Fim de ano chegando, e com ele o frenesi de natal. Uma época onde muitos se dispõem a trabalhar no varejo, ainda que de forma temporária. Lojas de shoppings contratam vendedores pelo período de três meses (novembro, dezembro e janeiro), são os chamados “extras de natal”.

Já fui vendedora de loja em tempos de vacas magras, talvez você também já tenha sido, talvez seja ou talvez esteja pensando em ser. É bacana, vendendo bem se ganha um bom dinheiro, mas tem um lado sofrido que ninguém te conta… ou melhor, ninguém te CONTAVA. Antes de entrar para esse mundo, leio o texto com atenção e reflita se você realmente quer/consegue passar por isso.

Primeira coisa que deve ser dita: trabalho de vendedor tem que ser algo temporário. TEMPORÁRIO. Não faça disso seu plano de vida, nem deixe que a vida faça disso seu plano de vida. Entre na loja com um foco: crescer na empresa, pagar seus estudos, levantar um dinheiro para viajar, etc. Não importa, as vendas devem ser um meio e não um fim em si mesmas. Parece óbvio, mas depois que você entra, a loja come sua alma e seu tempo, aos poucos a pessoa deixa todo o resto de lado. Varejo é cruel, não deixe ele tomar conta da sua vida. Entre com data marcada para sair, e não deixe passar mais de seis meses ou um ano.

Vendas não é um mar de flores. Você SEMPRE vai realizar mais tarefas do que aquelas originalmente planejadas. Além das vendas, fatalmente em algum momento você vai acabar metendo a mão no estoque, na limpeza da loja, sendo psicólogo de cliente, sendo válvula da escape de estresse de cliente, sendo caixa, sendo saco de pancadas de gerente e muitas, muitas outras coisas. Portanto, não pense inocentemente que você vai chegar lá, vender e ir embora. É bem mais complicado do que isso. SEMPRE é.

Os horários dificilmente serão aqueles que foram estipulados, que normalmente são de seis horas para vendedor e oito horas para caixa. Serão mais os dias que você sairá depois do seu horário do que os dias em que você sairá no seu horário. Spoiler: no primeiro mês o horário costuma ser respeitado para não assustar o vendedor. Depois, à medida que você vai cedendo, ficando mais meia hora, eles vão pedindo mais, e mais e MAIS. Quando você vai ver, está dobrando sua jornada e, adivinha? Não vai receber horas-extras nem fodendo.

Isso é outra informação importante: o varejo ignora as leis trabalhistas. Não tem hora-extra remunerada. Mesmo que você trabalhe 12 horas por dia, na sua folha de ponto constarão apenas seis e ninguém vai te dar vale-alimentação. Sábado você vai obrigatoriamente trabalhar pelo menos oito horas e vai trabalhar mais domingos do que gostaria. Em tese, a cada sete dias trabalhados é obrigatório uma folga. EM TESE. Na prática você vai trabalhar quinze dias seguidos sem parar e se reclamar vão te olhar torto pela sua “falta de comprometimento”.

Tudo isso é tolerado porque vendedores de loja, em sua maioria, obtém seu salário da comissão das vendas. Logo, quanto mais vendem, mais ganham. As pessoas se prestam a isso porque no final do mês o salário vem maior. Trabalhar em loja é isso: vender seu bem estar e qualidade de vida. Aceita que dói menos: maioria esmagadora das lojas no Brasil não cumprem direitos trabalhistas. Todo mundo sabe, é notório, e o Ministério Público do Trabalho não faz bosta nenhuma. E se você processa uma loja, o mercado pode se fechar para você no varejo.

O trabalho em si também não será fácil. Vendedores de loja são, em sua maioria, pessoas ambiciosas que adoram passar a perna nos colegas. Os chamados “ratos de loja”. Prepare-se para lidar com gente de baixa escolaridade, de baixo nível e espertões de todas as espécies. Isso te afeta, porque ao contrário de trabalhos que exigem intelecto, as vendas são um trabalho em equipe. Você depende daquelas pessoas e elas podem te prejudicar muito. O ato da venda pode ser solitário, mas o funcionamento da loja é grupal.

Um exemplo: no geral, vendedores trabalham por “vez”. Funciona como uma fila, onde o vendedor A está em primeiro lugar, o B em segundo e o C em terceiro. Isso quer dizer que o primeiro cliente que entrar é do vendedor A, o segundo do vendedor B e o terceiro do C. Enquanto você estiver atendendo, está fora do rodízio da vez. Muito bonito, em tese. Mas na prática sempre tem estresse.

Se o vendedor B achar que o cliente que entrou tem cara de rico e vai comprar, ele pode passar na frente do vendedor A e jurar que era ele o vendedor “da vez”. Se o vendedor A não for muito casca grossa e souber impor respeito, perde o cliente. Detalhe: é proibido discutir vez na frente de cliente, então, os outros vendedores tem que ter MEDO prévio de fazer uma coisa dessas. A imposição tem que ser preventiva, se não vão te passar a perna e você ainda vai levar esporro por reclamar.

Os clientes também não ajudam, geralmente por total desconhecimento do mecanismo de vendas de uma loja. Quando um vendedor começa a atender um cliente, a “vez roda”, ou seja, o vendedor seguinte entra na vez e atenderá o próximo cliente que entrar. O vendedor que está atendendo fica em função daquele cliente, enquanto seus colegas pegarão os clientes que entrarem.

