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Abusos imigrantes.

Abusos imigrantes.

| Sally | | 55 comentários em Abusos imigrantes.

Venho observando um assunto já faz algumas semanas. Estava adiando o texto, para tentar ter certeza do que vou falar, mas, o tempo passou e a certeza não veio. Ainda assim, achei interessante compartilhar o assunto, pois talvez com as opiniões de vocês, alguma certeza (para o sim ou para o não) se apresente. Lá vai: Os diversos casos de abusos sexuais cometidos a mulheres europeias por imigrantes não vem sendo repudiados com a força que normalmente seriam nos meios de comunicação e redes sociais, ao menos no Brasil, pois as pessoas estão com medo de parecer xenófobas.

Em tempos onde mulheres estão em fúria reagindo de forma militante por muito menos, me espanta como os abusos sexuais cometidos por imigrantes estão sendo tratados: “nenhuma mulher deve ser vítima de abuso sob nenhum contexto” ou “é sempre reprovável cometer estupro” são frases comuns de se ouvir e se ler por aí. O que se faz é um repúdio genérico, que a meu ver, não basta para traduzir a revolta que a situação tem que gerar.

Sim, eu acho que fica ainda mais grave do ponto de vista social (e não da agressão em si, que é sempre igualmente grave e traumática para a mulher) que um país te dê abrigo, te dê refúgio e que você “agradeça” estuprando mulheres. Eu acho o cúmulo da inadequação, da ingratidão e da psicopatia. Se você estava correndo risco de morte, passando fome e desempregado no seu país e outro te abre as portas, o mínimo a fazer é se adaptar à cultura local. É inerente ao pacote de mudar de pátria: aceitar as novas regras, as novas leis.

Não precisa cultuar o Deus que eles cultuam, não precisa vestir o que eles vestem, não precisa gostar do que eles gostam. Mas ao menos as leis do lugar tem que respeitar. Um imigrante que estupra uma mulher do país que o acolheu além de não ter a menor empatia e compaixão por outro ser humano, não merece a oportunidade que lhe foi dada. Ser de outra cultura não alivia sua barra, muito pelo contrário, torna seu ato ainda mais grave, já que lhe foi dado um voto de confiança para salvá-lo e sua resposta foi limpar a bunda com as leis de quem o salvou.

Acho que até aqui, quase todo mundo vai concordar. Mas, se fosse para dizer o que todo mundo concorda, não seria o Desfavor. Partindo da premissa dos parágrafos anteriores, vamos aprofundar a questão e seus desdobramentos com um ponto de vista não tão comum.

Quem acompanha esses oito anos de postagens diárias sabe que eu sou uma neurótica dos direitos humanos. Se tem uma pessoa que vocês nunca viram defendendo tratamento desumano, cruel ou tortura, essa pessoa sou eu. E não se preocupem, hoje não vai ser diferente. Vou tomar outro caminho. Só estou frisando que eu sou bem garantista.

Acho muito bacana que países evoluídos tenham a iniciativa de abrir as portas para seres humanos que realmente precisam de uma acolhida. É louvável, é digno de aplausos. Porém, se a consequência disso for gerar uma série de atentados sexuais contra as mulheres, eu começo a achar um erro. Sim, um erro, apesar dos pesares. Os pesares eu sei muito bem: não são tosos os imigrantes que estupram mulheres, na verdade, acredito que sejam uma minoria. Porém, como infelizmente estuprador não vem com aviso na testa, um governo que abre as portas para uma cultura que já pisou na bola várias vezes quando se trata de respeitar direitos da mulher está arcando com o risco.

Eu não acho que um governo tenha o direito de arcar com o risco de ter suas mulheres estupradas. Ok, estupros podem acontecer cometidos por qualquer pessoa, inclusive por nacionais. Isso não invalida meu argumento. Estupro cometido por nacionais é inevitável, pois, como já dito, estuprador não vem com aviso na testa, não é possível prender preventivamente. Porém quando um determinado grupo de outra cultura repete ataques sexuais sistematicamente, há uma possibilidade maior de que na sua presença o evento se repita. Sobretudo quando eles pertencem a uma cultura mundialmente conhecida pela menos valia da mulher.

