calcinha, sutiã e cueca. Nem deveria ser preciso falar sobre isso, mas eu já vi coisas demais nessa vida para esperar bom-senso de todos os seres humanos: calcinha e cueca é uma usada, uma lavada. Simples assim.

“Mas não está sujo”. Novamente isso. Sujeira não é apenas aquilo que você consegue ver ou cheirar. Nem sempre sujeira é visível. E nem sempre o motivo pelo qual se lava algo com frequência é por sujeira propriamente dita. Em outro texto desta série explicamos que boa parte do peso do seu travesseiro pode ser de ácaros ou de cocô de ácaros e você não pode vê-los.

Leve esta premissa para qualquer peça de roupa citada no texto: você não pode saber se está sujo ou não, pois nem toda sujeira é visível ao olho humano e nem toda sujeira é detectável pelo olfato humano. Além disso, existem outros problemas além da sujeira, como ácaros, bactérias e fungos. E já que estamos falando em premissas gerais, por caridade: colocar a roupa ao sol não a deixa limpa. A roupa se lava com água e sabão.

Então, é inegociável se você quer ter higiene: calcinha e cueca, usou lavou. Nada de usar duas vezes seguidas. Nada de virar do avesso e usar novamente, nada que de alguma forma flexibilize essa regra. Não importa se está nevando, não importa se você não transpirou, não importa nem se você usou Carefree, pois o resto do corpo entrou em contato com a peça.

Mesmo que pareça limpíssimo para você provavelmente tem microrganismos ali que você não consegue ver, como bactérias ou fungos, que além de ter o potencial para causar doenças, não deixarão o cheiro da região muito agradável.

“Eu não sinto o cheiro”. Vamos começar novamente com isso? Já explicamos que o fedido nunca sente o cheiro. E agora falo por todas as mulheres do Brasil, pois certas coisas precisam ser ditas e é muito mais fácil se for de forma anônima: 90% dos homens tem cheiro de saco em algum momento do dia, sobretudo em dias quentes.

Suou? Sobe cheiro de saco. Que depois a pessoa vá para o ar-condicionado e o suor evapore todo, o cheiro de saco continua, o cheiro de saco é uma maldição. E pior: todo saco cheira exatamente igual. Não importa se você é branco, azul ou alienígena, cheiro de saco é a forma que a mãe natureza encontrou para emitir esse alerta universal: “esse não, esse é um porco do caralho”.

Então, não adianta seguir os conselhos daqui sem levar em conta o contexto: “ok, cueca eu lavo todo dia, mas calça, bermuda e short não precisa”. Depende. Mas olha, depende muito. Vamos desenvolver o tema, por amor a todas as mulheres do Brasil. Eu espero de coração que este texto eduque os rapazes daí, ninguém merece conviver com cheiro de saco.

Aquela calça de moletom que você usa sem cueca e acha que tá ok usar por uma semana seguida… ela tem cheiro de saco. E é nojento. Aquele pijaminha que você usa sem cuequinha? Cheiro de saco, certamente. No nosso texto sobre cecê explicamos por qual motivo algumas regiões do corpo humano soltam odores, mesmo quando não transpiramos e a virilha é uma delas.

Isso significa que qualquer coisa colocada em contato com as partes íntimas diretamente, seja pijama, calça de moletom ou sunga, tem que seguir a regra de uma usada uma lavada. Não quer? Use uma porra de uma cueca. Usou qualquer peça, mesmo que seja um Kilt (uma saia escocesa) sem cueca? Uma usada, uma lavada. Não seja mané, não saia por aí com cheiro de saco.

Depois do esporro nos rapazes, vamos ao esporro nas meninas. Calcinha é uma usada, uma lavada, mas não basta lavar depois de uma usada, é preciso saber lavar. Se o ginecologista de vocês nunca avisou, aviso eu: é prejudicial para a sua saúde lavar a calcinha no banho e deixar pendurada no box.