O grande problema se dá quando o cliente é um pau no cu que está “só dando uma olhadinha”. Olhadinha esta que às vezes dura muito tempo. O que significa que, enquanto aquele filho da puta tá lá olhando o vendedor está preso a ele, sem poder vender, enquanto observa seus colegas fazendo uma venda atrás da outra. Tudo piora porque lojas estimulam uma competitividade doentia entre vendedores, avaliando e recompensando por parâmetros comparativos.

A pressão fica ainda maior porque os vendedores tem uma “cota” para bater, ou seja, uma quantia X que devem vender por mês. E essa quantia geralmente é astronômica, só é alcançável se o vendedor dobrar seu horário de trabalho, se matar de vender, deixar de almoçar para ficar nas vendas e quase que pegar o cliente pelos cabelos e ameaçar de agredi-lo caso ele não compre. A pressão é enorme. A regra geral costuma ser que vendedor que fica três meses seguidos sem bater cota é demitido. Logo, quem tem cota, tem medo. É preciso cuidar das suas vendas com atenção máxima.

Daí tem o cliente pior do que o “só dando uma olhadinha”. Aquele que experimenta dezenas de produtos e no final não leva nada. Gente, tenham piedade dos seres humanos que trabalham em uma loja! Estoque de loja, salvo honrosas exceções, é pior do que campo minado. Um espaço mínimo, abarrotado, muitas vezes escuro, onde é difícil de localizar produtos, onde é preciso esforço físico para tirar uma pilha de produtos de cima do que você quer (fato: o que você quer sempre está no canto mais distante e embaixo de muita coisa pesada) e pior: com animais desagradáveis.

Sim, animais como ratos, lagartixas e baratas. Isto porque por mais que se proíba, vendedor sempre acaba comendo no estoque por falta de tempo e/ou dinheiro para sair para almoçar e os farelinhos e restinhos que caem no chão atraem estes animais. Cada produto que se puxa é uma taquicardia, pois pode vir com um “brinde” atrás dele. Fazer um vendedor subir no estoque é um ato de desumanidade, só façam isso se tiverem muita certeza de querer o produto. Pedir “só para ver” deveria ser o décimo primeiro pecado capital.

Atentem para a palavra que eu usei: SUBIR. Sim, geralmente estoques ficam em um segundo pavimento dentro da loja. Ou seja, além de enfrentar todas as dificuldades narradas, o vendedor tem que subir e descer vários lances de escada para tentar alcançar o produto pedido. Por isso, o gentil a se fazer é pedir tudo DE UMA VEZ SÓ, para que o infeliz que certamente já está com joelhos e tornozelos arrebentados faça menos esforço. É isso que acontece? Não. Não é isso que acontece.

O cliente pede UM produto. O vendedor sobe a escada já com a panturrilha queimando, se corta em uma caixa que o arranhou, bate com a cabeça em uma prateleira que está caindo, rola no chão em um canto escuro para alcançar o produto que estava na última fileira do canto mais cheio, puxa o produto e vê um rato olhando para ele atrás da mercadoria, engole o grito para não levar bronca do gerente, desce a escada tremendo mas preparando um sorriso de normalidade para atender o cliente, e quando chega no salão o cliente nem olha para o produto e diz “Mudei de ideia, quero aquele lá”.

O pior de tudo é ter que sorrir, sempre. O palavrão mental é o melhor amigo do vendedor! Existem atendimentos que demoram mais de uma hora subindo e descendo escada mil vezes para, no final, o cliente não levar nada. Tem clientes que já te avisam que não vão levar nada e que foram ali só para experimentar. O vendedor vai se fodendo, vendo o tempo passar, vendo que não vai vender enquanto seus colegas estão vendendo aos montes. E ainda tem que guardar tudo que o cliente olhou de volta no estoque dos infernos. Gente, paunocuzar vendedor e não comprar é sinônimo de DEMITIR aquela pessoa. É fazer seu faturamento cair e arriscar seu emprego. Sejam mais humanos, não façam isso.

O pior é que muitas vezes o vendedor que se matou em uma hora de atendimento escuta um “vou dar uma voltinha e pensar com calma”. O cliente sai, volta duas horas depois e compra com OUTRO vendedor. Ou seja, trabalhou de graça e outra pessoa foi remunerada. Isso porque o cliente não vê vendedor como gente e ignora quando o vendedor diz “se você voltar me procura, meu nome é Fulano”. Jamais que um cliente lembra ou se dá ao trabalho de procurar pelo vendedor que o atendeu. E se o cliente não te procura, a venda não é sua.

Se a sua loja vende produtos para crianças, se prepare. O que você vai enfrentar de criança mal educada, que vai chorar, morder, cuspir, fazer o caralho a quatro sem que você possa intervir de forma enérgica é uma enormidade. Fora crianças chatas, mimadas ou irritantes. Lidar com criança é UM INFERNO, principalmente quando você não tem como bater nelas. Só uma coisa no mundo das vendas é mais temida do que uma criança diabólica: um grupo de chineses. Não queiram passar por isso.

