Bloqueio Criativo.

Precisa criar algo e a inspiração não vem? Já começou e não consegue concluir? Sente que sua mente está vazia e não é capaz de mais nada em matéria de produtividade? Desfavor Explica: Bloqueio Criativo.

O Bloqueio Criativo (também conhecido como “Bloqueio do Escritor”) pode afetar não apenas escritores, qualquer pessoa que trabalhe com uma atividade criativa: escritores, músicos, artistas ou qualquer outro profissional que precise produzir ideias, soluções ou expressar sua criatividade de forma recorrente.

É algo pontual, portanto, se você não se sente uma pessoa criativa nunca, não estamos falando de Bloqueio Criativo e sim de uma necessidade de desenvolver e exercitar sua criatividade (sim, isso pode ser trabalhado). No Bloqueio Criativo a pessoa tem um histórico de produção que é interrompido por uma fase na qual ela não consegue mais produzir nada que dependa de sua mente, de sua criatividade, das suas ideias.

Não é uma patologia nem algo preocupante, de fato, quase todas as pessoas que trabalham com criatividade eventualmente passam por isso. Porém, existem algumas dicas para entender e superar esse período e até, com sorte, evitar que ele se repita.

Antes de qualquer coisa, é preciso compreender de onde isso vem. Diversos fatores podem causar o Bloqueio Criativo. Para fins didáticos, vamos dividir esses fatores em dois grandes grupos: fatores físicos e fatores mentais. No geral, ele não acontece por uma única causa e sim por uma combinação de várias. Quanto mais delas presentes, maiores as chances do Bloqueio Criativo acontecer.

Então, entender as causas ajuda a reverter o quadro, mas também a evitá-lo. Se você enfrenta muitos desses fatores, recomendamos que reveja suas prioridades e escolhas, pois sua qualidade de vida está prejudicada – e isso não afeta apenas a sua criatividade.

Entre os fatores físicos, os dez mais comuns são privação de sono, má alimentação, desconforto no ambiente de produção, falta de infraestrutura, burnout, interferências externas no processo criativo, desconfortos físicos, vícios, doenças e problemas de visão. E vamos falar sobre cada um deles, pois não são tão óbvios quanto parecem.

Privação de sono não é apenas dormir poucas horas, é estar carente de um sono reparador, um sono de qualidade. Isso pode acontecer mesmo que a pessoa durma 14h por dia, por exemplo, se ela dorme ao lado de alguém que ronca alto ou se dorme com qualquer barulho, luminosidade ou desconforto térmico que impedem o corpo de entrar no sono profundo. Também pode acontecer se a pessoa tiver desenvolvido alguma doença do sono, como por exemplo, apneia. Então, observe seu despertar: acorda cansado, sem energia, com sensação de exaustão? Talvez valha investigar com um médico como está seu sono.

Má alimentação. Não é apenas fast food. Já vi vegano fazendo dieta errada que perdeu, além da capacidade produtiva, vários dentes. Uma boa alimentação não precisa ser 100% saudável, mas precisa incluir tudo, de preferência com moderação. Você come de forma variada, diferentes tipos de alimentos? Você faz várias refeições por dia? Você bebe água durante todo o dia? Talvez valha investigar com um médico nutrólogo se está faltando alguma vitamina.

Desconforto no ambiente de produção. Não é apenas uma cadeira ruim. Pode ser muito barulho, muito frio, muito calor, muita gente insuportável. Pode ser pouca luminosidade, telefone tocando o tempo todo interrompendo. Pode ser até um excesso de reuniões inúteis que interrompem e nuca geram qualquer resultado positivo, servindo apenas para quebrar sua linha de raciocínio. É qualquer estímulo que gere desconforto, reação negativa ou irritação no local no qual você está tentando produzir. Às vezes bastam pequenos ajustes, como trocar uma lâmpada por outra mais adequada, para melhorar sua qualidade de vida.

Falta de infraestrutura. Diz respeito ao material que você efetivamente usa para produzir. Um músico com um violão desafinado ou com as cordas arrebentadas não vai produzir bem. Dependendo do que a pessoa faça, ela precisa de um mínimo de infraestrutura para que sua produtividade seja sólida e constante e quando esta infraestrutura falta, em algum momento, mesmo que seja após meses, se torna difícil demais produzir, consumindo muito esforço do corpo e da mente, gerando exaurimento e bloqueio.

Burnout. É uma condição física de esgotamento por esforço mental/emocional. Não é estresse, é o que acontece após muito estresse, quando o corpo e/ou a mente desistem de você. Temos um texto só sobre ele aqui no blog, por isso não vamos nos aprofundar.

