15 anos melhores.

Vamos desenvolver melhor a ideia – aparentemente controversa aqui – que o mundo é um lugar melhor desde o começo do Desfavor, 15 anos atrás. Antes de qualquer coisa, precisamos entender as diferenças entre a parte e o todo, e como isso é naturalmente complicado para nós, seres humanos. O que estou chamando de otimismo aqui não é necessariamente otimismo, é realismo. Mas vamos lá, com calma dessa vez:

Se você for comparar a vida de uma pessoa com uma doença terrível em 2023 com a vida de uma pessoa saudável em 2008, é claro que quem está em 2008 está vivendo melhor. Para falar a verdade, até se você comparar essa pessoa doente nos dias atuais com alguém saudável em 1508, a pessoa do passado está melhor.

Em momento algum eu disputo essa lógica. Melhora de qualidade de vida geral não significa que todo mundo está mais feliz o tempo todo. Pessoas ainda vão sofrer e ter vidas difíceis em todas as eras. É bem provável que mesmo num hipotético futuro de abundância total, muita gente ainda se sinta mal com a sua vida. Nem dinheiro nem tecnologia garantem felicidade. Ajudam, mas não garantem.

É aqui que a gente precisa saber se distanciar dos problemas pontuais das pessoas e enxergar o quadro geral. A parte (indivíduo) e o todo (humanidade) ainda vão ter problemas, possivelmente para sempre, mas os problemas do todo vão se modificando com o passar dos milênios, séculos, décadas… anos. É por esse ponto de vista mais afastado que você começa a enxergar a melhora constante.

Vamos considerar alguns problemas dos dias atuais com a perspectiva de 15 anos atrás? Comecemos pelas guerras. Na Ucrânia e na Palestina, por exemplo. Em 2008 o mundo não estava tão conectado assim, 2008 é anterior até mesmo à Primavera Árabe, considerada a primeira grande onda de protestos em países de baixa renda altamente coordenada pela internet. Em pouco tempo, povos sendo oprimidos passaram de fantasmas eventualmente mencionados nos jornais para eventos globais.

Sim, é irritante quanta opinião estúpida o povo dá durante essas disputas, mas pensa comigo: se você estivesse no meio de um país em guerra, é melhor ter o mundo dando pitacos imbecis, mas te vendo, ou ficar totalmente à mercê do adversário? Espero que ninguém aqui ache que o ser humano começou a ser terrível um com o outro depois que todo mundo estava com um celular na mão.

Abusos horríveis acontecem desde que o mundo é mundo, e uma grande parte do terror que se comete contra inocentes é proporcional a quanta atenção global esses inocentes recebem. Em 2008, o mundo já estava globalizado o suficiente para todos os países se preocuparem com suas imagens, mas faltava capilaridade da rede mundial de computadores para transmitir essas informações.

Ninguém dá um peido na Ucrânia e na Palestina sem virar notícia. Parece pouco, mas os senhores da guerra precisam prestar mais atenção no que estão fazendo. Israel agiu como agia no passado, passando por cima dos escudos humanos do Hamas, mas dessa vez tinha tanta imagem vazando da Faixa de Gaza que até os EUA começaram a ficar meio reticentes de apoiar incondicionalmente. É pouco que as pessoas sejam menos cruéis umas com as outras só porque estão filmando? É, mas é melhor do que impunidade absoluta.

O mundo foi perceber o tamanho do crime que os nazistas cometeram nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial. Boa parte do povo exterminado não tinha como divulgar informações sobre a realidade. Querendo ou não, somos muito piores quando sabemos que vamos sair impunes. Sim, o mundo ficou mais maluco com essa coisa de evadir privacidade, mas em troca somos muito mais vocais sobre os abusos que acontecem ao nosso redor. Capacidade de se comunicar aumenta a quantidade de justiça e responsabilidade no mundo. O preço são influencers e gente doente da cabeça ganhando plataforma.