Vendedor não tem direito a ter necessidades fisiológicas. No geral, lojas não tem banheiro, se quiser usar o banheiro, tem que ir no do shopping, um deslocamento que é um transtorno no contexto de vendas (gerente olha torto, vendedor perde vendas, etc). Fome está subordinada ao movimento da loja: enquanto a loja estiver cheia, ninguém sai para comer, pois é visto como egoísmo. Se você perde vendas para comer, não veste a camisa da equipe.

Sono então, não existe. Vendedor que fecha a loja às 23h (porque o fechamento das portas é só o começo, depois ainda vem o fechamento do caixa e arrumação do estoque, que muitas vezes demora) abre a loja no dia seguinte de manhã cedo. Se recusar, não veste a camisa da empresa e vai ter gerente de má vontade, tratamento hostil e jamais subirá naquela área. Gerente gosta de vendedor que se fode todo, que se escaralha todo, a verdade é essa. No varejo, seu comprometimento é medido em fodeção, não em intelecto, pois, como eles mesmos gostam de dizer, “se fosse inteligente, não seria vendedor”.

Vendedor não senta. Salvo raras lojas de luxo, vendedor NÃO SENTA. Não importa se a loja está vazia, não importa nada. VENDEDOR NÃO SENTA. Prepare-se para ficar o dia todo de pé e sentir suas pernas doendo de dia e com câimbras de noite. E trabalhe com um sapato que seja confortável, se não você está fodido. O sapato é a única coisa que eu endosso vendedor peitando todo mundo: com sapato desconfortável a jornada fica impossível. De resto, vendedor não tem que querer. Livre arbítrio é para quem desempenha trabalho intelectual, lamento informar. Antes de me xingar, lembrem-se: eu já estive lá, mais de uma vez. Já fui vendedora. Não estou falando por crueldade, e sim por experiência própria. Vendedor não acha, vendedor não pensa, vendedor não que nada. Vendedor obedece e vende. E vende bem, se não vai para o olho da rua.

Pois é, tem isso. Não importa quão inteligente você seja, sendo vendedor vai pairar sobre você uma presunção violenta de burrice. Você pode estar nesse trabalho para pagar sua faculdade de física e ganhar um Nobel nos próximos anos, você pode falar cinco idiomas, nada importa, todos te olharão como se você fosse um cachorro bípede que apenas busca coisas ou um cabide que sorri enquanto segura o produto. Crie uma casca e saiba seu valor por você mesmo, porque se depender do olhar do outro, você vai se sentir um lixo. Muita gente vai te tratar como um lixo inferior, como um sub-ser-humano. Faça as pazes com isso e lembre-se sempre: palavrão mental é o melhor amigo do vendedor.

Sua avaliação será numérica. Vendeu bem, tá bacana. Vendeu mal, tá devendo. Não importa que seja uma pessoa amável, educada e prestativa. O rato de loja que é um escroto e fala português errado vendeu mais na malandragem e passando a perna em todo mundo, inclusive no cliente? Ele terá mais status do que você. E por falar nisso, você vai ser obrigado, cedo ou tarde, a mentir para o seu cliente, a menos que seja muito habilidoso na arte de desconversar ou omitir. Quando for trabalhar em loja, deixe seu caráter em casa ou será atropelado.

É uma forma imediatista de ganhar dinheiro. No período de natal, principalmente. Um bom (eu disse BOM) vendedor pode faturar até dez mil reais em uma loja comum e mais de vinte mil em uma loja de luxo nesse período. Mas não pensem que é fácil, porque não é. Cheguem preparados para o que vão encontrar, não sejam inocentes, não confiem nem desabafem com pessoas que acabaram de conhecer, porque infelizmente as coisas são conduzidas dessa forma venenosa: loja não tem equipe, tem rivais.

Eu dou apoio a quem quer trabalhar TEMPORARIAMENTE em uma loja. Mas por favor, não façam disso seu objetivo de vida.

Para contar os sufocos que já passou no comércio, para ensinar como beliscar as crianças sem os pais verem ou ainda para decidir pelo telemarketing porque pelo menos se trabalha sentado: sally@desfavor.com

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Comments (79)

  • Verdade já trabalho muitos anos no comércio,desde que comecei a trabalhar
    É notório a cobrança e a não valorização do funcionário,só visa o lucro São totalmente movidos à bater meta é mais meta independente da qualidade de vida dos colaboradores,na loja que trabalho atualmente os funcionários tem que fazer coleta pra comprar a água mineral pois a empresa não pagou a quatro meses a fornecedora de água,loja quente não querem colocar nem ventilador para espantar o calor,com desculpa da palavra vai tomar no … o mais complicado é que agora estão obrigando o vendedor a embutir serviços na marra,o serviço é embutido de maneira que o comprovante que sai no caixa não é dado para o cliente impossibilitando o cliente de saber,tô nas últimas com essa empresa já tô querendo sair faz dois meses não tô vendendo quase nada tô com vários atestados não consigo ter mais motivação se quando me demitirem não sei se volto para o comércio talvez nao vou procurar outra are a mesmo que ganhe um pouco menos mais sei que não vou precisar enganar mais ninguém ,desculpem pessoal precisava desabafar um pouco….