Calcinhas, cuecas ou o que quer que se esteja usando como roupa de baixo não devem secar em um ambiente úmido, pois é um ambiente propício para a proliferação de bactérias e fungos. Sem contar a dose cavalar de deselegância que é ter uma calcinha pendurada no box, coisa mais ordinária, por favor, vamos ter mais dignidade!

Vamos trabalhar para um país melhor. Chega de casal composto por Mr. Cheiro de Saco e Miss Calcinha no Box. Não sejam essas pessoas, tenham dignidade, respeitem seus parceiros, respeitem sua casa, respeitem a vocês mesmos. Você não tem que viver como um animal, é possível ser uma pessoa melhor!

Prosseguindo… quando falamos em meias e sutiãs, o ideal é uma usada e uma lavada também, porém, aqui existe uma remota possibilidade de ser mais flexível. Se você usou meia ou sutiã o dia todo, não tem conversa: tem que lavar, mesmo que esteja frio, mesmo que você não tenha transpirado, mesmo que qualquer coisa. Encostou na sua pele? Tem que lavar após uma usada.

Mas se você fez um uso pontual, ou seja, usou por um curto período de tempo (ex: colocou uma meia e um sapato apenas para ir na portaria pegar uma encomenda ou colocou uma meia para assistir a um filme sentado no sofá pois estava com frio nos pés), é possível flexibilizar – mas que nunca passe de três usadas, por mais pontuais que elas sejam, sem lavar.

Pijama, camisola ou o que quer que você use apenas para dormir: se usar a parte de baixo sem cueca/calcinha, lavar todo dia. “Mas aí eu vou ter que comprar um monte de pijamas!”. Usa cueca então, desgraça. “Mas a cueca me aperta!”. Compra cueca samba-canção. Haja paciência…

Se você usa roupa de baixo com o pijama, com sorte, pode ser que ele só precise ser lavado após uma semana de uso. Mas pode ser que seja necessário lavá-lo antes, caso você transpire muito durante o sono. “Mas eu não transpirei nenhuma noite!”. Ok, mesmo sem transpiração, em uma semana a roupa tem um acúmulo de sujeira/ácaros/bactérias/secreções corporais e sabe mais o quê… tem que lavar.

Roupas básicas: saias, calças, camisa, camiseta, vestidos etc. Se foi um uso por um período prolongado, por exemplo, uma roupa que você usa como uniforme no trabalho, com a qual você ficou das 9 da manhã até as 18hs, sinto muito, mas é uma usada e uma lavada sim, pois é humanamente impossível que ela esteja limpa.

Mesmo que você não tenha transpirado a ponto de molhar a roupa, nenhum ser humano passa 8 horas (ou mais) sem soltar pele morta na roupa, sem soltar algum tipo de secreção ou até sem sentar ou encostar em um ambiente com ácaros ou coisa pior. Então, aquela roupa que “vai para a guerra” com você, é uma usada, uma lavada. E, a menos que a roupa seja de um tecido muito resistente, eu recomendo que essa lavada seja à mão, pois todo santo dia na máquina de lavar vai detonar a sua roupa.

Mas, se estamos falando de uso esporádico, como por exemplo uma roupa que você usou para um compromisso curto e de uma roupa que não encostou diretamente na sua pele (por exemplo, a pessoa usou uma camiseta de algodão por baixo da camisa social), pode ser que a peça ainda renda mais uma ou duas usadas antes de precisar ser lavada. Alguns fatores precisam ser observados.

Nosso corpo possuí dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas. As écrinas estão espalhadas pelo corpo todo e secretam apenas água e sais minerais, não causam mau cheiro. Porém, as apócrinas, que estão em apenas algumas partes do corpo, jogam no suor restos do metabolismo do corpo, o que torna a transpiração mais “sujante”, mais fedida.

Por isso, quando a roupa entrar em contato direto com um local que tenha glândula apócrinas e for usada por um tempo considerável, ela deve ser lavada, mesmo após um único uso. As regiões com predominância de glândulas apócrinas são: axilas, virilha, genitais, períneo e peito. Sua roupa foi usada por muitas horas e encostou diretamente em uma delas? Tem que lavar, mesmo após uma única usada.