Se houvesse uma forma de filtrar quem é estuprador e quem não é, o problema estaria resolvido. Mas não há. Então, vamos deixar o romantismo de lado e fazer um pacto com a realidade: é tudo uma questão do risco que se opta por correr. Salvam-se milhares de vidas e se corre o risco de mulheres do país serem estupradas por alguns maus elementos ou deixam-se milhares de inocentes morrerem para preservar as mulheres do país de sofrerem violência sexual de uma minoria?

E é aqui que talvez minha resposta te surpreenda, pela minha eterna vertente garantista. Provavelmente por ser mulher, eu acredito que a melhor escolha de um governo que pensa no seu povo é fechar as portas e não colocar em risco suas mulheres de violência sexual, se houverem indícios de uma conduta reiterada, que é o caso. Terrível que inocentes tenham que morrer, péssimo fechar as portas na cara de quem está precisando, mas há um conflito de interesses que impõe escolhas trágicas. Sim, é isso mesmo, eu estou dizendo que os países europeus deveriam fechar as portas para os refugiados. Joguem pedras. Eu fecharia.

Acredito que, ao ponderar sobre os direitos humanos do cidadão do seu país e os direitos humanos de estrangeiros, caso não fosse possível atender a ambos, um líder deve privilegiar os seus. Será que é reprovável pensar assim? Até agora, quem eu vi reprovar, reprova com base em falácia, em situação fantasiosa achando que é possível controlar o incontrolável ou se iludindo achando que as chances de um alemão atacar sexualmente uma alemã são as mesmas de um imigrante.

Argumento como: “basta expulsar do país quem fizer isso”. Quer dizer, a mulher vai ter que passar por isso, vai ter que ser submetida a uma violência que traumatiza para o resto da vida, para aí sim ser tomada uma providência? Não, obrigada. Essa solução não me serve. O dano que se causa a uma mulher estuprada é irreversível. Não acho que ela deva ser cobaia de imigrantes para ajudar a selecionar os que prestam e os que não prestam às custas de seu corpo. Foram constatados sucessivos episódios envolvendo imigrantes com violência sexual contra mulheres. Isso basta para não querer colocar as mulheres em risco. Nem que para isso morram muitos inocentes. Eu protejo os meus.

Percebam que a palavra que eu usei foi RISCO. Sim, o simples risco de majorar os índices de estupro me bastam para defender que sejam fechadas as portas para imigrantes. Joguem mais pedras, não me importo.

Outro argumento bastante infeliz que venho escutando é “estupros aconteciam antes deles”. Ah, ok, só porque tinha antes, devemos correr o risco de que aumentem os índices? Não, obrigada. Não é um risco fictício nem uma mera projeção da minha mente. Estão ocorrendo sucessivos episódios de ataques sexuais promovidos por imigrantes, que destoam da realidade desses países antes da imigração começar. Não sabem se portar então não entram mais. Os bons pagam pelos maus, uma pena, mas é isso ou sujeitar mulheres a viver com um risco majorado de violência sexual.

É triste ter que admitir que não dá para salvar o mundo. É frustrante chegar à conclusão de que não há forma de conciliar tudo para que todas as pessoas boas acabem bem. Bem vindos à vida adulta, o lugar onde nem sempre dá para ser bom e justo com quem é bom e justo. Eu gostaria de ter que tomar essa decisão? Eu odiaria, provavelmente nunca mais dormiria em paz em toda a minha vida depois de fechar as portas para imigrantes por achar que seria o melhor para meu povo. Ninguém gosta de tomar essa decisão. Mas acontece de decisões sofridas serem necessárias de tempos em tempos. Felizmente não sou Chefe de Estado e não tenho que passar por isso.