  • É realmente complicado, eu me acostumei a compras online ,me orientar pela coleçao disponivel no site antes de ir a loja, compras em loja de departamento também pois me sinto a vontade, mas essas ficam para camisetas,roupas de academia,coisas mais basicas,realmente acho carissimo pela qualidade que oferecem ,fora o fato da humanidade usar a mesma camiseta que vc na rua,não tenho corpinho de modelo onde tudo veste bem e fica legal,tenho um corpo dificil com seios muito grandes,barriguinha de chop e quadril estreito,a ultima vez que precisei de calça entrei em desespero pois só pretendia gastar X ,na Levis tem mts boas opçoes mas a eu precisei pegar uns 8 modelos ,levar um tempo consideravel e sabendo que estava amolando o vendedor por micharia,é realmente cruel com ambos lados.

  • Que bom, Mary, que vc prefere nao ser rude. Nem queria falar sobre isso, mas comecei a fumar neste setor.

    Certa vez, no Televendas, apos meia hora pra preencher um cadatro, pois alem de ser novo na empresa, tive de passar longos minutos pra convencer o cliente a passar o numero do cartao de credito. E depois, quando ia fechar o cadastro, a criatura perguntou se eu era baiano. Diante de minha resposta, ela alegou que eu estava muito longe(oi?) e desligou na minha cara! Na Retencao, xingavam minha pobre mae, por nada…diziam que eu era empregado deles, me chamavam de burro por nao entender que ela estava querendo cancelar…mas, porra! Se eu nao oferecesse uma cartilha de descontos que ia de (pasme!)10 a 50%, la estava minha supervisora querendo arrancar minha orelha no FEEDBACK. Sim, cada recusa do cliente, ofertava-se um desconto. Imagine! De 10 a 50. Mas isto so depois de oferecer planos e mais planos! Era legal quando depois de soltarem os cachorros, pediam desculpas e me elogiavam, mas era complicado. Sim, Sally, eu parecia voce: ADVOGADO de uma empresa de telefonia movel bosta, PSICOLOGO, GUIA DE ANALFABETOS, ALVO DE TIRO LIVRE, etc. E o salario, ó? Era um ó mesmo. Bom, quase enlouqueci. Eram apenas cinco minutos para fumar um cigarro que parecia…um antidepressivo, um amigo. Nao se assuste: eram 3 maços de cigarro. Nunca imaginei que iria valorizar tanto um veneno!

    Bem, é verdade, isso foi apenas um resumo. Senao, vou ter que assinar um Desfavor Convidado.

    Mas, ja se passaram 7 anos. Larguei o fumo faz tempo. Trabalho no mesmo esquema: uso a voz, atendo ouvintes e ouço muita musica boa. Ficou melhor neh?

    Entendo os dois lados, pois ja recebi uma ligacao dessas quando estava em cima de minha mulher, sabe, na melhor hora!

    (Nao ha de quê).

    Mary, obrigado por nao ser tao rude com esses pobres operarios.

  • quer*
    “Vendedor não acha, vendedor não pensa, vendedor não que nada.”

    Nossa, trabalhei com vendas somente durante a experiência e me dispensaram porque não tinha o “perfil”. E realmente, é daí pra pior. Por isso e também pelo preço eu prefiro as lojas de departamento, os vendedores não ficam o tempo todo no seu pé. Daí posso olhar a vontade e não paunocuzar ninguém caso não compre nada.

  • Eu já trabalhei em loja, mas como era fora do brasil, não era esse massacre todo. Nem rolava a presunção de burrice: a maioria dos vendedores tinha nível universitário ou pós-graduação. O único problema era a profissão que é um saco mesmo: tem que carregar MUITO peso, arrumar estoque sujo, trabalhar em pé o dia inteiro e aguentar grupos de chineses. Eles escolhiam sapatos ridiculamente baratos, ficavam examinando os mínimos defeitinhos das peças e, no fim, nunca levavam nada.

  • Tá explicado porque não consegui trabalho em comércio nem com reza brava mesmo tendo experiência (já fiz estágio numa pet shop quando tava na escola). Quando eu dizia que estudo a noite já torciam o nariz, mesmo em lojas que fecham as 18 h. É que eu não poderia ficar até depois do horário pra ser escravizada.

  • Sei não, mas acho que poucos trabalhos no Brasil chegam perto do quesito justo.
    Vai na premissa de que o patrão é muito “esperto” e sempre quer ganhar em cima do funcionário.
    No meu ramo, T.I, normalmente cumpro horário e exerço minha atividade tranquilamente, até que apareça um problema. São noites viradas, stress, pressão, tipo tudo que você não sofreu até aquele momento vem de uma vez. É quase que regra você se reportar a alguém que não entende porra nenhuma do que você faz. Dai você imagina como ocorre o dialogo de você explicando a causa do problema e a solução e vendo aquela poker face do chefe.

    Trabalho sentado, mas não vejo vantagem nisso, dor nas costas é uma constância.

    • Tecnologia é mais ou menos como fazer programa:

      – trabalha-se nos horários mais esdrúxulos;
      – e no final se cliente não estiver satisfeito a culpa é sua.

      só m…

  • Uma parente da minha esposa é gerente de loja. Me contou, esses dias, que um cliente pagou com um cheque sem fundo. Adivinha de qual salário será descontado? O filho da puta do dono da loja vai descontar do salário dela! Olha que PUTA absurdo…

  • Eu sou o tipo de pessoa que sempre fica se sentindo culpada se entra numa loja, é atendida com boa vontade, mas sai sem comprar nada. Depois de saber disso, vou até prometer a mim mesma pra só entrar numa loja se eu tiver certeza do que vou fazer.