Ninguém está dizendo que é de graça. Cada mudança no mundo tem seus custos. Vamos para a saúde: vivemos uma pandemia mortal poucos anos atrás, que não acabou, mas que foi razoavelmente controlada por causa das vacinas. Num mundo ideal, teríamos batido a Covid com lockdowns sérios e consistentes, mas não aconteceu. O que aconteceu foi que uma tecnologia de vacinas foi acelerada e em tempo recorde esmagou o vírus ao redor do mundo. A gente fala do fracasso no combate à pandemia, mas também temos que falar sobre como a nossa tecnologia médica fez com que a pandemia do milênio até aqui fosse um gatinho perto do leão que matou (no mínimo) dezenas de milhões um século antes.

Em 2008 não teria sido assim. A tecnologia não estava pronta nem para arriscar e o mundo não tinha esse grau de interconexão que tinha em 2020. As doenças eram controladas por sorte: os vírus anteriores ao Corona tinham potencial de disseminação muito menor. A natureza vai acertar de tempos em tempos e mandar uma doença terrível para cima de nós, a questão é como vamos lidar com ela. A nossa tecnologia estava tão forte que o Brasil sobreviveu a um presidente que tinha raiva de máscara!

Podíamos ter feito melhor? Sim. A tecnologia botou a humanidade nas costas e reduziu imensamente o potencial letal da doença? Sim também. Coisas ruins vão acontecer, a gente calcula se o mundo está melhor ou pior pela nossa capacidade de controlar os danos, não por uma expectativa utópica de eliminar os problemas de vez.

Repito: sua vida ainda pode ser uma merda, você ainda vai ter inúmeros problemas. Isso não é o cálculo de melhora ou piora do mundo em linhas gerais. Eu até tenho uma visão meio radical que a idade da pedra acabou mais ou menos no começo do Século XX e só agora estamos entrando na era da Civilização. O ser humano subestima o quão bestial ainda é e quanta coisa que nos parece normal é mágica para pessoas que viveram pouco mais de 100 anos atrás.

Ficamos horrorizados que metade dos brasileiros tenha algum problema com abastecimento de água e coleta de esgoto, mas essa é uma expectativa muito recente na espécie. Até mesmo a população mais pobre está esperando mais sobre o que considera básico. Em 2008, um segundo atrás em termos de evolução social humana, muitas das reivindicações do brasileiro médio em 2023 nem eram discutidas. Incomoda a mentalidade histérica dos lacradores? Incomoda. Mas em 15 anos a gente passou de um país que fingia não ter racismo para um que começar a encher a paciência de tanto que fala disso. Pontualmente irritante, mas historicamente um avanço imenso.

Como eu disse antes, nada vem de graça. Se você começa a olhar para um problema que não olhava antes, vai ver reclamações justas e exageradas ao mesmo tempo. Olhe de perto e as reclamações justas vão soar como algo normal e as exageradas vão te deixar incomodado, olhe de longe e perceba que na média é melhor viver num mundo que reclama além da conta de questões humanitárias do que um que acha tudo natural. Eu acredito que o erro é inevitável, mas que se for para errar nessas questões, é melhor sobrar do que faltar exigências de igualdade e justiça, não?

De 2008 para cá vimos o crescimento da retórica de progressistas e conservadores até desembocar numa grande guerra cultural. A gente fala muito dos problemas pontuais aqui, mas novamente, olhe mais de longe: tem mais gente discutindo algo “luxuoso” como justiça social. A escravidão só foi proibida globalmente depois que a humanidade conseguiu aumentar sua produção com a revolução industrial. A gente precisa de algumas bases de qualidade de vida para começar a pensar na próxima etapa de evolução social.

Tem países tão ricos nesse mundo que discutem de verdade se é crime errar o pronome de uma pessoa. É pontualmente maluco, mas é um problema muito elevado na lógica geral da vida humana. Ficamos putos da vida com o Brasil discutindo quem pode ir em qual banheiro enquanto tantos milhões de brasileiros não tem um banheiro em casa, mas tudo dentro de uma lógica de senso de urgência. Não estamos na Suécia onde o resto está basicamente resolvido, lacração de qualquer um dos lados é uma subversão da ordem de resolução dos problemas.