Vamos supor que sua roupa não encostou diretamente em nenhuma dessas regiões, pois havia outra roupa por baixo. Vamos supor que você não usou a roupa por muitas horas, não transpirou, não se sujou, não manchou. Talvez esta roupa não precise ser lavada. Mas… será que ela está apta a voltar para o armário com as roupas 100% limpas? Uma calça que sentou no busão, uma camisa cujas costas encostaram na parede do metrô?

Aí cria-se um limbo de roupas nem sujas o bastante para lavar, nem limpas o bastante para serem devolvidas ao armário. Você tem três soluções possíveis: ligar o foda-se, abstrair e lavar a roupa mesmo ela não estando na maior das sujeiras, ligar o foda-se e guardar a roupa no armário, mesmo ela não estando na maior das limpezas, ou fazer o que eu faço e dar um pequeno tratamento a essa peça antes de devolvê-la ao armário.

Você vai precisar de meio litro de água morna, 2 colheres de sopa de bicarbonato de sódio e 2 colheres de sopa de amaciante. Recomendo o Downy da embalagem preta, melhor cheiro do mercado (https://images-americanas.b2w.io/produtos/2775427149/imagens/amaciante-concentrado-downy-perfume-collection-adoravel-900-ml/2775427149_1_large.jpg), lembrando sempre que nenhuma marca patrocina a gente, muito pelo contrário, costuma ser um demérito ser citado pelo Desfavor. É opinião sincera.

Misture tudo em um borrifador e borrife na roupa que está no limbo da sujeira e deixe esta roupa penduradinha em um cabide, para que fique esticada, do lado de fora do armário, em um local ventilado. No dia seguinte, coloque no armário, em um canto separado do resto das roupas, para você saber que aquela roupa já tem um uso.

Não é uma lavagem, mas o bicarbonato faz uma pequena higienização e ajuda a remover odores, enquanto o amaciante ajuda a desamassar a peça e ainda deixa um cheirinho agradável. Mas atenção: isso é apenas para peças limpas, não comecem a usar isso para não lavar roupa, pois isso não limpa uma roupa suja, ok?

No caso de casacos, jaquetas, sobretudos e outras peças que, pela natureza da peça, sempre são usadas com alguma roupa por baixo, ou seja, nunca entram em contato direito com sua pele, a lavagem pode ser mais esporádica. Tudo vai depender do uso que você dá à peça. Um casaco que você usa 3 vezes ao ano não é o mesmo do que um casaco que você usa 3 vezes por semana. Eu colocaria uma regra básica de nunca ultrapassar 7 usos sem lavar. E muito cuidado, geralmente essas peças não podem ser lavadas em casa. Olhe a etiqueta para descobrir como lavar.

Roupas de academia ou para se exercitar: uma usada, uma lavada, não importa quais elas sejam. Não creio que exista um ser humano que se exercite e volte com a roupa limpa para casa. Tira tudo, inclusive meia e sutiã/top e lava depois de um único uso. Esse tipo de roupa é propositalmente resistente por isso: é para ser usada uma vez e lavada.

Um item que merece um parágrafo próprio: camisa de time, de seleção ou apenas aquelas camisas de tecido molinho de academia. São tecidos que ficam com um cheiro muito ruim, um misto de sujeira, cecê e um azedinho-doce inidentificável. Se você está usando uma dessas e começou a transpirar, faça um favor à sociedade: não abrace ninguém.

É inegociável que seja uma usada, uma lavada e que, depois de lavar, ela seque penduradinha em um cabide, esticada (nunca dobrada) em um local fresco, arejado, ventilado, de preferência sozinha, pois se não secar com muita circulação de ar, vai ficar com cheiro de cachorro molhado. Eu ainda dou um reforço, borrifando a roupa que está no varal com uma mistura de 800ml de água + 100ml de amaciante + 100ml de álcool. Coloco tudo em um borrifador e borrifo na roupa molhada. Se pendurar ela bem esticadinha, não precisa nem passar depois. Isso vai garantir que esse tecido maldito seque minimamente cheiroso.