  • “Ou ainda para decidir pelo telemarketing porque pelo menos se trabalha sentado”.

    NEM PENSAR, SALLY! Trabalhei no ramo de Call Center(Televendas, Ativo, Receptivo e Retenção) durante mais de tres anos e nao quero relembrar aquele inferno. Terrível esta última. Quase perdi o juízo…

    De qualquer forma, a vantagem de ficar sentado é que voce não dobra como nas lojas e, consequentemente, permanece na mesma posição apenas durante algumas horas.

    • Tem alguém aqui que tenha trabalhado em ambos, loja e telemarketing? Queria saber qual a pessoa acha pior. Fiquei curiosa

      • Se adiantar alguma coisa, eu trab em tlmkt de vendas mas sempre me reprovaram em entrevista p/ loja, diziam q eu não tinha o perfil. Sorte minha!
        O chato de tlmkt é ter q repetir o mesmo script 100x por dia, mas alguns são livre sem script e daí a coisa flui.
        Ativo de vendas qndo paga comissão é bom. Receptivo pra atender fila e reclamação q é foda, pior emprego do mundo!

      • A versão telemarketing de “só tô dando uma olhadinha” é quando o operador gasta a voz durante meia hora tentando vender um produto pelo tefefone e no final o cliente diz que gostou mas precisa pensar ou se for telefonia que vai até a loja ou se for produto bancário que gostou e vai comprar na agência.
        Nessas horas que telefone poderia dar choque num filha da puta desses!

        • Entendo “UMA OLHADINHA”, mas receber ligação ÀS 8HS DA MANHÃ DE UM SÁBADO ou nos momentos mais inoportunos possíveis durante a semana (geralmente quando estamos atolados de trabalho ou em reunião com o chefe) com “ofertas” de produtos e planos “interessantíssimos” que nos fariam economizar turros de dinheiro também é muito irritante!

          Fora que os representantes do “Ativo de vendas” (como colocado pelo anônimo ai de cima) disparam a falar assim que você atende a ligação e sequer te dão a oportunidade de entender o que está sendo ofertado ou esclarecer que você não pode falar naquele momento. Como eu não consigo simplesmente desligar na cara (acho rude), costumo ficar vários segundos “presa” ao telefone, só aguardando uma oportunidade pra falar logo que não tenho interesse. Inclusive, alerto o “vendedor” de que não deveria perder tempo comigo e, sim, tentar outros clientes que poderiam ser mais recepctivos.

          Mas o pior pra mim é a reincidência: não importa QUANTAS VEZES você diga que não tem interesse, os vendedores voltam a ligar várias e VÁRIAS outras vezes. Alguns só cessam de ligar quando você ameaça fazer uma reclamação (e outros nem assim).

          Haja paciência!

      • Já trabalhei nos dois, tudo a mesma merda.A diferença é que no telemarketing eles parecem ser mais burros.Uma putaria sem fim de gente querendo derrubar os colegas o tempo inteiro.Os coordenadores geralmente são aqueles atendentes que tem sangue de barata e tiveram paciência de ficar naquele inferno o tempo necessário para ser promovido.Foram meus primeiros empregos nesses dois ramos.Tive que fazer terapia depois de um mês em uma empresa de telemarketing.Um belo fui trabalhar (me questionando o porque de estar indo pra um lugar de merda como aquele) e me sentei na minha P.A.(Posto de Atendimento)quando de repente sai uma menina gritando e todos correndo pra rua. Saímos do prédio, e ao chegar na rua vimos um corpo espatifado no meio da Avenida principal da Cidade.Era o irmão da menina que saiu chorando (os dois trabalhavam nessa merda de empresa) ele não aguentou e se matou pulando do ultimo andar do prédio.Hoje tenho nojo de comércio e telemarketing.Até coço em pensar em voltar a trabalhar nesses lugares humilhantes. onde somos tratados como o cocô do cavalo do bandido.

  • Sempre tive muita dó de vendedor.
    Você esqueceu dos sofredores de supermercado. Ano passado, em pleno 31/12, passei em frente ao supermercado às 22:00 e ele continuava aberto (lotado). Lembrando que aqui é cidade pequena.
    Só compro sapato com a mesma vendedora, que já conhece o meu gosto e o meu número. Se ela não está no momento, dou uma volta na rua para dar tempo que ela volte.
    Não compro roupa pronta (só calça jeans), mas faço a festa para a vendedora da loja de tecidos (que é a mesma da minha mãe, desde a época de solteira).

  • Eu já tinha dó de vendedor, depois desse texto terei ainda mais! Eu sou do tipo que procuro ser rápido e se entrar na loja compro alguma coisa, se experimentar aí eu compro mesmo pq eu fico com muito dó de ser um fdp que não só olhou, experimentouu, foi bem tratado e ainda assim não levou nada, acho muita sacanagem. Não tinha nem idéia de que o varejo era tudo isso, é uma via sacra diaria, não sei como as pessoas aguentam.