E até mesmo a onda conservadora que começa com força durante o Brexit e desemboca na eleição de Trumps e Bolsonaros ao redor do mundo tem seu lado positivo: os anticorpos contra essa quebra da ordem de resolução dos problemas ativaram. Sim, conservadores modernos apontam para as direções mais malucas com seu discurso altamente influenciado pela religião, mas ao mesmo tempo, demonstram como tem mais gente prestando atenção no que acontece.

A politização pode ter premissas ruins como vingança de grupos oprimidos e manutenção de vantagens indevidas dos beneficiados históricos, mas isso significa que mais gente é exposta de alguma forma ao ambiente político da humanidade. Estamos vendo uma rejeição aos abusos dos lacradores que não significa exatamente o retorno ao tempo do preconceito institucionalizado, e sim uma forma de controle de excessos. O revolucionário normalmente não tem muita noção de equilíbrio: ele é útil por um tempo e depois precisa ser suprimido para nos estabilizarmos numa nova realidade.

Em 2008, os revolucionários culturais ainda estavam muito fracos e os conservadores religiosos gozavam de plena impunidade. Houve uma explosão de lacração que foi enfrentada com uma explosão de lacração de sinal inverso. Mas isso é só uma fase. O mundo tem muito disso, a Revolução Francesa queria cortar a cabeça de todos os ricos, mas eventualmente se contentou com a ideia de democracia e o fim da “escravidão branca” dos feudos.

Precisamos de fases de exageros para nos acomodar em posições mais vantajosas no quadro geral. Estamos vendo uma dessas revoluções culturais diante dos nossos olhos. No meio da pancadaria pode parecer que o mundo vai acabar, mas a humanidade aguentou muitos trancos desses antes de nascermos e vai aguentar muitos mais depois que morrermos. A guerra cultural é cansativa demais, megaempresas lacradoras estão sangrando dinheiro nesse momento, e o mercado vai acabar regulando o que funciona ou não funciona no ambiente cultural.

Não porque eu tenho essa crença mágica anarcocapitalista que o mercado sempre regula a humanidade, mas porque as pessoas se cansam mesmo. Agressividade e conflito são das coisas mais difíceis de se manter para a nossa fisiologia. O mundo ideal seria que os revolucionários culturais chegassem com força exigindo a redução de preconceitos e dificuldades injustas contra minorias, mas que fosse algo negociado. Infelizmente a humanidade não funciona só na conversa, tem que incomodar bastante para ser ouvido e o poder de quem está no topo não é entregue de bandeja.

O nosso ambiente cultural pode ficar meio maluco por algum tempo ainda, mas já estou enxergando claramente que o cansaço está batendo nas pessoas, a fase do exagero vai passar, como sempre passou na nossa história. A fase do puritanismo veio e passou. A fase do amor livre veio e passou. É cíclico. Nós só estamos num desses ciclos. Mas um que aconteceu com exposição global dos argumentos e um aumento exponencial de pessoas que pensaram pela primeira vez sobre o tema.

Essa nova geração tem uma visão base muito mais saudável sobre diferenças entre orientações sexuais, por exemplo: não são ativistas de uma coisa ou outro, apenas não ligam muito sobre quem transa com homens, mulheres ou qualquer variação disso. Os millennials achavam que precisavam deixar o mundo gay, os zoomers acham que ficar discutindo qual é o jeito certo de transar é bizarro (ou “cringe”).

E isso é resultado da onda de lacração somada à onda de conservadorismo. Quem recebeu os dois estímulos ao mesmo tempo tem memórias de brigas inúteis e histeria ao redor do tema, e é justamente com o que não querem mais lidar no futuro. O jovem vai ter uma visão diferente das coisas, especialmente pulando duas ou mais gerações. Nossos jovens ganharam uma visão menos doentia sobre orientações sexuais.

Se você olhar um pouco mais de longe, sem se prender em adolescentes de meia idade xingando muito na rede social, vai perceber que no meio da radicalização dos fanáticos dos dois lados, forma-se uma sociedade que está ligando menos para esses temas. Povo que vota no Bolsonaro numa eleição e no Lula na outra. Talvez passemos por mais alguns anos de gangorra, mas a gangorra é uma opção preferível a um dos lados ganhar de vez.