Aí vem a derradeira pergunta, arauto dos sem argumento: “você gostaria que fizessem isso com você?”. Óbvio que não. Eu acharia terrível e desumano. Da mesma forma como eu não gostaria de ser a mulher estuprada e acharia igualmente terrível e desumano meu governo não me proteger. Mas, felizmente não se fazem escolhas de segurança nacional ou de condução de um país com base no que eu gostaria ou não, com base em indivíduos. Estas escolhas se fazem pensando no bem estar coletivo.

Não é um texto contra imigrantes. Não é um texto xenófobo. Nesse patamar politicamente correto sufocante em que chegamos, parece que qualquer coisa negativa que é dita a um grupo é sempre preconceito, o que não é o caso. Xenofobia é a desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao seu meio, pelo que é incomum ou vem de fora do país. Ou seja, o que motiva o sentimento de rejeição é o simples fato de ser uma pessoa diferente ou de fora.

No caso do texto, o que motiva meu discurso são sucessivos casos de ataques sexuais, muitos deles grupais, promovidos por imigrantes. Poderiam ser promovidos por padres, bonobos ou pessoas com cabelo roxo, não importa, eu continuaria achando, independente do grupo, que o governo do país teria que tomar atitudes para proteger suas mulheres e não esperar acontecer para punir. A força motriz que faz nascer a necessidade de exclusão são crimes covardes sistematicamente cometidos e não a etnia de quem os comete.

Só na noite de 31 de dezembro, em uma cidade alemã, foram mais de 500 denúncias de agressões, sendo quase metade delas de caráter sexual. Um único dia, uma única cidade. Os números destoam de décadas de índices daquele país e estão visceralmente ligados a um grupo determinado. Sendo possível não permitir que entrem, acredito que seja o melhor a fazer pela sua nação, por mais que gere uma grande injustiça com milhares de pessoas de bem que só querem um refúgio. Não há como conciliar tudo e preservar todas as pessoas boas, então, se é para escolher quem privilegiar, que sejam as mulheres do país pelo qual você é responsável.

O grande problema é ter essa percepção, uma percepção que traz de brinde a clara noção de que o mundo é um lugar horrível e que um Deus, se existe, está consentindo tanta barbárie. É uma noção que desestrutura ao ponto da pessoa forçar uma barra e se convencer de soluções ideias impossíveis como “basta aumentar muito o policiamento e deixar todo mundo entrar e prender os bandidos antes que cometam crimes”. Hora de cair na real. Escolhas trágicas existem, às vezes é preciso decidir se salva a vida da mãe ou do bebê.

Obviamente não dá para defender algo assim de cara limpa, no mundo real. Uma enxurrada de acusações viria dos analfabetos funcionais que pinçam uma frase e colocam uma lente de crueldade no que é dito. Com eles, milhões de pessoas que não valem a merda que cagam mas adoram bater na bola da vez para parecer, a contrario senso, que são boas pessoas: se eu ataco uma xenófoba, então eu não sou xenófobo, quer dizer, eu sou legal. Vou atacar ela para parecer legal. Este texto requer uma sutileza e uma capacidade de interpretação que a maioria das pessoas não tem no Brasil. Por isso ele fica aqui, escorado no meu pseudônimo.

Não acho justo que países que lutaram e se esforçaram para ter uma sociedade funcional tenham que arcar com violência e barbárie vinda de fora. Não cabe à Alemanha nem a qualquer outro país ter a responsabilidade de salvar o mundo. Existem organismos internacionais encarregados disso. Hora de libertar os países europeus da culpa. Fechem as portas, meus queridos, é o melhor que vocês fazem para se preservar.

E parabéns às feministonas que só gritam quando mulher apanha de marido, mas se calam quando uma situação macro e delicada pode de alguma forma comprometê-las. É muito fácil ser militante seletiva, batendo só naquilo que é seguro, que é unanimidade. Faltou coragem aí… Tô pagando para ver alguém em rede social batendo no peito e mandando a Europa fechar as portas para refugiados.

#JeSuiCharlie. Impagável a charge no menino afogado, simplesmente maravilhosa.

Para me avisar que este texto vai dar merda, para adorar isso ou ainda para tentar me convencer de uma solução que salve a todos e não coloque ninguém em risco: sally@desfavor.com


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