  • Começo meu comentário dizendo que uma vez um cliente me disse “Viu, não estudou…” enquanto eu vendia um produto pra ele durante o Natal. Não era uma loja ralé, era uma loja de alto nível, e até hoje não entendi o motivo dessa fala maldosa, porque tratei ele muito bem e não deixei de sorrir nem quando ouvi isso. Mas o que mais acontecia era cliente dando cantada. Até já me entregaram um cartão com os contatos (inclusive endereço DE TRABALHO).
    Trabalhei num varejo que atendia pessoas de alto nível. Recebia pela hora extra, mas não tinha comissão, nem fila para atendimento e nem ratos.
    E eu acho que devia ser crime fazer vendedor usar sapato. Por mais confortável que seja, o salto SEMPRE vai te foder no fina do dia.

    • Essa eu não escutei, acho até que por ser farmacêutica. Mas eu já notei a diferença de tratamento de alguns deles comigo e outros farmacêuticos, comparando com os outros funcionários. É triste, porque é um pessoal que também rala bastante mas recebe pouco e ainda tem que ouvir merda…

  • Eu trabalho em uma rede como farmacêutica. Em parte, não rola comissão então ajuda um pouco onde os funcionários não ficam se estapeando, e também a empresa faz tudo certinho no que diz respeito a horas extras, dias de folga e tudo mais… só que a tal da escala é terrível, cansa demais, e eu não tenho um horário fixo porque substituo os outros farmacêuticos. Folga de meio de semana só presta pra resolver pepinos, não descanso nada… e não tem como procurar outra coisa por enquanto porque estou por conta disso.
    Ganhei uma tendinite patelar nos dois joelhos em três meses de trabalho, e até pra me tratar de algo que aconteceu com o trabalho, eu preciso de… trabalho (dinheiro).
    Pior que eu estou em um lugar cheio de clientes ricos, e alguns são muito bonzinhos, outros só o espírito de porco. Acho que eu só não fui mais maltratada por ser farmacêutica e por ser branca. o.o

    Eu não tenho perfil pra varejo…

    • Fora os tarados que assediam as funcionárias. A gente não pode fazer nada, infelizmente.
      Outro dia um esperou só o farmacêutico que estava perto de mim sair pra ficar falando putaria pra mim. Por estar no trabalho eu não tive reação verbal, só fiz um facepalm do tamanho do mundo.

      • É foda, tem homem que pensa que pelo fato da mulher ser vendedora, ela está passando necessidade e vai se sujeitar a tudo. Acham que vendedora é sinônimo de puta, que pode fazer proposta, passar cantada, passar a mão. Mais foda ainda é não poder dar na cara desses filhos da puta.

      • Infelizmente. Às vezes eu cogito sair e ir pra algum lugar trabalhar de qualquer coisa que tenha uma carga horária menor e eu tenha os finais de semana para estudar para concursos, mesmo recebendo menos. Porque tá complicado.

    • Floco, sou farmacêutico recém-formado e penso em trabalhar em drogaria por uns meses só para juntar um dinheiro. Como nunca fiz estágio em farmácia comercial (apenas públicas) não sei exatamente o que esperar. Vale a pena?

      • Olha, o balcão é muito bom pra aprender sobre clínica, a prática é outra coisa.
        As redes são as únicas que pagam o piso (agora não tão pagando pra essa leva de terceiros farmacêuticos, mas isso vai acabar mais cedo ou mais tarde porque não vai ter como burlar isso o resto da vida). Mas o trabalho nelas é muito ingrato, puxado, como eu disse, tem uns clientes que dá gosto de atender, mas outros que são só o espírito de porco, e isso enche o saco. Fora que qualquer pepino referente a medicamentos controlados cai na nossa mão.
        Pra juntar uma grana é bom, mas mais cedo ou mais tarde vai ficando um saco e eu com pouco tempo de trabalho já estou achando um saco.

  • Tenho uma prima vendedora mas é em livraria então é mais light. O foda que vendedor não senta mesmo daí ela tá com as pernas cheias de vasinhos e tá com medo de dar varizes. Prefiro trabalhar de rabo sentado na cadeira que igualmente pode foder as pernas mas cansa menos.

    • Trabalhar sentado o tempo todo também dá varizes. Operei há 3 meses por isso. Mas trabalhar em pé realmente é o fim… Já trabalhei em recepção de hotel, de salto e meia fina. A supervisora conferia as meias todos os dias, antes de começarmos. Se estivesse furada, precisava dar um jeito de arrumar uma perfeita, ou não poderia trabalhar naquele dia. Desumano, sem sombra de dúvida.

    • Livraria é mais light mesmo? Uma vez vi umas mocinhas magrinhas carregando caixas enormes com livros. Fora o pó que deve juntar naquele monte de livros nas prateleiras.
      Quanto aos vasinhos: sugiro ir no médico, porque piora com o tempo e é logo.

      • Carregar caixas e coisas pesadas é certo em qualquer loja. Foda-se se é menina, foda-se se é magrinha, foda-se tudo.

    • Mal educados, porcos, grosseiros, barulhentos e muitas vezes fedidos. Feios, bregas, sem compostura. Mas compram, os filhos da puta compram.