Interferências externas no processo criativo. Não é apenas um chefe chato te dizendo o que fazer, como fazer e quando fazer. Também pode ser um cliente chato, um colega de trabalho chato ou até pessoas online. E pode ser interferências de outra ordem, por exemplo, um cliente te pede algo e, depois que você começou a trabalhar, ele muda de ideia e te pede para fazer algo completamente diferente. Sucessivas vezes. Qualquer interferência te terceiros no seu processo criativo, mesmo que não seja para falar mal dele, pode te afetar.

Desconfortos físicos. Não são apenas aquela dor de cabeça irritante ou aquela diarreia indigna, qualquer desconforto físico pode minar sua criatividade ou produtividade: uma calça muito apertada, um cabelo preso que machuca ou até uma franja comprida demais. Já vi gente que melhorou de produtividade quando prendeu a franja que caía por cima dos olhos.

Vícios. Não são apenas em drogas, qualquer vício. Até café, se tomado na hora errada, pode gerar um rebote que reduz sua capacidade. Tem gente que diz que fica mais criativo quando usa certas substâncias, mas aí eu te pergunto: e o rebote? Como a pessoa fica quando o efeito da substância passa? Além disso alguns vícios podem minar o sono, a nutrição e a saúde, como é o caso do álcool. Não existe sono reparador, sono de qualidade, depois de beber muito.

Doenças. Nem sempre precisam ser graves ou incapacitantes para minar sua criatividade. Um descontrole na tireoide pode fazer um estrago equiparável aos sintomas de depressão. Nem toda doença se manifesta claramente como uma doença, o que às vezes parece desmotivação, prostração e preguiça é apenas físico. Um checkup não faz mal a ninguém, muito pelo contrário.

Problemas de visão. Acredite ou não, eles causam mais dificuldades do que podemos imaginar. São uma das principais causas de problemas de aprendizado em crianças e também atrapalham demais a vida adulta. Por serem graduais, isto é, vão evoluindo lentamente, muitas vezes a pessoa não consegue detectar que tem um problema de visão, mesmo que simples, como um astigmatismo, apenas sente dificuldade em qualquer tarefa. Vale observar se consegue enxergar perfeitamente bem ao longo do dia e fazer uma consulta com um oftalmologista.

Agora vamos para os fatores mentais. Entre os fatores metais os dez mais comuns são estresse, luto, falta de planejamento, falta de embasamento sobre o tema, excesso de informação, procrastinação, perfeccionismo, crenças limitantes, medo e desmotivação. Novamente, vamos falar sobre cada um deles, pois assim como os físicos, eles não são tão óbvios como parecem.

Estresse. Não é apenas causado por pessoas. Existem inúmeras fontes de estresse que não envolvem brigas e discussões, como por exemplo, dificuldades financeiras, uma pessoa querida doente ou preocupação com os filhos. Algum grau de estresse é inerente à vida cotidiana, mas, eventualmente, o corpo pode ficar sobrecarregado e precisar de um tempo. Sempre é possível delegar algo, desapegar de algo, encontrar mecanismo para lidar melhor com os sentimentos negativos. Existem muitas ferramentas gratuitas para isso inclusive. Se seu nível de estresse está alto, tente atenuá-lo com elas.

Luto. Não é apenas a perda de uma pessoa amada. Luto pode vir de diferentes sensações de perda. Pode ser a morte de um animal de estimação, o fim de um relacionamento, de um sonho, de um projeto. Qualquer perda significativa na vida pode gerar um estado de luto, que consome muita energia e reduz a disponibilidade mental e criativa. Está passando por algum tipo de luto? Temos um texto só sobre isso que talvez possa te ajudar. Elabore seu luto se permitindo ficar triste, com o tempo a criatividade vai voltar.

Falta de planejamento. Arrisco dizer que é um dos principais motivos do Bloqueio Criativo, pois, com um bom planejamento você gasta muito menos energia para fazer qualquer coisa e sobra mais combustível para criatividade. Temos vários textos sobre planejamento aqui que talvez possam te ajudar. Um bom primeiro passo é planejar sua semana, estipulando metas realistas e escrevendo o que tem que fazer em cada dia. Começar a semana com tudo organizado vai te dar uma dose de disponibilidade extra.

Falta de embasamento sobre o tema. Quando não entendemos bem o tema fica muito difícil achar um ponto de partida e começar a criar qualquer coisa com base nele. Um detalhe importante: não é sinônimo de ser ignorante no tema, é sinônimo de faltar uma base. Talvez você saiba bastante sobre o tema, mas a informação esteja desorganizada, confusa ou sem critérios. Em alguns casos, estudando um pouco mais sobre o tema, escutando diferentes pontos de vista, organizando o tema na sua cabeça, o bloqueio é ultrapassado.