Roupas de praia/piscina, como maiô, biquini, sunga e o que quer que se esteja usando agora, também é uma usada e uma lavada. Não, o fato de ter entrado na água com ela não a deixa limpa, a roupa só está limpa se for exposta a água + sabão + atrito (que pode ser esfregando ou na máquina de lavar).

Inclusive guardar uma peça que esteve em contato com água da piscina ou do mar sem lavar certamente vai estragá-la. O mesmo vale para os outros acessórios como canga, boné, toalha de praia e qualquer coisa que tenha entrado em contato com uma pessoa suada ou molhada: uma usada, uma lavada.

E, não custa lembrar que cada roupa tem uma forma correta para ser lavada – e ela pode ser encontrada na etiqueta da própria roupa. Nada de sair jogando tudo na máquina de lavar, pois você pode estragar a peça ou todas as demais, se uma delas soltar tinta. Leia a porcaria de etiqueta antes de lavar qualquer roupa, leva menos de um minuto e evita acidentes.

“Mas Sally, a peça é velha, não tem etiqueta”. Provavelmente ela deveria estar no lixo então, mas vamos lá… Pegue um pano branco qualquer, molhe uma pontinha da peça que você vai lavar e esfregue vigorosamente no pano branco. O pano branco ficou manchado com a cor da roupa? Se sim, ela provavelmente vai soltar tinta, portanto, deve ser lavada a mão ou em uma lavanderia.

Peças de tecidos delicados, como seda, voal (ou voil), renda, apliques, paetês, ou qualquer outro tecido que te pareça fino ou frágil não devem ser lavados na máquina de lavar roupa, pois existem grandes chances de que saiam com rasgos, deformados ou estraçalhados. Uma boa medida de agora em diante é perguntar, antes de comprar uma roupa (ou olhar na etiqueta) se ela pode ser lavada na máquina. Se não puder, eu simplesmente não compro e recomendo que você faça o mesmo, a menos que tenha tempo sobrando.

É isso, encerramos mais um episódio da nossa autoajuda “não seja um porco do caralho”. Se quiserem, continuamos com mais dicas relacionadas a higiene pessoal e limpeza.

Para dizer que diretrizes mínimas de higiene são exagero ou frescura como se fossem opiniões pessoais minhas, para dizer que nada disso se aplica ao brasileiro pois ele nada no esgoto e nada acontece ou ainda para dizer que camisa de time fede dois segundos depois que a pessoa a coloca: sally@desfavor.com

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Comments (40)

  • Então no caso se usar roupa 8 horas no trabalho tem que lavar mesmo se o ar condicionado te faça tremer e vc não sue. O casaco também lavar 3X na semana, aham… Haja gasto com sabão em pó, né! Gasto de luz na máquina de lavar ou tempo pra lavar na mão. Fora que experimenta lavar roupa a cada uso, vc vai precisar ter várias porque vai ficar tudo desbotado. Por isso que brasileiro não faz isso. Ou então tem aqueles coachs que ensinam usar sempre o mesmo estilo de roupa tipo calça jeans, camiseta preta e tênis e ter tipo 10 conjuntos iguais, assim fica mais fácil pra tudo.

    • Depende de como você lave, depende do tecido da roupa e depende até de como ela seque. É possível lavar roupa com frequência sem estragá-la.

    • Se lavar de qualquer jeito, tem mais é que arrebentar mesmo. Siga as instruções da etiqueta da roupa.

      E a grande maioria das máquinas de lavar vêm com modo rápido/econômico/pouca roupa/whatever que faz ciclos de 15min, bom pra quando você não tiver roupa o bastante pra encher a máquina.

  • Sally capítulo especial para higiene na cozinha. Tinha um amigo da minha mãe que toda vez que ia em casa usava o pano de prato de guardanapo, eu queria morrer.

    • Sim, cozinha é um ambiente importante, cheio de informações desconhecidas e se a gente erra, ainda periga passar mal! Vou fazer.

      • Mais do que só passar mal. Em casos mais graves, falta de higiene na cozinha pode até matar! E, por favor, escreva mesmo sobre isso, Sally. Informação de utilidade pública nunca é demais.