  • Sei que os vendedores sofrem bastante e me compadeço deles. Muitos estão apenas seguindo ordens e tentando fazer seu trabalho. Mas também tem uns por aí que são de amargar… Tem vendedores que tentam conseguir clientes quase que “a laço” abordando transeuntes que só estão passando pela porta sem nenhuma intenção de entrar na loja. E quando a gente, como cliente, mostra saber mais sobre o produto do que o próprio vendedor? Outro tipo com que já me deparei é o vendedor entojado de nariz empinado só porque trabalha numa loja de grife cheia de produtos que pretensamente dão algum “status” e/ou estejam na moda. Chega a ser engraçado… O sujeito é explorado, leva esporro por tudo e por nada, ganha mal – não conseguiria comprar o que vende só com o salário -, muitas vezes é obrigado a se vestir que nem um boneco e só porque trabalha na loja X já fica se achando…

    • Vendedor de loja de luxo não ganha mal não. Dificilmente tira menos de dez mil reais por mês e trabalha só seis horas por dia. Quantos profissionais com diploma podem dizer o mesmo?

      • Sei disso… Mas não falei de lojas que sejam necessariamente de luxo. Falei de lojas que vendem certas coisas desejadas pelo pessoal que vive na tal da ostentação. Sabe, coisas que nem são caríssimas e exclusivas, mas que são sonhos de consumo dessa turminha que sonha em andar por aí sempre com visual e jeitão de artista de novela ou de jogador de futebol novo-rico… E conheço meninas que trabalham em butiques de shopping e empinam o nariz só porque, na cabecinha delas, quem compra onde elas trabalham é “rico”.

        • Sei que não é o foco do texto, mas tem vendedora que caga no pau, como esse tipo citado pelo W.O.J.
          A pessoa trabalha numa lojinha pretensa que nem luxuosa é, tem aquele típico layout de quem mora na pqp e se você entra na loja com roupa básica te olha de rabo de olho, como quem pensa “pobre, saia da minha loja”.

          Agora sobre o foco do texto, eu tenho dó de experimentar coisas e não comprar, raramente faço isso.

  • Acho mais digno trabalhar como garoto de programa autônomo do que ser vendedor varejista ou operador de telemarketing. Pronto, falei.

    • Talvez…. mas, olha, eu acho que todo mundo que se sente meio injustiçado e traído pela vida (ter estudado tanto pra nada, por exemplo) já cogitou essa hipótese, J.M. de S.

      Mas pra ser garoto(a) de programa tem que ter estômago e coragem. Não é pra qualquer um(a) mesmo.

      Tenho um colega (homem heterossexual) que tentou. Jornalista freelancer frustrado, tinha que viver com os pais por não conseguir o suficiente para se bancar. E isso, dez anos depois de ter se formado numa faculdade muito boa. Enfim, era competente, mas não teve sorte nem bons contatos, a velha história. Ele tentou ser GP e sair só com mulheres (mercado escasso por motivos machistas óbvios) e quase desistiu na primeira. Segundo ele, o viagra “faz subir, mas não desperta o desejo”. Ele não conseguiu. Disse que tem que ter uma preparação psicológica maior e abrir o leque para homens porque não dá pra viver só das poucas clientes mulheres.

      Na minha humilde opinião, o problema é que os homens estão acostumados a serem servidos, a terem seus desejos atendidos, a serem “o cara que não nega fogo, desde que ESCOLHA não negar fogo”, a serem o cara que insiste, que passa cantada, que gosta mais de sexo do que elas…

      Não é fácil, ainda que ele seja heterossexual e a cliente seja uma mulher, ele se colocar nessa situação submissa de ter que servir, prestar serviço, ser “usado”.

      Não que seja mais fácil para putas mulheres. Tem que ter estômago e coragem. Eu não teria, por uma questão de segurança. Se as pessoas acham que podem tratar vendedor, garçom, professor como quiserem só porque estão PAGANDO, imagina isso multiplicado por mil e tenha um perfeito babaca: o cliente da puta. Não todos, claro, mas de cada 100 homens, quantos serão violentos? Uns 10? Não sei, mas não vale o risco. Nem tudo vale a pena por dinheiro. Nem mesmo por muito dinheiro. A não ser que se tenha estômago e coragem.

      De qualquer forma, acho que para garotos de programa homens que só atendem mulheres (se é que eles existem) o risco é menor e deve ser mais fácil. O problema é que deve faltar clientes. Se você decidir entrar no ramo, me conta, por favor, se vale a pena.

      • Eu atualmente não sou mais garoto, teria que ser um coroa de programa. Eu me especializaria em algum tipo de fetiche, porque daria pra cobrar mais (tipo “chuva dourada” ou outra coisa bizarra) e não precisaria trepar com a pessoa, só realizar uma fantasia. Mulher não procura garoto de programa porque homem pra trepar sem compromisso dá em árvores, o difícil é encontrar homem pra relacionamento sério. Mesmo se o estigma de pagar por sexo fosse menor, creio que seria um mercado ruim focar no sexo convencional com mulheres. A grande clientela de garotos de programa é semelhante à das garotas: homens de meia-idade. O que muda é a orientação sexual do cliente.