No caso do excesso de informação. Aqui acontece justamente o contrário: há tanta informação que paralisa seu cérebro, que não consegue lidar com tudo. Se você acha que este pode ser o caso, escolha bons curadores de conteúdo, pessoas que entendam sobre o tema e beba apenas dessas fontes, para não se sobrecarregar. Também pode acontecer da pessoa acessar muita informação e não dar o tempo necessário para essa informação “assentar” na cabeça. Sim, existe um período de absorção, de “digestão da informação”, que deve ser respeitado.

Procrastinação. É um esporte nacional: a tendência de adiar tarefas e só realizá-las quando é imposto algum prazo com consequências sérias em caso de descumprimento. Se isso acontece com você, antes de mais nada, pergunte-se se realmente gosta do que está fazendo, pois geralmente não tendemos a adiar aquilo que nos dá prazer. Procure mecanismos para que isso te desperte interesse, ou apenas se coloque prazos e consequências para o descumprimento, como incentivo para levar adiante.

Perfeccionismo. Também pode gerar bloqueio criativo: quando nada está bom o bastante fica muito difícil passar para a próxima etapa de qualquer projeto. O empacar e não conseguir produzir pode ser apenas um excesso de julgamento da sua cabeça. Crie mecanismos para desempacar, aprenda a deixar as coisas não tão boas quanto gostaria, revisando tudo ao final. Permita-se um tempo determinado para aperfeiçoar o que já fez e depois passe adiante.

Crenças limitantes. Não estamos falando necessariamente de autoestima baixa ou coisa do tipo. Por exemplo, a crença de que para aquela questão existe apenas uma solução ou resposta certa pode te empacar. A crença de que o fracasso é algo trágico e não parte importante do aprendizado também. A crença de que você pode produzir bem em esquema multitarefa certamente vai te derrubar, o ser humano não é multitarefa, foque em uma coisa por vez e não interrompa.

A crença de que tem que trabalhar muitas horas seguidas também, intervalos são necessários para manter sua produtividade. A crença de que a mente não precisa de descanso (também temos texto sobre isso) é uma das piores, a mente precisa de períodos do dia livre. A crença de que se algo “sempre foi assim” e deu certo, deve continuar assim também é muito prejudicial: o mundo está em constante atualização, o que sempre foi assim pode não servir mais. Enfim, são inúmeras crenças que nem sempre tem relação com autoestima. Reavalie seus pensamento e crenças, pode ser que algum deles esteja te bloqueando.

Medo. Medo é um grande paralisador do ser humano. Medo de falhar, medo de não conseguir, medo de ser insuficiente, medo de ser rejeitado, medo, medo, medo. E medo do medo. Se existe algum medo no seu processo criativo, hora de tentar removê-lo. Canalize o medo como aliado: tenha medo de ser um incompetente que não termina o que começa mais do que qualquer outra coisa, ou simplesmente não se leve tão a sério.

Desmotivação. Acontece com todo mundo, mas quando é forte o bastante para te bloquear, é preciso fazer algo a respeito. Você tem que ser capaz de se automotivar, e também temos um texto sobre isso aqui. Para se automotivar você precisa se conhecer. Caso você não se conheça (recomendo que o faça), tente se motivar por tentativa e erro, dá trabalho, mas é melhor do que nada, em algum momento você vai aceitar e ver sua motivação aumentar.

“Mas Sally, eu não quero mudar, eu não quero abrir mão de nada para ter mais criatividade, quero saber como faz para continuar minha vida exatamente do jeito que está e, ainda assim, ser criativo”. Bem, querido leitor, aqui no Desfavor fazemos muitas coisas, mas milagre ainda não. Sua energia e disponibilidade são limitadas e para canalizar mais dela para sua criatividade, você vai ter que economizá-la em outros setores, corrigir drenos de energia e colocar sua mente em um lugar melhor.

“Mas Sally, eu sempre produzi bem mesmo com todos esses problemas, por qual motivo isso só afetou minha criatividade agora?”. Por um motivo muito simples: um dia seu corpo/mente cansa de tanta sobrecarga e dá sinais disso. Um dia, de tanto pingar, o copo de água transborda. E não adianta nada esvaziá-lo se continuar pingando, pois cedo ou tarde, ele vai transbordar novamente.

“Quer dizer então que para que uma pessoa possa produzir tem que estar tudo perfeito?”. Não, Pessoa Quer Dizer, não é isso o que estamos dizendo. Para produzir bem existe um limiar de problemas e desconfortos que podemos suportar, se passar disso, vai atrapalhar a produtividade e será preciso tomar providências. Portanto, é inteligente manter sua mente, seu corpo e seu entorno o menos nocivos possível, não apenas pela sua criatividade, mas também pela sua qualidade de vida.

Agora que você conhece os principais motivos que geram bloqueio criativo você pode refletir melhor sobre o que deve melhorar na sua vida para tentar reverter esse quadro. Não é preciso uma vida perfeita para ter criatividade, apenas um patamar limitado de itens que jogam contra você.