A politização histérica está cansando o cidadão médio, mesmo que aos poucos. Se você estiver com muita pressa de ver o ser humano médio sendo menos imbecil, vai ficar com a sensação que as coisas estão piorando mesmo, mas se você estiver olhando o quadro geral, é melhor ter o cidadão um pouco mais atento ao clima cultural moderno, percebendo a futilidade da briga entre lacradores e conservadores, do que recebendo informação mastigada pela grande mídia de acordo com interesses de seus donos.

Ficar reclamando que o mundo está piorando é que nem reclamar que desde que mudou para uma casa maior, dá mais trabalho fazer faxina. Você está pensando no problema exato que está passando agora ou está pensando no quadro geral? Na parte ou no todo?

Em 15 anos tivemos avanços imensos de tecnologia, qualidade de vida e até mesmo de cultura compartilhada. O erro é achar que tudo isso vai ser de graça: você está vendo mais problemas porque o mundo está imensamente conectado, você está percebendo mais coisas erradas porque está mais relaxado com problemas fundamentais, você está mais irritado com o ambiente político porque tem mais gente discutindo como melhorar o mundo e algumas dão soluções péssimas.

Olhe para o todo. Os índices de qualidade de vida melhoram década após década. Não é à toa.

Para dizer que eu sou um péssimo publicitário, para dizer que o mundo é você, ou mesmo para dizer que prefere Des Contos se eu for escrever ficção: somir@desfavor.com

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Comments (18)

  • “É bem provável que mesmo num hipotético futuro de abundância total, muita gente ainda se sinta mal com a sua vida.”

    Não sou médico, psiquiatra nem nada, mas eu acredito que existem pessoas que simplesmente não foram feitas pra viver. Não sei como explicar, mas é como se o cérebro dessas pessoas tivesse um bug, provavelmente até morreriam nos tempos das cavernas. Da mesma forma que existe gente que nasce sem braço, sem visão, sem algum órgão, sabe? Em teoria essas pessoas “não deveriam” viver, mas hoje conseguimos (e queremos) manter elas vivas.
    Acho que a solução seria fazer cabines de suicídio estilo Futurama, vai quem quer e ninguém tem nada a ver com isso.

    • Me parecem ser pessoas desconectadas com elas mesmas e com o que é realmente importante. Pessoas perdidas com prioridades erradas e carentes de um propósito que dê sentido à vida. Não acho que seja uma condição imutável, acho que todas elas podem se encontrar.

      • Não é necessariamente falta de propósito, é desespero com a possibilidade de passar fome mesmo. Por exemplo o jovem desempregado não está deprimido por questão de status, está desesperado porque não sabe como vai se sustentar, um dia os pais morrem. E a maioria não tem condições de deixar nada pro filho além de dividas.

        • Você acha que só pobre tem depressão? Você acha que gente com dinheiro que pode se sustentar muito bem não passa por isso?
          Acho que você está projetando sua realidade no resto do mundo. Depressão afeta a muita gente independente de classe econômica.

            • Não falo da sociedade, falo de você, que disse que o problema é dinheiro e não desconexão consigo mesmo.
              Conheço pessoas ricas que estão desconectadas delas mesmas e afundadas em depressão e pessoas muito pobres mais muito conscientes e conectadas que são felizes.

  • Somir, lendo o seu texto, me lembrei deste vídeo do Spotniks de três anos que revi no YouTube há algum tempo, que é narrado pelo Guilherme Briggs, e cujo link eu já tinha postado antes aqui no Desfavor ao menos uma vez:

    https://www.youtube.com/watch?v=9m7k1x9AetU

    Não sei se você já tinha visto o vídeo, mas… O que acha?

  • “Ficar reclamando que o mundo está piorando é que nem reclamar que desde que mudou para uma casa maior, dá mais trabalho fazer faxina. Você está pensando no problema exato que está passando agora ou está pensando no quadro geral? Na parte ou no todo?”