        • Já fui em casas de algumas pessoas cujas cozinhas faziam o Pé de Fava, aquele restaurante de um episódio de reality show que virou meme, parecer tão limpo e esterilizado quanto uma sala de cirurgia…

  • No meu antigo ap, o banheiro tinha uma janela que dava pra rua, podia deixar cueca pendurada que secava rápido. O meu ap atual o banheiro não trm janela, então até a toalha molhada não deixo mais, senão fede a mofo.

    • Pois é, secar roupa só em ambiente ventilado!
      Eu conheço gente que deixa a calcinha pendurada dentro do box e quando ela seca, veste e usa (nem chega a voltar para o armário). Não sejam essa pessoa.

  • O combo de pobre fazendo pobrice é deixar as calcinhas penduradas na torneira e colocar roupa pra secar atrás da geladeira. Isso prejudica o motor. Ainda bem que as modernas frost free não ficam quentes atrás.

  • Sally, o grande problema, a meu ver, é ter que lavar roupa todo santo dia. Daí haja gasto de autua e energia! Na contrapartida, a pessoa teria que ter muita roupa pra usar, deixar pra lavar e ainda ter outras pra vestir. Nem todos têm condições financeiras pra isso. Quando não é isso, é o caso de porquisse gratuita mesmo.

    • Ge, vocês vivem NO BRASIL, um país onde você estende a roupa no varal e duas horas depois ela está seca, isso facilita muito a vida. É Um país onde se usam roupas leves, que secam rápido. Onde eu moro às vezes demora 3 dias para secar uma camiseta…

        • É, aqui em Curitiba também não está fácil, esse ano particularmente está atípico, não para de chover por meses a fio, nada seca dentro de casa e só acumula bolor! Um show de horrores completo.

  • Um dos meus exemplos preferidos do “não tá sujo” são aqueles velhos que você encontra em transporte público, filas e lugares fechados em geral.

    O distinto cavalheiro não é muito fã de banho (afinal ele “não se sujou”) e possui, sei lá, umas quatro “roupas de sair”. O senhor então se enche de colônia barata, bota uma delas, passa o dia inteiro suando na rua, parando pra usar o banheiro de vez em quando, volta pra casa, pendura a roupa, e na próxima vez que for sair, pega a segunda, depois a terceira, por fim a quarta… e então volta pra primeira, que como não “sujou”, ele não lavou.

    Então a roupa começa a juntar uma coleção de odores almiscarados. Na camisa, um misto de cecê, suor e colônia que vai se potencializando cada vez que o idoso usa a roupa; a calça sendo regada com urina, tanto as gotículas durante a sacolejada como aquele resquício que sua uretra já não tão forte e controlável como outrora não consegue botar pra fora durante a mijada e acaba escorrendo pra cueca sem mesmo que o idoso perceba, e o fundilho que vai acumulando aquela mistura de fezes com suor quando o idoso se senta. Tudo isso passa desapercebido pelo olfato já não tão apurado do cavalheiro, que apresenta esse espetáculo olfativo dantesco ao mundo.

    • Eu dou um desconto para idoso pois tenho a teoria pessoal de que os neurônios vão morrendo e com eles a noção, a adequação e a civilidade.

  • Aquele prédio moderninho com apartamento pequCOMPACTO e um condomínio cheio de itens nas areas comuns, incluindo a lavanderia… meudeus. Aquilo só é bonito no projeto decorado. Na vida real é extremamente anti higienico.
    Raramente os prédios tem regras e quando tem, raramente BM cumpre.
    A real é que o povo coloca todo tipo de peça imunda dentro da máquina. Você coloca sua roupa suja e ela sai mais suja ainda. Por mais que tenha agua quente, a roupa sai com quilos de poeira!
    Se você se importa com limpeza e higiene não caia no conto da lavanderia coletiva. De nada.

    • É que máquina de lavar roupa tem que ser lavada de tempos em tempos (fazer ela funcionar com água + água sanitária). Tenta higienizar uma dessas máquinas e depois usá-la zeradinha para lavar as suas roupas.