Ainda não sabe por onde começar? Teste. Melhore seu sono e veja o resultado. Depois tente se motivar e veja o resultado. Se preciso for, teste um item de cada vez e observe o que mais funciona para você. Depois de algum tempo, você estará com um manual de você mesmo em mãos, sabendo exatamente o que fazer para destravar um bloqueio criativo.

Para finalizar, algumas 10 dicas que funcionam para a maior parte das pessoas, independente da origem do seu bloqueio criativo:

1) A mente precisa descansar, goste você ou não, concorde você ou não. Dê períodos de descanso para sua mente, tenha tempo livre, desconecte-se, relaxe, mantenha sua mente vazia regularmente como processo de higiene mental


2) Fazer qualquer atividade por muitas horas seguidas é contraproducente, o ser humano não tem capacidade de concentração e produtividade ilimitada. Tente dar um intervalo de dez minutos a cada 90 minutos “trabalhados”. E intervalo é tirar seu foco disso, se distrair, descansar.


3) Busque novos inputs. Seus outputs são um resultado de todos os inputs conjugados. Busque novos conteúdos, novas opiniões, diferentes pontos de vista e abordagens. Aprenda algo novo, expanda sua mente, inove.


4) Cuide melhor das suas necessidades vitais. Não estamos pedindo para levar uma vida perfeita, mas tente dormir bem, beber água, manter uma alimentação razoável, se exercitar regularmente e agredir seu corpo o menos possível são medidas que todo mundo pode adotar.


5) Foque apenas na atividade que está fazendo. Não olhe telefone, não olhe rede social, não permita que nenhuma distração se interponha entre você e seu foco total no que está fazendo. O ser humano não é multitarefa, se você desviar sua atenção, sai do estado de fluxo e perde muito em rendimento e gastar horrores de energia para retornar ao mesmo patamar de concentração na tarefa.


6) Repense o projeto. Talvez seu bloqueio criativo seja para o bem, talvez exista uma falha no projeto e, se insistir em levar ele adiante, você só vai perder tempo. Reveja o projeto e avalie se ele realmente vale a pena e se está sendo executado da melhor forma.


7) Divirta-se. Não importa como. Não estamos te mandando sair, ver gente, ir a festas. Estamos sugerindo que você se divirta, da forma que for. Pode ser com teatrinho de fantoche de meias, pode ser com um esporte radical. Reserve um espaço no seu dia para fazer algo que te divirta e dê prazer.


8) Conheça o que melhora sua produtividade: melhor horário para produzir, melhor ambiente, melhor forma. Como se organizar, quais estímulos te dão um boost (café, música, etc.), quanto tempo você rende antes de precisar de um intervalo e tudo mais que possa te ajudar.


9) Troque ideias, peça ajuda, compartilhe. Obviamente não com qualquer um, com pessoas da sua confiança e que possam dar uma opinião pertinente sobre o assunto. É comum experimentar alguma cegueira criativa quando a pessoa fica muito imersa em um projeto, um novo ponto de vista pode fazer toda a diferença.


10) Leia o Desfavor. Sério mesmo, não é vaidade nossa, temos muitos textos sobre saúde mental, processo criativo, produtividade e desconstrução de velhas crenças e hábitos. Aprenda com os nossos erros, assim você não precisa passar por eles. Não precisa ler todo dia, se o tema do dia não te interessar, mas eu te garanto que ao menos eventualmente vai ter algo aqui que vai expandir sua mente, ser útil e te ajudar de alguma forma.

Para dizer que dá muito trabalho desbloquear sua criatividade e prefere fazer nas coxas, para dizer que quer dicas para bloqueio criativo pois sua mente não para quieta ou ainda para dizer que odeia quando abre o blog e tem um texto sério: sally@desfavor.com

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Comments (2)

  • Parabéns, Sally, esse é um dos melhores textos que já li na internet.
    Quando a papelada da indicação para o Prêmio Nobel voltar aqui na minha mesa, eu vou precisar do seu endereço. Você quer o da Paz ou de Fisiologia?
    Bj grande e boa sorte nas eleições hein!!!

  • Lembrando que esse bloqueio criativo não se refere necessariamente a só quem cria coisas no sentido de “criatividade lúdica”, por assim dizer. Eu, quando estive no meu mestrado e doutorado, passei por uma fase também em que era tanta informação, mas tanta informação a ser retida e “digerida”, que acabou se tornando difícil gerar um texto sobre aquilo tudo que estava lendo. Aì mesmo que tu queira escrever, tenha a melhor das intenções, parece que simplesmente não vai, tua mente trava e não tem jeito. Já vi acontecer com vários pós-graduandos isso.

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