        P.S.: eu tenho um trabalho digno. A coisa mais indigna que eu fiz na minha vida profissional foi quando a Coordenadora do Curso me obrigou a ir num domingo marcar presença no Provão, de graça, para não perder cargo de confiança. Sou ex-professor – o que um colega meu diz que não existe, como ex-puta e ex-viado.

    • Quanto a operador de telemarketing vc ta certo porque ganha uma merda, então melhor ser puto. Vendedor ainda ganha bem.

  • Você trabalhou em loja de quê, Sally? Não imagino você toda sorridente e falando com voz doce em loja de brinquedos para crianças!

  • Adorei! Você descreveu com muito bom humor a rotina de um vendedor.

    “Loja não tem equipe, tem rivais.”

    “Lidar com criança é UM INFERNO, principalmente quando você não tem como bater nelas.”

    Acrescentaria o seguinte: é uma excelente oportunidade para conhecer o ser humano. A maioria é burra, podre, arrogante, se acha sem ser nada, te trata feito lixo, é babaca. E ser burro não significa ser pobre, porque o mercado não é justo. Muitos burros vão ganhar mais do que a gente. Ponto.

    Boa oportunidade também de conhecer o mundo: ninguém se importa. Ninguém se importa!
    Você não é importante.

    “Parece óbvio, mas depois que você entra, a loja come sua alma e seu tempo, aos poucos a pessoa deixa todo o resto de lado.”

    É… Que seja um trabalho temporário!

  • Depois deste texto, vou olhar os vendedores de outra forma.
    Confesso que sou muito de dar olhadinhas, não sabia que, mesmo avisando, o vendedor ficava preso a mim. Neste caso, não valeria algo do tipo “não perca sua vez comigo, filho(a), pegue o próximo cliente e vá vender”?
    Por outro lado, quando sou atendido por alguém e não levo na hora, quando volto, geralmente procuro aquela pessoa. O duro é que algumas vezes passam-se dias nessa brincadeira, e nem sempre lembro o nome, aí tenho que fazer uma descrição do tipo “aquela menina alta, morena, de cabelo assim”… acho que, de agora em diante, sempre vou pedir pra anotar o nome num cartão.

    • Mesmo avisando que você não vai levar, enquanto você estiver do lado de dentro da loja, o vendedor está impedido de vender para outra pessoa. Uma merda, mas são as regras.

  • Pressinto que esse Natal vai ser bom, porque aquela cantora que não é chata bagarai, a tal de Simone, ainda não deu as caras nas rádios e tvs com seu lenga lenga de “então é Nataaaaaallll”.
    Me atendo ao tema, nem entro em lojas nessa época, porque não suporto vendedores que me perseguem na loja, ainda que eu diga que os chamarei se precisar de ajuda, porque quero escolher o produto em paz. Essa sanha de ter que bater a meta estressa tanto o vendedor quanto o cliente, então minhas compras as faço durante o ano e na época natalina já estou com todos os presentes comprados, donde se conclui que sou a pessoa mais esperta do Hell de Janeiro. ai !

    • Algumas vezes o vendedor faz isso agoniado com a demora do cliente, que o está prendendo no atendimento. Daí ele pentelha mesmo, para o cliente ir embora.

  • Ufa, pelo menos eu trato os vendedores educados e prestativos bem, se eu vou pensar e decido comprar, sempre procuro pelo vendedor que me atendeu, e as vezes acabo comprando mais pelo atendimento do que pelo produto.
    Acho que minha empatia com os vendedores é por eu ter que lidar com clientes o dia inteiro…

    • Isso ajuda muito. Não tem comprador melhor do que vendedor. São rápidos, objetivos e nunca entram na loja se não forem comprar.

  • Toda meta de qualquer coisa é astronômica e inalcançável. Os chefes sabem disso e fazem de propósito pra nunca estar bom e sempre vir mais cobrança. Trabalhar com venda dá uma grana legal e o negócio meio que vicia a querer sempre vender e ganhar mais. O problema realmente são as injustiças e cansa pra cacete.

    • A grande merda é essa. Paga bem. Depois que você pega a manha, vende bem e incorpora aqueles ganhos no seu estilo de vida, fica muito difícil regredir financeiramente para algo mais digno porém mal remunerado.

    • Calma, é pior… As metas são altas justamente porque o cu$to do ponto (principalmente em Shoppings) é nas alturas. Além disso, tem de ter um faturamento alto para valer o “investimento”, dado que por aqui na maior parte dos casos, seria mais vantagem “investir” na ciranda financeira do que em algo propriamente “produtivo”.

      Se o mercado é “cagado” desse jeito, com preços altos de tão “superfaturados”, é em muito por essa cultura enfocada na rentabilidade em detrimento da produtividade, mas pudera, né? Com a “mão-de-obra” que temos, que no geral é “burra de doer” para algo que exija em termos técnicos, é mais vantagem enfocar em alguma planta produtiva lá no exterior, de preferência lá pelas bandas da Ásia.

      E pior, se você não tem “contatos”, você não consegue nem o emprego ralé de ralé, que seria de “operador de telemarketing”, arriscando de ficar dependendo dos pais, ganhando merreca na qualidade de “prestador de serviços” ou mesmo em alguma situação pior, tendo de se virar na base de algo na linha de pedir esmola ou catar papelão na rua.

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