      • Já saí desse prédio, agora lavo minha propria maquina que só eu uso *sorriso de satisfação.
        Comprei uma máquina usada/reformada e o técnico da loja disse pra lavar ela com vinagre branco e bicarbonato (1 litro de vinagre e 1 xícara de bicarbonato), ao invés de agua sanitária, que segundo ele estraga os componentes da máquina. Eu disse que o fabricante recomenda a agua sanitária e ele respondeu que é assim que eles vendem máquina nova.

        • O problema é que vinagre e bicarbonato são muito bons para tirar manchas e cheiros, ou seja, para limpar, mas não servem para desinfetar (matar germes). Para isso, só água sanitária ou cloro.

          Você pode ouvir que vinagre + bicarbonato tem “propriedades desinfetantes”, mas isso só quer dizer que ele mata alguns patógenos sob certas condições e pode inibir o crescimento de algumas bactérias, especialmente aquelas que são transmitidas por alimentos, por isso muita gente usa vinagre para lavar comida. Mas limpeza pesada, como máquina de lavar roupa? Não é suficiente.

          Então, se a máquina manchou por uma roupa ter soltado tinta ou algo do tipo, tudo bem usar bicarbonato + vinagre. Mas se é limpeza mesmo, para matar germes, tem que ser água sanitária.

      • Exatamente! Eu li um artigo (peer-reviewed, vou tentar achar e mandar o link) mostrando que máquinas de lavar por vezes são mais sujas que banheiro de avião (que, junto com barba mal lavada, são as duas coisas mais sujas do universo em número de linhagens bacterianas). Sally é a segunda pessoa que eu conheço que lava máquina de lavar, algo que deveria ser rotina por motivos de saúde (recomenda-se um mínimo de 1x por mês quando é máquina de uma única família).

        • Quando eu digo isso as pessoas desprezam e dizem “ah, mas a máquina está sempre com água e sabão, não pode estar suja”. Se fosse assim, ninguém precisaria lavar o box do banheiro…

          • Ué, sempre me pareceu lógico que se tenha que higienizar a máquina de lavar roupas e o box do banheiro de tempos em tempos… E pelos mesmos motivos. Porque, em ambos, o uso contínuo causa um acúmulo de restos de sabão/amaciante/sabonete/shampoo, misturados com as secreções, células mortas e gordura da pele que se desprendem de nossos corpos no banho ou que ficam impregnadas nos tecidos de tudo o que vestimos devido à transpiração. Sem falar que a sujeira que sai ou da roupa ou da gente na lavagem não vai toda embora pelo ralo com a água usada. Parte dessas impurezas fica “grudada” na máquina e no box.

      • Sally, tenho aquelas máquinas lava e seca quem tem um ciclo só de lavagem do tambor que usa agua quente e coloco vinagre de álcool e bicarbonato…água sanitária limpa melhor? Não fica resquício que pode manchar roupa depois?

  • “Calcinha e cueca é uma usada, uma lavada. Simples assim.” Simplesmente não é sequer concebível que ainda haja gente neste planeta que NÃO pratique esse hábito básico de higiene. Porra, isso é o mínimo!

  • Não lavar também roupa íntima com panos de prato, panos de chão com toalhas de banho, ou fronhas e lençóis com cobertas.

    Primeiro que seria transferir a sujeira de um para outro. Segundo que a diferença na densidade das roupas e a capacidade de acumularem mais água que outras, pode destruir peças mais delicadas e simples de se lavar.

    Algumas peças ou dependendo da sujeira, requerem ser deixadas de molho.

    Aquele “amarelão” na calcinha se dá por contato das bactérias nas secreções vaginais com o ambiente. Logo, deixar ela suja com fluídos da sua genitália no cesto de roupas pode manchá-las (mais horroroso ainda é quando homem consegue fazer essa proeza).

    E pra quem convive com gente que é sensível a perfumes, existem produtos livres de fragrâncias ou que só realizem a função de limpeza mesmo (tal como Lisoform).

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