    Na linha do que foi apresentado aqui (e aproveitando os descontos da Black Friday), fica uma sugestão de leitura: Factfullness, de Hans Rosling.

  • Badalhocas Perdidas

    Eu entendo o ponto de vista do Somir, de “olhar para o todo” para se ter uma perspectiva histórica e perceber coisas positivas que muitas vezes nos passam batido por estarmos ocupados demais reclamando de problemas pontuais que nos afligem agora. Mesmo assim, eu não consigo ser otimista como ele. Mas isso pode ser só o meu “pessimismo de nascença” falando mais alto…

    • Eu chamo de efeito sapo no panela invertido. A gente não percebe coisas piorando devagar, mas também não percebe coisas melhorando devagar. Sabe aquela história que não existe aumento de salário depois do primeiro mês de salário aumentado? Imediatamente você se adapta a um padrão de vida melhor e começa a tratar aquilo como o mínimo. É normal reclamar, nós aqui reclamamos muito.

      Mas tem o todo para considerar. Eu acho importante falar desse ângulo otimista porque isso ajuda a não desistir. Tem muita coisa boa que o ser humano está fazendo e está funcionando. Não é perfeito, mas está acumulando.

  • Estou inclinada a concordar com você em relação aos avanços tecnológicos e no encarar da “big picture”, Somir. No início do ano, publicaram um livro chamado “The World Was Always Awful”, sobre essa nossa ideia de que o mundo está piorando. Ainda não achei pra comprar, mas estou doida para ler!

    Mas em relação às questões econômicas e de qualidade de vida da maioria da população, acho que a tendência é piorar, ainda que este não seja o meu caso. Millenials e Z tendem a ganhar menos que as gerações anteriores, e mesmo levando em conta que as melhores oportunidades tenham migrado do contexto que nos foi ensinado, não dá para ignorar que as coisas como moradia e comida estão mais caras e os salários de cargos baixos quase não aumentam… será que estamos voltando ao padrão de concentração de renda que a humanidade teve até o século XX? Não sei quais são os dados do mundo todo, mas os do BR e dos EUA são um pouco assustadores.

    • Eu digo que sim. E eu espero que isso se resolva em menos de meio século, ou conflitos parecidos com os do final do século XIX, início do XX, podem ocorrer de novo.

    • Ciclos. Se você for colocar na balança as oportunidades de renda disponíveis para essas novas gerações em comparação com pouco tempo atrás, vai ver como a economia está fazendo mais um processo de readequação: saímos das fazendas para viver mal nas cidades, e agora estamos sofrendo com a mudança de empregos baseados em sermos mais baratos que robôs se tornando empregos onde somos mais caros que robôs.

      Só nesses últimos 15 anos, Ásia e África colocaram mais gente acima da linha da pobreza que tinha de gente viva poucos séculos atrás. Isso pressiona os recursos disponíveis, isso gera mais poluição, mas também gera mais massa crítica de mudança tecnológica e melhores padrões mínimos de humanidade.

      Não nego que o capitalismo está dando sinais de cansaço e a ilusão do lucro infinito está se espatifando diante dos nossos olhos, mas a gente sofre com cada vez mais conforto, se é que me faço entender. Muitos millennials estão sofrendo por ter que continuar vivendo com os pais, por exemplo… é diferente de miséria absoluta que foi norma por milênios. O ciclo de renovação econômico e produtivo não vai ser só flores, mas nada na nossa história foi só flores. A concentração de renda deve continuar por algum tempo, mas ela não é sustentável nem para os ricos. Não com essa turma que está chegando no mercado de trabalho e as tecnologias ao redor delas.

      • Sim. Pessoal da Revolucao Industrial estava melhor que o das colônias, que estava melhor que os dos feudos, e assim vai.

        O que me deixa puto é o ciclo, de sermos tão incapazes de aprender com a história que mais sangue será derramado pois tem gente cega demais pela ganância e esse câncer de acúmulo infinito (parafraseando os esquerdopatas, na biologia se diz que o crescimento infinito de uma massa finita se chama câncer).

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